(RITO E UNÇÃO)
1 – Unção do Riso
Atualmente a igreja está sendo tomada por uma série de chamados
avivamentos, alguns oriundos de cultos orientais (principalmente o
hinduísmo), herança esta de gurus, lamas tibetanos, yoga e cursos para se
alcançar elevados graus de consciência. Com isso há uma ala do movimento
carismático (neo-pentecostal) que assimilou coisas desses ritos para
conquistar as massas. Um fenômeno religioso que se chama “O Avivamento do
Riso”, “Unção do Riso”, particularmente a “Benção de Toronto”. Durante essa
experiência pessoas sofrem uma onda de manifestações físicas, com
estremeções, gemidos, prostrações e claro muito riso e contorções. Tudo isso
começou em Toronto, na Igreja Vineyard do Aeroporto de Toronto e se
estendeu aos Estados Unidos (Oral Roberts, Kenneth Coppeland e etc),
Inglaterra e Brasil onde aviões são fretados para tal igreja em Toronto. Eles se
baseiam em vários textos bíblicos, um deles, o principal (Gn 18:12) em que
Sara riu. Só que essa passagem nada tem a ver ou se direciona a gargalhada
santa, pois ela riu de incredulidade, uma atitude totalmente contrária e
condenável para um cristão.
3 – Confissão Positiva
A expressão confissão positiva pode ser interpretada de várias maneiras. O
mais significativo de tudo é que a expressão se refere literalmente a “trazer a
existência o que declaramos com nossa boca”, uma vez que a fé é uma
confissão. Os defensores dessa nova ideia transvestem a fé com os
ingredientes da psicologia do bem viver e da auto-ajuda. A confissão positiva
conceitua erradamente a fé, que deve ser entendida como um estado da
personalidade humana que consiste em firme assentimento que uma pessoa
faz à realidade de Deus, de sua Palavra como revelação e às suas promessas
contidas nessa revelação. A confissão positiva privilegia a fé “para ter” em
detrimento da “fé para viver”, a confissão positiva coloca a emoção como
fonte da fé, idolatra a fé por gerar ansiedade pelo ter, um exemplo disso é
que a ansiedade causada por não se ter é uma forma de idolatrar a fé; isso
porque interpretam o êxito como graça, e a sua falta como condenação. Aqui
o mais torturante não é o fato de não se ter fé, mas sim o de não ter a fé que
consegue as coisas, a confissão positiva coloca todo o peso da realização nas
palavras pronunciadas e na atitude mental rigorosamente mantida, em vez de
apoiar-se no fato que a fé que temos vem de Deus e ainda obriga Deus a fazer
nossa vontade através da fé que segundo seus adeptos pode influenciá-lo.
Com isso temos em voga nas nossas igrejas a superstição, que é a confiança
em objetos e em coisas ineficazes, com isso temos o sabonete ungido, o sal
grosso, óleo ungido, rosa e etc (no Brasil muito utilizados pela IURD), além
disso temos a temeridade que é o querer realizar coisas descabidas como
ganhar um alto salário sem ter uma formação adequada ou o declarar a posse
sobre o carro de alguém e ainda temos o fanatismo que gera um estado de fé
que faz com que a pessoa deposite sua confiança em que receberá aquilo que
Deus nunca prometeu. Mas uma vez Benny Hinn ensina em um de seus livros
sobre a confissão positiva que não podemos pedir para que seja feita a
vontade de Deus (RR Soares no Brasil), porém quando olhamos para bíblia
vemos Jesus nos ensinando o contrário na oração modelo (Mt 6:10) no
momento de dor (Lc 22:42) e outros exemplos de submissão a vontade do
Senhor (At 18:21, 21:14, Rm 1:10).
