FacebookTwitterWhatsApp
Fala tecladista! Aqui é o Ramon Tessmann para mais uma excitante aventura
nas terras do Campo Harmônico!
Nesta página você se deparará com um artigo único, que desvendará de uma
vez por todas os mistérios e segredos em torno do assunto Campo Harmônico.
Aqui tem tudo o que você precisa saber para dominar o assunto e elevar
incrivelmente seus conhecimentos musicais.
Não vou esconder nada. Tô pronto para abrir o baú do tesouro. 🙂
Será uma longa jornada em alto mar, porém divertida e interessante. Você
não se arrependerá ao chegar ao final da leitura (são e salvo, espero!). Desejo
que você curta muito a viagem.
Aviso: antes de partirmos quero recomendar fortemente que você continue os
estudos com o curso Piano Prime, que ensina você a tocar de forma tão
fascinante que deixará as pessoas ao seu redor emocionadas. Clique aqui
para ver uma demonstração.
Tudo pronto?
#2 O QUE É CAMPO
HARMÔNICO?
Simplesmente, porque vai ser mais fácil para você compreender o conceito de
Campo Harmônico. Os membros de uma família possuem o mesmo DNA,
compartilhando as mesmas informações genéticas (nem sei se estou usando os
termos científicos corretos, mas você captou a ideia).
Isso quer dizer que essas pessoas estão ligadas geneticamente, ou seja, elas
têm algo em comum. Essa “ligação de sangue” faz com que elas pertençam à
mesma família.
De um certo modo, essa é a mesma explicação que eu poderia usar para que
você entenda com clareza o que é Campo Harmônico.
Campo Harmônico nada mais é do que uma linda família em que impera a
paz e a harmonia (entendeu o trocadilho?).
O Campo Harmônico é composto por vários membros que têm uma profunda
ligação entre si. Esta ligação não é uma ligação por sangue, mas sim
uma ligação por notas. As notas musicais em comum são como o DNA da
família.
E eu nem preciso dizer o quando a família Campo Harmônico é unida. É uma
das famílias mais “harmônicas” que eu conheço… se é que você me
entende rsrsrs
“Ok, Ramon… já entendi que o Campo Harmônico é uma família. E agora?”
Agora você precisa conhecer os 4 principais membros desta família.
2.2 Os 4 irmãos
Imagine quatro irmãos, chamados João, José, Josimar e Jacinto. Cada um
destes quatro irmãos tem igualmente sete filhos.
Coincidência da vida? Inveja? Não sei. Só sei que na música é assim: sete
filhos para cada pai!
“Como assim, Ramon?”
O Campo Harmônico é um conjunto de acordes que são formados a partir de
determinada escala. Nós temos quatro escalas que são pilares:
Escala maior.
Escala menor natural.
Escala menor harmônica.
Escala menor melódica.
Estas quatro escalas são os quatro irmãos João, José, Josimar e Jacinto. Se
cada um destes irmãos tem sete filhos, cada uma das escalas estruturais terão
sete acordes, que comporão seus respectivos Campos Harmônicos.
Então, teríamos quatro Campos Harmônicos como base:
Campo Harmônico Maior.
Campo Harmônico Menor Natural.
Campo Harmônico Menor Harmônico.
Campo Harmônico Menor Melódico.
Podemos assim concluir que Campo Harmônico é o conjunto de acordes
formados a partir de uma certa escala, sendo o mais conhecido deles o
Campo Harmônico Maior.
Esta história do João, José, Josimar e Jacinto está dando pano pra manga, né?
Mas não preocupe, acredito que você nunca mais se esquecerá deles (e dos
quatro Campos Harmônicos). Essa é a ideia 🙂
Se ainda ficou confuso, vou tentar explicar através de uma outra abordagem.
2.3 Acordes “Tolerados”
Estes acordes que são mais frequentes são os “Acordes Permitidos”, ou seja,
eles provavelmente fazem parte da “família de C”. Esta família nada mais é do
que o Campo Harmônico de C.
Sem o conhecimento sobre Campo Harmônico seria muito difícil você saber
quais são os acordes mais comuns de uma tonalidade. Resumindo: ficaria
muito mais complexo você compreender harmonicamente as músicas.
Imagine você ter que lidar com milhares de acordes, sem saber qual é a
relação entre eles?
Seria uma tarefa hercúlea. Mas para felicidade geral podemos conhecer os
Campos Harmônicos na prática e é isso que veremos a seguir.
É agora que a viagem fica mais séria. Mas também, mais emocionante!
Prepare-se!
#3 FORMAÇÃO CAMPO
HARMÔNICO MAIOR: TRÍADES
dó – ré – mi – fá – sol – lá – si
“E agora, Ramon?”
É justamente em cima destas notas que vamos construir os acordes do Campo
Harmônico Maior de C. As notas em comum (todas pertencentes à mesma
escala diatônica) é o DNA dos acordes. É o que faz deles uma só família!
