Marcella Santos
advocaciasistemica@gmail.com
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8.4 Dimensões do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica ....................................................................... 29
9.0 Disciplinas e competências essenciais ........................................................................................................... 29
10. Quando e como implantar o Modelo em seu escritório ............................................................................... 30
11 Postura e olhar sistêmico do advogado sistêmico: o que significa na prática ............................................... 35
11.1 Princípios que governam a postura do advogado sistêmico ............................................................... 35
11.2 Sobre pensadores sistêmicos e suas práticas ...................................................................................... 36
11.3 Fundamentos das Constelações Familiares ......................................................................................... 36
11.4 Fundamentos do Coaching Sistêmico e PNL ....................................................................................... 37
11.5 Fundamentos da Psicologia Positiva ................................................................................................... 37
MÓDULO III – O Jogo Interno do advogado e sua identificação com o cliente................................................... 38
12. Como nós funcionamos? ........................................................................................................................... 38
13. Níveis de Consciência e Gerenciamento de nossas emoções ................................................................... 41
14. Ambivalência: conflitos entre partes internas e emaranhamentos .......................................................... 43
MÓDULO IV – Práticas Jurídicas Sistêmicas: questões de família ....................................................................... 44
15. Divórcio Litigioso, Alimentos, Guarda, Partilha de Bens e Inventários ......................................................... 44
16. Síndrome da Alienação Parental e a nova lei ................................................................................................ 46
17. Violência doméstica e gênero ....................................................................................................................... 46
MÓDULO V – Práticas Jurídicas Sistêmicas: questões empresariais, institucionais e penais ............................. 47
18. Empresas que não prosperam, não inovam, clientes não fidelizam e funcionários em conflito .............. 47
19. A empresa familiar e a consciência de grupo ............................................................................................ 47
20. Imagens sistêmicas além das descrições analíticas ................................................................................... 48
21. Contratos: hierarquia, pertencimento, equilíbrio ..................................................................................... 48
22. Consultoria jurídica sistêmica fortalece a reorganização empresarial ...................................................... 48
23. Institucionais (Judiciário, ONG, OAB) ........................................................................................................ 49
24. Justiça Restaurativa com olhar sistêmico .................................................................................................. 49
ALGUMAS REFERÊNCIAS UTILIZADAS NO MODELO DE GESTÃO ......................................................................... 50
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APRESENTAÇÃO
É com muita alegria e entusiasmo que apresentamos nosso Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica.
O aprendizado da gestão jurídica sistêmica busca promover o conhecimento e as práticas para o
exercício de uma advocacia cada vez mais estratégica, humanizada e consensual.
Seguindo essa nova atmosfera jurídica, apresentamos alguns aspectos de adequação do uso das
ferramentas e técnicas sistêmicas nos escritórios de advocacia, respeitando as diretrizes e normas do
código de ética e disciplina, bem como preservando a identidade profissional e a competência do
advogado e operador do direito.
Entusiasmados com esse novo modelo sistêmico, apresentamos abaixo os conteúdos, os facilitadores
e os conhecimentos básicos necessários para colocar esse movimento em prática e possibilitar a
construção de novos olhares na advocacia e justiça.
Essa apostila não possui o conteúdo do curso na íntegra, ela apenas tem o objetivo de ativar gatilhos
mentais a cada leitura que você fizer, resgatando memórias do que você experimentou e aprendeu
durante o curso.
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DEFINIÇÕES
Estratégico porque utiliza um Modelo de Gestão em que a vantagem competitiva do escritório está
centrada nas competências relacionais do advogado e nos recursos de visualização sistêmica que
permitem a ampliação de consciência do cliente em relação ao conflito.
Humanizado porque o advogado utiliza o Pensamento Sistêmico ao observar seu cliente como um ser
humano integral, emocional, com seus contextos e relações com todos os envolvidos no conflito. com
um olhar para o todo.
Consensual porque prioriza a reconstrução do diálogo entre as partes e o uso dos meios adequados
de solução de conflitos de interesse, em detrimento do modo litigante focado na solução da demanda.
A Empresa
A Gestão da Advocacia Sistêmica é uma empresa que constrói um ambiente no qual fazemos uma
curadoria de assuntos relacionados ao modo como a advocacia está sendo reconstruída a partir de
uma mentalidade sistêmica.
Nosso foco está na liberdade de pensamento e oferecemos conteúdos, cursos e serviços sem crenças
limitantes ou fórmulas mágicas. Não somos gurus, o que nos move é o propósito de facilitar sua
ampliação de consciência rumo à um posicionamento diante da vida, da carreira e do direito.
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METODOLOGIA
Metodologia é uma palavra derivada de “método”, do Latim “methodus” cujo significado é “caminho
ou a via para a realização de algo”. Método é o processo para se atingir um determinado fim ou para
se chegar ao conhecimento. Metodologia é o campo em que se estuda os melhores métodos
praticados em determinada área para a produção do conhecimento. 1
Nosso objetivo não é dar um treinamento, mas gerar um movimento de aprendizado em grupo, por
processos sistêmicos, organizados, sem necessidade de tempo e espaço definidos para haver
continuidade.
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TRAINERS
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Advogada graduada pela PUCRS, com formação em Psicologia Transpessoal pela
Unipaz-Sul; Constelações Familiares pela Celpi e ABC Sistemas; Constelações
Individuais pelo Instituto Vera Bassoi; Constelações Sistêmicas Dinâmicas –
Gabriela Fornari; Constelações Organizacionais, pela Infosyon; Constelações
Estruturais pela Geiser Works, além de participação em workshops com Bert e
Sophie Hellinger, Guni Baxa, Ursula Franke e Tomas Bryson e Joan Garriga.
