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Geometria: Áreas e volumes


9o Ano

António Pinto
Escola Básica 2,3 Vilar de Andorinho


António José da Costa Pereira Pinto, 47 anos de idade, licenciado em Engenharia Metalúrgica pela FEUP, e em
Matemática pela Universidade Aberta, fez a Profissionalização pela Escola Superior de Educação de Leiria.
Exerce a actividade docente desde 1986 e actualmente é professor do quadro definitivo da Escola EB 2,3 de
Vilar de Andorinho.
Como Coordenador do Projecto PAM, tem dado prioridade à utilização assídua das TIC aproveitando a sinergia
de projectos. Assim o grupo de Matemática da Escola tem estado activamente envolvido desde 2006 em
vários projectos, havendo a destacar o Projecto PmatE/Rede de Escolas da Universidade de Aveiro, o Projecto
CRIE/Portáteis nas Escolas da DGIDC e o próprio PAM. A envolvência nestes Projectos permitiu à Escola desde
2006 usufruir de quadros interactivos, videoprojectores e portáteis na sala de aula.
Quando surgiu a formação proposta pela Dgdic, “Tecnologias na Aprendizagem da Matemática”, todo o grupo
de matemática do 3o ciclo se inscreveu e fez a formação porque a Escola estava preparada para a aplicação
das TIC, havendo já alguma prática e conhecimento.
O trabalho apresentado pelo António insere-se no Tema “Geometria”, mais concretamente focando o tópico
“Áreas e Volumes” e tenta contribuir para o desenvolvimento de capacidades transversais como resolução de
problemas, raciocínio matemático e a comunicação matemática. Nesta publicação aborda-se uma primeira
experiência com a utilização do applet “How high”, o qual tanto pode ser usado on-line como ser descarregado
em versão grátis e instalar nos computadores, para não correr riscos de falhas na Internet durante a realização
do trabalho. Nesta primeira utilização a ficha utilizada era muito dirigida e orientada para conclusões rápidas
uma vez que foi aplicada já no mês de Maio de 2008 a um mês do exame final de 9o ano. O Relatório dessa
primeira utilização faz uma descrição da planificação e todo o desenvolvimento da aula. Refere que o apoio de
colegas, a qualidade dos alunos da turma (apesar de heterogénea) e o tipo de ficha conduziu aos resultados
pretendidos.
Após a formação nas “Tecnologias na aprendizagem da matemática”, o António já desperto por outra acção
de formação para as novas orientações no novo programa de matemática e apesar de não estar muito inte-
grado na construção de um ensino baseado na reflexão e construção do conhecimento e peos alunos, decidiu
avançar para outra utilização do mesmo applet mas agora com esta nova abordagem. A narrativa desta se-
gunda exploração tenta descrever todas as dificuldades inerentes à conjugação da aplicação das tecnologias
na aprendizagem da matemática com a necessidade de um ensino centrado na experimentação e busca do
conhecimento pelo aluno implícito nas orientações e na abordagem para o Novo programa de matemática.
A adaptação a este modelo de ensino-aprendizagem, a mudança de paradigma em termos de posicionamento
e papel do professor e do aluno, levou à alteração do plano de aula, da metodologia e da abordagem. A ficha
de trabalho foi modificada para uma versão mais “aberta”, menos orientada, pedindo ao aluno uma análise
dos resultados obtidos, reflexão sobre as previsões, as comparações, as regularidades, as conjecturas feitas
e as conclusões retiradas. Ainda se pede ao aluno uma reflexão escrita e após o debate em grande grupo a
obtenção de uma síntese final.

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A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

