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A

Psicologia do Tantra
Paulo Murilo Rosas
A Psicologia do Tantra
Copyright © 2005 Editora ABDTY
Todos os direitos para a língua portuguesa reservados pela Editora
ABDTY (Associação Brasileira de Dakshina Tantra Yoga).
Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, transmitida e
gravada, por qualquer meio eletrônico, mecânico, por fotocópia e
outros, sem a prévia autorização, por escrito, da Editora.
Supervisão Editorial: Rui Portela e Daisy Martins
Capa: Karla Lemos
Diagramação: Karla Lemos

Editora ABDTY – Associação Brasileira de Dakshina Tantra


Yoga
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Janeiro
Tel.: (21) 2549-1707
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Durga Mataji

"Eu saúdo Você, Mãe

Aquela que dispersa o medo,


Repele as grandes dificuldades

E é a essência da compaixão"

Devi Upanishad
Sumário
Apresentação

Prefácio

Agradecimentos

Objetivo

Metodologia

Estrutura da Personalidade

Movimentação da Energia

Muladhara Chakra

Svadhisthana Chakra

Manipura Chakra

Anahata Chakra

Visuddha Chakra

Ajna Chakra

Sahasrara Chakra
Visão de Identidade/Níveis de Consciência

Granthis

Kriyas

Nabhi Chakra

Yoga Kuruntha

Pranayama

Yoga Suksma Vyayama

Exercícios de Yoga Suksma e Sthula Vyayama

Surya Namaskaram

Pavanamuktasana

Yoga Nidra

Mantra-Yoga

Pontos Marmans

Meditação do Amanhecer

Meditação do Anoitecer

Glossário de Palavras em Sânscrito


Bibliografia

Sobre a ABDTY
Apresentação
Este livro apresenta vários estudos interessantes. É um livro que
nasceu de estudo e constante experiência.

Minha área de estudo, há muito, é o conhecimento contido nos


Vedas e, mais especificamente, Vedanta. Minha paixão por
Vedanta vem pela antiguidade e atualidade do tema que é o
autoconhecimento. A descoberta de mim mesmo, a compreensão
de quem sou é fundamental para mim, para a minha vida. É a
busca de satisfação, de plenitude, de realização que alcança uma
solução.

Vedanta fala sobre a natureza de mim mesmo, o Eu essencial, e


leva cada um a descobri-lo. Esse Eu, chamado Atma em sânscrito,
não evolui, é o mesmo que há mais de 5000 anos foi revelado
pelos antigos sábios chamados rsis. Sou eu neste exato momento,
aqui e agora, que tem que ser conhecido por cada um de nós. O
que foi falado na antiguidade é o mesmo de hoje a ser conhecido,
sem necessidade alguma de adaptação, sem que tenha havido
evolução. Atma é Brahma. Eu sou eterno, imutável, sem limitação
de tempo ou espaço.

Esta descoberta, além de fundamental ao homem, é essencial para


que ele possa viver uma vida plena, em harmonia consigo mesmo,
com os outros, o mundo e com Deus; para que ele possa aceitar
fatos e transformar o que é necessário e possível. E, quanto a si
mesmo, que ele possa descobrir sua verdadeira dimensão de
eternidade e plenitude. E vivê-la.
São necessários um certo equilíbrio e clareza mental para o
autoquestionamento. Até para questionar é necessária uma mente
clara que esteja livre de compromissos com dogmas e
preconceitos ou aversões a idéias. É necessária uma mente que
esteja aberta ao questionamento e a novas compreensões, uma
mente sem amarras que possa questionar e abraçar novas
compreensões.

Essa mente, que possui equilíbrio e clareza, pode não existir e,


para alcançá-la, os Vedas nos apresentam práticas diferentes
chamadas pelo nome genérico de Yoga. São várias as espécies do
gênero Yoga.

Este livro apresenta algumas técnicas de Yoga, mas o mais


importante é o estudo da personalidade e de seu equilíbrio, que é a
psicologia do Tantra Yoga.

Considero este livro como produto de um belo e profundo


trabalho de ponte entre Oriente e Ocidente. Técnicas antigas (e
como são atuais!) de Yoga analisadas e apresentadas de forma
ocidental.

O indiano adquire confiança em seu mestre e segue seus


ensinamentos e orientações sem questionar ou saber o porquê. O
ocidental pode não confiar nem seguir outro, mas sempre quer
saber o porquê e o como!

Este livro traz a compreensão de Yoga para o ocidental que deverá


saber o que faz e para que faz.

Durante anos Yoga foi visto como “místico”, este estudo do


professor Paulo Murilo nos mostra, porém, um Yoga científico!

A Psicologia do Tantra Yoga tem como autor um dedicado


professor. Paulo Murilo há muitos anos dedica-se ao estudo e
prática de Yoga, esteve algum tempo na Índia, estudando
diretamente com vários mestres e continuou seus estudos e
pesquisas no Brasil. É fundador e professor do Centro de Estudos
Vidya-Mandir, no Rio de Janeiro, onde dá aulas e orienta alunos a
alcançarem o equilíbrio do corpo e da mente. Dedicado ao estudo
e à prática do Tantra Yoga, conseguiu mostrar o que antes não era
reconhecido: a harmonia entre Yoga e Vedanta, o trabalho
conjunto de Yoga para o equilíbrio da personalidade, Vedanta
para o autoconhecimento.

Tenho a satisfação de fazer a apresentação deste livro e o orgulho


de estar associada a esse autor de várias maneiras.

Gloria Arieira
Rio de Janeiro
Janeiro de 1992
Prefácio
Este livro, assim como os demais que tive a oportunidade de
escrever, se destina a mostrar a metodologia de ensinamento e os
aspectos psicológicos do Tantra. Baseia-se no estudo dos livros
da ciência do Tantra Yoga, nas minhas práticas pessoais – a partir
do aprendizado com mestres indianos –, e nos anos que venho
dedicando à aplicação desse conhecimento em alunos do Centro
de Estudos Vidya-Mandir. É eminentemente técnico, mas escrito
de forma acessível para possibilitar a leitura não só aos
professores de Yoga e Psicólogos, em especial, mas também a
qualquer pessoa interessada no processo de autoconhecimento.
Agradecimentos
Sem a colaboração de amigos e alunos este livro não teria vindo a
público, estando já em sua 4ª edição, para qual também
contribuíram, desde as edições anteriores, as pessoas
desconhecidas que me honraram com a aquisição e leitura desta
escrita e com a aplicação dos ensinamentos nela divulgados.

Sou grato primeiramente, e de modo muito especial, ao Svami


Dattatreya Maharaj, meu Mestre, que pacientemente removeu dos
meus olhos a venda da ignorância e que lentamente, passo a
passo, através dos ensinamentos do Tantra, me guiou de forma
segura e progressiva no caminho do autoconhecimento. A ele
dedico este livro, que trata da metodologia de ensino do Dakshina
Tantra.

Quero agradecer mais uma vez a todos, alunos (incluindo os do


Nordeste e do Sul), professores e amigos que, com suas críticas
construtivas, ensejaram a revisão e o acréscimo de explicações
mais detalhadas de partes das edições anteriores, contribuindo
para o enriquecimento do conteúdo das que se seguiram:

- à psicóloga Virginia Maffioletti, pela dedicação, paciência e


insistência com que me motivou a escrever este livro;

- ao Dr. Fernando Castro e à Lúcia Cantanhede que colaboraram


na revisão geral do texto;

- a Sebastião Rodrigues da Silva, artista plástico, que com sua


arte, expressa nos desenhos de demonstração dos Asanas,
valorizou muito esta obra;

- a Glória Chauvet, psicóloga e professora de Tantra, que me


ajudou na descrição de algumas posturas;

- a Cristina Robichez, que corrigiu grande parte do texto original.

Devo gratidão, ainda:

- aos alunos praticantes que diariamente expõem suas dúvidas,


suas dificuldades, seus anseios e o desejo de compreender melhor
o processo de autoconhecimento que optaram por vivenciar;

- aos professores de Yoga que têm utilizado esta obra em seus


cursos de formação;

- às diretorias e membros associados da ABDTY, pelo apoio


irrestrito às minhas atividades;

- aos funcionários da Secretária do Kailasa, pelo empenho e


dedicação nos serviços prestados;

- aos voluntários que, de uma forma ou de outra, carinhosamente


se mostram sempre prontos a oferecer ajuda.

A todos a minha reverência e votos de sucesso no Tantra.

Hari Om
Paulo Murilo Rosas
Objetivo
O objetivo do Tantra-Yoga é o equilíbrio da personalidade, pois,
segundo os Tantras, somente o equilibrado pode perceber e
vivenciar que é e sempre foi a felicidade que tanto busca.

Diz a Bhagavadgita no IIº. Capítulo, Verso 48:

“Samatvam Yoga Ucyate”


Yoga é equilíbrio.

Para atingir o seu objetivo, o Tantra observa as características


pessoais e, através desta observação, prescreve o tipo de prática
para cada indivíduo.

Normalmente esta observação é feita de dois modos:

1. Sessão de Verbalização:

Composta de entrevista individual na qual o entrevistador,


relacionando as respostas do entrevistado com as características
psicológicas de cada Chakra, faz um quadro clínico do mesmo.
Nesta sessão também se faz o Nabhi Pariska, exame do Kanda e
sua colocação no lugar, caso seja necessária (ver página 65).

2. Sessão de Movimentação:

Composta de movimentos já predeterminados, a partir da sessão


de verbalização, nos quais são observados os bloqueios
energéticos em cada Chakra através das dificuldades em fazer ou
atingir determinados movimentos ou posturas psicofísicas.

De acordo com as características do indivíduo, ele é encaminhado


para sessões de Srsti Krama (normalmente em grupo) ou Laya
Krama (exercícios individualizados).

Para o acompanhamento do processo, usa-se:

1. Sat-Sanga

Reuniões com cada grupo, em que é aferido o progresso


individual e do grupo como um todo.

2. Entrevistas de Acompanhamento

São entrevistas individuais realizadas sempre que necessário.


Metodologia
Para atingir o seu objetivo, as sessões de movimentação devem
conter:

Yoga Kuruntha
Kuruntha significa marionetes. Estes exercícios são assim
chamados porque utilizam cordas e têm como finalidade:
melhorar a flexibilidade, desbloquear as principais articulações e,
consequentemente, energizar corretamente os Chakras. Em alguns
livros antigos e tradicionais, como, por exemplo: “Kapala
Kurantaka Hathabbyasa Paddhati” estes exercícios são
chamados de Rajvasanani, que significa Asanas realizados com
cordas.

Kriyas
Exercícios específicos para a limpeza das Nadis.

Asanas
Exercícios psicofísicos de energização dos Chakras.

Bandha
Chaves para encaminhar ou bloquear a passagem da energia sutil
(Prana) para determinados pontos ou Chakras.

Mudras
Normalmente são combinações de Asanas, Bandhas e gestos
(com as mãos) que nos levam a concentrar a mente para o
encaminhamento do Prana com mais intensidade para os
Chakras.

Pranayama
Controle e distribuição consciente da energia sutil (exercícios
respiratórios).

Prana Viksana
Exercícios que combinam respiração (ritmo), localização e
visualização da passagem do Prana pelas principais Nadis e pelos
Chakras

Dharana Yantra
Exercícios de concentração e visualização do símbolo psíquico do
Chakra para a energização mental do mesmo (através do Ajna).

Dhyana
Exercícios de meditação cujo objetivo final é o reconhecimento
da identidade de Jiva (ser individual) e Isvara (ser Total,
Ilimitado).

Naturalmente que uma sessão pode conter parte ou o total dos


ítens acima referidos, dependendo sempre das características
individuais e do nível em que a pessoa se encontra.

Fazem parte da metodologia as aplicações de exercícios de Yoga


Suksma e Sthula Vyayama , Yoga Kuruntha, Surya Namaskaram,
Pavanamuktasana I,II e III, Yoga Nidra, Yogasanas, Yogasanas
Vijnana, Prana Vikshna, Dhara e Tattva Yantra, meditação nos
Chakras e Tântrica, entre outros, e o estudo dos Tantras Shastras
e de Vedanta, textos que desdobram o conhecimento do EU. E,
em determinados casos, usa-se também a Massagem Terapêutica
nos Pontos Marmans, para apressar o desbloqueio de
determinadas áreas quando estão muito comprometidas.
Estrutura da Personalidade
O indivíduo possui sete centros de energia principais (Chakras)
distribuídos pelo seu corpo desde o períneo até o alto da cabeça.
Cada um desses centros possui características da personalidade.
Estão localizados ao longo da coluna vertebral e sua função é
receber, acumular, transformar e irradiar a energia sutil (Prana)
por determinadas áreas do corpo que estão afetas à energização
através de cada um deles.
Cada um destes Chakras possui três zonas de influência, que
estão ligadas à sua forma simbólica de Lótus:

1° as pétalas ou zona periférica.

2° o botão ou zona interna.

3° a raiz ou zona central.


Zona Periférica – Pétalas


O Prana (energia sutil) circula pelas Nadis Ida e Pingala e
energiza as pétalas dos Chakras. Quando isto acontece, o homem
se relaciona com o mundo concreto exterior e sua realidade
pessoal imediatamente ligada a esse mundo. Nesta fase, ele tende
a projetar, na aquisição dos objetos, a aquisição de sua felicidade.

Quando o desequilíbrio energético está nas pétalas, a pessoa


traduz o sentimento, por exemplo, de medo, pela expressão
fisionômica e por uma contração muscular que denota este
sentimento.


Zona Interna - Botão
Esta zona é vivificada quando o Prana circula pelas Nadis Cittra
ou Vajra e energiza o botão do Chakra. Então o homem vive
predominantemente seu mundo subjetivo e tende a tornar-se
introspectivo. Neste momento, ele começa a perceber que a
felicidade está dentro dele e não mais na aquisição dos objetos.
Por esse motivo, se torna mais introspectivo.

Quando o desequilíbrio está mais profundo, no nível de botão,


embora conscientemente a situação não seja mais de medo, já se
estabeleceu uma contração muscular crônica que, no Ocidente, se
conhece como couraça.


Zona Central - Raiz
É caracterizada pela passagem do Prana pela Susumna Nadi
(Brahma Nadi), vivificando a raiz dos Chakras. Quando isto
ocorre, o homem descobre a sua potencialidade e a total
consciência de si e do mundo.

Quando o desequilíbrio está no nível da raiz, se diz que pertence


ao Karma do indivíduo (é o que ele trouxe para ser trabalhado
nesta vida), e, por conseguinte, é considerado como uma
tendência daquela personalidade, tornando-se mais difícil de ser
superado.

Quando se trabalha somente a zona periférica (pétalas) dos


Chakras, há uma tomada de consciência dos problemas
relacionados a estes Chakras (tais como: afetividade,
emotividade, etc.) e há uma liberação maior de energia, e um
certo conforto é conseguido, mas só isso não libertará os
sentimentos reprimidos.

Quando se trabalha a zona interna (botão), se consegue perceber a


tristeza, a raiva e exprimir os desejos mais secretos e vivenciá-los.

Quando atingimos a zona central (raiz) é que vivenciamos a


plenitude dos sentimentos e emoções de cada Chakra.

Em cada indivíduo poderá haver um ou mais desses Chakras


energizados (nos três níveis referidos), criando, dessa maneira,
diferenças na manifestação de cada personalidade, e o
desbloqueio se dá das pétalas para a raiz, isto é, inicia-se o
trabalho conscientizando-se de questões mais superficiais,
aparentes, e, na medida em que a energia vai se interiorizando, se
irá tomando consciência de questões mais profundas e internas e
resolvendo-as.

A estrutura da personalidade também é percebida, levando-se em


consideração as características psicológicas dos sete Chakras
principais. Verifica-se haver dois tipos básicos de personalidade,
tendo em vista uma maior ou menor energização dos três
primeiros ou dos três últimos Chakras; passando, naturalmente,
pelo Anahata que é o elo de ligação entre eles, como bem o
representa o seu Yantra (ver página 38), o ponto de ligação entre
o Pólo Indivíduo e o Pólo Espécie ou, ainda, entre Shiva e Shakti.


Chakras Básicos
Os Chakras básicos, estando equilibrados e sendo predominantes,
levam as pessoas a se voltarem mais para a privacidade, para o
apoio, para a introspecção e para estabilidade emocional. Essas
pessoas se caracterizam mais por seus aspectos estabilizadores,
domésticos, sentimentais ou sensíveis, em vez dos
empreendedores. Normalmente são pessoas calmas, tímidas,
reservadas e voltadas para garantir sua segurança emocional.


Chakras Superiores
Os Chakras superiores, quando em equilíbrio e predominantes,
nos conduzem à socialização, às manifestações exteriores, às
comunicações, à auto-asserção, às aspirações e às ações.
Normalmente são pessoas muito expressivas, sociais, assertivas,
exuberantes e inclinadas à ação. Caracterizam-se mais por sua
assertividade e por estarem sempre voltadas para realizações e
atos.

Dizem os Tantras que não adianta só equilibrar a energia num


centro, mas sim promover a limpeza das Nadis (condutos de
energia sutil), para que o Prana possa chegar até o Chakra e
depois se expandir através de toda a área do corpo que está sujeita
à energização por ele. Só dessa maneira o indivíduo poderá
vivenciar a plenitude das características de sua personalidade
inerente a este Chakra ou a cada Chakra, ou ainda, a cada nível
específico dos Chakras.

Na prática, quando se está trabalhando determinado Chakra, há


normalmente uma relação com pessoas, situações, etc... que
servem de alimento necessário para satisfazer à vivência das
necessidades das características da personalidade afetas àquele
Chakra.

Daí se pode descobrir com facilidade o Chakra que está sendo


trabalhado, através da verbalização do aluno.

Uma outra observação importante de se fazer para verificar o


conjunto da personalidade do indivíduo, assim como a forma
como este se relaciona consigo mesmo e com o mundo, é a
observação da postura em termos de Frente/Costas ou
Nascente/Poente, também chamado Consciente/Inconsciente,
assim como o equilíbrio entre o lado direito/esquerdo, ou
Masculino/Feminino, também chamado de Shiva/Shakti.


Costas - Poente - Inconsciente
As costas refletem os elementos inconscientes de mim mesmo.
Normalmente, tornam-se o depositário de aspectos da minha vida
com os quais não quero me defrontar e que não quero que sejam
vistos, e daí as razões de tantas tensões e problemas nas nossas
costas. É como se tentássemos esconder as nossas emoções e
sensações “negativas” nas nossas costas (inconsciente).

Pessoas introvertidas normalmente se sentem bem com posturas


como Pascimottanasana, que se fecham e que, por conseguinte,
se tornam mais confortáveis de serem executadas, em virtude das
características da personalidade e da dificuldade em fazerem
flexão para trás em função da tensão na musculatura posterior.


Frente - Nascente - Consciente
Os Chakras têm as suas raízes na Susumna Nadi e abrem as
pétalas para a frente, o que, em termos psicológicos, significa que
a parte da frente reflete o social, o eu consciente, o que é
apresentado consciente e voluntariamente ao mundo.

Tristeza, felicidade, anseios, cuidados, amor, comunicação,


desejos, todos são elementos emocionais que ativam o movimento
e o desenvolvimento desta parte que é a relativa ao Nascente
(onde o Sol ilumina).

As pessoas extrovertidas se sentem bem com posturas como


Chakrasana, que aumentam sua tendência à extroversão, e uma
dificuldade nas posturas de flexão para frente.

Pelos motivos acima expostos, deve-se cuidar para que o aluno ou


o paciente não se demore mais do que o recomendado nestas
posturas, para não exacerbar as características que sejam
predominantes na sua personalidade.

No trabalho tântrico, energiza-se cada um dos Chakras


horizontalmente (movimento de polaridade) e depois leva-se a
energia a subir do Chakra básico (Muladhara) até o superior
(Sahasrara), movimento vertical da energia (Laya Krama), para
que o aluno não se fixe somente nos níveis horizontais (problemas
vivenciais de cada Chakra) e possa, através da energização dos
Chakras seguintes, vislumbrar uma outra maneira de ver o mundo
ou de ser, renunciando às suas lamentações sintomáticas e
reingressando no modelo de estruturalização superior inerente ao
desenvolvimento e à evolução da sua personalidade.
Movimentação da Energia
A movimentação da energia no processo de estruturação da
personalidade, de acordo com a energização dos Chakras, se dá
das seguintes formas:

1° Movimento Vertical de descida de energia


(Shiva/Shakti), chamado de Srsti Krama.

2° Movimento Vertical de subida de energia


(Shakti/Shiva), chamado de Laya Krama.

3° Movimento de Polaridade (Horizontal), chamado


Ida/Pingala.


Movimento Vertical – Srsti Krama
O movimento vertical de descida da energia, chamado em Yoga
de Srsti Krama ou Caminho da Criação, possui como
característica principal a estruturação da personalidade a partir
dos níveis conscientes subjetivos ou mais sutis.

Este método tem melhor aproveitamento quando aplicado em


pessoas que possuem os centros superiores mais desenvolvidos,
pois, à medida que a energia vai descendo e energizando os
Chakras inferiores, nota-se que a pessoa vai saindo do mundo das
idéias e tornando-se mais capaz de encarar a realidade objetiva e
material do mundo, conseguindo integrar coerentemente sua ação
com o discurso.


Movimento Vertical – Laya Krama
O movimento vertical de subida de energia, chamado em Yoga de
Laya Krama ou Caminho da Dissolução, tem como característica
principal transcender determinado Chakra ou nível de
consciência, atingindo progressivamente uma consciência mais
ampla e sutilizada. Cada um desses níveis de consciência
representa um novo sentido de ser e de suas potencialidades, uma
nova consciência do ser e da sua relação com o mundo. A
consciência, contudo, não é uma unidade distinta ou isolada da
personalidade.

A peculiaridade deste caminho é que, à medida que a energia vai


subindo de um Chakra para outro, ela vai despersonalizando o
indivíduo. O Prana (energia sutil) vai se sutilizando e passando
através da Susumna Nadi para o Chakra superior, transmutando e
sutilizando a energia mais grosseira dos centros básicos para os
superiores.

Tem-se notado que as fases de catarses são mais fortes neste


caminho do que no Srsti Krama. Há possibilidade de se minorar
estas fases com a mudança dos Asanas que estão trabalhando o
Chakra em questão, ou então recomendar determinados
Pranayamas que têm por finalidade corrigir ou transferir o fluxo
do Prana para aquele ou daquele Chakra para os outros.

Achamos que, em qualquer um dos métodos seguidos é


primordial o acompanhamento pessoal de cada caso e a
compreensão do processo que está sendo vivenciado pelo
aluno/cliente.
Este método deve ser aplicado, preferencialmente, em pessoas
com predominância de características de personalidade mais
desenvolvidas dos centros básicos.


Exemplo do Movimento n°.1 (Srsti Krama)
Exemplificando: você pode estar no nível do Ajna Chakra
(obtenção do conhecimento), mas, por uma distorção na
energização de um ou de alguns Chakras inferiores, você, embora
já possua o desejo pelo conhecimento, ainda não conseguirá
vivenciá-lo, a não ser que faça um trabalho de energização correta
do nível (ou níveis inferiores), vivenciando as emoções e
sensações deste nível, superando, transmutando ou sublimando-
as, para poder vivenciar o conhecimento do nível superior em
toda a sua plenitude.


Exemplo do Movimento n°.2 (Laya Krama)
Quando estou no nível inicial de energização do Visuddha, por
exemplo, muitas vezes ocorre haver um movimento de negação de
Deus Pessoal (impulso e vivência do Anahata), para ascender a
uma compreensão do conceito de Deus Impessoal e Uniabarcante.
Embora inicialmente fôssemos levados a acreditar que houve
involução, na verdade houve acomodação para que uma visão
mais ampla do conceito de Deus aflorasse.

Isto normalmente ocorre quando o Chakra superior está pouco


energizado (pétalas), não possibilitando uma visão clara daquilo
que você começa a perceber e a vivenciar; então a pessoa tende a
negar a visão que tinha anteriormente e que não a satisfaz mais.

Podemos deduzir que existem dois tipos de tensão: a primeira é


uma tensão na estrutura de cada Chakra, que é específica às
distorções existentes dentro de um mesmo centro (de acordo com
o exemplo abaixo), e a segunda, que é uma tensão provocada por
um deslocamento vertical da energia (de um nível para o outro),
liberando não de uma distorção interna de um nível, mas da
perspectiva relativamente limitada oferecida por este nível. Isto é
expandir a consciência para a compreensão do Chakra superior
seguinte. Isto não pode ser conseguido, simplesmente, através da
eliminação das distorções dentro de um mesmo Chakra, mas sim
pela manifestação do Chakra superior.


Movimento de Polaridade
Horizontal – Ida e Pingala
O movimento de polaridade horizontal tem por característica
principal estabilizar e equilibrar a energia em cada Chakra, isto é,
equilibrar as características masculinas e femininas em cada nível
da personalidade. À medida que estes níveis horizontais vão
sendo energizados, os conflitos internos são resolvidos, e há um
aumento no nível energético do Chakra, fazendo com que o
indivíduo absorva e descarregue energia no nível subsequente
(mais profundo) e surjam atividades que conduzem ao prazer e à
satisfação dos pensamentos, sensações e emoções afetas a este
nível, ou melhor, no Chakra que está sendo trabalhado.

Ida e Pingala são duas Nadis (condutos de energia sutil)


consideradas de grande importância, que partem do Muladhara
(Chakra Básico), vão circundando os Chakras, sem perfurá-los,
até chegarem ao Ajna Chakra (entre as sobrancelhas) e descerem
para as narinas esquerda e direita respectivamente.

Ida é também chamada em alguns livros de Chandra Nadi (Nadi


da Lua) e está relacionada com o frio e a energia negativa;
corresponde ao Sistema Nervoso Parassimpático.

Pingala é conhecida com o nome de Surya Nadi (Nadi do Sol) e


está relacionada com o calor e a energia positiva. No corpo grosso
corresponde ao Sistema Nervoso Simpático.

Na nossa vida diária, constantemente experimentamos uma


flutuação de energia, estados alterados de humor, de saúde e
doença, e os altos e baixos comuns da vida. Este é o processo
normal da vida, que é explicado em termos do Yoga pela contínua
mudança de energia de Ida e Pingala e vice-versa, num ciclo
aproximado de 90 minutos. Raramente estamos em equilíbrio,
estado Sattwico, por mais de alguns minutos de cada vez. O
estado Sattwico ocorre na passagem de um ciclo para outro.

Quando Pingala ou Ida estão muito energizadas surge um mau


gênio e uma irritabilidade muito grandes dirigidos, normalmente,
ao sexo oposto, que pode destruir a capacidade de ter
relacionamentos significativos e profundos, como, por exemplo:

Uma mulher que já teve uma série de relacionamentos é levada a


crer que os homens necessitam, e querem, dominá-la, em vez de
compreender que seu conflito é motivado pela hiperenergização
de Pingala, que exacerba as caracterísitcas masculinas de sua
personalidade.

No homem, quando Ida está muito energizada, ele projeta a causa


de seus desequilíbrios e sofrimentos na sua companheira e pode
tornar-se melancólico e excessivamente meticuloso, acusá-la de
fazê-lo sentir-se assim, não percebendo que seu desequilíbrio é
motivado pela hiperenergização de Ida, ele sente-se impotente e
incapaz de enfrentar as dificuldades da vida.
Ardhanareswara
a. Características Psicológicas de Ida
Pessoas introvertidas por natureza, que sonham de dia, pensam
muito, que são conscientes dos seus sentimentos e geralmente
muito sensíveis a fatos externos e experiências interpessoais.
Geralmente pensam em catástrofes e têm pouca perspectiva da
realidade, raramente são ativos, possuem pouca energia para agir
eficientemente no mundo e executar os seus planos.

São indivíduos com pouca vitalidade física e sujeitos a doenças


como constipação, depressão, ansiedade, colites, eczemas e um
grande número de doenças psicossomáticas.

Ida está relacionada com o lado esquerdo do corpo e com


características como pensamentos criativos e intuitivos;
qualidades como emotividade, passividade; e aspectos do tipo
conservador, receptivo, cooperativo, sintético e holístico.


b. Características Psicológicas de Pingala
Pessoas extrovertidas, que têm pouco acesso a experiências
internas e que procuram preencher este vazio (interno) com
prazeres, desejos e ambições externas. Normalmente são inquietas
e irritáveis, tendo dificuldades de relacionamento.

Os indivíduos com predominância de Pingala tendem a ativar


extremamente o sistema nervoso Simpático, secretando muito
ácido e produzindo úlceras, angina pectoris ou elevando a pressão
sanguínea além dos limites normais. Estão constantemente num
estado de preparação para a “luta ou a fuga”, secretando muita
adrenalina e fazendo pouco exercício para queimar as secreções
químicas excessivas. Normalmente suas doenças se manifestam
no desequilíbrio das secreções endócrinas e processos
metabólicos.

Pingala está relacionada com o lado direito do corpo, com


pensamento lógico e racional e aspectos tais como assertividade,
agressividade, autoritarismo, competitividade e exigência.

É interessante citar que o Dr. Jung fez afirmações semelhantes às


do Yoga, com relação à presença de características masculinas e
femininas nos indivíduos.

Jung deu o nome de Anima (eros, alma) à mulher interior do


homem; o interior da mulher é chamado de Animus (mente,
espírito).

Segundo ele, o Self consciente da mulher está harmonizado com


instintos, emoções e intuições. Geralmente, sua consciência é
mais abrangente e penetrante do que a do homem. Jung diz ainda
que o Animus consiste principalmente em opiniões mais do que
em verdades logicamente deduzidas. Em contraste com as
qualidades receptivas e doadoras de vida da identidade básica da
mulher, o Self consciente do homem é agressivo e impelido a
desenvolver o domínio sobre as forças vitais. Suas predileções
heróicas instigam-no a ir em busca de suas conquistas, a penetrar
nos mistérios da Natureza. Mas, porque seu raciocínio está
localizado em fatos objetivos, ele precisa da mulher que existe no
seu íntimo (a Anima) para sondar suas realidades interiores. Ela é
a musa que o inspira.
Localização dos Chakras
Muladhara Chakra
Este centro relaciona-se com a consciência da realidade da
matéria, com uma vontade poderosa e fria de ser e existir e uma
profunda natureza espiritual oculta na materialidade do mundo.

Forte instinto de sobrevivência, solidez e inércia. Sentimento de


posse, medo da morte, mente inquieta e indomável.

A pessoa que o tem bem energizado possui um sentido prático da


vida, senso de administração, pé no chão, idéias bem definidas e
fecundas, seus projetos são realizáveis. Tem bom discernimento
espiritual, facilidade de falar, habilidade e organização.

O indivíduo que o tem mal energizado possui cobiça, avidez,


credulidade e complacência na brutalidade. Tem dificuldade de se
apresentar de modo criativo, espontâneo e flexível. Normalmente,
tem problemas em deixar seus sentimentos, sensações e ações
fluirem de modo não compulsivo, desobstruído. A pessoa tende a
ter uma atitude crônica de retenção forçada de todas as suas
expressões, sentimentos e criações, e pode se mostrar tensa com
relação ao controle da sua posição na vida, numa tentativa de criar
um ambiente seguro e confortável dentro do qual passa a
funcionar. Apresenta, também, dificuldade no dar e receber em
nível psicoemocional e no funcionamento sexual, e se impede de
ter muitos sentimentos e interações espontâneas em virtude de
sentir-se ameaçada em sua segurança material, lançando mão de
uma racionalidade e controle intelectual excessivo. A pessoa não
consegue entrar em contato com a realidade que a cerca, perdendo
o sentido de orientação na vida, e a integridade da sua
personalidade fica ameaçada.

