Direito
Empresarial
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Direito Empresarial - Master OAB - 1ª Fase
Sumário
Teoria Geral da Empresa .............................................................................................................................. 3
Teoria da Empresa ..................................................................................................................................... 3
Atividade Empresária e Não Empresária ............................................................................................... 5
Estabelecimento Empresarial .................................................................................................................. 6
Simples Nacional........................................................................................................................................ 8
EIRELI ........................................................................................................................................................... 9
Nome Empresarial ................................................................................................................................... 10
Ponto Comercial ...................................................................................................................................... 11
Livros Empresariais: ................................................................................................................................. 13
Societário....................................................................................................................................................... 15
Sociedades Não Personificadas ............................................................................................................ 15
Sociedade Simples .................................................................................................................................. 16
Sociedade em Nome Coletivo, Sociedade em Comandita e Cooperativa .................................. 17
Sociedade Limitada ................................................................................................................................. 18
Sociedade Anônima ................................................................................................................................ 19
Propriedade Industrial ................................................................................................................................ 23
Títulos de Crédito ........................................................................................................................................ 25
Introdução aos Títulos de Crédito ........................................................................................................ 25
Letra de Câmbio....................................................................................................................................... 26
Nota Promissória...................................................................................................................................... 31
Cheque ...................................................................................................................................................... 31
Protesto ..................................................................................................................................................... 33
Duplicata .................................................................................................................................................... 34
Recuperação e Falência ............................................................................................................................. 35
Princípios Gerais e Recuperação Extrajudicial................................................................................... 35
Recuperação Judicial.............................................................................................................................. 37
Falência ...................................................................................................................................................... 38
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Teoria da Empresa
A segunda fase ou fase objetiva desviou o foco do direito para o ato praticado, e
não mais o comerciante: se o ato praticado fosse comercial, seria regido por regras
comerciais. O Estado Absolutista passa a centralizar a legislação comercial, produzindo
e aplicando as regras; o Código Napoleônico é o melhor exemplo desta era das
codificações, trazendo em seu bojo um rol taxativo dos atos comerciais.
Apesar de importante, a teoria objetiva sempre foi alvo de críticas, dada a tarefa
impossível de esgotar os atos comerciais em um rol taxativo. Acompanhando a crise do
positivismo, nasce a 3ª fase, também conhecida como fase subjetiva moderna. É a
atualmente usada, estampada no art. 966, CC/02, e devolve o foco à pessoa, mas não a
pessoa do comerciante, e sim a pessoa do empresário; surge a Teoria da Empresa.
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Quanto aos requisitos para ser empresário, eles estão previstos no art. 972,
CC/02, o qual dispõe que podem exercer a atividade de empresário os que estiverem
em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos. Resumindo, há
dois requisitos: a capacidade civil plena e a ausência de impedimentos.
Pelo art. 5º, CC/02, a capacidade civil plena ocorre aos 18 anos ou aos 16 quando
emancipada a pessoa. Não têm capacidade para exercer empresa, também, os menores
de 18 anos não emancipados, os ébrios habituais, viciados em tóxicos, os que não
puderem exprimir a vontade, os pródigos e, nos termos da legislação especial, os
indígenas.
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extinção das obrigações no processo de falência e, se também foi condenado por crime
falimentar, deverá requerer sua reabilitação penal após o decurso do prazo.
Sobre a sociedade entre cônjuges, o art. 977, CC/02, dispõe que é facultado aos
cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado
no regime de comunhão universal de bens ou no da separação obrigatória, ou seja, pode
ter sociedade entre cônjuges, se casados em comunhão parcial de bens ou separação
total voluntária.
Por ocaso, mister salientar que tudo o que afeta a seara patrimonial do
empresário deve ser levado a registro uma vez que é de interesse dos credores em
decorrência da responsabilidade ilimitada do empresário individual.