R ELATÓRIO DE UMA PRIMEIRA UTILIZAÇÃO DO APP - A segunda fase foi o desenvolvimento do pro-
PLET ( TURMA 9 O C) cesso experimental através das previsões dos
alunos em cada transferência de líquidos e
I NTRODUÇÃO com o preenchimento da ficha de trabalho.
O balanço entre o planeado e o nível de exe-
Este relatório pretende ser uma análise crí-
cução ocorrido na exploração do applet fica
tica ao Plano de aula e à sua execução. A
reflectido na tabela comparativa seguinte:
aula de Matemática em questão corresponde
à Lição No 113 e 114 do dia 14 de Maio da
turma 9oC e sob o sumário: Áreas e Volumes. Tabela 18.2: Exploração do applet
Planeado Descrição da execução
Exploração do applet ´´How High?”. Durante Análise intuitiva e experi- Os alunos foram solicita-
toda a aula tive o apoio da professora Anabela mental do applet dos para fazerem avalia-
ções intuitivas da experiên-
Oliveira e da Professora Susana Santos em cia questionando-os sobre
metade da mesma. as previsões para as altu-
ras a atingir no enchimento
quando já são conhecidas
as áreas das bases dos re-
A TURMA 9C cipientes e a altura no pri-
meiro recipiente Confirmar
A turma 9o C caracteriza-se por ter bom com- as previsões manipulando o
applet
portamento e ser muito heterogénea no seu
aproveitamento, isto é, a turma tem desde Entrega aos alunos da Fi- De acordo com a ficha ori-
cha de trabalho orientadora entadora os alunos come-
alunos com muitas dificuldades de aprendi- e sistematizadora da experi- çaram por relações entre
zagem (sete repetentes) até cerca de 5 alunos ência e dos respectivos re- sólidos de duas bases e
sultados Exploração do ap- apontaram os valores indi-
com muito bom nível de aprendizagem (com plet ”How High?´´ através cados no recipiente A para
notas entre 4 e 5). da ficha de trabalho: de seguida prever o enchi-
Ultrapassada esta fase os mento no B, efectuando pre-
alunos alargaram as suas visões nas transferências
pesquisas para as transfe- prisma/prisma e cilindro/
P LANIFICAÇÃO DA AULA rências entre sólidos dife- cilindro.
rentes: Depois de verificarem que o
A aula foi planificada para noventa minutos * Começar pelas transferên- volume se mantinha cons-
cias entre sólidos de duas tante e de preencherem as
que podem ser divididos em três fases. A pri- bases (Prisma/Prisma e Ci- tabelas da Ficha orienta-
meira fase consta da operacionalização da lo- lindro/cilindro) dora os alunos puderam
* Completar as tabelas de confirmar a exactidão das
gística inerente a uma aula com computado- valores de acordo com os suas previsões.
res portáteis, quadro interactivo e internet via dados obtidos e previstos na Ultrapassada esta fase os
manipulação do applet alunos alargaram as suas
rede sem fios. O balanço entre o planeado e * Estender as previsões às pesquisas para as transfe-
o ocorrido está reflectido na tabela seguinte: transferências entre dife- rências entre sólidos dife-
rentes sólidos rentes:
* Concluir sobre as relações * Cone/cilindro
Tabela 18.1: Logstica e operacional de volume entre os sólidos * Pirâmide/Prisma
Planeado Descrição da execução geométricos Depois de apontarem os
dados e confirmarem as
Inicio a aula com uma apre- O assunto foi apresenta- suas previsões apenas al-
sentação do tema de traba- dona aula anterior através guns alunos conseguiram
lho em PowerPoint no qua- de uma ligeira abordagem concluir sobre as relações
dro interactivo em Pps volumétricas entre todas as
transferências. Sendo ne-
14 portáteis + Internet via 8 portáteis já na sala de cessárioconfirmar as con-
wireless aula + 4 após 30 minutos clusões na aula seguinte.
internet via wireless em 9
portáteis. Nestes casos foi
preciso instalar nos portá-
teis uma versão livre do pro- A fase final previa a elaboração das conclu-
grama do applet com dura-
ção de sete dias o quadro in- sões em cada modelo. Aí verificou-se a exis-
teractivo funcionou sempre tência de diferentes ritmos de trabalho e apren-
bem e com internet via wi-
reless dizagem e a dificuldade em concluir eficaz-
Balanço mente algumas das experiências. Assim foi
Sob ponto vista de adequação dos materiais e dos aparelhos
às necessidades da actividades posso classificar de satisfatório, necessário prolongar a exposição do applet o
embora passível de melhorias que podem libertar quer quadro interactivo para fechar algumas das
os professores quer os alunos de tarefas de índole tecnico,
como busca de redes, instalação de programas Java e do próprio conclusões na ficha de trabalho. Relativa-
software do NTMV ou outros,carregamentos de baterias e outros mente a cada uma das experiências acho re-
constrangimentos.
levante focar os seguintes aspecto:

