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Curso de integralização Teológica

Núcleo – BETH-LE-HEM

O EVANGELHO QUE CONSTRÓI PONTES CULTURAIS

Acadêmico: Eliene Pereira da Silva Dias

Disciplina: Antropologia Cultural


Professor Orientador: Pr. Levi M. Marins

2018
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INTRODUÇÃO

O presente artigo se presta na análise das influências culturais e


comportamentais dos povos não alcançados, considerando o poder transformador
do evangelho no seu propósito de apresentação da mensagem de salvação de
forma real, contemporânea e contextualizada.
Inicialmente apresenta uma abordagem cultural, procurando enxergar os
povos e sua cultura para em seguida evidenciar os povos e sua necessidade
espiritual. O dilema entre cultura e o evangelho, ainda constitui temática conflituosa
em pleno século 21, sendo, portanto, a diversidade cultural um dos maiores desafios
aos missionários e evangelistas, que estrategicamente são desafiados a construir
pontes culturais por meio do evangelho.
O presente trabalho acadêmico de antropologia cultural consiste na análise de
alguns rituais das culturas de povos nativos, para avaliação da postura do cristão,
em razão da incumbência de pregar entre estes povos. Nesse sentido, para
desenvolvimento e construção dessa análise, serão desenvolvidos os seguintes
tópicos:
1. Os povos e sua cultura – Uma abordagem cultural
2. Os povos e o evangelho – Uma abordagem espiritual
3. Desafio transcultural – O evangelho que constrói pontes no ambiente
cutural diversificado

1. Os povos e sua cultura - Uma abordagem cultural

Cultura deriva do latin (cultura) e traz em seu significado um conceito amplo e


variado, englobando toda forma de conhecimento, arte, crenças, tradições, lei,
moral, costumes, hábitos, valores, língua, aptidões, habilidades de um determinado
grupo. A Prof. Daniela Diana (2011) em seu artigo: “O que é Cultura?”, afirma que “é
o patrimônio social de um grupo e a soma de padrões dos comportamentos
humanos.” Segundo MARINS (2014), cultura “exprime a ideia de “cuidar e revolver a
terra, com a finalidade de fertilizá-la” e “semear a boa semente para que se produza
mais e melhor”. Em sua origem refere-se à atividade agrícola e compreende o cultivo
ao solo e os vegetais no solo”.
Nesse sentido, em uma abordagem cultural, os povos, tribos e nações são
definidos pela sua cultura que os caracteriza o seu jeito de ser, pensar e agir. Essas
caraterísticas influenciam seus hábitos, crenças e valores, e são essas
características que precisam ser conhecidas e consideradas quando se pretende
anunciar as boas novas do evangelho.

2. Os povos e o evangelho – Uma abordagem espiritual

FERREIRA (2013), em seu artigo “O cristão e a cultura” esclarece que o


“cristão se torna uma subcultura dentro de uma nação”, e assim esboça diversos
modelos de como os cristãos lidaram com a cultura ao longo da história,
evidenciando como o cristão tem se relacionado com as estruturas culturais,
enfatizando que “Os ensinos do evangelho têm íntima relação com as estruturas
culturais, num processo de acomodação a esta. Ou seja, toda e qualquer cultura é
incorporada no cristianismo”. Ademais, explica que no conceito católico, o cristão
está acima da cultura, dessa forma, a igreja e sua mensagem são
institucionalizadas. Entretanto, entende que não é a mensagem do evangelho que é
pregada e sim a cultura. Em seu artigo, resume que a cultura deve ser levada cativa
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ao senhorio de Cristo e, assim, o cristão não abandona a cultura, mas busca redimi-
la para enfim, levá-la aos pés de Cristo.
O entendimento de que o cristão é agente transformador vem ao encontro de
um evangelho que molda, transforma e redime, levando o homem a um encontro
real com Cristo. Nesse sentido, o Relatório de Willowbank, oriundo da Consulta
sobre o Evangelho e a Cultura, realizada nas Bermudas, em 1978, afirma que “o
cristão é um agente transformador da cultura” e, assim a cultura pode ser resumida
na compreensão de que “uma vez que o homem é criado por Deus, parte de sua
cultura será rica em beleza e bondade”, assim “o evangelho nunca é hóspede da
cultura, mas sempre seu juiz e redentor”.
Olhar para a diversidade cultural de um povo, considerar suas características,
bem como seu modo de enxergar o mundo, além de perceber a necessidade de
salvação e libertação para um viver abundante é uma lente que deve considerar a
abordagem espiritual, para imbuir o próposito de promover mudança e
transformação em meio há diversidade da cultura.
Essa abordagem espiritual é essencial para que o missionário vislumbre as
estretégias de compartilhamento da mensagem do evangelho.

