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PACOTE DE TEORIA E EXERCÍCIOS – TÉCNICO JUDICIÁRIO –

ÁREA ADMINISTRATIVA – CNJ


PROFESSOR ALBERT IGLÉSIA

Olá! Como você passou a virada do ano? Espero que não tenha
“enfiado o pé na jaca” e esteja aí bem disposto para começar 2013 com todo o
gás.
Na aula de hoje, vamos estudar sintaxe de concordância. Essa
expressão nada mais significa do que a relação estabelecida, como regra geral,
entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o adjetivo, o numeral
adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se referem. O primeiro tipo
de relação é mais conhecido nos manuais de gramática e nas salas de aula
como concordância verbal; o segundo, como concordância nominal.
Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções envolvendo
esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de casos.
Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!

Casos Gerais de Concordância Verbal

O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e


pessoa.

"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)


"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)

1. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é


adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o
quanto à correção gramatical.

A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente


pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição
de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora
obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados,
impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa.

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Comentário – Conseguiu encontrar o erro? É a forma verbal “põem”,


flexionada incorretamente na terceira pessoa do plural. O sujeito “Internet”
(simples e no singular) obriga o verbo pôr (note a manutenção do acento
circunflexo para diferenciá-lo da preposição por) a se flexionar na terceira
pessoa do singular: “a Internet põe”. O examinador tentou tirar proveito da
semelhança existente nas pronúncias de põe e põem.
Resposta – Item errado.

2. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação


às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe
sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos
investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho
feito nos hospitais’, afirma.”

Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após


‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no
plural.

Comentário – Vejamos como ficaria: O aumento das operações de


transplante... Então, qual é o núcleo desse termo? O substantivo singular
aumento, certo? Sendo assim, o verbo ser deve continuar flexionado na
terceira pessoa do singular.
Resposta – Item errado.

[...]

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3. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que


resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da
forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração.

Comentário – Note a concordância entre sujeito e verbo: “O fato [...] tem


[...]”. O grande detalhe fica por conta da ausência do acento circunflexo na
forma verbal. Lembre-se de que somente no plural o acento deve ser
empregado. Exemplo: “Os fatos [...] têm [...]”.
Resposta – Item certo.

[...]

[...]

4. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal


“completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a
expressão “duas décadas”.

Comentário – Como regra geral, o verbo deve concordar em número e pessoa


com o sujeito. O termo “duas décadas” funciona como adjunto adverbial
(expressa circunstância de tempo). Então a concordância que o examinador
indicou é completamente errada. O sujeito da forma verbal “completa” é o
termo “o processo de amadurecimento do cérebro”, cujo núcleo (em negrito)
está no singular.
Resposta – Item errado.

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[...]

5. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção


gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são.

Comentário – Você entendeu o que leu? Notou que a banca disse “correção
gramatical”? Então, nada de “viajar na maionese”! Analise apenas a correção
gramatical.
Qual o sujeito da locução verbal “têm sido”? É todo o trecho
“Meios de comunicação de massa financiados por dinheiro público e livres do
controle privado comercial”. Qual é o núcleo desse sujeito? O termo “Meios”,
no plural. É por isso que o verbo “têm” recebeu acento. Portanto a troca pela
forma verbal “são” – também no plural – está correta, respeita a concordância,
não prejudica a correção gramatical.
Resposta – Item errado.

[...]

6. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Não haveria prejuízo para o


sentido do texto se a forma verbal “dizem” (L.2) fosse substituída por
dizemos.

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Comentário – Questão muito interessante. Merecer todo a nossa atenção.


A concordância da forma verbal “dizem” (terceira pessoa do
plural) leva em consideração o emprego do pronome indefinido substantivo
“Muitos” e a ideia transmitida por ele. Note que o verbo “acreditam” também
está flexionado na terceira pessoa do plural. Dessa forma, o enunciador,
intencionalmente, exclui-se do grupo daqueles que compartilham a mesma
opinião.
O uso da forma dizemos (primeira pessoa do plural) em vez
de “dizem” faz com que o enunciador compartilhe a tal opinião a respeito do
Estado.
Resposta – Item errado.

Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um


núcleo, verifica-se o seguinte:

1. Representado por pessoas gramaticais diferentes a primeira pessoa


(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência
sobre a terceira (ELES).

Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.


Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)
Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que os
pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são
frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o
verbo para a terceira pessoa)

2. Anteposto ao verbo o verbo ficará sempre no plural (concordância rígida


ou gramatical).

Pai e filho conversaram longamente.


As imagens e o som não estavam adequados.

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7. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é


adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são


fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de
responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos,
tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos
financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue.

Comentário – Do último período, vamos destacar a oração “...tanto os


governos estaduais como a União não poupou recursos...”. Estamos diante de
sujeito composto cujos núcleos (“governos” e “União”) estão ligados pela
expressão correlativa “tanto... como”. A norma gramatical estabelece que o
verbo vá para o plural quando os núcleos do sujeito composto estiverem
ligados por essa ou por outras expressões afins. Exemplos:

a) “Não só a nação mas também o príncipe estariam


pobres.” (Alexandre Herculano”
b) “Tanto a Igreja como o Estado eram até certo ponto
inocentes.” (Alexandre Herculano)
c) Tanto ele quanto ela parecem guardar segredo.

Resposta – Item errado.

[...]

[...]

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8. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) A forma verbal


“representaram” (L.17) está no plural para concordar com o sujeito
composto da oração, cujos núcleos são “fim” (L.15), “século” (L.15) e
“ressurgimento” (L.16).

Comentário – O sujeito realmente é composto, o que faz o verbo


representar flexionar-se no plural. Porém só existem dois núcleos: “fim” e
“ressurgimento”. O substantivo “século” é núcleo do adjunto adverbial “no
século XV”.
Resposta – Item errado.

3. Posposto ao verbo o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida ou


gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo (concordância
atrativa).

Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar apenas
com “uma flor”)

Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com


todos os núcleos)

Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os


núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)

ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser


feita no plural.

Agrediram-se o deputado e o senador.


Ofenderam-se o jogador e o árbitro.

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9. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos


diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As
novas questões e os eventos que surgem no horizonte social
frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que
busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já
conhecemos.”

O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a


relação desse verbo com “novas questões e os eventos”.

Comentário – O sujeito composto “novas questões e os eventos” foi


explicitado na oração principal do período (“As novas questões e os eventos...
frequentemente exigem”). Na oração subordinada “por nos afetarem de
alguma maneira”, a concordância do verbo leva em consideração esse termo.
Resposta – Item certo.