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G EOMETRIA : Á REAS E VOLUMES – 9 O ANO

T RANSFERÊNCIAS ENTRE P RISMAS E ENTRE C ILINDROS tos de aprendizagem para todos. Os alunos
Quase todos os alunos verificaram que sendo aderiram ao trabalho com entusiasmo e na
o volume constante e tendo os recipientes ba- sua grande maioria acabou por atingir os ob-
ses paralelas, bastava dividir o volume de A jectivos propostos logo na aula planeada de
(constante em cada experiência) pela área da noventa minutos. O applet acabou por sus-
base do recipiente B para obterem o valor da citar um trabalho com uma variedade de só-
altura no recipiente B. lidos e de relações volumétricas entre si nos
processos de transferência que posso consi-
Alguns alunos repararam que aqui se verifi- derar quase impossível de obter com os mé-
cava a função inversa. Na transferência entre todos tradicionais. Além disso a possibilidade
cilindros os alunos tiveram mais facilidade na oferecida pelas imensas repetições deu opor-
previsão intuitiva do que nos cálculos por- tunidade aos alunos mais fracos de treinar
que têm algum desconforto em operar com o várias vezes até começarem a acertar as suas
número π sendo alertados que nas operações previsões. Por sua vez os melhores alunos re-
este se podia simplificar. velaram grande autonomia até surgir a situa-
ção geométrica inerente à última experiência
do applet que já envolvia conhecimentos ine-
T RANSFERÊNCIAS ENTRE C ONE E C ILINDRO E ENTRE rentes ao 10oano, para a qual precisaram de
P IRÂMIDE /P RISMA ajuda na sua resolução. O nível de interac-
Neste tipo de experiências os alunos mesmo tividade entre os pares de alunos também foi
com o exemplo preliminar da ficha precisa- obtido uma vez que entre si tentavam corrigir
ram do apoio dos professores e de várias ex- ou confirmar as previsões do respectivo co-
periências para acertar nas previsões. Ape- lega antes da resposta do applet ou do profes-
sar de alertados para o facto de que para o sor. Em relação à utilização da tecnologia no
mesmo volume ser necessários 3 cones ou 3 contexto de sala de aula penso que a resposta
pirâmides para encher respectivamente um dos alunos e do grupo de professores envol-
cilindro ou um prisma com a mesma base e vidos foi muita positiva e válida. A aprendi-
a mesma altura poucos alunos chegaram à zagem neste ambiente é sem dúvida um ca-
conclusão pretendida. A análise das fichas minho a seguir por todos desde que se elimi-
preenchidas pelos alunos permitiu verificar nem uma série de constrangimentos. Assim
que quer intuitivamente quer analiticamente torna-se evidente a necessidade de:
23 dos 28 alunos da turma analisaram que a • melhoria das condições gerais de acesso
altura do líquido no sólido B era um terço da à internet banda larga sem fios
altura do líquido no sólido A. • aquisição e manutenção de equipamen-
tos, como videoprojectores, de quadros
Embora não constasse da ficha de trabalho o interactivos e computadores portáteis ou
applet continha transferências de cones en- não
tre si e transferências de pirâmides entre si. • cada vez mais se poder usar software em
Esta abordagem exige a alusão a conteúdos versão free
de 10o ano, nomeadamente ao conceito da ra- • partilhar materiais didácticos, trabalhos
zão de semelhança entre volumes ser igual ao e informação neste domínio
cubo da razão de semelhança. Com efeito 5 Embora a exploração do applet tenha sido
alunos manifestaram interesse em averiguar bem sucedida, a sensação de energia gasta,
o applet nesta transferência que exigia efec- exaustão e stress na aula é um sinal de que
tuar a raiz cúbica da razão de semelhança en- falta muito para que estes situações sejam
tre o Volume de B e o Volume de A e dividir pertença do dia-a-dia e se considerem usu-
a altura de A pela razão para obter o valor da ais.
altura do líquido no recipiente B.
Será um longo percurso a percorrer mas os
primeiros passos, os mais difíceis já estão a
C OMENTÁRIO E CRÍTICA F INAL ser dados.
Penso que a aula correu bem, mesmo as situ- Vilar de Andorinho, 16 de Maio de 2008
ações tecnológicas imprevistas foram resolvi- António José Pinto
das e acabam também por constituir momen-