Os bloqueios nessa região relacionam-se com a capacidade de


soltar e transcender as amarras de preocupações puramente
materiais.

A pessoa pode apresentar um forte apego e rigidez na forma como


lida com as suas necessidades materiais de sobrevivência,
negando seus sentimentos e emoções, desqualificando-os,
negando a existência de Deus e níveis de realidade não tangíveis
(hiperenergização) ou serem pessoas que tendem a negar as
necessidades materiais, não assumindo consequentemente as
responsabilidades referentes a elas e dando ênfase aos aspectos
sentimentais ou místicos (hipoenergização).

No amor, tem um sentido de possessão material do ser amado,


com um prazer profundo no gozo do “ser minha” e/ou “ser meu”.

As musculaturas que podem ser envolvidas por um bloqueio nessa


região são: glúteos máximos, diafragma pélvico, músculos
internos da barriga e da região lombar (abdominais, psoas,
lombares, lombosacrais e glúteos médios). Podem apresentar
hemorróidas, dores lombares, tensão nas pernas e pés, problemas
nos aparelhos urogenitais, dificuldades sexuais, etc.

O nível físico está relacionado com este Chakra.


Muladhara Chakra
Svadhisthana Chakra
Esse Chakra relaciona-se com as características de valor,
coragem, consciência do mundo como lugar de luta e objeto de
conquista.

A pessoa que o tem corretamente energizado desenvolve o poder


de reação ante todos os obstáculos e a necessidade de exercer um
domínio ativo, dinâmico e possessivo sobre as pessoas e coisas.
Ela possui um bom potencial criativo (no sentido material) e
vitalidade física; possui, também, o domínio sobre as paixões e o
egoísmo.

Quando o indivíduo possui algum bloqueio nessa região,


desenvolve uma personalidade agressiva, necessidade de ação
violenta, de destruir (auto-destruição), erotismo excessivo e
fantasioso, desejo sexual indiscriminado. Tende a fazer coisas em
excesso, fala muito, etc. Tem consciência das sensações (prazer e
dor), as quais levam a pessoa a uma entrega a experiências
prazerosas e a uma compulsão para evitar as experiências
desagradáveis. Neste nível necessita de objetos, pessoas e
situações que o façam sentir seguros emocionalmente ou que
estejam associados ao prazer (hiperenergizado).

Quando está mal energizado a pessoa se mostra apática, sem


energia, lenta, não consegue realizar seus planos, fica com uma
certa aversão sexual, vergonha, necessitando interagir com
pessoas ou coisas ligadas à dor e à insegurança, mantendo-se no
ciclo vicioso do seu desequilíbrio (hipoenergizado).
No amor, vive o impulso sexual e a necessidade de viver um
domínio sobre o ser amado.

A energia é utilizada na tentativa de superar o profundo sentido de


solidão, e um tipo compulsivo de “amor” pode impeli-lo a
procurar a união com outra pessoa na tentativa de preencher um
anseio profundo de se unir com a sua “ outra metade”. Esse ser
idealizado aparece como uma imagem ilusória e sedutora de um/a
companheiro/a ideal.

A musculatura envolvida é semelhante à do Chakra anterior.

O nível instintivo está relacionado com este Chakra.


Svadhisthana Chakra
Manipura Chakra
Psiquismo relativo ao mundo vegetativo em geral, prazer e dor.
Sensações, sentimentos e desejos dirigidos ao próprio bem estar
físico e emotivo.

Quando está corretamente energizado liberta do medo e dos


estados mentais extremados. Não existe uma necessidade
obcecada de controle de si mesmo e de todos à sua volta. Dá a
devida importância aos próprios sentimentos e sensações e aos
dos demais. Emprega o seu poder pessoal como forma de
intensificar suas próprias experiências, sem esmagar os outros
com suas ambições.

Quando está mal energizado, produz uma personalidade


egocêntrica, sensual, sentimental e um sentimento de compaixão
exagerada.

A pessoa tenderá a perder o controle de suas próprias emoções a


ponto de, se elas estiverem dirigidas para o seu íntimo, poder
transpassá-las (abandono de si, autopunição, etc.) ou então, se
estiverem dirigidas para fora, ser estimulada a conquistar tudo e
todos à sua volta. Sentindo a sua individualidade ameaçada, age
sempre na tentativa de aumentar, defender e fazer reconhecer o
seu poder pessoal. Sente-se e necessita ser o centro das atenções.

Apresenta distorções quanto à sua sensualidade e sexualidade,


tendendo ao exagero fantasioso, sedução compulsiva, como meio
e garantias para a afirmação da identidade pessoal
(hiperenergizado), ou tende a negar ou mascarar suas
necessidades e inseguranças (hipoenergizado), e vivencia as
situações dando-lhes uma densidade sentimental exacerbada. A
raiva e a arrogância são características predominantes.

No amor, apresenta a consciência sensual e sentimental que levará


a gozar o aspecto físico do ser amado.

Durante o processo de energização é normal surgirem problemas


digestivos concomitantemente a períodos intensos de instabilidade
emocional, à medida que emoções reprimidas forem liberadas.

Ao energizarmos este Chakra estamos desenvolvendo a


consciência do “eu”, tornando-o uma força integradora que reúne
os elementos exteriores (ideais de personalidade e situações) e
interiores (características verdadeiras da personalidade e situações
reais), adequando-os num sentimento de identidade. Com o passar
do tempo a capacidade do “eu” de assimilar os conteúdos da
mente inconsciente aumenta, ajudando-o a fazer escolhas cada
vez mais conscientes e a resistir às pulsões inconscientes. Neste
Chakra começamos a sentir o desejo para conhecermos “quem
somos”, o desejo pelo autoconhecimento.

O nível emocional está relacionado com este Chakra.


Manipura Chakra
Anahata Chakra
Quando este Chakra está bem energizado apresentam-se
sentimentos e impulsos que tendem a reivindicar o valor do “EU”,
alegria, autoridade, visão de Deus (Pessoal) e unidade da vida.

Tem por característica a consciência do “EU”. Produz uma


personalidade compreensiva, generosa e altruística. Surge o líder
nato.

A energização deste Chakra gera uma forma de identidade mais


abrangente, em que a individualidade e o sentimento de
universalidade começam a se fundir. Este processo às vezes é
traumático, resultando como consequência numa crise de
identidade.

Quando está mal energizado produz uma personalidade egoísta,


orgulhosa e cheia de amor próprio.

Na hipoenergização, as pessoas tenderão a ser mais passivas do


que agressivas; seus sentimentos e sensações serão mais
propensos à depressão, as ações serão motivadas por uma crônica
sensação de medo e inferioridade, em vez de confiança em si
mesmo e automotivação. Necessidade de ser carregado e
inspirado pelas energias da vida dos outros. Tenderá a vivenciar
sentimentos de angústia e desespero ao mobilizar a região do
peito (Ego desinflado). O ódio e a aversão são características
predominantes.
Na hiperenergização, a pessoa apresenta uma atitude inflada, e
esta é muitas vezes acompanhada pela perda de contato com os
aspectos mais suaves da personalidade (sentimentos, etc).

A pessoa vivencia sentimentos de que “estou ótima”, “posso


cuidar de mim sozinha”, mas possui uma séria dificuldade de
chorar, aceitar ajuda, em repartir seus próprios e verdadeiros
sentimentos, e tem necessidade de estar no controle das situações
e parecer forte. Ego inflado. Tendência a ser fortemente assertivo,
chegando mesmo a ser agressivo.

Muitas vezes o excesso de energia nessa região se dá em


detrimento de outros centros (Manipura, Svadhisthana e
Muladhara).

O Yantra do Anahata (estrela de seis pontas) assinala a interação,


o meio, o centro, o encontro de Shiva/Shakti. Para se ter uma
melhor compreensão da importância deste centro podemos
acrescentar, por exemplo, que a verbalização do Visuddha pode
ser um gesto de amor forçado ou uma expressão realmente
amorosa, dependendo unicamente do fato de haver ou não
participação do Anahata. Os nossos braços e mãos são
energizados por ele e aqui também, para que o toque seja uma
expressão de amor, é necessário que não exista nenhum bloqueio
nas articulações e que a energia flua livremente do Anahata
através dos membros superiores, senão será sempre uma
expressão forçada de carinho.

O Anahata é também um importante canal de comunicação com


os Chakras básicos. O sexo é um ato de amor, mas pode haver
distorções, dependendo somente da participação ou não do
Anahata. Sendo ele o 4º Chakra e o ponto de interrelacionamento
entre as tendências dos três Chakras básicos e dos três superiores,
como sugere a estrela de seis pontas, às vezes percebemos que
estas duas metades estão dissociadas, os triângulos não se
interrelacionam, mas se tocam nos seus vértices, demonstrando
que uma das partes não acompanha os sentimentos e os anseios da
outra.

A pessoa bem energizada dará ao amor características de um afeto


nobre, sereno, alegre e generoso. É o chamado amor romântico.
No estado de equilíbrio, o amor e a compaixão caracterizam este
Chakra.

Quando o Anahata se abre completamente, sente-se um desejo


ardente de que todos os seres desfrutem do amor e da bem-
aventurança disponível neste nível de consciência.

O bloqueio nesse Chakra mobiliza os músculos peitorais,


diafragma, braços, ombros, etc.

O nível afetivo está relacionado com este Chakra.


Anahata Chakra
Visuddha Chakra
Este centro relaciona-se com a criatividade em todos os setores da
vida (intelectual, artístico, moral ou espiritual). Possibilita o
desenvolvimento do conhecimento intuitivo e da expressão.

Quando está corretamente energizado, cria a facilidade na


expressão dos próprios sentimentos e emoções. Possibilita a
expressão do conhecimento com clareza, emoção e magnetismo,
conseguindo chegar ao outro com facilidade.

Os aspectos desse centro estão vinculados à introspecção e ao


desenvolvimento auto-reflexivo de uma auto-imagem perceptiva,
alerta. Aqui se começa a ter uma noção mais clara e consciente do
relacionamento consigo mesmo e com os outros. O indivíduo
começa a discernir seus próprios limites e a expressá-los.

Nessa região começa a se desenvolver mais apropriadamente a


comunicação interna, a investigação do seu relacionamento
consigo mesmo e com o universo em geral, o que se costuma
chamar de despertar espiritual. Essa região é também chamada de
“O portal da Grande Liberação”. Aqui se dá a necessidade do
desenvolvimento dos potenciais latentes e o estudo da
compreensão de si mesmo.

No equilíbrio, possibilita uma comunicação entre o consciente e o


inconsciente, permitindo ouvir o inconsciente pessoal de modo
que se possa compreender de onde estão vindo os impulsos. Esta
compreensão permite superar os velhos programas, substituindo-
os por parâmetros de crescimento aperfeiçoados, e ter acesso a
orientação do inconsciente coletivo.

Quando está mal energizado cria na personalidade a dificuldade


em expressar seus próprios sentimentos e emoções, obrigando o
indivíduo a aguentar em silêncio situações indesejáveis; apresenta
também conflitos quanto à auto-imagem, provocando a
dificuldade de organizar e expressar as emoções e os sentimentos,
reprimindo-os. (hipoenergização)

Na hiperenergização, a pessoa tenderá a falar demais ou ficar


fortemente introspectiva, dedicando-se exclusivamente às suas
atividades e reflexões internas e desligando-se do mundo externo,
tendo por principal característica o intelecto negativo, podendo
ocorrer, por ignorância, uso insensato do conhecimento.

Faz da relação amorosa um bálsamo renovador para o ser amado,


além de enriquecer os estados anteriores enchendo-os de emoção
pura e criativa.

Quando há o conflito entre estímulos mentais e emocionais, que


caracteriza este Chakra, o corpo responde com tensão no pescoço
e nos ombros.

O nível da criatividade está relacionado com este Chakra.


Visuddha Chakra
Ajna Chakra
Relaciona-se com a consciência e atividade mental em todas as
suas formas. Visão clara, compreensão precisa e entendimento
rápido do que está sendo lido, estudado, escutado e meditado.

Quando pouco energizado, gera uma personalidade fria e


calculista.

Os bloqueios relacionados com este Chakra circundam as áreas


dos olhos e ouvidos basicamente, e trazem no seu conteúdo
aspectos relacionados com esses sentidos. Assim sendo, pessoas
com bloqueio no Ajna apresentam dificuldades em aprofundar e
ampliar sua compreensão de si mesmo e sobre o mundo. Também
apresentam dificuldades de “ visão e/ou audição”, vendo e
ouvindo apenas aquilo que lhes é conveniente, e processando
transformações indevidas na interpretação das situações e
conceitos dos seus desequilíbrios. Verifica-se também um
bloqueio em nível intelectual, dificultando e impedindo o
questionamento e a aquisição de novos conhecimentos.

Compromete as musculaturas ótica, auditiva e craniana.

Quem possui este centro energizado percebe e conscientiza-se do


amor nos vários níveis descritos, localizando-os nos centros
respectivos, e como consequência há a compreensão e a vivência
do nível de amor que se está sentindo.

O nível mental está relacionado com este Chakra.


Ajna Chakra
Sahasrara Chakra
Intuição, energia e vontade espiritual. Liberação de todos os
Sanskaras, tendências de virtude e pecado, e desejos reprimidos.
Vive-se na dualidade com plena consciência da unidade.

O Sahasrara situa-se acima do Brahmarandhra, o que significa


que está além do ponto de encontro das quatro Nadis (Sushumna,
Vajra, Citra e Brahma). Assim, está localizado fora do corpo
físico, acima de sua cabeça.

No centro do Sahasrara existe uma região circular que representa


a Lua Cheia, brilhante com inúmeros raios de luz. É considerada a
morada da imortalidade; a sua natureza é a própria consciência.
Dentro desta região existe um Trikona (triângulo), a morada de
Shiva (Kailasa).

Dentro do triângulo existe um círculo vazio (Shunya) chamado


supremo Bindu (Parabindu) morada de Shiva/Shakti. No centro
deste círculo existe o vazio supremo (Paramashunya), morada de
Paramashiva, sutil, infinito, sem forma, imutável, além da mente
e da matéria. Este vazio sutil é a principal fonte de interminável
felicidade, doador da imortalidade e da liberação; é mantido em
segredo pelos Yogis.

Quando o centro está mal energizado, mesmo que se tenha uma


certa compreensão intelectual sobre a realidade da vida, não se
tem a visão nem a compreensão vivencial da realidade que é a
unidade na diversidade (Advaita-Vada).
O amor pessoal é transcendido e se vive o amor universal.

O nível transcendental ou transpessoal está relacionado com este


Chakra.

Sahasrara Chakra
Visão de Identidade
Níveis de consciência
Ao estudarmos os níveis de consciência através dos
Chakras,passamos a ter uma constante ampliação da visão de
identidade (o que e quem somos). Até chegarmos ao nível do
Sahasrara Chakra, quando teremos uma visão uniabarcante, ou
melhor, vivenciaremos quem somos. Damos abaixo alguns
exemplos:

a. No nível Muladhara Chakra, nos identificamos com o


nosso corpo. Normalmente dizemos: Eu sou gordo, magro,
alto, etc. Neste nível, o sentimento de segurança e o
ambiente onde vivemos e interagimos é muito importante.
Sentimo-nos em conflito quando não estamos nos sentindo
seguros e confiantes no nosso meio ambiente.

b. No nível Manipura, nos identificamos com o ego,


Ahankara, uma personalidade com gostos e aversões e com
os processos emocionais. Neste nível, nos sentimos
ameaçados não somente pelo meio ambiente, mas também
pelo nosso corpo que nos impede de mostrar toda a nossa
potencialidade, e nos julgamos como sendo este ser limitado.

c. No nível Ajna nos identificamos com a nossa mente e


com a auto-imagem mental associada aos processos
emocionais e intelectuais. Neste nível, nos sentimos
ameaçados não só pelo meio ambiente e o corpo, mas
também pela auto-imagem mental que criamos e que nem
sempre corresponde à realidade do que somos.

À medida que nos aprofundamos neste estudo, passamos a


perceber os diversos níveis de consciência e os diversos tipos de
problemas e potencialidades de cada nível, tornando-nos capazes
de nos orientarmos no caminho do autoconhecimento. Passamos a
perceber e a reconhecer em que níveis surgem os problemas ou
conflitos atuais, e, assim, a empregar para determinado conflito, o
remédio apropriado àquele nível.

É interessante notar que, em cada um desses níveis, temos


diversos tipos de compreensão do “eu” e vivenciamos os
problemas inerentes a esta identificação.

Esta compreensão nos leva a um dos pontos mais interessantes


desta análise, que é o vasto e crescente interesse pelos mais
diversos tipos de escolas e técnicas do Yoga que lidam com os
diversos níveis de consciência dos Chakras.

A pessoa realmente interessada no seu processo de


autoconhecimento encontra uma variedade tão grande de técnicas
do Yoga, que mal consegue se decidir por onde começar ou em
quem acreditar, pois algumas escolas parecem se contradizer,
quando, na verdade, elas são abordagens próprias para os
diferentes níveis de consciência que estamos vivendo.

A visão dos diversos níveis de consciência dos “Chakras”, as


técnicas do Yoga empregadas para cada um deles e a
correspondência com os anéis do Dr. Reich são os seguintes:

Muladhara Hatha Yoga Pélvico

Svadhisthana Vama Tantra Abdominal

Manipura Karma Yoga Diafragmático

Anahata Bakti Yoga Torácico

Até este nível, segundo o Dakshina Tantra, a visão é dualista.

Visuddha Nada/Jñana Yoga Oral

Início da tomada de consciência da visão unicista, embora se dê


pelo despertar intelectual.

Ajna Jnana Yoga Ocular

Sahasrara - Estabelecimento da vivência da unicidade e não mais


da visão da unidade.
Granthis
Segundo os Tantras, a criação vem de Maya-Shakti (o poder da
criação), que é Trigunatmika, possui três Gunas (características) e
é representada por um triângulo devido à sua manifestação
trigunatmika.

Os três vértices do triângulo são constituídos por três bindus


(pontos) que correspondem ao fogo (Vahni-bindu), à lua
(Chandra-bindu) e ao sol (Surya-bindu). Destes bindus emanam
as três Shaktis (três poderes), que são representadas pelas três
linhas que ligam os bindus (os pontos), respectivamente: Shakti
Vama, Shakti Jyestha e a Shakti Raudri, que são o desejo, a ação e
o conhecimento. Com elas estão Brahma (o criador), Vishnu (o
preservador) e Rudra (o transformador), associados às três Gunas:
Rajas, Tamas e Sattva.

Esse símbolo chamado Kamakala representa a unidade eterna e


está localizado logo abaixo do Sahasrara Chakra.

No Jiva (ser individual) encontram-se três representações,


correspondentes à manifestação do Kamakala, que estão
localizadas nas mandalas dos Chakras Muladhara, Anahata e
Ajna.

Nestes centros, encontram-se representados três triângulos


(Trikonas) com os três Lingas, que são a representação dos
Granthis. São chamados Granthis (nós) porque aí se encontra
uma maior concentração do poder de Maya-Shakti, sendo
consequentemente um obstáculo à realização da percepção clara
da realidade afeta a cada um destes Chakras.

As Shaktis são: Jnana - conhecimento, que corresponde a Sattva


guna; Iccha - desejo, que corresponde à guna Rajas, e por último
Kriya - ação, correspondendo à guna Tamas.

Apresentamos um quadro para melhor compreensão:

Ajna Chakra Shiva granthi Jnana Shakti Guna Sattva


Anahata
Vishnu granthi Iccha Shakti Guna Rajas
Chakra
Muladhara
Brahma granthi Kriya Shakti Guna Tamas
Chakra
Brahma Granthi
Localizado no Muladhara Chakra, representa a aceitação
inconsciente daquilo que sempre foi e o medo de cortar as raízes
psicológicas que levarão à reconstrução da realidade a partir desse
ponto. Neste nível de identificação, não se pode confiar na
sobrevivência à morte, nem tampouco na sobrevivência a um
período dramático de transformação. O indivíduo está firmemente
aferrado ao seu estado presente pelo instinto básico de
sobrevivência, que é o nível do Muladhara Chakra.


Vishnu Granthi
Localizado no Anahata Chakra, representa a fusão entre o
consciente e o inconsciente, o conhecimento consciente das
pulsões inconscientes, provocando inicialmente um estado de
dissolução, quebrando os agregados que compõem a noção do
“eu” (que nos é dado pelo Chakra Manipura) e que neste estágio
são desfeitos.

Nesta fase precisamos ter cuidado, pois podemos sofrer uma


desilusão com o aparente vazio da vida. Se não compreendermos
esse processo, podemos abandonar a meta do autoconhecimento,
ou, se o anseio por este for desvirtuado, podemos nos surpreender
pensando em suícidio. Estes impulsos devem ser vistos como a
morte de velhas atitudes que dificultam a visão ou compreensão
do verdadeiro “EU” que deve nascer em nós neste momento, e
que nos dará não mais uma visão de Identidade Pessoal, mas sim
de Identidade Transcendental.

Até atingirmos esse nível, a tensão e o dualismo básicos do ser


humano, tais como: a luta pela sobrevivência, o desejo pela
manutensão da espécie e a auto afirmação, não são tão
perceptíveis, pois são naturais, e o indivíduo encontra-se
totalmente submerso neles, reprimindo toda e qualquer coisa que
seja contrária ao nível de consciência que está sendo vivido, ou
que ameace a sua integridade.


Shiva Granthi
Representa a visão inconsciente da realidade, da identidade entre
Jiva (ser individual) e Isvara (o total), ao mesmo tempo que
mantém o medo de perder a identificação com o Antah-Karana
(mente, instrumento interno de conhecimento), que tem sua sede
no Ajna Chakra, dissolvendo totalmente o Ahamkara (“eu falso”)
e suas construções intelectuais.

O indivíduo permanece identificado com o intelecto,


racionalizando e conceituando todas as suas percepções,
construindo discursos intelectuais que não correspondem à
realidade sentida e vivenciada por ele ficando submetido à ação
inconsciente das Shaktis (conhecimento, desejo e ação) que, sob a
forte ação de Maya (ilusão), busca a realização na afirmação do
Ahamkara “eu falso” através de um discurso meramente
intelectual.

A presença do trikona (triângulo) indica a inter-relação coerente


entre as três Shaktis, e a predominância da Guna Sattva implica
clareza, discernimento e consciência dessa trindade atuando,
podendo assim estabelecer uma mente tranquila e dhármica, apta
a compreender e a realizar o conhecimento da verdade do ser.
Os Três Granthis
Kriyas
Depois da colocação do Kanda no lugar, devemos lembrar que a
ciência do Yoga dá tanta importância a certos processos de
limpeza (Kriyas) como dá aos Asanas. Sem a limpeza regular do
sistema de Nadis, não se pode esperar muito dos exercícios.

Para que possamos falar de Kriyas, temos que entender


claramente a nomenclatura, os termos usados no Yoga.

Quando tratamos do ser humano, Jiva, falamos que ele possui


três corpos: Corpo Grosso (Sthula Sharira), Corpo Sutil (Suksma
Sharira) e Corpo Causal (Karana Sharira).

Vamos rememorar os termos para aqueles que já estudaram, e


analisá-los, superficialmente, para aqueles que ainda não
estudaram a terminologia do Yoga.

O Corpo Grosso (Sthula Sharira) é constituído do corpo físico,


tangível, formado pelos 5 (cinco) elementos grossificados
(Mahabhutas).

O Corpo Sutil (Suksma Sharira) é fundamental para o Yoga. Ele é


constituído de Prana (energia sutil), Manas (mente), Buddhi
(intelecto) e é nele que se encontram os Chakras.

O Corpo Causal (Karana Sharira) é constituído pela ignorância, a


ignorância do Ser Real (Atma).
Shariram significa corpo, veículo de manifestação do indivíduo.

Na linguagem ocidental, o Corpo Sutil é constituído do


fisiológico, psicológico, emocional e intelectual. No Yoga vamos
trabalhar com todo este Corpo Sutil, e trabalhando com um desses
aspectos, estaremos atingindo os outros três.

Vejamos o que diz o Hatha Yoga Pradipika no Capitulo II, Verso


5º:

“Quando todo o sistema de Nadis que está cheio de impurezas se


torna limpo, somente então o Yogui se torna capaz de controlar o
Prana”.

Analisando este verso podemos compreender:

1° Por que a ciência do Yoga dá tanta importância a certos


processos de limpeza como dá aos exercícios.

2° Por que, sem a limpeza regular do sistema de Nadis, não


se pode esperar grandes resultados das práticas de Asanas e
Pranayamas.

Vamos examinar os fundamentos destas duas afirmações:

1° Nós sabemos que o Prana (energia sutil) se encontra em


todas as partes do corpo, devendo fluir livremente por elas, o
que muitas vezes é impedido de fazer por deficientes reações
químicas no corpo, que produzem rigidez nas articulações,
reumatismo e tensão muscular.
As Kriyas eliminam as toxinas e permitem que as reações do
corpo sejam equilibradas através da harmonização do
sistema endócrino.

No livro Gheranda Samhita, Capitulo I, Verso 12, nos é


apresentado o Sat-Karma (Seis Processos de Limpeza) da
seguinte forma:

“O corpo é limpo com a ajuda dos seis processos seguintes:

1° Dhauti - limpeza com gaze.

2° Basti - limpeza do reto.

3° Neti - limpeza das cavidades nasais.

a. Sutra-Neti - com cordão (nariz x boca)

b. Jala Neti - com água (lota)

c. Dugdha Neti- ingerir leite pela narina (lota)

d. Ghrta Neti - ingerir Ghi pela narina (lota).

4° Nauli ou Laukiki - movimento dos retos abdominais.

5° Trataka- purificação dos olhos.

6° Kapalabhati - purificação do sistema respiratório”.

Através desses processos, o corpo grosso (Sthula Sharira) é limpo


e, consequentemente, o Prana flui livremente.
2° Para examinarmos a 2ª afirmação, temos que ter em
mente o conceito de Nadis, que são canais que se encarregam
de distribuir o Prana pelo Pranamaya Kosha, e que Nadikas
são pequenas Nadis, e Nadichakras são gânglios ou plexos
nos três corpos: grosso, sutil e causal.

Para podermos avaliar a importância destes exercícios, temos que


relembrar também, que, embora no Shiva Samhita sejam
mencionadas 350.000 Nadis, 14 são consideradas mais
importantes e, destas, 3 são vitais para o equilíbrio da nossa
personalidade: Ida, Pingala e Sushumna Nadi.

Ida e Pingala partem do Muladhara formando duas curvas que se


cruzam na altura dos Chakras, rodeando-os sem perfurá-los.

Sushumna é um canal reto que também sai do Muladhara e sobe


até o Sahasrara, atravessando em seu caminho todos os Chakras.

O Shiva Samhita no Capitulo V, Versos 52 a 53, afirma que:

“Quando a comida é digerida, as Nadis carregam a melhor parte


para nutrir o Corpo Sutil (Suksma Sharira), a parte do meio para o
Corpo Grosso (Sthula Sharira) e elimina a parte inferior na forma
de fezes, urina e suor”.

Deste verso, podemos deduzir que existe um centro que absorve a


energia dos alimentos (e também da respiração) e a transmite para
todos os outros. Este centro se chama Kanda ou Nabhi Chakra e,
segundo as Yoga-Upanishads, ocupa um dos lugares mais
importantes do sistema humano. É ele que assegura que as 72.000
Nadis desempenhem suas funções satisfatoriamente. É dito que
antes de qualquer exercício físico, Asanas, Pranayamas e Kriyas,
este importante centro deveria ser recolocado no lugar, pois, sem
isso, segundo a tradição, todos os nossos esforços seriam uma
mera perda de tempo.

Depois de rememorados estes conceitos e as afirmações dos livros


do Yoga, podemos concluir:

É imprescindível a colocação do Kanda no lugar para o bom


aproveitamento da energia sutil (Prana) gerado pelos
exercícios.
Devem existir determinadas Kriyas que atuem diretamente
nas Nadis (Corpo Sutil), desbloqueando-as.

Examinemos estas hipóteses:

1° O Kandha, segundo o livro Yoga Cudamanyupanishad,


Capitulo I, Verso 15, é formado pela intercessão de 72.000 Nadis
que apresentam a forma de um pequeno ovo de passarinho.

Ora, sendo o Kanda formado por Nadis, é necessário não só que


ele esteja em seu lugar, mas também que ele se encontre limpo e
desimpedido para que a energia possa ser bem distribuída por
todo o sistema energético.

Kriya: Agni-Sara.

2° Compreendemos a importância do Prana fluir por Ida e


Pingala para o processo de equilíbrio de nossa personalidade.

Kriya: Nadi Sodhana Pranayama.

3° Percebemos que a desobstrução da Sushumna Nadi é vital


para se alcançar a iluminação.

Kriya: Bhastrika Pranayama.

Outro fator que deve ser levado em consideração quando se fala


sobre Yoga é a importância da mente (Ajna Chakra) e sua
utilização no processo de equilíbrio da personalidade.

Nós sabemos que, ao concentrar nossa mente em determinado


ponto, não só a oxigenação dele é maior, como também os
impulsos eletromagnéticos chegam em maior intensidade nessa
área do corpo do que em qualquer outra.

Kriyas: Prana Vikshna encaminha o Prana por Ida,

Pingala e Sushumna Nadi

Dharana Yantra energiza os Chakras.

Outra alternativa criada pelos sábios do Yoga (Rsis) é a utilização


dos sons para desbloquear as Nadis e energizar os Chakras.

Kriyas: Bija Mantra das pétalas dos Chakras.


Bija Mantra dos elementos dos Chakras.

Essa alternativa é bem conhecida por nós, ocidentais, sendo


apresentada com o nome de Musicoterapia e é utilizada com
grande sucesso nos tratamentos dos desequilíbrios das pessoas.

Os sinais de purificação das Nadis são:

Leveza no corpo.
Brilho na pele.
Aumento dos sucos gástricos.
Ausência de fadiga física e mental.

Quando atingimos a purificação das Nadis entramos no primeiro


estágio da prática de Yoga, que é chamada ARAMBHA (começo,
início).
Nabhi Chakra
(O Chakra do Umbigo)

Definição e Localização
Diz o Yoga Chudamanyupanishad no Cap.I, Versos 13 a 16:

“No centro do estômago, o centro do umbigo repousa no círculo


conhecido como Manipura.

Entre o umbigo e a última vértebra da coluna está o centro do


umbigo, formado como um ovo de passarinho.

Este centro encerra dentro de si mesmo o começo de 72.000


Nadis, das quais 72 são vitais.

Destes, novamente, 10 são os mais importantes.

Para que se tenha o devido controle sobre estas 10 Nadis, uma


tem que receber atenção especial”.


Nabhi Pariksha (Exame do Umbigo)
Segundo a ciência do Yoga, este centro ocupa o lugar mais
importante no sistema humano. É ele que assegura que as 72.000
Nadis (nervos e artérias) desempenhem satisfatoriamente suas
funções.

Este centro, estando deslocado, todos os exercícios passam a ser


mera perda de tempo e energia.

Exame: Fazer Uttanapadasana:

Inspirar, prender a respiração o maior tempo possível, levantar


30º o tronco e as pernas, as mãos ao lado do corpo, quando não
aguentar mais de pulmões cheios, exalar e relaxar, mantendo os
calcanhares unidos e os dedos dos pés separados.