3. Desafio transcultural – O evangelho que constrói pontes em um ambiente


cutural diversificado

Constitui-se em um grande desafio a pregação do evangelho num ambiente


cultural diversificado, pois muitos questionamentos são evidentes: Como pregar o
evangelho em um ambiente multicultural?”. “Como anunciar a graça das boas novas,
sem desrespeitar a diversidade cultural do povo que se pretende alcançar?” Como
confrontar rituais, crenças e credos das diversas culturas sem comprometer o
objetivo principal do evangelho, que é anunciar Cristo como Senhor e salvador?
Não há dúvida que é ainda um grande desafio para muitos evangelistas e
missionários urbanos e transculturais, pois é necessário uma reavaliação da postura
cristã e do chamado para pregar o evangelh entre povos de distintas culturas.
GONÇALVES explica que o evangelismo missional dialoga com a cultura,
sem ignorar o fato das culturas estarem manchadas pelo pecado, assim no
fundamentalismo missiológico, a cultura é ignorada e no liberalismo cultural ela é
endeusada e sobreposta ao evangelho. Aduz que o cristianismo missional conversa
com as diferentes culturas, usando-as como ferramenta de contextualização, ao
mesmo tempo em que rejeita valores culturais que se opõem a mensagem
cristocêntrica. Nessa perspectiva, há o reconhecimento de que nem tudo que
considerado como valor cultural é aceitável diante de Deus.
Diante desse entendimento, é preciso encontrar o limite entre a valorização
da cultura e a absorção de valores opostos ao evangelho, possibilitanto ao
missionário oportunidades para construção de estratégias que anunciem a
mensagem das boas novas de forma contextualizada e enganjada com uma postura
de respeito e amor ao povo, alvo dessa mensagem. Isso implica em conhecimento
da cultura para usá-la a favor do evangelho, e se for o caso, denegar os preceitos e
valores que contraditam com os princípios de Cristo, rejeitando-os mesmos que
representem as tendências modernas e atuais.
O documentário que relata a história de Hakani, uma das centenas de
crianças destinadas a morrer a cada ano entre os mais de 200 povos indígenas
brasileiros, em nome da cultura, que são destinadas à morte por causa de uma
deficiência física ou mental, ser gêmeo ou trigêmeo nascer de uma relação extra-
conjugal. Como pregar o evangelho para um povo que por causa de sua cultura,
acreditam que o infanticídio infantil é a uma prática intrínseca de suas crenças? O
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caso da menina indígena Hakani, revela que a mensagem e a graça de Cristo é


superior a qualquer estrutura cultural. Ela foi resgatada da morte, adotada por
missionários que lhe ensinaram o amor que suplanta a cultura do seu povo. Fato é
que muitos antropólogos insistem na preservação da cultura à preservação e defesa
da vida individual. Em movimento contrário, temos observado que um número
crescente de indígenas, assim como também grupos, Ongs e agências missionárias
estão se levantando para combater prática cultural que ceifam a vida das crianças
em detrimento de uma cultura elemantar, principalmente entre as tribos indígenas.
A Bíblia traz várias narrativas em que houve o confronto cultural em razão da
mensagem do evangelho. Cristo, exemplo sublime, quebrou paradigmas e barreiras
culturais para fazer conhecida a graça que transforma e dá visão espiritual. Foi
assim com a mulher samaritana (João 4), com a canaéia ( Mateus 15.21-28), com os
leprosos (Lucas 17), com as mulheres (Lucas 8:2-3), com os pecadores (Lucas 5:29-
32), paralítico (João 5.1-9). Ele ensina que é necessário agir com amor. O amor que
olha com compaixão e compreende a cultura, usando-a para mostrar que há um
caminho sobremodo excelente que suplanta as estruturas culturais, sobrepondo-as
ao evangelho de Cristo.
Para pregar em um ambiente de diversidade cultural, o cristão precisa
entender que o evangelho não é apenas um agente passivo e submisso à cultura,
mas um agente transformador e que em nome de Jesus, pode desafiar todo o
sistema para redimir a cultura estabelecida.