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A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

P LANO DE AULA análise e discussão em turma para conclu-


sões.
T EMA
Geometria: Espaço outra visão O BJECTIVOS G ERAIS
• Desenvolver a visualização e o raciocínio
T ÓPICO geométrico e ser capaz de os usar;
• Compreender e ser capaz de utilizar pro-
Sólidos geométricos – Áreas e Volumes
priedades e relações relativas a figuras
geométricas no plano e no espaço;
S UMÁRIO • Compreender a noção de demonstração
e ser capaz de fazer raciocínio dedutivo;
Áreas e volumes. Tarefa de Exploração com
• Utilizar a Matemática na interpretação
recurso ao Applet ”How High”.
e intervenção do real, reconhecendo a
vasta aplicabilidade da Geometria.
O BJECTIVO DA PROPOSTA • Desenvolver a capacidade de resolução
de problemas, comunicar e raciocinar ma-
Pretende-se que o aluno após experimenta- tematicamente em contexto geométrico;
ção descubra, constate e reconheça através
• Desenvolver a capacidade de raciocínio
dos conhecimentos que possui que existem
de pensamento científico e de comuni-
relações entre:
car.

• a área da base e a altura quando o vo-


lume é constante; O BJECTIVOS ESPECÍFICOS
• sólidos de uma só base e de duas bases • Compreender e determinar o volume de
quando apresentam a mesma altura e a prismas rectos, pirâmides regulares, co-
mesma base nes e esferas.
• Resolver problemas envolvendo sólidos
Por outro lado pretende-se suscitar a necessi- geométricos.
dade de estudar a proporcionalidade inversa, • Desenvolver a capacidade de raciocínio
surgindo assim como introdução ao próximo de pensamento científico e de comuni-
capítulo, uma vez que os alunos só conhecem car
a proporcionalidade directa. O último mo- • Analisar situações de proporcionalidade
delo de transferências implica conhecimen- directa e inversa
tos do 10o ano, mas será um desafio para
alguns alunos, uma vez que implica o reco-
nhecimento de que a razão entre os volumes C ONHECIMENTOS PRÉVIOS
dos dois sólidos de é igual ao cubo da razão • Noções básicas de áreas e volumes
de semelhança. • Conhecimento da noção e cálculo de vo-
lume;

CAPACIDADES T RANSVERSAIS
Resolução de problema/situação: Compreen- R ECURSOS
são do problema e concepção, aplicação e jus- Quadro interactivo; PC + 11 portáteis; Má-
tificação de estratégias para justificar as situ- quina Fotográfica Digital; Ligação à internet;
ações solicitadas. Applet do link http://nlvm.usu.edu/en/nav/;
Ficha de Apoio/Trabalho; Livro adoptado.
Raciocínio Matemático: Formulação e teste
de conjecturas com argumentação adequada
de cada situação. M ODELO DE ENSINO
Comunicação Matemática: Registo de resul- Investigação, experimentação e estimação de
tados, comentários e conclusões. Elabora- resultados através da manipulação de um ap-
ção de texto de reflexão global. Interpretação, plet interactivo em trabalho de grupos de dois

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G EOMETRIA : Á REAS E VOLUMES – 9 O ANO

alunos suportado por ficha de apoio e um


portátil por mesa.
Exploração de relações e conexões nas áreas
e volumes de sólidos em busca de padrões
comportamentais e de confirmação de fórmu-
las que o justifiquem.

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A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

Tabela 18.3: Desenvolvimento da aula


Desenvolvimento Tempo Estratégias
Inicio a aula com uma apresentação do tema de tra- 8 min Divulgação do objectivo do trabalho junto da turma
balho em PowerPoint no quadro interactivo com indicações precisas sobre a forma como devem
actuar perante a exploração do programa suporte;
Entrega aos alunos da Ficha orientadora, ligação dos 6 min Na eventualidade de falha de rede de internet, ex-
portáteis, internet e acesso ao site plicar aos alunos que previamente foi instalada nos
computadores uma versão livre alternativa do applet.
Os alunos trabalham aos pares mas cada um tem
uma folha de registo e reflexão individual
Exploração intuitiva do applet ”How High”
Confirmar as previsões manipulando o applet 10 min Permitir aos alunos a manipulação e apropriação do
applet Solicitar aos alunos a avaliação intuitiva da ex-
periência questionando-os sobre as previsões para as
alturas a atingir no enchimento quando já são conhe-
cidas as áreas das bases dos recipientes
Entrega da Ficha de Registos e Observações: 8 min Após entrega da Ficha de Registos, é necessário voltar
Começar pelas transferências entre sólidos de duasn- a recordar os alunos da necessidade e importância de
bases (Prisma/Prisma e Cilindro/cilindro) registarem as observações, resultados, conjecturas e
Reconhecimento de relações entre a área da base e a conclusões.
altura quando o volume é constante. Começar por estabelecer relações entre sólidos de
Verificar a ausência de proporcionalidade directa, duas bases.
mas a presença de outro tipo de proporcionalidade Sensibilizar os alunos para a necessidade de formula-
ainda por estudar entre a área da base e a altura rem as suas conjecturas assim que verifiquem regu-
quando o volume é constante Que tipo de proporci- laridades. Promover a averiguação de existência ou
onalidade? Averiguar que as variáveis área da base e não de proporcionalidade directa ou de outro tipo.
volume variam na razão inversa uma da outra Estimular os alunos a formular conjecturas que tra-
duzam uma evidência matemática no comportamento
das transferências de liquido entre sólidos.
Suscitar a averiguação e de um novo tipo de propor-
cionalidade diferentes
Estender o estudo das transferências bem como das 8 min Incitar os alunos a registar todas as observações, es-
respectivas previsões e averiguações aos outros sóli- timativas e conjecturas que traduzam matematica-
dos (de uma base só para duas bases) mente as relações volumétricas entre os diferentes só-
lidos.
Reconhecer que é preciso três cones para encher um 7 min Ponderar a possibilidade de um gráfico ajudar os alu-
cilindro com a mesma base e a mesma altura Reco- nos a traduzir e evidenciar a diferença entre a uma
nhecer que são precisas três pirâmides para encher proporcionalidade directa no enchimento de sólidos
um Prisma com a mesma base e a mesma altura de duas bases (cilindro e prisma) em contraponto com
um gráfico de enchimento de um sólido de uma base
só (pirâmide ou cone).
Transferências entre sólidos de 1 base só Reconhe- opcional Estender as previsões às transferências entre sólidos
cer que a razão entre os volumes dos recipientes é diferentes e constatar a existência de relações entre
igual ao cubo da razão de semelhança entre esses só- estes quando se mantém a base e a altura. Apesar de
lidos opcional (envolve conteúdo de 10o ano), alguns alu-
nos mais capazes devem ser estimulados a estimar
resultados e formular conjecturas que validem as co-
nexões volumétricas do último applet.
Elaboração final de um Texto de Reflexão individual 10 min Os alunos devem fazer esta reflexão individualmente
que comporte as análises dos registos observados, e em silêncio
das características, das conjecturas realizadas e das
relações onde constam o desenvolvimento dos ar-
gumentos justificativos das observações efectuadas,
bem como das possíveis conclusões.
Discussão e debate turma 12 min Devem ser transcritas para a folha de registos na sín-
tese final.
Conclusões 6 min

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G EOMETRIA : Á REAS E VOLUMES – 9 O ANO

N ARRATIVA DE AULA

O pequeno-almoço reforçado às 7h 30 minu-


tos perspectivavam uma manhã longa sem
intervalos, mas com um ponto alto, a apli-
cação da tarefa de exploração do applet “How
high?” na turma do 9o B.
Sendo uma actividade que conjugava alguns
recursos de natureza tecnológica algumas pre-
cauções foram previamente tomadas. Na aula
anterior fui adensando a expectativa dos alu-
nos sempre ávidos de desafios, avisando-os
do envio do link de acesso à tarefa através do Figura 18.1: Início do trabalho

correio electrónico para assim permitir-lhes


um primeiro contacto.
A turma constituída por 21 alunos dos quais
4 de NEE, 11 do sexo masculino e 10 do sexo
feminino. A média de idades dos alunos da
turma é de 14,4 anos, variando as idades en-
tre os 13 e os 17 anos.
Caracterizam-se por:
Figura 18.2: Applet “How High”

