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Neuropsicologia

Prof. Dr. João Carlos Alchieri


Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Funções Psicológicas:
processos psicológicos
básicos
1. Objetivos gerais da avaliação neuropsicológica.

2. Bases da medida em psicologia. Equivalências entre funções e medidas

neuropsicológicas. Características técnicas dos instrumentos em

neuropsicologia. Fundamentos e técnicas da avaliação neuropsicológica

3. Instrumentos de rastreio, baterias fixas e flexíveis.

4. Fatores estruturais, cognitivos, funcionais, diagnóstico e prognóstico

(avaliação e reabilitação).
Definição de AP
4

 Processo integrado com uso de instrumentais para


verificar a medida ou grau de obtenção de critérios,
metas ou dos objetivos propostos, um dado caso
visando alguma intervenção (Alchieri e Cruz, 2006,
Pasquali, 2001, e Casullo,1999).
RECURSOS EM AVALIAÇÃO
PSICOLÓGICA
Observacional
Registros de comportamentos Escala de classificação

Inquirição
Entrevistas Questionários

Testagem
Não padronizados Padronizados
5
Avaliação em Neuropsicologia

Histórico Lesão

Processo
psicológico Teorização

Verificação Medida
Processos Básicos

 Atenção  Aprendizagem
 Sensação  Memória
 Percepção  Emoção
 Orientação  Consciência
 Pensamento
 Linguagem
Áreas a serem examinadas com ênfase na
avaliação
 1- Atenção/concentração;  7- destreza viso-motora;
 2- memória imediata, de  8- capacidade de abstração
curto e longo prazo; e juízo crítico;
 3- memória visual e verbal;  9- raciocínio lógico e de
 4- memória episódica e senso comum;
semântica;
 10-capacidade de cálculo;
 5- capacidade de
planejamento;  11-linguagem
(fonoaudiólogo);
 6- capacidade de análise e
manipulação visuo-  12-inteligência verbal e
construcional manipulativa.
Atenção
Atenção

 Um fenômeno de tensão, de esforço, de


concentração, de interesse e de focalização da
consciência.
A Atenção pode ser entendida como uma atitude
psicológica através da qual concentramos a nossa
atividade psíquica sobre um estímulo específico, seja
este estímulo uma sensação, uma percepção,
representação, afeto ou desejo, a fim de elaborar os
conceitos e o raciocínio. Portanto, de modo geral a
atenção tem precedência a consciência.
Atenção
 Conceito intuitivo e ao mesmo tempo enigmático
 Dia-a-dia  Questões da consciência humana

 Sensação, atenção e percepção


 Processos integrados
 Atenção como um elemento “a mais”
Como definir a atenção...

1. LÚRIA (1979):
. capacidade de selecionar e manter o controle sobre a
entrada de informações necessárias num dado momento. "Se
não fosse essa capacidade seletiva da atenção, a quantidade
de informações não selecionadas seria tão grande e
desorganizada que nenhuma atividade se tornaria possível."

2. LEZAK (1995):
. várias capacidades ou processos diferentes que são aspectos
relacionados de como o organismo se torna receptivo aos
estímulos e como ele pode começar a processar o que foi
captado ou responder à excitação (seja interna ou externa).
Tipos de atenção... (Mattos, 2003)

1. Seletiva:
É a capacidade do sujeito de selecionar um estímulo dentre
vários outros (incluindo a ausência de sinais), sejam eles
externos ou internos.
É a capacidade de salientar um ou dois estímulos ou idéias,
enquanto a consciência suprime os demais que dispersam
competitivamente a atenção.

2. Sustentada (vigilância):
É a capacidade de manter o foco da atenção ao longo do
tempo. É comumente referida como "concentração".
3. Dividida:
Envolve a habilidade de responder a mais de uma questão
num dado momento, ou a múltiplos elementos ou operações
dentro de uma atividade, como numa atividade mental
complexa.

4. Alternada:
Refere-se a mudanças no foco de modo repetitivo.
A divisão da atenção em "tipos" é meramente teórica;
qualquer atividade mental que exija atenção, envolve mais de
um "tipo".
CARACTERÍSTICAS da ATENÇÃO (Mattos, 2003)

•1. O uso da atenção permite ao indivíduo a capacidade


de mudanças de foco.
•2. Sensibilidade às características sensoriais e
semânticas dos estímulos.
•3. É um sistema, no qual o processamento ocorre
seqüencialmente, com diferentes sistemas cerebrais
envolvidos, organizados de maneira hierárquica.
•4. Capacidade limitada: uma atividade em
processamento de cada vez. Pode associar uma atividade
de atenção automática com outra que exige
processamento. Por exemplo, pode-se observar uma
paisagem enquanto se dirige um automóvel, mas não se
pode ouvir com precisão, uma notícia no rádio enquanto
se ouve alguém contando um outro relato.
Atenção – os primórdios
 Hermann von Helmholtz
 O estudo da atenção sensorial
 Atenção oculta
“Todo mundo sabe o que é a atenção.
Vai tomando conta da mente, de
forma clara e viva, e para aquele que
assim não se encontra, vários objetos
ou raciocínios parecem
simultaneamente possíveis.
Focalização, concentração da
consciência são sua essência. Isso
implica a retirada de algumas coisas (William James)
de forma a lidar efetivamente com
outras, e é uma condição que é oposta
ao estado confuso, aturdido,
dispersivo.”
“Todo mundo sabe o que é a atenção. Aspectos voluntários
da atenção: podemos
Vai tomando conta da mente, de controlar seu foco.
forma clara e viva, e para aquele que
assim não se encontra, vários objetos Impossibilidade de
ou raciocínios parecem prestar atenção em
simultaneamente possíveis. muitas coisas ao
mesmo tempo:
Focalização, concentração da aspectos seletivos.
consciência são sua essência. Isso
implica a retirada de algumas coisas
de forma a lidar efetivamente com
outras, e é uma condição que é oposta
ao estado confuso, aturdido,
dispersivo.”
Atenção

 Estudar como o cérebro seleciona quais estímulos


sensoriais descartar e quais transmitir para níveis
superiores de processamento

 Mecanismo cerebral cognitivo que possibilita


alguém processar informações, pensamentos ou
ações relevantes, enquanto ignora outros
irrelevantes ou dispersivos.
Atenção
 Duas categorias amplas
◦ Atenção voluntária
 Habilidade ou intencionalidade em prestar atenção em alguma coisa
 Atenção concentrada
 Atenção dividida
 Atenção sustentada
 Atenção alternada

◦ Atenção reflexa
 Como alguma coisa – p. ex., um evento sensorial – capta nossa
atenção
Evolução

1 – 2 anos -->atenção não predomina / distratibilidade

4 – 5 --> anos atenção mais efetiva / pouca Interferência dos estímulos, estável se

estabelece pouco antes de frequentar a escola

12 – 15 anos --> atenção estável / voluntária a atenção voluntária eficiente


O modelo de Broadbent

FUNÇÕES
EXECUTORAS

R
E
G
I CAPACIDADE ANÁLISE EM
S LIMITADA NÍVEI SUPERIOR
T
R
O
Teorias de seleção
 Seleção precoce
Um estímulo não precisa ser completamente analisado
perceptivamente e codificado como informação categórica ou
semântica antes de ser selecionado para posterior
processamento ou rejeitado por ser irrelevante.

 Seleção tardia

Estímulos atendidos e ignorados são processados


equivalentemente pelo sistema perceptivo, alcançando um
estado de codificação semântica (significado) e de análise. A
partir daí, podem ocorrer seleção do processamento adicional
e representação subsequente no estado de consciência.
Seleção precoce x Seleção tardia

ANÁLISE PERCEP-TIVA

R FUNÇÕES EXECUTIVAS

NÁLISE SEMÂNTICA
CODIFICAÇAO/A-
E
G
I
S MEMÓRIA, DECISÕES,
T ETC
R
O
RESPOSTAS
Orientação voluntária
 Diferenças em tempo de reação em função da posição
esperada
 Benefícios (diminuindo o tempo de reação)
 Custos (aumentando o tempo de reação)

 Influência da atenção oculta no processamento da informação


Orientação reflexa
 Mesmo na ausência de sinais de orientação observável, a
atenção oculta ainda é atraída ao estímulo sensorial
◦ Exemplo da pessoa passando do lado de fora da sala 
ORIENTAÇÃO EXÓGENA

 O fenômeno da inibição de retorno (pós-efeito inibitório)


◦ Localização recentemente atendida torna-se inibida com o
tempo (aprox. > 300ms)  Respostas retardadas
Atenção
ATENÇÃO
É o estado de concentração da atividade psíquica sobre determinado objeto.