4 – Teologia da Prosperidade
Enfatiza o ser, sobretudo o próspero materialmente, o que implica não ser,
mas ter. A título de se conseguir prosperidade algumas igrejas ditas
evangélicas criam campanhas absurdas de semanas, de mergulhos, de objetos
ou coisas concernentes a Israel, citam passagens bíblicas distorcendo-as para
promoverem fogueiras santas, águas do rio Jordão, terra de algum lugar de
Israel. Promovem objetos a quase cristos para serem o ponto de contato entre
o indivíduo e o desejo de alcançar a prosperidade e lançam mão de
testemunhos extraordinários para confirmar que depois que fulano foi para tal
igreja e participou de tal campanha conseguiu a mansão que desejava, os três
carros na garagem, dinheiro, dinheiro e dinheiro. Isso significa que Deus
honrou essa pessoa aprovando-a dando-lhe bênçãos pelo seu sacrifício,
resumindo esses supercrentes são prósperos porque são espirituais e quem não
tem prosperidade e sucesso não é espiritual, ou pelo menos não é abençoado
por Deus. Eles dizem que Deus não diz não as orações esquecendo-se de Paulo
que três vezes pediu ao Senhor para que fosse retirado dele o espinho na
carne (2CO 12:7-9), dizem que oração repetida significa falta de fé, ora Jesus
orou três vezes pelo mesmo assunto no Getsêmane (Mt 26:44), Paulo idem, e
os Salmos de Davi cheios de súplicas repetidas e as parábolas do juiz iníquo e
do amigo inoportuno.
5 – Maldição Hereditária
Segundo os que crêem na transmissão da maldição hereditária, mesmo os
crentes em Jesus, nascidos de novo, estão sujeitos a sofrer as terríveis
consequências dos pecados e das maldades praticadas pelos ancestrais, tais
como doenças, insucessos na vida financeira, no trabalho, pecados sexuais,
vícios, etc. Baseiam-se em Ex 20:5, Dt 28:15. Um dos livros mais conhecidos
sobre o assunto tem por título "QUEBRE A CADEIA DA MALDIÇÃO HEREDITÁRIA",
escrito por Marilyn Hickey, editado, no Brasil, pela Associação de Homens de
Negócio do Evangelho Pleno - ADHONEP. No livro, vemos, de início, a história
de uma família, que herdou uma fazenda, nos Estados Unidos e que se viu em
grandes dificuldades: nada dava certo; pragas na plantação; dívidas; doenças
afetavam a família; lendo a Bíblia, concluíram que estavam debaixo de uma
maldição hereditária. Segundo o livro, a família orou a Deus, e quebrou a
maldição daquela terra, e ela produziu como nunca houvera acontecido. O
que realmente acontece com esse assunto é que se está confundindo juízo
(maldição) de Deus, que já foi cancelado pela morte expiatória de Jesus no
Calvário com superstições humanas. À luz da bíblia a melhor definição para
“maldição” é uma sentença que vem da quebra da lei moral de Deus. Em
Êxodo 20:5-6 o que está escrito é o juízo previsto na lei para os
desobedientes, enquanto permanecerem na desobediência, porém em Jesus
essa maldição foi cancelada de uma vez por todas que se fez maldição em
nosso lugar (Rm 8:1, Gl 3:13-14).
7 – Cura Interior
O fenômeno conhecido como cura interior tem dois objetivos. O seu objetivo
primário e espiritual é estender o senhorio e poder de cura de Cristo ao nosso
passado, afetando mesmo a nossa experiência antes da conversão. O objetivo
secundário e psicológico é, portanto nos libertar de qualquer cativeiro
emocional e psicológico que a nossa experiência passada possa ter produzido.
Os teóricos da cura interior defendem que os bloqueios emocionais e os
padrões habituais de comportamento (com os seus frutos negativos de
frustração, derrota e fraca auto-imagem) nos impedem de atingir a vida
abundante que Jesus prometeu. Portanto, eles concluem que, um esforço
especial deve ser feito para curar estas feridas interiores, de forma que
possamos ser libertos das diversas coisas que podem constringir e empobrecer
as nossas vidas. Em resumo, o objetivo geral da cura interior pode ser descrito
como uma espécie de “santificação retroativa”. Essa idéia tão em voga em
alguns meios evangélicos brasileiros confunde herança familiar com espíritos
familiares, ou seja, o que uma pessoa é tem muito a ver com o patrimônio
psicológico do meio social em que vive. Eles confundem cura interior com
novo nascimento que é o recebimento de uma nova natureza, se cura interior
é o novo nascimento sendo obra do homem, a bíblia afirma que é obra de
Deus somente (Jo 3:6), eles confundem perdão com regressão, contingências
humanas com maldições hereditárias, relaxamento muscular (cair no poder)
com bem estar espiritual e hipnose com ação do Espírito Santo, porém
segundo a bíblia a salvação em Cristo cura o homem de todos os problemas
psicossomáticos, traumas psicológicos, nos garante o cancelamento de toda
culpa (Rm 8:1), nos cura da auto-imagem negativa (Ef 2:11-22).