OBJETIVOS DO CURSO
▪ Orientar quanto aos princípios básicos das metodologias usadas no modelo;
▪ Identificar aspectos de adequação do uso de ferramentas e práticas sistêmicas nos escritórios
de advocacia, conforme seu código de ética e disciplina;
▪ Ampliar a consciência sobre o quanto um Modelo de Gestão é fundamental ao sucesso do
advogado e prosperidade do escritório;
▪ Iniciar um movimento em grupo em que colegas possam compartilhar suas experiências e
aprender sobre competências relacionais na advocacia;
▪ Apresentar práticas de atendimento humanizado e consultoria jurídica sistêmica como
caminho para solução dos conflitos e demandas jurídicas;
▪ Certificar os advogados com o selo básico da Gestão da Advocacia Sistêmica;
▪ Certificar para o Curso Intermediário Ferramentas de Gestão da Advocacia Sistêmica;
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MÓDULO I – CONTEXTOS GERAIS DA ADVOCACIA SISTÊMICA
8
específicas de gestão de conflitos, os advogados tendem por proteção adotarem inconscientemente
comportamentos que levam a rotinização e desumanização no trabalho.
Nos bancos das faculdades percebemos uma crescente restrição aos sentimentos, uma
valorização da racionalização do conflito com análise e critérios lógicos, tanto com relação as
demandas jurídicas quanto em relação as partes. Aparentemente esse cenário gerou nos advogados
uma identidade autorizada de si mesmo, ao exercerem a advocacia, como um indivíduo desconectado
das próprias emoções e das de seu cliente. Aqui não pretendo generalizar, mas provocar!
Ajudar é uma arte. Como toda arte, faz parte dela uma faculdade que pode ser aprendida e
praticada. Também faz parte dela uma sensibilidade para compreender aquele que procura ajuda;
portanto, a compreensão daquilo que lhe é adequado e, simultaneamente, daquilo que o ergue, acima
de si mesmo, para algo mais abrangente.
Bert Hellinger – Ordens da Ajuda p. 11
Ajudar é uma qualidade humana. Nós ajudamos os outros com prazer porque eles também nos
ajudaram. E quando ajudamos outras pessoas, é também mais fácil tomar o que recebemos deles.
Quando recebemos sem dar algo de volta, é difícil conservarmos aquilo que nos deram. Quando damos
algo de volta, podemos manter o que recebemos, feliz e livremente. Isso é um traço humano universal.
A ajuda profissional é algo totalmente diferente. Se quisermos ajudar os outros em nossa vida
profissional, com a mesma postura com que ajudamos em outras relações humanas, isso se torna
perigoso. Por quê? Em relação à ajuda profissional, por exemplo, nas Constelações familiares, na
Psicoterapia, e ainda na Medicina, (agora no direito)* frequentemente trata-se de vida e morte. E
trata- se de que uma pessoa alcance o seu próprio destino, de modo que possa se desenvolver e crescer,
de acordo com o que lhe é adequado. O amor do espírito p.116 *inclusão desta autora
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2.5 As ordens e desordens da ajuda
As ordens da ajuda das quais falo aqui têm a ver com a ajuda como profissão, não com a
ajuda interpessoal. Há uma diferença entre as duas. A ajuda como profissão é uma arte, uma
habilidade de saber como. Sobretudo, precisamos saber como fazer para não nos deixarmos ser
envolvidos em um relacionamento.
1) A primeira ordem da ajuda consiste em dar apenas o que se tem, e esperar e tomar apenas o
que se necessita.
A primeira desordem da ajuda começa quando uma pessoa quer dar o que não tem, e a outra
quer tomar algo de que não precisa. A desordem também ocorre quando uma pessoa espera e exige
da outra algo que ela não pode dar, porque ela mesma não tem. Mas também quando uma pessoa
não pode dar algo, porque com isso tiraria da outra a responsabilidade por algo que só ela pode ou
deve carregar sozinha ou precisa ou deve fazer. Portanto, existem limites a serem observados no dar
e tomar. Pertence à arte da ajuda percebê-los e se submeter a eles.
3) A terceira ordem da ajuda seria que o ajudante também se colocasse como adulto perante um
adulto que procura ajuda. Com isso, ele recusaria as tentativas do cliente de forçá-lo a fazer o
papel de seus pais.
A desordem da ajuda aqui é permitir que um adulto faça reivindicações ao ajudante como
uma criança aos seus pais, e que o ajudante trate o cliente como uma criança, para poupá-lo de algo
que ele mesmo precisa e deve carregar — a responsabilidade e as consequências.
4) A quarta ordem da ajuda. A empatia do ajudante deve ser menos pessoal, mas sobretudo
sistêmica. Ele não se envolve num relacionamento pessoal com o cliente.
A desordem da ajuda seria, aqui, se outras pessoas essenciais que, por assim dizer, têm nas
mãos a chave para a solução, não fossem olhadas e honradas. A elas pertencem sobretudo as pessoas
que foram excluídas da família, por exemplo, porque os outros se envergonharam delas. Também aqui
o grande perigo é que essa empatia sistêmica seja sentida como dura pelo cliente, principalmente por
aqueles que fazem reivindicações infantis ao ajudante. Pelo contrário, aquele que procura uma
solução, de maneira adulta, sente o procedimento sistêmico como uma libertação e uma fonte de força
5) A quinta ordem da ajuda é o amor a cada um como ele é, por mais que ele seja diferente de
mim.
Dessa forma, o ajudante abre-lhe seu coração, tornando-se parte dele. Aquilo que se reconciliou
em seu coração, também pode se reconciliar no sistema do cliente. A desordem da ajuda seria aqui o
julgamento sobre outros, que geralmente é uma condenação, e a indignação moral ligada a isso. Quem
realmente ajuda, não julga. Ordens da Ajuda p. 11-14
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2.6 Os primeiros passos do advogado sistêmico na ajuda
- Triangulação
A triangulação é o processo da entrada de um terceiro elemento (pai) nas relações até então
diádicas da criança com a mãe. A mãe e o pai precisam ter uma capacidade de triangular, pois isso
gera na criança (+/- 4 anos)a segurança afetiva. A triangulação é um processo que ocorre
automaticamente dentro do desenvolvimento psicológico e vai fazer parte do conceito de identidade.