Quanto Natureza --> Espontânea Voluntária

Quanto Direção
Externa Sensorial Motora
Interna Reflexiva ( meditação ) Introspectiva ( autoanálise )

Quanto Amplitude --> Concentrada  Processos Focais


Dispersa  Processos Marginais

A Atenção é analisada na Anamnese Psiquiátrica nos aspectos de

VIGILANCIA  Capacidade de estar atento e perceber adequadamente o meio


ambiente.
TENACIDADE  Capacidade de foca a atenção em um determinado objeto, pr
determinado tempo.
Reabilitação Cognitiva
Atenção
instrumento informatizado
Consciência
Consciência

 A consciência em si, diz respeito excitabilidade do


central aos estímulos externos e internos sob o
ponto de vista quantitativo e, também, capacidade de
integração harmoniosa destes estímulos internos-
externos, passados e presentes, sob o ponto de vista
qualitativo.
Campo da consciência

Chamamos de campo da consciência à área virtual que inclui todo o conteúdo mental
do qual o indivíduo se dá conta num determinado momento, mesmo que vagamente.

Este conceito é instantâneo, isto é, o que é campo da consciência num determinado


momento, tudo aquilo do qual o indivíduo se dá conta, pode não ser no instante
seguinte e o que não for naquele momento pode tornar-se no instante seguinte.

Assim, a consciência é extremamente dinâmica não só no seu conteúdo mas também


naquilo que está na consciência ou fora dela a cada instante e também o que está no
seu campo ou fora dele.
Teoria das assembléias neuronais

1. o pensamento consciente é gerado quando vários neurônios de diversas colunas


se unem funcionalmente, atuando harmonicamente e em conjunto.

2. quanto maior o número de neurônios recrutados, maior será o tamanho dessa


assembléia e, em conseqüência, maior será essa recém criada consciência, em
termos de intensidade e tempo de duração.

3. propriedade de uni-temporalidade: impossibilidade que se constitua, no mesmo


tempo, uma segunda assembléia suficientemente grande para formar uma
segunda experiência consciente. Apenas uma assembléia neuronal será
suficientemente grande e eficiente para criar as condições de uma experiência
consciente.

4. através da formação continuada de assembléias neuronais os fenômenos


conscientes se sucederiam, continuamente, cada um diferindo dos demais em
duração e intensidade, de acordo com o tamanho das assembléias. Esse
dinamismo faria com que a substituição de uma vivência consciente pela que se
segue seja tão rápida, ao ponto de nos provocar uma falsa sensação de
simultaneidade.
“A consciência é o campo mental onde o indivíduo se dá
conta de si e do mundo”

Qual a relação entre esse conceito e o conceito de Realidade?

Haveria uma consciência da realidade?

Como ela se alteraria?


Popularmente, quando questionamos se uma pessoa tem ou não "consciência
de seus atos", na realidade estamos tentando dizer se ela tem ou não "juízo
crítico de seus atos", uma qualidade ética, estética e moral da personalidade em
sua interação com o sistema cultural de que faz parte.

JASPERS: “Todo momentâneo da vida psíquica”

A consciência é o campo mental onde o indivíduo se dá conta de si e do


mundo
Alterações da consciência

1. Alterações quantitativas (nível)


a) Obnubilação
b) Torpor
c) Coma

2. Alterações qualitativas
a) Confusão mental (amência): caracterizada, principalmente, por
obnubilação mais ou menos acentuada da consciência, com incoerência do pensamento e
perplexidade, incapacidade do paciente apreender a realidade objetiva ao ponto de manifestar
desorientação no tempo e no espaço, incompreensão da situação atual, lentidão do
pensamento e das respostas e predominância de vivências alucinatórias.

b) Estados crepusculares: estreitamento transitório da consciência, com a


conservação de uma atividade mais ou menos coordenada, mais ou menos automática.
Normalmente há falsa aparência de que o paciente está compreendendo a situação. Em geral, a
percepção do mundo exterior é imperfeita ou de todo inexistente.
Orientação

 Orientação é um estado psíquico funcional em virtude do


qual temos consciência plena, em cada momento de nossa
vida, da situação real em que nos encontramos. É indubitável
que a orientação depende, antes de mais nada, da integridade
psíquica e do estado de consciência e, uma vez perturbada
esta consciência, altera-se concomitantemente a orientação. A
orientação mobiliza, em sua execução, fatores que muito
cooperam em sua eficácia funcional e que envolvem o
exercício de certas operações mentais, bem mais complexas
do que se conhece.
A ORIENTAÇÃO é a expressão última de uma série
de experiências e atos de apreensão significativa,
unitariamente estruturados no campo Fenomênico
da Consciência.

 1. Orientação Auto-Psíquica --> Dados pessoais,


ligada a Consciência do EU.

 2. Orientação Alo-Psíquica --> Tempo e Espaço,


ligada a Consciência dos Objetos.
Sensação e percepção
Sensação

 Sensação é o efeito de uma impressão mental, quase


sempre complexa, que se tem da realidade que pode
ser apreendida. Esquematicamente, pode-se dizer que
a Sensação tem origem num estímulo ou numa
excitação, que atua sobre os receptores (retina, pele,
etc.) de órgãos sensoriais, provocando a impressão;
esta é levada pelos nervos sensitivos dos centros
nervosos (cérebro), tendo-se portanto a condução; e
por fim se dá a sensação propriamente.
Percepção
 Ato pelo qual tomamos conhecimento de um objeto do meio
exterior. A maior parte de nossas percepções conscientes
provém do meio externo, pois as sensações dos órgãos
internos não são conscientes na maioria das vezes e
desempenham papel limitado na elaboração do conhecimento
do mundo. Trata-se, a percepção, da apreensão de uma situação
objetiva baseada em sensações, acompanhada de
representações e freqüentemente de juízos.
 A percepção, ao contrário da sensação, não é uma fotografia
dos objetos do mundo determinada exclusivamente pelas
qualidades objetivas do estímulo. Na percepção, acrescentamos
aos estímulos elementos da memória, do raciocínio, do juízo e
do afeto, portanto, acoplamos s qualidades objetivas dos
sentidos outros elementos subjetivos e próprios de cada
indivíduo.
PRINCIPAIS MODALIDADES SENSORIAIS -
CONSCIENTES

Modalidade sensorial Receptor Órgão Sentido


 Visão Bastonetes e Cones Olho
 Audição Células ciliadas Ouvido- órgão de Corti
 Olfação Neurônios Olfativos Membrana mucosa olfativa
 Gustação Receptores gustativos Botão gustativo
 Aceleração rotatória Células ciliadas canais semicirculares
 Aceleração linear Células ciliadas utrículo e sáculo
 Tato pressão Terminações nervosas vários
 Calor Terminações nervosas vários
 Frio Terminações nervosas vários
 Dor Terminações nervosas livres
 Posição da articulação e movimento Órgão de Golgi e fusos vários
 Comprimento muscular Terminações nervosas fuso muscular
SENSAÇÕES SOMÁTICAS

 Exteroceptivas: originadas na  1)Terminações nervosas livres: tato


superfície do corpo. e/ou pressão.
 2)Corpúsculo de Meissner: tato com
 Proprioceptivas: são as
grande sensibilidade, lábios, pontas dos
relacionadas com o estado físico dedos e outras áreas bem sensíveis são
do corpo, as sensações de sensíveis a vibrações de baixa frequência e
posição- o sentido de posição a leves toques sobre a pele.
estática, as tendinosas, musculares,  3)Receptores táteis de ponta
de velocidade ou cinestésicas e as expandida(ex: disco de Merkel) textura e
localização das sensações táteis.
de equilíbrio.
 4)Órgão terminal do pêlo:
 Viscerais: referem-se as vísceras.  5)Órgãos terminais de Ruffini: nas
 Profundas: originam-se nos camadas mais profundas deformações dos
órgãos profundos como fácias tecidos como pressão e tato intenso.
músculos e ossos  6)Corpúsculos de Paccini: nas fáscias,
pela detecção da variação extrema do
estado mecânico dos tecidos.
Desenvolvimento da Percepção
Audição - RN reage mais: 1) sons graves (rouco)
2) sons com alto grau de variedade
(voz humana)

Constância do objeto:
 2 ou 3 meses - bebê segue o objeto
visualmente até que ele saia do campo de visão
 3 a 6 meses – coordenação e movimento
de braços e pernas
 4 meses: constância da forma (experimento do
urso a diferente distância - habituação)
 6 meses – abismo visual
 9 meses - tenta alcançar objeto escondido,
caso tenha visto esse ser escondido
Alteração qualitativa da percepção

Alucinação - percepção definida de um objeto sem a presença desse

Auditivas:
Simples e Audioverbais (vozes de comando/vozes que comentam a ação);
Publicação do pensamento
Alucinações musicais
Visuais:
Simples (fotopsias) ou complexas (cenográficas; liliputiana)
Táteis: (Síndrome de Ekbom - infestação por insetos)
Cenestésicas (visceral) e cinestésicas
Olfativas e gustativas: Relativamente raras
Combinada
Alucinose: autocrítica
GNOSIA

CONHECIMENTO SENSORIAL
E INTERPRETATIVO

DOS OBJETOS E DO PRÓPRIO CORPO

GNOSIA / ÁREAS DO SNC

PARIETAL ESTEREOGNOSIA
SOMATOGNOGIA
OCCIPITAL

TEMPORAL
GNOSIA /AVALIAÇÃO

IDENTIFICAR

SONS / OBJETOS

ESQUEMA CORPORAL

GNOSIA / DISTÚRBIOS

AGNOSIA VISUAL

AGNOSIA AUDITIVA

ASTEREOGNOSIA
Quadros neuropsicológicos
 Agnosia visual do objeto (não significa o objeto) – área cortical visual
 Simultagnosia (não atenta para mais um objeto ao mesmo tempo) - temporal
 Agnosia espacial – temporo-parietal
 Prosopagnosia – temporal direito

Parietal/
Somatossensorial

Parietal/
Áreas associativas

Occipital

Temporal/
Auditiva
Neuropsicologia das percepções

Agnosias aperceptivas:
 agnosia para formas e simultagnosia

Agnosias associativas. Ex:


 Agnosia associativa propriamente dita (reconhecimento)
 Agnosia associativa multimodal (reconhecimento e mímica)
 Agnosia das cores

Prosopagnosia

Agnosia espacial (agnosia do espelho, desorientação espacial)

Negligência espacial unilateral


(ex: contar pessoas na sala, escrita, fazer barba, descreva paisagens)

Agnosia dos ruídos


Agnosias táteis
Memória
 Gregos e romanos

 Tesouro e guardiã de todas as coisas (I a.C)

 Mãe da sabedoria (V a.C.)