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Estabelecimento Empresarial
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Simples Nacional
Já a empresa de pequeno porte, prevista no art. 3º, II, LC 123/06, requer uma
receita bruta anual maior que R$ 360.000,00 e menor que R$ 4.800.000,00; podem ser
microempresa o empresário individual, a sociedade simples, as sociedades empresárias
e a EIRELI.
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EIRELI
Antes da Lei 12.441/2011 que instituiu a EIRELI, haviam apenas 2 formas para a
configuração de empresário: pessoa física (empresário individual) ou pessoa jurídica
(sociedades empresárias).
De acordo com sua própria definição, a EIRELI é composta por um titular com
responsabilidade limitada ao valor investido. Contudo, a EIRELI sendo pessoa jurídica,
terá responsabilidade ilimitada. Ela surgiu como um mecanismo mitigador de riscos,
estimulando particulares a inserirem-se nas atividades econômicas organizadas, visto
que antes de seu advento não havia a possibilidade de exercer empresa individualmente
sem responsabilização ilimitada perante credores.
A EIRELI possui natureza jurídica de pessoa jurídica sui generis, uma vez que é
tratada pelo art. 44, VI, CC/02 como figura jurídica diversa das sociedades. Neste
sentido, há o Enunciado 469 do CJF o qual dispõe que “a empresa individual de
responsabilidade limitada não é sociedade, mas novo ente jurídico personificado.
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Quanto ao requisito de titular da EIRELI, este pode ser tanto pessoa física quanto
jurídica. A justificativa para a possibilidade de ambas as pessoas serem aptas à
constituição da EIRELI está na ausência, no art. 980-A, caput, de qualquer menção à
exclusividade de constituição da EIRELI por pessoa física. Sendo a lei silente neste
sentido, a hipótese vale para pessoa física ou jurídica. A Instrução Normativa 88/2017 do
DREI (Departamento de Integração de Empresas) passou a prever a constituição da
EIRELI tanto por pessoa física quanto jurídica; mister destacar que o art. 980-A, §2º limita
a pessoa física a constituir apenas uma única EIRELI.
O penúltimo requisito da EIRELI diz respeito ao objeto de sua atividade, que pode
ser serviços de qualquer natureza. A EIRELI não precisa ser constituída exclusivamente
para o exercício de atividade empresária, podendo exercer também alguma das
atividades econômicas civis, conforme art. 980-A, § 2º.
Por fim, o último e mais polêmico requisito para se constituir uma EIRELI dizia
respeito ao seu registro. Isso porque não há previsão expressa no supracitado diploma
do art. 980-A, CC/02 que tenha tratado da matéria. Assim, a fixação de como seria
registrada a EIRELI veio através do entendimento apresentado pela Receita Federal, a
nota Cosit 446/2011. Restou entendido que o registro poderá ser feito tanto no Registro
Civil de Pessoas Jurídicas quanto nas Juntas Comerciais, visto que é permitido à EIRELI
exercer atividade econômica civil.
Nome Empresarial
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Vale destacar que as pessoas não empresárias, mas que exercem atividade
econômica e que precisam se identificar perante o mercado, utilização a denominação;
tratam-se das sociedades simples, associações e fundações, nos termos do art. 1.155,
parágrafo único, CC/02.
Mister destacar que o nome empresarial não pode ser objeto de alienação,
conforme dispõe o art. 1.164, CC/02. Do mesmo jeito, nos termos do citado diploma, o
contrato de trespasse não é exceção à regra de não alienação; na verdade, o que ocorre
é a cessão de uso do nome, e não alienação.
Ponto Comercial
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Mister destacar que o sublocatário pode sim propor ação renovatória desde que
cumpridos os requisitos acima. O mesmo ocorre com o sócio sobrevivente caso
permaneça no mesmo ramo, e as sociedades não empresárias também podem propor
ação de renovação compulsória, nos termos do art, 51, § 4º, LL.