[...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade


vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade
13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a
fluidez das relações interpessoais. [...]
Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial.
In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações).

10. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13)


está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância
com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.

Comentário – Esse verbo concorda atrativamente com o núcleo (em negrito)


mais próximo do sujeito composto “a flexibilidade do mundo do trabalho e a
fluidez das relações interpessoais”.
Resposta – Item errado.

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Casos Particulares de Concordância Verbal

1. Verbos impessoais não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa do


singular.

Choveu muito.
Verbos que indicam
Deve nevar muito naquelas regiões. fenômenos naturais

Aqui faz verões terríveis.

Deve fazer dez anos que eles chegaram.


Há anos não o vejo. Verbos que indicam
tempo decorrido
Ia para dez anos que não o via.
Já passava de dez horas.

Verbo “haver” com sentido


Poderá haver alunos reprovados. de “existir”, “acontecer”,
“ocorrer”.

11. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é


adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70%


no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de
2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil
casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número
de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a
31.510 pessoas.

Comentário – Observe atentamente a oração “onde haviam 50 mil casos


registrados”. Notou a flexão do verbo haver? Como ele foi usado com a
sentido de existir, é impessoal, não tem sujeito e deve se manter na terceira
pessoa do singular (“havia”). A expressão “50 mil casos registrados” funciona
sintaticamente como objeto direto dele.
Resposta – Item errado.

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12. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz


tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores —
crescimento econômico e emprego.”

Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma


verbal “faz” deveria ser substituída por fazem.

Comentário – Nas indicações de tempo, fazer é outro verbo impessoal, sem


sujeito, devendo ser mantido invariavelmente na terceira pessoa do singular.
Então, mesmo que a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois
anos, a forma verbal “faz” não sofreria variação.
Resposta – Item errado.

[...]
A declaração, marcadamente humanista e sociopolítica, não
25 imaginou o neoliberalismo deste fim de século, com sua “des-
historicização” do tempo, com sua despolitização da vida, com
seu messianismo consumista, com a entronização da economia
28 de mercado como uma “fatalidade” natural, irreversível, fora da
qual não há possibilidades, com um laissez faire que significa
exclusão.
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

13. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à norma


gramatical a substituição da forma verbal “há” (l. 29) por existem.

Comentário – O verbo haver é impessoal na acepção de existir, por isso fica


invariavelmente na terceira pessoa do singular. O termo “possibilidades”
funciona como objeto direto. A preferência pelo uso de existir (verbo pessoal)
torna esse termo sujeito e obriga que entre ele e o verbo haja concordância
número-pessoal: existem possibilidades.

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Resposta – Item certo.

2. Verbos unipessoais são os que possuem sujeito, ficando na terceira


pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,
caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer, parecer,
restar, urgir, etc.

Basta uma reflexão.


sujeito

Faltam apenas quatro linhas.


sujeito

3. Sujeito oracional se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal


ficará no singular.

Falta fazer quatro linhas.


sujeito

Urge que tomemos uma atitude radical.


sujeito
4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito

Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos e


indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração – “dá”
– deve concordar com o sujeito – “aula”)

Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo deve


flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua como
pronome apassivador)
Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha
verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se
índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar na
terceira pessoa do singular, situação que se repete com verbos

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intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +


preposição)

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao


mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. [...]
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4)


seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do
período.

Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora.


Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva
analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância
estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo fazer
mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com “eleição”,
antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz representar na
função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado (eleições), o verbo
deveria ser empregado também no plural.
Resposta – Item errado.

1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois


níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada.
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de
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4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que


classificar por extremos não reflete a complexidade de classes
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...]

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São


Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações).

15. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se


trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo
“um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os
argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no
plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no
plural: se tratam.

Comentário – O verbo tratar-se é, quanto à regência, transitivo indireto e


possui sujeito indeterminado. Portanto o termo “de um corte epistemológico” é
o objeto dele e nenhuma concordância entre eles deve ser mantida.
Resposta – Item errado.

[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]

Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

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16. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do


texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.

Comentário – Na redação original, o verbo ser está na voz ativa e concorda


na terceira pessoa do singular com o sujeito oracional “que grupos privados
transacionais... sejam... o verdadeiro governo do mundo”. Na redação
proposta, o sujeito continua o mesmo. Por ser oracional, ele faz com que o
novo verbo, admitir (na voz passiva sintética), também se flexione na terceira
pessoa do singular: Não se admite. Portanto não há razão para que o verbo
admitir se flexione na terceira pessoa do plural.
Resposta – Item errado.

5. Coletivo O verbo concordará com o substantivo coletivo, estando


próximo a ele; mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no
singular ou no plural, conforme se queira destacar mais a ideia dos
indivíduos.

O povo não revelou nada.


O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou
reuniu).

6. Expressão partitiva quando o sujeito é formado por uma expressão


partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a maior
parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou pronome
no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.

A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)

A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa)

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[...] A reação dos


indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre.
[...]

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

17. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a


maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural —
apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a
prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa
natureza, deve ser feita com o termo “maioria”.

Comentário – Quando o sujeito é representado por expressões partitivas (a


maioria de, um grande número de, por exemplo) seguido de substantivo no
plural, o verbo pode flexionar-se no singular ou no plural.
Resposta – Item errado.

7. Quantidade aproximada quando houver uma quantidade aproximada


(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida
de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o
substantivo.

Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso. (concordância


rígida ou gramatical)

ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O


verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a
expressão surge repetida.

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Mais de uma máquina estava parada.


Mais de um casal se agrediram.
Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.

8. Pronome relativo que se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo


concordará com o antecedente.

Fui eu que cheguei por último.

Foste tu que chegaste por último.

18. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é


adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do


tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é
inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados
anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos
encarregados do combate a dengue.

Comentário – Antecipo a você que meu comentário, aqui, se restringirá ao


que diz respeito à concordância, em virtude do propósito desta aula.
Observe o segmento “são fatores que determina o aumento”.
Agora atente para a oração (subordinada adjetiva restritiva) iniciada pelo
pronome relativo “que”: “que determina o aumento”. Responda-me qual é o
sujeito da forma verbal “determina”. Sua resposta deve ter sido o pronome
relativo “que”, certo? O que diz mesmo a regra de concordância quando o
sujeito for o pronome relativo que? Ela diz que, nesse caso, a concordância
deve ser feita com o antecedente do relativo: o substantivo plural “fatores”.
Portanto o verbo determinar deve ser flexionado na terceira pessoa do plural:
“são fatores que determinam o aumento”
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Resposta – Item errado.