Hermann Ebbinghaus (1850-1909)
foi o primeiro psicólogo a aplicar
métodos experimentais no estudo
da memória. No livro Über das
Gedächtnis, publicado em 1885
versado ao inglês, em 1913, como
Memory: A Contribution to
Experimental Psychology

Duas importantes descobertas:

1. As memórias têm diferentes tempos de duração

2. A repetição faz com que as memórias durem por períodos mais longos
O que é memória?

Quais os tipos de memória?

Quais os fatores envolvidos?

Por que esquecemos?

Quais as estratégias que as pessoas usam para


memorizar algo?

A memória se desenvolve ao longo da vida do


indivíduo?

Podemos lembrar de algo que não aconteceu?


MEMÓRIA: DEFINIÇÃO E IMPORTÂNCIA

Memória é o registro, a formação, a conservação e a evocação de


informações e experiências.

Dá possibilidade de acumular informação e operar com os vestígios da


experiência anterior após o desaparecimento dos fenômenos que
provocaram tais vestígios.

Somos aquilo que recordamos. O acervo de nossas memórias faz com


que cada um de nós seja o que é, com que sejamos, cada um, um
indivíduo, um ser para o qual não existe outro idêntico. (Iván Izquierdo,
2002)

Sem a memória não há indivíduo psicológico (social, afetivo, cognitivo)


 Processo cognitivo básico da maior importância que
envolve outros processos (sensações, atenção,
percepção), sendo influenciado por fatores cognitivos,
afetivos e culturais. Um sistema que envolve processos
de codificação, armazenamento e recuperação de
informações.
O PROCESSAMENTO DA MEMÓRIA

Codificação (“inserir”): preparo da informação,


organização, associação, representação. Transformação
de um input em um código ou representação que a
memória aceita

Armazenamento (“guardar”): retenção, estocagem da


informação codificada, preparada, organizada

Recuperação (“retirar”): resgate da informação


desejada/necessária que foi estocada de forma
organizada
OS FATORES ENVOLVIDOS

 Externos

 Natureza do material: tamanho, significado ou não, saliência de


traços (material sensorial)

 Passagem do tempo

 Efeito de ordem de apresentação: efeito de primazia, de recência,


interferência de uma informação sobre a outra
OS FATORES ENVOLVIDOS

 Internos

 Capacidades básicas: armazenamento, de processamento,


reconhecimento, associação (estímulo-resposta), representações
mentais (imitação).

 Conhecimento: conteúdo (familiaridade com o material: beisebol,


xadrez), possibilidade de associar a coisas já conhecidas
(números de telefone, palavras)

 Uso de estratégias de codificação e de recuperação: apropriadas,


eficientes (repetição, categorização, associação, tomada de
consciência, busca de recordações, atenção focalizada),
elementos mediadores (barbante no dedo)

 Motivação e estado emocional: tanto na codificação e


armazenamento como na recuperação.
AS MEDIDAS DE MEMÓRIA

Tempo, exatidão, quantidade de itens recuperados, economia de


memorização

Memória ‘pura’ (Ebbinghaus): sílabas sem sentido (CVC): memória


sem associação significativa que facilitasse a codificação.

Recordação: recuperação da informação desejada capacidade de lembrar


informação através de um material associado (“Isso me lembra...”):
fatos, palavras, objetos, pessoas etc. Retirar da MLP uma informação
estocada através de um sinal/estímulo. Em pesquisa pode ser seriada
(na ordem de apresentação) ou livre (qualquer ordem). Recordação e
associação livre, campos semânticos.

Reconhecimento: detecção da informação desejada capacidade de


reconhecer o que é familiar, aquilo que já foi experienciado. Compara
a informação dada com a que está armazenada. Procedimentos de
busca de material armazenado na memória. Imagens (90% rostos) >
palavras escritas (62%).
TAREFAS
 Tarefa de recordação
 Qual o nome da catedral gótica famosa localizada em Paris?

 Tarefa de reconhecimento
 Qual o nome da catedral gótica famosa localizada em Paris?
 a) Montmartre
 b) Père-Lachaise
 c) Notre-Dame
 d) Saint-Séverin
RECONHECER vs. RECORDAR
Reconhecer é mais fácil que recordar porque:

recordar precisa de informação completa, enquanto reconhecer de


informação parcial

recordar exige estratégias de busca e localização da informação,


enquanto ao reconhecer a informação é apresentada sem precisar
buscar e localizar

recordar não envolve o acaso


SISTEMAS DE MEMÓRIA

Quanto ao tempo de armazenamento da informação:

 Memória sensorial

 Memória de curta duração

 Memória de longa duração


SISTEMAS DE MEMÓRIA

MEMÓRIA SENSORIAL:

 Duração de milessegundos ou segundos.

 Modalidade: visual icônica, arquivo de


ícone ou imagens.
auditiva memória de eco.

 Característica principal: decai rapidamente.


SISTEMAS DE MEMÓRIA

MEMÓRIA DE CURTA DURAÇÃO:

 Capacidade limitada.

 Duração segundos a minutos.

 Acessível ao processamento consciente.

 Sofre efeitos da posição serial.


SISTEMAS DE MEMÓRIA

Modelos teóricos memória curta duração

 Modelo Modal 1968 Atkinson & Shiffrin

 Modelo dos Níveis de Processamento 1972 Craik &


Lockart

 Memória de trabalho 1970 Baddeley & Hitch


SISTEMAS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DE TRABALHO

 Sistema de capacidade flexível que armazena e manipula


informações por um curto período de tempo.

 Sistema com um controlador atencional ou executivo central e


mais dois subsistemas a alça fonológica e o esboço
visuoespacial.

 Revisão final século XX Buffer episódico


SISTEMAS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DE TRABALHO

 Executivo central - além de controlador atencional, realizaria a busca das


informações integradas no buffer tornando-as consciente, manipularia e
modificaria essas informações para formar episódios coerentes.

 Alça fonológica – armazena o material verbal. Tem dois componentes:


- armazenador fonológico
- componente de articulação para ensaio subvocal
SISTEMAS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DE TRABALHO

 Esboço visuoespacial – armazenador da informação tanto


puramente visual quanto em códigos visuoespaciais.

 Buffer episódico - armazenador das informações contidas na


alça fonológica e no esboço visuoespacial e do material da
memória de longo prazo, em uma representação episódica
única.
SISTEMAS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DE LONGA DURAÇÃO

 Informação mantida por um período de tempo significativo que pode variar


de minutos a décadas.

 Tem possibilidades ilimitadas e geralmente armazena a informação mais por


seu significado que por suas características linguísticas.

 É subdividida,em função das características do material armazenado, em


memória declarativa e memória não-declarativa.
SISTEMAS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA DECLARATIVA

Memória semântica
Memória episódica

MEMÓRIA NÃO-DECLARATIVA

Memória procedural
Sistema de representação perceptiva
Condicionamento clássico
Aprendizagem não-associativa
SISTEMAS DE MEMÓRIA

MEMÓRIA DECLARATIVA

 É o conhecimento acessado conscientemente, pessoal e do


mundo externo.

 Subdividida em: memória semântica


memória episódica
SISTEMAS DE MEMÓRIA
Memória semântica

 É o conhecimento do mundo externo que lembramos na


ausência de qualquer correlação com a circunstância específica
na qual ocorreu o aprendizado.

Memória episódica

 É a memória pessoal, autobiográfica. Envolve a consciência de


eventos passados.
SISTEMAS DE MEMÓRIA
MEMÓRIA NÃO-DECLARATIVA

 É a capacidade de adquirir habilidades percepto-motoras ou cognitivas,


através da exposição repetida de um estímulo ou atividade, e que não são
expressas de maneira consciente ou intencional.

 É subdividida em : memória procedural


sistema de representação
perceptiva
condicionamento clássico
aprendizado não-associativo
SISTEMAS DE MEMÓRIA
Memória procedural

Envolve o aprendizado de uma variedade de habilidades


motoras e cognitivas.