Mister destacar que as exceções presentes no art. 52, LL, não se aplicam à
locação em shopping center. Outra observação importante é a regra contida no art. 55,
LL, que versa: “considera-se locação não residencial quando o locatário for pessoa
jurídica e o imóvel destinar-se ao uso de seus titulares, diretores, sócios, gerentes,
executivos ou empregados.
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Livros Empresariais:
Diz respeito ao regime de escrituração, que nada mais é do que a inserção das
informações da sociedade empresária/empresário individual/EIRELI nos livros
empresariais. A obrigação é do empresário, que responde diretamente para escrituração,
nos termos do art. 1.179, CC/02.
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Direito Empresarial - Master OAB - 1ª Fase
que falte requisito intrínseco ou extrínseco, é para o direito, titular de livro de livro
nenhum.
Os livros comerciais são regidos pelo princípio do sigilo, previsto no art. 1.190,
por possuírem informações vitais ao exercício da atividade empresária. Por esta razão, a
exibição de livros empresariais em juízo, por exemplo, não pode ser feita por simples
vontade das partes ou por decisão do juiz, senão em determinadas hipóteses da lei; o
princípio do sigilo não se opõe à autoridade fazendária, nos termos do art. 1.193, CC/02.
São dois os regimes de exibição dos livros: parcial e total. A regra geral do
princípio do sigilo é a exibição parcial, que pode ser requisitada ou determinada de ofício
pelo juiz. A exibição total só pode ser decretada de ofício em situações
excepcionalíssimas (sucessão, comunhão, sociedade, administração ou gestão à conta
de outrem ou falência); a exibição parcial está prevista no art. 421, CPC, enquanto a total
está prevista no art. 420, CPC, c/c art. 1.191, CC/02.
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Societário
A sociedade em comum é aquela que não teve os seus atos constitutivos levados
a registro (art. 45 c/c 985); do registro, nasceria a pessoa jurídica, autônoma e
independente, com patrimônio próprio. Por isso a responsabilidade civil dos sócios de
sociedade em comum é ilimitada, não podendo os credores saldarem seus créditos com
o patrimônio da pessoa jurídica, pois ela não existe.
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Sociedade Simples
Credor particular de sócio, nos termos do art. 1.026, CC, pode fazer recair a
execução sobre o que couber ao devedor sócio a título de participação nos lucros, ou
até mesmo requerer a liquidação da cota do devedor sócio. Herdeiros de cônjuge de
sócio ou cônjuge que se separou judicialmente concorrem à divisão periódica dos lucros,
porém, não podem pedir a liquidação da cota do sócio, conforme art. 1.027, CC/02.
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A sociedade em nome coletivo está disposta entre os arts. 1.039 e 1.044, CC.
Aqui, todos os sócios são necessariamente pessoas físicas, com responsabilidade
ilimitada e solidária; a regência supletiva é feita pelas regras aplicadas à sociedade
simples, e apenas os sócios podem gerir a sociedade. Nesta espécie societária, o credor
particular de sócio, não pode liquidar diretamente as cotas de sócio da sociedade,
diferentemente da possibilidade na sociedade simples.
A sociedade em comandita simples está prevista nos arts. 1.045 a 1.051, CC, tendo
duas categorias de sócio: sócio comanditado e comanditário. O primeiro possui
responsabilidade ilimitada, sendo o gestor da sociedade, respondendo com o próprio
patrimônio, enquanto o sócio comanditário responde limitadamente, realizando apenas
a função fiscalizatória.
A sociedade em comandita por ações é codificada pelos arts. 1.090 a 1.092, sendo
regida pela lei das S.A. Ela também tem duas categorias de sócios: sócio diretor e sócio
não diretor. O primeiro responde ilimitadamente e administra a sociedade, enquanto que
o segundo apenas acionista, detentor de parcela do capital, exercendo a função
fiscalizatória.
