Anda di halaman 1dari 3

TRIBUNAL MARÍTIMO

IF/GAP PROCESSO Nº 31.764/17


ACÓRDÃO

B/M “ALIANÇA II”. Encalhe de barco motor, sem registro de danos


pessoais e de poluição ambiental. Condições climáticas adversas que se
abateram sobre a região, fortuna do mar. Arquivamento.

Vistos os presentes autos.


Trata-se de analisar o acidente da navegação, envolvendo o B/M “ALIANÇA
II”, propriedade de Navegação Siqueira Ltda, que encontrava-se navegando de Santarém,
PA, com destino a Itaituba, PA, quando, no dia 17/11/2016, por volta das 20h, nas
proximidades da Praia de Cajutuba, município de Belterra, PA, ocorreu o encalhe após
uma manobra para procurar abrigo devido às condições climáticas reinantes.
Dos depoimentos colhidos e documentos acostados extrai-se que o B/M
“ALIANÇA II”, com 24,10 metros de comprimento e 158 AB, sob o comando do CMF
Marinaldo dos Santos Nobre, no dia 17/11/2016 desatracou do porto da Praça Tiradentes
em Santarém-PA, às 16h, com destino à Cidade de Itaituba - PA, quando por volta de 20h
na passagem próximo à praia de Cajutuba, município de Belterra - PA, foi surpreendido
por vento forte e muita maresia, fazendo o Comandante a tomar a decisão de abarrancar,
mas a varação não ocorreu, devido a embarcação ter encalhado em um banco de areia
antes de chegar à margem.
Por ocasião da realização da Perícia foi constatado pela Inspeção Naval que o
B/M “ALIANÇA II” encontrava-se em bom estado de conservação, mas com avarias que
o impediu de navegar após o acidente da navegação, necessitando refazer o calafeto de
toda proa nos dois bordos, necessitando também verificar a condição operativa da
máquina da embarcação, pois a praça de máquinas alagou e todos os equipamentos
ficaram debaixo d’água.
Durante o Inquérito foram ouvidas 07 testemunhas, e juntada a documentação
de praxe.
Laudo de Exame Pericial, ilustrado com fotos do barco encalhado no local e
da abertura do calafeto na proa por onde ingressou água, concluiu que a causa
determinante do encalhe ocorreu devido ao fenômeno da fortuna do mar.
No Relatório, o Encarregado do Inquérito após resumir o depoimento de 7
testemunhas, descrever a sequência dos acontecimentos e analisar os dados do Laudo

1/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.764/2017........................................)
===============================================================
Pericial e os depoimentos concluiu que à luz dos depoimentos das testemunhas e
documentos analisados, verifica-se que o encalhe do B/M “ALIANÇA II” ocorreu em
virtude da tentativa de salvaguardar a vida dos passageiros, tripulantes, carga, bem como
a embarcação e não ser possível prever o banco de areia onde ocorreu o encalhe e que a
causa determinante se deu por motivo de fortuna do mar.
Que, em consequência da varação, o B/M “ALIANÇA II” sofreu algumas
avarias no calafeto, mas não ocorreu poluição ambiental.
Que por motivo de fortuna do mar não foi possível identificar o possível
responsável pelo Acidente da Navegação ora apurado.
A D. Procuradoria ao analisar os autos constatou que diante das provas
coligidas nos autos, manifestou-se pelo Arquivamento do presente IAFN, visto que as
condições adversas do mar e do vento contribuíram para o encalhe em apreço, sendo
resultante do fenômeno natural denominado fortuna do mar.
Publicada nota de arquivamento, os prazos foram preclusos sem que
interessados se manifestassem.
Decide-se.
De tudo o que consta nos presentes autos, conclui-se que a natureza e
extensão do acidente da navegação em análise, tipificado no art. 14, alínea a, da Lei nº
2.180/54, ficaram caracterizadas como encalhe de barco motor, sem registro de danos
pessoais e de poluição ambiental.
A causa determinante decorreu das condições climáticas adversas que se
abateram sobre a região, fortuna do mar.
Analisando-se os autos, verifica-se que o B/M “ALIANÇA II” navegava de
Santarém com destino a Itaituba, PA, no momento em que cruzava a cidade de Belterra,
PA, ocorreu uma mudança brusca e repentina das condições meteorológicas com ventos
fortes e maresia, deixando o rio agitado, o que motivou o Comandante, acertadamente,
procurar abrigo próximo da margem no intuito de preservar a incolumidade da
embarcação e das vidas e fazendas de bordo. Ocorreu, que inesperadamente, antes da
varação pretendida o barco encalhou em um banco de areia, impedindo o prosseguimento
da viagem, tendo em vista que o calafeto de proa fora atingido ingressando água no seu
interior, alagando principalmente a Praça de Máquinas. O B/M “ALIANÇA II” foi
socorrido por outra embarcação B/M “D. INÊS” fazendo o reboque até a cidade de
Santarém.
Pelo exposto, deve-se julgar procedente o pedido de arquivamento formulado

2/3
(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 31.764/2017........................................)
===============================================================
pela PEM.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do acidente da navegação: encalhe de barco motor, sem registro de
danos pessoais e de poluição ambiental; b) quanto à causa determinante: condições
climáticas adversas que se abateram sobre a região, fortuna do mar; e c) decisão: julgar o
acidente da navegação, previsto no art. 14, alínea a, da Lei nº 2.180/54, como decorrente
de fortuna do mar, mandando arquivar os autos do Inquérito, conforme promoção da
PEM.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 23 de agosto de 2018.

GERALDO DE ALMEIDA PADILHA


Juiz-Relator

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.


Rio de Janeiro, RJ, em 23 de outubro de 2018.

WILSON PEREIRA DE LIMA FILHO


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Primeiro-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE
Digitalmente

3/3
Assinado de forma digital por COMANDO DA MARINHA
DN: c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO
DA MARINHA
Dados: 2018.12.10 14:11:26 -02'00'

Anda mungkin juga menyukai