Uma má triangulação infantil vai gerar no adulto: uma insegurança afetiva nas suas relações
de amor; uma sensação de falsa potência (onipotência); uma eterna sensação de ameaça de perder
seu objeto de amor; uma ilusão de amor incondicional; ciúme patológico.
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Parentificação
Acontece quando há uma inversão de papéis entre pais e filhos, entre subsistemas parental e
filial. Quando um filho assume responsabilidades que acabam por se tornar uma figura parental no
núcleo familiar. Acontece de forma mais visível quando o vemos cumprindo tarefas domésticas ou a
tomar conta de irmãos mais novos, podendo ter contornos mais subtis, quando os filhos assumem a
responsabilidade pelo bem-estar emocional de um dos pais, em detrimento das suas próprias
necessidades. A ilusão de ser solucionador de problemas, leva essas crianças quando adultos
escolherem profissões de ajuda, como psicologia, medicina, consultoria, advocacia etc.
- Identificação
- Repetição
- Substituição
O filho assume o peso do difícil destino de um dos pais. Eu sofro por você, como posso ser mais
feliz que você? Assim, sinto culpa.
O profissional que atua com as dores humanas, seja ele psicólogo, terapeuta, médico,
assistente social, mediador, advogado, juiz - precisa ser competente o suficiente para discernir os
limites da empatia, da humanização, da terapêutica e do atendimento sistêmico com aplicação sóbria
e ética da sua atividade. Isso não ocorre com uma mera aquisição de habilidades, nenhum livro ou
curso é suficiente para ajudar nesse aspecto. É condição prévia ao advogado sistêmico ter clareza das
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dinâmicas de seu próprio sistema, para que quando surgirem questões como as suas ele mantenha o
distanciamento necessário para se abrir e diferenciar-se as forças do sistema do cliente.
Permear nesse equilíbrio da maturidade pessoal, considerando as Ordens da Ajuda de Bert
Hellinger, é um bom começo para quem busca ser um advogado sistêmico, vencer os limites das
doutrinas e estreitar a conexão entre a justiça e o direito.
A Terapia funciona através de experiências emocionais problemáticas, quase sempre do
passado, tomando normalmente uma abordagem lenta a fim de ir descascando as camadas de emoção
para desvendar e, então alterar um desconforto persistente. Com frequência os pacientes da terapia
não sabem do que se trata sua dor e precisam de um espaço muito seguro para investigá-la. Eles
podem ter comportamentos e experiências depressivas, viciadas, imprevisíveis, abusivas ou
obsessivas. A abordagem da terapia é curativa e terapêutica.
A Consultoria é uma área de expertise, resoluções em que o condutor trabalha com problemas
de clientes e os ajuda a encontrar soluções apropriadas. Bons consultores escutam, fazem perguntas
perspicazes e dão respostas práticas a problemas. Normalmente, consultores têm uma ampla e
relevante experiência e fornece conselhos especializados.
A Advocacia é uma atividade dinâmica, de conhecimento técnico e específico, que exige
disciplina e constante aprendizado. A função pública do advogado, na defesa do Estado democrático
de direito, da cidadania, da moralidade pública, da Justiça e da paz social, repercute em seu ministério
privado na forma de um comando ético que lhe obriga a avaliação da conduta profissional,
influenciando na escolha dos interesses a patrocinar.
O advogado sistêmico, tal como o temos concebido, exerce a advocacia como um
técnico/especialista e também como um consultor sistêmico jurídico. Ele não atua como mediador em
seu escritório e nem como terapeuta/constelador. Ele assume o Modelo de Gestão da Advocacia
Sistêmica que promove práticas de atendimento sistêmico, ou seja, muda o modo de atuar, mas não
a natureza do exercício profissional.
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3.0 Projetos atuais - Constelações no Judiciário e na Advocacia
Projetos em que geralmente um juiz coordena uma equipe de consteladores. São vários
formatos, ainda não existe um padrão ou uma linha identificada de pesquisa. Constelações pontuais
com as partes presentes em encontros mensais, em grupo ou somadas à mediação. Geralmente o juiz
separa os processos por semelhança e envia carta convite. Porém, são muitas as possibilidades, além
dessa.
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3.2 Constelações na advocacia
Pensamento Sistêmico aplicado à advocacia não pode ser reduzido ao uso das constelações
familiares, sendo esta uma ferramenta e não uma abordagem. Pensamento Sistêmico compreende
muitos métodos, ferramentas e princípios, todos orientados para examinar a inter-relação de forças
como parte de um todo percebido, considerando que todo sistema segue certos princípios comuns,
cuja natureza está sendo descoberta e articulada.
Diferentemente das constelações no judiciário, na advocacia existe “relação” com a parte, o
advogado a tem como cliente, o contato não é pontual e não se mantém neutralidade diante do
conflito. O advogado representa os direitos de seu cliente e também é seu consultor jurídico.
Por esses motivos e alguns outros éticos/disciplinares não recomendamos que as constelações
familiares sejam “oferecidas” dentro dos escritórios de advocacia. Nossa proposta é que o advogado
em atendimento humanizado, com a competência necessária realize perguntas e alguns exercícios
sistêmicos. Com foco na ampliação de consciência de seu cliente, o profissional faz alguns movimentos
sistêmicos com bonecos e/ou âncoras, mas não constela.
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Ou seja, o advogado possui a competência, postura e olhar sistêmicos e utiliza-os no atendimento com
o cliente como recursos a mais na observação do conflito. Muitos profissionais não concordam com
essa nossa pontuação e realizam as constelações em seus escritórios.