• Dificuldades de atenção/concentração;
• Gostam de aprender estudando pouco; mas mais proactivo na orientação dos
• Ritmos de aprendizagem heterogéneos; alunos?
• Alguns alunos têm dificuldades de com- • diante dos computadores como seria a
preensão e interpretação de textos e ou- atitude dos alunos? O papel e lápis, e
tros ao nível da expressão oral e escrita. a acção dos professores de matemática
seriam o suficiente para manter a turma
Já na Escola, após o primeiro bloco de au- em autonomia e em esforço exploratório
las dirigi-me de imediato à sala de Matemá- dirigido às conclusões pretendidas?
tica para verificar que tinha todas as variá- • a tarefa teria suficiente amplitude para
veis controladas: -a internet, a rede wireless, balizar os diferentes ritmos de aprendi-
baterias, extensões, os portáteis, duas pens zagem de uma turma tão heterogénea,
com Java e o software de instalação do applet composta por 4 alunos com NEE, 4 alu-
(plano B caso falhasse a internet), a máquina nos que habitualmente trabalham no li-
digital, o quadro interactivo, etc. . . A alguma mite entre a positiva e a negativa, tam-
experiência de aplicar as Novas Tecnologias bém 4 alunos andam quase sempre no
em sala de aula dita cada vez mais cuidados limiar do nível 5, sendo que os restantes
redobrados na sua aplicação. se distribuíam entre os níveis 3 e 4?
• habituados à assessoria da professora
Contudo outras questões me iam inquietando Conceição Bizarro estranhariam a cola-
desde que o Plano de Aula foi idealizado: boração da professora Cristina Ferreira?

• como iria reagir a turma numa aula em À chegada dos alunos da turma foram pedi-
que teriam de explorar, raciocinar, pre- das as autorizações de filmagem e recolha de
ver e concluir as questões surgidas a par- imagens em sala de aula assinadas pelos res-
tir da manipulação do applet e lançadas pectivos encarregados de educação. A tarefa
pelo professor? foi formalmente apresentada à turma através
• e o meu de papel do professor? Será de ficheiro ”Power Point”, durante cerca de 8
menos condutor e menos centralizador, minutos, mas ainda estava a fazer a primeira

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A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

Figura 18.5: Momento da aula


Figura 18.3: Apresentação

simulação no quadro interactivo e já


Durante cerca de quinze minutos os profes-
sores acabaram por ser solicitados apenas para
resolver problemas de índole informática. A
presença da Professora Cristina Ferreira foi
crucial para o arranque da tarefa e orientação
de alunos uma vez que os 22 alunos foram di- Figura 18.6: Trabalhando com o applet
vididos em pares, 2 por computador. Decor-
ridos cerca de 30 minutos de aula e devido
à heterogeneidade da turma e diferenças de
ritmo de exploração, bem como dificuldades
operacionais nalguns portáteis demos conta
que tínhamos os pares de alunos já em fases
distintas de exploração do applet.

Figura 18.7: Registo de conclusões

Figura 18.4: Par pedagógico com a professora Cristina Ferreira

Figura 18.8: A calculadora também ajudou


Enquanto ajudava o Fernando a retomar o
download do Java, o seu par Gil, impaciente
e virado para o PC dos colegas de lado ouvia
dos mesmos: -”. . . Se a área da base aumenta
a altura de liquido vai diminuir no recipiente
B, mas sem fazer contas não sei a que altura
vai subir. . . ”.
Decide então opinar dizendo:
-”. . . então tá-se mesmo a ver, se a área muda
para o dobro a altura vai ser metade, ora vê. . . “
Nessa altura, aproveitei para suscitar o es-
Figura 18.9: Conclusão do Gil
tudo das proporcionalidades (sabendo que a

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G EOMETRIA : Á REAS E VOLUMES – 9 O ANO

• o sentido exploratório da tarefa inibia que


desse desde logo respostas imediatas e
fechadas, bem como as conclusões em
cada etapa, o que deixou alguns alunos
contrariados porque gostam (e estão ha-
bituados, quer pelo professor, quer em
geral pelo sistema de ensino) de escre-
ver as conclusões ditadas pelo professor
• por outro lado a tarefa inicialmente não
estava tão aberta à discussão entre pa-
Figura 18.10: Conclusão produzida por Tiago e João
res como pretendia.