BIBLIOGRAFIA
HANEGRAAFF, Hank. Cristianismo em Crise. Trad. João Marques Bentes. 4 edição. Rio de
Janeiro: CPAD, 2006. 494.
LIMA, Paulo César. O Que Está Por Trás do G12. 4 edição. Rio de Janeiro: CPAD, 2000.
143p.
ROMEIRO, Paulo. Evangélicos em Crise – Decadência doutrinária na igreja brasileira. 4
edição. São Paulo: Mundo Cristão, 1999. 209p.
http//www.wikipedia.org.neopentecostal.html
SOLA FIDE
SOLA GRATIA
SOLA SCRIPTURA
SOLI DEO GLORIA
APOLOGÉTICA II
(MALDIÇÃO HEREDITÁRIA???)
"Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o
espírito." (Rm 8:1)
Nos últimos anos, as igrejas brasileiras foram invadidas por uma literatura
repleta de senões teológicos, porém muito convincente e posteriormente
adentrou os templos doutrinas vãs e distorcidas biblicamente suplantando o
obscurantismo evangélico sendo assim, aceitas em nosso meio. Umas delas é
a chamada maldição hereditária que ocasionou em outra, a “quebra de
maldição”. Porém o maior problema não foi a doutrina em si, mas a total falta
de conhecimento bíblico de grande parte do povo evangélico, caindo assim no
que profetizou o profeta Oséias. “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou
conhecimento”.
A máxima é a seguinte, a massificação da idéia de que qualquer fracasso ou
insucesso na vida resulta de uma provável transferência congênita. Isso vem
fazendo muita gente acreditar que a bíblia apóia o ensino acerca da maldição
hereditária, ou seja, que o pecado de uma pessoa vai se transferindo para
outra em família, numa linha interminável. Com isso alguns grupos
neopentecostais estão apregoando que até mesmo um cristão (entenda-se
aquele/a nascido/a de novo) precisa da “oração de desligamento” para poder
se livrar dos espíritos familiares que lhe prendem. Quatro textos cooperam para
a (teologia?) da maldição hereditária:
1- O primeiro encontra-se em Levítico 19:31;20:6 (só que na versão King
James ou do Rei Tiago). Obs: uma versão equivocada que diz assim:
"Não vos voltareis para os que têm espíritos familiares, para não serdes
contaminados por eles. Eu sou o Senhor." Lv 19:31
"E a alma que se voltar para os espíritos familiares, eu me voltarei contra ela, e
a eliminarei do meio do meu povo." Lv 20:6
Na realidade no original se fala dos que consultam os mortos (necromantes,
advinhadores na versão revista e corrigida da SBB) e não espíritos familiares
que dá imaginação aos intérpretes da maldição hereditária para fazerem assim.
No entanto Levítico não fala de espíritos familiares que passam de pai para
filho, de avô para neto e sucessivamente, mas da advinhação, da consulta aos
mortos e da feitiçaria que são práticas abomináveis a Deus e que era tão
comum nas nações ao redor de Israel naquela época e ainda salienta as
diversas penas (20:6) que Deus instituiu para punir ao que, porventura
desobedecesse aos seus mandamentos.
2- O segundo encontra-se em Êxodo 20:5-6
“Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos
pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem e faço misericórdia em
milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos”.
Este texto serve de refutação à teoria da maldição hereditária, pois até a
terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem não
se refere a netos, trinetos e etc, mas é continuidade da ira, da sua durabilidade
e não extensão biológica. Do mesmo modo milhares não é uma figura
matemática, mas a extensão ilimitada do amor de Deus. O texto assevera que
o agente punidor da transgressão da lei é o próprio Deus, que julga aqueles
que praticam atos abomináveis, e não algo que passa de geração a geração. O
texto deixa bem claro e muito claro que o juízo de Deus só cai sobre os
transgressores da lei, mas enquanto eles forem trangressores, pois ao
deixarem de sê-lo (o que só é possível através da expiação do sangue de
Jesus) deixam de estar sob a punição de Deus.
“Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque está escrito: Maldito todo aquele que for
pendurado no madeiro; para que a benção de Abraão chegasse aos gentios por Jesus Cristo”... Gl 3:13-14
SOLA FIDE
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SOLI DEO GLORIA