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5.0 O advogado que não se sente pertencente ao sistema
“Quando comecei a atender advogados com o coaching sistêmico, pude perceber que a grande
maioria buscava transição de carreira. O discurso que traziam era muito comum, não se sentiam
confortáveis mais em advogar, devido a agressividade de colegas operadores do direito, da
concorrência desleal, dos prazos das demandas e de como a advocacia não correspondia mais àquela
que sonhou. Todos diziam amar o direito, mas não acreditar na capacidade de aproximação à justiça.
Apresentavam um cansaço relacional, diante de conflitos e desgastes dos processos e da não
obtenção dos honorários suficientes para manter um bom padrão de vida, segundo eles. À medida
que trilhavam o caminho do autoconhecimento distanciavam-se da advocacia. “Não me sinto
pertencente, parece que não é minha turma, não estou conectada com meus colegas e nem com a
forma com que eles pensam e atuam.”
Quando esses advogados tomam conhecimento do uso das constelações familiares no
judiciário, percebem que um movimento diferente acontece em prol da construção da paz. Seguindo
a Lei da Mediação (lei 13.140/2015), a Resolução 125 do CNJ e do novo CPC (lei 13.105/15) que
incentiva métodos alternativos de solução de conflitos. Assim, os advogados sistêmicos apostam nessa
nova postura e olhar no modo de exercer sua profissão, mais alinhados com sua essência. E desde
então seguimos juntos com a aprendizagem em grupo, focados na gestão.” Marcella Santos
Da Atividade de Advocacia
I - preservar, em sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo caráter de
essencialidade e indispensabilidade da advocacia;
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II - atuar com destemor, independência, honestidade, decoro, veracidade, lealdade, dignidade e boa-
fé;
Art. 11. O advogado, no exercício do mandato, atua como patrono da parte, cumprindo-lhe, por isso,
imprimir à causa orientação que lhe pareça mais adequada, sem se subordinar a intenções contrárias
do cliente, mas, antes, procurando esclarecê-lo quanto à estratégia traçada.
O escritório não deve ser visto como um portfólio de serviços jurídicos, mas como um portfólio
de competências sistêmicas. Esse posicionamento têm um impacto profundo sobre o potencial de
crescimento e diferenciação deste no mercado jurídico. Também seguindo a Visão Baseada em
Recursos (VBR) como perspectiva da estratégia que explica a vantagem competitiva a partir dos
recursos e competências distintivos do escritório. Centradas no:
▪ Capital humano: a capacidade intelectual e de relacionamento que pode ser
encontrada nas pessoas, sejam os gerentes ou os trabalhadores de maneira geral.
▪ Capital organizacional: diz respeito a estrutura formal do escritório, a forma como ela
se organiza, suas ferramentas de controle, seus sistemas de coordenação e as relações
informais entre os grupos.
O APRENDIZADO É A ÚNICA VANTAGEM COMPETITIVA
18
7.3 O posicionamento do advogado sistêmico
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A missão do advogado sistêmico não é unir o que está separado em razão de brigas, litígios ou
desavenças, isso foge do papel do advogado, demonstra uma intencionalidade que não cabe a
ninguém e um pré-julgamento de que unido seria melhor, ferindo as Ordens da Ajuda e os princípios
sistêmicos.
Não é missão do advogado sistêmico solucionar conflitos, mas facilitar que seu cliente amplie
sua consciência sobre os contextos em que os conflitos surgiram, sobre quem está envolvido
diretamente e indiretamente, sobre os efeitos das atitudes de todos no sistema, sobre a condição de
fluxo em que algo está de tal forma e não é de tal forma, mas principalmente sobre os padrões
familiares que se repetem geração após geração de forma inconsciente. Compreendemos que o
advogado apenas facilita a solução dos conflitos, pois somente as partes podem solucioná-lo.
Não orientamos que o advogado sistêmico traga a linguagem das constelações aos seus
clientes ou à sociedade, por razões óbvias e coerentes com o exercício da profissão. Da mesma forma
que um psicoterapeuta não fica descrevendo as técnicas e conhecimentos que usa, um advogado
sistêmico não precisa levar a estrutura profunda que utiliza em seu atendimento.
Tratar as “Leis do Amor” como Leis que precedem o Direito Positivado e regem o universo
demonstra falta de contato com a realidade, com o conceito de sistema, com a limitação
epistemológica e falta de capacidade de transcender o conhecimento original de Bert Hellinger.
Procurar por todos os tipos de atalhos mágicos para a expansão de consciência, mais cedo ou mais
tarde, levará às frustrações das fórmulas mágicas, do místico, do Eldorado.
Como aplicador das leis, o advogado sistêmico percebe de que forma as normas jurídicas
positivadas podem beneficiar a liberdade, o respeito, a dignidade, a verdade e integridade do cliente,
e de todo o sistema envolvido no conflito. Atua orientando o cliente naquilo que ele busca, que é
conhecer o seu direito conforme determinações legais, mas vai além, conduz o cliente a olhar para os
objetivos pretendidos com esse direito, sejam eles claros ou ocultos, e também para a outra parte
como detentora de direitos.
Partindo da premissa ética de que o exercício da advocacia é incompatível com qualquer
procedimento de mercantilização, a atuação do advogado sistêmico não deve ser de oferecer ao
cliente constelações, terapias, sessões de coaching ou outra atividade. Quando um cliente busca um
escritório de advocacia ele pretende encontrar um advogado. E é dever do advogado preservar, em
sua conduta, a honra, a nobreza e a dignidade da profissão, zelando pelo seu caráter de essencialidade
e indispensabilidade.
O advogado sistêmico como advogado que é, atua contribuindo para o aprimoramento das
instituições, do Direito e das leis positivadas, estimulando a conciliação entre os litigantes, prevenindo,
quando possível, a instauração de litígios. E para isso, não oferece um produto alheio ao exercício da
advocacia, mas sim emprega os conhecimentos adquiridos como habilidades para prestar um serviço
profissional que permite a expansão da consciência do cliente e a efetivação de seus direitos.