1 Vale a apena rever certas crenças que se têm


multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...]
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm”


(l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas
preserva sua coerência e correção gramatical.

Comentário – Primeiramente, vamos entender o porquê do acento na forma


original. Pergunte-se o que tem sido multiplicado: “certas crenças”. Esse termo
é substituído pelo pronome relativo “que”, o qual exerce a função sintática de
sujeito do verbo ter. Já disse anteriormente que, nos casos semelhantes, a
concordância deve ser feita com o antecedente do relativo. Como o
antecedente está no plural, o verbo ter também vai para o plural. O plural
desse verbo é indicado pelo acento circunflexo (que foi mantido pelo novo
Acordo) para diferenciar da forma singular: (ele) tem. Portanto a troca
sugerida pela banca (“certas crenças que se tem multiplicado”) traz prejuízos
ao texto.
Resposta – Item errado.

[...]

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[...]

20. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a


flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome
relativo “que”, refere-se a “fontes”.

Comentário – Aplicação simples da regra. Quando o sujeito é o pronome


relativo que, a concordância é feita com o termo referente (ou substituído).
Resposta – Item certo.

21. (Cespe/TJ-RR/Nível Médio)A forma verbal “têm” em “têm esse originário


poder” (L.5) está empregada no plural porque faz parte de uma cadeia
coesiva cujos elementos se referem a “magistrados” (L.1).

Comentário – O forma verbal “têm” está flexionada corretamente no plural


(note o emprego do acento circunflexo). Isso ocorre porque o pronome relativo
“que” é, sintaticamente, o sujeito dele e se refere ao antecedente “os” (=
aqueles, pronome demonstrativo). Por sua vez, esse pronome demonstrativo

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não retoma o substantivo “magistrados”, mas faz menção aos verdadeiros


governantes da sociedade.
Resposta – Item errado.

9. Pronome relativo quem o verbo concordará com o antecedente ou


ficará na terceira pessoa do singular.

Fui eu quem cheguei por último.

Fui eu quem chegou por último.

10. Um dos que o verbo ficará na terceira pessoa do singular,


concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando
com os (dos = de + os).

Você é um dos que fala/falam menos.


O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta equatorial.

ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no


singular.

É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no teatro.


Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.

11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,


vós ou vocês o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se
este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome
pessoal.

Algum dentre vós sairá antes?

Quais de nós sairão (sairemos) antes?

Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).

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12. Cada um o verbo ficará no singular.

Cada um de nós estudará para o concurso.


Cada um de vocês passará.

[...] Além
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas
teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos
fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma
19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou
espiritual do humano.
Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a
ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).

22. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância


com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam”
reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria
gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”,
empregando-se o referido verbo no singular.

Comentário – a flexão de plural em “fundamentam” decorre da concordância


com “essas teorias políticas e individuais”, sujeito da forma verbal. A
expressão “cada uma das ideologias” concorda com o verbo “constitui”.
Resposta – Item errado.

23. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras


pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha
com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.”

A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se


estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e

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coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo


pelo uso do verbo no singular: corresponde.

Comentário – Novamente entrou em cena a expressão cada um. Como ela


não integra o sujeito da oração e constitui o objeto indireto do verbo
“correspondem”, é impossível a concordância com ela. Se você reescrever o
período na ordem direta (sujeito, verbo e objeto), notará melhor as relações
entre os termos da oração: Maneiras pessoais de agir e sentir, um habitus
social que o indivíduo compartilha com outros e que se integra na estrutura de
sua personalidade, correspondem a cada um deles. Parece que em 2010 a
banca “brincou” com essa expressão (repare a questão anterior).
Resposta – Item errado.

13. Pronome de tratamento o verbo concordará sempre na terceira


pessoa do singular ou do plural.
Vossa Excelência é muito digno.
Vossas Senhorias são muito exigentes.

14. Fração rigorosamente, o verbo concorda com o numerador; havendo


parte inteira, o verbo concordará com ela.

Um terço dos alunos foi embora.


Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.

ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número


fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é sustentada,
por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da Língua Portuguesa,
48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo, 2008, página 470)

“Um quinto dos homens eram de cor escura.”

Recomendo que você observe atentamente todas as opções


apresentadas pelo examinador.

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15. Porcentagem o verbo concorda, a rigor, com o numeral.

Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.


Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.
Apenas 1,78% votou nesse candidato.

ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,


ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens
modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a tendência
é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que especifica a
referência numérica”.

“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da Copa.”

Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”

Aqui também recomendo que você observe atentamente todas as


opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as duas
possibilidades de concordância.

16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em


gradação o verbo concorda gramaticalmente com todos os núcleos
ou atrativamente com o mais próximo.

Medo e temor me assusta/assustam.

Uma palavra, um movimento, um simples gesto


causava/causavam-lhe medo.

17. Aposto resumitivo se o sujeito composto for resumido por um aposto


(pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.

Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.


sujeito composto aposto resumitivo
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Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.


sujeito composto aposto
resumitivo

18. Infinitivos antônimos ou determinados verbo no plural.

Discordar e apoiar são próprios da democracia.


O andar e o nadar fazem bem à saúde.

ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem


determinados, o verbo ficará no singular.

Andar e nadar faz bem a saúde.


Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca
desanimou os professores.

1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado


declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. [...]
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas.
São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

24. (Cespe/PF/Agente/2012) No período “Nesse caso (...) estaria conosco”


(l.3-5), como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não,
de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia,
conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira
pessoa do plural: seriam.

Comentário – Realmente a conjunção “ou” possui valor semântico aditivo,


pois não exclui a possibilidade de “assistir à execução”. Entretanto os
infinitivos não são antônimos nem estão determinados: “puxar a corda, afiar
a faca ou assistir à execução”. Portanto o verbo deve permanecer no singular.
Resposta – Item errado.
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[...]
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

25. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) A flexão de singular


na forma verbal “importava” (l.26) justifica-se por ser o sujeito da oração
indeterminado, de interpretação genérica.

Comentário – O sujeito do verbo “importava” é composto, determinado e


constituído pelos infinitivos verbais “descobrir e estudar”. Como esses
infinitivos não estão determinados nem são antônimos, o verbo “importava”
mantém-se na terceira pessoa do singular. A dificuldade de muitos candidatos
está no fato de o sujeito aparecer posposto ao verbo, na posição normalmente
ocupada pelo objeto. Conscientes disso, os examinadores exploram bastante
casos assim.
Resposta – Item errado.

19. Um e outro verbo no singular ou no plural.


Um e outro jogador foi/foram expulsos.

ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro, o


plural é obrigatório.

Um e outro insultaram-se.