Sistema de representação perceptiva

Priming – mudança na resposta frente a um estímulo ou à


habilidade em identificá-lo, como resultado de uma exposição
prévia a esse estímulo.
SISTEMAS DE MEMÓRIA

Condicionamento clássico

Ocorre quando um estímulo neutro ao organismo é pareado com um estímulo que obtém
alguma resposta do organismo, seguindo esse pareamento, o estímulo condicionado pode
provocar uma resposta semelhante àquela tipicamente evocada pelo estímulo não
condicionado.

Aprendizado não-associativo

Não envolve associação entre dois estímulos. Pode ser por:

- habituação: diminuição da resposta com a apresentação repetida do estímulo.

- sensibilização: aumento da resposta desencadeada por um estímulo geralmente forte.


SISTEMAS DE MEMÓRIA

(Gazzaniga et al, 2006)


Bases neuroanatômicas
 ARMAZENAMENTO
 Associado às áreas perceptivas envolvidas na codificação
 O lobo temporal medial apenas fortalece as conexões, consolidando
as informações
Bases neuroanatômicas
 Lobo temporal medial
Bases neuroanatômicas
 Lobo temporal medial
 Amígdala: memória emocional
 Hipocampo: consolidação de memórias (MCP  MLP);
memória espacial (células de lugar)
 Córtex rinal: consolidação de memórias (MCP  MLP)
Bases neuroanatômicas

 Codificação e recuperação
 Ocorrem em hemisférios diferentes?
 Depende do tipo de material a ser codificado

 Papel na memória de trabalho/operacional


Bases neuroanatômicas
 Lobos frontais
 Codificação
 Recuperação
 Memória operacional
O PAPEL DA
NEUROQUÍMICA
Neuroquímica
 Neurotransmissores moduladores da memória
 Eventos que produzem reações emocionais são mais
facilmente lembrados
 Injeção de adrenalina Aumento da glicose no cérebro
 Drogas depressoras interferem na memória (opiáceos, álcool,
anestésicos cirúrgicos)
Neuroquímica
 O papel da amígdala
 Controle dos efeitos neurotransmissores sobre a memória (?)
 Ligada às reações de medo
 Exposição a estímulos traumáticos ativam a amígdala
MEMÓRIA PROSPECTIVA

 Representa a realização de intenções que deverá ser retardada


por minutos, horas ou dias na falta de uma dica externa ou
lembrete.

 É lembrar de executar uma ação planejada para o futuro, e isto


requer um mecanismo para sinalizar quando o tempo
apropriado chegou e então recordar a natureza da intenção.
MEMÓRIA PROSPECTIVA
Componentes da memória prospectiva:

 Metaconhecimento
 Planejamento
 Monitoramento
 Recordação do conteúdo
 Monitoramento da saída

(Dobs & Reeves, 1996)


METAMEMÓRIA
 É a compreensão do sujeito sobre seu próprio funcionamento
da memória.

 É a consciência da força e fraquezas para a aprendizagem e


memória. Essa consciência influencia o comportamento.

 Ações que facilitam evitar contratempos de memória.


Anotações, listas, alarmes.
METAMEMÓRIA

 Sentimento de conhecimento é o julgamento sobre a


precisão do que conhecemos e a probabilidade de
reconhecermos a informação corretamente.

 Prejuízos de memória alteram a metamemória e provocam


mudanças no sentimento de conhecimento.
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA

 Na prática clínica os testes da avaliação neuropsicológica estão


mais dirigidos ao estudo do prejuízo cognitivo do que à
identificação das incapacidades.

 A análise quantitativa e qualitativa dos resultados e da forma


como o sujeito realizou cada tarefa ampliam a compreensão
do seu funcionamento cognitivo.
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
 A compreensão do sintoma precisa abranger a sua implicação
na funcionalidade.

 Pesquisas avançam na elaboração de instrumentos mais


“ecológicos”.

 O sintoma neuropsicológico é melhor compreendido quando


o inserimos na circularidade de outros sistemas: emocionais,
familiar e psicossocial.
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
A avaliação deve incluir:

 Exame da atenção: Span de dígitos e letras na ordem direta


(Baddeley, 1986).
Blocos de Corsi na ordem direta (Corsi,
1972).

 Memória operacional: Span de dígitos (ordem inversa).


Blocos de Corsi (ordem inversa).

 Orientação temporal e espacial: Perguntas sobre tempo


e localização espacial.

 Memória lógica: Wechsler’s Logical Memory


(Wechsler, 1945).
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
A avaliação deve incluir:

 Aprendizagem: Rey Auditory Verbal Learning Test


(Rey, 1964).
Word List (Wechsler, 1997).

 Memória visuoespacial: Complex Figure test (Rey, 1941).

 Memória longa duração: Recordação eventos públicos,


pessoas famosas.
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
A avaliação deve incluir:

 Memória autobiográfica: Perguntas sobre eventos da vida


escolar, trabalho,casamento.

 Memória prospectiva:
Rivermead Behavioral Memory Test (Wilson et al., 2002).
Cambridge Behaviour Prospective Memory Test (Groot et al.,2002).
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
A avaliação deve incluir:

 Funcionalidade: Escala de avaliação de atividades da vida


diária (Katz et al., 1970).
Lista revisada de problemas de
comportamento (Teri et al.,1992).

 Humor: Escala de depressão geriátrica (Yesavage et al.,


1982).
Inventário de depressão (Beck et al., 1996).
AVALIAÇÃO DA MEMÓRIA
 Os testes de aprendizagem devem incluir um ou mais exames seguidos de
tarefas distratoras, e depois recordar livremente, com dicas e
reconhecimento.

 Devem ser incluídos testes verbais e não verbais.

 É importante os testes de retardo para avaliar velocidade de


processamento da informação.

 Problemas de visão, audição, prejuízo frontal diminuindo espontaneidade,


iniciação podem concorrer para um pobre desempenho.
REABILITAÇÃO NEUROPSICOLÓGICA

 1º documento reabilitação cognitiva de pessoa com lesão cerebral – Egito,


2.500 a 3.000 anos atrás, descoberto por Smith e Luxor em 1862 (Walsh,
1987).

 I e II Guerra Mundial – avanços determinados pela sobrevivência de feridos


com lesões cerebrais.

 Guerras contemporâneas (especialmente a de Israel) propiciaram novos


aportes.
Memória

Processo que envolve experiências passadas, interage com outros


processos básicos e determina a individualidade humana.

Izquierdo (2002, p. 4): “O conjunto de nossas memórias determina o


que chamamos personalidade”
• Continuidade da qual depende noção de self

Função adaptativa – possibilita a comunicação, resolução de


problemas e a esquiva a estímulos aversivos (experimentos de
esquiva inibitória)
Como o Conhecimento está Representado e
Organizado na Memória?

 Agrupamentos e Hierarquias Conceituais

 Esquemas e Roteiros (scripts)

 Redes Semânticas

 Redes Coneccionistas e modelos Distribuição Paralela de
Processamento (PDP)
DESENVOLVIMENTO DA MEMÓRIA:
Dois Modelos de Memória
 Modelos de armazenamento recentemente colocados pelos
modelos de redes da memória
 Redes Interconectadas para informação associada

 Modelos de Rede consistem em conceito de nós conectados


por ligações (links)
 Ligações variam em força

 As redes enfatiza, que a informação pode ser ativada por graus
variando em qualquer ponto

 A propagação da ativação aumentar o grau de ativação dos


nós conectados

102
Codificação: Iniciando a informação na
memória

 A função da atenção

 Focando a consciência

 Atenção seletiva = seleção da entrada


 Filtrar: cedo ou tarde?
Modelos de Modelos de
Seleção inicial Seleção tardia
colocam o colocam o
filtro aqui filtro aqui

Estímulo Reconhecimento Seleção da resposta Resposta


Detecção Sensorial de significado

Modelos de Atenção Seletiva


Níveis de Tipos de Exemplos de questões usadas
processamento Codificação para elicitar a codificação
apropriada

Codificação Estrutural:
Processamento A palavra está escrita em
Ênfase na estrutura
Primário letras maiúsculas?
física do estímulo
Profundidade do processamento

Codificação Fonêmica:

Processamento Ênfase no som A palavra combina com seu


da palavra peso?
Intermediário

Codificação Semântica:
Processamento
A palavra caberia na
Ênfase no significado
sentença: “Encontrou-se com
Profundo da entrada verbal um _____________na rua”?