A atuação do advogado sistêmico se mostra muito útil em todos os ramos, em especial no
direito de família. Digo isso, porque se na família, base da sociedade, não houver paz, como podemos
cumprir nosso múnus de defensores da paz social? Como defender um membro familiar em ações
contra outro membro familiar, sem que isso prejudique a paz?
O art. 3° do Código de Ética da OAB diz que o advogado deve ter consciência de que o Direito
é um meio de mitigar as desigualdades para o encontro de soluções justas e que a lei é um instrumento
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para garantir a igualdade de todos. No entanto, muitas vezes, as normas positivadas não alcançam à
compreensão dos clientes de um escritório de advocacia para essas colocações. Vejamos:
- A ação ou execução de alimentos, é suficiente para um filho que não recebe o devido auxílio
alimentar de seu pai ou de sua mãe?
- A ação declaratória de alienação parental acolhe a revolta de um pai, vítima de uma mãe
alienadora?
- A ação de divórcio litigiosa acalenta a mágoa de um cônjuge traído?
Quem atua com direito de família, sente que os processos judiciais muitas vezes só
transportam a dor e o sofrimento de uma parte, com o nome de pedido, em direção a outra parte. E
por mais que o advogado busque orientar o cliente dentro da lei, ele esbarra no muro que se constrói
a partir da demanda judicial. Então, como um advogado sistêmico pode atuar, na medida de suas
competências e habilidades, nessas demandas com temas tão íntimos? E como pode ele favorecer a
pacificação do conflito?
2) Sabe escutar - checagens de clareza, rastreamento, ouvir o não dito, perguntar o não dito,
convite a consciência, comunicação não-violenta.
4) Sabe pensar além dos números - conhece os meios adequados de solução de conflitos e
sugere a seus clientes como possibilidade viável quando compreende ser assim, valoriza mais a
qualidade do que a quantidade;
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6) Sabe antecipar o futuro - as experiências do passado já não servem tanto quanto antes para
os contextos futuros, devido as aceleradas mudanças de tecnologia e mercado;
7) Sabe lidar consigo mesmo e com os outros - está constantemente performando suas
competências relacionais;
8) Sabe buscar a origem do conflito - considera contextos, nunca um fato isolado. Da parte
para o todo, compreende as conexões e padrões envolvidos;
9) Sabe ser um verdadeiro líder - liderança inspiradora que valoriza o exemplo e o profissional
em todas as suas dimensões;
O marketing jurídico segue os princípios sistêmicos e será mais bem detalhado dentro do
Modelo de Gestão, por enquanto é importante compreender como o advogado posiciona-se ao
assumir nos seus contextos a sistêmica como linha de trabalho.
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O aprendizado é a única vantagem competitiva:
▪ Valor
▪ Raridade
▪ Dificuldade de imitar
▪ Dificuldade para substituir
Comunicação:
Espaço preparado para criar um meio físico, digital, estético e psicológico, próprio para o
exercício de atividades humanas; O ambiente gera posicionamento na mente do cliente:
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Sugestão de um site adequado ao estatuto www.avilabastosadvocacia.com.br
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MÓDULO II – Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica
É o modo como o escritório organiza seus serviços, estruturas, pessoas, identidade e propósito,
seguindo um conceito, no nosso caso a abordagem sistêmica. O escritório possui “uma alma”.
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8.2 O que é Gestão da Advocacia Sistêmica?
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Em essência o advogado sistêmico desenvolve novas:
▪ Habilidades e capacidades
▪ Percepções e sensibilidades
▪ Crenças e significados
▪ Posturas e comportamentos
Humanizado porque o advogado utiliza o Pensamento Sistêmico ao observar seu cliente como
um ser humano integral, emocional, com seus contextos e relações com todos os envolvidos no
conflito. com um olhar para o todo.
Consensual porque prioriza a reconstrução do diálogo entre as partes e o uso dos meios
adequados de solução de conflitos de interesse, em detrimento do modo litigante focado na solução
da demanda.
Advocacia Sistêmica é muito mais que isso. Estamos aprendendo em grupo a cada
dia, fazer parte de algo transformador, com pessoas que compartilham a mesma missão e propósito.
Nós apenas criamos um espaço, uma oportunidade dos advogados sistêmicos se encontrarem e
colocarem em prática aquilo que acreditam. O Modelo de Gestão orienta a resultados e dá um suporte
importante não posicionamento de mercado e atendimento ao cliente.
▪ Constelações Familiares;
▪ Coaching Sistêmico;
▪ Programação Neurolinguística;
▪ Consultoria Sistêmica;
▪ Psicologia Positiva.
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8.4 Dimensões do Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica
A Gestão da Advocacia Sistêmica é exercida por advogados sistêmicos, àqueles que atuam com
um olhar e uma postura baseados no pensamento sistêmico aplicado em três dimensões:
Nível Individual
O Jogo Interno do advogado é parte fundamental nesse processo. O autoconhecimento e o
reconhecimento dos padrões inconscientes que dirigem o comportamento traz centramento e paz a
esse profissional. Todo profissional da ajuda precisa compreender suas questões pessoais e familiares
para manter um distanciamento e diferenciação do que é seu e do que é do outro, assim torna-se
seguro para seguir as forças dos sistemas sem resistência.
São 04 disciplinas e 04 competências referentes:
Nível Escritório
Seus escritórios têm se posicionado no mercado jurídico seguindo as diretrizes da gestão
sistêmica. Buscamos orientação na proposta de Senge: “As organizações que aprendem são aquelas
nas quais as pessoas aprimoram continuamente suas capacidades para criar o futuro que realmente
gostariam de ver surgir”. E é nesse movimento que estamos, de co-criar um Modelo de Gestão, que
facilite resultados sustentáveis para os escritórios de Advocacia Sistêmica.