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20. Um ou outro; nem um nem outro a corrente majoritária indica o


singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados
autores:

Um ou outro jogador fez gols.


Nem um nem outro garoto brigou na rua.

a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem


outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,
exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia idealizado
previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara, porém, a
construção com o verbo no plural quando as expressões se empregam como
pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam questionar.” (Nova
gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio de Janeiro: Lexikon,
2008, página 527);

b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem


um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o plural
também seja praticado. [...] Não há uniformidade no tratamento dado a essas
expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua portuguesa, São
Paulo: Scipione, 1998, página 486);

c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para o


substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna
gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o
novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);

d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e outro e


nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural. Exemplos:
Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima gramática da
língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2008, páginas 556 e 557).

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ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar


questões desse tipo.

21. Sujeitos ligados por ou ou nem o verbo ficará, normalmente, no


plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia, o
verbo ficará no singular.

Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.


Pedro ou Paulo sairão mais cedo.
José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só
pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo – risos)
Dida ou Júlio César será o goleiro titular. (somente um goleiro
pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)
“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da
linguagem humana.”

ATENÇÃO! Se houver idéia de retificação, o verbo concordará com o mais


próximo.
O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.
Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.

22. Sujeitos ligados por com o verbo fica no plural, dando ênfase a todos
os sujeitos.

O professor com o aluno montaram o equipamento.


ATENÇÃO! Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a
expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;
por isso o verbo fica no singular.

23. Haja vista essa expressão, no singular, está sempre certa; porém
pode variar se o seu referente estiver no plural:
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Haja vista o caso.


Haja(m) vista os casos.
Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a
expressão varie)

24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar a concordância é feita


levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.

Os Lusíadas pertencem a Camões.


Os Estados Unidos perderam muitos troféus.
Minas gerais ganhou todas as competições.

ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar


com o sujeito ou com o predicativo.

Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões.

25. Concordância do verbo ser em muitas situações, esse verbo deixa de


concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em outras,
pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo que se
quer enfatizar:

a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto.

Maria era as esperanças de todos.


O mundo são os homens.

b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome.


Os culpados éramos nós.
“O Estado sou eu”.

c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro


pronome.

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Quem és tu?
Tudo são flores.
ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos pronomes
tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a
concordância com o pronome.

Tudo é flores.

d) O plural tem precedência sobre o singular.


A casa eram umas folhas.
A sua paixão eram filmes de terror.

e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas expressões


que indicam preço, valor, medida, peso.

Dois quilos é pouco.


Vinte mil cruzeiros é demais.
Três metros é mais do que preciso.

f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará com


estas.
Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.
Era uma hora e cinquenta e nove segundos.
Hoje são 21 de maio.

26. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os


transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.”

Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece
que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser
alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”.

Comentário – Você prestou atenção na letra “d”? Ela representa o


fundamento para a resposta certa.
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Resposta – Item errado.

26. Concordância com a expressão é que leia o que os ilustres gramáticos


Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:

“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre o


sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim: ‘José é
que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram do seu
esforço.’”

Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:

“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve


ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o
verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a
concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos outros
verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se
aproveitaram do seu esforço.’
Ou este:
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se aproveitaram
do seu esforço.’.”

27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com o


infinitivo:

Os dias parecem voar. a forma verbal parecem é verbo auxiliar


de voar; Os dias é o sujeito da oração.

Os dias parece voarem. aqui houve uma inversão da ordem dos


termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo parece é o
verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração subordinada

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substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem os dias. Se


desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que os dias
voam.
ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises são
possíveis.
O dia parece voar. não sabemos se aqui o verbo parece é
auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O dia,
ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia voar
sujeito do verbo Parece.

Para finalizar a parte de concordância verbal, proponho a questão


seguinte, que envolve verbo no infinitivo.

1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas


cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de
decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se
4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por
exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia,
com sua experiência de democracia primária ou de assembleia,
7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como
inviabilizadores da participação política direta: número de
cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais
10 modificada diante dos avanços tecnológicos).
Diante da impossibilidade de reunião de todos os
envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os
13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais
urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se
a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a
16 democracia representativa, com seus prós e contras.
A rigor, em uma sociedade composta de milhares de
pessoas, apenas mediante a representação por um grupo
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19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam


presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem
sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem
22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a
ter representantes, ficando alguns alijados do processo
decisório. Um governo que se propõe como democrático busca
25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo
as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões
políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert
28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo,
muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária
para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor,
31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos
representantes com os representados, obrigam as elites a
“manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado
34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição
periódica de representantes é a única viável nos Estados
contemporâneos.
Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para
a inclusão social rumo à concretização do estado democrático
e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações).

27. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as


estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à
concordância.

A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter


um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto.
B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo
gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como
inviabilizadores” (l.7-8).

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C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural,


a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular.
D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não
interfere na correção gramatical do período.
E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com
“eleições periódicas” (l.31).

Comentário – Alternativa A: a forma verbal em negrito foi usada no infinitivo


pessoal, por isso ela se flexionou para concordar em número e pessoa com o
sujeito “as elites” (l. 32). Sobre a flexão do infinitivo, cabe aqui uma
explicação ampliada. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo.

I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na


mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.

Não é necessário [vocês chegarem cedo].


sujeito

II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o


infinitivo para evitar ambiguidade.

Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)


Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho].

III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da


oração anterior, também ocorrerá a flexão.

[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].

IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.


[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos
os problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.

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V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A


+ INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão.

O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem


sujeito

VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.


As tarefas a serem feitas são essas.

Conclui-se, então, que não há prejuízo sintático para o texto.


Alternativa B: O verbo existir é pessoal (diferentemente do
verbo haver usado no mesmo sentido). Sendo assim, ele tem sujeito, com o
qual deve concordar em número e pessoa. Conforme a proposta da banca
examinadora, esse sujeito é o termo “alguns fatores inviabilizadores” (terceiras
pessoa do plural = eles). Isso leva o verbo existir a flexionar-se da seguinte
maneira: “existiam” (terceira pessoa do singular). Portanto a opção está
errada.
Alternativa C: o verbo identificar está na voz passiva
sintética, auxiliado pelo pronome apassivador “se”. Toda voz passiva possui
sujeito (mas pode não possuir agente da passiva). No texto, o substantivo
“necessidade” é o núcleo desse termo sintático. A pluralização dele deve levar,
também, o verbo para o plural: “identificaram-se as necessidades”. Com a voz
passiva analítica, é mais fácil perceber a necessidade de concordância entre
sujeito e verbo: “as necessidades foram identificadas”. Logo o item está
errado.
Alternativa D: estamos às voltas com a voz passiva, mas agora
é a analítica (verbo auxiliar flexionado + verbo principal no particípio): “sejam
garantidas”. O verbo auxiliar flexiona-se em número é pessoa para concordar
com o sujeito; o verbo principal flexiona-se em gênero e número pelo mesmo
motivo. Repare bem: “...sejam garantidas... as possibilidades...”. Talvez, a
posposição do sujeito ao verbo tenha dificultado sua análise. É bom ficar
atento! A alteração indicada pelo Cespe causa incorreção gramatical.
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Alternativa E: sim, nada mais natural do que a concordância de


número e pessoa entre sujeito e verbo.
Resposta – E

1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso


da técnica, com transformações profundas das noções de espaço
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento
de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. [...]

Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto


Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia
das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

28. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de “dominar no homem”


(l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de
“humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e
a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois
de “humanismo”.

Comentário – Eis o que o examinador propôs: “...vemos o encolhimento das


fronteiras éticas e o esquecimento de algumas ideias essenciais que fundam o
humanismo, dominar no homem”.
Estariam preservadas as relações de significação e a correção
gramatical se a vírgula não fosse inserida. Se você está se perguntando se o
verbo “dominar” deveria ir para o plural, esclareço-lhe que:
a) é facultativa a flexão do infinitivo (“dominar”) se o sujeito
não for representado por pronome átono (“o encolhimento das fronteiras éticas
e o esquecimento de algumas ideias essenciais”) e se o verbo da oração
determinada pelo infinitivo (“vemos”) for causativo (mandar, deixar, fazer) ou

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sensitivo (ver, ouvir, sentir). Veja um exemplo: Mandei sair os alunos./Mandei


saírem os alunos.
b) flexiona-se obrigatoriamente o infinitivo se o sujeito for
diferente de pronome átono e determinante de verbo não causativo nem
sensitivo. Veja um exemplo: Esperei saírem todos.
Mas a tal vírgula causou separação indevida entre o sujeito e o
verbo. Por isso a proposição está errada.
Resposta – Item errado.

A partir de agora, trataremos da concordância nominal. Admito


que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas
recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia
os casos de concordância verbal.
Por isso mesmo, o alcance aqui será menor, restrito aos casos
observados em provas anteriores. Meu intuito não é derramar sobre você uma
avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-los quanto aos
prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos pelo Cespe.
Nesse sentido, partiremos das questões para a teoria. Quando for
conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de
concordância nominal.

[...]

[...]

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29. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos


“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente,
com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%”
e “8,76%”.

Comentário – Notou que as duas formas verbais são exemplos de particípio?


A primeira delas concorda com o substantivo “patamar” (no singular), núcleo
da expressão “o patamar de 0,05%”. A segunda forma verbal concorda com
“8,76%”, núcleo da expressão “8,76% da despesa” e tradutora de plural.
Resposta – Item errado.

30. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,


são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que


seja acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela
nossa compreensão, os modos como está organizado o poder político.

Comentário – Você já deve ter percebido que eu selecionei apenas o item


interessante para esta aula sobre concordância, embora o enunciado da
questão mencione “itens”, certo?
Repare atentamente a falta de concordância que existe entre
os particípios “acessado” e “aprofundado” e os substantivos “raízes” e
“modos”, respectivamente. Além disso, observe também que o verbo ser está
flexionado indevidamente na terceira pessoa do singular: “seja”.
Farei a correção da passagem reorganizando os termos de
maneira que as devidas concordâncias sejam mais bem evidenciadas.

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Normalmente, quando o sujeito surge posposto ao verbo, as relações sintáticas


ficam mais complicadas para o candidato.
Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes,
permite-se que as raízes do mundo contemporâneo sejam
acessadas, e os modos como o poder político está organizado
(sejam) aprofundados pela nossa compreensão.

Resposta – Item errado.

31. (Cespe/TRE-RJ/Cargos de Nível Superior/2012) Se a palavra “atendidas”


(L.12) fosse flexionada no masculino — atendidos —, estariam mantidos
a correção gramatical e o sentido original do texto.

Comentário – Você precisa levar em consideração dois aspectos: correção


gramatical e sentido original do texto. Com relação ao primeiro, é possível
argumentar que o examinador tem razão. Nesse caso, a palavra atendidos
estaria concordando em gênero e número com “cidadãos”. Mas, com respeito
ao sentido original do texto, há problema. O autor vinculou a forma nominal
“atendidas” a “necessidades” (no feminino plural). Portanto a substituição
proposta prejudicaria o sentido original do texto.
Resposta – Item errado.

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Lembre-se também de que, conforme a regra geral de


concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o numeral
adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero e número.

O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.


Art. Adj. Pron. Num.
Adj. Adj.

32. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Faz-se necessário frisar que o imaginário


social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o
rompimento dos costumes fortemente arraigados.”

A flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse


termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação,
essa relação sintática enfatiza “imaginário social” como o primeiro termo
na comparação com “evolução”.

Comentário – Aqui, a situação é um pouquinho diferente: o adjetivo


“necessário” faz parte de uma expressão formada por VERBO + ADJETIVO
(“Faz-se necessário”). Nesse caso, ele se mantém no masculino singular se o
substantivo com o qual concorda possui sentido genérico (não é precedido de
artigo). A referência dele é a oração subordinada substantiva subjetiva
reduzida de infinitivo “frisar”; é com ela que a concordância é estabelecida.
Veja outro exemplo: É necessário atentar para algumas exceções à regra.
Resposta – Item errado.

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,


verifica-se o seguinte:
1. Substantivos do mesmo gênero o adjetivo ficará neste gênero e no
plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e livro bons. (ou bom)


Casa e cadeira lindas. (ou linda)

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2. Substantivos de gêneros diferentes o adjetivo ficará no masculino e no


plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.

Caderno e casa bons. (ou boa)


Gravata e terno lindos. (ou lindo)

Romance LXXXI ou Dos Ilustres Assassinos

[...]
Levantai-vos dessas mesas,
saí de vossas molduras,
19 vede que masmorras negras,
que fortalezas seguras,
que duro peso de algemas,
22 que profundas sepulturas
nascidas de vossas penas,
de vossas assinaturas!
[...]
Cecília Meireles. Romanceiro da Inconfidência.
Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989, p. 267-8.

33. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No verso 23, a forma verbal “nascidas”,


apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem,
concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de
concordância nominal.

