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A forja de Deus

Atualmente poucas pessoas sabem o que significa uma forja. Trata-se de um


mecanismo muito antigo utilizado por ferreiros e outros artífices para trabalhar e
modelar metais, em especial o ferro, na fabricação de ferramentas, armas e outros
utensílios. Com a industrialização o ferreiro foi aos poucos perdendo espaço, de modo
que é raro encontrar tal profissional nos nossos dias. Contudo, o ferreiro foi um
profissional muito respeitado e importante já que a descoberta das técnicas para
transformar o ferro em armas e ferramentas representou uma verdadeira revolução. Tal
revolução que ficou conhecida como a Idade do Ferro ocorreu entre 1300 a 1200 a.C.,
de modo que a profissão de ferreiro é uma profissão muito antiga.

Mesmo com o advento da indústria e da moderna tecnologia, o trabalho artesanal


do ferreiro, embora raro, é ainda respeitado, basta citar como exemplo, as famosas
espadas japonesas que são feitas por ferreiros especialistas, que com uma perseverança
e dedicação fora do comum fabricam verdadeiras obras primas. Perseverança! Esta é a
palavra chave na vida do ferreiro. Sem muita persistência e muito suor um ferreiro não
consegue fabricar coisa alguma, uma vez que tem de enfrentar o calor do fogo que
funde o metal e golpeá-lo até adquirir a forma desejada e necessária.

Além do calor do fogo e dos golpes de martelos que são característicos na


profissão do ferreiro existe um fator menos perceptível, mas, não menos fundamental no
ofício: O ar, o vento carregado de oxigênio que fornece a temperatura necessária para
fundir o metal. Mas, a esta altura alguém pode estar pensando: qual é a razão deste
assunto num artigo bíblico?

A Bíblia tem uma belíssima literatura, herança de culturas antigas detentoras de


uma sabedoria que infelizmente conhecemos muito pouco. É engano grande pensar que
atualmente somos mais sábios do que os povos antigos. É verdade que possuímos um
conhecimento e uma tecnologia que eles não dispunham, mas, sabedoria é muito mais
do que tecnologia. Aliás, muitas coisas que as civilizações antigas fizeram e construíram
não somos capazes de reproduzir nos nossos dias, não obstante nossa técnica moderna.
Os textos bíblicos atestam a sabedoria dos povos antigos, especialmente no que diz
respeito à literatura. Os autores sagrados souberam muito bem unir informações
históricas e alegóricas cujo objetivo era, e continua sendo, nos passar uma mensagem
inspirada pelo próprio Deus. Tal mensagem tem como base fatos históricos, em alguns
casos, e fatos teológicos noutros episódios, usando parábolas e símbolos, mas,
igualmente importantes. É neste mundo da simbologia bíblica que entra a forja de Deus.

Depois da criação do ser humano o autor sagrado nos informa que a vida
seguindo a ordem do criador se multiplicou e estes “primeiros filhos” da humanidade
receberam nomes muito especiais: Caim e Abel. Nestes nomes temos um recado do
criador e a razão do título deste artigo.
Na literatura bíblica praticamente cada nome próprio tem um significado, uma
verdadeira identidade. Os primeiros filhos gerados por Adão e Eva não podiam ter
nomes diferentes, a vida humana estava apenas começando, e desde o início Deus nos
deixou sua mensagem para que fôssemos seus colaboradores, sua própria imagem e
semelhança, portanto, perseverantes em toda empreitada. Contudo, jamais deveríamos
nos esquecer que somos sopro de vida, não somos deuses. Caim e Abel dizem com seus
nomes exatamente isto. Caim é um som que em português chamamos de som
onomatopéico, isto é, um som que por si já revela uma realidade. Por exemplo, quando
uma criança diz “miau” ela está falando do gato e este som é universal. O gato brasileiro
e o gato chinês fazem miau do mesmo jeito. Existem muitos sons universais que não se
prendem às barreiras das línguas ou do tempo. Caim é um destes sons. O nosso ferreiro
comentado no início deste artigo ao golpear o metal aquecido pelo fogo produzia o
seguinte som: Caim! Caim! Caim! É o som do martelo na bigorna. Este som revela que
existe um ferreiro trabalhando, persistente. Caim significa aquele que bate, ou aquele
que é persistente. Deus usou o som da bigorna para nos ensinar que precisamos ser
persistentes, todos temos que ter um pouco de Caim. Porém, o recado do Criador
continua: a vida humana não pode ser somente Caim é preciso ser também Abel. Abel
significa sopro, vento. É a mensagem de Deus nos exortando: sejam persistentes (Caim)
e não esqueçam que vocês não são deuses são apenas sopro de vida (Abel). Esta é a
estatura do homem pensado por Deus, persistente em seus empreendimentos, mas, sem
perder a ternura de uma brisa e a consciência de que somos como vento que passa.

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