Nível Coletivo
A competência do escritório de advocacia é resultado das escolhas e atitudes de quem o
compõe, tais comportamentos são diretamente influenciados pela cultura organizacional, que deixa
claro o sentimento do que é apropriado ou não. Assim, estrutura-se um modelo mental coletivo e a
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cultura torna-se a base de recursos individuais articulados com os coletivos, compreendendo todos os
sistemas que o escritório e seus advogados participam.
▪ Quando?
No momento que sentir-se alinhado ao paradigma sistêmico.
Pensamento sistêmico é considerado o novo paradigma da ciência. Uma forma de olhar para
os sistemas e seus elementos observando suas conexões, padrões e relações. Uma postura e nova
mentalidade que compreende o significado como construção de uma realidade percebida, a função
de cada indivíduo e os efeitos de seus comportamentos nos diversos sistemas.
O pensamento cartesiano, apresenta o linear, o mecanicismo, o individualismo, o racionalismo,
as verdades absolutas, a dualidade, a separação, o certo e errado, a crença do controle, a ditadura da
lógica, a competição como melhor caminho para a obtenção de resultados e a meritocracia como
valorização do profissional.
Esse modelo não pode ser excluído ou julgado como ruim, por muitos anos ele serviu ao
sistema e principalmente ao desenvolvimento industrial e tecnológico, também ao direito e a
advocacia. O movimento atual propõe a ampliação de consciência para integrar cada vez mais a
abordagem sistêmica nessa nossa era quântica e intuitiva, que olha para o todo e para os
relacionamentos.
Somos seres relacionais e limitados em nossos entendimentos, porém com a abordagem
sistêmica aplicada aprendemos a observar possibilidades e assim saímos do piloto automático. A
realidade agora passa a ser percebida como um ponto de vista do observador em decorrência do
tempo, espaço, contextos, experiências, crenças, memórias e bagagens conscientes e inconscientes
do sistema familiar.
Aqui o advogado sistêmico olha para dentro, para o seu jogo interno – suas crenças, suas
emoções, sentimentos, memórias, experiências e padrões comportamentais. Sistemicamente a
compreensão dos seus próprios emaranhamentos (dinâmicas ocultas) é fundamental para um novo
olhar e postura na advocacia.
Quais são as prisões de nossa mente? Somos aprisionados no único lugar que poderíamos ser
completamente livres, nossas mentes! Crenças limitantes nos impedem de viver plenamente. São
nossos modelos mentais que nos conduzem, portanto queremos mantê-los no positivo, no potencial,
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abertos as mais diversas possibilidades que a vida nos dá. O que coloca você pra baixo? Quais tipos de
pensamentos tem mantido na mente? O que tira sua força? O que você acredita sobre isso?
Quem o escritório quer ser? Onde quer chegar? Qual a razão de ser do escritório e como ele age
para alcançar seus objetivos?
O Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica influencia diretamente a identidade e cultura do
escritório, sendo fundamental para o atingimento dos resultados desejados. Formado a partir dos
processos de socialização, mudanças de crenças, valores e princípios dos sócios, é considerado como
o conjunto de normas e princípios que devem orientar os advogados em seus comportamentos,
posturas e atitudes diárias no cumprimento da missão rumo à visão compartilhada.
Todas atividades do escritório consomem recursos e geram serviços. A maneira de exercer a
advocacia sofre influência direta das crenças e valores implícitos, as regras do jogo, atitudes,
comportamentos, hábitos e costumes naturais das relações humanas. Desta forma, a identidade do
escritório impacta nos níveis de eficiência e eficácia do advogado, ao orientarem o caminho e a
importância das variáveis inerentes à sua atividade.
As necessidades individuais precisam encontrar ressonância na visão do escritório, assim como
deve existir em equipe uma mesma necessidade compartilhada que encontra sua conexão com a
visão. Os sócios são responsáveis pela co-criação da visão do escritório e esta deve partir de suas visões
pessoais.
O valor dos honorários cobrados tem relação direta com a permissão interna que o advogado
sistêmico possui para receber e como ele lida com o dinheiro. Vale considerar o que Bert Hellinger
chama de compensação:
“Quando recebemos algo dos outros, por mais belo que seja, perdemos
nossa independência e inocência. Ao receber algo, nos sentimos em
dívida com o doador. Experimentamos essa dívida como desconforto e
pressão, e procuramos nos livrar desta pressão dando algo de volta.
Nada se toma sem esse preço.”
Conhecemos três atitudes típicas para alcançar ou manter essa
condição de inocência. A primeira é:
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O desligamento
Alguns pretendem preservar a inocência negando-se a entrar no jogo.
Preferem fechar-se a tomar, pois não ficam obrigados. Essa é a inocência
dos que não jogam, não querem sujar as mãos e, por isso,
frequentemente se consideram especiais ou melhores. Entretanto, eles
vivem restritos e, nessa mesma medida, sentem-se descontentes e vazios.
Encontramos essa atitude em muitos depressivos. Sua recusa em tomar
se dirige sobretudo a um dos pais ou ambos. Posteriormente estendem
essa recusa às outras relações e às coisas boas deste mundo. Essas
pessoas justificam essa recusa alegando que o que receberam não foi o
certo ou não foi o suficiente. Outros justificam sua recusa, apelando para
os defeitos da pessoa que deu. Entretanto, o resultado é sempre o
mesmo: permanecem paralisados e sentem-se vazios.
A abundância
O efeito oposto pode ser notado nas pessoas que conseguem tomar seus
pais como são, e tudo o mais que eles lhes dão. Experimentam essa
atitude como um afluxo constante de energia e felicidade, que também
os capacita a manter outras relações, onde também dão e recebem
abundantemente.