A sociedade cooperativa possui lei própria, lei 5.764/71, estando regida pelos
arts. 1.094 a 1.096, CC. A finalidade de uma cooperativa não é o lucro, mas sim melhorar
a qualidade de vida de seus cooperados, sendo sempre uma sociedade simples, nos
termos do art. 982, parágrafo único, CC, embora seja registrada em junta comercial,
devido ao comando da legislação especial.
A cooperativa pode ter capital social variável ou até mesmo ser criada sem capital
social, pois ela é regida pelo sistema de porteiras abertas, não sendo necessária nenhuma
alteração no estatuto social; na cooperativa, o sistema de votos é per capita,
diferentemente dos outros tipos societários.
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Sociedade Limitada
O art. 1.053, CC, permite a escolha da regência supletiva, que poderá ser tanto a
partir de regras das sociedades simples como pelas regras das sociedades anônimas. Por
isso, a sociedade limitada pode tanto ser uma sociedade de pessoas quanto uma
sociedade de capital, isto é, ter ou não um maior affectio societatis.
O art. 1.077 estabelece que no silêncio do contrato social, o sócio pode ceder
cotas total ou parcialmente para outro sócio, sem precisar de anuência dos demais,
tendo em vista que isso não importaria em alteração no quadro societário. Para ceder a
terceiros, não pode haver oposição de mais de ¼ do capital social; combinando os arts.
1.071 e 1.076, temos as matérias de deliberação e os quóruns necessários.
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Sociedade Anônima
Pelo art. 982, CC, será sempre uma sociedade empresária, tendo seu registro
feito na Junta Comercial, estando sujeita ao regime de recuperação judicial e falências.
A responsabilidade dos sócios é limitada ao valor de suas ações; o nome empresarial da
sociedade anônima é a denominação (Cia, S.A. ou Companhia).
Nos termos do art. 15, LSA, existem três espécies de ações: ordinárias,
preferenciais e de fruição. As ações ordinárias, se de cias abertas, terão apenas uma
classe, enquanto em cias fechadas poderão ter uma ou mais classes. Já as ações
preferenciais, poderão ter uma ou mais classes independentes se de sociedades abertas
ou fechadas.
As ações ordinárias são as comuns, que dão os direitos básicos aos acionistas,
previstos no art. 109, LSA. Esses direitos são: participação nos lucros sociais; participação
no acervo da Cia em caso de liquidação; fiscalização dos negócios sociais; direito de
retirada da sociedade nos casos previstos no art. 137; preferência para subscrição de
ações, partes beneficiárias conversíveis em ações, debêntures conversíveis em ações e
bônus de subscrição (arts. 171 e 172). Porém, o direito mais importante inerente às ações
ordinárias, é o direito de voto; segundo o art. 110, cada ação ordinária dá o direito a um
voto.
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Essa regra será limitada pela cumulatividade ou não de exercícios financeiros sem
distribuição de dividendos: se cumulativos, o acionista terá direito a voto até que haja a
distribuição de todos eles, e se não cumulativos, basta o pagamento de apenas um para
que a situação volte ao estado anterior. Além disso, a lei limita a quantidade de ações
preferenciais em até 50% do capital social da companhia.
A ação de fruição (art. 44) é ação que foi amortizada, ou seja, que receberam
antecipadamente os valores os quais os acionistas teriam direito em uma liquidação da
companhia, ou seja, os acionistas recebem anteriormente à liquidação.
As partes beneficiárias (art. 47, LSA), como o próprio nome sugere, concede ao
seu beneficiário um benefício, mais especificamente um beneficio eventual de
participação nos lucros, se houver lucro. Somente 1/10 do lucro da companhia pode ser
revertido em partes beneficiárias; essa espécie de valor mobiliário só pode ser emitida
pelas companhias fechadas.
O bônus de subscrição serve para subscrever ações, nos termos do art. 75,
devendo a companhia ser de capital autorizado, com o aumento respeitando esse limite
previamente fixado em estatuto. Por representar aumento do capital, também pode
causar diluição de participação, razão pela qual deve ser observado o direito de
preferência dos acionistas para subscreverem as novas ações (não são ações
conversíveis).