No entanto após os alunos descobrirem que o


volume era constante e quando conseguiram
“Proporcionalidade Inversa” está prestes a ser prever e calcular com segurança o valor da
iniciada), questionei-os se havia alguma pro- altura no recipiente B, o sentido exploratório
porcionalidade entre as variáveis em questão, da tarefa melhorou porque aí foi dirigido para
a área da base e a altura de liquido nos reci- a verificação ou não de existência de propor-
pientes. cionalidade entre as variáveis área da base e
a altura no recipiente.
O Tiago respondeu, directa não é, mas foi
logo interrompido pelos colegas que o desa- Texto de reflexão de um dos grupos:
fiaram para outra transferência entre sólidos No final do meio bloco verificamos que a turma
prismáticos: –”. . . e nesta em que a área passa estava muita envolvida na tarefa, com os alu-
de 4 para 9, como é que fazes?” Gil res- nos dispersos ao longo das quatro tipos de
ponde perguntando: “Qual é a altura inicial?” transferncia de liquido entre os diferentes re-
e foi explicando, “. . . sendo o volume cons- cipientes, Prisma/Prisma, Cilindro/Cilindro,
tante. . . ”. Cone/Cilindro, Pirmide/ Prisma, Cone/Cone.
Já decorridos mais de 30 minutos, as obser- Contudo em oposio aos muitos valores cal-
vações, os resultados e as previsões realiza- culados quer mentais, quer escritos verifica-
das bem como as conclusões verbalizadas ca- mos a dificuldade em produzir conclusões.
reciam de organização, procedendo-se nesta Mesmo assim o Tiago e o João, tal com se
altura à entrega da Folha de Registos e Con- pode ver na transcrição, escreveram que:
clusões.
Ao entregar a Folha de registos os dois pro- Após a observação das experiências obser-
vamos que existia uma relação, que não era
fessores foram insistindo na necessidade de directa, e que influencia a altura do sólido
individualmente apontarem os resultados e final.
registarem as suas próprias conclusões. Não foi fácil de início aproximarmo-nos do va-
lor correcto, pois começamos por pensar que
No final do meio bloco verificamos que a turma com sólidos iguais devia existir uma relação
estava muita envolvida na tarefa, com os alu- de proporcionalidade directa, por outro lado,
quando aumentava a área da base era natu-
nos dispersos ao longo das quatro tipos de ral que a altura fosse menor. Foi difícilpara
transferência de liquido entre os diferentes nós entender que era essa relação porque só
recipientes, Prisma/Prisma, Cilindro/Cilindro, conhecíamos a proporcionalidade directa.
Cone/Cilindro, Pirâmide/ Prisma, Cone/Cone. Com sólidos diferentes começou a ser mais
fácil prever um resultado e se fizéssemos mais
Contudo em oposição aos muitos valores cal- tentativas chegaríamos cada vez a ter resul-
tados mais próximos. Era preciso mais tempo.
culados quer mentais, quer escritos verifica- Não sabemos se podemos dizer que existe
mos a dificuldade em produzir conclusões. uma regularidade ou proporcionalidade in-
Mesmo assim o Tiago e o João, tal com se versa mas quer nos cálculos quer nas pre-
visões confirmamos que:
pode ver na transcrição, escreveram que:
Volume da pirâmide = 1/3 Vol. Prisma
Nesta fase da aula fui apossado de alguma
Volume do cone = 1/3 Vol. Cilindro
angústia por dois factos:

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A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

A NÁLISE E AVALIAÇÃO DA TAREFA


VANTAGENS
Tarefa motivante para os alunos
Grau de dificuldade variável
Pertinente para introdução de conceitos como
Proporcionalidade Inversa
Permite uma exploração diversificada e adap-
tada a diferentes realidades