Comentário – O examinador disse “forma verbal” porque considerou o


particípio do verbo nascer. Por ter-se comportado como um adjetivo, concorda
em gênero e número com o substantivo a que se refere. Como a forma verbal
“nascidas” está posposta aos substantivos “masmorras”, “fortalezas”,
“algemas” (conforme o contexto) e “sepulturas”, não é possível afirmar
seguramente que ela concorda apenas com o mais próximo ou com os demais
também”. Todos os nomes estão no feminino plural. Além disso, as expressões

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“mesas” e “molduras” também são nominais; porém não nos parecem,


conforme o contexto, retomadas pelo particípio “nascidas”. Isso também
enfraquece a afirmação da banca examinadora de que “todas as expressões
nominais” forma retomadas pelo particípio.
Resposta – Item errado.

3. Substantivos antepostos adjetivo no plural ou no singular, conforme


exemplos vistos até agora.

4. Substantivos pospostos a concordância mais notável será a atrativa.

Tratava-se de inoportuno momento e lugar.


Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.

Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas


expressões que merecem cuidado especial.

1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o


sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes ou
numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,
entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.

É proibida a entrada.
É proibido entrada.
Água é bom para a saúde.
Esta água é boa para a saúde.

2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para


concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.

Ele vinha todo de branco.


Elas vinham todas de branco.

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CUIDADO! Eles são todo-poderosos.


Elas são todo-poderosas.
Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas
não o primeiro!

3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:


a) se a cor é representada por adjetivo, varia;

sapato branco
camisas amarelas

b) se a cor é representada por substantivo, não varia;

sapatos cinza
camisas rosa

c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último


elemento varia;
blusas verde-claras
camisas azul-escuras

d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto


fica invariável.

blusas verde-limão
calças azul-piscina

Aqui finalizamos esta aula sobre concordância.


Fique com Deus e tenha uma ótima semana!

Albert Iglésia

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Lista das Questões Comentadas

1. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho seguinte é


adaptado do editorial do Jornal Zero Hora (RS) de 20/4/2010. Julgue-o
quanto à correção gramatical.

A campanha eleitoral que se aproxima estará marcada definitivamente


pelo uso das facilidades de comunicação que a Internet põem à disposição
de partidos, candidatos e eleitores. Haverá a difícil e desafiadora
obrigação de manter todo o processo dentro de padrões civilizados,
impedindo que os radicais e irresponsáveis contaminem a disputa.

2. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “‘Buscamos levar mais informação


às pessoas e aos profissionais de saúde para mudar a cultura que existe
sobre transplantes. O aumento é um reflexo dessa mudança; dos
investimentos feitos pela SES, que tem priorizado a CTPE; e do trabalho
feito nos hospitais’, afirma.”

Se a expressão das operações de transplante fosse incluída logo após


‘aumento’, a forma verbal ‘é’ deveria, necessariamente, ser flexionado no
plural.

[...]

3. (Cespe/Instituto Rio Branco/Diplomata/2011) No primeiro período, que


resume a ideia principal do texto, o emprego, na oração principal, da
forma verbal “tem” (l. 2), no singular, é exigido pelo sujeito dessa oração.

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[...]

[...]

4. (Cespe/AL-ES/Cargos de Nível Médio/2011) Na linha 31, a forma verbal


“completa” poderia ser flexionada no plural, para concordar com a
expressão “duas décadas”.

[...]

5. (Cespe/EBC/Cargos de Nível Médio/2011) Prejudica-se a correção


gramatical do período ao se substituir “têm sido” (L.2-3) por são.

[...]

6. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Não haveria prejuízo para o


sentido do texto se a forma verbal “dizem” (L.2) fosse substituída por
dizemos.

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7. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é


adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Os recursos materiais destinados ao combate da dengue são


fundamentais, mas de pouco valem sem ações complementares, de
responsabilidade de governos locais e da população. Nos últimos anos,
tanto os governos estaduais como a União não poupou recursos
financeiros e técnicos para apoiar às prefeituras no combate da dengue.

[...]

[...]

8. (Cespe/TC-DF/Auditor de Controle Externo/2012) A forma verbal


“representaram” (L.17) está no plural para concordar com o sujeito
composto da oração, cujos núcleos são “fim” (L.15), “século” (L.15) e
“ressurgimento” (L.16).

9. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “Nas sociedades modernas, somos


diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As
novas questões e os eventos que surgem no horizonte social
frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que
busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já
conhecemos.”

O uso da flexão de terceira pessoa do plural em “afetarem” estabelece a


relação desse verbo com “novas questões e os eventos”.
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[...] Como tentativas de acompanhar essa velocidade


vertiginosa que marca o processo de constituição da sociedade
13 hipermoderna, surge a flexibilidade do mundo do trabalho e a
fluidez das relações interpessoais. [...]
Renato Nunes Bittencourt. Consumo para o vazio existencial.
In: Filosofia, ano V, n. 48, p. 46-8 (com adaptações).

10. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) A forma verbal “surge” (l.13)


está flexionada no singular porque estabelece relação de concordância
com o conjunto das ideias que compõem a oração anterior.

11. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é


adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

O número de brasileiros infectados pela dengue aumentou mais de 70%


no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de
2009. O maior foco da doença se concentra em Goiás, onde haviam 50 mil
casos registrados. Minas Gerais é o estado do Sudeste com maior número
de ocorrências (49 mil) e em Mato Grosso o total de doentes chegou a
31.510 pessoas.

12. (Cespe/Sefaz-ES/Consultor do Executivo – Ciências Econômica/2010) “Faz


tempo que estava amadurecendo a polêmica sobre esses indicadores —
crescimento econômico e emprego.”

Se a palavra “tempo” fosse substituída pela expressão dois anos, a forma


verbal “faz” deveria ser substituída por fazem.

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[...]
A declaração, marcadamente humanista e sociopolítica, não
25 imaginou o neoliberalismo deste fim de século, com sua “des-
historicização” do tempo, com sua despolitização da vida, com
seu messianismo consumista, com a entronização da economia
28 de mercado como uma “fatalidade” natural, irreversível, fora da
qual não há possibilidades, com um laissez faire que significa
exclusão.
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

13. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) Atenderia à norma


gramatical a substituição da forma verbal “há” (l. 29) por existem.

1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao


mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. [...]
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.

14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez” (L.4)


seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção gramatical do
período.

1 As diferenças de classes vão ser estabelecidas em dois


níveis polares: classe privilegiada e classe não privilegiada.
Nessa dicotomia, um leitor crítico vai perceber que se trata de
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4 um corte epistemológico, na medida em que fica óbvio que


classificar por extremos não reflete a complexidade de classes
da sociedade brasileira, apesar de indicar os picos. [...]