O ideal de um bom ajudante
Uma segunda maneira de experimentar inocência é a reivindicação que
faço em relação a outros, quando lhes dei mais do que eles a mim. Esse
tipo de inocência é geralmente passageira, pois logo que recebo do outro
uma compensação, a minha reivindicação cessa.
Algumas pessoas, porém, preferem obstinar-se em seu direito de cobrar
a receberem de volta algo do outro. Adotam o lema: "É melhor você ficar
devendo do que eu". Essa postura, encontrada em muitos idealistas, é
conhecida como "o ideal de um bom ajudante". Contudo, tal liberdade
de obrigação é inimiga dos relacionamentos, pois aquele que se limita a
dar apega-se a uma superioridade que só pode ser transitória, pois de
outra maneira não existe equilíbrio no relacionamento. E os outros não
querem ter mais nada daquele que não quer tomar nada, afastam- se ou
ficam zangados com ele. Esses "ajudantes" permanecem solitários e
frequentemente se tornam amargos.
A troca
A terceira e mais bela forma de experimentar inocência é o alívio depois
da retribuição, quando igualmente tomamos e demos. Essa alternância
entre o dar e o tomar se processa entre os envolvidos: quem recebe algo
de alguém retribui-lhe com algo equivalente.
Bert Hellinger – Ordens do Espírito – p.15
Honorários são devidos e não constituem doação, mas direito legítimo pelo trabalho prestado.
Observe se inconscientemente você repete um destes padrões no dar e tomar.
Não orientamos que condicione valor específico para o atendimento humanizado, ou qualquer
movimento que sugira honorários diferenciados pelo uso dos exercícios sistêmicos na advocacia.
Sendo a precificação única realizada pelo o que o escritório considera justo quando a especialização e
competência do advogado e serviços prestados.
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▪ Sobre colaboradores e parceiros sistêmicos
A advocacia sistêmica é um termo novo, embora a prática como atendimento humanizado com
base em competências não seja. Dessa forma é natural que um conceito tenha diversas interpretações
e possibilidades. Nem todos os nossos clientes tem interesse em “levantar uma bandeira” e utilizar o
nome para posicionar-se no mercado jurídico, justamente por medo de serem comparados com
movimentos mais extremos e por ventura colocarem seus nomes em risco.
Independente de usarem o termo ou não, uma comunicação eficaz sobre o que significa
assumir um Modelo de Gestão da Advocacia Sistêmica é imprescindível. Primeiro com sócios,
colaboradores e parceiros. É preciso ter clareza do que exatamente significa esse posicionamento e
buscar compreender se eles estão compartilhando dos mesmos propósitos.
Não é incomum apenas uma parte ter interesse e isso ocorre pela falta de transparência na
comunicação, pela explicação subjetiva que geralmente é dada. Sabemos que cada um de nós tem um
perfil de aprendizado e crenças que direcionam nosso comportamento, assim escolher o ambiente,
as palavras e as intenções adequadas ao apresentar a nova proposta estratégica é decisivo.
Sugerimos uma divisão didática que serve ao aprendizado, pois no fundo não há essa
separação. Não existe uma regra ou uma receita para o atendimento e consultoria, apenas pontos de
atenção e competências essenciais.
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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica
✓ Acessar estados
✓ Não julgamento
✓ Pensar em possibilidades
✓ Observar Modo Testemunha
✓ Eliciar um Ambiente Seguro
✓ Promover a Autonomia do cliente
✓ Respeitar as dinâmicas do sistema do cliente
✓ Seguir as Ordens da Ajuda com consciência
✓ Estabeler Rapport (conexão emocional)
✓ Estabelecer frames
✓ Estabelecer bases para o diálogo
✓ Escutar ativamente a estrutura
✓ Identificar metaprogramas
✓ Identificar sistemas representacionais
✓ Identificar perfis comportamentais
✓ Elaborar Meta-perguntas
✓ Dar e receber feedback
✓ Juntar coisas que estavam separadas
✓ Fazer circular o efeito sobre a causa
✓ Não dissociar a parte do todo.
✓ Perceber o que está relacionado no sistema
✓ Perceber o que está excluído no sistema
✓ Perceber onde existe desequilíbrio no sistema
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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica
1. O advogado sistêmico sabe que tudo começa com seu “jogo interno”;
5. O advogado sistêmico compreende que não existe uma verdade única, mas
construções subjetivas de acordo com cada contexto;
12. O advogado sistêmico faz enquadramentos que orientam o cliente sobre as “regras
do jogo”, trazendo um sentimento de segurança e respeito entre todos;
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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica
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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica
entre outros. Não julgamento há moral que diz: “eu tenho mais direito a pertencer que
vocês”. Todos fazem parte independente do que tenham cometido. Quando alguém é
excluído, o sistema compensa nas gerações posteriores, como forma de reintegração.
Ordem/hierarquia: Este princípio não está ligado ao fato de que um é melhor ou
pior que outro, mas que cada um ocupa um lugar e tem seu papel dentro do sistema.
Aquele que veio primeiro tem precedência sobre os demais. O relacionamento dos pais
vem em primeiro lugar. Os filhos mais velhos doam mais, o mais novo recebe mais. Os
pais vêm antes dos filhos e estes tomam a vida de seus pais para poderem passar aos
seus filhos. Quando alguém ocupa um lugar que não é seu, como por exemplo, de pai
dos pais há um desequilíbrio, e o indivíduo também tem dificuldade de entender a
hierarquia em outros sistemas.
Dar e tomar: funciona como a lei da compensação. Aquele que dá, também
espera receber algo em troca, e assim fluem os relacionamentos. Como numa dança
onde há sintonia entre as pessoas. E segundo as leis sistêmicas, significa tomar por
inteiro com de bom e ruim, e ao preço que custou a ambos. Em relação aos pais vemos
filhos que não aceitam a vida de seus pais, ou acreditam que não receberam o suficiente
ou ainda querem receber apenas o que considera bom. Compreende-se que o respeito
às leis sistêmicas traz soluções para conflitos, transforma relações e cura os sistemas.