E se você estava ansioso por um pouco de ação chegou o momento. Nós
vamos montar os Campos Harmônicos passo-a-passo para que você não fique
com nenhuma dúvida.
Eu não disse que seria fácil? Mas calma, lá frente vai complicar um
pouquinho. Por isso estou indo devagar.
Uma observação: o que caracteriza o acorde ser maior ou menor é a sua terça.
Se a terça for maior, o acorde é maior. Se a terça for menor, o acorde é
menor.
Caso seja complicado demais para você compreender estude os intervalos
musicais.
Agora chegou a hora de encontrarmos as outras tríades do Campo Harmônico
de C.
dó – ré – mi – fá – sol – lá – si
O segundo acorde que temos é o Dm (Ré Menor). Veja na escala:
dó – ré – mi – fá – sol – lá – si
Apenas estou isolando os graus 1, 3 e 5 e identificando o tipo do acorde.
Simples assim!
C – dó mi sol
Dm – ré fá lá
Em – mi sol si
F – fá lá dó
G – sol si ré
Am – lá dó mi
B˚ – si ré fá
Note que o sétimo acorde se trata de um acorde diminuto, ou seja, uma tríade
diminuta, que tem a terça menor e a quinta diminuta. Dentro do estudo de
harmonia musical este acorde é bem peculiar, mas você não precisa se
preocupar com ele neste momento.
Apenas se preocupe em entender como chegamos a cada um dos acordes do
Campo Harmônico de C.
Vamos visualizar agora uma tabela com todos os acordes do Campo
Harmônico que construímos:
De uma certa maneira, estes acordes estão definindo a tonalidade da música.
Provavelmente, você já deparou com alguém dizendo algo parecido com:
“Em que tonalidade vamos tocar essa música?”
Fazer esta pergunta é o mesmo que perguntar:
Mas é daqui pra frente que a coisa começa a subir de nível. Quando
começamos a trabalhar com tétrades e posteriormente partirmos para os outros
Campos Harmônicos é que a maioria dos músicos fica para trás.
Mas tenho certeza que não vai ser o seu caso. Você não vai desistir bem agora
que vamos começar a abrir o baú do tesouro. Fique comigo até o final da
jornada!
ESTÁ GOSTANDO DO ARTIGO? Se sim, aproveite para assinar nossa
lista VIP porque assim você não perde nenhum conteúdo novo. Clique aqui
para assinar agora. É rápido e grátis!
#4 FORMAÇÃO CAMPO
HARMÔNICO MAIOR: TÉTRADES
4.1 Formação: tétrades
Vou começar abrindo o baú do tesouro dizendo que a formação das tétrades
é muito parecida com a formação das tríades. Portanto, se você
compreendeu bem os conceitos que vimos anteriormente já tem muito
caminho andado.
Até aqui nós já montamos as sete tríades do Campo Harmônico de C. Para
transformar estas tríades em tétrades basta adicionar mais um intervalo de
terça após a última nota(quinta) de cada acorde. Lembrando que todas as
notas precisam pertencer à escala diatônica.
Então, considere a tríade de dó:
dó – mi – sol
Se eu quiser estender o acorde, posso acrescentar a sua sétima maior, que é
uma terça acima do sol. O acorde ficará assim:
dó – mi – sol – si
Este é o acorde Cmaj7, o Dó com Sétima Maior. No caso em questão, a nota
si já faz parte da escala de dó, o que nem sempre acontece.
Por exemplo, vamos construir o segundo acorde do Campo Harmônico de C:
ré – fá – lá
Se formos acrescentar uma terça acima da última nota, que é lá, iríamos ter o
dó#, que não faz parte da escala de dó. Para corrigir isso, nós
simplesmente reduziremos meio tom dessa nota, trazendo-a para dó. Assim,
“forçamos” todas as notas pertencerem à mesma família. Isso é
imprescindível.
Lembra do João, José, Josimar e Jacinto? É necessário que todas as notas
pertençam à mesma família, senão não é uma família de verdade 🙂
O segundo acorde do Campo Harmônico ficaria assim:
ré – fá – lá – (dó)
Este é o famoso Dm7, ou seja, o Ré Menor com Sétima.
Legal, não?
“Ramon, qual é a diferença entre as tríades e tétrades? Por que tivemos que
montar o Campo Harmônico duas vezes?”
Eu mesmo me fazia estas perguntas no início da minha jornada. Basicamente,
a resposta está na complexidade da sonoridade. As tríades são os acordes na
sua forma mais básica, mais “pura”, vamos assim dizer.
Daqui para frente preciso do máximo de sua atenção. O mar pode ficar um
pouco agitado. Nós vamos falar um pouquinho de harmonia funcional… mas
bem pouquinho mesmo, para não assustar ninguém.
🙂
#5 HARMONIA FUNCIONAL
“Socorro, Ramon! Por que você tá mudando de assunto? Não estávamos
falando de Campo Harmônico?”