Dina Maria Martins Ferreira. Não pense, veja. São


Paulo: Fapesp & Annablume, p. 62 (com adaptações).

15. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) O uso da forma verbal “se


trata” (l.3), no singular, atende às regras de concordância com o termo
“um corte epistemológico” (l.4) e seriam mantidas a coerência entre os
argumentos e a correção gramatical do texto se fosse usado o termo no
plural, cortes epistemológicos, desde que o verbo fosse flexionado no
plural: se tratam.

[...]
que fragiliza e subordina economias nacionais. Não é
admissível que grupos privados transnacionais — não mais do
19 que três centenas —, com negócios que vão do setor produtivo
industrial ao setor financeiro, passando pela publicidade e pelas
comunicações, sejam, na verdade, o verdadeiro governo do
22 mundo, hegemonizando governos e nações, derrubando
restrições alfandegárias, impondo seus interesses particulares.
[...]
Francisco Alencar. Para humanizar o bicho homem. In: Francisco Alencar (Org.).
Direitos mais humanos. Brasília: Garamond, 2006. p. 17-31 (com adaptações).

16. (Cespe/TRT-21ª Região/Analista Judiciário/2011) A correção gramatical do


texto seria mantida caso o trecho “Não é admissível” (l. 17-18) fosse
substituído por Não se admitem.

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[...] A reação dos


indicadores de atividade na zona do euro, que já não eram
4 robustos ou mesmo convincentes, é agora algo semelhante à
paralisia. Os Estados Unidos da América cresceram a uma taxa
superior a 3% em 12 meses, mas a maioria dos analistas aposta
7 que a economia americana perderá força no segundo semestre.
[...]

Valor Econômico, Editorial, 6/7/2010 (com adaptações).

17. (Cespe/MPU/Técnico Administrativo/2010) Se o verbo da oração “mas a


maioria dos analistas aposta” (L.6) estivesse flexionado no plural —
apostam —, o período estaria incorreto, visto que, de acordo com a
prescrição gramatical, a concordância verbal, em estrutura dessa
natureza, deve ser feita com o termo “maioria”.

18. (Cespe/DPU/Agente Administrativo/2010 – adaptada) O trecho a seguir é


adaptado do editorial d’O Estado de S.Paulo de 22/4/2010. Julgue-o
quanto às normas gramaticais da língua portuguesa padrão.

Chuvas e calor acima da média, além da volta da circulação da dengue do


tipo 1, são fatores que determina o aumento do número de casos. Mas é
inegável que, diante de bons resultados dos programas realizados
anteriormente, houve certa acomodação por parte dos segmentos
encarregados do combate a dengue.

1 Vale a apena rever certas crenças que se têm


multiplicado a respeito das chamadas emoções negativas. [...]
Planeta, jan./2010, p. 64-5 (com adaptações).

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19. (Cespe/Inca/Cargos de Nível Superior/2010) A substituição de “se têm”


(l.1) por tem altera as relações entre os argumentos do texto, mas
preserva sua coerência e correção gramatical.

[...]

[...]

20. (Cespe/TJ-ES/Analista Judiciário/Letras/2011) Na linha 7, é obrigatória a


flexão de plural em “englobam” porque o sujeito da oração, o pronome
relativo “que”, refere-se a “fontes”.

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21. (Cespe/TJ-RR/Nível Médio)A forma verbal “têm” em “têm esse originário


poder” (L.5) está empregada no plural porque faz parte de uma cadeia
coesiva cujos elementos se referem a “magistrados” (L.1).

[...] Além
16 disso, cada uma das ideologias em que se fundamentam essas
teorias políticas e econômicas constitui uma visão dos
fenômenos sociais e individuais que pretende firmar-se em uma
19 descrição verdadeira da natureza biológica, psicológica ou
espiritual do humano.

Humberto Maturana. Biologia do fenômeno social: a


ontologia da realidade. Miriam Graciano (Trad.). Belo
Horizonte: UFMG, 2002, p. 195 (com adaptações).

22. (Cespe/MPU/Analista Administrativo/2010) Na linha 16, na concordância


com “cada uma das ideologias”, a flexão de plural em “fundamentam”
reforça a ideia de pluralidade de “ideologias”; mas estaria
gramaticalmente correto e textualmente coerente enfatizar “cada uma”,
empregando-se o referido verbo no singular.

23. (Cespe/TCU/AFCE-TI/2010) “A cada um deles correspondem maneiras


pessoais de agir e sentir, um habitus social que o indivíduo compartilha
com outros e que se integra na estrutura de sua personalidade.”

A flexão de plural em “correspondem” mostra que, pela concordância, se


estabelece a coesão com “maneiras”; mas seria igualmente correto e
coerente estabelecer a coesão com “cada um”, enfatizando este termo
pelo uso do verbo no singular: corresponde.

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1 Imagine que um poder absoluto ou um texto sagrado


declarem que quem roubar ou assaltar será enforcado (ou terá
a mão cortada). Nesse caso, puxar a corda, afiar a faca ou
4 assistir à execução seria simples, pois a responsabilidade moral
do veredicto não estaria conosco. [...]
Contardo Calligaris. Terra de ninguém – 101 crônicas.
São Paulo: Publifolha, 2004, p. 94-6 (com adaptações).

24. (Cespe/PF/Agente/2012) No período “Nesse caso (...) estaria conosco”


(l.3-5), como o conector “ou” está empregado com sentido aditivo, e não,
de exclusão, a forma verbal do predicado “seria simples” poderia,
conforme faculta a prescrição gramatical, ter sido flexionada na terceira
pessoa do plural: seriam.

[...]
22 engenharia, como entendida atualmente. Pode-se dizer que a
engenharia científica só teve início quando se chegou a um
consenso de que tudo aquilo que se fazia em bases empíricas
25 e intuitivas era, na realidade, regido por leis físicas e
matemáticas, que importava descobrir e estudar. Leonardo da
Vinci e Galileu, nos séculos XV e XVII, podem ser
28 considerados os precursores da engenharia científica.
Pedro Carlos da Silva Telles. História da engenharia no
Brasil. Internet: <www.ebah.com.br> (com adaptações).

25. (Cespe/Câmara dos Deputados/Analista Legislativo) A flexão de singular


na forma verbal “importava” (l.26) justifica-se por ser o sujeito da oração
indeterminado, de interpretação genérica.

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26. (Cespe/SAD-PE/Analista Contábil/2010) “O maior destaque foram os


transplantes renais, que passaram de 150 para 162 cirurgias feitas.”