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140, tendo no mínimo 3 conselheiros, não precisando estes serem acionistas, com prazo
de gestão de 3 anos, cabendo reeleição.
O acionista controlador é tipificado no art. 116, que apresenta seus requisitos: ser
titular de direitos de sócio que assegurem de modo permanente a maioria dos votos na
Assembleia Geral e poder de eleger os administradores; usar efetivamente este poder
para orientar os negócios da cia.
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Como visto, o acionista controlador pode ser uma única pessoa ou um conjunto
de acionistas, através de um acordo, o acordo de acionistas, previsto no art. 118, que
versará sobre os seguintes temas: compra e venda de ações, preferencia para adquirir
ações; exercício do direito de voto; exercício do poder de controle.
Propriedade Industrial
Uma vez concedida uma patente ou um registro, isso garante o direito de uso
exclusivo, precisando o terceiro, pagar para utilizar. Esses bens possuem natureza
jurídica de bem móvel especial, visto que detém prazo determinado (art. 5º, Lei
9.279/96), sendo registrados no INPI. Estão sujeitos ao regime de patente as invenções
e modelos de utilidade e, ao registro, os desenhos industriais e marcas.
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Nos termos dos arts. 108 e 133, LPI, o desenho industrial tem o prazo de direito
de uso exclusivo por 10 anos, prorrogáveis por 3 períodos de 5 anos cada, enquanto que
o prazo prado de uso exclusivo da marca é de 10 anos, prorrogáveis indefinidamente.
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Existem exceções aos princípios supracitados, como a marca de alto renome (art.
125), que goza de ampla proteção em todas as classes, desde que registrada no Brasil, e
a marca notoriamente conhecida (art. 126), protegida em seu ramo de atividade
independente de registro no Brasil, respectivamente exceções aos princípios da
especialidade e territorialidade.
Títulos de Crédito
Outra classificação importante é entre títulos pro solvendo e títulos pro soluto.
O título de crédito corporifica uma relação jurídica antecedente, a causa debendi. Os
títulos de crédito possuem, em regra, natureza pro solvendo, ou seja, dependem de seu
pagamento no futuro; exemplo do cheque. Os títulos pro soluto, possuem o momento
do pagamento (quitação da dívida) igual ao momento de emissão.
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Sobre os princípios dos títulos de crédito, faz-se necessário ter em mente que
estes princípios são, ao mesmo tempo, requisitos formadores dos títulos de crédito.
Letra de Câmbio
O esqueleto dos títulos de crédito está presente na LUG, ou seja, estudar todos
os institutos do direito cambiário (saque – endosso – aceite – aval – vencimento –
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Direito Empresarial - Master OAB - 1ª Fase
pagamento – ação por falta de aceite e pagamento – prescrição), é estudar a base para
todos os títulos de crédito.
A letra de câmbio é uma ordem de pagamento, que gera as três figuras da relação
cambial: sacador, sacado e tomador. O primeiro instituto da LUG é o saque, que nada
mais é do que a emissão do título pelo sacador contra o sacado, em favor do tomador; o
art. 1º da LUG nos dá os requisitos essenciais da letra de câmbio.
O próximo instituto da LUG a ser estudado é o Endosso, que serve para colocar
um título à ordem para circular. Quando um título circula por endosso, impera o princípio
da abstração, desvinculando o título das subjacentes causas debendis, o que gera a
inoponibilidade a terceiros de boa-fé. O endosso “prende” todos os endossantes em uma
cadeia de responsabilidade solidária, fazendo com que sejam devedores subsidiários
solidários, ou seja, se o sacado/aceitante não paga, o tomador pode cobrar de qualquer
um.
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Faz-se mister que apenas o sacador, quem emite o título, é quem pode inserir
uma cláusula não à ordem, impedindo assim que o título circular por endosso; não
impede a circulação por cessão civil de crédito.
É vedada a inclusão de condições para o endosso, nos termos do art. 12, LUG
(endosso puro e simples). O mesmo diploma também proíbe a figura do endosso parcial,
tendo em vista que se trata de ato complexo (depende da assinatura e tradição).
Ainda sobre o endosso, este pode ser em preto ou em branco, segundo o art. 13,
LUG. O endosso em preto pressupõe a assinatura do endossante, juntamente com o
nome de quem será o endossatário do endosso; no endosso em branco, não há a
indicação do endossatário. O endosso em branco necessariamente precisa ser dado no
verso do título porque é só uma assinatura, o que ocasionaria a confusão com o aval se
fosse feito no anverso.
Nos termos da Súmula 475, STJ: responde pelos danos decorrentes de protesto
indevido o endossatário que recebe por endosso translativo título de crédito contendo
vício formal extrínseco ou intrínseco, ficando ressalvado seu direito de regresso contra
os endossantes e avalistas.
Nos termos da Súmula 476, STJ: o endossatário de título de crédito por endosso-
mandato só responde por danos decorrentes de protesto indevido se extrapolar os
poderes de mandatário.
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Direito Empresarial - Master OAB - 1ª Fase
O próximo instituto da LUG a ser estudado é o aval, previsto no art. 30, que nada
mais é do que uma garantia, específica dos títulos de crédito. Por todas as obrigações
nos títulos de crédito serem autônomas entre si, a obrigação do avalista não é diferente,
respondendo ele solidariamente com os demais devedores; é possível a figura do aval
parcial.
Sobre o vencimento, ele está compreendido entre os arts. 33 e 37, LUG, existindo
4 tipos de vencimento ao todo. O primeiro deles, é o vencimento à vista, aquele que
acontece com a apresentação do título para pagamento (princípio da cartularidade); já
o vencimento pagável num dia fixado, é autoexplicativo.
O pagamento pode ser parcial, bastando que seja informado no próprio título,
ficando o credor ainda na posse do título, que agora valerá a diferença (o credor é
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Versando agora sobre a ação por falta de pagamento, ela é regulada pelo art. 43,
LUG. Poderá ser ajuizada no vencimento, se não restar pago o título, ou até mesmo antes
do vencimento, por recusa total/parcial do aceite, falência do sacado/suspensão de
pagamentos do sacado/execução dos bens do sacado ou falência do sacador (no caso
de letra não aceitável).
Existe uma providência a ser tomada para que se possa cobrar os devedores
indiretos, que é o protesto (art. 44, LUG). No mesmo diploma, é prevista a cláusula sem
despesas, a qual dispensa o credor de realizar o protesto, visto que é um procedimento
caro. Se quem incluiu a cláusula foi o sacador, ela englobará a todos os devedores
indiretos, e se colocada por um dos endossatários, só aproveitará a ele próprio.
Mister atentar ao prazo do art. 53, LUG, que estabelece até um dia útil após o
vencimento para que o protesto seja feito com vias de se executar os devedores
indiretos. Perdido o supracitado prazo, apenas poderá ser demandado o aceitante, visto
que este é devedor principal.
Por ocaso, tratando do último instituto cambial da LUG, falaremos dos prazos
prescricionais, estes previstos no art. 70 do diploma em epígrafe. O prazo prescricional
que o credor possa acionar o aceitante (devedor principal) é de 3 anos a partir do
vencimento; o prazo para cobrar os endossantes ou sacador é de 1 ano contado do
protesto; o prazo para eventual ação regressiva é de 6 meses contados a partir do
pagamento.
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Nota Promissória
O único instituto que não se aplica à nota promissária é o aceite, pois ela é uma
promessa de pagamento e não exige a figura do sacado, estando o emitente obrigado
em nome próprio.
Cheque
Por isso, o banco não ser devedor, também não temos a figura do aceite no
cheque, conforme art. 6º da Lei do Cheque. Existem três espécies de cheque na nossa
legislação: o cheque visado, o cheque cruzado e o cheque administrativo.
