Ficha sobre impacto ambiental - Madeira serrada da Amazônia extraída por exploração convencional
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O exato impacto em geração de CO2 da exploração madeireira na Amazônia, dentre os valores indicados
na tabela como faixa estimada, é determinado basicamente por quatro fatores:
1. Concentração de biomassa da floresta - Quanto mais densa é a vegetação da floresta, maior
será destruição de biomassa para abertura de trilhas e para remoção das toras comerciais,
portanto, maior a quantidade de resíduos de biomassa da extração.
2. Quantidade de toras comerciais - A relação entre a biomassa extraída e a biomassa destruída
determinam parte do impacto. Na extração seletiva, de 3 a 9 árvores por hectare são retiradas
como espécies comerciais. A disposição entre elas define a extensão de trilhas e caminhos
abertos na floresta e, quanto menor o percurso, menor a quantidade de resíduos de biomassa
da extração.
3. Rendimento das serrarias - A quantidade de madeira serrada resultante usualmente obedece
uma parcela entre 35% e 47% do volume das toras. O melhor aproveitamento da madeira na
serraria reduziria a geração de resíduos de biomassa do processamento.
4. Demanda por energia - A energia consumida no processo produtivo integra o cálculo, com
liberação direta e imediata de carbono para a atmosfera, porém com parcela menos
significativa se comparada às emissões por resíduos de biomassa.
Secundárias
• Aumento do rendimento das serrarias - Uso de equipamentos com alto rendimento e análise de
aproveitamento no corte das toras;
• Aproveitamento em produtos madeireiros dos resíduos de biomassa da extração e do
processamento (placas de madeira prensada, peças de madeira, artesanato, etc.);
• Redução de consumo energético em todo o processamento;
• Substituição de fonte energética fóssil, até mesmo pelo uso nas serrarias de eletricidade gerada
com a queima de resíduos de biomassa do processo produtivo.
Referências
Os resultados foram extraídos da dissertação de Érica Ferraz de Campos, orientada pelo Prof. Vanderley
M. John, apresentada à Escola Politécnica (USP) em 2012. Mais informações podem ser obtidas no
trabalho completo:
Campos, E.F. Emissão de CO2 da madeira serrada da Amazônia: o caso da exploração convencional. p. 150
(dissertação). Escola Politécnica, São Paulo, 2012.
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Demais referências:
ASNER, G. P. et al. Condition and fate of logged forests in the Brazilian Amazon. PNAS, v. 103, p. 12947–12950,
Aug. 2006.
CEDERBERG, C. et al. Including Carbon Emissions from Deforestation in the Carbon Footprint of Brazilian Beef.
Environmental Science & Technology, v. 45, n. 5, p. 1773–1779, 1 Mar. 2011.
GERWING, J.J.; VIDAL, E. Degradação de florestas pela exploração madeireira e fogo na Amazônia oriental
brasileira: Série Amazônia 20. Belém, PA: Imazon, 2002.
HUANG, M.; ASNER, G.P. Long-term carbon loss and recovery following selective logging in Amazon forests. Global
Biogeochemical Cycles, v. 24, n. 3, 2010.
IBAMA. Banco de dados de madeiras brasileiras. Disponível em: www.ibama.gov.br/lpf/madeira/introducao.htm.
JOHNS, J. S.; BARRETO, P.; UHL, C. Logging damage during planned and unplanned logging operations in the
eastern Amazon. Forest Ecology and Management, v. 89, n. 1-3, p. 59–77, Dec. 1996.
LAWSON, S. Illegal logging and related trade: indicators of the global response. London: Chatam House, 2010.
PEREIRA, D. et al. Fatos florestais da Amazônia 2010. Belém: Imazon, 2010.
ZENID, G. J. Madeira: uso sustentável na construção civil. 2a. ed. São Paulo: IPT, 2009.
Ficha Técnica
A "Ficha sobre Impacto Ambiental da Madeira serrada da Amazônia extraída por exploração
convencional" foi desenvolvida no Comitê Temático Materiais do CBCS, sob coordenação do Prof.
Vanderley M. John e da Dra. Vera Fernandes Hachich, e contou com parceiros e colaboradores para seu
desenvolvimento.
Coordenação
Prof. Vanderley M. John
Dra. Vera Fernandes Hachich
Elaboração
Érica Ferraz de Campos (CBCS)
Colaboração
Agradecimento aos associados participantes do CT Materiais pela colaboração: profissionais, empresas
e entidades, por meio dos seus representantes.
Ana Carolina F. Carpertieri (Onduline) Kauê Fakri (CTE)
Francisco Figueiredo (SG Arquitetura) Nathália Chaves Lopes (Lwart Quimica)
Gustavo Penteado (HM Engenharia-CCDI) Walter Ogliari (Even)
Katia R. G. Punhagui (CBCS/Poli-USP)
O CBCS apoia a construção sustentável como meio de prover um ambiente construído seguro, saudável e
confortável enquanto simultaneamente limita o impacto sobre os recursos naturais.
Utilizará sua posição como liderança reconhecida para desenvolver e disseminar informações técnicas, normas,
programas educacionais e pesquisas sobre aspectos de importância social para promover a sustentabilidade.
Integrará princípios de construção sustentável, práticas efetivas e conceitos emergentes em todas as suas
diretrizes, manuais, referências técnicas e outras publicações.
Participará ativamente de grupos reconhecidos internacionalmente no tema construção sustentável.
Promoverá e proverá capacitação e transferências de conhecimentos em construção sustentável a seus membros
e à sociedade, transversalmente nos comitês temático, lideradas por comitê coordenador.
O CBCS - Conselho Brasileiro de Construção Sustentável, criado em 2007 como OSCIP por
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organizações internacionais que tratam do tema, sua ação concentra-se em criar e disseminar
conhecimento e boas práticas, mobilizando a cadeia produtiva para essa transição. www.cbcs.org.br
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