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O livro analisa como a polícia brasileira usou fotografias para construir a imagem da subversão política durante o Estado Novo de Getúlio Vargas (1930-1945). As fotografias de suspeitos eram usadas para atribuir identidades e características aos acusados de crimes políticos e legitimar a repressão do governo autoritário.
Deskripsi Asli:
Fichamento de leitura.
Judul Asli
MAGALHÃES_O Supeito Através Das Lentes (1930-1945)
O livro analisa como a polícia brasileira usou fotografias para construir a imagem da subversão política durante o Estado Novo de Getúlio Vargas (1930-1945). As fotografias de suspeitos eram usadas para atribuir identidades e características aos acusados de crimes políticos e legitimar a repressão do governo autoritário.
O livro analisa como a polícia brasileira usou fotografias para construir a imagem da subversão política durante o Estado Novo de Getúlio Vargas (1930-1945). As fotografias de suspeitos eram usadas para atribuir identidades e características aos acusados de crimes políticos e legitimar a repressão do governo autoritário.
da subversão (1930-1945). São Paulo: Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2008.
O terror pelo estrangeiro marcou o varguismo.
“A repressão pelo medo garante a manutenção da ordem social, ao exigir um constante estado de vigilância por parte do Estado. Este, por sua vez, procurava sempre manter uma situação de alerta geral, em que todos se vigiavam desconfiando de inimigos visíveis e invisíveis” (p. 26). Proposta do estudo “avaliar o papel representado pela fotografia no “universo policial”, reafirmando ou até mesmo construindo uma imagem da subversão que acabou por ser incorporada ao discurso da sociedade civil (...) As fotografias, nesse aspecto, contribuíram não apenas para a configuração dos “discursos de verdade” como também para legitimar a prática repressiva dos órgãos de controle responsáveis pela manutenção de um pensamento político hegemônico e autoritário” (p. 28). Magalhães buscou verificar “como a ideia de crime político e a identidade do criminoso emergiam nas imagens fotográficas; e como a fotografia se prestava, em composição com outros documentos dos autos, para alicerçar a construção da lógica da suspeição” (p. 31). Coloca que a “realidade” presente nas fotografias consistia naquilo que o fotógrafo “percebeu” como o real. Aponta a importância das imagens de identificação enquanto contributas para “dar uma identidade particular ao suspeito de crime político, atribuindo-lhe um rosto. Atrelado a esta imagem vinha o caráter do suspeito “construído” com base nas suas ideias (ditas subversivas) e no seu comportamento “dito perigoso” (Idem).
CAP. 1 – O imaginário da desordem e a construção da suspeição
Neste capítulo trata das mudanças na estrutura da sociedade republicana já
no início do XX, passando pela vinda da mão de obra estrangeira, a urbanização resultante do “boom” demográfico dos imigrantes da área rural para as cidades, a industrialização paulista, a ascensão dos movimentos sociais, dos movimentos grevistas, e logo a busca do Estado pela ordem. Fernanda Magalhães aborda brevemente “a construção do inimigo vermelho”. “A tentativa de tomada do poder pelos comunistas [a Intentona Comunista, 1935] fez com que ele se tornasse o grande inimigo nacional, justificando atos de repressão. A Lei de Segurança Nacional (1935) foi sugerida não só a pretexto da instabilidade social decorrente dos conflitos entre as extremas direta e esquerda, mas principalmente pelo temos ao perigo vermelho” (p. 47). 1936: criação da Comissão Nacional de Repressão ao Comunismo (CNRC), responsável por verificar a participação de funcionários públicos e outros em atos contra a sociedade civil. “Um dos mecanismos de controle acionados pela polícia era de interferir no imaginário coletivo alimentando a imagem de perigo comunista” (p. 51). CAP. 2 – A Ciência em destaque Trata do uso da ciência para a compreensão e o combate ao crime, usada para esta finalidade desde o fim do século XIX (seja por meio da Antropologia Criminal, da fotografia e etc.). Coloca o amento da violência no XX em decorrência da intensificação dos processos de urbanização e industrialização (aumento da população dos grandes centros; falta de planejamento para a incorporação dos imigrantes; formação de um mercado competitivo; mudanças no estilo de vida da população). Surgimento da Antropologia Criminal difundida nas faculdades de direito; a imagem dos perturbadores da ordem como uma doença a ser tratada; formas de justificar o fenômeno do crime (seja pela ideia de criminosos natos ou grupos dotados de desvio social, negadores da ordem social). Aponta a identificação enquanto instrumento de controle. A criação da Polícia cientifica enquanto estudo dos métodos científicos na descoberta do crime; trata da construção de um saber técnico e científico, que entre os anos de 1910 a 1940, as obras produzidas sobre já tinham capítulos sobre a fotografia e suas aplicações. Ler: Manual de polícia política e social, Luiz Apolônio. CAP. 3 – Fotografar é preciso Trata do reconhecimento da importância da fotografia e esta enquanto representação e na produção de sentidos. Aponta que toda fotografia é fabricada por determinado olhar. "[...] a fotografia não é o real. Ela apenas representa algo que se assemelha ao Momento fotografado" (p. 96). "[...] no caso do acervo fotográfico do DEOPS, a motivação que fez com que os técnicos apreendessem ou selecionassem determinadas fotografias para compor o prontuário, coloca-se como postura ideológica que aponta para um possível critério do que era importante guardar, ressaltar e provar para esses que tinham o objetivo de manter a ordem social. Também as imagens produzidas pelo policial/perito refletem a ótica da instituição, pois estes, ao fotografar o suspeito ou uma prova (tomando determinado enquadramento, preparando a cena acreditavam que aquilo representava o real, uma verdade" (p. 97). Propõe "uma abordagem das fotografias do acervo do DEOPS como construções que refletem certo recorte ideológico, determinado pelas relações de força. E, devido ao poder de implicação de tais imagens nas esferas sociais e política, podemos observar que tais imagens serviam para formar ou consolidar opiniões e estereótipos sobre o suspeito" (p. 98). Aponta o uso da imagem enquanto propaganda, como no caso estado novista. "A polícia, ao utilizar a fotografia, reconhece sua importância em todas as esferas como aliada no programa de controle social" (p. 103). CAP. 4 – Fotografia e controle social Trata sobre o Serviço de Informação que era responsável por fichar o indivíduo, identificando-o de acordo com a dinâmica e praticas do Serviço. "Após feita a identificação datiloscópica dos suspeitos, eram realizadas medições executadas nos moldes da Antropologia Criminal. Para isso, o serviço contava com antropologistas e fotógrafos. Classificavam-se os suspeitos a partir dos diversos dados obtidos através das medições anatômicas e da identificação de traços peculiares [...] Fotografava-se não só o rosto e as expressões, mas também as tatuagem e as anomalias dos presos ..." (p. 105). Trata da perca do interesse na imagem pela característica "biodeterminista" com o tempo, para dar foco as aparências, vestes, poses e trejeitos. "As fotografias de identificação registram perfiz, expressões, olhares. Mas, de uma forma subliminar captam a identidade, a moral, as ideias" (p 117). Aponta as fotografias apreendidas enquanto uma memória roubada. "As fotografias apreendidas e que figuram no espaço do prontuário tem duplo sentido: funcionam como provas (enquanto documento, artefato) e como registro de um passado, de um história. A polícia, ao mesmo tempo em que é espectadora dessas imagens, induz novos significados. O ato de apreender e torná-las visíveis em um prontuário faz com que essas imagens ganhem outra dimensão. O plano particular e privado desaparece para dar lugar à lógica da vigilância da individualidade" (p. 147).