D IFICULDADES
Necessidade de um número elevado de com-
putadores
Tarefa dependente da internet e do correio
electrónico
O número de aulas e modelos de fichas

Gaia, 24 de Novembro 2008

250
G EOMETRIA : Á REAS E VOLUMES – 9 O ANO

A NEXOS

Anexo I – Ficha de trabalho orientada

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A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

Valadares

1. Explora o seguinte Applet, de acordo com a presente proposta:

!"# $ %

& '( '(

) * +
, - '(
.
/ -

Verifica que tens quatro botões disponíveis que activam recipientes com bases rectangulares
ou circulares onde podes escolher e formar os seguintes sólidos geométricos:

. Prisma / Prisma

. Cilindro / Cilindro

. Cone / Cilindro; Pirâmide / Prisma

. Cone / Cone

Fase 3: Experimentação

Verifica que ao clicar no botão “Pour” o liquido contido no reservatório do lado esquerdo é
transferido para o outro recipiente que poderá ter ou não outra forma conforme a selecção
feita antes.

Tecnologias na Aprendizagem da Matemática

252
G EOMETRIA : Á REAS E VOLUMES – 9 O ANO

Valadares

Antes de iniciar o vazamento questiona-te e tenta palpitar a altura atingida pelo liquido no
sólido onde o liquido vai ser vazado: “Qual a altura que o líquido vai atingir no frasco?”

Antes de responderes às questões da fase seguinte repete a experiência com outros pares de
sólidos carregando na tecla “new problem”.

Fase 4 : Desenvolvimento

Depois de livremente teres experimentado e manipulado o applet deves ter


reparado que ao vazar líquidos de diferentes cores no segundo recipiente
foi fácil adivinhar que ao verter o líquido no recipiente com uma base mais
pequena resultará numa subida com maior altura e vice-versa.

Também deves ter verificado que foi fácil adivinhar as alturas atingidas em alguns dos recipientes
desde que estabeleças as relações de volume dos sólidos em causa. Vamos agora organizar os
cálculo das experiências que vais realizar de acordo com as seguintes questões;

- Qual é a área da base e o volume do líquido no primeiro recipiente?

- Conhecida a área da base do segundo recipiente, qual será a altura atingida pelo liquido no
recipiente mantendo o volume constante?

- Os sólidos de uma base (rectangular ou circular), isto é as pirâmides e os cones correspondem


a um terço do volume do sólido correspondente com a mesma base e a mesma altura, que
reflexos isso tem na altura quando se transfere o mesmo volume de líquido de um recipiente para
o outro?

2. Completa a seguinte tabela de resultados:

Transferência entre Prismas

A B

Sólido Inicial (A) Sólido Final (B)


Altura
Área base altura Volume Constante Área base
Previsão Obtida

Exemplo 4 x3 =12 5 60 2x5=10 6 6


Experiência 1
Experiência 2
Experiência 3
Experiência 4

Tecnologias na Aprendizagem da Matemática

253
A NTÓNIO P INTO , E SCOLA B ÁSICA 2,3 V ILAR DE A NDORINHO

Valadares

Transferência entre Cilindros

A
B

Sólido Inicial (A) Sólido Final (B)


Altura
Área base altura Volume Constante Área base
Previsão Obtida

Exemplo π 4 = 16π
2
4 16π 4 = 64π π 3 = 9π
2
7 7,11
Experiência 1
Experiência 2
Experiência 3
Experiência 4

Transferência entre Cone e Cilindro

Sólido Inicial Sólido Final


Altura
Área base altura Volume Constante Área base
Previsão Obtida

Exemplo π 3 = 9π
2
4 ( (9π 4) / 3 = 36π / 3 = 12π π 3 = 9π
2
4/3 1,3
Experiência 1
Experiência 2
Experiência 3
Experiência 4

Transferência entre Pirâmide e Prisma

Sólido Inicial Sólido Final


Altura
Área base altura Volume Constante Área base
Previsão Obtida

Exemplo 4.3 = 12 4 ( (12.4) / 3 = 48 / 3 = 16 2 .3 = 6 8/3 2,67


Experiência 1
Experiência 2
Experiência 3
Experiência 4

Tecnologias na Aprendizagem da Matemática

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