- Manual do Usuário -
I CHING -
MANUAL DO USUÁRIO
1a edição
São Paulo
Edição do Autor
2012
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
ISBN: 978-85-914435-0-5
CDD 199
Mais informações sobre o Prof. Gilberto Antônio Silva e suas várias obras:
www.laoshan.com.br
Agradecimentos
Gostaria de agradecer primeiramente à minha esposa, Cristina, por
todo o apoio e incentivo que sempre me deu. Ela é o esteio de minha
vida.
Muito obrigado.
Dedicatória
Dedico este livro a todos as pessoas que buscam sinceramente uma
compreensão maior do Universo através dos enigmáticos hexagramas
do I Ching.
09 Introdução
13 Capítulo 1: O que é I Ching?
17 Capítulo 2: Origens Mitológicas e Arqueológicas
22 Capítulo 3: Fundamentos Filosóficos
50 Capítulo 4: O I Ching Taoísta e o Confucionista
55 Capítulo 5: Os Trigramas
71 Capítulo 6: Os Ba Guas
88 Capítulo 7: Os Hexagramas e suas Linhas
105 Capítulo 8: A Estrutura do texto do I Ching - Julgamento,
Linhas, Imagem e Comentários
110 Capítulo 9: O I Ching como livro filosófico
119 Capítulo 10: Aplicações Terapêuticas
133 Capítulo 11: Artes Marciais e I Ching
156 Capítulo 12: Os Diagramas Pi
165 Capítulo 13: Influência no Feng Shui
186 Capítulo 14: I Ching no Qigong e na Alquimia Interna
204 Capítulo 15: Numerologia
223 Capítulo 16: Oráculo e Métodos de Consulta
251 Epílogo
252 Glossário de Termos Chineses
255 Bibliografia Consultada
259 Anexo I: Tabela para Encontrar um Hexagrama
260 Anexo II: Os 64 Hexagramas
267 O Autor
8 I Ching - Manual do Usuário
Gilberto Antônio Silva 9
Introdução
Introdução
Minha primeira sentença poderá ser muito chocante para você: não
sou um erudito em I Ching. Eruditos passam anos e anos desvendan-
do as minúcias dos textos, procurando saber se “ganso” seria uma
metáfora ou o animal em si, e se por acaso existiam gansos naquela
parte da China e naquela época. Detalhes demais para um taoísta. Me
considero um buscador do Caminho, um “Homem do Tao”. Como
taoísta, sempre recorri à sabedoria deste livro para me ajudar a com-
preender a estrutura energética e as consecuções de eventos do Uni-
verso. O I Ching foi muito importante em minha vida. Mas procurei
compreender a natureza da sabedoria desta obra e em como relacioná-
la com outras práticas, técnicas ou filosofias. E é sobre isto que este
livro fala.
Boa leitura.
Referências
Todas as citações do I Ching presentes nesta obra, salvo se mencionada
outra coisa, foram extraídas da tradução de Richard Wilhelm na
versão em português feita por Alayde Mutzenbecher e Gustavo
Alberto Correa Pinto e editada pela Editora Pensamento. Poderia ter
utilizado uma outra versão ou mesmo a minha própria, mas a de
Wilhelm é quase um padrão entre pesquisadores de I Ching de todo
o mundo e a tradução brasileira é excepcional. Isto facilitará a
expansão posterior de seus estudos. Também as citações dos
comentários de Confúcio foram retiradas desta versão.
I [Yi]
Ching [Jing]
Sol
Lua
Fios enrolados
uns nos outros,
novelo
Curso de água,
caminho
Zhou Yi
Trigrama Hexagrama
A primeira afirma que ele viu uma tartaruga saindo da água e que em
seu casco estavam desenhados os trigramas. O Imperador
correlacionou esses desenhos com as forças da Natureza, dando iní-
cio ao Yi [I]. Outra versão afirma que Fu Xi observou os céus, a terra,
as coisas da Natureza, os fenômenos naturais e o comportamento dos
homens. À partir disso elaborou oito signos (gua) que representariam
as combinações de forças que criaram o Universo.
Eram os oito trigramas (Ba Gua), que uma vez dobrados originaram
os 64 hexagramas do I Ching, obra então conhecida apenas como I
(mutação).
por isso teria sido encarcerado em 1143 a.C. na prisão de Yu-Li, du-
rante um ano. Na prisão, pôs-se a estudar o I e achou que os
hexagramas originais haviam se tornado bastante obscuros para a
população em geral. Antes, o estudo das linhas e suas relações eram o
bastante para que se utilizasse todo o potencial oracular e filosófico
do livro. No entanto, já na época do Rei Wen, o povo havia esquecido
Gilberto Antônio Silva 19
o que as linhas significavam. Partindo disso, pôs-se a escrever peque-
nos comentários, explicando cada hexagrama. Seus textos ficaram co-
nhecidos como “Julgamento”.
n Li Ji (Registro de Rituais)
Em Nossa Época
Aparentemente a primeira tradução do I Ching no Ocidente apare-
ceu em 1834, feita pelo padre católico Régis e sua equipe, diretamente
do chinês para o latim - “Y King, Antiquissimus Sinarum Liber” (“I