Exame com Cordão:

(Homens) Prender o cordão, que deve ter no mínimo 1.50m de


comprimento, no centro do umbigo e esticá-lo na direção do
mamilo direito, passar para o mamilo esquerdo, se a medida for a
mesma, o Kanda está no lugar, caso contrário, seguir os passos
descritos no parágrafo de medidas terapêuticas.

(Mulheres) A medida deve ser feita do dedão do pé direito para o


dedão do pé esquerdo.

Exame pelo Tato:

Colocar os dedos da mão direita juntos e esticados no umbigo do


paciente e sentir a pulsação da aorta abdominal. Se ela estiver
pulsando no centro do umbigo, isto significa que o Kanda está no
lugar.
Atenção:

Os exercícios de Yoga ou físicos devem ser feitos somente depois


dessa verificação.
Medidas Terapêuticas
Estando o Kanda fora do lugar o terapeuta deve proceder da
seguinte forma:

Massagem com óleo

O paciente deve deitar em Shavasana (Postura do Cadáver), mãos


voltadas para cima e pés ligeiramente separados. O terapeuta deve
untar as mãos com óleo de gergelim e iniciar a massagem:

1. Movimento circular feito com a parte lateral da mão partindo


do centro do umbigo.

2. Movimento de pressão lateral nos músculos abdominais


(amassar pão).

3. Movimento de onda do externo ao osso pubiano.

4. Movimento de pressão lateral para o centro do umbigo.

Deslocamentos:

O paciente deve estar deitado em Shavasana com as mãos


voltadas para cima e os pés um pouco afastados.
1. Desvio para a esquerda (aorta batendo do lado esquerdo):

Dobrar a perna direita, fazendo um ângulo de 90º e dar três


puxões secos na perna direita. Bater com o calcanhar da mão
direita no arco do pé direito. Fazer Uttanapadasa e verificar pelo
tato se o Kanda foi para o lugar (centro do umbigo).

2. Desvio para a direita (aorta batendo do lado direito):

Dobrar a perna esquerda e executar os mesmos passos descritos


acima para a perna direita. Não esquecer de fazer a verificação.

Estes movimentos devem ser iniciados depois de um breve


relaxamente do paciente, que deve estar deitado em Shavasana.

3. Desvio para cima (aorta abdominal batendo à cima do


umbigo):
a. O paciente deve deitar em Makarasana, barriga para baixo,
mão esquerda sobre a direita com as palmas das mãos voltadas
para baixo e pernas ligeiramente afastadas.

b. O terapeuta deve colocar o pé direito na altura da cintura do


paciente, segurá-lo pelo punho direito e pelo pé esquerdo,
levantar o braço direito e a perna esquerda dando um leve puxão
para cima.

c. Inverter o lado: O terapeuta deve colocar o pé esquerdo na


altura da cintura do paciente, levantar o braço esquerdo e a perna
direita dando um leve puxão para cima.Uma vez para cada lado

d. Fazer Dhanurasana (Postura do Arco),o paciente dobra as


pernas e as segura firmemente com as mãos logo acima dos
tornozelos.

O terapeuta deve se colocar em pé com as pernas afastadas e o


paciente entre elas. Inspirar, prender a respiração, dobrar
levemente os joelhos e levantar o paciente do chão segurando
pelos braços. Dar um leve puxão.

Repetir três vezes a mesma operação.

Não esquecer de fazer a verificação.

4. Desvio para baixo (aorta abdominal batendo à baixo do


umbigo):

O terapeuta se agacha e o paciente apoia os pés nas nádegas dele


que abraça as coxas, logo acima do joelho, com força.
Inspirar, levantando o paciente, que deve permanecer com o corpo
bem rígido e esticado, os braços cruzados à altura do peito.

Exalar, relaxando. Repetir por três vezes e fazer a verificação.

Atenção:

Só deve ser tentado por um terapeuta experiente.

De uma forma geral o homem desloca para a esquerda, e a


mulher, normalmente para a direita.

Estas manobras não devem ser tentadas com pacientes que têm
qualquer tipo de problema na coluna vertebral. Para esses, o ideal
é colocar o Kanda no lugar somente com a massagem.


Consequências do Deslocamento
1. Kanda acima do umbigo:
Prisão de ventre crônica e como consequência o corpo fica sujeito
a uma infinidade de doenças.

2. Kanda abaixo do umbigo:


Perda de movimento, cólicas, pesadelos, etc.

3. Kanda para o lado do umbigo (direito ou esquerdo):


Dores agudas não localizadas.

Nas mulheres, provoca irregularidades menstruais, coloração


estranha no fluxo menstrual e esterilidade permanente.

Nos homens, provoca espermatorréia (emissão involuntária de


esperma) e ejaculação precoce.


Posturas Corretivas
Uttanapadasana

a. Deitado em decúbito dorsal (barriga para cima).

b. Pernas esticadas, os braços ao lado do corpo com as palmas


das mãos voltadas para baixo.

c. Inspirar levantando o tronco e as pernas num ângulo de 30º


do chão.

d. As mãos na direção das coxas sem tocá-las. Olhar para os


dedos dos pés.

e. Permanecer na postura fazendo 10 respirações normais na


postura.

f. Expirar, relaxando.


Ustrasana

a. Deitado em decúbito frontal (barriga para baixo).

b. Expirar, flexionar os joelhos, dobrar as pernas juntas para trás,


segurando-as um pouco acima dos calcanhares.

c. Inspirar levantando o tronco e a cabeça.

d. Permanecer na postura fazendo 10 respirações normais na


postura.

e. Expirar e relaxar.

Atenção:

Em alguns livros esta postura é chamada de Dhanurasana.


Chakrasana

a. Deitado em decúbito dorsal (barriga para cima).

b. Pernas esticadas, os braços ao longo do corpo com as palmas


das mãos voltadas para baixo.

c. Dobrar e levantar os joelhos colocando os calcanhares


tocando as nádegas.

d. Dobrar e levantar os cotovelos acima da cabeça, colocar as


palmas das mãos no solo com as pontas dos dedos viradas em
direção ao corpo.
e. Expirar, elevar o tronco junto com a cabeça, arqueando bem a
coluna vertebral de modo que o peso fique dividido entre as mãos
e os pés.

f. Permanecer na postura fazendo 10 respirações.

g. Expirar, descer o corpo dobrando os cotovelos e os joelhos.

h. Relaxar em Shavasana.

Matsyasana

a. Deitado em decúbito dorsal (barriga para cima).

b. Dobrar as pernas em Padmasana.

c. Inspirar e com o auxílio das mãos e dos cotovelos, incline-se


para trás até que o vértice superior da cabeça apóie-se no solo.

d. Permanecer com a cabeça dobrada para trás e toda a espádua


descrevendo um arco.
e. Segure os dedões dos pés fazendo Jnana Mudra.

f. Permanecer na postura fazendo 10 respirações.

g. Relaxar em Shavasana.

Atenção:

As pessoas que não conseguirem fazer Padmasana, podem fazer


esta postura com as pernas esticadas e as mãos em Anjali Hasta
Mudra. (mãos juntas, dedos esticados, fazendo uma leve pressão
no esterno).

A sequência das posturas deve ser obedecida e, em cada uma


delas, devem ser feitas no mínimo 10 respirações.

Relaxar entre uma postura e outra e no final deve ser feito um


novo exame.

Estas posturas somente devem ser executadas se, depois da


colocação do Kanda no lugar, houver um deslocamento.


Causas que Levam ao Deslocamento
Levantar peso.
Quedas de altura.
Puxão ou choque repentino.
Influências externas.
Desequilíbrios psicológicos.

Após o exame inicial e a colocação do Kanda (Nabhi Chakra) no


lugar é aconselhável fazer uma verificação dentro de 30 dias.

O Kanda, apesar de colocado no lugar, pode, por fortes motivos


físicos ou psíquicos, voltar a se deslocar. Nestes casos, podemos
usar as posturas corretivas, na sequência apresentada, durante
alguns dias, e voltar a fazer o Nabhi Pariksha. O Kanda, não
voltando para o lugar, deve-se procurar um “expert” para a
colocação do mesmo.

É bom lembrar que, com a colocação do Kanda no lugar, o aluno


ou paciente pode sentir algum tipo de perturbação psíquica ou
física, tais como: prisão de ventre ou diarréia, desconforto
generalizado, euforia ou uma certa tendência à depressão. Nestes
casos, é aconselhável o aluno fazer uma série de respirações
yóguicas profundas para energizar o sistema de Nadis e com isso
permitir um aporte maior de Prana (energia sutil), o que
rapidamente o levará a um estado de equilíbrio e conforto.
Yoga Kuruntha
Yoga Kuruntha, ou, na tradução literal, Yoga das Marionetes, é
uma técnica do corpo de conhecimento do Yoga, utilizada
principalmente no sul da Índia para aquecimento antes das
práticas de Asanas. Em alguns livros antigos e tradicionais, como,
por exemplo, o Kapala Kurantaka Hathabbyasa Paddhati, esses
movimentos são chamados de Rajvasanani, que significa Asana
realizadas com cordas. Ele consiste de movimentos feitos com a
ajuda de cordas - daí o nome marionete - mas também utiliza
argolas e o apoio da parede. É de excelente ajuda para o aumento
da flexibilidade corporal, o que possibilita um aprendizado mais
harmonioso e rápido dos Asanas e posturas corporais. Além disso,
como todo trabalho no Yoga, o trabalho com as cordas leva a um
maior conhecimento do próprio corpo e da postura. Com isso,
podemos dizer que o Kuruntha é um instrumento de reeducação
corporal, tanto para pessoas sadias, de todas as idades,
como também para pessoas que apresentam algum tipo de
dificuldade devido a problemas físicos, como, por exemplo,
pessoas com problemas de coluna. É um agente de mudanças
corporais pois leva ao aumento do tônus e de massa muscular,
além do equilíbrio da lateralidade, dados benéficos para a saúde
do corpo. Além desses benefícios, pode atuar como facilitador na
aprendizagem das posturas utilizadas no Yogasanas. Esse Yoga é
difundido na atualidade, principalmente por B.K.S.
Iyengar, grande mestre de Hatha Yoga da atualidade.


O Tantra e a prática de Yoga Kuruntha
“A visão por trás da prática é o que faz a diferença”, palavras que
normalmente uso ao ser interpelado sobre o porque do Yoga
Kuruntha ser uma das práticas utilizadas na metodologia de
ensino. E o que está por trás é apenas uma palavra: equilíbrio. Ao
trabalhar a flexibilidade e as principais articulações do corpo,
estará sendo desbloqueada a passagem de energia pelos Chakras
secundários (articulações), e com isso energizando corretamente
os Chakras principais. Ao trabalhar a lateralidade
estaremos energizando o lado direito (energia masculina) e o
lado esquerdo (energia feminina) e consequentemente
equilibrando as características masculinas e femininas da
personalidade. Ou seja, trabalhando o físico, estaremos
equilibrando o energético e a psique do indivíduo, levando-o
ao equilíbrio em sua vida psíquica. Saúde psicológica e física
decorrente do equilíbrio energético.

A escolha dos movimentos a serem feitos depende, assim como


em todo trabalho tântrico, do que o indivíduo necessita no
momento. Por isso, embora certos movimentos sejam realizados
por quase todos os alunos, outros serão ou não, dependendo da
necessidade individual.

Vemos que, muito mais do que uma simples ação corporal


visando aquecimento e flexibilidade, o Yoga Kuruntha na prática
tântrica ganha o status de auxiliar em mudanças físicas,
psicológicas e energéticas, possibilitando vivenciar e ultrapassar
aspectos psicológicos que bloqueiam o florescer da personalidade
que está a caminho do equilíbrio.

Os Movimentos das Marionetes
Mostraremos aqui os exercícios mais utilizados em nossa prática.
Isso não quer dizer que todos devam ser praticados por todas as
pessoas; pois dependerá das necessidades do momento de cada
praticante, o que deve ser observado por quem ministra a prática.
Isso é uma recomendação e uma advertência, principalmente se o
praticante tem algum problema de ordem física.

Outra advertência: como em toda prática tântrica, é comum


acontecerem catarses de ordem emocional em praticantes mais
sensíveis. Choro, mal-estar, enjôo, tonteira, rejeição ao exercício,
medo são bastante comuns e somem com a prática regular dos
movimentos. Incentivar a continuação da prática é positivo,
porém não se deve forçar; deve-se caminhar cada dia um pouco
mais, indo sempre adiante, sem stress.

Uma última palavra sobre o que acabamos de expor: todos os


movimentos que provocam algum tipo de reação, quer positiva
quer negativa, tem um grande valor, pois indicam quais as
características e Chakras que estão sendo trabalhados naquele
momento no praticante.

1. Movimentos nas argolas inferiores

Deitado:

1. Primeira Posição: Deitado. Pernas esticadas para cima,


tentando colocar a parte posterior dos joelhos na parede. Para isso,
as mãos seguram nas argolas próximas ao chão e puxam o
corpo na direção da parede. Puxar o queixo em direção ao peito
de modo a alongar toda a parte posterior do pescoço. Fazer 10
respirações na posição.

2. Segunda Posição: Deitado. Pernas flexionadas, pés na parede.


As mãos seguram nas argolas inferiores. Inalar e elevar as
nádegas até o queixo tocar no peito. Exalar e abaixar o corpo até
tocar o chão. Fazer 10 respirações com o movimento conjugado.

3. Terceira Posição: Deitado. Pernas esticadas e afastadas


lateralmente. As mãos seguram nas argolas próximas ao chão e
puxam o corpo na direção da parede. Fazer 10 respirações na
posição.

4. Quarta Posição: Deitado. Pernas flexionadas com a lateral das


pernas tocando a parede, solas dos pés unidas. As mãos empurram
os joelhos na direção da parede. Fazer 10 respirações na posição.

Esse primeiro grupo de movimentos é facultativo, pode, ou não,


ser realizado. Esses movimentos são benéficos para problemas na
coluna, principalmente coluna lombar, e problemas circulatórios.
Devem ser realizados também por pessoas que chegam agitadas e
cansadas na prática. É o tempo da pessoa se tranquilizar e fazer a
transição entre o stress de sua vida cotidiana e o momento de sua
prática. Por esse mesmo motivo são movimentos benéficos para
as crianças que chegam agitadas na prática, elas tendem a se
aquietar e iniciam a prática de modo mais concentrado.

Sentado:

Sentar de frente para a parede. Pernas afastadas, os pés tocam a


parede. Com ajuda das argolas inferiores puxar o corpo em
direção à parede para obter a maior abertura possível. Fazer 10
respirações completas na posição.

2. Movimento nas argolas superiores

Com movimento:

1. Segurando nas argolas superiores:

Corpo solto. Inalar e ao exalar elevar as pernas unidas e esticadas.


Ao descer as pernas, inalar. Pessoas com problemas na coluna
cervical não devem realizar esse movimento. Um aluno que
apresente um episódio de dor nas costas, mas que não tenha
problemas na coluna, deve realizar a posição sem a elevação das
pernas, deixando o corpo solto e relaxado seguro apenas pelas
mãos.

2. De pé:

Braços unidos ao corpo e mãos segurando nas cordas das argolas


superiores. Içar o corpo. Nessa posição, exalar enquanto eleva as
pernas esticadas para cima. Inalar enquanto traz as pernas de
volta. Repetir 10 vezes.

3. De pé:

Corpo encostado na parede. Segurar corda comprida presa nas


argolas superiores. Braços flexionados juntos ao corpo.
Calcanhares ficam na parede um pouco acima da linha do solo.
Dedos dos pés no chão. Inalar. Ao exalar dobrar o corpo na região
da cintura. As nádegas continuam encostadas na parede. Aos
poucos desenrolamos os braços para trás, abaixamos as nádegas
(pélvis para frente) e olhamos a frente, inalando. As pernas e os
braços sempre esticados. Ao exalar, elevar as nádegas, indo a
cabeça em direção dos joelhos. Repetir 10 vezes.

4. Sentado de frente para a parede. Pernas esticadas para frente,


dedos dos pés na parede e calcanhar no chão afastado da parede.
Glúteos contraídos. As mãos seguram a corda longa presa nas
argolas superiores. Inalar e elevar e arquear o corpo para trás,
direcionando a cabeça e o olhar para a parede oposta. Exalar e
sentar. Repetir 10 vezes, conjugado com a respiração.

5. Movimento invertido usando cordas, com movimento:


Posicionar o corpo de cabeça para baixo, segurando as cordas
longas das argolas superiores. O corpo deve ficar encostado a
parede. Nessa posição, exalar abaixando as pernas unidas e
esticadas, inalar enquanto levanta as pernas até que elas voltem a
encostar-se à parede. Repetir 10 vezes, conjugado com a
respiração.

Esse segundo grupo de posições é realizado com movimento


aliado à respiração. Esses movimentos ajudam uma das regras
básicas de respiração no Yoga: sempre que pressionar o abdome,
exalar.

Sem movimento:
1. De pé.

Corpo de frente para a parede. Segurar firme nas argolas


superiores e içar o corpo para que os pés repousem nas cordas que
dela pendem. Ter cuidado para não se afastar da parede e ter o
quadril encaixado. Dar a máxima abertura de pernas possível.
Fazer 10 respirações.

2. De pé.

Lateral direita do corpo voltada para a parede. Segurar as cordas


longas das argolas superiores. Afastar as pernas - perna direita
para a frente, perna esquerda para trás. Repetir o mesmo com o
lado esquerdo do corpo voltado para a parede.


3. Movimentos na argola central

Corda Curta:

Posição inicial: De pé. Perna direita esticada lateralmente com a


sola do pé na parede. Tornozelo repousa na corda curta da argola
central. A outra perna esticada, pé no chão e voltado para a frente.

1A. Corpo voltado para frente. Quadril encaixado. Mão esquerda


segura corda presa na argola superior. A lateral esquerda do corpo
será esticada nessa posição. Fazer 10 respirações completas.

1B. Torcer na cintura e relaxar o corpo em cima da perna que se


encontra elevada. Soltar a cabeça e o pescoço. O pé que está no
chão não sai da posição, sempre voltada para a frente. Fazer 10
respirações completas.

1C. Corpo voltado novamente para a frente. Quadril


encaixado. Dobrar o corpo para a frente na direção da perna que
está com o pé no chão. Mãos ao lado do pé, uma de cada lado.
Testa no joelho. Fazer 10 respirações. Repetir as três posições
com a perna esquerda.

Corda comprida

Primeiro Grupo

Posição inicial: De pé. De costas para parede. Corda posicionada


logo abaixo do término dos ossos da bacia. Pernas unidas e
esticadas. Levar os pés para trás, em direção da parede, sem
deixar os calcanhares saírem do chão.

2A. As mãos tocam a nuca [não devem pressioná-la!]. Cotovelos


afastados e na direção dos ombros. Ombros para trás. Abaixar o
tronco até que este fique paralelo ao chão. 10 respirações
completas
2B. Abaixar ainda mais o corpo. As mãos se posicionam por trás
dos joelhos e puxam o corpo em sua direção. Cabeça na direção
dos joelhos. Manter a postura por 10 respirações completas.

2C. Os braços são esticados para a frente. Palmas das mãos no


chão. Costas retas.

Segundo Grupo

Posição inicial: De pé. Corpo voltado para a parede. A corda


longa presa à argola central fica posicionada nos ossos da bacia.
Pernas esticadas. Dedos dos pés na parede. Calcanhares no
chão e afastados da parede. Coluna reta. Fazer 10 respirações em
cada uma das posturas.

3A. Mãos tocam a nuca. Cotovelos afastados na direção dos


ombros. A cabeça fica posicionada de modo que toda a coluna,
até a coluna cervical, fique reta. Abaixar o corpo para trás. Ir até
onde for possível respirar sem dificuldade.
3B. Na posição inicial, sentar na bola e depois deitar. A cabeça
solta descansa na bola. Os braços esticados para trás vão em
direção ao chão. Essa posição será realizada posteriormente sem o
auxílio da bola. Seguro pela corda, o corpo se arqueia para trás até
as mão tocarem no chão.

Segurando nas argolas:

De joelhos de frente para a parede. Braços para frente segurando


nas argolas centrais. Levantar perna direita à frente e pôr o pé no
chão. Tronco na vertical. Abaixar o corpo não deixando que o
calcanhar do pé direito saia do chão. O movimento irá alongar o
Tendão de Aquiles da perna direita e a parte anterior da coxa
esquerda. Realizar o movimento com a outra perna à frente.

4. Outros movimentos:
Alongamento da parte posterior das pernas e coxas

Rampa 1 – De pé. Pernas unidas. Pés posicionados na rampa de


modo a esticar e alongar toda a musculatura posterior da perna,
em especial a panturrilha. Permanecer na postura por 10
respirações completas.

Rampa 2 – Nesta posição, inspirar elevando o corpo na ponta dos


dedos dos pés; expirar voltar à posição inicial. Repetir a
movimentação 10 vezes, conjugando sempre a movimentação
com a respiração.

Movimento de rotação da pélvis


Disco ou Bola: Sentado no disco. As mãos ficam no chão logo
atrás do corpo para dar estabilidade. Pernas flexionadas, joelhos
afastados lateralmente, solas dos pés unidas. Fazer movimento de
rotação da pélvis, da cintura para baixo, numa direção e depois
inverter o movimento. Esse movimento pode ser realizado numa
bola. Nesse caso, sentar na bola com as mãos soltas nas coxas e
com os pés afastados e plantados no chão. Nessa posição realizar
o mesmo movimento com a pélvis. Fazer 10 respirações girando
da direita para a esquerda e 10 respirações da esquerda para a
direita.


Yoga Kuruntha como ajuda na realização
das Yogasanas
Podemos utilizar a ajuda de cordas, argolas e o apoio da parede
como preparação e/ou para realização dos Asanas quando o
indivíduo apresentar grande dificuldade na área envolvida. Os
exemplos mais comuns são a preparação dos asanas de inversão
sobre a cabeça (como por exemplo o Shirshasana) e os Asanas
laterais que envolvem equilíbrio. A seguir apresentamos alguns
exemplos:

Observação:

Os Asanas de lateralidade (equilíbrio das energias femininas e


masculinas) podem ser realizados na parede quando a pessoa tiver
uma grande dificuldade na área do Svadhistana Chakra, que faz
com que a pessoa feche a região pélvica.
Pranayama
Antes de falarmos sobre Pranayama é bom lembrar a importância
dada à respiração pelo Yoga e os tipos de respirações usados por
esta ciência milenar, como também a utilização de determinadas
Mudras para regular e controlar o processo respiratório.

1. Respiração Abdominal (Baixa)

A respiração abdominal dá uma massagem no fígado pela subida


e descida do diafragma, provocando um aumento da circulação no
órgão e consequentemente aumento dos processos químicos
(secreção de bílis).

Massagem nos rins, constatada através de Radioscopia, e como


consequência um aumento de secreção de urina.

Forte massagem nos intestinos; quando o diafragma se eleva e


desce ao máximo, provoca uma forte massagem neles,
especialmente no colo transverso, daí sua utilização em certas
constipações.

A circulação na cavidade abdominal aumenta, repercutindo sobre


os órgãos do baixo ventre, melhorando certas desordens dos
ovários e do útero, como as menstruações dolorosas.

Mudra utilizada: Adi Mudra.


2. Respiração Intercostal (Média)

O controle dos músculos intercostais permite um aporte maior de


oxigênio nos pulmões e provoca uma massagem muito importante
no coração.

Mudra utilizada: Chinmaya Mudra.

3. Respiração Subclavicular (Alta)


Permite ao ar chegar aos ápices pulmonares.

Mudra utilizada: Chin Mudra.

Inicialmente, o Yoga dá ênfase a estes exercícios para


conscientizar os alunos do processo respiratório e dos benefícios
que advêm da Respiração Completa e Ritmada.

4. Respiração Completa (Yóguica)

Em uma respiração normal, a tensão arterial varia devido ao


fluxo do sangue aos pulmões durante a inspiração, ao refluxo da
massa sanguínea até o coração e dali até os vasos periféricos.

Na respiração completa, o ritmo mais lento aumenta este


fenômeno. O pulmão se encherá muito mais de ar, porque todos
os seus alvéolos se distenderão e além disso a lentidão do ritmo
permitirá ao sangue mais tempo para realizar as trocas gasosas
(CO² por O²), gerando uma melhor oxigenação de todas as células
do corpo.

2. Devido ao relaxamento muscular e nervoso, o cérebro se acha


livre das solicitações exteriores, o que permite um aporte maior de
sangue rico a este órgão.
Devemos lembrar que o aumento da circulação em um órgão
aumenta o trabalho próprio deste órgão, por exemplo, secreção de
urina nos rins e pensamentos mais lúcidos no cérebro.

Durante os exercícios, a circulação no cérebro é mais abundante e


rica em oxigênio e gás carbônico, tornando a combustão neste
órgão mais intensa, propiciando melhores condições físicas e
químicas para o funcionamento do pensamento.

3. Devido à melhoria da circulação, as trocas químicas nos


centros nervosos e a ação calmante do ritmo, atua de uma forma
sedante no Sistema Nervoso.

4. Devido ao trabalho de todas as partes dos pulmões e da maior


oxigenação, torna-os mais resistente a toda infecção microbiana, o
que recomenda seu uso na asma e no enfisema.

Por fim devemos recordar que o pensamento surge mediante o


aporte de sangue ao cérebro, e será tanto mais definido quanto
mais rico for o sangue. Esta transformação da energia física na
psíquica é a condição necessária para que o pensamento possa
manifestar-se.

É um fato comprovado que uma expiração muito lenta tem um


efeito calmante, relaxante, sobretudo se for precedida de uma
inspiração rápida. Ritmo: l.2 ou 1.4

Exercício Relaxante:
Inspira 3 Retém 1
Expira 12 Retém 1
(Respiração do Yoga)
Ao contrário, uma inspiração lenta, seguida de uma expiração
rápida, agita ligeiramente. Ritmo: 2.1 ou 4.1

Exercício Tonificante:
Inspira 4 Retém 1
Expira 1 Retém 1
(Kapalabhati)

O exame que permite determinar a percentagem de O², CO² e P.H.


no sangue chama-se Gasometria.

Depois das considerações sobre os benefícios de respirar


corretamente e da ênfase que o Yoga dá à respiração, vejamos
também a importância dos Asanas na preparação para a prática do
Pranayama.

Nós sabemos que, para respirarmos corretamente, precisamos ter


um certo domínio sobre a musculatura que interfere no processo
respiratório, e os Asanas, além de energizarem os Chakras,
desenvolvem a musculatura e automatizam a respiração através da
tensão e do relaxamento muscular, nos levando a respirar
corretamente (respiração abdominal, intercostal, subclavicular ou
completa).

Depois de rememorar a importância da respiração e da utilização


das Asanas e Mudras para facilitar o processo respiratório, vamos
estudar os livros do Yoga para ver o que nos é dito sobre
Pranayama.

Diz o Hatha-Yoga Pradipika, Capitulo II, verso 1:


“Quando a postura se torna firme, o Yogi, Senhor de Si mesmo,
comendo comida benéfica e moderada, deve praticar Pranayama
através do ensinamento do mestre”.

Significa que o Pranayama somente deve ser praticado por


aqueles que já alcançaram “Drdhata” (força e firmeza) nas
Asanas e “Sthirata” (fortaleza), propiciada pela prática das
Mudras, e que atravessaram o primeiro estágio das práticas,
“Arambha”, que é o da purificação das Nadis. O Yogi, comendo
comida de predominância Sattvica e praticando Mitahara,
moderação alimentar (9º Yama Tântrico), deve praticar
Pranayama através, do ensinamento do mestre.

Esta última sentença nos mostra a importância do mestre, não só


para a prática do Pranayama mas para a prática de todos os
estágios do Yoga.

O mestre deve ser alguém que vivenciou o processo e que teve


seu próprio mestre, que também teve seu mestre e assim
sucessivamente, mantendo a tradição de aprendizado mestre,
discípulo. “Guru-sisya-parampara”.

Ainda no Capitulo II, Verso 2, diz o Hatha-Yoga Pradipika:

“Quando a respiração está agitada, a mente está agitada. Quando a


respiração se torna calma, a mente deverá se tornar calma. O Yogi
deve controlar a respiração e então alcança a firmeza da mente”.

Somente aí, quando alcança “Laghava” (firmeza da mente), é que


ele está apto à prática de Pranayama.
O ar que respiramos é o ar grossificado (Sthula-Vayu). A
respiração é uma manifestação de uma força vital chamada
Prana-Vayu. Mediante o controle do Sthula-Vayu, é controlado o
Prana-Vayu, também chamado de Suksma-Vayu (ar sutil); o
processo relacionado com isso se chama Pranayama.

A palavra Pranayama deriva-se de Prana + Ayama. Prana


significa energia, respiração, vitalidade. Ayama, expansão,
intensidade, extensão, disciplina e controle.

Pranayama é a disciplina da respiração para a harmonia do


Prana.

Existe no processo do Pranayama três fases distintas:

Puraka = Inspiração
Kumbhaka = Retenção
Bahya Kumbhaka = pulmões vazios
Antara Kumbhaka = pulmões cheios
Rechaka = Expiração

O Sr. Shankara define estas três fases da seguinte maneira:

1ª O esvaziamento da mente de toda a ilusão é a verdadeira


Rechaka (expiração).

2ª A percepção “Eu sou Atma” é a verdadeira Puraka


(inalação).

3ª A constante firmeza da mente nessa convicção é Kumbaka


(retenção).
Antes, porém, de praticarmos Pranayama, devemos proceder à
limpeza das Nadis (condutos sutis), sem a qual não obteremos
êxito na prática e poderemos causar danos irreparáveis na saúde
do praticante, como nos adverte o livro:

Sandilya Upanishad, Capitulo I:

“Assim como os leões, elefantes e tigres são domados lenta e


cautelosamente, o Prana deve ser controlado lentamente, em
gradação proporcional à capacidade e às limitações físicas de cada
um. De outro modo isso matará o praticante”.

Diz o Hatha-Yoga Pradipika, Capitulo II, Versos 4 e 5:

“A respiração definitivamente não vai pelo meio (Sushumna) nas


Nadis cheias de impurezas. Como pode haver Unmanibhava,
estado de Unmani (ausência da mente)? Como pode haver
sucesso?”

“Quando todo o sistema de Nadis que está cheio de impurezas se


torna limpo,somente então o Yogi se torna capaz de controlar o
Prana”.

Existem dois meios de purificação das Nadis:

1. Samanu (com pensamento-processo mental)

a. Nadi Sodhana Pranayama

b. Anuloma Viloma Pranayama com Bija Mantras


c. Bhastrika Pranayama para romper os três Granthis (nós,
impedimentos) na Sushumna Nadi.

2. Nirmanu (sem pensamento-processo físico)

Kriyas: Vata-Sara

Agni-Sara

Kapalabhati, etc...

Quando as Nadis estão limpas, o corpo transpira e se sente um


leve e agradável tremor em todo ele.

Para melhor compreendermos o processo do Pranayama,


devemos recordar que no nosso sistema nervoso se produzem dois
tipos de ação (impulso):

a. Aferente ou Sensorial, que leva as sensações ao cérebro.

b. Eferente ou Motora, que leva do cérebro ao corpo.

O cérebro recebe todas as sensações através das fibras nervosas,


da mesma maneira todas as mensagens do cérebro são enviadas
através do sistema nervoso.

As Nadis Ida e Pingala correspondem, no Sthula-Sarira (corpo


grosso), respectivamente ao Sistema Nervoso Parassimpático e
Simpático, e a Sushumna, ao Sistema Nervoso Central.

Para melhor compreensão, vamos relembrar o que significa


Sistema Nervoso Vegetativo ou Autônomo:

É chamado de Vegetativo porque se encarrega do controle


das funções intrínsecas à vida do organismo, à simples tarefa
de viver.
É chamado de Autônomo porque não depende da vontade.
Ele se divide em Simpático (responsável pela inibição) e
Parassimpático (responsável pela estimulação).

Durante os exercícios de Pranayama se gera Prana-Vayu por


meio da Inspiração e Apana-Vayu através da Expiração.

O Prana-Vayu é um impulso Aferente que vai ao cérebro ou aos


centros nervosos e Apana-Vayu é um impulso Eferente que sai do
cérebro e dos centros nervosos.

Durante a retenção (Kumbaka) na prática do Pranayama, se


consegue unir estes Prana e Apana-Vayu (impulsos nervosos
aferentes e eferentes) no Muladhara Chakra. Quando estes
impulsos estão unidos neste centro básico, então o plexo atua
como um dínamo, enviando grande quantidade de Prana para
estimular a Kundalini, que está dormindo neste centro.

Para podermos compreender bem a função do Pranayama


precisamos ter em mente a definição e o conceito de Vayu, os
Pancha Pranas e suas localizações.

Vayu é a forma cósmica de Prana. Vayu vem da raiz “Va” que


significa mover-se. Vayu é aquele que se move em toda a parte.

Vayu também é utilizado para descrever um impulso nervoso


particular, que é uma das propriedades de um nervo. Estes Vayus
ou correntes nervosas são recebidos e gerados pelos Pranas
localizados em diferentes plexos da porção simpática do sistema
nervoso autônomo. Cada plexo é um centro nervoso
independente, que pode receber e gerar impulsos nervosos.

O Prana (energia sutil) se divide em cinco (Pancha Pranas), de


acordo com a natureza da função que exerce em nosso corpo.

1º. Prana
Sua função é a respiração, atua no Anahata Chakra, controlando o
mecanismo verbal, o aparelho vocal, os músculos respiratórios e
os movimentos da garganta, através da porção cervical do sistema
nervoso autonômo.

2º. Apana
Sua função é a eliminação, atua no Muladhara Chakra, controla a
ação autônoma do aparelho excretor do corpo, como rins, bexiga,
órgãos genitais, colón e reto, através da porção lombar do sistema
nervoso autônomo.

3º. Samana
Sua função é a assimilação, atua no Manipura Chakra, controla as
secreções do sistema digestivo, estômago, fígado, pâncreas e
intestino, através da porção simpática do sistema nervoso
autônomo da região torácica.

4º. Vyana
Sua função é a circulação (distribuição da energia dos alimentos e
da respiração), atua no Svadhisthana Chakra, mantém a coesão do
corpo em todas as suas partes e ajuda a ação e reação dos
elementos assimilados pelo indivíduo. É a função do metabolismo
e atua em todo o corpo. Ele controla os movimentos voluntários e
involuntários dos músculos do corpo, assim como os movimentos
das articulações e estruturas ao redor delas. Também ajuda a
manter o corpo em posição ereta, gerando reflexos inconscientes
em toda a coluna dorsal.

5º. Udana
Sua função é a ação inversa e atua no Visuddha Chakra, funciona
na altura da laringe e controla as funções automáticas que se
produzem na divisão cefálica do sistema nervoso autônomo.

A prática do Pranayama tem três estágios:

a. Adama Pranayama
Ritmo 4:16:8 = 28 leva a transpiração.

b. Madhyama Pranayama
Ritmo 8:32:16 = 56 leva ao tremor.

c. Uttama Pranayama
Ritmo 16:64:32 = 112 leva a levitação.

O Pranayama deve ser feito virado para o Leste ou para o Norte.


Não se deve fazer jejum ou comer só uma vez por dia. Não se
deve permanecer sem comida mais de 3 horas (1 Yama). A
comida ingerida será leve e forte. Deve-se evitar grandes
caminhadas e exercícios violentos.

O praticante de Pranayama terá bom apetite, entusiasmo, aspecto


agradável, força e coragem, animação, vigor, vitalidade e
facilidade de concentração.
Hanuman
(O Deus do Pranayama)
Yoga Suksma Vyayama
Yoga Suksma é uma técnica que deve ser executada
preferencialmente em grupo, e cada grupo deve ter o seu ritmo
característico que será diferente dos ritmos individuais. O
professor deve estar atento para estabelecer este ritmo, apressando
ou retardando a execução dos movimentos até que o ritmo do
grupo se estabeleça naturalmente.

O Dr. Gustave Le Bon, considerado o pai da Psicologia das


Massas diz em seu livro, editado em 1895, que:

“Quando um determinado número de pessoas se reune, a


observação demonstra que seu conjunto constitui uma alma
coletiva potente mas momentânea.

As massas sempre tiveram na história um papel importante, mas


nunca tão importante como hoje. A ação inconsciente das massas,
que substitui a atividade consciente dos indivíduos, representa
uma das características da época atual”.

O que é uma massa? Segundo Le Bon, alguns indivíduos reunidos


formam uma multidão, igual como se fossem centenas ou
milhares.

Como, em realidade, nasce uma massa? Em determinadas


circunstâncias, e só nessas circunstâncias, um aglomerado de
pessoas possui caracteres novos muito diferentes dos de cada
indivíduo que o compõe. A personalidade consciente se
desvanece e os sentimentos e as idéias de todas as unidades se
orientam em uma mesma direção. Forma-se uma alma coletiva,
transitória, sem dúvida, mas com características e caracteres
muito bem definidos. A alma coletiva forma um só ser e se
encontra submetida à “Lei da unidade mental das massas”.

Sem dúvida, mil indivíduos reunidos ao azar em uma praça


pública, sem nenhum objetivo determinado, não constituem em
absoluto uma massa psicológica.

Quais são as características de uma massa psicológica?

“Os indivíduos que a compõem, sejam ou não semelhantes seu


gênero de vida, suas ocupações, seu caráter ou sua inteligência, só
o fato de haverem se transformado em uma massa os dotas de
uma espécie de alma coletiva. Esta alma os faz sentir, pensar e
atuar de um modo totalmente diferente do modo de sentir, pensar
e atuar de cada um deles em separado... No agregado que constitui
uma massa não há em absoluto uma soma nem um meio dos
elementos, mais sim uma combinação e criação de novos
elementos. O indivíduo perde assim, de algum modo, sua
personalidade e parece submergido, no seio da massa atuante, em
um estado particular, muito próximo a hipnose”.
Composição e Explicação da Técnica
BHASTRIKA PRANAYAMA (Respiração do Fole)

Técnica:

1. Inspire projetando o abdômen para frente.

2. Expire, vigorosamente, puxando o abdômen para dentro.

3. Ritmo, 1:1 (um para inspirar, um para expirar).

4. Os movimentos abdominais devem ser sincronizados com os


respiratórios.

5. Devem ser feitos 30 movimentos respiratórios.

6. É importante que o fluxo do ar se faça por ambas as narinas.

7. Depois de cada exercício deve ser feito uma respiração


profunda.

Atenção:

Pessoas com hipo ou hipertensão arterial não devem fazer este


Pranayama, bem como pessoas com problemas oculares, como
desprendimento da retina e glaucoma.

Benefícios:

Tonifica o sistema nervoso. Incrementa a circulação para todo o


corpo e aumenta a temperatura, eliminando todas as impurezas
pelo suor.

Rompe os três Granthis (Nós): Brahma no Muladhara, Vishnu no


Anahata e Rudra no Ajna, permitindo assim que a Kundalini suba
através da Sushumna Nadi até o Sahasrara Chakra (maiores
detalhes sobre os Granthis nas páginas nº 51 a 55).
KAPALABHATI (Crânio Brilhante)

Técnica:

1. Inspire lentamente, projetando o abdômen para frente.

2. Expire vigorosamente, puxando o abdômen para dentro.

3. Ritmo, 4:1 (quatro para inspirar, um para expirar).

4. É importante que o fluxo do ar se faça por ambas as narinas.

Benefícios:

1- PULMÕES

A sucessão rápida de expulsões consegue expelir o ar residual,


constituindo assim um processo de limpeza total dos pulmões
(alvéolos pulmonares), purificando e mantendo a flexibilidade da
esponja pulmonar.

2- CO²

Provoca uma rejeição maciça de CO², cuja taxa no sangue baixa


rapidamente. Esta diminuição de CO² é anormal, mas benéfica,
pois permite as células se livrarem facilmente do excesso que elas
produzem vivendo. O que não ocorre quando o sangue circula
lentamente. O nível de CO² restabelece-se automaticamente
depois do exercício.

3- CÉLULAS

Concomitantemente, o sangue satura-se de oxigênio, permitindo


às células fixarem a sua parte e rejeitar o CO², resultando um
acréscimo da atividade celular, o que se manifesta por uma
sensação de calor.

4- ORGÃOS ABDOMINAIS

Massageia e tonifica todas as vísceras abdominais,


particularmente o tubo digestivo e as glândulas anexas,
aumentando o peristaltismo intestinal e evitando a prisão de
ventre, seja ela de natureza espástica ou atônica.

5- SISTEMA NERVOSO

A forte oxigenação do sangue e a baixa de CO², que é um


excitante natural do centro respiratório, acalma (o centro
respiratório), o que repercute sobre o Sistema Neurovegetativo.

6- CÉREBRO
É fato comprovado que a respiração modifica o volume do
cérebro. Durante a inspiração , quando os pulmões se enchem de
ar, o cérebro diminui de volume; e durante a expiração o cérebro
aumenta de volume, e a amplitude do movimento é proporcional à
dos movimentos respiratórios.

O cérebro comporta-se como uma massa esponjosa que se


reduziria e encheria segundo o ritmo respiratório. E, devido a este
duplo movimento, influencia os fluidos cerebrais e principalmente
a circulação do sangue. Por este motivo Kapalabhati produz uma
verdadeira massagem no cérebro, abrindo todos os capilares e
vivificando todas as células cerebrais, incluindo as glândulas
endócrinas Hipófise e Pineal.

Limpa as Nadis e o Manipura.

AGNI-SARA (Purificação com o Fogo)

Técnica:

1. Inspire, projete o abdômen para frente.

2. Expire, puxando o abdômen para dentro.

3. Sem ar nos pulmões, movimente a musculatura abdominal


para dentro e para fora em movimentos rápidos e sucessivos.

4. Devem ser feitos 30 movimentos abdominais.


5. Não esqueça de fazer uma respiração profunda ao término do
exercício.

Benefícios:

Estimula o fígado, o baço, rins e pâncreas. Reduz a gordura


abdominal e a prisão de ventre.

Limpa e desobstrui o Kanda.

SHÍTALI PRANAYAMA (Pranayama Frio ou


Refrescante)

Técnica:

1. Abrir a boca, arredondando os lábios.

2. Fazer um “tubo” com língua trazendo-a para fora da boca.

3. Os dentes ficam semicerrados encostados na língua.

4. Inspirar através da língua, que deve estar úmida e em forma


de tubo, enchendo bem os pulmões.

5. A passagem do ar pela língua deve fazer um som sibilante.

6. Depois de efetuada a inspiração, recolha a língua.

7. Expire lentamente, passando o ar pela glote como em Ujjayi


Pranayama.

Atenção:

Este Pranayama pode ser feito por pessoas hipertensas sem a


retenção e é contra-indicado para pessoas com problemas nas vias
respiratórias, tais como, laringite, traqueíte e rouquidão e,
também, para casos de insuficiência cardíaca.

Benefícios:

Purifica o sangue. Ajuda a minorar a sede, a fome, e refresca o


sistema na época do calor. Cura a dispepsia crônica (má digestão),
inflamação do fígado e desordens biliares.

A prática persistente purifica de tal forma o sangue que nem o


veneno de uma Naga poderá afetar o corpo do Yogi. Em outras
palavras é dito que a prática constante de Shitali Pranayama
mantém a alcalinidade do sangue.

No livro “O Labirinto Humano” à página 34, o Dr. Baker


descreve o resultado das investigações do Dr. Willian Reich:

“Que é que produz a contração muscular e a sustenta? Suas


investigações (do Dr. Reich) levaram-no ao domínio do Sistema
Nervoso Vegetativo e antítese básica desse funcionamento
vegetativo. A excitação do sistema nervoso Simpático causa a
contração, vivenciada como ANSIEDADE. A excitação
Parassimpática conduz a expansão vivida como PRAZER.
Portanto, é uma simpaticotonia crônica (ou hipertonia do
simpático, modernamente, fala-se de um stress crônico) que
produz e mantem a couraça, que por sua vez sustenta a neurose.

É interessante observar que, a nível químico, o Parassimpático é


funcionalmente identificado com a ALCALINIDADE, com os
íons de sódio e de potássio, ao passo que o Simpático tem
afinidade com a ACIDEZ e com os íons de cálcio.”
Bandhas
Bandha significa limitação, aprisionamento, juntar-se, restringir
ou tomar conta.

São chaves que se utilizam em determinadas posturas para que


certos órgãos ou partes do corpo sejam contraídos e controlados.
Sem a utilização das Bandhas a prática do Pranayama perturba o
fluxo do Prana e danifica o sistema nervoso.

As Bandhas ajudam a distribuir a energia e a evitar o desgaste


pela hiperventilação do corpo. Elas são praticadas para acordar a
Kundalini, que está adormecida, e direcionar sua energia para
cima, através da Sushumna Nadi, durante os Pranayamas.

Seu uso é essencial para a experiência do estado de Samadhi.

MULA BANDHA (A Bandha da Raiz)

Técnica:

1. Inspire, contraia os esfínteres do ânus e do sexo.

2. Não esqueça de puxar a musculatura do reto para dentro do


corpo.

3. Retenha a respiração por um tempo confortável.


4. Expire e relaxe a musculatura.

Benefícios:

Esta Bandha ajuda a transformar a energia sexual em “Ojas


Sakti”, energia espiritual. Previne a espermatorréia e ajuda a
contemplação e a meditação. Limpa e tonifica os intestinos.

“Quando o Apana é forçado para cima e alcança o Agni no


Manipura, a chama deste se alonga e é avivada por Vayu.

Agni e Apana se misturam com o Prana do Anahata, provocando


uma onda de calor que aquece todo o corpo. Através deste Agni,
que é muito violento, cresce no corpo o fogo flamejante que
desperta a adormecida Kundalini. Então, ELA produz um ruído
sibilante, torna-se ereta como uma serpente e penetra na
Brahmanadi.”

Segundo a nossa fisiologia Mula Bandha contrai e fortifica o forro


pélvico, que é formado principalmente dos músculos eretores do
ânus (Lavatores Ani) e dos músculos coccígeos, permitindo à rede
muscular resistir à pressão desenvolvida pelo empurrão de cima
para baixo do diafragma, resultando daí um aumento de pressão
intra-abdominal com todas as boas repercussões para esta região.
Estimula a parte sacra e pélvica do sistema Parassimpático, sendo
importante a sua utilização nas práticas de Pranayama
(principalmente na fase de Kumbaka=retenção), quando o
Parassimpático é excitado na sua origem, no bulbo e na base do
cérebro, permitindo, assim, uma exitação total do sistema,
aumentando as funções anabólicas do organismo.
O Dr. Rama Poldeman, médico e yogaterapeuta holandês, lembra
a importância que os Yogis dão à glândula coccígea de Luschka,
pouco conhecida por nós. Diz ele que esta glândula assemelha-se
ao “corpo carótido” situado no pescoço perto da artéria carótida,
que exerce uma influência sobre a tensão arterial, a respiração e o
sono. O “corpo coccígeo” desempenha uma função análoga e,
durante a prática de Mula Bandha, as suas terminações nervosas
são estimuladas.

UDDIYANA BANDHA (Bandha de elevar-se ou voar


para cima)

Técnica:

1. Inspire projetando o abdômen para frente.

2. Expire, eleve o diafragma até o torax e contraia os músculos


abdominais o máximo possível, pressionando os órgãos
abdominais contra a coluna vertebral.

3. Permaneça nesta posição, com os pulmões vazios, o maior


tempo possível.

4. Inale e relaxe a musculatura abdominal.

5. Uddiyana só deve ser executado durante a Bahya Kumbhaka


(pulmões vazios).
Benefícios:

É ótimo exercício para o abdomem, ajuda a acabar com a prisão


de ventre, má digestão e perturbações do fígado.

“Quando os músculos abdominais são pressionados e levantados


para debaixo das costelas, esse movimento encaminha o Prana
para a Nadi Saraswati, e energizando-a fortemente atinge o
Manipura, aumentando a temperatura em todo o corpo de tal
forma que desperta a Kundalini.”

O aumento do fogo gástrico (Jatharagni) remove as doenças dos


órgãos abdominais.

JALANDHARA BANDHA (A Bandha da Rede)

Técnica:

1. Baixe a cabeça fazendo pressão com o queixo no garfo do


esterno.

2. Inspirar e expirar nesta posição.

Dizem os livros do Yoga:

- Shiva Samhita, Cap.IV,Vers.38:

“O queixo deve estar apoiado no peito, fechando a rede das


artérias do pescoço, é o que se chama -contração da rede- (rede de
Nadis) difícil até mesmo para os deuses.”

- Hatha-Yoga Pradipika, Cap.III,Vers.69/1:

“Depois de ter contraído a garganta, o adepto fixará firmemente o


queixo sobre o peito. Esta Bandha chama-se Jalandhara porque
comprime as artérias que vão ao cérebro e pára o fluxo de néctar
correndo para baixo.”

- Yoga Chudamany Upanisad, Sloka, 51:

“Devido a Jalandhara Bandha, que contrai a cavidade da


garganta, o néctar que desce do Lotus de Mil Pétalas não é
queimado no fogo digestivo (Jatharagni) e, controlando as forças
vitais, acorda a Kundalini.”

- Shiva Samhita, Cap. IV, Vers. 39:

“O Yogi deve comprimir os dois nervos carotidianos

(2 lados do pescoço). Assim manifesta-se o Brahman puro e o


adepto conhece a felicidade.”

Benefícios:

Esta Bandha desobstrui as passagens nasais e regula o fluxo do


sangue e da energia (Prana) para o coração, cabeça e glândulas
endócrinas no pescoço (tireóide e paratireóide).

Se o Pranayama é executado sem esta Bandha imediatamente se


sente uma pressão no coração, cérebro, globos oculares e dentro
do ouvido, motivado pela pressão do ar nas Trompas de Eustáquio
(canal que comunica a faringe com a caixa do tímpano).

Jalandhara Bandha estimula o Plexo Cardíaco (Anahata) e


impede o Prana que reside no Anahata de subir, encaminhando-o
para a Susumna Nadi, e não permite que o Néctar que exuda do
Ajna seja queimado por Agni do Manipura, estimulando assim a
Kundalini a bebê-lo.

De acordo com a nossa fisiologia esta Bandha age da seguinte


forma:

1° Sobre o coração:

Durante a retenção da respiração o coração não deve acelerar.


Pelo contrário, os batimentos devem diminuir e estabelecer-se um
ritmo possante, calmo e regular. Para percebermos como
Jalandhara regulariza a atividade cardíaca, devemos visualizar o
pescoço, região estratégica que comporta um número
impressionante de artérias, de veias e de centros nervosos, sem
esquecer a glândula tireóide.

2° Artéria carótida

A artéria carótida passa no pescoço e é o vaso sanguíneo mais


importante para a irrigação do cérebro (daí sua importância vital).
No pescoço, a artéria mãe bifurca e forma o sinus carotidiano que
tem paredes muito finas, o que o torna muito sensível a qualquer
pressão. Dos sinus carotidianos - um de cada lado- saem nervos, e
comprimindo esse lugar, modifica-se consideravelmente a
atividade do cérebro, assim como determinados estados de
consciência.

A nossa fisiologia ensina que nos sinus carotidianos, existem


feixes nervosos e baroreceptores ultrasensíveis a toda modificação
nessa zona, e principalmente todo o aumento de pressão produz,
por via reflexa, uma baixa de tensão arterial e um afrouxamento
dos batimentos do coração. Ora, as retenções prolongadas da
respiração geram precisamente um aumento da tensão arterial e
uma aceleração das pulsações cardíacas, podendo até provocar
palpitações.

Jalandhara Bandha tem como missão proteger o coração e o


sistema vascular contra os efeitos nocivos das retenções
prolongadas da respiração.

3° Região cervical da coluna vertebral

Quando o queixo estiver colocado no esterno (garfo), a pessoa


sente um alongamento nítido da nuca – das cervicais – que se
prolonga até aos músculos dorsais. Se o resto da coluna vertebral
está na posição correta, o alongamento da nuca exerce uma tração
sobre a espinha que estimula todos os centros nervosos raquianos.
Devido a esta Bandha, o alongamento cervical liberta os nervos
raquianos e age sobre o Bulbo Cefaloraquiano, que inclui os
centros respiratórios e cardíacos, regulando a vasomotricidade e
determinados metabolismos essenciais.

Assim Jalandhara exerce, pela posição do pescoço prolongado,


uma ação sobre o centro respiratório, que é fortemente excitado
quando das retenções da respiração.
Bulbo Raquiano = A parte do eixo cérebro espinhal entre a
medula e o cérebro.

4° Comprimir a tireóide

Uma ação importante devido a compressão do pescoço pelo


queixo produz-se ao nível da tireóide. Os hipertireóidianos devem
abster-se desta Bandha e até da prática do Pranayama sendo
interessante fazerem a respiração do Yoga.


Mudra
O Livro Nirvana Tantra descreve 108 Mudras.

Mudras são gestos sagrados que servem para imobilizar o Prana


em determinadas regiões. Modernamente, podemos traduzir
Mudra como gestos neuro-musculares.

Mudra é uma palavra composta (Mu + Dra). Mu deriva de Mukti


(liberação) e Dra deriva de Dadati (aquilo que ou aquele que
dá...).

1º. ASVINI MUDRA (A Mudra do Domador do


Cavalo)

Técnica:

1. Inspire, retenha a respiração, contraia os esfínteres do ânus e


puxe para dentro do corpo a musculatura lisa do reto.

2. Exale e relaxe.

Benefícios:

Estimula os sistemas nervosos central e simpático, através das


terminações nervosas dos esfíncteres anais.

Estimula o Muladhara Chakra.


2º. KAKI MUDRA (A Mudra do Corvo)

Técnica:

1. Feche as narinas com os polegares, estique e junte todos os


outros dedos das mãos, imitando o bico de um corvo, ou um
triângulo com o vértice voltado para cima.

2. Os cotovelos ficam elevados à altura dos ombros.

3. Inspire pela boca fazendo um tubo com a língua (Sitali


Pranayama).

4. Retenha a respiração, infle as bochechas e feche os olhos.

5. Faça Jalandhara Bandha (queixo no garfo do esterno) e Mula


Bandha (contração da musculatura do ânus e do sexo) e,
simultaneamente, coloque as pontas dos dedos voltados para
baixo (vértice do triângulo voltado para baixo).

6. Permaneça nesta posição, com os pulmões cheios e as


contrações musculares o maior tempo possível.

7. Exale, levantando a cabeça e desfazendo as Bandhas.

Benefícios:

O (triângulo com ponta para cima) representa Shiva, a força


positiva. O (triângulo com ponta para baixo) representa a Shakti, a
força negativa. Os opostos que se completam. Representa a
atuação harmoniosa destas forças em nosso corpo com a
finalidade de nos equilibrar física e psiquicamente.

Através de Jalandhara Bandha se envia o Prana para baixo,


através de Mula Bandha não se deixa o Apana sair. Ambos se
encontram no Mukta Triveni (solto, liberado) e tentam subir pela
Sushumna Nadi (o único caminho), vivificando todos os Chakras.

3º. YONI MUDRA ou SANMUKHI MUDRA (A Mudra


da Origem ou a Mudra das seis Aberturas)

Técnica:

1. Coloque os dedos polegares fechando os ouvidos, os dedos


indicadores sobre os olhos fechados (sem pressioná-los com muita
força), os médios fechando as narinas, os anulares acima do lábio
superior e os mínimos abaixo do lábio inferior.

2. Os cotovelos ficam elevados à altura dos ombros.

3. Inspire pela boca fazendo um tubo com a língua (Sitali


Pranayama).

4. Retenha a respiração, infle as bochechas e feche os olhos.

5. Faça Jalandhara Bandha (queixo no garfo do esterno) e Mula


Bandha (contração da musculatura do ânus e do sexo).
6. Permaneça nesta posição, com os pulmões cheios e as
contrações musculares o maior tempo possível.

7. Exale, levantando a cabeça e desfazendo as Bandhas.

Benefícios:

Yoni significa útero ou fonte, e se refere ao ABSOLUTO


(Brahmam), fonte de toda a vida. Sanmukhi significa seis (6)
orifícios.

Yoni Mudra representa a abstração dos sentidos (Pratyahara). O


fechamento das portas para o mundo exterior para a busca do ser
interior.
Músculos e Articulações
Através dos exercícios vamos trabalhando grupos de músculos,
feixes nervosos e articulações para darmos maior elasticidade e
tonicidade muscular. Depois de afrouxada toda a couraça
muscular, vamos energizando os centros vitais através do
chamado “Caminho da Criação” (Srsti Krama).

Esses exercícios ajudam de uma maneira eficiente a equilibrar


aquilo que na Índia é chamado de “AS 3 DOSHAS” pela medicina
tradicional hindu: Ayurveda.

VATA = Ar PITTA = Fogo KAPA = Terra

Ajudam a eliminar não só os gases intestinais e gástricos, mas


também aquele vento que, por causa de reações químicas
deficientes no organismo, forma-se em qualquer parte do corpo,
principalmente nas articulações.

Este vento e gás nas articulações causa rigidez e dores reumáticas,


que se movem de um lugar para outro. Mesmo os ossos estão
sujeitos a essas aflições por falta de cálcio, ou por excesso de
ácido úrico no sistema.


Yoga Sthula Vyayama
São exercícios mais vigorosos do que os de Yoga Suksma ,
requerendo maior esforço físico. São muito bons para o
desenvolvimento muscular e estimulação física em geral.

São mais cinco (5) exercícios que visam principalmente:

1. Desenvolvimento da concentração

2. Atividade rítmica de diferentes grupos musculares

3. Exercitar todos os músculos articulares (grupos)

4. Respiração profunda.

Os exercícios de Yoga Suksma e Sthula Vyayama acabam sempre


com três sonoras gargalhadas. O que nos faz lembrar a
recomendação do Dr. Robert Svoboda no livro “Prakrti-Your
Ayurvedic Constitution” à página 111, onde ele recomenda:

“Se você não puder fazer exercícios, ao menos dê gargalhadas. A


gargalhada queima calorias, melhora a função do pulmão, oxigena
o sangue, convida o Prana a entrar no sistema, libera endorfinas e
fortifica o sistema imunológico”.


Exercícios de Yoga Suksma e
Sthula Vyayama

1. UCCARANA-STHALA TATHA VISHUDDHA-CHAKRA


SUDDHI

Limpeza da faringe
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos.
Fazer a “abertura da glote”, isto é, medir 6 dedos a partir do
garfo do esterno para cima e posicionar a cabeça. Braços ao
lado do corpo.
Nessa posição realizar o Bhastrika Pranayama por trinta
vezes, deixando a mente concentrada no centro do pescoço,
região do Vishuddha Chakra.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

2. PRARTHANA

(Prece)
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
fechados.
Mãos em posição de prece com os polegares fazendo leve
pressão no centro do osso Esterno. Respiração normal.
Concentração na região entre as sobrancelhas, região do Ajna
Chakra.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

3. BUDDHI TATHA DHRTI-SHAKTI VIKASAKA


Desenvolvimento da mente e da força da força de vontade

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inclinar a cabeça para trás, alongando o pescoço. Nessa
posição realizar trinta vezes o Bhastrika Pranayama com a
mente concentrada no topo da cabeça, região do Sahasrara
Chakra.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.


4. SMARANA-SHAKTI VIKASATA

Desenvolvimento da memória

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inclinar levemente a cabeça para frente, de forma que o olhar
recaia a 1,50m na frente dos pés. Concentração na nuca –
entre o ossos Parietal e Occipital – , região do
Brahmarandhra.
Nessa posição, realizar trinta vezes o Bhastrika Pranayama.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

5. MEDHA-SHAKTI VIKASAKA

Desenvolvimento do poder de determinação

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Fazer Jalandhara Bandha, inclinando a cabeça até que o
queixo toque no garfo do osso Esterno. Concentração no
centro da cabeça no Manas Chakra.
Nessa posição, realizar o Bhastrika Pranayama por trinta
vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

6. NETRA-SHAKTI VIKASAKA

Melhorando a visão

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Cabeça inclinada totalmente para trás. Olhar, envesgando os
olhos, para a região entre as sobrancelhas (Ajña Chakra).
Quando os olhos pestanejarem ou lacrimejarem, fecha-los.
Retornar a cabeça até a posição normal. Friccionar as mãos
aquecendo-as. Pousar as mãos em forma de concha sobre os
olhos fechados. Antes de abrir, massagear com o polegar na
parte cima dos olhos e com o indicador na parte de baixo.
Relaxar os braços e fazer uma respiração profunda.

7. KAPOLA-SHAKTI VARDHAKA

Kaki Mudra ou Mudra do corvo


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Fazer Kaki Mudra unindo as pontas dos dedos
correspondentes, menos os Polegares. A união dos dedos
esticados lembrará um triângulo com um vértice voltado para
cima ou o bico de um corvo.
Nessa posição, realizar uma inspiração em Shitali
Pranayama. Reter o ar. Inflar as bochechas. Fazer
Jalandhara Bandha. Voltar o vértice do triângulo formado
pela ponta dos dedos unidos para baixo. Fazer Mula Bandha.
Perseverar na posição enquanto puder reter o ar nos pulmões
de maneira confortável. Manter as costas eretas.
Quando não puder mais reter o ar, desfaça as Bandhas, volte
a cabeça até posição normal e solte o ar pelas narinas. O
vértice do triângulo formado pelos dedos unidos voltará a
ficar voltado para cima.
Repetir o movimento por mais duas vezes, sem realizar
respirações extras entre um e outro.
Após a terceira vez, relaxar os braços e fazer uma respiração
profunda.

8. KARNA-SHAKTI VARDHAKA

Yoni Mudra ou Sanmukhi Mudra


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Fazer Yoni Mudra fechando os ouvidos com os dedos
polegares; os olhos, sem pressionar, com os dedos
indicadores; as narinas com os dedos médios; e com os dedos
anelares e mínimos acima e abaixo dos lábios,
respectivamente, fechando a boca.
Nessa posição, fazer uma inspiração em Shitali Pranayama.
Reter o ar nos pulmões. Inflar as bochechas. Fazer
Jalandhara Bandha e Mula Bandha.
Perseverar na posição enquanto puder reter o ar nos pulmões
de modo confortável. Manter as costas eretas.
Quando não puder mais reter o ar, desfaça as Bandhas, volte
a cabeça até a posição normal e solte o ar pelas narinas.
Repetir o movimento por mais duas vezes, sem realizar
respirações extras entre um e outro.
Após a terceira vez, relaxar os braços e fazer uma respiração
profunda.

9. GRIVA-SHAKTI VIKASAKA I e II

Desenvolvimento do vigor do pescoço.


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo. Respiração normal.
Com concentração no centro do pescoço, região do
Vishuddha Chakra, movimentar o pescoço e a cabeça nos
seguintes sentidos:

1. Lateral – Inclinar lateralmente, sempre alternando os lados,


como se quisesse encostar cada orelha no ombro correspondente.

2. Para frente e para trás – Inclinar para frente indo com o queixo
até o garfo do osso Esterno e para trás soltando bem a cabeça.

3. Torcer – Torcer na altura das vértebras cervicais, sempre


alternando os lados, até que o queixo fique alinhado a cada
ombro.

4. Girar – Começando com o queixo apoiado no garfo do osso


Esterno, girar a cabeça no sentido horário e depois no sentido
anti-horário.

Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

10. GRIVA-SHAKTI VIKASAKA III

Desenvolvimento do vigor do pescoço


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Com a atenção na região do centro do pescoço (Vishuddha
Chakra), tencionar a musculatura do pescoço e do queixo
enquanto respira normalmente.
Relaxar toda a área e fazer uma respiração profunda.

11. SKANDHA TATHA BAHU-MULA SHAKTI VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos ombros e articulações


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Cerrar os punhos com os polegares por dentro. Fazer uma
inspiração em Shitali Pranayama. Reter o ar. Inflar as
bochechas. Fazer Jalandhara Bandha.
Nessa posição, movimentar os ombros para cima e para
baixo (em torno de 25 vezes). Ao terminar desfazer as
Bandhas e com a cabeça na posição normal, exalar o ar pelas
narinas.
Repetir o movimento por três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

12. BHUJA-BANDHA-SHAKTI VIKASAKA

Fortalecimento dos antebraços

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Cerrar os punhos com os polegares por dentro.Dobrar os
braços na altura dos cotovelos, formando um ângulo de 900
entre braços e antebraços.
Inalar e esticar os braços à frente na altura dos ombros.
Exalar e voltar a posição inicial, sempre de modo vigoroso.
Repetir por 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

Observação:

Não deixar que, ao exalar, os cotovelos ultrapassem a linha do


corpo para trás. Ao esticar os braços, esses devem ficar paralelos
ao chão.

13. KAPHONI-SHAKTI-VIKASAKA I

Desenvolvimento do vigor dos cotovelos


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo com as palmas das mãos
voltadas para frente. Cerrar os punhos com os polegares por
dentro.
Inalar ao flexionar os cotovelos, levantando os antebraços até
que as mãos cheguem a altura dos ombros. Exalar e voltar a
posição inicial. Realizar o movimento de forma vigorosa.
Repetir por 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.


14. KAPHONI-SHAKTI-VIKASAKA II

Desenvolvimento do vigor dos cotovelos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo com as palmas das mãos
voltadas para frente. Mãos abertas com os dedos esticados e
unidos.
Inalar ao flexionar os cotovelos, levantando os antebraços até
que as mãos cheguem a altura dos ombros. Exalar e voltar a
posição inicial. Realizar o movimento de forma vigorosa.
Repetir por 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

15. BHUJA-VALLI-SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos braços

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Ao inalar, elevar todo o braço esticado para cima. No
movimento a palma da mão ficará voltada para fora do
corpo. Exalar abaixando o braço esticado até a posição
inicial sem bater na coxa. Repetir por 15 vezes.
Repetir por 15 vezes com o outro braço e depois com os dois
braços simultaneamente. Ter o cuidado de não deixar as
mãos baterem nas coxas, ao exalar, ou os braços
ultrapassarem a linha dos ouvidos, ao inalar.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda

16. PURNA-BHUJA-SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos braços


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Colar a palma da mão esquerda na lateral da coxa esquerda.
Fechar a mão direita com o polegar por dentro.
Nessa posição, inspirar, reter o ar, rodar o braço direito
esticado na articulação do ombro, para frente por 15 vezes.
Com o braço direito esticado a frente, exalar vigorosamente
enquanto dobra o braço na altura do cotovelo para trás. Não
deixar o cotovelo ultrapassar a linha do corpo.
Repetir o movimento com mesmo braço fazendo a rotação
no sentido inverso.
Repetir todo o movimento com o braço esquerdo (rotação
para frente e para trás) e logo após, com os dois braços
simultaneamente.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

17. MANI-BANDHA-SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos pulsos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos.
Fechar as mãos, polegares por dentro. Esticar os braços à
frente do corpo. Movimentar as mãos para cima e para baixo
por 15 vezes. O movimento se dá na altura dos punhos.
Flexionar os braços na altura dos cotovelos lateralmente e
repetir o movimento por mais 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

18. KARA-PRSTHA-SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor das costas das mãos


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos.
Dedos das mãos unidos e esticados. Esticar os braços à frente
do corpo. Movimentar as mãos para cima e para baixo por 15
vezes. O movimento se dá na altura dos punhos.
Flexionar os braços na altura dos cotovelos lateralmente e
repetir o movimento por mais 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

19. KARA-TALA-SHAKTI-VIKASAKA
Desenvolvimento do vigor das palmas das mãos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos.
Dedos das mãos ficam separados e esticados. Esticar os
braços à frente do corpo. Movimentar as mãos para cima e
para baixo por 15 vezes. O movimento se dá na altura dos
punhos.
Flexionar os braços na altura dos cotovelos lateralmente e
repetir o movimento por mais 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

20. ANGULI-MULA-SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor das juntas dos dedos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos.
Esticar os braços à frente do corpo. Fechar os olhos. Deixar
as mãos relaxadas. Dedos soltos.
Fixar a atenção no fluxo da energia que vem do centro do
peito (Anahata Chakra) até a ponta dos dedos.
Flexionar os braços na altura dos cotovelos e continuar a
concentração.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

21. ANGULI-SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos dedos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços esticados à frente do corpo.
Mãos no formato de garras de tigre. Inspirar flexionando os
braços na altura dos cotovelos. Palmas das mãos voltadas
para frente.
Expirar com vigor e rapidez, esticando os braços à frente.
Durante todo o movimento as mãos ficam no formato de
garras.
Repetir por cinco vezes o movimento.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

22. VAKSA-STHALA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor do tórax


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Concentrado no centro do osso Esterno (região do Anahata
Chakra), inspirar elevando os braços esticados, palmas das
mãos para frente, enquanto arqueia o tronco para trás e
projeta a pélvis para frente, glúteos contraídos. A cabeça
acompanha o movimento do tronco para trás. Não permitir
que os joelhos dobrem.
Reter o ar nos pulmões enquanto for possível, sem excesso.
Expirar voltando a posição inicial.
Repetir todo o movimento por três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

23. VAKSA-STHALA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor do tórax

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Concentrado no centro do osso Esterno (região do Anahata
Chakra), inspirar elevando os braços esticados de forma que
eles descrevam arco para trás, até que as mãos fiquem
esticadas para baixo atrás do corpo. O tronco ficará arqueado
para trás e a pélvis projetada para frente, glúteos contraídos.
A cabeça acompanha o movimento. Não permitir que os
joelhos dobrem.
Reter o ar nos pulmões enquanto for possível, sem excesso.
Expirar voltando a posição inicial.
Repetir todo o movimento por três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

24. UDARA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar e expirar tirando todo o ar dos pulmões. Sem ar,
contrair e elevar os músculos abdominais para debaixo das
costelas. Permanecer sem ar e com a contração o quanto for
possível, sem excesso. Concentrar no centro do umbigo
(Manipura Chakra).
Quando precisar, inspire profundamente relaxando a
contração.
Repetir o movimento por três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

25. UDARA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para
frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia.
Cotovelos apontam para trás.
Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 60o entre
os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar o
Bhastrika Pranayama por 30 vezes com a mente concentrada
no Manipura Chakra.
Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda.

26. UDARA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para
frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia.
Cotovelos apontam para trás.
Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 90o entre
os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar o
Bhastrika Pranayama por 30 vezes com a mente concentrada
no Manipura Chakra.
Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda.

27. UDARA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para
frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia.
Cotovelos apontam para trás.
Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 60o entre
os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar Agni
Sara, movimentando os músculos abdominais por 30 vezes.
Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda.

28. UDARA SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos músculos abdominais

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Mãos na cintura com os polegares voltados para
frente do corpo e os outros dedos nos ossos da bacia.
Cotovelos apontam para trás.
Dobrar o corpo para frente formando um ângulo de 90o entre
os quadris e as pernas esticadas. Nessa posição, realizar Agni
Sara, movimentando os músculos abdominais por 30 vezes.
Voltar a posição inicial e fazer uma respiração profunda.

29. KATI SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor das costas

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Segurar com a mão esquerda o pulso da mão direita fechada,
polegar para dentro.
Nessa posição, inspirar enquanto dobra o corpo para trás.
Glúteos contraídos para projetar a pélvis bem para frente.
Pernas esticadas.
Voltar expirando, trazendo as costas retas até que o tronco
fique paralelo ao chão. Daí em diante, relaxar os ombros, as
costas e a cabeça.
Realizar cinco movimentos segurando o pulso da mão direita
e mais cinco segurando o pulso da mão esquerda.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

30. KATI SHAKTI-VIKASAKA II

Desenvolvimento do vigor das costas


De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Afastar
as pernas de seis a sete palmos. Mãos na cintura com os
polegares voltados para frente do corpo e os outros dedos nos
ossos da bacia. Cotovelos apontam para trás.
Nessa posição, inspirar enquanto dobra o corpo para trás.
Glúteos contraídos para projetar a pélvis bem para frente.
Pernas esticadas.
Voltar expirando, trazendo as costas retas até que o tronco
fique paralelo ao chão. Daí em diante, relaxar os ombros, as
costas e a cabeça.
Realizar cinco movimentos
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

31. KATI SAKTI-VIKASAKA III

Desenvolvimento do vigor das costas

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar enquanto eleva os braços até a altura dos ombros
pela frente do corpo.
Visualizar que com a expiração estaremos limpando a região
do Manipura Chakra, chakra das emoções. Expirar rápida e
vigorosamente.
Repetir o movimento por cinco vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

32. KATI SHAKTI-VIKASAKA IV

Desenvolvimento do vigor das costas

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar e elevar lateralmente os braços até a altura dos
ombros, palmas voltadas para baixo. Expirar e inclinar
lateralmente o tronco o quanto puder para direita. Inspirar
retornando a posição inicial. Expirar e inclinar lateralmente o
tronco para o lado esquerdo. Inspirar voltando a posição
inicial.
Repetir cinco vezes para cada lado, sempre alternando os
lados.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

33. KATI SHAKTI-VIKASAKA V

Desenvolvimento do vigor das costas


De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços
ao lado do corpo. Pés afastados por dois palmos. Quadris
encaixados.
Elevar os braços estendidos à frente do corpo, inspirando.
Expirar e torcer o tronco para o lado direito; os braços
seguem o movimento para trás, assim como a cabeça.
Inspirar voltando a posição inicial. Expirar e torcer o tronco
para o outro lado.
Repetir o movimento com vigor por 15 vezes para cada lado,
sempre alternando os lados.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

34. MULADHARA-CHAKRA SUDDHI

Tonificando os intestinos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar, reter o ar e contrair os glúteos e a musculatura do
Reto. Permanecer enquanto puder ficar com o ar retido nos
pulmões. Quando precisar respirar, relaxar a contração e
soltar o ar.
Repetir três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

35. UPASTHA-TATHA SVADHISTHANA-CHAKRA SUDDHI

Limpando e tonificando os intestinos

De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços


ao lado do corpo. Pés afastados por dois palmos.
Inspirar, reter o ar, enquanto contrai os glúteos, a
musculatura do Reto e do sexo; as mulheres fecham o canal
vaginal e os homens puxam os testículos para perto do corpo.
Permanecer enquanto puder ficar com o ar retido nos
pulmões. Quando precisar respirar, relaxar a contração e
soltar o ar.
Repetir três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

36. KUNDALINI SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do poder da Kundalini


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Golpear a região dos glúteos com os calcanhares, alternando
perna direita e esquerda, com vigor.
Repetir 15 vezes cada perna, sempre alternando.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

37. JANGHA SHAKTI-VIKASAKA I

Desenvolvimento do vigor das coxas


1° Movimento:

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar enquanto eleva os braços esticados lateralmente para
cima e afasta as pernas lateralmente com um salto. Exalar
voltando os braços a posição inicial enquanto as pernas se
unem com um salto.
Ao saltar, ter cuidado de não bater com os calcanhares no
chão, nem bater as mãos entre si ou nas coxas. Não dobrar os
joelhos.
O movimento deve ser realizado com vigor por 15 vezes
ininterruptamente.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

2° Movimento

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar enquanto eleva os braços esticados lateralmente para
cima.
Exalar trazendo os braços para a posição inicial, ao mesmo
tempo em que afasta as pernas com um salto. Inspirar
elevando os braços e saltando para que as pernas voltem a se
unir.
Ao saltar, ter cuidado de não bater com os calcanhares no
chão, nem bater as mãos entre si ou nas coxas. Não dobrar os
joelhos.
O movimento deve ser realizado com vigor por 15 vezes
ininterruptamente.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

38. JANGHA SHAKTI-VIKASAKA II

Desenvolvimento do vigor das coxas


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar e elevar os braços pela frente do corpo até a altura
dos ombros. Palmas das mãos voltadas para baixo. Exalar e
dobrar os joelhos até que as coxas fiquem paralelas ao chão.
Costas retas.
Manter-se na posição por três respirações e voltar a posição
inicial inspirando.
Repetir três vezes o movimento.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

39. JANGHA SHAKTI-VIKASAKA III

Desenvolvimento do vigor das coxas


De pé. Pés bem unidos. Corpo ereto. Ombros para trás.
Olhos abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar e elevar os braços esticados lateralmente até a altura
dos ombros, palmas das mãos voltadas para baixo, enquanto
eleva os calcanhares. Exalar e dobrar os joelhos, afastando-
os lateralmente com cuidado para não desencaixar a pélvis.
Manter-se na posição por três respirações e voltar a posição
inicial inspirando.
Repetir três vezes o movimento.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.


40. JANU SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos joelhos

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Transferindo o peso do corpo para a perna direita, “chutar
sem bola” ininterruptamente por 15 vezes, procurando atingir
os glúteos com o calcanhar.
Repetir o movimento com a perna esquerda.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

41. PINDALI SHAKTI-VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor das panturrilhas

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Inspirar e elevar os braços esticados pela frente do corpo até
a altura dos ombros. Mãos fechadas, polegares por dentro.
Exalar enquanto flexiona os joelhos até ficar de cócoras; os
calcanhares não saem do chão.
Manter-se na posição por três respirações e voltar a posição
inicial inspirando.
Repetir três vezes o movimento.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.


42. PADA-MULA SHAKTI-VIKASAKA I e II

Desenvolvimento do vigor das solas dos pés

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos.
Braços ao lado do corpo.

1° Movimento:

Ao inspirar, elevar os calcanhares. Ao expirar, abaixar até


tocar o chão.
Repetir por 15 vezes.

2° Movimento:

Saltar na ponta dos pés por 15 vezes, flexionando o menos


possível os joelhos. Respiração livre.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

43. GULPHA-PADA PRSTHA-PADA-TALA SHAKTI VIKASAKA

Desenvolvimento do vigor dos tornozelos e dos pés


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.

1° Movimento:

Transferir o peso do corpo para o pé esquerdo e elevar a


perna direita esticada à frente. Fazer 15 rotações com o pé
direito no sentido horário e mais 15 no sentido anti-horário.
Repetir o mesmo com o pé esquerdo.

2° Movimento:
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Pressionar no chão os dedos fechados do pé direito, exceto o
maior, tentando estalar as articulações.
Repetir o movimento com o pé esquerdo.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

STHULA VYAYAMA

44. REKHA-GATI

Andando em linha reta


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Fixar um ponto à frente e andar em linha reta, um pé após
outro, de modo que o calcanhar do pé que for para frente
fique bem próximo dos dedos do pé que está atrás.
Retornar o percurso andando para trás do mesmo modo.
Respiração normal.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

45. HRD-GATI
Exercício da locomotiva

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos


abertos. Braços ao lado do corpo.
Perna direita flexionada na altura do joelho (ângulo de 90o
entre perna e coxa), sola do pé aponta para trás. Braço direito
fazendo ângulo de 90o entre braço e antebraço.
Perna esquerda esticada. Braço esquerdo esticado
diretamente à frente na altura do ombro.
Inspirar profunda e rapidamente.
Exalar do mesmo modo ao trocar os membros de posição:
esticando perna e braço direitos e flexionando perna e braço
esquerdos.
Repetir por 15 vezes o movimento vigorosamente. A
respiração deve lembrar o som de uma locomotiva partindo
do repouso até atingir o ritmo máximo na metade do
movimento. Daí por diante, diminuir o ritmo até parar.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

46. UTKURDANA

Exercício de pular
De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Inalar profundamente enquanto os braços descrevem um
círculo completo para frente, passando por sobre a cabeça e
retornando a posição inicial. Nesse ponto, um pulo é
realizado fazendo com que os calcanhares golpeiem os
glúteos. Exalar vigorosa e rapidamente enquanto puxa os
braços para trás, flexionando-os na altura dos cotovelos, sem
ultrapassar a linha do corpo.
Repetir por três vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

47. URDHVA-GATI

Movimento para cima


De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos
abertos. Braços ao lado do corpo.
Flexionar a perna direita, fazendo um ângulo de 90° entre
perna e coxa. Flexionar braço direito, fazendo um ângulo de
90o entre braço e antebraço, lateralmente. Perna esquerda
esticada e braço esquerdo esticado para cima. Inspirar.
Exalar e trocar a posição de braços e pernas: esticar o lado
direito e flexionar o esquerdo, conforme descrito acima.
Repetir por 15 vezes.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

48. SARVANGA-PUSTI

Desenvolvimento de todo o corpo

De pé. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos. Braços


ao lado do corpo. Pés afastados de seis a sete palmos.
Abaixar o tronco na direção da perna direita. Braços
esticados, mãos fechadas com os polegares para dentro. Mão
direita repousa na parte superior do pé direito, enquanto que
a mão esquerda repousa sobre aquela.Inspirar e subir
lateralmente os braços até que atinjam a verticalidade. Exalar
enquanto os braços descem lateralmente até o pé esquerdo.
Trocar as mãos de posição e refaça o movimento para o
outro lado.
Repetir o movimento cinco vezes para cada lado, sempre
alternando os lados.
Ao terminar, fazer uma respiração profunda.

49. GARGALHADAS

De pé. Pés unidos. Corpo ereto. Ombros para trás. Olhos abertos.
Braços ao lado do corpo.
Mãos fechadas com os polegares para dentro.
Inspirar profundamente elevando bem os ombros. Elevar e
abaixar os ombros enquanto solta sonoras gargalhadas até o
total esvaziamento dos pulmões.
Repetir por três vezes.
Relaxar.
Surya Namaskaram

Introdução
Surya Namaskaram é uma série de 12 posturas dinâmicas que
alternam flexões para frente e para trás, provocando um profundo
alongamento em todo o corpo.

Ao iniciar a série, a pessoa percebe certa dificuldade provocada


pela tensão muscular, pela rigidez dos tendões e por depósito
tóxico nas articulações. Rigidez, falta de coordenação e tendência
ao cansaço, todos estes sintomas podem ser ultrapassados através
da prática vagarosa e constante, dando ênfase à consciência e ao
relaxamento em cada postura.

A prática regular do Surya Namaskaram é a maneira mais rápida


para se alcançar um corpo flexível.

Deve-se iniciar memorizando os Asanas e depois sincronizá-los


com a respiração. A regra geral da respiração é inalar sempre que
flexionar o corpo para trás, devido à expansão do peito, e exalar
quando flexionar o corpo para frente, devido à compressão do
peito e do abdômen.

Após conseguir coordenar adequadamente os Asanas com as


respirações adequadamente, devemos acrescentar a concentração
nos Chakras. A concentração nestas áreas permite ativar os
Chakras, aumentando os efeitos psicofísicos do exercício.
Enquanto praticamos os Asanas, devemos nos esforçar para
localizar o Chakra associado a cada uma delas e desenvolver a
nossa concentração naquele centro.

Neste estágio da prática é importante que o aluno já tenha certo


conhecimento das características psicológicas de cada Chakra e
dos aspectos masculinos e femininos da sua personalidade, que
são dados através da energização por Ida e Pingala.

Quando os aspectos duais de Ida e Pingala se juntam no Mukta


Triveni, uma terceira força aparece. É o fluxo de energia espiritual
na Sushumna Nadi. O seu acordar só ocorre quando as duas estão
equilibradas. A energia liberada, através da Sushumna, transporta
a consciência individual para campos transcendentais ou
transpessoais. Antes que este despertar possa ocorrer, a mente e o
corpo devem estar preparados por um longo tempo, e a energia
deve fluir harmoniosamente. Surya Namaskaram é a base para
equilibrar essa energia na Pingala Nadi, por isso, muitas vezes, é
chamada de Técnica de Revitalização Solar.

Um corpo saudável e uma vida ativa são a base para acordar esta
energia. A menos que o físico esteja equilibrado e integrado na
estrutura total do homem, o acordar desta energia não pode
ocorrer. A evolução nos diversos níveis da personalidade deve
ocorrer passo a passo e em equilíbrio; de outra maneira, a
escuridão e a ignorância continuarão a existir.


Hora Ideal para a Prática

A hora ideal para se praticar Surya Namaskaram é pela manhã ao


nascer do sol, já com os intestinos vazios e banho tomado; se
possível, ao ar livre, para receber a energia solar que é muito
importante para o nosso corpo. Se não puder fazê-lo pela manhã,
outro horário muito bom é à tardinha, antes do jantar, pois Surya
Namaskaram estimula Jataragni, o fogo digestivo.

Contraindicações

Não deve ser praticado por pessoas com pressão alta, obstrução
coronariana ou que tiveram ataque cardíaco, pois ele é muito
estimulante, podendo danificar um coração fraco ou o sistema de
vasos sanguíneos. Tampouco deve ser praticado em casos de
hérnia ou tuberculose intestinal.

Indicações

Pode ser praticado no período menstrual e, embora muitos


problemas da coluna vertebral possam ser aliviados com esta
prática, é interessante consultar um médico antes de começar a
praticá-lo.


Metodologia

Antes de começar a prática, fique em pé com os pés ligeiramente


separados, braços relaxados ao lado do corpo. Feche seus olhos e
tome consciência de todo o seu corpo físico. Fique neste estado de
consciência e relaxamento por alguns momentos e somente então
inicie a prática.

Devemos lembrar que não estamos somente trabalhando com


Asanas, mas também com Pranayamas, consciência dos Chakras
e Mantras, o que magnífica os efeitos da prática que vamos
analisar agora:

1° Leva à introversão, relaxamento e ativa o Anahata Chakra.

2° Alonga o corpo para cima e para trás. Os músculos das


costas e do pescoço estão relaxados e o peito e o abdômen estão
esticados; isto, combinado com a profunda inalação, dá uma
massagem leve na região abdominal, melhorando a digestão. A
esticada para cima dá uma tração na coluna, ajudando a manter a
saúde dos discos intervertebrais, tonificando os nervos da coluna
vertebral. Esta postura remove o excesso de peso devido ao efeito
no Vishuddha e na tireoide, acelerando o metabolismo.

3° Combina os efeitos de uma Asana invertida com os


benefícios de uma Asana dobrada para frente. Massageia o
abdômen, rins, fígado, glândulas suprarrenais, útero e ovários.
Toda a região abdominal é beneficiada, evitando doenças como a
constipação. Melhora os problemas femininos (ausência
menstrual), etc. Um bom fluxo de sangue é levado para os nervos
da coluna, à medida que eles são esticados e tonificados. O tendão
e os músculos da perna são alongados, melhorando as veias
varicosas e ajudando o retorno do sangue para o coração. A
inversão aumenta o fluxo de sangue para o cérebro. Maior ênfase
é dada à região pélvica (Svadhisthana Chakra).

4° A flexão para trás à medida que relaxa os músculos das


costas alonga, como consequência, a região abdominal. O
principal alongamento é na região pélvica. A pélvis é puxada para
baixo e para frente à medida que uma perna é colocada para
frente. A concentração se faz no Ajna Chakra, que é diretamente
ligado com o Muladhara. As energias liberadas na região pélvica
ajudam a estimular o Ajna.

5° Alonga os músculos dos braços e das pernas, os tendões de


Aquiles e faz a coluna ficar reta e esticada, tonificando os seus
nervos. Alivia as veias varicosas e estimula o Vishuddha Chakra.

6° Desenvolve os músculos peitorais, fortifica braços, ombros e


pernas e acentua as curvas naturais da coluna, mandando sangue
adicional para esta área, ajudando a rejuvenescer os nervos. Os
músculos das costas experienciam um relaxamento profundo
nesta postura que estimula o Manipura Chakra. Como a
respiração é retida, o Prana se move para o Manipura quando
existe o encontro do Prana e Apana.

7° Dá uma compressão dinâmica nos órgãos internos do peito e


do abdômen, aliviando muitas doenças, tais como: asma,
constipação, indigestão, problemas de rins e fígado. Como meio
de aliviar as tensões nos músculos das costas é uma das melhores
Asanas. A concentração é no Svadhisthana Chakra.

A Função da Prática

Quando praticamos Surya Namaskaram de uma forma rápida,


dinâmica, ele tem grande influência sobre Pingala Nadi.

Quando praticado devagar, menor ênfase é dada a Pingala e


muito mais para o desenvolvimento mental (Ida). A prática se
transforma de uma série de Asanas para uma série de Mudras,
levando a um desenvolvimento mais equilibrado.

Quando o praticamos de uma forma mais lenta e acrescida da


concentração nos Chakras e do cântico dos Mantras, estimulamos
ambas, Ida e Pingala.

É dito que a movimentação do Surya Namaskaram (flexões para


frente e para trás) combinada com a respiração desimpede as
Nadis, permitindo aumentar e controlar o fluxo da energia sutil no
corpo, e, como cada Asana acentua o fluxo do Prana para cima e
para baixo, os bloqueios são removidos. Isto é chamado de
"Canalização Construtiva". Esta canalização é aumentada devido
ao desbloqueamento e à estimulação do Manipura, que é
profundamente afetado pela prática, ao mesmo tempo em que
aumenta o fluxo de energia na Pingala Nadi.

O Manipura está ligado ao plexo solar, que é uma grande


quantidade de nervos saindo do plexo central como raios do Sol.
O plexo solar é governado pelo sistema nervoso Simpático
(Pingala) e é responsável pela digestão e assimilação dos
nutrientes. Surya Namaskaram, além de bom para a digestão,
propicia vitalidade a todo o corpo em virtude de manter o
Manipura saudável.

Simbolismo das Asanas

Damos abaixo o simbolismo das Asanas do Surya Namaskaram


de acordo com a interpretação do Svami Satyananda Saraswati:

As de número 1 e 12 marcam o início e o fim da série, da


passagem do nascer até o por do Sol, e como tal representam a
paz, a tranquilidade e a beleza. É a calma destes dois períodos
espirituais do dia, quando as forças da escuridão e da luz, Ida e
Pingala, emergem e produzem a terceira força da Sushumna, a luz
espiritual. Permitem encontrar o equilíbrio interno e o equilíbrio
do dia ocupado e agitado, representado pelas Asanas dinâmicas, e
também é possível restabelecer rapidamente a serenidade, quando
a necessidade de atividade se acaba. Portanto, elas criam a
situação para o desenvolvimento da flexibilidade mental, desde o
momento em que podemos estar em paz conosco mesmos, para
que possamos chegar à origem, até o momento quando
emergimos, usando toda a energia na atividade diária. De acordo
com a Psicologia do Yoga, à medida que a Asana é feita com a
exalação, isto indica imediatamente introversão e o ceder de si
mesmo para o mundo.
De Pranamasana passamos para Hasta Uttanasana, na qual nos
esticamos para trás e para cima. Deste momento em diante a
cabeça e o corpo vão se mover para baixo, e, no meio da série, o
corpo estará na posição mais baixa, enquanto o Sol estará na sua
posição mais alta. Hasta Uttanasana indica ao homem que ele
deve trazer para dentro de si a energia do Sol que acabou de se
elevar, não somente através da respiração, mas também através de
todos os seus poros. Esta é a energia que o homem usará na sua
vida diária, representada pela próxima Asana, Padahastasana.

Asanas como Padahastasana e Parvatasana parecem representar


uma introspecção necessária para levar avante os deveres diários.
Elas produzem um equilíbrio, pois se contrapõem à extroversão
excessiva que é tão característica da nossa vida diária.
Padahastasana precede Ashva Sanchalanasana, dando-nos um
sentimento de olhar para dentro, para a inspiração e respostas para
os problemas que nós temos que encarar com tanta bravura no
nosso dia a dia.

Ashva Sanchalanasana representa o poder e a coragem


necessários para encararmos os problemas da vida e a
autoconfiança que aparecem quando nós olhamos para dentro e
fazemos contato com o nosso guia interno, o Ajna Chakra.

Ashtanga Namaskara representa a energia do homem no seu


limite mais baixo. Quando o Sol está na sua extremidade (meio-
dia ou meia-noite), o homem está no seu período mais vulnerável,
pois este é o período da inércia, ou Tamas, quando a maior parte
das pessoas sente a necessidade do descanso ou do sono. Esta
Asana representa a entrega completa do homem ante o poder do
Sol do meio-dia ou da meia-noite.

Bhujangasana representa o acordar do homem do seu sono, o


nascer do conhecimento, o acordar da energia vital Rajas de
dentro da inércia de Tamas. Quando a Serpente, representando a
sabedoria, se eleva, o homem inicia a subida para o estado
espiritual de Sattva, equilibrado.

Nós percebemos que, sincronizadas com a viagem do Sol nos


vários graus do céu, as Asanas representam o estado das energias
vitais do homem, da Pingala Nadi, desde o seu pico até o
desaparecer, do seu ponto mais baixo até o meio-dia e de novo
para o outro pico no nascer.

Usamos Surya Namaskaram como uma base sobre a qual


podemos transformar a mente, especialmente quando mantemos
estas imagens, e concomitantemente, a vitalidade física e a saúde
são melhoradas.

Ritmos da Vida

Os órgãos de um corpo saudável são como instrumentos bem


afinados de uma orquestra, que são conduzidos pelo cérebro e
pelo sistema nervoso. Cada órgão funciona em ritmo e harmonia
com todos os outros órgãos do corpo. Um corpo doente está
totalmente desafinado e sem harmonia. Isto ocorre quando o
sistema energético está com falta ou excesso de energia, ou ainda
quando parte do circuito nervoso, que é controlador, não está
cumprindo bem as suas funções.

Os ritmos diários do corpo são organizados pelo ambiente e pelo


nosso estilo de vida. Os ritmos internos devem não somente estar
afinados com as necessidades internas, mas devem trabalhar em
harmonia concentrada com as necessidades externas e as forças
externas.

Muitos dos ritmos internos são organizados pelo padrão diário de


luz e escuridão e pelo nosso padrão dentro da revolução diária da
Terra, à medida que ela gira no seu próprio eixo enquanto se
move ao redor do Sol.

Os métodos do Yoga de alterar os ritmos internos procedem num


caminho devagar e sistemático. Não tentam modificar nada
radicalmente. Ao contrário, buscam moldar devagar e modificar
as estruturas existentes, tornando-se uma extensão nova e
saudável de nossa vida diária. Eles trazem uma força consistente e
regular que tem como objetivo deixar fluir e revigorar os ritmos
do corpo inerentes e naturais. Trabalham junto com a natureza e
não contra ela. É por este motivo que as práticas de Yoga devem
ser feitas regularmente, diariamente, mesmo que seja somente por
alguns minutos.

Quando praticamos Surya Namaskaram diariamente nós


adicionamos um novo fator às nossas vidas: uma série ordenada,
sequencial, energizante, de purificação, de canto de Mantras e de
estimulação dos Chakras.


Princípios Terapêuticos

Surya Namaskaram é uma ferramenta versátil no armamento


terapêutico do Yoga. Tem um vasto campo de aplicação, é fácil e
agradável de ser executado e não exige muito tempo.

Devemos lembrar que a boa saúde física é um pré-requisito para


uma boa saúde mental, e não devemos esquecer que a prevenção é
muito superior à cura.

Apesar de ser um meio eficiente para eliminar algumas doenças,


especialmente estados doentios de pouca energia e certos
distúrbios psicossomáticos, deve ser usado com critério e
sabedoria. Por este motivo deve ser ensinado num ambiente
terapêutico, sob a orientação de um “expert”. Pois esta prática
libera grande quantidade de Prana, que pode estar retido há
alguns anos, provocando catarses muito fortes.

O processo de cura deve ser devagar e controlado, se não pode


degenerar e resultar em maior dor e desconforto na forma de uma
crise de cura, como, por exemplo: bolhas, problemas na pele,
resfriados ou diarréia. Por este motivo, o processo de cura deve
ser conduzido de maneira sistemática e pausada, sendo necessária
a experiência.

É sempre bom lembrar que todas as terapias devem ser


conduzidas por um “expert” e orientadas por um médico
qualificado.


Bases da Terapia

Um dos paradoxos da situação terapêutica é que nos estados de


doença (pouca energia), apesar do objetivo último ser energizar o
corpo e reduzir a dissipação da energia mental, nós iniciamos
cansando o corpo. Isto requer algum esforço para executar a série
dinâmica das Asanas, especialmente quando a energia do corpo
está baixa. Inicialmente é necessário mais esforço. Uma vez que o
movimento seja alcançado se torna mais fácil, especialmente
quando praticamos diariamente. O número de voltas deve ser
aumentado devagar e progressivamente para diminuir o esforço.

Em estados de doença de alta energia física, temos que ter muito


cuidado ao usar o Surya Namaskaram.

Naturalmente, na predominância de Pingala, o indivíduo


relativamente saudável que pratica este exercício vai descobrir
que suas energias excessivas são diminuídas ou queimadas. De
fato, esta redução do excesso de energia nos conduz a um estado
de saúde, através do desbloqueamento das Nadis que nos levou a
uma predominância de Pingala. Devido a este processo de
regularização, as energias físicas e mentais são equilibradas e uma
maior quantidade de energia se torna possível de ser aproveitada
pelo sistema. Ao mesmo tempo, o corpo se torna mais flexível e
temos mais controle sobre o sistema nervoso, o que nos dá maior
sensibilidade e capacidade.

Somente numa pessoa que está num estado de doença com


predominância de Pingala temos que ter cautela na aplicação do
Surya Namaskaram.
Na análise final, vemos que o Surya Namaskaram age no
reequilíbrio das energias da mente e do corpo, dependendo de
como nós o executamos. Este conhecimento permite modular a
energia do corpo de acordo com a necessidade do paciente.

É extremamente importante, na terapia, executar cada estágio


adequadamente antes de passar para o próximo, sendo
predominante de Ida ou de Pingala.

Uma pessoa de predominância de Ida teria como objetivo


aumentar devagar o número de rodadas e acelerá-las.

Uma pessoa de predominância de Pingala teria como objetivo a


manutenção, ou até mesmo fazer mais devagar esta prática, e
fazer apenas algumas rodadas. Uma vez que a sua saúde seja
restabelecida, ele então poderá ir mais rapidamente na prática.

Para uma aplicação segura desta técnica é recomendável reler o


Capítulo sobre movimentação da energia, polaridade horizontal
(ver página 19), onde vemos em detalhe as características de
personalidade predominantes em Ida e Pingala.
Exercícios
Surya Namaskaram
Antes de iniciarmos os exercícios propriamente dito devemos
cantar o mantra:

"Suryam sundara Lokanatha mamrtam Vedantasaram


Sivam.

Jnanam Brahmamayam suresamamalam lokai kacitta


Svayam.

Indradityanaradhipan suragurum trailokya cudamanim.

Brahma Visnu Siva svarupahrdayam Vande sada


bhaskaram"

"Eu saúdo sempre o Sol, o belo e eterno Senhor da Terra,

que é a essência de Vedanta, o conhecimento.

Brahman, o Senhor dos Deuses, livre de impurezas,

Ele mesmo é aquele único que é prezado por todos.

Rei dos Sóis, Rei dos Deuses, Mestre Sol, Joia central dos
três mundos.

Natureza essencial de Brahma, Vishno e Shiva, o Sol".

1º OM mitraya namah
OM Hram
Anahata
2º OM ravaye namah
OM Hrim
Vishuddha

3º OM suryaya namah
OM Hrum
Svadhisthana

4º OM bhanave namah
OM Hraim
Ajna

5º OM khagaya namah
OM Hraum
Vishuddha

6º OM pusne namah
OM Hraha
Manipura

7º OM hiranya garbhaya namah


OM Hram
Svadhisthana

8º OM maricaye namah
OM Hrim
Vishuddha

9º OM adityaya namah
OM Hrum
Ajna

10º OM savitre namah


OM Hraim
Svadhisthana

11º OM arkaya namah


OM Hraum
Vishuddha

12º OM bhaskaraya namah


OM Hraha
Anahata
Os Bijas Mantras cantados na série de Suryanamaskaram também
são utilizados de uma forma independente da série para o
restabelecimento de diversos desequilibrios físicos.

Om = Problemas em geral da coluna vertebral.

Hram = Ajuda no caso de asma e bronquite.


Hrim = Limpa as passagens respiratórias e digestiva e ajuda
a minorar os processos inflamatórios da garganta, palato e
nariz.

Hrum = Diminui o abdômen e ajuda a minorar os males do


fígado, vesícula, estômago e intestinos.

Hraim = Tem ação diurética.

Hraum = Ajuda na eliminação do bolo fecal (reto e ânus).

Hrah = Mobiliza a energia para a região do peito e da


garganta.

Estes Bijas Mantras devem ser recitados da seguinte maneira:

a. Respire profundamente pelo nariz.

b. Exale abrindo a boca para o som "H" (gutural) e feche


para o som "M" (anasalado).

c. Lembre-se de que todos os sons são longos.

d. A repetição deve ser sempre acompanhada do "OM"


mesmo que você queira repetir somente um dos Bijas
Mantras, não esqueça de incluir o "OM" nessa repetição. Por
exemplo: Se você quiser repetir somente o Bija Hram faça-o
da seguinte maneira: OM Hram, OM Hram, Om Hram.
Pavanamuktasana
Antes de estudarmos a técnica de Pavanamuktasana, vamos
relembrar alguns conceitos de anatomia que são muito
importantes e que nos permitem ter uma real visão do valor destes
exercícios.

O nosso sistema esquelético é classificado em Esqueleto Axial e


Apendicular.

1° O Esqueleto Axial é a principal estrutura de sustentação


do corpo e é orientado ao longo de seu eixo longitudinal
mediano. Inclui o crânio, vértebras, esterno e as costelas.

2° O Esqueleto Apendicular é formado pelas escápulas,


pélvis, braços, antebraços, mãos, coxas, pernas e pés.

Se o segundo se torna rígido e limitado, o primeiro se vê obrigado


a trabalhar desnecessariamente na maior parte dos movimentos
que execute, compensando assim a falta de mobilidade e criando
problemas na estrutura básica. O modo de superar este emprego
errôneo e excessivo do corpo consiste em dar mais flexibilidade
às articulações dos ombros, braços, pernas e pélvis.

Possuimos em nosso corpo 101 articulações, que são os pontos de


encontro de osso com osso, e para pô-las em movimento
necessitamos dos músculos.

As articulações são a fonte do movimento, os locais onde se


transferem os pesos e o centro de relação entre uma parte do
corpo e a próxima a esta e a todas as demais.

A série de Pavanamuktasana é composta de exercícios simples e


fáceis de executar. É constituída de três partes: Anti-reumática,
Anti-gastrítica e Energizante.

Ao iniciar as práticas talvez você descubra que nunca conheceu


realmente seu corpo, que durante toda a sua vida ele foi um
estranho para você. Embora você possua muitas informações
acerca dele, você pode não conhecê-lo ainda, não saber como usá-
lo acertadamente e nem saber como possuí-lo. E, se você não o
possui, certamente é prisioneiro dele, embora ainda não se dê
conta disso.

É possível se submeter a uma bateria de exames médicos e ser


dado como são e, ainda assim, se sentir cansado e sem energia.

As estatísticas demonstram que os transtornos reumáticos -dores


localizadas em músculos, tendões, ossos e articulações-
constituem a segunda grande causa do sofrimento humano. A
primeira são os transtornos mentais ou psíquicos.

É fato comprovado que a rigidez das articulações limita os


movimentos do corpo e, em consequência, contribui para uma
postura e equilíbrio deficientes. Entre outros problemas criados
pela deficiente movimentação das articulações se encontra a perda
de energia.

O corpo foi criado de tal forma interdependente que deve haver


um eficiente emprego das articulações e dos músculos. A restrição
de uma das partes afeta o sistema inteiro, por conseguinte,
movimentar as articulações elimina uma grande quantidade de
estados que, ao que parecia, não tinham relação entre si.

Liberar o corpo de tensões e restrições que desperdiçam a energia


significa entrar num novo mundo mais alegre e feliz.

Verificamos que em toda a ação consciente existem dois aspectos.


Um consiste na ação mecânica de músculos, ossos, articulações e
etc. O outro é formado pela decisão interna, a vontade. Em grande
parte estes atos são inconscientes. Toda a ação ou movimento
voluntário depende da cooperação que prestam os músculos, de
modo que quanto mais eficiente a ação destes, mais o será o
funcionamento da vontade. Às vezes, porém, existe conflito entre
a vontade e a ação muscular, como por exemplo: quando quero
tocar os dedos dos pés sem dobrar os joelhos. Desejamos um
movimento mas nossos músculos não nos deixam efetuá-lo. Em
consequência, um músculo nos obriga a fazer a sua vontade,
diminuindo assim a nossa. Precisamos de um corpo que responda
à nossa vontade e seja capaz de funcionar com eficiência total.

Quando alcançamos o controle dos músculos e portanto dos


movimentos, os benefícios imediatos são: as dores causadas por
tensões desaparecem, a respiração e a circulação sanguínea
melhoram e articulações flexíveis melhoram automaticamente a
forma com que você domina e sustenta seu corpo, dando-lhe uma
sensação de agilidade, graça nos movimentos e maior beleza para
o corpo.

Um corpo que tenha seus movimentos restritos fica muito


vulnerável a lesões e susceptível de ser mal utilizado. Basta uma
torção ou o ato de levantar algo para que seja demasiado tarde. Os
músculos entram em espasmo agudo e o corpo fica paralisado
pela dor. Às vezes criar um novo corpo flexível nos traz
incômodos e dores que devemos suportar, pois ao alterar um mau
hábito postural alguma dor será inevitável. Mas, depois da dor, a
pessoa sempre se sentirá melhor. O processo de tensão e
relaxamento da ação muscular é o que restabelece uma ação
apropriada entre os grupos ativos e passivos de músculos em cada
articulação e devolve a flexibilidade do corpo.

Vamos fazer dois testes:

1° Em pé. Dê as mãos para uma pessoa e tente deslocá-la


do lugar ou desequilibrá-la. Enquanto isso, a outra pessoa
deve contar um fato que ocorreu com ela, ao mesmo tempo
em que tenta não se desequilibrar e permanecer no mesmo
lugar.

Considerações:
Esta prova lhe revela de forma exagerada o tipo de tensão que
deve enfrentar. Para que os músculos permaneçam tensos é
preciso utilizar energia. Portanto, num estado de contração
muscular prolongado, há um grande desgaste de energia, dele
resultando a fadiga e a contração crônica. Entre outras coisas, esta
situação nos leva ao embotamento da faculdade inventiva, à
deteriorização da memória e à diminuição da capacidade de
aprendizado.

2° Façamos uma roda e no centro coloquemos uma pessoa.


As pessoas que estão formando a roda farão uma observação
e uma análise profunda e minunciosa da que está no centro.
A do centro, no final, exteriorizará o que sentiu ao ser
observada e as da roda dirão a sua observação.

Considerações:
Esta prova nos revela o estado de tensão permanente em que nos
encontramos na nossa vida de relação, pois a todo o momento
estamos sendo observados e julgados, ao mesmo tempo em que
estamos julgando e observando, e em função desses fatos
estabelecemos um padrão de comportamento que se expressa na
postura física.

A primeira parte desta série de exercícios é chamada de Anti-


Reumática e atende plenamente a todas as considerações
expostas. Pode ser praticada por pessoas que há muito tempo não
fazem exercícios, por pessoas de constituição fraca, com
problemas cardíacos, convalecentes, ou pessoas cujos corpos se
encontram rígidos demais para os outros tipos de prática de Yoga.

Depois de um longo período na cama pode-se reeducar os


músculos através destes exercícios, que também são eficazes e de
alto valor para todas as variedades de atrofia e degeneração
muscular, e não têm contraindicação para pessoas de pressão alta.

Neste grupo de exercícios, estão inseridos os chamados "Sakti


Banda", exercícios contra o bloqueio da energia, são os de
números 16,17,19,21,24 e 25. A energia sutil (Prana) se encontra
em todas as partes do corpo, devendo fluir livremente por elas,
sendo muitas vezes impedida de fazê-lo por deficientes reações
químicas no corpo, que produzem rigidez, reumatismo e tensão
muscular. Estes exercícios eliminam as toxinas e asseguram que
as reações do corpo sejam adequadas e equilibradas e trabalhem
de forma eficiente na harmonização do Sistema Endócrino.

A segunda parte é chamada de Anti-Gastrítica e deve ser dada


somente depois que a pessoa se tornou mais forte e flexível, pois
já deve ser capaz de mover seu corpo e seus membros com mais
facilidade e liberdade.

O aluno é assim preparado vagarosa e gradualmente para iniciar o


curso de Yogasanas.

Estes exercícios são muito eficientes e ajudam a regular aquilo


que, na tradicional medicina Hindu, "Ayurveda", se chama as três
"Doshas":

1. Vento ou Gases a. Vatta (Espaço/Ar)

2. Acidez ou Biles b. Pitta (Fogo/Água)

3. Catarro ou Muco c. Kapha (Terra/Água)

Os ventos não somente se referem aos gases intestinais e


gástricos, mas também àquele gás que, por causa de reações
químicas deficientes no organismo, formam-se em qualquer parte
do corpo, principalmente nas articulações, causando rigidez e
dores reumáticas. Mesmo os ossos estão sujeitos a esses
problemas, por falta de cálcio ou por excesso de ácido úrico.

Este segundo grupo de exercícios trabalha de forma muito intensa


o aparelho digestivo e o excretor, aumenta o peristaltismo
intestinal, eliminando gases, flatulência e a constipação intestinal.
Quando acompanhado de "Asvini Mudra", ajuda a limpar e
tonificar a musculatura do reto e do esfínter anal.

Uma das máximas da medicina Hindu é: "Sarve roga


malasrayah" (Intestinos sujos são o solo fértil para todas as
doenças).

A digestão deficiente não permite o aproveitamento total da


energia contida nos alimentos e a constipação crônica inicia um
processo de auto-envenenamento, pela não eliminação em tempo
hábil da massa fecal.

A terceira parte é Energizante e complementa as duas primeiras,


que desimpedem a circulação da energia através de todas as
articulações, permitindo que o Prana flua livremente por todo o
corpo.
Série 1: Anti-Reumática
Posição Inicial da Série 1:

Sentado. Pernas esticadas à frente do corpo. Coluna ereta. Ombros


abertos. Palmas das mãos repousam no solo com as pontas dos
dedos voltados para frente (direção contrária ao corpo) próximas
as nádegas.

Observação:

Todos os movimentos devem ser repetidos 10 vezes.

1. Movimentar os dedos dos pés: Esticar e abrir os dedos dos


pés como se quisesse pegar um objeto com eles.


2. Movimentar os pés para frente e para trás: Esticar e apontar
os pés para frente e depois traze-los na direção do corpo.

3. Movimento de rodar os pés: Afastar um pouco as pernas e


rodar os pés para fora e depois para dentro descrevendo um
círculo no ar.

4. Movimento de rodar os tornozelos: Trazer o pé direto para


cima da coxa esquerda, posicionando os tornozelos fora da coxa,
na lateral externa dessa. Segurar o calcanhar direito com a mão
esquerda e os dedos do pé com a mão direita. Girar o pé no
sentido horário e depois no sentido anti-horário.

Repetir o movimento com o pé esquerdo.

Atenção:
O pé deve estar relaxado, o movimento é feito pelas mãos.

5. Entrelaçar os dedos das mãos por baixo da perna direita,


próximo ao joelho, e segurar a coxa. Traze-la para mais perto
possível do tronco. Rodar a perna no sentido horário e depois no
anti-horário. Os pés não se mexem, o movimento é somente da
articulação do joelho.

Repetir com a perna esquerda.


6. Entrelaçar novamente os dedos das mãos por baixo da perna


direita próximo ao joelho. Elevar um pouco a perna esticada do
solo. Exalar enquanto flexiona o joelho trazendo a coxa na
direção do peito. Inalar enquanto estica a perna.

Atenção:
O movimento completo é realizado sem encostar a perna no solo.

Repetir com a perna esquerda.


7. Pé direito repousa sobre a coxa esquerda. Segurar o pé com a


mão esquerda e o joelho com a mão direita. Relaxar a perna e
movimentar o joelho com a mão, de modo que ele descreva
círculos no sentido horário e depois no sentido anti-horário. O
movimento deve ser sentido na articulação do fêmur.

Repetir com a perna esquerda.


8. Pernas afastadas. Braço direito esticado na direção do pé


direito e braço esquerdo na direção do pé esquerdo. Inalar.
Exalando, torcer o tronco para o lado direito fazendo com que a
mão direita aponte para trás e a esquerda aponte para o pé
esquerdo, ao mesmo tempo em que torce o pescoço e direciona o
olhar para mão que aponta para trás. Volte inalando para a
posição inicial do movimento. Faça o mesmo para o lado
esquerdo, alternando sempre os lados.

9. Retornar a posição inicial da série 1 de Pavanamuktasana e


esticar os braços à frente do corpo na altura dos ombros. Abrir e
fechar os dedos das mãos.

10. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Fechar as


mãos com os polegares voltados para dentro. Movimentar as mãos
para cima e para baixo.

11. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Fechar as


mãos com os polegares voltados para dentro. Girar as mãos
descrevendo um círculo no ar, para fora e depois para dentro.

12. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Dedos das


mãos esticados. Movimentar as mãos para cima e para baixo.

13. Braços esticados a frente na altura dos ombros. Palmas das


mãos voltadas para cima. Dobrar os braços na altura dos
cotovelos, levando as mãos na direção dos ombros enquanto
exala. Inalando, voltar a posição inicial com os braços esticados.

Atenção:
Os cotovelos ficam sempre na altura dos ombros.

14. Mãos nos ombros. Cotovelos na altura dos ombros apontando


para fora do corpo nas laterais. Esticar e dobrar os braços na
altura dos cotovelos.

Atenção:
Os cotovelos ficam sempre na altura dos ombros.

15. Mãos nos ombros. Cotovelos na altura dos ombros apontando


para fora do corpo nas laterais. Girar os ombros descrevendo um
círculo no ar para frente e depois para trás rapidamente.

16. Movimento de remar. Braços esticados a frente. Punhos


fechados. Posicionar as mãos perto dos pés. Inalando trazer as
mãos ao longo das pernas na direção do peito, num movimento
circular ascendente até a altura da cabeça, enquanto a coluna é
inclinada para trás e a cabeça tomba para trás. Comece a exalação
realizando um movimento circular ascendente e depois
descendente indo em direção dos pés, enquanto a coluna se
inclina para frente e a cabeça é levada na direção dos joelhos.

Repetir o movimento no sentido oposto, começando a inalar,


puxando o “remo” por cima e exalando, empurrando o “remo” por
baixo.

17. Movimento do panelão. Fazer o movimento como se estivesse


mexendo numa grande panela com uma colher. Entrelaçar os
dedos das mãos e posiciona-las próximas aos pés. Com os braços
sempre esticados a frente do tronco, inalar enquanto a coluna se
inclina para trás e as mãos traçam um semicírculo do lado direito,
o que faz o tronco realizar uma torção para a direita. A inalação
termina quando, com a coluna inclinada para trás, as mãos
entrelaçadas apontam novamente na direção dos pés, desfazendo a
torção do tronco. Começar a exalar enquanto a coluna é trazida
para frente e as mãos traçam um semicírculo pelo lado esquerdo.
A exalação termina quando as mãos entrelaçadas voltam a estar
próximas dos pés.

Repetir todo o movimento ao contrário, como se mexesse com a


colher no panelão no sentido inverso, ou seja, começando a
inalação pelo lado direito.

Atenção:
Os braços devem permanecer sempre esticados, a torção e a
flexão são feitas pelo tronco.

18. Movimentos com o pescoço e a cabeça. Pernas cruzadas,


coluna ereta e mãos nos joelhos. Pode ser realizada na posição
inicial da série 1 de Pavanamuktasana.

Movimentar lateralmente o pescoço e a cabeça, como se quisesse


encostar com as orelhas em cada ombro correspondente.

Movimento do “sim”. Movimentar o pescoço e a cabeça para


frente e para trás.

Movimento do “não”. Torcer o pescoço, girando a cabeça para a


direção que os ombros apontam, sempre alternando os lados. O
queixo não abaixa.

Movimento de rotação. Queixo no peito. Girar a cabeça no


sentido horário e depois no sentido anti-horário.

19. Movimento de Rachar Lenha. Acocorar-se com pés afastados.


Entrelaçar os dedos das mãos e esticar os braços à frente.
Inalando, elevar os braços acima da cabeça. Exalando, abaixar os
braços. Procure não movimentar a cabeça.

20. Na posição inicial da série 1 de Pavanamuktasana, contrair a


musculatura da coxa direita e distender a parte posterior do
joelho, tentando encosta-la no solo. Relaxar a coxa e o joelho.

Repetir com a coxa e o joelho esquerdo.

Repetir com as duas pernas simultaneamente.


21. Movimento de Segurar a Corda. Mãos fechadas próximas aos


joelhos, braços esticados. Inalando, alternar as mãos num
movimento ascendente como se segurasse uma corda. Exalando,
alternar as mãos num movimento descendente segurando a corda.

Não esquecer que para segurar a corda num movimento


ascendente ou descendente, é necessário abrir e fechar as mãos.

22. Caminhar do Corvo. Acocorar-se. Mãos nos joelhos. Coluna


ereta. Nessa posição, andar para frente e depois para trás.

23. Movimento da Borboleta. Coluna ereta. Unir as plantas dos


pés o mais próximo possível da região do períneo. Entrelaçar os
dedos das mãos e segurar os pés unidos. Balançar os joelhos para
cima e para baixo, como que batendo asas.

Depois, numa exalação, leve a testa na direção do solo, faça 10


respirações.Inspirar, levantar o tronco e esticar as pernas.

24. Acocorar-se com os pés afastados. Coluna ereta. Encaixar as


mãos na curvatura de cada pé. Os braços posicionam-se entre os
joelhos. Olhar para frente e inalar. Exalando, esticar as pernas,
elevando as nádegas e abaixando a cabeça. Inalando, voltar a
posição inicial, olhando para frente e acocorado.

25. Pranam Mudra (Gesto da Prece). Acocorar-se com os pés


afastados. Coluna ereta. Olhar para frente. Mãos em Pranam
Mudra (prece) na frente do peito (região do Anahata Chakra)
enquanto inala. Exalando, abaixar a cabeça, queixo no peito,
esticar os braços à frente na altura dos ombros e junta os joelhos.
Inalar enquanto retorna a posição inicial do movimento.

26. Shashankasana (Postura do Coelho). Na posição inicial da


série 1 de Pavanamuktasana, dobrar a perna direita e posicionar o
calcanhar na região do períneo. Dobrar a outra perna para fora, de
modo que o pé calce a nádega esquerda. Inalando, eleve os braços
acima da cabeça e torça o tronco para o lado direito na direção do
joelho. Exalando, abaixar a coluna até que a testa toque no joelho
ou no solo a frente desse. Cotovelos relaxam no solo.
Concentração na região do períneo (Muladhara Chakra).

Trocar as pernas de lugar e fazer todo o movimento para o outro


lado.

Sentado sobre os calcanhares. Coluna ereta. Inalando, eleve os


braços acima da cabeça. Exalando, abaixar o tronco até que a testa
toque no solo a frente. Concentração na região do umbigo
(Manipura Chakra).

Sentado sobre os calcanhares. Coluna ereta. Mãos repousam nas


coxas. Olhos fechados. Concentração na região entre as
sobrancelhas (Ajna Chakra).

27. Chatuspadasana (Postura do gato). De quatro (Joelhos e mãos


apoiados no chão, pernas um pouco separadas e esticadas. Mãos
com as pontas dos dedos virados para frente). Inalando, levantar a
cabeça, fazer um arco para baixo com a coluna. Exalando, levar o
queixo em direção do peito e fazer um arco com a coluna para
cima, puxando a musculatura do abdômen para dentro.

28. Shavasana (postura do cadáver). Posição de relaxamento.


Deitado. Cabeça e coluna vertebral numa mesma reta. Pernas
afastadas. Braços ao longo do corpo. Palmas das mãos voltadas
para cima. Olhos fechados.
Série 2: Antigástrica
Posição Inicial da Série 2:

Deitado. Pernas unidas. Braços ao longo do corpo. Palmas das


mãos voltadas para baixo.

Observação:
Todos os exercícios desta série devem ser repetidos dez vezes,
com exceção de Naukasana (ultimo exercício) que deve ser
repetido somente três vezes

1. Inalar e ao exalar, dobrar a perna direita até que a coxa


pressione o abdômen, enquanto o queixo vai na direção do joelho
direito. Inalando, volte a posição inicial da série 2 de
Pavanamuktasana.

Repetir o movimento com o lado esquerdo.


2. Flexionar as pernas e abraçar os joelhos por fora, sem


pressionar. Inalar e ao exalar, puxar as pernas de modo a
pressionar com as coxas a musculatura abdominal de tal forma
que os glúteos se elevem um pouco acima do chão. Inalando,
relaxar a pressão.

Atenção:
A cabeça e os ombros permanecem no solo.


3. Repetir o primeiro movimento dessa série, só que com as duas
pernas simultaneamente. Não esqueça de colocar a cabeça entre
os joelhos.

4. Movimento da Cadeira de Balanço. Flexionar as pernas e


abraçar os joelhos por fora. Inalar. Enquanto exala, rolar o corpo
sobre a coluna vertebral para frente e para cima, até tocar com os
pés nos solo (cócoras). Levante bem o tronco de forma a
pressionar os retos abdominais com as coxas. Enquanto inala,
rolar o corpo para trás e para baixo até retornar a posição inicial
do movimento.
Atenção:
Esse movimento não deve ser realizado por quem tem problemas
na Coluna.

5. Naukasana (Postura do barco). Na posição inicial da série 2


de Pavanamuktasana, inalar ao elevar as pernas, o tronco, os
braços e a cabeça formando um ângulo de 30º do solo. Os braços
e os dedos dos pés ficam no mesmo nível. Reter o ar enquanto for
confortável. Ao exalar, retornar a posição inicial e relaxar.

6. Shavasana (Postura do cadáver). Posição de relaxamento.


Série 3: Energizante
Posição Inicial da Série 3:

Sentado sobre os calcanhares. Coluna ereta. Mãos relaxadas nos


joelhos.

1. Shashankasana (Postura do Coelho). Na posição inicial da


série 3 de Pavanamuktasana, fechar a mão direita com o polegar
voltado para dentro e segurar o pulso dessa com a mão esquerda,
por trás das costas. Ou então, se possível, unir as palmas das mãos
por trás das costa, em posição de rezar. Inalar e ao exalar, dobrar
lentamente o tronco para frente e para baixo, até que a testa toque
no solo. Concentração na região do Manipura Chakra (centro do
Umbigo). Fazer dez respirações.

2. Ananda Madirasana (Vinho da Plenitude). Na posição inicial


da série 3 de Pavanamuktasana, segurar os tornozelos com as
mãos. Coluna ereta. Fixar os olhos entre as sobrancelhas
(concentração no Ajna Chakra).

3. Simhasana com Sambhavi Mudra (Postura do Leão com o


olhar entre as sobrancelhas). Na posição inicial da série 3 de
Pavanamuktasana, pousar as mãos sobre os joelhos e inalar
profundamente. Comece a exalar pela boca, projetando a língua
para fora e fazendo um som semelhante a um rugido de leão, ao
mesmo tempo em que o olhar é direcionado para a região entre as
sobrancelhas.

Inalar fechando os olhos e deixando a cabeça pender para trás.


Exalar enquanto repete os mesmos movimentos.

Relaxe na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana.

Ainda sentado sobre os calcanhares, afastar os joelhos e espalme


as mãos no solo entre os joelhos, dedos voltados em direção do
corpo. Nessa posição, repetir todo o movimento acima.

Relaxe na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana.

Simhasana com Sambhavi Mudra e Agni-Sara (Postura do Leão


com purificação pelo fogo). Esse movimento é união entre o
movimento anterior e as movimentações de Agni-Sara. Na
posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana, pousar as mãos
sobre os joelhos e inalar profundamente. Comece a exalar pela
boca, projetando a língua para fora e fazendo um som semelhante
a um rugido de leão, ao mesmo tempo em que o olhar é
direcionado para a região entre as sobrancelhas. Nessa posição e
sem ar nos pulmões, movimentar os músculos abdominais para
fora e para dentro, ritmicamente, procurando chegar a trinta vezes.

Inalar fechando os olhos, recolhendo a língua e deixando a cabeça


pender para trás. Exalar enquanto repete os mesmos movimentos.

Relaxe na posição inicial da série 3 de Pavanamuktasana.

Ainda sentado sobre os calcanhares, afastar os joelhos e espalme


as mãos no solo entre os joelhos, dedos voltados em direção do
corpo. Nessa posição, repetir todo o movimento acima.

Relaxe em Shavasana (postura do cadáver).



Yoga-Nidra
(O Sonho do Yoga)
Segundo os Tantras, "A tranquilidade e a paz vêm de dentro para
fora". Todos deveriam gozar da possibilidade de penetrar até o
subconsciente de maneira a reconhecer as bases estruturais da sua
personalidade, podendo assim resolver seus conflitos e tornar-se
uma pessoa mais equilibrada (saudável).

A psicologia moderna e o Yoga enumeram três tipos básicos de


tensão encontrados:

1° Tensão física ou muscular gerada pelo sentimento de culpa por


não vivenciar a plenitude do ser. Está ligado ao Brahma Granthi
do Muladhara Chakra.

2° Tensão emocional gerada pelo sentimento de abandono por


não se sentir amado, necessário. Está ligada ao Vishnu Granthi do
Anahata Chakra.

3° Tensão mental ou psíquica gerada pelo sentimento de


inferioridade por não saber, verdadeiramente, quem é. Está ligada
ao Shiva Granthi do Ajna Chakra.

Os três tipos de tensão originam doenças, inibições, complexos,


ansiedades e toda uma gama de sofrimentos. Estes sofrimentos,
normalmente, estão ligados aos três complexos principais, que por
sua vez estão ligados aos três Granthis, as três principais
dificuldades de passagem da energia sutil (Prana) pela Sushumna
Nadi.

Desta forma, ressalta-se a necessidade de um processo de


conscientização das tensões existentes e seu consequente
relaxamento, ou vice-versa.

Os psicólogos dizem: "O completo relaxamento físico nos prepara


para investigações mais profundas no campo do inconsciente".

Yoga-Nidra é conhecido como método de relaxamento, mas


precisa-se dar ênfase ao fato de que ele objetiva o equilíbrio
físico, mental e espiritual (essa divisão é meramente didática, não
existindo na realidade) através do relaxamento profundo
consciente.

A prática é baseada num rodízio de conscientização em que a


mente focaliza as diferentes partes do corpo, em Pranayama,
Chidakash, Dharana e visualização interior.

Considerando que Yoga é um processo de comunhão, a integração


dos conteúdos conscientes e inconscientes determina uma
personalidade mais equilibrada e plenamente consciente.

Dessa forma, o relaxamento consciente alcançado em Yoga-Nidra


possibilita observar (como espectador) uma liberação de imagens
subconscientes carregadas de emoções e conteúdos que foram
reprimidos, "Sanskaras".

Esses conteúdos reprimidos são a causa de nossas tensões


profundas e da constante inquietude da mente, e ficam
interferindo subliminarmente nos nossos comportamentos na vida
diária. Condicionam nossos pensamentos conscientes e
experiências, e nos compelem a reagir às situações de forma
razoavelmente previsível.

Assim que se atinge o relaxamento profundo consciente, esses


conteúdos passam a emergir e torna-se importante manter-se
como observador, sem se envolver.

“A consciência é o que quebra os laços do envolvimento pessoal,


sendo o meio de se libertar das impressões ou “Sanskaras”.
Etapas do Processo de Relaxamento
1° Pratyahara (Abstração dos Sentidos)

Aqui pretendemos desenvolver a capacidade da nossa mente de


ignorar a abundância dos estímulos externos, interiorizando-se.

A mente, porém, comporta-se como uma criança rebelde. Faz


exatamente o contrário do que queremos que faça. Assim, se nós a
obrigarmos a pensar em fatos do mundo exterior enquanto os
olhos estão fechados, a mente, aos poucos, tende a perder o
interesse neles e se fecha automaticamente, que é o que desejamos
em Yoga-Nidra.

Deliberadamente fixamos a atenção em sons externos e saltamos


de som para som, conservando a atitude de espectador. Depois de
certo tempo, a mente perde o interesse nesses sons e se fecha para
eles.

Afastamos os mais importantes meios de comunicação da nossa


mente com o mundo exterior, pelo simples fato de fecharmos os
olhos e praticar “Antar Mouna”. Isso deixa o tato como fonte mais
forte de estímulo do mundo exterior. O paladar e o olfato são
relativamente neutros.

As sensações do tato são quase anuladas se adotarmos a posição


de “Shavasana”, em que os braços e pernas mantêm-se afastados
do corpo e as palmas das mãos voltadas para cima, de maneira a
evitar a estimulação táctil.

2° Rodízio de Conscientização

Tendo reduzido a interferência dos estímulos externos, a atenção


tende a concentrar-se no corpo. Portanto, o passo seguinte é
afastar a mente do corpo. Para atingir esse objetivo há uma
conscientização deliberada de cada parte do corpo físico, num
rodízio que se repete um certo número de vezes. Após algum
tempo, percebemos que a mente demonstra uma forte tendência a
interiorizar-se.

Além disso, esse rodízio vai provocando um acentuado


relaxamento, que serve para diminuir de maneira considerável a
penetração no cérebro dos estímulos físicos.

De modo geral, a parte seguinte do exercício é a consciência da


presença da respiração, quando se pode introduzir alguma
visualização, como, por exemplo: tentar ver nosso próprio corpo
como se estivéssemos fora dele.

A consciência ou a conscientização da respiração traz uma maior


introversão. Não se deve alterar o ritmo respiratório, apenas
observá-lo.

O exercício continua na profundidade das emoções ou sensações


psicossomáticas. Faz-se um rodízio de conscientização de
sensações. Primeiro, sensações de aspectos mais físicos, como:
leveza, calor, etc... Depois, passamos para o plano mental: dor,
prazer, e, se for desejável, ira, medo, ciúme e amor.

3° Visualização

Neste momento a mente já está inteiramente introvertida, embora


ainda haja consciência da voz do instrutor.

Esta é a fase em que vários pensamentos e imagens surgem do


consciente e do subconsciente, interferindo no processo para a
concentração. Em vez de bloquear esses pensamentos e imagens,
nós nos utilizamos deles, fazendo um rodízio de conscientização
por determinadas imagens e pensamentos, até que eles percam seu
poder dispersivo. Usam-se outras imagens e símbolos que possam
perturbar as camadas mais profundas da mente e trazer à tona seu
conteúdo. Uma vez iniciado esse processo de purificação, a
tendência é que ele prossiga espontaneamente. A indicação de que
ele realmente continua é quando uma sucessão de pensamentos e
imagens emergem durante a prática de conscientização do espaço
interior (Chidakash).

Nós devemos continuar como meros observadores e a sucessão de


imagens deve ser orientada rápida e ritmadamente.

4° Dharana

A sucessão de imagens tem dupla finalidade: desenvolver poderes


de visualização e evitar a dispersão do consciente e do
subconsciente, empregando o poder de associação. Nossa mente,
então, concentra-se cada vez mais e nos torna receptivos e prontos
para a prática de "Dharana", quando o consciente focaliza
determinado objeto por certo tempo.

Normalmente usamos a imagem de um ovo dourado, que é um


símbolo psíquico muito poderoso e que facilita particularmente a
concentração.

Meditação pura é a experiência da conscientização desse objeto


dentro do inconsciente. Então, a fronteira entre consciente e
inconsciente se desfaz e as imagens psíquicas desaparecem.

5° Resolução ou Propósito

A Resolução é uma ordem do consciente para o subconsciente.


Depois o poder do subconsciente forçará a ordem a retornar ao
consciente, e ela se manifestará em nossas ações e
comportamentos.

Nossos pensamentos e ações de agora são influenciados por


experiências passadas. Nossas experiências presentes
determinarão nosso comportamento futuro. O ciclo de ação e
reação chama-se “Karma”.

Não somos vítimas indefesas do destino; cada um de nós tem


dentro de sí o poder de moldar sua estrutura mental. A semente da
mudança é o Propósito que formulamos em Yoga-Nidra.
É muito mais construtivo e aconselhável empregar a Resolução ou
Propósito para um fim positivo que influencie toda uma vida, que
inclua um desejo verdadeiro de mudar a personalidade. Ao
obtermos um resultado assim, ganhamos automaticamente a força
necessária para vencer hábitos e vícios indesejáveis.

Precisamos SENTIR o nosso Propósito, pois o inconsciente


reconhece sugestões que trazem em si a força do impulso
emocional e reage sob a influência delas.
Aspectos Psicológicos
No Ocidente, psicólogos descrevem a mente como tendo duas
divisões principais:consciente e inconsciente.

O Consciente predomina durante as horas em que estamos


acordados. Sua característica básica é a noção do EU (Ego) e tem
por função a resolução de problemas e o raciocínio (analisar,
comparar e concluir).

Os seguidores de Freud afirmam que o inconsciente é o depósito


de todas as experiências passadas não compreendidas, geralmente
dolorosas. Estas experiências reprimidas ainda vivem e são a
origem de nossas fobias e obsessões. Também no inconsciente se
localizam nossos instintos e desejos, permanentemente em luta
para emergir no consciente, competindo pela própria expressão e
satisfação.

Entre o consciente e o inconsciente existe um limiar de tensão que


atua como Censor. Isto é, filtra quais as informações que devem
aflorar na consciência.

Esse Censor é necessário para nossa concentração no trabalho que


executamos.

O Censor assimila ao longo da vida as informações (valores,


conceitos, preconceitos, noções de certo e errado e etc.), e de
acordo com nossos complexos, inibições, simpatias e antipatias,
ele alimenta o nosso consciente com as informações que se
mostram mais “adequadas”, determinando nossas ações e reações.
Se temos medo de algo, a informação sensorial será enviada ao
consciente de acordo com o padrão de comportamento aprendido
e “adequado”, determinando a nossa resposta. Por exemplo: Um
homem que aprendeu que "Homem não chora e não tem medo",
diante de algo que o apavora, fingirá não ter sido atingido pelo
estímulo.. . Enquanto isso, o conteúdo emocional correspondente
à intensidade do estímulo (medo, insegurança, necessidade de
gritar, chorar, fugir e etc.), que é “inadequado” no padrão de
comportamento aprendido, será bloqueado.

Os preconceitos do Censor nos impedem de ver o mundo


claramente. Mas não impedem que o inconsciente esteja sempre
alerta, enviando informações para o consciente, mesmo durante o
sono.

A entrada nas áreas do inconsciente, onde estão nossa intuição e


criatividade, nos é proibida, assim como o ingresso no âmbito
geral do Inconciente Coletivo (registro de experiências herdadas
de nossa raça e de nossa cultura).

É claro que a Censura é necessária para que funcionemos bem,


mas uma Censura muito restritiva pode separar-nos de partes
positivas e esclarecidas da nossa mente, inibindo a capacidade de
análise e questionamento.

Yoga-Nidra nos auxilia a harmonizar o consciente e o


inconsciente e nos conduz a um estado em que a Censura não é
necessária, pelo menos durante certo tempo.
Mantra-Yoga
O Mantra é um poder (Shakti), o poder em forma de som. Mantra
é uma palavra constituída de Man, que significa pensar, e Tra, que
vem da raiz Trai e que significa proteger ou liberar.

“Mananat Trayate iti Mantrah”

Mantra é aquilo que salva ou defende das limitações da mente

O livro Nadabindu Upanisad diz:

“O som controla a mente que vaga pelo prazeroso jardim dos


sentidos.”

Mantra-Yoga é aquela prática através da qual o poder contido nos


mantras é aplicado com fins específicos.

Cada Mantra é constituído a partir de uma combinação de sons


(Shabda) derivados das 50 letras do alfabeto Sânscrito.

Os Rsis (sábios) conheciam o poder inerente contido nos sons e


utilizaram combinações de sons para estabelecer vibrações
específicas, para provocar determinados estados de consciência e
também vibrações que podem curar, destruir, causar tristeza ou
alegria ou até mesmo mudar a aparência ou mentalidade de uma
pessoa.

A Física moderna fez uma reviravolta geral nos conceitos básicos,


até então em vigor, da realidade, tais como tempo, espaço, objetos
e causa e efeito. O que está fazendo com que a ciência faça surgir
uma nova visão do mundo, semelhante à já existente na ciência do
Yoga há milênios.

As coisas e os fenômenos são percebidos como manifestações


diferentes da mesma realidade. A divisão do mundo em objetos
separados, embora útil no nível de cada dia, é considerada como
uma ilusão (Maya). O cosmos é visto como uma realidade
inseparável, sempre em movimento. É algo vivo, espiritual e
material ao mesmo tempo. O que é uma visão muito similar à
Teoria do Quantum, que diz:

"A Natureza não é nunca inativa, está sempre em movimento.


Macroscopicamente, os materiais que nos rodeiam podem parecer
inertes ou mortos, mas se se magnifica uma peça de pedra, por
exemplo, pode-se facilmente observar que ela está cheia de
atividade".

Os físicos falam de uma dança contínua de matéria sub-atômica,


usando termos como Dança da Criação e da Destruição. Mas eles
não são os únicos a falar desta Dança Cósmica. O Sr. Shiva, no
seu aspecto Nataraja (O Dançarino Cósmico), é uma deidade da
Trilogia Hindu, que representa a imagem visual desta dança
cósmica, como também o são as estrelas das partículas
fotografadas pelos nossos físicos modernos.

Foram feitas diversas experiências para determinar o poder do


som. Em uma delas, numa sala fechada, se colocou uma taça de
cristal que foi quebrada ao se produzir determinado tom de uma
nota musical em um violino. Em outra, foi demonstrado que as
notas produzidas por determinados instrumentos podem desenhar,
sobre uma superfície de areia, figuras geométricas, e a repetição
da mesma nota, no mesmo tom, dá lugar à forma semelhante. Em
nossa Bíblia temos a famosa passagem das Trombetas de Jericó.
Mantras: Diferentes Tipos
1° Bija (Semente)

Não possuem significado exato, mas atuam diretamente nas


Nadis, vibrando nos Chakras e exercendo uma espécie de
massagem sutil que libera a energia bloqueada, permitindo a
Kundalini fluir livremente.

Neste tipo de Mantra (Nama) nome (Rupa) e forma constituem


uma coisa só e não se podem separar. Como, por exemplo: RAM,
bija do fogo no Manipura, que é a expressão, em som grosseiro
(Vaikhari-Shabda), do som sutil produzido pelas forças que
constituem o fogo.

a. Bija dos 5 elementos:

Akasa (Espaço) = HAM

Vayu ( Ar) = YAM

Agni ( Fogo) = RAM

Apah ( Água) = VAM

Prthivi ( Terra) = LAM

b. Bija dos Devatas (Deidades)

Durga = DUM
Ganesa = GAM/GLAUM

Sarasvati = AIM

Shiva = HAUM

Kali = KRIM

Mahamaya = HRIM

Mahalaksmi = SRIM

2° Saguna Brahma Mantra


(Mantra de Brahma com Forma)

Junto à repetição do som deve-se visualizar a forma específica


com atributos, que é o Devata (deidade).

O Mantra e o Devata são uma só unidade. Um Mantra-Devata é


Shabda (palavra) e Artha (objeto da palavra); o primeiro é o nome
e o segundo é a forma do Devata.

O Mantra não é senão um movimento dos lábios, Shiva e Shakti.


Seu movimento é o coito (Maithuna) de ambos. O Shabda que daí
nasce representa o Devata que é por assim dizer Bala (filho) do
Sadhaka. Este Shabda deve ser repetido (100.000 vezes) até
serem despertos (Prabudha) seus poderes latentes, isto é, quando
passa a existir Mantra-Caitanya (Consciência Mântrica); então o
Sadhaka passa a usufruir de todos os benefícios advindos da
repetição do Mantra.

Isto significa que o Devata é uma forma de consciência do


Sadhaka que este desperta e fortalece, beneficiando-se com ele.
Sua consciência é a que se converte no Bala (menino), e quando
se fortalece se trata do poder divino plenamente desenvolvido.

Do ponto de vista psicológico, quer dizer concentrar e vitalizar o


pensamento e o poder volitivo (da vontade).

O Mantra-Devata normalmente é dado pelo Guru no momento da


iniciação, baseado nas características psicológicas de cada um. Se
uma pessoa é de natureza introspectiva, inclinada a meditação e a
pensamentos abstratos, repetirá um Mantra de Shiva. Se o ideal da
pessoa é se transformar em um chefe de família exemplar,
amoroso e responsável, meditará no nome do Sr. Rama. Se a
pessoa tem características devocionais, é alegre e amável e vê
Deus como Ser Infinito, repetirá o mantra do Sr. Krshna. Aquele
que sente reverência pelo aspecto maternal repetirá o Mantra de
Durga Mataji.

Em determinadas ocasiões pode-se, também, repetir os Mantras


de outras Deidades para se adquirir ou desenvolver certos
atributos daquele Devata, como por exemplo a repetição de:

"OM AIM Saraswatiyai namah"

Proporciona sabedoria, inteligência e criatividade.

"OM Sri Maha Laksmyai namah"


Confere bens e prosperidade.

"OM Sri Maha Ganapataye namah"

Ajuda a ultrapassar os obstáculos de qualquer natureza.

3° Nirguna Brahma Mantra


(Mantra de Brahma sem Forma)

Os Mantras Nirguna não possuem formas, são apenas sons que


não invocam nenhuma Deidade, nem nenhum aspecto
personalizado de Deus.

Estes Mantras devem ser utilizados por pessoas que já percebem,


mesmo que intelectualmente, a unidade do Ser, ou que vêem a
criação como forma de energia indiferenciada procedente de uma
única Fonte ou Causa Original.

Estes Mantras Abstratos são mais utilizados por pessoas que já


possuem um conhecimento apreciável de Vedanta e que os
utilizam através de um questionamento (Mananam) para terem
consciência da identidade de si mesmas, da Criação e do Criador.

a. SOHAM = Sah + Aham.


Ele (Isvara) + Eu.
Ele sou Eu ou Eu sou Ele.

b. Aham Brahma Asmi.


Eu sou Brahma.

c. Tat Tvam Asi.


Tu és Aquele (Isvara).

d. Ayam Atma Brahma.


Este Eu é Brahma.

e. OM

Não tem tradução. É composto por três letras A-U-M. São dadas
várias interpretações, tais como:

1° A letra A simboliza o estado Consciente ou de Vigília


(Jagrat-avastha), a letra U, o estado de Sonho (Svapna-avastha),
a letra M, o estado de Sono Profundo (Susupta-avastha). O
símbolo inteiro representa o 4º estado (Turya-avastha), que
combina e transcende todos os outros.

2° As letras A - U - M simbolizam respectivamente a Fala (Vak),


a Mente (Manas) e a Energia Sutil (Prana). O símbolo inteiro
representa o Jiva.

3° As 3 letras representam também as dimensões de


comprimento, largura e profundidade, enquanto que o símbolo
todo representa o Atma, que está além das limitações de forma e
dimensão.

4° Elas representam as 3 Gunas (qualidades, características),


Sattva - Rajas - Tamas, ao passo que o símbolo inteiro representa
um Gunatita, aquele que transcendeu a atração das Gunas.
5° As letras correspondem aos 3 tempos: passado, presente e
futuro, ao passo que o símbolo inteiro representa o Criador, que
transcende as limitações do Tempo.

6° Elas representam o ensinamento transmitido pela mãe, pelo


pai e pelo Guru, respectivamente. O símbolo todo representa
Brahma Vidya (O conhecimento de Brahma), cujo ensinamento é
imperecível.

Japa - Diferentes Formas de Repetição

Japa é a repetição de um mesmo som. Segundo a etimologia e a


tradição do ensinamento, Japa significa:

“Jakaro Janmavicchedah

Pakarah Papanasanah

Janmakarmaharo Yasmat

Tasmat Japa Iritah.

“A sílaba Ja elimina totalmente os nascimentos.

A sílaba Pa destrói Papa (o acúmulo do efeito de ações negativas


do passado).

Devido à capacidade de erradicar o sentimento de ser o agente da


ação (ignorância) e a causa de nascimentos futuros, dá-se o nome
de JAPA”.

O Japa pode ser:

1° Nama Japa

Que é a repetição de um mesmo nome, Krshna, Krshna, Krshna;


ou Shiva, Shiva, Shiva; ou Ganesha, Ganesha, Ganesha; ou outro
nome que tenha significado para aquele que está repetindo.

Não é somente a repetição de um som, pois não tendo significado


não ecoa no coração do indivíduo. Um nome como Krshna, Shiva
ou Cristo, quando o significado é apreciado, inspira e invoca um
sentimento de ser abençoado.

2° Mantra Japa

A repetição de um mantra, como por exemplo:

"OM namah Sivaya" ou

"OM Sri Maha Ganapataye namah".

3° Likhita Japa

É escrever o mantra diariamente num caderno, durante meia hora,


observando-se silêncio e concentração. Pode-se, ao mesmo tempo
que se escreve, repeti-lo mentalmente, o que proporcionará um
resultado mais rápido.

4° Bija Japa

É importante lembrar que Tantra Yoga tem uma metodologia


própria de ensinamento, na qual cada indivíduo é visto como uma
unidade com características próprias. Por conseguinte, cada um
deve ser ensinado segundo o seu nível, para que possa ir galgando
novos níveis de compreensão e visão da realidade. Por este
motivo certas instruções não podem ser dadas em grupo ou por
livros, e, em virtude disso, vamos sempre falar de forma genérica
e informativa. Ressaltamos então que os Bijas dos Chakras não
devem ser repetidos por pessoas que não tenham conhecimento
profundo do assunto, principalmente se forem acompanhados de
concentração nos Chakras, pois podem causar um desequilíbrio
na personalidade do praticante por uma hiper-energização de um
Chakra em detrimento dos outros.

Uma forma segura, eficiente e sem contraindicação para


energização dos Chakras através do canto de seus Bijas Mantras,
é a seguinte:

Om, Ham, Yam, Ram, Vam, Lam.

Repetir sete vezes todo o conjunto, iniciando com o canto do Om


até chegar a Lam e, em seguida, repetir todo o conjunto desde
Lam até o Om, isso é considerado uma vez. Em seguida deve ser
repito a seguinte sequencia:
Om, Ha, Ha, Ham.
Om, Ya, Ya, Yam.
Om, Ra, Ra, Ram.
Om, Va, Va, Vam
Om, La, La, Lam.

Repetir todo o conjunto três vezes, iniciando sempre por Om, Ha,
Ha, Ham. Em seguida deve ser repito a seguinte sequencia:

Ha, Ha, Ham.


Ya, Ya, Yam.
Ra, Ra, Ram.
Va, Va, Vam.
La, La, Lam.

Repetir todo o conjunto três vezes, iniciando sempre por Ha, Ha,
Ham; em seguida observe o silêncio. Tenha sempre em mente que
a repetição deve ser feita de forma cadenciada e sem pressa.

Usa-se fazer Japa com a ajuda de um colar que se chama Mala,


composto de 108 contas mais uma, que se chama Meru, e deve ser
maior que as outras. O Meru é o sinal que o Mantra foi repetido
108 vezes, o que representa o alfabeto sânscrito do início ao fim e
do fim ao princípio, incluindo assim todas as possíveis
combinações de letras que formam todas as palavras que
representam os objetos que constituem a criação.

Os dedos não devem ultrapassar o Meru, dá-se a volta, e continua-


se recitando o Mantra na direção oposta.

Ao se passar o Mala, o que deve ser feito com os dedos polegar e


médio, faz-se uma massagem em uma Nadi que passa pelo dedo
polegar. Essa pressão ajuda a relaxar a mente.

5° Ajapa-Japa

É a repetição do Mantra “Hamsa”, que ocorre quando se respira.


O processo da respiração é involuntário e inconsciente, e assim
também é a repetição do Mantra. Na inspiração “Ham” é repetido
e na expiração “Sa” é repetido. Calcula-se que esta repetição
ocorra 21.000 vezes cada 24 horas ou 15 vezes por minuto.

“Hansa” vem da união de Aham Sah, que significa “Eu sou Ele”
(Isvara).

“Hansa” também é um pássaro mitológico que se assemelha ao


cisne. Quando lhe é dada uma mistura de leite e água ele
consegue beber somente o leite deixando a água, simbolizando
“Viveka”, a discriminação entre o real e o não real (aparente).

Os Mantras também são usados numa prática mais simples, em


forma de canções (Bhajans ou Kirtans) que ajudam a
concentração e a tranquilidade da mente. Usado principalmente
para aquelas pessoas que ainda não têm preparação para o Japa.

De acordo com o livro Kaulavali Nirmayah, Capítulo VII, Verso


27, existem três espécies de Japa:

Vaikhari Japa = audível.

Upamsu Japa = murmurado.


Manasa Japa = mental, que é o que exige maior poder de
concentração e portanto dá resultados mais rápidos e profundos.

Gayatri Mantra - A essência dos Vedas

Gayatri é derivado de Gaya, que significa cantando, e de Tri, que


vem de Tr e significa proteger; portanto, podemos dizer que
Gayatri é aquilo que protege quem canta.

Gayatri é também conhecido como uma metrificação védica de


24 sílabas.

"Na Gayatryah paro mantrah"

Não existe mantra mais importante que o Gayatri.

A deidade deste mantra é o próprio Para Brahma, o Absoluto.

Toda a humanidade está envolta no sonho (Maya). O homem


desconhece a sua própria força interior e que está nele mesmo
aquilo que busca. Por este motivo, projeta a sua felicidade nos
objetos exteriores, pensando que quanto mais dinheiro e bens
possuírem será mais forte e feliz.

Na era dos Vedas, os Rsis, os sábios, compreenderam esta


dicotomia e conseguiram discernir a fonte da natureza humana.
Gayatri é um dos mantras que através da energia solar pode
renovar o nosso metabolismo. É ideal para receber as vibrações
do Sol que nos encherão de entusiasmo e vigor. Já que é um
mantra da era dos Vedas, Gayatri acumulou tanta força que atua
em poucos dias. Ele ilumina para dar uma nova compreensão e
facilita todas as coisas.

Este mantra é especialmente eficaz para aqueles que tendem ao


suicídio ou que são pessimistas. Deve ser cantado pela manhã, na
saída do Sol, virado para o Oriente, de preferência na postura de
Lótus e, com a ajuda de um Mala, deve ser repetido pelo menos
250 vezes. É conveniente oferecer água ao Sol depois de finalizar
o mantra.

"OM bhur bhuvah swah


tat savitur varenyam
bhargo devasya dhimahi
dhiyo yonah prachodayat"

"OM - Três palavras sagradas


(Brahma, Vishnu, Shiva ou plano físico, sutil e causal)
Nós meditamos na grandeza do Criador
Aquele que é Brilhante (consciência)
Que Ele inspire nossos intelectos".

De uma forma mais livre, é traduzido como:

"OM - Meditemos na glória de Isvara


Criador do Universo, merecedor de adoração
Aquele que é todo Sabedoria e Luz
O Destruidor de todos os pecados e da ignorância
Que Ele ilumine o nosso intelecto".

Existem quatro pausas na repetição deste mantra. Quando se


pronuncia OM, deve-se fazer a primeira pausa, depois cantar
"bhur bhuvah svah", segunda pausa; em seguida se pronuncia "tat
savitur varenyam", terceira pausa; canta-se "bhargo devasya
dhimahi", faz-se a quarta pausa, e logo canta-se "dhiyo yo nah
prachodayat". É importante lembrar que nesta última frase, como
o "h" (visarga) vem precedido de uma palavra iniciada por "p",
ele passa a ter o som de "f".

Não se deve ter pressa ao repetir este mantra. Procure sentir a


melodia das palavras e com o tempo ele nos dará aquilo que
desejamos, e finalmente nos liberará da roda do nascimento e
morte(Samsara Chakra).

Há uma pequena história sobre este mantra, que diz: Manu, jovem
brâmane, desejava conhecer plenamente a sabedoria contida nos
Vedas, mas sem lê-los. Seu pai era um grande Rsi e ele herdara as
faculdades necessárias para converter-se em sábio. Mas, devido à
sua preguiça, ele sempre arranjava um jeito de descartar-se do
estudo dos Vedas. Para facilitar as coisas, começou a venerar
Indra, o Rei dos Céus. Passado algum tempo, Indra apareceu e
lhe disse:" Tuas meditações e teus esforços me alegram. Em
virtude disso podes me fazer um pedido". Manu, ansioso por uma
oportunidade dessas, se inclinou ante o Deus e disse:" Concede-
me o favor de conhecer todos os Vedas sem que eu os leia".

Indra riu diante do desejo de Manu e lhe respondeu: "Sinto muito,


Manu. Não posso te dar o que desejas, pois até esta data ninguém
pode conhecer os Vedas a fundo sem antes havê-los lido", e
desapareceu.
Manu era perseverante e reiniciou as suas práticas. Depois de
algum tempo, Indra apareceu de novo e lhe disse: "Na verdade
Manu, tua devoção me impressiona. Diz-me o que posso fazer por
ti".

Manu repetiu o seu desejo e Indra respondeu de novo a


impossibilidade de satisfazê-lo e desapareceu.

Dias depois, Manu foi à praia e viu um homem que jogava pedras
no oceano. Manu o observou por certo tempo e sem poder resistir
à curiosidade, perguntou-lhe:

"Por que jogas sem cessar pedras ao mar? O homem lhe


respondeu: "Não gosto do mar e trato de enchê-lo com as pedras".

Ao escutar, Manu riu e perguntou: "Meu bom homem, acaso se


pode encher o mar jogando-lhe pedras?" O homem lhe respondeu:
"Sim! Se efetivamente existem aqueles que conhecem os Vedas
sem nunca os terem lido, eu também posso encher o mar com as
pedras".

Imediatamente Manu percebeu quem era esse homem. Tocou seus


pés, não era outro senão Indra. De natureza preguiçosa, Manu
estava inseguro de chegar a dominar os Vedas. Assim, perguntou
por um método especial para fazê-lo e Indra lhe respondeu:

"Se desejas conhecer a sabedoria dos Vedas, canta o Mantra


Gayatri; ele acabará com a tua preguiça e te alegrará, sempre te
sentirás bem e com entusiasmo para o estudo. Também ele
aguçará teu intelecto e depois de alguns dias serás outro homem.
Graças à assombrosa força da Gayatri, dominarás todos os
Vedas". Indra desapareceu.

É dito que Gayatri destrói todos os maus Karmas e dá um alívio


imediato. É considerada a Mãe dos Vedas. Ao cantar o mantra
brotam imediatamente os frutos do conhecimento. Aquelas
pessoas que não têm força de vontade e precisam de saúde devem
repeti-lo pelo menos 56 vezes ao dia. Produz no corpo humano
um efeito purificador e sublime. Pode-se repeti-lo mentalmente
em qualquer lugar, caminhando, dirigindo automóvel, repousando
ou viajando.

Gayatri pode dar origem a uma agradável vibração na sociedade


se um grupo de pessoas decide cantá-lo. Produz um bem estar
geral.

Segundo os Rsis, existem quatro desejos básicos no homem:

Dharma = virtude

Artha = riqueza

Kama = sexo

Moksa = liberação

Gayatri é útil para que todos sejam conseguidos durante o curso


de uma só vida.

Normalmente, um mantra dará resultado se cantado 100 mil


vezes. Mas, para os mantras tântricos, o número varia de acordo
com os fins que cada pessoa deseja alcançar.
Gayatri das Deidades

Ganesha:
“Om Ekadantaya vidmahe
Vakratundaya dhimahi
Tanno Danti prachodayat”

Hanuman:
“Om Anjaneyaya vidmahe
Mahabalaye dhimahi
Tanno Hanumat prachodayat”

Durga:
“Om Katyayanaya vidmahe
Kanyakumari dhimahi
Tanno Durgih prachodayat”

Mahalakshmi:
“Om Mahadevay Ca vidmahe
Visnupati Ca dhimahi
Tanno Laksmi prachodayat”

Vishnu:
“Om Narayanaya vidmahe
Vasudevaya dhimahi
Tanno Visnuh prachodayat”

Shiva:
“Om Tatpurushaya vidmahe
Sahasrakshaya Mahadevaya dhimahi
Tanno Rudrah prachodayat”
Sarasvati:
“Om Aim vag devyai dimahe
Kamarajaya dhimahi
Tanno Devi prachodayat”

Segundo os Tantras os mantras se dividem em:

a. Feminino, se terminar por Svaha, e é usado com propósitos


domésticos, como por exemplo:

"OM Trailokya Raksa Raksa Hum Phat Svaha".

Este mantra é usado como um escudo protetor contra qualquer


tipo de perigo.

b. Diferente, se terminar por namah, e é usado com propósitos


mágicos e vence as inimizades, como por exemplo:

"OM Hrim Gauryai namah".

É dedicado à Deusa Gauri, que bendiz quem o canta.

c. Masculino, os demais, que são usados para atrair ou distrair a


atenção de uma pessoa, como por exemplo:

"OM Hum Khe Kshah".

Diz-se que este mantra cura mordida de víbora e é benéfico em


todas as classes de picadas (escorpião, vespas, etc.).

Existem, também, mantras que são usados para ajudar alguns


aspectos astrológicos do Mapa Natal.

No Mantra-Yoga o estado de Samadhi que é alcançado se chama


"Mahabhava" (O estado de Ser), que é marcado pela imobilidade
e o silêncio.

Esta é a forma mais simples de prática de Yoga, adaptada àqueles


cujos poderes e capacidades não bastam para qualificá-los para
nenhuma outra forma de Yoga.
Pontos Marmans
Os pontos Marmans são assim chamados porque eles ficam nas
junções, nas confluências de algumas Nadis (condutos sutis)
impossibilitando a passagem do Prana (energia) para
determinadas partes do corpo.

Diz o livro Shandilya Upanishad, no Capítulo I, Verso VIII:


"Existem vinte e cinco pontos Marmans e que a prática de


pressioná-los ajuda a descarregar a energia que está bloqueada
nestes pontos."

Depois de pressionar esses pontos, o paciente deve inspirar


profundamente, reter a respiração por um tempo longo, mas
cômodo e, em seguida exalar.

Relacionamos os pontos principais e acrescentamos os pontos


auxiliares da forma como nos foi transmita pelo Mestre e que
devem ser pressionado antes dos principais.

Muladhara Chakra

a. Pontos Auxiliares:

Pés

Dedões

Tornozelos

Pernas/Coxas

Joelhos

b. PontoPrincipal:

Períneo

Swadhisthana Chakra

a. Pontos Auxiliares:


Região Inguinal
b. Ponto principal:

Acima do sexo

Manipura Chakra

Pontos Auxiliares:

Acima do umbigo e abaixo da linha do umbigo

Pontos Principais:

Na lateral do umbigo

Anahata Chakra

a. Pontos Auxiliares:

Logo abaixo do peito


b. Ponto Principal:

Região do esterno

Vishuddha Chakra

a. Pontos Auxiliares:

Acima da axila

b. Ponto Principal:

Garfo do Esterno (garganta)


Lalana

a. Ponto Auxiliar :

Base do crânio

b. Ponto Principal:

Jugular

Manas

a. Pontos Auxiliares:

Nariz

b. Ponto Principal:

Palato Mole (Céu da boca)


Ajna Chakra

a. Pontos Auxiliares:

Cavidade superior do globo ocular, perto do nariz.


b. Ponto Principal

Entre as sobrancelhas.

Soma Chakra

a. Pontos Auxiliares:

Têmporas

b. Ponto Principal:

Testa

Sahasrara Chakra

a. Ponto Principal:

Parte alta da cabeça.


Pontos Marmans e os Chakras
Meditação do Amanhecer
Deite-se em Shavasana, a postura do cadáver. Visualize o seu
corpo deitado em linha reta da cabeça aos pés, as pernas
ligeiramente afastadas e os braços próximos ao corpo, as palmas
das mãos voltadas para cima (Pausa).

Feche os olhos e conserve-os fechados até o final da prática.


Inspire profundamente e, enquanto expira, sinta que as
preocupações e aflições do dia a dia se vão com esta expiração
lenta, suave e continuada (Pausa).

Desenvolva a sensação de relaxamento do corpo. Não é


necessário relaxar voluntariamente nenhum músculo. Apenas
desenvolva a sensação de relaxamento (Pausa). Sem abrir os
olhos, visualize seu corpo no chão. Tome consciência do corpo
deitado sobre o chão, do corpo em relação ao chão e dos pontos
de contato entre o corpo e o chão (Pausa). Sinta a parte posterior
de sua cabeça que toca o chão... omoplatas e chão... cotovelos e
chão... costas das mãos e chão... nádegas e chão... barriga da
perna e chão... calcanhares e chão (Pausa). Sensação física de
todos os pontos de contato entre o corpo e o chão ao mesmo
tempo (Pausa Longa).

Conscientize-se da própria respiração (Pausa). Não tente mudar o


ritmo: a respiração é natural e automática (Pausa). Sinta o fluxo
respiratório e observe que não há esforço na respiração. Perceba
que à medida que você observa o seu ritmo respiratório há um
relaxamento natural da sua musculatura e do seu sistema nervoso.
Não adormeça. Continue a observar o ritmo respiratório e o
relaxamento natural que começa a tomar conta de você.(Pausa
Longa).

Lentamente faça a Postura do Feto (Pausa). A postura do feto é


essencial neste tipo de meditação, pois despertará na memória o
estado fetal e toda a sua riqueza que vamos tentar recuperar
(Pausa).

Procure não analisar as instruções, apenas siga-as da melhor


maneira que puder, visualizando-as e vivenciando-as com
bastante emoção (Pausa).

Concentre-se em "Chidakash", espaço escuro, calmo e agradável


à altura da sua testa. Em Chidakash visualize uma paisagem
noturna (Pausa). Nesta paisagem, uma praia deserta há alguns
milhares de anos (Pausa). Diante de nós se estende a imensidão do
oceano das origens, e através da sombria claridade que cai das
estrelas, visualize no firmamento uma Lua em Quarto Crescente.
Procure visualizar bem esta paisagem (Pausa Grande).

Veja toda esta paisagem maravilhosa refletida na água (Pausa).


Contemple este espetáculo eterno e perceba lentamente que a Lua
em Quarto Crescente se converte numa brilhante Lua Cheia, que
vai tirando você do tempo linear e colocando-o no tempo cíclico
(Pausa).

O ar é suave e a noite tão agradável e morna como a água.(Pausa).


O oceano respira; uma onda suave se desfaz sobre a praia, se
estira, deixa sua espuma num instante e logo reflui para o mar. A
onda seguinte volta a subir na areia, deixa sua espuma e reflui, e
assim sucessivamente. Visualize bem o movimento das ondas do
mar e sinta que a sua respiração acompanha cada onda. A onda
sobe e inspire, a onda deixa a espuma sobre a areia e retenha a
respiração, a onda reflui e expire, e logo reinspire com a onda
seguinte (Pausa Grande).

O som do "OM" (imaginado) acompanha a inspiração e a


expiração. Assim, embalado pelas ondas e o som do "OM", se
integre na vida marinha até perceber que o oceano é um
gigantesco organismo vivente, berço de toda a vida e símbolo do
Indiferenciado (Pausa Grande).

No horizonte, pouco a pouco, começa a clarear, surgem os


primeiros raios dourados do Sol que, com sua majestosa lentidão,
emerge e se eleva, glorioso, no céu limpo de nuvens (Pausa).
Contemple o disco alaranjado do sol acima da linha do horizonte.
Seu doce calor penetra o ar, a água, a areia e envolve todo o seu
corpo, envolve todo o seu ser (Pausa). Que felicidade e paz
imensa este Sol matutino, que ilumina a tudo e a todos, nos
transmite. Mas,... não esqueço as ondas do mar, que marcam
sempre o ritmo da respiração e o "OM"; o "OM" que tudo permeia
(Pausa). Fique impregnado de vitalidade, serenidade e uma paz
intensa toma conta de todo o seu Ser (Pausa Longa).

Quando a mente se apartar por si mesma da contemplação


interior, volte devagarzinho à posição de Shavasana. Permaneça
mais um pouco com os olhos fechados. Tome consciência do seu
corpo físico e da respiração. Mexa os dedos dos pés e das mãos.
Espreguice-se bem, virando de um lado para o outro. Então,
sente-se, esfregue uma mão contra a outra e leve aos olhos
fechados. Fique um pouco mais em silêncio, e aí então, abra os
olhos, sem pressa, gozando ainda desta paz interior que o envolve
todo.

HARI OM.
Meditação do Anoitecer
Deite-se em Shavasana, a postura de relaxamento. Feche os olhos
e não se preocupe em relaxar conscientemente nenhuma parte do
seu corpo. Apenas visualize-o e tome consciência dele deitado
com os braços e pernas um pouco afastados (Pausa).

Verifique se as pernas, o tronco e a cabeça estão numa mesma


linha (Pausa).

Inspire profundamente e ao exalar imagine que as tensões e as


preocupações do dia se vão com esta exalação lenta profunda e
suave (Pausa).

Vamos iniciar uma série de exercícios combinando respiração,


tensão e relaxamento de determinadas partes do corpo. Lembre-se
que somente a parte do corpo que for nomeada ficará tensa, o
resto do corpo permanecerá relaxado:

a. Inspire e retese somente o seu braço direito, exale e relaxe.

b. Inspire e retese o braço esquerdo, exale e relaxe.

c. Inspire e retese os dois braços, exale e relaxe completamente.

d. Volte a inspirar, retese a perna direita, exale e relaxe.

e. Inspire e retese a perna esquerda, exale e relaxe


completamente.
f. Relaxando, faça duas respirações profundas e ritmadas
(Pausa).

g. Inspire e retese o braço e a perna direita, exale e relaxe.

h. Volte a inspirar e retese agora o braço e a perna esquerda,


relaxe exalando.

i. Inspire lenta e continuamente e retese todo o seu corpo, exale


e relaxe completamente.

j. Faça duas respirações profundas e ritmadas (Pausa).

Agora vamos iniciar Shavayatra (A viagem do cadáver). Tome


consciência das partes do corpo que eu for mencionando e relaxe-
as.

Traga a sua mente para a parte alta da cabeça, conscientize-a e


relaxe. Relaxe a sua testa, o ponto entre as sobrancelhas, o olho
direito, o olho esquerdo, o nariz, a boca e o queixo. Relaxe o
pescoço. Relaxe bem o centro do pescoço (Pausa). Relaxe o
ombro direito, o braço, o antebraço, o punho, a mão e os dedos da
mão direita. Relaxe bem a palma da mão, o punho, o cotovelo, o
ombro direito e o centro do pescoço (Pausa). Relaxe o ombro
esquerdo, o braço, o antebraço, o punho, a mão e os dedos da mão
esquerda. Relaxe bem a palma da mão, o punho, o cotovelo, o
ombro esquerdo e o centro do pescoço (Pausa). Relaxe o centro
externo, o peito direito e o peito esquerdo. Relaxe bem o centro
externo (Pausa). Relaxe o centro, o umbigo e toda a área
abdominal. Relaxe bem o centro do umbigo (Pausa). Relaxe a
região da pelvis, a virilha direita e a virilha esquerda. Relaxe bem
o centro pelvis (Pausa). Relaxe a região do períneo (entre o sexo e
o anus). Relaxe a coxa direita, o joelho, a perna, o tornozelo,
calcanhar, sola do pé e dedos do pé direito. Relaxe a planta do pé
direito, calcanhar, tornozelo, perna, coxa direita. Relaxe bem a
região do períneo (Pausa). Relaxe a coxa esquerda, o joelho, a
perna, tornozelo, calcanhar, sola do pé e dedos do pé esquerdo.
Relaxe a planta do pé esquerdo, calcanhar, tornozelo, perna e
coxa esquerda. Relaxe a região do períneo (Pausa Longa).

Lentamente faça a postura do feto. Lembre-se de que a postura do


feto é essencial neste tipo de meditação, pois despertará na
memória o estado fetal e toda a sua riqueza que vamos tentar
recuperar (Pausa).

Procure não analisar as instruções, apenas siga-as da melhor


maneira que puder, visualizando-as e vivenciando-as com
bastante emoção (Pausa).

Concentre-se em Chidakash, o espaço escuro, calmo e agradável à


altura da sua testa (Pausa). Visualize uma paisagem ao entardecer.
Veja uma bonita e calma praia deserta há alguns milhares de anos
(Pausa). Viva intensamente toda a beleza do entardecer nesta
praia deserta de areia branca (Pausa). Diante de nós se estende a
imensidão do oceano infinito e os últimos raios do Sol iluminam a
paisagem (Pausa). Na linha do horizonte o disco alaranjado do
Sol se funde com o oceano. O céu crepuscular se escurece e o cair
da noite acalma e apazigua a mente agitada (Pausa). A Lua Cheia
surge no firmamento e à luz do luar veja refletida toda esta
paisagem maravilhosa nas águas deste oceano infinito (Pausa
Longa).
Contemple este espetáculo eterno e perceba que a Lua Cheia
decresce e se torna Quarto Minguante para logo desaparecer
(Pausa). No firmamento, as estrelas e os planetas brilham com
toda a sua luz e animam a água com seus reflexos. A brisa do mar
é morna, agradável e aconchegante. Perceba o fluxo e o refluxo
das ondas do mar em sintonia com a sua respiração. A onda sobe,
inspire, a onda deixa a espuma sobre a areia e retenha a
respiração, a onda reflui e expire, e logo reinspire com a onda
seguinte (Pausa Longa).

O som do "OM" acompanha a inspiração e a expiração. Mas não


esqueça a brisa morna do oceano infinito, o céu estrelado e a
visão de todo este espetáculo refletido nas águas do mar (Pausa).
Assim, ao som do "OM" todo envolvente e embalado pelas ondas
deste oceano materno, sinta-se impregnado de paz, uma paz
intensa que toma conta de todo o seu ser (Pausa Longa).

Quando a sua mente se afastar por si só desta contemplação


interior, volte devagarzinho à posição de Shavasana. Permaneça
mais um pouco com os olhos fechados. Tome consciência do seu
corpo físico e da respiração. Mexa os dedos dos pés e das mãos.
Espreguice-se bem, virando de um lado para o outro. Então,
sente-se, esfregue uma mão contra a outra e leve aos olhos
fechados. Fique um pouco mais em silêncio, e aí então, abra os
olhos, sem pressa, gozando ainda desta paz interior que o envolve
todo.

HARI OM
Glossário de Palavras em
Sânscrito
A
A - partícula negativa.

Abhaya - ausência de medo.

Abhaya Mudra - o gesto que afasta os temores.

Abhayapada - o passo corajoso do sábio.

Abhinivesha - apego excessivo ao corpo e à vida, medo da morte.

Abhyasa - determinação, repetição, exercício.

Acharya - mestre, guia, professor.

Adhama - inferior.

Adhara - suporte, base.

Adharma - o que não é dharmico. O que não está consoante à


ordem.

Adhi - sobre, em cima.


Adhikara - qualificação.

Adhikari - aquele que têm a qualificação necessária.

Adho - para baixo.

Adrsta - não visto, invisível.

Advaita - não dualidade, Unidade.

Agni - fogo, deidade védica.

Aham - eu.

Ahamkara - ego (noção do eu).

Ahimsa - não violência.

Airavata - Rei dos elefantes.

Ajna Chakra - 6º Chakra, significa mando, comando.

Ajnana - ignorância, o que se opõe ao conhecimento.

Akasha - espaço.

Amrtam - imortalidade ouo néctar da imortalidade.

Anahata Chakra - 4º Chakra, significa som místico.

Ananda - plenitude.
Ananta - sem fim, eternidade.

Anga - disciplinas secundárias, membro ou parte de um corpo.

Angi - corpo, aquele que possui membros.

Antah-karana - instrumento interno de conhecimento.

Antara - estar dentro.

Anuloma - ordem natural.

Apaha - água.

Apana - o prana do Muladhara Chakra encarregado da


eliminação.

Ardha - meia, metade.

Ardhanarishvara - o Senhor que é metade homem e metade


mulher, deidade do Vishuddha Chakra.

Artha - objetos e também objetivo.

Asanas - posturas.

Ashtanga - oito membros (astha = oito, anga =membros).

Asuras - demônios.

Asva - cavalo.
Ati - acima.

Atma-jnana - o conhecimento do Ser (Atma = eu, o Ser, jnana =


conhecimento).

Avatara - reencarnação de Vishnu que desce à terra para


restabelecer o Dharma.

Avidya - ignorância.

Avyakta - nuvem original de energia e matéria indiferenciada,não


manifesto.


B
Bahya-karana - instrumentos externos de conhecimento e ação
(bahya = externo, karana = instrumento).

Baddha - retido, preso.

Bhadra - prosperidade.

Bhadram - prosperidade.

Bhagavadgita - a canção do Senhor.

Bhagavat - Senhor.

Bhakti - devoção.

Bahya - suspender a respiração após a expiração.

Bandha - apertado, corrente, nó, preso, amarrado.

Bhava - existência.

Bhavana - atitude, temperamento, disposição mental, inclinação.

Bhedana - dividido, alternado.

Bhujanga - cobra, serpente.

Bhujangasana - postura da cobra.


Bija - semente.

Brahma - o criador da trindade Hindu.

Brahmacharin - estudante.

Brahman - o Absoluto.

Brahma-Dvara - porta de Brahma (Criador da trindade Hindu).

Buddha - aquele que tem o conhecimento, sábio, iluminado.

Buddhi - intelecto.


C
Chakras - roda, centros de energia com características da
personalidade.

Chakrasana - postura da roda.

Chakshu - olho.

Chandra - lua.

Chandrasana - postura da lua.

Chit - consciência.

Chittam - memória.


D
Daiva - divino.

Dakini - Senhora das lanças brilhantes.

Dakshina - direita, sul.

Dakshina Tantra - Tantra da mão direita.

Damaru - tambor.

Danda - cajado, vara, bastão.

Danta - dente.

Darshana - visão, sistema filosófico.

Dattatreya - três rostos (representando Brahma, Vishnu e Shiva).

Daya - compaixão.

Deha - corpo.

Devadatta - dado por Deus.

Devas - deuses.

Devadatta - dado por Deus.

Devata - deidade.
Dhananjaya - conquistador de riqueza.

Dharana - concentração.

Dhatus - elementos constituintes ou ingredientes essenciais do


corpo humano.

Dhrti - firmeza.

Dhyana - meditação.

Durga - a difícil de ser alcançada, a que não se curva para


ninguém.

Dvaitta - dualidade.

Dvandvatitha - além dos opostos (dvandva = opostos, atitha =


além de).


E
Eka - um, num.


G
Gada - maça de guerra.

Gaja - elefante.

Gajanana - que tem cara de elefante, um dos nomes de Ganesha.

Ganesha - Senhor de todos os seres, deidade removedora dos


obstáculos.

Garuda - águia, veículo de Vishnu.

Gauri - menina.

Ghee - manteiga clarificada no fogo.

Gita - poema, canto.

Go - vaca.

Gomukhasana - postura da cabeça da vaca.

Gopala - o guardião das vacas, pastor, um dos nomes de Krshna.

Govinda - que cuida das vacas ou das escrituras (Krshna).

Granthi - nó.

Gunas - características.
Guru - mestre, (aquele que elimina a ignorância).


H
Hala - arado.

Halasana - postura do arado.

Hansa - cisne ou pássaro mitológico.

Hari - salvador.

Hasta - mão.

Hatha - força, esforço intenso.

Himalaya - morada da neve.

Hrdaya - coração.


I
Iccha - vontade.

Ida - canal que vai contornando todos os Chakras desde o


testículo direito até a narina esquerda.

Indra - o Senhor dos Deuses.

Indriyas - instrumentos externos de conhecimento e ação.

Ishta Devata - Deus pessoal.

Ishvara - corpo total, o Senhor (Deus pessoal).


J
Jagrat - estado de vigília.

Jala - água.

Janu - joelho.

Japa - repetição.

Jathara - estômago, abdome.

Jihva - língua.

Jiva - o indivíduo; corpo individual, aquele que está identificado


com o corpo, a mente e com o intelecto.

Jnana - conhecimento.

Jnana-indriyas - órgãos de percepção.


K
Kailasa - pico mais alto dos Himalaias, residência de Shiva.

Kaki - corvo.

Kakini - a sempre existente.

Kali - a negra.

Kapota - pombo.

Kama - desejo.

Kamandalu - cabaça, o pote do Sannyasi.

Kapala - crânio, cabeça.

Karana - causal.

Karma-indriyas - órgãos de ação.

Karttikeya - filho de Shiva e Parvati que foi cuidado pelas


Krttikas. É conhecido como deus da guerra e irmão de Ganesha.

Kesha - cabelo.

Khadga - espada.

Khatvanga - cajado encimado por uma caveira.


Kona - ângulo.

Kosha - invólucro, bainha.

Krttikas - as plêiades (estrelas da constelação).

Kriyas - ação, exercícios de limpeza dos condutos sutis de energia


(Nadis).

Krkara - pássaro.

Krodha - raiva

Krshna - negro.

Krshna Saranga - antílope negro.

Kumbha - pote.

Kurma - tartaruga.

Kurmasana - postura da tartaruga.


L
Lakini - a benfeitora de todos.

Lobha - cobiça.


M
Mada - arrogância.

Madhyama - meio.

Mahabhutas - os cinco elementos perceptíveis que constituem a


criação.

Mahadeva - o grande Deus.

Mahamaya - a grande ilusão.

Mala - guirlanda, colar.

Mamakara - noção do meu.

Mananam - refletir sobre o ensinamento.

Manas - mente.

Manasa-puja - culto mental.

Mandala - círculo, diagrama dotado de profundo simbolismo.

Mandir - templo.

Manduka - sapo.

Mangalam - auspiciosidade.
Manipura Chakra - 3º Chakra, que significa cidade das jóias.

Matsarya - inveja.

Matsya - peixe.

Mauna - silêncio.

Maya Shakti - poder da criação.

Maya - ilusão.

Mayura - pavão.

Mayurasana - postura do pavão.

Merudanda - coluna vertebral.

Mitratvam - amizade.

Modaka - doce.

Moha - ilusão.

Mohini - filha da ilusão.

Moksa - liberação.

Mrta - morto.

Mrtasana - postura do morto.


Mudra - marca, selo, gesto.

Mukha - boca, face.

Mukta-triveni - lugar da junção de três (Nadis) para a liberação.

Mula - base, raiz.

Muladhara - 1º Chakra que significa básico ou raiz.

Murali - flauta de Krshna.


N
Nabhi - umbigo.

Nabhi Chakra - círculo do umbigo.

Nadichakras - gânglios ou plexos existentes nos corpos grosso,


sutil e causal.

Nadikas - pequenos condutos aonde circula a energia vital.

Nadis - canais através dos quais circula a energia vital.

Naga - serpente.

Nakha - unha.

Namaskara - saudações com as mãos unidas na frete do peito.

Namaste - saudações a você.

Nandi - touro, representa Jiva (o indivíduo), sempre perto e com


saudade do Atma (Eu).

Nauka - barco.

Niralamba - sem suporte. -

Nitya - eterno.

Niyama - disciplinas específicas para a purificação do estudante.



P
Pada - sílabas, pé.

Padma - lótus.

Padmasana - postura de lótus.

Pancha - cinco.

Pancha-prana - cinco pranas.

Panchikaranam - processo através do qual os elementos sutis vão


se grossificando.

Parashu - machado.

Parivartana - virado.

Parsva - lateral do corpo.

Pashchimottana - grande estiramento posterior.

Patanjali - sábio que codificou o Yoga, autor dos Yoga Sutras.

Pavana - vento, ar.

Pingala - canal que vai contornando todos os Chakras desde o


testículo esquerdo até a narina direita.

Prajna - ignorante.
Prakrti - natureza, matéria perecível.

Pramoda - alegria.

Prana - energia sutil.

Pranayama - disciplina da respiração para a harmonia da energia


sutil ou vital.

Prasada - presente.

Prasarita - esticado.

Pratyahara - abstração dos sentidos.

Pratyaya - pensamentos, cognição.

Prayaga - local de sacrifício, local de adoração.

Preman, Prema - amor.

Prthivi - terra.

Puja - oferecimento, ritual.

Puraka - pulmão cheio (inspiração).

Purnam - plenitude.

Purusha - ser.

Puroshottama - o mais alto Ser.


Purva - anterior.

Purvottana - grande estiramento anterior.

Pushpa - flor.


R
Rajas - ação, movimento, atividade, uma das Gunas.

Rajju - corda.

Rshis - sábios.

Rudra - um aspecto de Shiva, que é considerado o devorador do


poder cósmico.

Rudraksha - “olhos de Shiva”. Semente de uma determinada


árvore com que se faz um colar (japa mala) para repetição de
mantra.


S
Shabda - som.

Shabda-prapanca - mundo do som.

Sadhaka - buscador.

Sadhana - disciplina, meio, caminho.

Sadhya - objetivo.

Sah - ele.

Sahasrara - lótus de mil pétalas.

Salambha - com suporte.

Samadhi - absorção mental, quando se reconhece que não há


diferença entre a criatura a criação e o Criador.

Samana - o prana do Manipura Chakra encarregado da


assimilação.

Samatvam - capacidade de estar sempre o mesmo, tranquilo.

Sanmukha - que tem seis faces (cinco órgãos de percepção e a


mente). Nome que é dado a Karttikeya.

Sannyasa - renúncia.
Sannyasi - renunciante.

Sarasvati - Deusa do conhecimento e das artes, esposa de


Brahma.

Sarva - todo.

Sarvanga - todos os membros do corpo.

Sat - existência.

Sattva - tranquilidade, conhecimento, clareza, pureza, uma das


Gunas.

Satyam - verdade.

Shalabha - gafanhoto.

Shankha - concha.

Shariram - corpo, veículo de manifestação do indivíduo.

Shakti - poder, energia, força.

Shama - disciplina mental.

Shanti - paz.

Shasha - coelho.

Shastras - escrituras.
Shava - cadáver.

Shavasana - postura do cadáver.

Shiva - o transformador na trindade hindu, o patrono do Yoga.

Shodhana - purificação.

Shraddha - fé.

Shravanam - escutar o ensinamento.

Shri - título honorífico, beleza, prosperidade.

Shula - lança.

Simha - leão, veículo de Durga.

Snayu - músculos.

Sneha - apego.

Sthiti - estabilidade.

Sthula - grosso.

Sukshma - sutil.

Supta - dormindo, deitado.

Sukham - felicidade.
Surya - Sol.

Sushumna - canal central, que parte do Muladhara e sobe até o


Sahasrara atravessando todos os Chakras.

Sushupti - estado de sono.

Sutra - fio, frase curta com grande significado.

Svadhisthana - 2º Chakra que significasuporte do sopro da vida.

Svapna - estado de sonho.

Svasthya - tranquilidade, paz.

Svasti - boa sorte.

Svayambhu - auto-existente.


T
Tada - montanha.

Tadasana - postura da montanha.

Taijasa - luminoso.

Tala - palmeira.

Talasana - postura da palmeira.

Tamas - inércia, ausência de atividade e clareza mental, uma das


Gunas.

Tanmatras - elementos sutis originais.

Tantra - governar, controlar, manter através de disciplina.

Tara - estrelaoto.ental. do corpo.

Tattva - elemento.

Tejas - fogo.

Tola - balança.

Trigunatmika - possui três características, três Gunas.

Trikona - triângulo
Trikonasana - postura do triângulo.

Tvak - pele


U
Udana - o prana do Visuddha Cakra encarregado da ação inversa.

Upanishad - textos sagrados encontrados no final dos Vedas.

Upavish - sentar.

Urabhra - carneiro.

Urdhva - para cima.

Utkata - poderoso.

Uttha - levantar.

Uttama - superior.

Uttana - grande esticada.

Utthita - levantado.


V
Vahana - veículo.

Vaikuntha - céu.

Vairagya - desapego.

Vajra - raio, diamante.

Vajrasana - postura do raio ou do diamante.

Vakra - dobrado.

Vakya - frases.

Vama - lado esquerdo.

Vama Tantra - Tantra da mão esquerda.

Vara Mudra - o gesto que concede a graça.

Varna - letras, cor, classificação.

Vayu - ar, forma cósmica da energia sutil, aquele que se move por
toda parte.

Veda - conhecimento.

Vedanta - final dos Vedas, um dos seis darshanas.


Vidya - conhecimento.

Vidyarambha - início do conhecimento, dia da iluminação.

Vikshepa Shakti - o poder de projetar, criar.

Viloma - ordem invertida.

Viparita - ao contrário, invertido.

Vira - herói.

Virasana - postura do herói.

Virabhadra - herói criado pelos cabelos de Shiva.

Virabhadrasana - postura de Virabhadra.

Vishnu - O preservador da trindade Hindu.

Vishvarupa - forma total, múltipla.

Vishuddha - 5º Chakra que significa grande pureza.

Vishva - aquele que é total.

Viveka - discernimento.

Vrksha - árvore.

Vrkshasana - postura da árvore.


Vrtti - pensamento, movimento da mente.

Vyaghra - tigre (veículo de Durga).

Vyakta - manifesto.

Vyana - o Prana do Svadhisthana Chakra encarregado da


distribuição.

Vyasa - sábio que compilou os Vedas e escreveu o Mahabharata.


Y
Yajna - ritual védico do fogo.

Yama - disciplinas éticas, restrição.

Yantra - forma geométrica.

Yoga - unir, direcionar, concentrar, preparar, disciplina, um dos


seis darshanas.

Yoni - triângulo de cabeça para baixo que representa o sexo


feminino e a Shakti.

Yukta-Triveni - lugar da junção de três (Nadis) para a liberação.


Bibliografia
Bhairavi-Tantra
Sarada-Tilak
Narayani-Tantra
Viddyarnava-Tantra
Brihannarayaniya-Tantra

Antonio Blay: Tantra-Yoga.

Bernard Auriol: Yoga e a Psicoterapia.

Charles Breaux: Jornada rumo à Consciência.

Elswort F. Bakre: O Labirinto Humano.

Kailash Vajpeyi: Mantras "Palavras de Poder".

Sree Chakravarti: A Healer's Journey

Svami Vishnudevananda: The Complete Illustrated Book of


Yoga, Meditation e Mantras.

Técnicas apresentadas neste livro são dos seguintes mestres:

Dhirendra Brahmachari Svamiji


Yoga Suksma e Sthula Vyayama.
Yogasana Vijnana "The science of Yoga".

Svami Satyananda Saraswati


Pavanamuktasana.
Surya Namaskara.
Yoga Nidra.
Sobre a ABDTY
A Associação Brasileira de Dakshina Tantra Yoga, tendo por
abreviatura a sigla ABDTY, foi fundada em fevereiro de 2000,
por um grupo pioneiro de professores sob a inspiração do
professor Paulo Murilo Rosas com a intenção de preservar e
difundir os ensinamentos do Dakshina Tantra Yoga. Desde então
vem formando profissionais e promovendo cursos, palestras e
workshops que mantém viva a chama desse conhecimento
ancestral.

O Dakshina Tantra Yoga, como ficou conhecido no Brasil,


Portugal e América do Sul, não é apenas mais uma “modalidade”
de Yoga, como tantas que se apresentam hoje em dia no ocidente.
É fruto de uma linhagem de ensinamento ancestral, conhecida
como Guru Shishya Parampara, uma autêntica tradição guru-
discípulo, que tem em Maharish Kartikeya seu representante mais
antigo conhecido, passando pelos Swami Dhirendra Brahmachari
e Datattreya Maharaj, os dois últimos professores diretos de
Paulo Murilo Rosas.

Após um minucioso trabalho de revisão e com uma diagramação


totalmente nova, esta quarta edição apresenta um sabor especial
pois inaugura a ABDTY como editora direta da obra do professor
Paulo Murilo Rosas. Com o esforço de colaboradores anônimos e
voluntários, cujos nomes não caberiam neste espaço, foi possível
o amadurecimento de mais este fruto - um compêndio da
sabedoria indiana escrita de forma simples e clara, acessível para
profissionais do Yoga, buscadores do autoconhecimento ou
mesmo simples diletantes.

A Psicologia do Tantra é um dos mais completos livros escritos


pelo Professor Paulo Murilo Rosas sendo amplamente
fundamentado nos grandes livros sagrados da tradição tântrica.

Entre eles, o Sat Chakra Nirupana, o Hatha Yoga Pradipika, o


Shiva Samhita e o Geranda Samhita, que estão em fase final de
revisão e serão lançados em breve também pela editora da
ABDTY. Esperamos que desfrutem dessa obra em toda sua
riqueza.

Abril de 2015

Ricardo Coelho
(Vice-Presidente da ABDTY)

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