As convulsões febris são convulsões que aparecem nos primeiros anos de vida –
entre os 6 meses e os 6 anos – na presença de uma doença febril geralmente benigna e sem
que haja uma lesão neurológica causal.
Quem afectam?
"As convulsões febris afectam 3 a 5% das crianças com maior frequência no sexo masculino,
existindo uma predisposição familiar para o seu aparecimento .
A probabilidade de ocorrência deste tipo de convulsões é maior nos 3 primeiros anos de vida,
diminuindo progressivamente até por volta do 6 ano."
Como se manifestam?
"As convulsões febris surgem habitualmente no início de uma doença febril coincidindo o seu
aparecimento com a subida da temperatura, o que faz com que sejam muitas vezes o
primeiro sinal de uma infecçãona criança.
A criança pode parecer estranha por momentos, depois o seu corpo fica rígido, com
movimentos involuntários e descoordenados da cabeça e membros, podendo ainda revirar os
olhos, espumar pela boca e ficar com cianose(tom azulado da pele), particularmente à volta
da boca.
Assim, deve deitar-se a criança no chão ou outra superfície plana, afastada de objectos
duros ou aguçados que a possam magoar, colocar a cabeça de lado de forma a que a saliva
escorra da boca sem que se engasgue, e libertá-la de roupa em excesso para facilitar o seu
arrefecimento.
Não se deve introduzir nada na boca da criança, nem tentar agarrar-lhe a língua ou impedir
os movimentos involuntários característicos das convulsões.
Logo que possível deve avaliar-se a febre e administrar-se um medicamento adequado para
a baixar (por exemplo , um supositório de Paracetamol).
Após a convulsão convém contactar o médico assistente para que avalie e trate a causa da
febre, já que a convulsão febril em si não necessita de tratamento."
O facto de uma criança ter convulsões febris não condiciona o aparecimento posterior de
Epilepsia. A Epilepsia é uma doença neurológica que se caracteriza por convulsões múltiplas
e recorrentes, que não são causadas pela febre.
O risco de sofrer de Epilepsia é apenas ligeiramente superior nas crianças que tiveram
convulsões febris, particularmente nas que tiveram mais que cinco episódios ou convulsões
com uma duração superior a 15 minutos (convulsões febris complicadas)."
Que exames deve fazer uma criança que teve uma convulsão febril?
"Após uma convulsão febril a criança deve ser observada pelo médico para que este procure
identificar a causa da febre.
Na maioria dos casos não será necessário fazer nenhum exame, a não ser excepcionalmente
para confirmar a causa da febre. Perante uma primeira convulsão febril, particularmente
durante o primeiro ano de vida, poderá ser necessário fazer uma punção lombar para excluir
a hipótese de uma meningite."