Teoria dos Níveis de Processamento


O Modelo de Armazenamento Múltiplo
Waugh e Norman (1965)

Alça Ensaio

Transfer para Memória de


Armaze Memória de
armazenagem
nagem Curta Longa
Estímulo permanente
Sensorial Duração Duração

Resposta Esquecimento
O Modelo de Armazenamento
Múltiplo
Características do modelo de armazenamento
múltiplo
 Propõe três partes distintas para a memória.
 Armazenagem Sensorial

 Armazenagem de Curta Duração

 Armazenagem de Longa Duração

 ensaios múltiplos
 com relação direta entre a quantidade de ensaio na armazenagem de Curta
Duração e a força da memória na armazenagem de Longa Duração
Memória Sensorial Memória Curta Duração Memória Longa Duração

Arquivo

Entrada Sensorial Atenção

Evocação

Modelo de Armazenagem da Memória de Atkinson e Schiffrin


Perda da informação na memória de curto
prazo

 Teoria da Interferência: uma nova informação


interfere na antiga e finalmente a desloca na memória
de curto prazo (falsas memórias)

 Teoria da Deterioração: desaparecimento gradativo


do traço na memória (demência senil)

 Extinção: novo condicionamento


Nova apresentação do S condicionado reverte a extinção
Estruturas cerebrais e neurotransmissores

 Hipocampo e Córtex cerebral


 Tálamo e Hipotálamo (Síndrome de Korsakoff)
 Gânglios da base (memória procedural)
 Cerebelo (condicionamento respondente)
 Serotonina, acetilcolina e noradrenalina aumentam o
armazenamento (Alzheimer)
Alzheimer

Memória episódica - lobo temporal medial


Linguagem e Pensamento
Natureza da Linguagem
Meio de operacionalizar e expressar o pensamento
(mais do que um instrumento, é a matéria do pensamento)

Propriedades e funções:
1. Permite a comunicação e a ponderação de situações
2. É arbitrariamente simbólica – identifica símbolos ausentes e
fisicamente intangíveis
3. É regularmente estruturada (diferentes arranjos têm
diferentes significados)
4. Estruturada em níveis múltiplos
5. Generativa e dinâmica – possibilidades ilimitadas de novas
elocuções
Linguagem
“ A linguagem é uma forma de
comunicação distintivamente humana,
um meio de transmitir informação
complexa de uma pessoa a outra”
(Eric Kandel)

 Compreensão (input) – escuta e leitura

 Expressão (output) – fala e escrita


Linguagem
 A linguagem é o sistema notável que permite as
pessoas comunicarem uma combinação
ilimitada de idéias usando uma seqüência
altamente estruturada de sons (ou gestos
manuais e faciais)

Pensamento x Linguagem
Capacidade de
Capacidade de ter codificar idéias em
idéias e inferir novas sinais para a
idéias a partir das comunicação
antigas com o outro
Linguagem
 Uma avaliação da linguagem deve
incluir:
 Fala espontânea
 Repetição de palavras, frases e sentenças
 Compreensão da fala
 Nomeação
 Leitura
 Escrita
Avaliação – Linguagem

Compreensão - input:
 O paciente compreende?
 (Oral e Leitura)
 Palavra?
 Frase Simples?
 Frase Complexa?
 Discurso?
Avaliação – Linguagem

Expressão - output:
 O paciente expressa?
 (Fala e Escrita)
 Palavra?
 Frase Simples?
 Frase Complexa?
 Discurso?
Avaliação – Linguagem

 Ditado
 Repetição
 Nomeação
 Fluência Verbal
Avaliação – Linguagem

 Bateria de Boston
 Token Test
 FAS
 Fluência de animais
 Alpha Toulouse
 Subtestes verbais –
Escala Wescheler
 TPL
Conceitos e categorização
O pensamento é concebido como linguagens da mente:
 Pensamento proposicional – fluxo de sentenças
 Pensamento imagético – imagens mentais
 Pensamento motôrico – fluxo de movimentos mentais

Proposição = enunciado que expressa assertiva factual (composta


por conceitos)
Conjunto de propriedades que associamos a uma classe.
Função: operacionalização do pensamento (categorização) e
predição (inferir propriedades)

As propriedades mais importantes constituem o núcleo do conceito


Bases neurais dos conceitos e classificações
 Estudos com pacientes lesionados mostram que
imagens e conceitos são armazenados em regiões
diferentes (afásicos)

 Categorização baseada em protótipos envolve


memória a longo prazo (lobo temporal medial)
(tarefa: categorizar pontos ou nomes de obras de arte)

 Categorização baseada em novas regras envolve lobo


frontal
Números - Acalculia
Articulação
Sensorial Fala

Disatria Motora Agnosia Digital


Escrita -Agrafia Alexia
Leitura
Elaboração Visão
pensamento bilateral

Fala
Agnosia Visual
Audição e fala
Visão Colateral
Surdez de palavras

Afasia Nomear

Padrões de memória
Pensamento

 O Pensamento é uma atividade mental que envolve a


manipulação de símbolos, sinais, conceitos ou idéias
simbolicamente representados.
 Pensamento e linguagem estão intimamente relacionados.
Se considerarmos a memória como um arquivo,
pensamento é o termo utilizado para descreve: as diversas
maneiras que temos para recuperar, examinar, combinar e
reagrupar as informações arquivadas.
A memória, a aprendizagem, o pensamento e a linguagem
são processos intimamente interligados.
Raciocínio
O pensamento baseado em proposições (argumentos) é
organizado em uma sequência lógica.
Argumentos mais fortes: Lógica dedutível
(impossível conclusão falsa se as premissas são verdadeiras)

Comida nordestina é Quanto mais premissas houver, maior a


bem temperada probabilidade de erro e maior o tempo
de tomada de decisão
Estou no restaurante
nordestino O conteúdo emocional da premissa
modera o uso da dedução
Esse prato deve ser (comportamento supersticioso)
temperado
Pensamento imagético
Que nova letra surge quando a letra N é rotada em 90º ?
Na estátua do laçador, o gaúcho foi esculpido de botas ou descalço ?

Pensamentos que envolvem operações análogas à percepção


do objeto real – mesmas estruturas cerebrais

Estudo com pacientes lesionados:


 Parietal Direito – negligência visual do lado esquerdo
 PET – tarefa de aritmética (parietal) X de imaginação (córtex visual)
 Experimento de análise de mapa evocado – > distância pontos, > TR
 Imagem e percepção – mesmas áreas do córtex visual

F F
X X
Passos para resolução de problemas

 Representar o problema como uma proposição ou


forma visual
 Determinar a meta
 Dividir a meta em submetas
 Escolher estratégias
1) redução de diferenças entre o estado presente e o
pretendido
2) análise de meios e fins
3) trabalho retroativo
Aprendizagem
APRENDIZAGEM

SÍNTESE
O CONHECIMENTO DE TODOS
OS PROCESSOS
SEJAM PRIMÁRIOS OU SECUNDÁRIOS
SÃO IMPORTANTES PARA SE APRENDER
AS BASES ORGÂNICAS
DA APRENDIZAGEM, PARA
AVALIAR, RECUPERÁ-LA
COM ESTRATÉGIAS ADEQUADAS
Motivação e emoção
Emoção

 É um estado sentimental momentâneo em que o


indivíduo tem seu organismo excitado. Há diversos
tipos de emoção: medo, cólera, alegria, tristeza,
piedade, felicidade, remorso, admiração, amor, ódio,
culpa, vergonha etc. As emoções podem verificar-se
como: experiências emocionais (quando o indivíduo
sente a emoção), comportamento emocional (quando
é levado, pelo sentimento, a fazer algo), além de se
notarem também alterações fisiológicas que
correspondem ou são provocadas diretamente pela
própria emoção
Motivação:
Conjunto de processos que dão ao
comportamento intensidade e direção
determinada.

Por que as pessoas se comportam da


maneira como o fazem?
Motivações básicas
 Afeto
 Fome SOBREVIVÊNCIA
 Sede PRESERVAÇÃO DA ESPÉCIE

 Desejo sexual

Natureza filogenética
INSTINTO
Reflexos
Padrão fixo de ação
(organização estereotipada e previsível)
Ansiedade

 Sistema de inibição comportamental: septo e hipocampo


– atenção e inibição comportamental
Sinais de Punição e Inibição
Frustração comportamental
Septo-hipocampo
Estímulos Pré-frontal
ameaçadores Aumento da
inatos vigilância

Novidade Aumento na
atenção seletiva
Neurônios Neurônios
Noradrenérgicos serotoninérgicos

Traços de Personalidade
Processo avaliativo
Instrumentos
 Nível 1: testes com sensibilidade suficiente para detectar
alterações graves, em geral usados para avaliação de
quadros demenciais já avançados onde o objetivo
principal é qualificar a alteração e não determinar se ela
existe ou não.
 Nível 2: são testes de aplicação simples, com pouca
amplitude para investigar níveis mais elevados de função,
mas com especificidade suficiente para detectar
alterações moderadas.
 Nível 3: estão os testes cuja sensibilidade alcança níveis de
desempenho bastante amplos (de limítrofe a superior) e
são suficientemente sensíveis e específicos para detectar
alterações sutis.
Exame das Funções Cognitivas
 O processo de avaliação deve incluir testes que avaliem orientação,
concentração da atenção, memória, funções verbais (compreensão e
expressão verbal), funções visuo-espaciais, funções executivas e funções
motoras. Algumas questões básicas são bastante esclarecedoras das
condições do paciente, por exemplo nível de escolaridade e nível
ocupacional comparados as atividades atuais; como chegou ao hospital (ou
consultório)e uso de valores monetários.
 A administração de um teste é mediada pelos sistemas sensoriais, pela
linguagem e pelas funções motoras. As instruções dos testes, na maioria,
são verbais embora algumas sejam também auxiliadas por recursos visuais.
A interpretação de resultados implica na compreensão da composição de
fatores. Lezak (1995) Spreen e Strauss(1997) compilam informações sobre
os testes, tabelas e analise de resultados.
1) Nível Intelectual:

 As escalas Wechsler são estruturadas em dois grandes grupos


de testes, os verbais e os não verbais, chamados de
performance ou execução. Esta estrutura permanece em todas
as baterias, para todas as idades e permite hoje a análise
fatorial dos subtestes em quatro índices.
 Embora construídas como baterias de avaliação de inteligência,
as escalas Wechsler são hoje parte de todas as baterias de
avaliação neuropsicológica, já foram extensamente estudadas
para verificar seu valor para localização cerebral, (LEZAK
1995).
2) Orientação:

 Pode ser avaliada por meio de questões simples de


orientação temporal e de localização já informam
sobre a orientação do paciente.
 Os pacientes internados em hospitais por muito
tempo tendem a errar o dia do mês, mesmo que
ainda orientados no tempo, convém então informa-
los sobre o dia e solicitar novamente a questão
dentro de algumas horas para verificar sua orientação.
 Questões de orientação no contexto em que se vive
são muito relevantes, dizer o nome do Presidente do
Brasil e do Governador do Estado auxiliam a verificar
a noção geral do ambiente.
3) Atenção
 Testes de atenção estão inseridos em várias baterias, como
Teste de Trilhas, Códigos e Números do WAIS III, Testes de
Cancelamento de letras e desenhos. Tarefas simples com
seqüências em ordem direta e indireta detectam alterações da
concentração da atenção e memória de trabalho.
 A função memória de trabalho (ou operacional) refere-se a
capacidade de manter um arquivamento temporário de uma
informação enquanto executa uma tarefa cognitiva em paralelo.
Por exemplo, manter a atenção em uma série numérica na
enquanto organiza a inversão da seqüência desta serie. Manter
a atenção na seqüência dos meses doa ano enquanto inverte a
seqüência.
4) Memória
 A memória episódica refere-se à recordação de eventos e
experiências dentro do contexto temporo-espacial e está
relacionada ao sistema medial-temporal. A memória semântica
está mais relacionada ao vocabulário e conceitos verbais, e é
mais independente do sistema medial temporal.
 Citamos a seguir alguns dos testes de memória mais utilizados,
são testes de Nível 3. Rey Auditory Verbal Learning Test-
RAVLT; Selective Reminding - Verbal - SR-V ; Rey Visual
Learning Design Test:-RVLDT; Design Learning; Rey Complex
Figure- RCFT.
5) Funções Verbais
 A avaliação de linguagem consiste em testes de
denominação de figuras, fluência verbal, compreensão
e expressão verbal. Leitura, escrita, compreensão de
textos também são analisados de modo informal.
 Um dos testes mais utilizados é o Boston Naming
Test que consiste em 60 desenhos para denominação.
Os subtestes verbais do WAIS III,Vocabulário,
Semelhanças e Informações podem fornecer dados
quantitativos e qualitativos sobre expressão,
compreensão e raciocínio verbal.
 Os exercícios de produção controlada de palavras,
semânticas (animais) e fonéticas (FAS), são bons
indicativos de expressão verbal, função esta
relacionada ao hemisfério dominante.
 A avaliação de linguagem pode ser estendida com a
colaboração da fonoaudiologia, cujo instrumental
permite exames mais aprofundados principalmente
nos casos de afasias (LEZAK, 1995).
6) Funções Visuo-espaciais
As funções visuo-espaciais incluem percepção visual,
percepção de detalhes em desenhos, relações espaciais e
organização visuo-espacial.
Distúrbio visuo-construtivos decorrem de problemas para
executar tarefas com construção guiadas por percepção visual
e estão relacionado as áreas parietais e frontais de hemisfério
não dominante (direito).
Copiar e reproduzir elementos em planos bidimensionais e
tri-dimensionais), e cálculo no papel são alguns dos métodos
de avaliação utilizados. Os testes mais referendados são Cubos
e Matrizes do WAIS III, Letras Fragmentadas de Warrington,
Reconhecimento de Faces e Julgamento de orientação de
Linha de Benton
7) Funções Executivas

 As funções chamadas executivas referem-se as funções de planejamento e


execução de tarefas. São agrupados nesta classificação comportamentos de
iniciativa, organização, regulação de comportamentos, flexibilidade cognitiva,
julgamento e persistência.
 As tarefas que avaliam flexibilidade cognitiva podem ser didaticamente
separadas em Flexibilidade Reativa e Espontânea).
 Flexibilidade reativa é a capacidade de alternar respostas, onde a resposta
é definida a partir de cada estimulo. Os testes que avaliam flexibilidade
reativa são Weigl Color Form Sorting Test, Wisconsin Cards Sorting Test-
WCST, Teste de Stroop e Teste de Trilhas. Flexibilidade Espontânea refere-
se a geração espontânea de respostas e/ou alternativas a partir de um
estímulo, testes de Fluência Verbal, Ruff Figural; Five Points; Design Fluency
(SPREEN & STRAUSS, 1997).
8) Funções Motoras
 A coordenação motora, equilíbrio e habilidades motoras são avaliados
através de exercícios específicos de coordenação como Grooved Pegboard
e várias tarefas com movimentos. A perseveração motora é a incapacidade
para terminar ou parar um movimento dentro do tempo determinado ou
especificado pelo exercício, relacionada a disfunções nos lobos frontais
(área suplementar motora).
 O desempenho pode ou não melhorar com o uso do objeto concreto ou
com imitação e está freqüentemente associada a lesões no hemisfério
esquerdo. Apraxia Ideativa é falta de habilidade para realizar séries de
gestos devido a perda da capacidade de planejamento da ação. Relacionadas
á área frontal, giro pre-central e área motora suplementar.
FUNÇÕES EXECUTIVAS
São processos que permitem focalizar,
direcionar, regular, gerenciar e integrar funções
cognitivas, emoções e comportamento, visando
à realização de tarefas simples de rotina e,
principalmente, solucionar ativamente
problemas novos.

As funções executivas permitem ao indivíduo


interagir no mundo de maneira intencional.
Envolvem a formulação de um plano de ação,
baseado em experiências prévias e demandas
atuais do ambiente. Tais ações precisam ser
flexíveis e adaptadas, e em alguns casos,
monitoradas em suas várias etapas de
execução (Santos, 2002)
Envolvem as seguintes capacidades:
1.Gerar intenções (volição);
2. Iniciar ações;
3. Selecionar alvos;
4. Inibir estímulos distratores;
5. Planejar e prever meios de resolver problemas complexos;
6. Antecipar consequências;
7. Mudar a estratégia de forma flexível, quando necessário; e
8. Monitorar o comportamento a cada etapa.
9. Avaliar o sucesso ou insucesso de nossas ações em relação a nossos objetivos
Correlatos neuroanatômicos das funções
executivas
Os lobos frontais parecem ter surgido
tardiamente na evolução, e são os
componentes cerebrais mais autenticamente
“humanos”. Foram os últimos a serem
reconhecidos como importantes, o que fez
com que durante muito tempo fossem
denominados de “lobos mudos”. Como diz
Sacks, mudos eles podem até ser, pois carecem
de áreas sensoriais, motoras e de associação,
mas são indispensáveis para a construção de
sentido do e no mundo. Os lobos frontais libertam de um
funcionamento rígido e estereotipado,
permitindo a construção de alternativas, o uso
da imaginação e, por fim, o funcionamento
livre.
Tais características fazem com que os lobos
frontais ganhem alguns apelidos, tais como:
-Diretor-executivo;
-Maestro do cérebro;
-Guia do cérebro.
E o que acontece quando os lobos frontais são
lesados?
É interessante notar que um paciente com lesão
do lobo frontal pode manter a capacidade de
locomover-se, de falar, de reconhecer objetos, de
memorizar informações.
 Porém, a questão não é só de lesão, mas também
de disfunção. Os lobos frontais parecem ser o
ponto de convergência dos efeitos de lesões e/ou
disfunções em outras áreas corticais.
Lesões e/ou disfunções nos lobos frontais afetam o
funcionamento cognitivo, assim como podem ser
afetados por lesões e/ou disfunções em outras
áreas.
 Os lobos frontais são a porção cerebral mais
vulnerável e afetada numa gama mais ampla de
distúrbios cerebrais, neurodesenvolvimentais,
neuropsiquiátricos, neurogeriátricos – lei de
evolução e dissolução (Goldberg, 2004).
As lesões mais comuns e importantes dos lobos
frontais são: dorsolateral e a orbitofrontal
A síndrome DORSOLATERAL

Antigamente era conhecida como


pseudodepressão.