O cheque visado está previsto no art. 7º da lei do cheque, sendo um visto colado
no verso do título. Através dele, o sacado (banco), arrecada o valor descrito no cheque
para que fique bloqueado ao pagamento, durante o prazo para apresentação. Após o
prazo de apresentação, o banco libera de volta o valor separado para a conta corrente
do sacador.
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Protesto
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O efeito do protesto é de restringir o crédito (art. 29), visto que o cartório expede
certidões a órgãos de proteção ao crédito (SERASA, SPC). O cancelamento de protesto
pode ser feito pela via administrativa ou pela via judicial.
Duplicata
A duplicata pode ser emitida em até 30 dias após a compra e venda ou prestação
de serviços, sendo enviada ao devedor para que este responda dando ou não o aceite
no prazo de 10 dias.
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Recuperação e Falência
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O procedimento está previsto no art. 164, começando pela petição inicial, na qual
o devedor apresenta o plano já homologado ou para homologação. Haverá a publicação
de edital para manifestação dos credores, com o prazo de 30 dias, dentro dos quais
poderá ser apresentada impugnação versando apenas sobre aspectos formais. Após isso,
será feita a oitiva do devedor no prazo de 5 dias, após os quais será dada sentença; na
hipótese de não impugnação, o pedido seguirá direto para sentença.
Recuperação Judicial
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Após a sentença que concede a recuperação judicial, existem dois caminhos que
podem ser seguidos: o cumprimento de todas as exigências (art. 61, caput) no prazo
máximo de dois anos, o que acarreta em uma sentença de encerramento da recuperação
judicial (art. 63); o não cumprimento do plano judicial (art. 61, § 1º e 73, IV), o que acarreta
na chamada convolação em falência.
Falência
A falência de um devedor será decretada quando ele for insolvente, sendo que
essa insolvência é verificada por seu conceito jurídico: ou com base na impontualidade
de pagamentos ou quando pratica atos de falência.
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Aqui, são aplicados dois princípios, sendo um deles a par conditio creditorium,
que significa o tratamento igualitário dado aos credores (procedimento unificado e
ordem de pagamento). O princípio da vis atttractiva, juízo universal, também ajuda a
conceder um tratamento igualitário aos credores, dando ao juiz uma visão completa de
todas as execuções perante o devedor.
A falência pode ser requerida por qualquer devedor, nos termos do art. 94, ou
até mesmo por um pedido do próprio devedor, na hipótese do art. 105, LRF
(autofalência).
A falência pode ser dividida em etapas, quais sejam: (i) etapa pré-falimentar,
onde temos o pedido da falência, as respostas do devedor, depósito elisivo; (ii) etapa
falimentar, que se inicia após a sentença que decreta a falência (combatida por agravo),
onde temos a formação da massa falida subjetiva e objetiva, pedidos de restituição,
ações revocatórias, e vai até a sentença que encerra a falência.
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A homologação retardatária (art. 10) só pode ser feita até a data de homologação
do quadro geral de credores na falência. Ela pressupõe a perda do prazo de 15 dias de
habilitação dos credores (art 7º) e a não homologação do quadro de credores pelo juiz.
A habilitação retardatária segue o rito da impugnação prevista no art. 8º, que é
apresentada após a publicação do novo edital.
Os embargos de terceiro são opostos quando a coisa ainda não foi arrecadada,
ou que esteja sofrendo turbação ou perigo de arrecadação, podendo ser feito pelo
proprietário, fiduciário ou possuidor; se o bem não existir mais não há previsão legal de
substituição.
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Porém, mister identificar créditos que são pagos antes dos dispostos no diploma
legal, que são os créditos extraconcursais, que são as despesas de pagamento
antecipado, as despesas trabalhistas vendidas nos 3 meses anteriores à decretação da
falência e as despesas necessárias para a própria administração do processo de falência.
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