CONCLUSÃO

O Relatório de Willowbank explica que alguns costumes não podem ser


tolerados; alguns podem ser temporariamente tolerados, por uma geração. Também
explica que há alguns costumes cujas objeções não são relevantes para o
evangelho e que há assuntos secundários (adiáforos) sobre os quais há
controvérsias, mas que se pode ter liberdade de análise, como escatologia, governo
da igreja, ceia e batismo. Esse documento, chamou a atenção para duas barreiras
culturais à comunicação eficaz do evangelho.
A primeira barreira, diz respeito a resistência que as pessoas têm ao
Evangelho não por pensar que ele é falso, mas por perceber que é um ameaça à
sua cultura, especialmente à base da sua sociedade, e à sua solidariedade nacional
e tribal”. Afinal, quanto mais sofisticada é a cultura de hoje, mais provável que
semelhante ameaça seja sentida. A segunda barreira à comunicação do evangelho
é que ele é frequentemente apresentado às pessoas por meio de formas culturais
estrangeiras. Tal barreira é evidenciada quando os missionários trazem consigo
modos estrangeiros de pensar e de comportar-se, ou atitudes que transmitam
superioridade racial, paternalismo ou preocupação com coisas materiais, a
comunicação eficaz será obstruída”. É preciso contextualizar, considerar o cenário e
as estruturas culturais dos povos alvos da mensagem salvadora.
Por fim, vale salientar que o maior desafio para pregar a mensagem do
evangelho em um ambiente cultural diversificado é a convicção do chamado e do
poder transformador do evangelho. É preciso desenvolver uma sensibilidade maior
na comunicação transcultural, compreender e amar as pessoas e se engajar na
realidade da vida cotidiana delas; para que pontes culturais sejam erguidas por meio
do evangelho.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ATINI VOZ PELA VIDA . HAKANI, Uma menina chamada sorriso. Disponível em:
<http://www.atini.org.br/hakani-uma-menina-chamada-sorriso/> Acesso em 03.07.2018

DIANA. Daniela, (Profa). Artigo: O que é Cultura?. Disponível em:


<https://www.todamateria.com.br/o-que-e-cultura/ > Acesso em 28.06.2018

FERREIRA, Franklin. O Cristão e a Cultura. Disponível


em:<https://voltemosaoevangelho.com/blog> Acesso em 01.07.2018

GONÇALVES, Leonardo. Evangelho e Cultura: pregando o Evangelho em um ambiente


multicultural. Disponível em: <http://www.napec.org/apologetica/evangelhocultura/> Acesso
em 03.07.2018

MARINS. Levi M. (Pr.). Antropologia Cultural. Apostila, FACETAM, 2014

NICHOLLS, Bruce J. Trecho extraído da obra “Contextualização: Uma Teologia do


Evangelho e Cultura“. Traduzido por Gordon Chown. Publicada por Vida Nova: São Paulo,
2013. Disponível em: <http://tuporem.org.br/fatores-culturais-e-supraculturais-na-
comunicacao-do-evangelho/> Acesso em 03.07.2018

SANTOS, Marcelo. Bebês indígenas, marcados para morrer. 2007. Disponível em


<http://www.sescsp.org.br/sesc/revistas_sesc/pb/artigo.cfm?Edicao_Id=276&Artigo_ID=4340&
IDCateg.> Acesso em 02.07.2018

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