Depressão x Síndrome Dorsolateral

TRISTEZA INDIFERENÇA

LOBOTOMIA – síndrome dorsolateral provocada, em especial para tratamento


de dor incontrolável.
DOR = a experiência sensorial não é suficiente para produzir o sentimento
subjetivo de dor.
Características da síndrome DORSOLATERAL
1. Dificuldade em iniciar e terminar uma ação (inércia), muitas vezes
identificada como alterações de personalidade - perseveração;
2. Incapacidade de planejar e de antecipar consequências referentes
às suas ações - comportamento “dependente do campo”/
comportamento em eco;
3. Capacidade orientar o comportamento por representação interna –
efeito stroop

4. Falta de flexibilidade cognitiva;


5. Anosognosia
A síndrome ORBITOFRONTAL

antigamente conhecida como síndrome


pseudopsicopática.
IMORALIDADE É DIFERENTE DE AMORALIDADE

-De certa maneira é o oposto da síndrome dorsolateral;


-Os pacientes ficam emocionalmente desinibidos;
-Seus afeto raramente é neutro, oscilando entre euforia e raiva, com contro,e
do impulso indo do fraco ao inexistente;
-Não há preocupações com tabus ou proibições sociais e legais;
-Não têm previsão das consequências de suas ações.
Um desafio para as neurociências: a história Phineas Gage

HANNA DAMASIO
Professor of Neurology at the
University of Iowa College of
Medicine and an Adjunct
Professor at The Salk
Institute.

Fonte: http://www.deakin.edu.au/hbs/GAGEPAGE/Pgtopic.htm
Gage após o acidente (relato médico da época):

• (...) podia tocar, ouvir, sentir, e nem os membros nem a língua


estavam paralisados.
• Tinha perdido a visão do olho esquerdo, mas a do direito estava
perfeita.
• Caminhava firmemente, utilizava as mãos com destreza e não tinha
nenhuma dificuldade assinalável na fala ou na linguagem.
• “(...) o equilíbrio, por assim dizer, entre suas faculdades intelectuais e
suas propensões animais fora destruído.”
– Damásio, op. cit., pg. 28
• Gage já não era Gage.

“ (...) O aspecto mais impressionante desta história desagradável é a


discrepância entre a estrutura normal da personalidade que antecedeu o
acidente e os nefastos traços de personalidade que vieram depois à
superfície e se mantiveram para o resto da vida de Gage”.
(Damásio, 1997)
- Na mesma época do caso Gage, Paul Broca havia mostrado de
forma bastante plausível que lesões no lobo frontal esquerdo,
terceira circunvolução frontal, causavam limitações de
linguagem nos doentes.
- A trajetória da barra de ferro sugeria que a lesão de Gage
abrangia esta área.
- Gage não apresentava distúrbios de linguagem.
- Nenhuma autópsia foi feita em Gage por ocasião de sua
morte.

Hanna Damásio (utilizando técnicas de


neuroimagem - ressonância magnética de alta
resolução - e modelagem tridimensional
computadorizada) propõe um local específico
para a lesão de Gage: região pré-frontal
ventromediana.
Avaliação Neuropsicológica e
Funções Associativas do Cérebro
Hemisférios Cerebrais
Os hemisférios cerebrais apresentam assimetria morfológica e
funcional.

Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito

Praxia Distribuição espacial da


atenção
Linguagem
Emoção
Memória verbal
Prosódia
Cálculo matemático
Percepção musical
Identificação de pessoas
e objetos Identificação de pessoas
e objetos
Avaliação métrica do
espaço extrapessoal Relações espaciais entre
os objetos
Córtex Cerebral

• Camada de substância cinzenta que


reveste os hemisférios cerebrais;
• Contém cerca de 20 bilhões de
neurônios;
• Apresenta-se formando giros e sulcos
em grandes regiões: os lobos frontal,
parietal, occipital, temporal e ínsula.
Córtex Cerebral

Córtex
Estímulos desencadeiam
impulsos nervosos e essas
informações são conduzidas por
vias sensoriais ao longo da
medula espinhal, tronco
encefálico e do tálamo até Tálamo
atingirem regiões posteriores do
córtex cerebral. Tronco encefálico

Medula espinhal
Córtex Cerebral

• Para a realização de suas funções, o córtex opera em íntima


associação ao tálamo e são chamados de sistema talamocortical;

• Quase todas as vias dos órgãos sensoriais para o córtex passam


pelo tálamo, com exceção de algumas vias do sistema olfatório.

• Lesões talâmicas produzem disfunções relacionadas ao estado de


alerta do indivíduo, à resposta emocional, à memória, às sensações
corporais, à discriminação tátil e visual, comprometendo habilidades
de percepção e linguagem.
Córtex Cerebral
• Do ponto de vista funcional, o isocórtex (maior parte da superfície
cortical) pode ser dividido em três áreas:

• Áreas Primárias e Secundárias, as quais estão relacionadas às


funções sensoriais e motoras

• Áreas Terciárias, que são encarregadas de interrelacionar os


fragmentos de conhecimento que são específicos das diferentes
modalidades, podendo se tornar coerentes em termos de
experiências, memórias e pensamentos.

Áreas de associação heteromodais


CEM BILHÕES DE NEURÔNIOS
Atlas do Cérebro
Áreas de Associação Heteromodais

1. Área de associação temporoparietal

a) Integra as diferentes modalidades sensoriais contribuindo para o


processo de simbolização;

b) Possibilita o reconhecimento específico de faces, objetos e vozes;

c) Relaciona-se com a praxia, a linguagem, a integração visuomotora, a


geração de planos motores e a atenção e percepção espaciais.
Áreas de Associação Heteromodais

• Ela permite também que se tenha uma imagem das partes componentes do
próprio corpo;

• Um dos sintomas de comprometimento pode ser uma desorientação


espacial generalizada, que faz com que o paciente não mais consiga
deslocar-se de casa para o trabalho e, nos casos mais graves, nem mesma
dirigir-se de uma cadeira para a cama.
Áreas de Associação Heteromodais

Lesões na área temporoparietal


Hemisfério Esquerdo Hemisfério Direito
Deficiência na atenção espacial e
Dificuldade para realizar
na habilidade construcional
operações matemáticas
(desenhos)
Dificuldade para discriminar os Desorientação espacial
próprios dedos generalizada
Dificuldade na percepção espacial Dificuldade de manipulação do
e discriminação esquerdo / direito espaço extrapessoal
Dificuldade na percepção do
Déficits relacionados à linguagem
próprio esquema corporal
(ler, nomear objetos, escrever)
Exames Neuropsicológicos: Gnosias

• Objetivo: Examinar gnosias.

• Capacidade de reconhecimentos específicos de faces, objetos e vozes

1. Gnosia Visual

2. Gnosia Auditiva

3. Gnosia Tátil

3. Gnosia de Lateralidade

4. Reconhecimento de faces

5. Nosognosia
Exames Neuropsicológicos: Praxias

Objetivo: Examinar praxia construtiva e gestual.

• Praxia construtiva
✓ Desenho do Relógio
✓ Cópia dos pentágonos (MEEM)

• Praxia gestual (ideomotora)


✓ Demonstrar determinado movimento a partir de uma ordem
Exames Neuropsicológicos: Cálculo

• Objetivo: Examinar a capacidade de realização de cálculo simples (operações


aritméticas).
• Operações Matemáticas

• 9÷3=
• 7+4=
• 6x5=
• 9–6=
Exames Neuropsicológicos:
Mini Exame do Estado Mental
Questões Pontos Max
1. Em que ano nós estamos? Em que mês? Que dia é hoje do mês? E da semana? Que horas são agora aproximadamente? 5

2. Em que cidade nós estamos? Qual o estado? Que bairro (região, rua aproximada)? Que lugar é este que nós estamos? Que 5
ambiente é este onde estamos agora?
3. Vou lhe dizer o nome de três objetos. Quando eu terminar, quero que repita para mim. [Pausadamente diga: “pente”, “vaso”, 3
“laranja”].
4. Quanto é 100 menos 7? [aguarde o resultado e prossiga]. E este numero menos 7? [fazer esta operação 5 vezes. Atribua 1 ponto 5
para cada resposta certa].
[Se a pessoa não for capaz de fazer esta operação adequadamente ou após as 5 tentativas, interrompa a tarefa e faça uma tarefa
substitua]:
Soletre (diga as letras) da palavra "MUNDO" de trás para frente.

5. Agora quero que o Sr(a) me diga aquelas 3 palavras que lhe falei há pouco. [Cada palavra certa vale 1 ponto] 3

6. Mostre uma caneta e pergunte: qual o nome deste objeto? O mesmo com um relógio. 2

7. Quero que o Sr(a) repita para mim: "nem aqui, nem ali, nem lá". 1

8. Quero que o Sr(a) "Pegue este papel com sua mão direita. Dobre-o ao meio e o ponha sobre a mesa". 3

9. Leia esta frase e faça o que está pedindo: "Feche os olhos". 1

10. Agora quero que faça uma frase [qualquer frase, “a sua escolha”] [Vale 1 ponto se atender ao comando] 1

11. Agora quero que copie este desenho. [Atribuir 1 ponto se o desenho ficar reconhecível, com a interseção das 2 figuras]: 1

193
Áreas de Associação Heteromodais

2. Área de associação pré-frontal (córtex pré-frontal)

a) Integra informações dos sentidos, dos sistemas de memória e de


recompensa;

b) Permite a avaliação emocional das consequências de uma ação,


contribuindo para a formulação de objetivos, planos, estratégias
tomada de decisão e seleção de respostas mais adaptativas para a
sobrevivência e reprodução.

c) Está envolvido no fenômeno da atenção e na detecção de


novidades no ambiente.