Calma! Tudo o que estou abordando neste artigo está conectado e é
importante você compreender, mesmo que de forma básica, o conceito
de Harmonia Funcional.
A Harmonia Funcional é o campo da teoria musical que trata das sensações e
funções de cada acorde. Dentro da música tonal, cada acorde desempenha
uma função e transmite uma determinada sensação para os ouvintes.
Assim, os acordes não estão lá cifrados na música por acaso. Cada acorde tem
um porquê bem definido de estar lá. Não foi por sorteio… pode ter certeza
disso.
Seria muito engraçado ouvir alguém dizer:
5.1 Os graus
Já vimos que cada uma das notas da escala vai nos gerar um acorde. E o
resultado disso é a formação de sete acordes, que formam a família de
determinada tonalidade.
Agora que já sabemos o que são os graus, vamos definir uma função tonal
para cada um deles. Lembra que eu falei que cada acorde desempenha uma
função dentro da tonalidade?
Chegou a hora de conhecermos estas funções. Vamos lá:
Grau I – Tônica
Grau II – Supertônica
Grau III – Mediante (antirelativa)
Grau IV – Subdominante
Grau V – Dominante
Grau VI – Superdominante (relativa)
Grau VII – Subtônica ou Sensível
o Sensível – meio tom abaixo da tônica
o Subtônica – um tom abaixo da tônica
A
acorde Dominante dá a sensação de tensão máxima, de energia que precisa
ser liberada. De um certo modo, ele cria alta expectativa para o próximo
acorde, normalmente repousando na Tônica.
É por isso que comumente você não vê uma música terminando com um
acorde Dominante, pois o repouso é como se fosse o objetivo final.
Compor uma canção ou arranjo é como contar uma história, só que através
dos sons. Você pode usar as funções tonais para criar sensações de batalha,
conflito e também de retorno ao lar, num calmo repouso.
Como este artigo não é sobre Harmonia Funcional especificamente, não
vamos aprofundar o tema aqui. Prometo em breve escrever sobre isso aqui no
Aprenda Piano.
Interessante, né?
Agora vamos em frente porque o mar vai ficar bem mais agitado.
Lembra do irmãos João, José, Josimar e Jacinto?
São elas:
Gostando do artigo? Aproveite para assinar nossa lista de emails porque assim
você não perde nenhum conteúdo novo. Clique aqui para assinar agora. É
rápido e grátis!
#6 CAMPO HARMÔNICO MENOR
NATURAL
lá si dó ré mi fá sol lá
É exatamente as mesmas notas da Escala de Dó!
Esse acorde é chamado de dominante menor, que terá uma função modal, em
vez de função tonal. Assim, completamos as funções tonais com:
• Dominante menor (D): Vm7 (função modal)
Interessante, né?
Agora chegou a hora de usarmos aquele sol# em vez do sol. Chegou a hora de
termos uma boa dominante, cumprindo belamente sua função. Isso acontece
no Campo Harmônico Menor Harmônico.
Como temos visto até o aqui, o Campo Harmônico é originado de uma
determinada escala, dessa vez a Escala Menor Harmônica. Essa é a uma
escala bem características e marcantes, uma das que eu mais gosto de tocar.
Vamos conhecê-la a seguir:
7.1 Formação
Para formarmos a Escala Menor Harmônica vamos relembrar a Escala Menor
Natural e fazer apenas uma pequena alteração. Bem, a alteração no
instrumento é pequena, mas a sonoridade faz toda uma diferença. Por quê?
Porque a Escala Menor Harmônica não tem o sétimo grau menor, e sim
o sétimo grau maior. Assim, entre o sexto e sétimo grau temos uma distância
de 1,5 tons.
Veja a escala completa:
lá si dó ré mi fá sol# lá
Preparado?
8.2 Formação
Já conhecemos a Escala Menor Melódica:
lá si dó ré mi fá# sol# lá
Usando a mesma lógica de sempre, o primeiro acorde será:
Am(maj7) = lá – dó – mi – sol#
O segundo acorde será:
Bm7 = si – ré – fá# – lá
E aqui está o Campo Harmônico Menor Melódico inteiro:
• 1º grau: Am(maj7)
• 2º grau: Bm7
• 3º grau: Cmaj7(#5)
• 4º grau: D7
• 5º grau: E7
• 6º grau: F#m7(b5)
• 7º grau: G#m7(b5)
Raras músicas são compostas na tonalidade menor melódica, por isso não é
tão comum você ver esses acordes juntos na mesma música.
Interessante ver dois acordes dominantes e dois acordes meio-diminutos na
mesma família.
Para quem quiser ver este Campo Harmônico na prática, procure escutar a
música “Papel Machê” de João Bosco.
#9 CAMPO HARMÔNICO:
RESUMO
Ufa… que jornada incrível!
Agora é
hora de voltarmos para a casa, trazendo todo o tesouro que descobrimos
conosco.
Antes de iniciarmos o retorno, vamos revisar os principais pontos aprendidos
hoje: