* O hino original em inglês How Firm a Foundation possui uma versão em português registrada
no Hinário Adventista como hino nº 164, Que Firme Alicerce!
Firme fundamento
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Prefácio do Editor
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Gabriel N. E. Fluhrer
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Conhecendo Deus:
o mundo e a Palavra
J . I . PAC K E R
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edição das Institutas, ele especificou quatro coisas que precisam ser
conhecidas acerca dele. Veja o que ele diz:
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Conhecimento de Deus:
compreensão, aplicação, adoração
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que Adão e Eva fizeram: brinca de ser Deus. Ele se comporta como
se fosse o centro do universo e tudo existisse para ele. Adão e Eva
cederam à tentação de serem sábios e conhecedores do bem e do
mal, sem qualquer referência a Deus. Eles não quiseram mais de-
pender de Deus; esse foi o cerne do seu pecado original: o homem
brinca de Deus e, ao fazer isso, ele precisa enfrentar Deus. Ele tem
de desafiá-lo. Ele tem de negar ser propriedade de Deus. Ele precisa
dizer a Deus: “Não, eu não vou fazer o que você diz. Quero fazer
o que eu penso.” E essa tem sido a análise e a natureza do pecado,
desde o jardim do Éden.
Bem, todos nós, homens e mulheres, estamos sob o poder
do pecado por natureza, alienados de Deus por causa desse poder
miserável. Nossas costas estão voltadas para Deus, o que significa
que não há comunicação entre nós. Se alguém vira as costas para
você, essa não é uma postura de comunicação, não é mesmo? Se
você vira as suas costas para alguém, significa que não quer falar
com essa pessoa. E esta é exatamente a condição do homem em
pecado: ele está de costas para Deus. Mas em sua misericórdia,
Deus, o Criador, não desiste de nós. Ele ainda quer que os homens
pecadores tenham comunhão com Ele; então, embora o homem
tenha deixado de se comunicar com Deus, Ele ainda se comunica
com o homem.
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partir das coisas que são feitas — toda essa comunicação de Deus
aos homens não produz resultados. Os homens não respondem a
nada disso.
Então, Deus faz mais. O que Ele faz? Ele nos dá uma co-
municação especial. Nós a chamamos de revelação especial. Nessa
comunicação especial de Deus há três etapas. Chamaremos a pri-
meira etapa de redenção na História. Por meio de palavras e obras,
Deus se revela no palco da História como o Salvador da humani-
dade. Primeiro, com a salvação do povo de Israel do Egito, que foi
uma tipologia da salvação final. Até que depois houve a grande e
gloriosa salvação, a salvação espiritual final operada por Jesus Cristo.
Com a redenção na História, Deus nos ensina sobre a redenção
para um mundo perdido.
Em seguida vem a segunda etapa do processo de comunicação
divina, que chamaremos de registros e escrita. Deus inspira o que
Calvino denomina como “registros públicos das coisas que Ele fez
na História”, para que o homem em todos os tempos possa saber
o que Deus fez e, assim, vir a beneficiar-se disso. E nós temos es-
ses registros nas Escrituras. A Bíblia é o registro interpretativo do
próprio Deus, daquilo que Ele fez na História para a salvação do
homem e de como isso se aplica à vida e a nós.
Então, por fim, vem a terceira etapa do processo de comuni-
cação de Deus, que chamaremos de recepção pelos indivíduos. Nesta
etapa estamos envolvidos com a obra do Espírito de Deus, que
toma a Palavra, a revela a nós e nos conduz abrindo nossos corações
para que a Palavra encontre guarida. Essa dupla abertura — a da
Palavra e a de nossos corações para que a Palavra entre neles e que
nós a entendamos — é o significado abrangido pelo uso da palavra
revelar no Novo Testamento.
Vamos considerar, por exemplo, o que Jesus disse sobre a con-
fissão de Simão Pedro em Cesareia de Filipe: “Feliz é você, Simão,
filho de Jonas! Porque isto não lhe foi revelado por carne ou sangue,
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mas por meu Pai que está nos céus” (Mt 16.17). A palavra revelar
é usada com o mesmo significado em Gálatas 1.15,16: “Mas Deus
me separou desde o ventre materno e me chamou por sua graça.
Quando lhe agradou revelar o seu Filho em mim...”
Esse é certamente um versículo rico de Paulo. Sem dúvidas, a
primeira coisa que ele significa é que Paulo recebeu um tipo muito
específico de conhecimento acerca do nosso Senhor na estrada de
Damasco: o conhecimento de quem Jesus era, Filho de Deus e
Salvador, exatamente como o mártir Estêvão dissera na presença
de Paulo (ver At 7.51–8.1). Na verdade, Paulo pensou ser correto
apedrejar Estêvão e até segurou os mantos dos executores enquanto
eles o apedrejavam e o matavam. Mas, agora, o conhecimento da-
quele mesmo Jesus entrou no coração de Paulo, portanto ele sabia
que era tudo verdade e que não podia mais negá-la. Deus revelou
seu Filho a Paulo, ele compreendeu, e o Verbo entrou nele porque
Deus abriu seu coração.
E assim, a Palavra é recebida pelos indivíduos. Deus, que or-
denou que a luz brilhasse na escuridão, brilha nos corações dos
homens para lhes dar a luz do conhecimento da sua glória na face
de Jesus Cristo (ver 2 Co 4.6). E assim como Paulo, passamos a ver
que Jesus Cristo é precisamente a pessoa que o Novo Testamento
diz que é: o Filho de Deus e o Salvador do mundo. E quando pas-
samos a saber quem Jesus é e respondemos a Ele de acordo com
quem Ele é, nós conhecemos a Deus.
A centralidade da Bíblia
para o conhecimento de Deus
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que Ele disse há muito tempo ao seu povo quando a Bíblia foi
inicialmente inspirada, e por meio da própria Palavra dando a si
mesmo e ao seu Filho a nós.
Assim, os reformados viram as costas à teologia especulati-
va e submetem seu intelecto ao aprendizado das Escrituras. Eles
agradecem a Deus pelas Escrituras. Primeiramente e idealmente,
eles não usam as Escrituras apenas como um bastão para bater na
cabeça das outras pessoas. De fato, eles realmente usam as Escri-
turas como um teste para verificar se o que os homens dizem em
nome de Deus é verdade; mas, em primeiro lugar, os reformados
as usam como seu próprio guia para a vida. Eles agradecem a Deus
pelas Escrituras como a gloriosa revelação suprema e final dada
por Deus. Eles não conhecem outro Cristo que não o Cristo da
Bíblia. Eles não têm outra esperança que não as promessas de Deus
contidas nela.
Para encerrar, deixe-me perguntar: a Bíblia é para você, aci-
ma de tudo, um dom da graça de Deus, a lâmpada para os seus
pés e a luz para o caminho na escuridão em que você está por
causa da sua natureza? Aprendamos com John Wesley, que era
muito mais calvinista do que imaginava. No prefácio aos seus
sermões, Wesley escreveu:
Sou uma criatura de um dia apenas, que passa pela vida como
uma seta atravessa o ar... até que em alguns momentos não sou
mais visto; caio em uma eternidade imutável! Quero conhecer
uma coisa, o caminho para o céu... O próprio Deus foi con-
descendente em ensinar o caminho... Ele o escreveu em um
livro. Deem-me esse livro! A qualquer preço, deem-me o livro de
Deus! Eu o tenho: nele há conhecimento suficiente para mim...
Sento-me sozinho: só Deus está aqui. Em sua presença, abro e
leio o seu livro... Elevo meu coração ao Pai das Luzes... E o que
assim aprendo, isso eu ensino.9
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