ABSTRACT: This article deals with the protagonism of municipalities not related to
the democratic economy, starting with the support of a solidarity sector and local
development in Brazil, from the point of view of the subsidiarity right, as of the
economic crisis of 2008. The answer to the problem is this: can municipalities, from
the point of view of the principle of solidarity, contribute to the development of a
democratic economy by supporting a sector of solidarity and local development in
Brazil? Priority is a positive problem, but it is necessary that the actions of the
municipality be not only limited by an immediate offer, but also the necessary support
1Mestre em Direito pelo Programa de Pós Graduação em Direito da Universidade de Santa Cruz do
Sul. Linha de pesquisa: Políticas Públicas de Inclusão Social. Integrante do Grupo de Pesquisa
“Direito, Cidadania e Políticas Públicas”, vinculado ao PPGD – UNISC. Graduada pela mesma
Universidade. Professora da Universidade do Contestado. Advogada OAB/RS 103034. E-mail:
analice_sm@hotmail.com.
2 Especialista em Direito Empresarial pela Uniasselvi. Integrante do Grupo de Pesquisa
1 INTRODUÇÃO
A economia solidária surgiu no Brasil com força nos anos 1990 a partir da
crise econômica enfrentada na época. Assim, durante muito tempo ela foi entendida
como um modelo alternativo capaz de superar a crise do capitalismo. Nesse início
do século XXI, contudo, percebe-se o auge do sistema de produção capitalista,
inclusive sendo perceptível a dependência dos estabelecimentos comunitários ao
sistema de produção global. Com efeito, a economia solidária passa a possuir uma
conotação diferenciada, como uma proposta de organização do trabalho que visa a
inclusão de seus membros através da produção de bens, prestação de serviços e
intermediação de microcréditos.
A partir dessa perspectiva, o presente artigo tem como tema o protagonismo
dos Municípios no desenvolvimento de uma economia democrática a partir do apoio
a estabelecimentos solidários e o desenvolvimento local no Brasil, sob a ótica do
princípio da subsidiariedade, a partir da crise econômica de 2008. Desse modo,
pretende-se responder ao problema os Municípios, sob a ótica do princípio da
solidariedade, podem contribuir para o desenvolvimento de uma economia
democrática a partir do apoio a estabelecimentos solidários e o desenvolvimento
local no Brasil?
Nesse ínterim, defende-se que o princípio da subsidiariedade pode auxiliar
na compreensão da questão considerando-se sua dupla dimensão, positiva e
negativa, que visa dar maior autonomia para o poder local definir suas prioridades e
auxiliar na elaboração e implementação de políticas públicas.
No decorrer da pesquisa, foi utilizado como método de abordagem o dedutivo.
Como métodos de procedimentos serão o histórico crítico e o sistemático. Já como
técnica de pesquisa optou-se pela bibliográfica e documental. As fontes utilizadas
permitiram uma melhor fundamentação no trabalho desenvolvido, bem como, na
diversificação da abordagem, para concretizar os objetivos estabelecidos.
Nesses termos, a pesquisa tem por objetivo geral analisar a importância dos
Municípios para o desenvolvimento de uma economia democrática a partir do apoio
a estabelecimentos solidários.
Assim, inicialmente aborda-se a importância dos Municípios na implementação
de políticas públicas, sob a ótica do princípio da subsidiariedade, especialmente no
que tange ao apoio à economia solidária, defendendo-se a possibilidade desta
prática estar dentro das dimensões positiva e negativa do princípio.
Após, procura-se compreender a noção de Poder Local e sua influência no
empoderamento e inclusão social dos cidadãos, através das noções de capital
social. Por fim, analisa-se a Economia Solidária e seus possíveis impactos no
desenvolvimento local. É o que segue.
3 A noção de empoderamento importa diversos significados, aqui entende-se como um “processo por
meio do qual pessoas, organizações e comunidades adquirem controle sobre questões de seu
interesse. Desse modo, o termo cobre diferentes dimensões: a individual, a organizacional e a
comunitária” (BAQUERO; BAQUERO, KEIL, 2006, p. 9)
políticas públicas. Sob essa perspectiva, Hermany e Giacobbo (2017, p. 45)
defendem que o debate acerca da descentralização e democratização do espaço
local prescinde de sustentação constitucional para tanto.
Dowbor (2008) afirma que os estudos sobre o capital social trouxeram fortes
avanços dentro do desenvolvimento local, pois demonstram como os mecanismos
participativos não só complementam a regulação do Estado e do mercado, mas
constituem uma condição importante da eficiência desses mecanismos. O capital
social é, portanto um fator determinante na qualidade da governança de um território
determinado, daí a necessidade de se vincular a ideia de desenvolvimento local e
economia solidária com o nível de capital social em uma determinada comunidade.
O conceito de capital social pode ser entendido como o “conjunto de redes,
relações e normas que facilitam ações coordenadas na resolução de problemas
coletivos e que proporcionam recursos que habilitam os participantes a acessaram
bens, serviços e outras formas de capital” (SCHMIDT, 2006, p. 1760). Ou seja, o
próprio conceito de capital social remete à relação entre as esferas econômica e
social.
Dentre as diversas tipologias de capital social, Schmidt (2006) destaca três
principais:
Capital social bonding, “de união”: existente em relações socialmente
estreitas, onde há contato pessoal frequente, como no caso de parentesco,
vizinhança, amizade.
Capital social bridging, “de vinculação”: existente em relações
medianamente estreitas, como entre colegas de trabalho, membros de um
clube ou associação.
Capital social linking, “de conexão”: existente em relações assimétricas,
entre pessoas distantes e com poucos contatos, como empregador-
empregado e governante-cidadão (SCHMIDT, 2006, p. 1761).
5 CONCLUSÃO
Referências:
_____. LAMEIRAS, Maria Andréia Parente; CARVALHO; Sandro Sacchet de. Carta
de conjuntura n. 36. Mercado de Trabalho. 2017. Disponível em:
<http://www.ipea.gov.br/cartadeconjuntura/index.php/tag/taxa-de-desemprego/>.
Acesso em: 20 nov. 2017.
SCHMIDT, João Pedro. Exclusão, inclusão e capital social: o capital social nas
ações de inclusão. In: LEAL, R.; REIS, J. R. Direitos sociais e políticas públicas 6.
Santa Cruz do Sul: Edunisc, 2006, p. 1755-1786.