As regras básicas para uma alimentação preventiva das doenças car-
diovasculares assentam essencialmente em:
• Consumir a quantidade de energia necessária à manutenção do peso adequado;
• Eleger métodos “saudáveis” de confecção dos alimentos à base de cozidos, grelhados, assados sem gordura e estufados com pouca gordura; • Evitar o sal na cozinha (um grama de cloreto de sódio, o vulgar sal das cozinhas, contém 17 mEq de sódio; 3 gramas de sal são, mais ou menos, 1,2 g de sódio) e optar ou substituir por ervas aromáticas; escusar alguns alimentos conservados com sal (charcutaria, queijo curado, azeitonas, etc.); • Não comer carne em excesso (não mais que uma vez por dia), rica em gordura predominantemente saturada e dar primazia as carnes magras (frango, peru e coelho); não comer as gorduras visíveis e ter cuidado com os produtos de charcutaria (chouriço, presunto, morcela, paio, etc.); • Comer peixe pelo menos uma vez por dia, dando preferência ao de águas profundas e escama azul (como a sardinha, cavala, salmão, etc.), ricos em gordura polinsaturada e ácidos gordos ómega 3; • Comer sopa (de legumes) às principais refeições; fazer 5 a 6 refeições diárias, distribuídas equilibradamente por 3 refeições principais (pequeno almoço, almoço e jantar) e 2 ou 3 intercalares (meio da manhã, merenda e, eventualmente, ceia); • Não ingerir mais que três ovos por semana (recordar que os ovos têm, em média, 10% de lípidos, a grande maioria monoinsaturados); • Acautelar o consumo de alguns produtos lácteos gordos; preferir o leite e derivados meio gordos (ou magros) e evitar as natas; • Usar preferencialmente o azeite como gordura de adição; para fritar usar o azeite, o óleo de amendoim ou a banha; • Não consumir manteiga ou margarina em excesso; recordar que algumas margarinas vegetais, bem como alimentos confeccionados com certos tipos de gordura, têm elevada concentração de ácidos gordos transaterogénicos; • Comer regularmente leguminosas secas, legumes frescos, hortaliças, saladas vegetais e fruta; • Comer regularmente farináceos (pão, massa, arroz, etc.), dando primazia aos menos refinados, mais ricos em fibra, vitaminas e minerais; ter o cuidado de não in- gerir doces e produtos, com índice glicémico elevado, separadamente; • Reconhecer que os efeitos ateroprotectores das bebidas alcoólicas, quando ingeridas com moderação, são ultrapassados pelos efeitos danosos para a saúde quando são bebidas em excesso (preferível o vinho tinto, ≤ 250 cc/ dia); saber que o chá, o café e o cacau, bem como as oleaginosas secas (noz, amêndoa, avelã, etc.), podem ter efeito protector devido à sua riqueza em antioxidantes; Finalmente, quanto aos produtos dietéticos para a prevenção das doenças cardiovascu- lares, é necessário escolhê-los criteriosamente, havendo alguns com algum interesse em determinadas situações e muitos que estão sujeitos a processos de publicidade, no mí- nimo, duvidosa.(Quadro 1)