Uma vez que a regra geral de concordância com o verbo ser estabelece
que ele deve concordar com o sujeito, a forma verbal “foram” poderia ser
alterada para foi, em concordância com “O maior destaque”.

1 A ideia de democracia tem seu nascedouro nas


cidades-Estados gregas e consubstancia-se na tomada de
decisões mediante a participação direta dos cidadãos. Como se
4 pode depreender, o conceito era restrito, pois excluía, por
exemplo, as mulheres e os escravos. Na trajetória da Grécia,
com sua experiência de democracia primária ou de assembleia,
7 ao mundo moderno, alguns fatores se apresentaram como
inviabilizadores da participação política direta: número de
cidadãos, extensão territorial e tempo (noção cada vez mais
10 modificada diante dos avanços tecnológicos).
Diante da impossibilidade de reunião de todos os
envolvidos — aqueles que, de alguma forma, sentem os
13 reflexos das decisões tomadas — e sendo cada vez mais
urgente a tomada de decisões em tempo recorde, identificou-se
a necessidade de eleger representantes. Assim nasceu a
16 democracia representativa, com seus prós e contras.
A rigor, em uma sociedade composta de milhares de
pessoas, apenas mediante a representação por um grupo
19 escolhido é possível que os diferentes interesses se façam
presentes no momento de decidir; porém, é certo que nem
sempre esse grupo representa os interesses do todo e nem
22 sempre todos os interesses de uma sociedade plural chegam a
ter representantes, ficando alguns alijados do processo
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decisório. Um governo que se propõe como democrático busca


25 estabelecer mecanismos para que sejam garantidas ao máximo
as possibilidades de os cidadãos participarem das decisões
políticas, mas há um “lado sombrio”, identificado por Robert
28 Dahl nos seguintes termos: “sob um governo representativo,
muitas vezes os cidadãos delegam imensa autoridade arbitrária
para decisões de importância extraordinária.”. Segundo o autor,
31 as eleições periódicas garantem certo compromisso dos
representantes com os representados, obrigam as elites a
“manter um olho na opinião do povo”. Apesar do “lado
34 sombrio”, a democracia alicerçada sobre o pilar da eleição
periódica de representantes é a única viável nos Estados
contemporâneos.
Tatiana de Carvalho Camilher. O papel da defensoria pública para
a inclusão social rumo à concretização do estado democrático
e direito. Internet: <www.conpedi.org> (com adaptações).

27. (Cespe/DPU/Analista Técnico Administrativo/2010) Considerando as


estruturas do texto, assinale a opção correta no que diz respeito à
concordância.

A) A inserção da forma verbal manterem no lugar de “manter”, em “manter


um olho na opinião do povo” (l.33), acarretaria prejuízo sintático ao texto.
B) A oração existia alguns fatores inviabilizadores parafraseia de modo
gramaticalmente correto o trecho “alguns fatores se apresentaram como
inviabilizadores” (l.7-8).
C) Ainda que o vocábulo “necessidade” (l.15) estivesse flexionado no plural,
a forma verbal “identificou” (l.14) deveria permanecer no singular.
D) A alteração de “sejam garantidas” (l.25) para seja garantido não
interfere na correção gramatical do período.
E) As formas verbais “garantem” (l.31) e “obrigam” (l.32) concordam com
“eleições periódicas” (l.31).
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1 É evidente que vivemos em um momento prodigioso


da técnica, com transformações profundas das noções de espaço
e tempo; mas a política do espírito não acompanha esse
4 alargamento do mundo: pelo contrário, vemos dominar no
homem o encolhimento das fronteiras éticas e o esquecimento
de algumas ideias essenciais que fundam o humanismo. [...]
Adauto Novaes. Sobre tempo e história. In: Adauto
Novaes (Org.). Tempo e história. São Paulo: Companhia
das Letras, p. 14-5 (com adaptações).

28. (Cespe/IPAJM/Advogado/2010) O deslocamento de “dominar no homem”


(l.4-5) para o final do período sintático em que ocorre, depois de
“humanismo” (l.6), preserva as relações de significação entre os termos e
a correção gramatical do texto, desde que seja usada uma vírgula depois
de “humanismo”.

[...]

[...]

29. (Cespe/BRB/Analista de Tecnologia da Informação/2011) Os vocábulos


“destinado” (L.21) e “destinados” (L.23) concordam, respectivamente,
com os numerais indicativos de porcentagem que os antecedem: “0,05%”
e “8,76%”.

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30. (Cespe/PC-CE/Inspetor de Polícia/2012) Em cada um dos itens a seguir,


são apresentadas propostas de reescrita do trecho “No entanto, o estudo
dos impérios, antigos ou recentes, permite acessar as raízes do mundo
contemporâneo e aprofundar nossa compreensão das modalidades de
organização do poder político” (L.10-13). Julgue-os com relação à
correção gramatical

Porém, estudando-se os impérios, antigos ou recentes, permite-se que


seja acessado as raízes do mundo contemporâneo, e aprofundado, pela
nossa compreensão, os modos como está organizado o poder político.

31. (Cespe/TRE-RJ/Cargos de Nível Superior/2012) Se a palavra “atendidas”


(L.12) fosse flexionada no masculino — atendidos —, estariam mantidos
a correção gramatical e o sentido original do texto.

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social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o
rompimento dos costumes fortemente arraigados.”

A flexão de masculino em “necessário” estabelece concordância desse


termo com “imaginário social”; no desenvolvimento da argumentação,
essa relação sintática enfatiza “imaginário social” como o primeiro termo
na comparação com “evolução”.

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[...]
Levantai-vos dessas mesas,
saí de vossas molduras,
19 vede que masmorras negras,
que fortalezas seguras,
que duro peso de algemas,
22 que profundas sepulturas
nascidas de vossas penas,
de vossas assinaturas!
[...]
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33. (Cespe/PF/Papiloscopista/2012) No verso 23, a forma verbal “nascidas”,


apesar de referir-se a todas as expressões nominais que a antecedem,
concorda apenas com a mais próxima, conforme faculta regra de
concordância nominal.

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Gabarito das Questões Comentadas

1. Item errado 30. Item errado


2. Item errado 31. Item errado
3. Item certo 32. Item errado
4. Item errado 33. Item errado
5. Item errado
6. Item errado
7. Item errado
8. Item errado
9. Item certo
10. Item errado
11. Item errado
12. Item errado
13. Item certo
14. Item errado
15. Item errado
16. Item errado
17. Item errado
18. Item errado
19. Item errado
20. Item certo
21. Item errado
22. Item errado
23. Item errado
24. Item errado
25. Item errado
26. Item errado
27. E
28. Item errado
29. Item errado
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