Região cerebral relacionada à cognição social, à sociabilidade do


comportamento da espécie.
Áreas de Associação Heteromodais

Sub-regiões da área pré-frontal:

a) Córtex Pré-Frontal Dorsolateral

b) Córtex Pré-Frontal Orbitofrontal

c) Córtex Pré-Frontal Orbitomedial


Áreas de Associação Heteromodais

a) Córtex Pré-Frontal Dorsolateral

• Está envolvido com as funções executivas, a memória de trabalho e


a atenção.
Córtex pré-frontal
dorsolateral
• Lesões nessa região implicam
dificuldades na formulação de
objetivos, seleção de estratégias e
autorregulação, na falta de
flexibilidade comportamental e em
déficits de memória operacional.
Exames Neuropsicológicos:
Bateria de Avaliação Frontal

Objetivo: Examinar funções cognitivas relacionadas ao lobo frontal: Conceituação,


Flexibilidade mental; Programação motora; Sensibilidade a interferência; Controle
inibitório; Autonomia em relação ao ambiente.

• Composto por seis questões:

1. Similaridades
• Categorização - associações conceituais (abstração)

2. Fluência Léxica
• Flexibilidade mental
• Explora a memória semântica por meio da fluência verbal induzida
Exames Neuropsicológicos:
Bateria de Avaliação Frontal

3. Séries Motoras
• Programação
• Organização dinâmica dos atos motores ao realizar ações sequenciais

4. Instruções Conflitantes
• Atenção: sensibilidade à interferência

5. Ir – Não Ir
• Controle inibitório: inibir a primeira escolha e voltar-se para outra
• Flexibilidade mental: adaptar as escolhas às contingências
• Falta de inibição: perseveração

6. Comportamento de Preensão
• Autonomia com relação ao ambiente
• Controle inibitório
• Resposta reflexa
Exames Neuropsicológicos:
Amplitude de Dígitos

Objetivo: Examinar atenção, memória imediata e memória de trabalho.

• Ordem Direta:
✓ Atenção e memória imediata
1ª Tentativa 2ª Tentativa
3 Dígitos 5–8–2 6–9–4
4 Dígitos 6–4–3–9 7–2–8–6
5 Dígitos 7–2–4–3–1 4–5–8–3–6

• Ordem Indireta
✓ Atenção e memória de trabalho
1ª Tentativa 2ª Tentativa
2 Dígitos 2-4 5–8
3 Dígitos 6–2–9 4–1–5
4 Dígitos 3–2–7–9 4–9–6–8
Áreas de Associação Heteromodais

b) Córtex Pré-Frontal Orbitofrontal


• Está relacionado ao controle inibitório do comportamento e ao
processamento de informações emocionais que influenciam o julgamento
e a tomada de decisão.
Córtex pré-frontal
orbitofrontal
• Lesões nessa região produzem a síndrome
da desinibição pré-frontal, que gera
alterações marcantes da personalidade
caracterizadas por comportamentos sexual
e social inadequados, por impulsividade e
perda da capacidade de julgamento, previsão
e insight.
Áreas de Associação Heteromodais

c) Córtex Pré-Frontal Orbitomedial


• Integra o sistema límbico e participa do processamento de informações
importantes para o humor. Também participa de processos de atenção,
sendo importante para a direção da atenção aos objetivos.

• Lesões nessa região ou nas conexões entre


o córtex e os sistemas subcorticais de
recompensa afetam o comportamento
emocional e social deprimindo a motivação,
a vontade e a capacidade para a experiência
emocional.
Lista de Sintomas
Comportamentais e Psicológicos

Objetivo: Informar os sintomas comportamentais e psicológicos atuais no quadro


clínico.

Afeto e Humor
Anedonia Ansiedade Apatia Aumento da Aumento do Avolição
Libido Apetite
Choro Fácil Depressão Desesperança Desinteresse Diminuição Diminuição
da Libido do Apetite
Dissociação Euforia Hipersonia Ideação Ideia de Ideias de
ideoafetiva Suicida Morte Abandono
Impaciência Indiferença Insônia Irritabilidade Jacosidade Labilidade
Emocional
Medo Nervosismo Pessimismo Queixas Ruminação Solidão
Múltiplas de Ideias
Tentativa de Tristeza
Suicídio
Lista de Sintomas
Comportamentais e Psicológicos

Pensamento
Alentecimento Confabulação Delírio de Delírio de Delírio de
psicomotor Ciúme Culpa Roubo
Delírio de Delírio Solilóquios Taquilalia Delírio outro
Ruína Persecutório

Personalidade
Alucinação Abuso de Agitação Agressividade Agressividade
Álcool Hiperativdade Física Verbal
Alucinação Alucinação Alucinação Ilusão
Inquietação
Auditiva outra Visual
Arrogância Compto Compto Retraimento
Inadequado Pueril Afastamento
Isolamento

Não Enquadrados nos Anteriores


Agitação do Gritos Mexe nas Perambulação Sair
Entardecer Chamados Coisas Fugir
Escala de Depressão Geriátrica
• Pseudodemência / Pseudodemência progressiva
• O paciente apresenta com mais frequência queixas detalhadas sobre sua função cognitiva,
magnifica e exagera suas incapacidades e problemas de memória, se angustia significativamente
frente aos seus fracassos;

Você está satisfeito com a sua vida? SIM NÃO

Você abandonou muitas de suas atividades e interesses? SIM NÃO

Você acha que sua vida está vazia? SIM NÃO

Você se sente entediado com frequência? SIM NÃO

Você está de bom humor a maior parte do tempo? SIM NÃO

Você tem medo de que algo ruim vá lhe acontecer? SIM NÃO

Você se sente feliz a maior parte do tempo? SIM NÃO

Você se sente desamparado com freqüência? SIM NÃO

Você prefere ficar em casa em vez de sair e fazer alguma coisa? SIM NÃO

Você acha que tem mais problema de memória que a maioria das pessoas? SIM NÃO

Você acha maravilhoso estar vivo? SIM NÃO

Você se considera uma pessoa sem importância, pelo seu jeito de ser? SIM NÃO

Você se sente cheio de energia? SIM NÃO

Você acha que a sua situação é sem esperança? SIM NÃO


204
Você acha que a maioria daswww.lap-am.org
pessoas está melhor que você? SIM NÃO
Áreas de Associação Heteromodais

3. Áreas relacionadas à linguagem

Embora outras regiões cerebrais estejam envolvidas com a linguagem,


duas são consideradas mais importantes:

a) Área de Broca

b) Área de Wernicke
Áreas de Associação Heteromodais

a) Área de Broca
Área de Broca

Essa área está envolvida com a


expressão da linguagem, com o
planejamento dos movimentos
necessários para a articulação das
palavras.

É aí que são iniciados os padrões


motores especializados para o
controle da laringe, lábios, boca,
sistema respiratório e outros
músculos acessórios da fala.
Áreas de Associação Heteromodais

b) Área de Wernicke
Área de Broca

Possibilita o reconhecimento da
palavra como categoria, da palavra
específica e do seu significado.
Identifica as sílabas da fala e as
palavras, e suas representações são
armazenadas nesse local.
Áreas de Associação Heteromodais

• As conexões entre a área de


Wernicke e a área de Broca
transferem informações
relevantes para a correta
expressão na linguagem.

• Lesões nessas regiões resultam


em afasias (dificuldade para
expressão e/ou compreensão da
linguagem falada e/ou escrita),
que apresentam características
diferentes de acordo com a sua
localização.
Exames Neuropsicológicos:
Linguagem
Objetivo: Examinar diversos aspectos da linguagem.

• Fala Espontânea • Fluência Verbal


✓ Fluência ✓ Semântica
✓ Construção gramatical ✓ Fonêmica
✓ Circunlocução • Leitura
✓ Perda de palavras
• Escrita
✓ Parafasias literais e semântica
• Prosódia
• Compreensão
• Nomeação
• Repetição
Referências

ANDRADE, V. M.; SANTOS, F. H.; ORLANDO, F. A. B. Neuropsicologia hoje. São


Paulo:ArtMed, 2004.
CAXIETA, L. Demência: abordagem multidisciplinar. São Paulo: Editora Atheneu,
2006.
CHENIAUX, E. Manual de psicopatologia. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,
2008.
FUENTES, D. ,et al. Neuropsicologia: teoria e prática. Porto Alegre: ArtMed, 2008.
GIL, R. Neuropsicologia. 2ª Ed. São Paulo: Santos Editora, 2005.
MALLOY-DINIZ, L. F., et al. Avaliação Neuropsicológica. Porto Alegre: ArtMed,
2010.
Contato

jcalchieri@gmail.com
http://www.docente.ufrn.br/alchieri

0xx(84) 91018611

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