O Coaching Sistêmico é uma abordagem que inclui diversas técnicas como a PNL,
para ressignificação e integração de recursos; a Hipnoterapia, para acesso ao
inconsciente; as constelações familiares, para entender os emaranhados que impedem
o indivíduo de dar os passos necessários à mudança; trabalhos energéticos como a
cinesiologia, para indicar a dificuldade registrada no corpo. Com ele podemos identificar
o que cada cliente precisa em cada fase do seu processo, percebendo padrões e crenças
limitantes, para liberar seus potenciais, promover novos modelos mentais, atingir alta
performance e flexibilidade para lidar com os desafios na vida pessoal e profissional.
1. Sabedoria e conhecimento
2. Coragem
3. Amor e humanidade
4. Justiça
5. Temperança
6. Espiritualidade e transcendência
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Valores Pessoais
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Sempre atentar:
Separação e divórcio
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Raiva (a raiva sempre esconde a dor – devemos ter isto em mente – aquele que
tem muita raiva, que odeia o outro, que faz de tudo para perseguir e prejudicar o outro
[a alienação é um destes exemplos] esconde muita dor, que precisa ser olhada, aceita e
vivenciada)
Estes sentimentos escondem dores da criança ferida – não foi seu pai/mãe que
te rejeitou/abandonou
O conflito é apenas uma das formas de manutenção do vínculo – o processo é o
elo.
O que este conflito está tentando equilibrar entre aquelas pessoas e aqueles
sistemas?
Precisamos ver o conflito como uma função.
Olhar as feridas com um olhar diferenciado, os piores sentimentos das pessoas
são aflorados justamente para que chegue no ponto máximo, “onde está tão ruim que
só caberia melhorar”.
Guarda dos filhos
▪ O ideal é que o filho fique com o genitor que tem mais respeito pelo outro
▪ Alguém olha para as crianças?
▪ Quais as minhas crenças como advogado?
▪ As mulheres cuidam melhor? Os homens não sabem cuidar tão bem?
Alimentos
▪ Uma demanda por alimentos pode esconder uma demanda por amor/conexão
▪ O parceiro que quer dar tudo para não se incomodar, age de onde?
▪ Novamente, quais minhas crenças a este respeito?
▪ O não pagamento de pensão autoriza cortar as visitas?
▪ O que é melhor para a criança?
▪ Porque um pai abandona?
▪ Ele tinha autorização interna ou externa para ficar perto?
Adoções/multiparentalidade
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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica
Exclusão/parentificação/triangulação
Pai e mãe como função (independente de gênero ou papel cultural)
O amor cego da criança faz ele ficar leal àquele que tem menos suporte emocional, o que mais
precisa de ajuda.
“O que é dos grandes fica com os grandes, nós temos nossas questões, mas damos conta,
fique apenas com o que lhe cabe”
Muitos advogados “compram” a briga de gênero, acusando leis como a da alienação parental
de serem uma afronta e um perigo contra as mulheres, porquê? O que existe neste sistema de
tão grave e doloroso? Sempre é primeiro conosco. Idem casos de abuso. Algumas pessoas
trazem padrão de vítima e apenas se relacionam com agressores ou vice-versa.
Mônica (nome fictício), 29 anos, casada há dez com Wilson, com quem tem duas filhas (...)
“Minha avó dizia pra minha mãe que o melhor é ter muitos filhos homens, pois as filhas
mulheres dão muito trabalho e só trazem frustrações. Eu tive problemas de aprendizagem na
infância e minha mãe sempre dizia que eu nunca ia ser nada na vida, pois nem estudar eu não
conseguia. Tive um casamento que deu em divórcio e esse outro que vai de mal a pior e minha
mãe sempre dizia que eu não ia servir como esposa e que sempre teria algo para reclamar do
casamento, do marido, da casa, dos filhos, etc. (...) Ele só me bateu realmente quando eu tava
grávida da Isadora e aí foi pra valer e me fez lembrar muito da minha vida na casa da minha
mãe e do meu primeiro marido. Neste dia, vi que a coisa deveria ser comigo, pois sempre
apanhava em qualquer relacionamento e vi que cabia a mim estar evitando a todo custo irritar
o Wilson, para que ele nunca mais me batesse.(...) A primeira vez que falei em separação ele
me deu um murro, me jogou no chão e disse que nunca iria deixar que eu fosse embora. Disse
que eu ainda estava muito nova e bonita e que só me largaria quando eu estivesse cheia de
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Curso Básico: Gestão da Advocacia Sistêmica
muxibas. Fiquei enfurecida com ele e parti pra cima dele, gritando e dizendo que eu não o
queria dentro de casa, que a casa era minha e que eu não tinha medo dele. Ele então me
agarrou por trás, me imobilizou e disse bem baixinho no meu ouvido que se eu o largasse ele
me mataria de uma forma bem dolorosa e que ninguém ia saber que tinha sido ele. Fiquei em
pânico (...) As outras vezes que falei em separação já me sentia mais forte e estava preparada
para denunciá-lo pelas ameaças, mas ele agiu de diferente. Agarrava na minha perna de
joelhos e chorava, pedia perdão, dizia que ia melhorar, que nunca mais iria me bater ou brigar
comigo e até procuraria ajuda psicológica (...) eu acabava cedendo, e no dia seguinte ambos se
comportavam como se nada tivesse acontecido.” (Trecho retirado de RIBEIRO, Maria Alexina e
BAREICHA, Izabel Cristina. Investigando a transgeracionalidade da violência intrafamiliar. In PENSO, Maria
Aparecida e COSTA, Liana Fortunato. A transmissão geracional em diferentes contextos. São Paulo:Summus, 2008.
p.258.)
18. Empresas que não prosperam, não inovam, clientes não fidelizam e funcionários
em conflito
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