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Descubra os mistérios do

Campo Harmônico nessa


excitante aventura com Jack
Sparrow
Ramon Tessmann | 19/02/18

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Fala tecladista! Aqui é o Ramon Tessmann para mais uma excitante aventura
nas terras do Campo Harmônico!
Nesta página você se deparará com um artigo único, que desvendará de uma
vez por todas os mistérios e segredos em torno do assunto Campo Harmônico.
Aqui tem tudo o que você precisa saber para dominar o assunto e elevar
incrivelmente seus conhecimentos musicais.
Não vou esconder nada. Tô pronto para abrir o baú do tesouro. 🙂

Será uma longa jornada em alto mar, porém divertida e interessante. Você
não se arrependerá ao chegar ao final da leitura (são e salvo, espero!). Desejo
que você curta muito a viagem.
Aviso: antes de partirmos quero recomendar fortemente que você continue os
estudos com o curso Piano Prime, que ensina você a tocar de forma tão
fascinante que deixará as pessoas ao seu redor emocionadas. Clique aqui
para ver uma demonstração.

Tudo pronto?

Então, levantar âncora e içar as velas!

#1 POR QUE ESTUDAR CAMPO


HARMÔNICO?
Logo no início da aventura eu preciso te contar um segredinho. E é este
segredo específico que pode responder a dúvida de muitos viajantes, quem
sabe a sua também:
“Ramon, por que estudar Campo Harmônico?”
Preste atenção em alguns fortes motivos para você estudar Campo
Harmônico:
 É um dos assuntos mais importantes (e necessários) da teoria musical.
 Facilita na composição de músicas e arranjos.
 Ajuda você a se localizar na música e compreendê-la.
 É fundamental na identificação da tonalidade.
 Mostra quais acordes podem ser usados e evitados.
 Ajuda quem precisa tirar uma música de ouvido.
 E muito mais!
Ao final deste artigo você entenderá melhor a importância de se estudar
Campo Harmônico.

É um tesouro que você precisa descobrir!

#2 O QUE É CAMPO
HARMÔNICO?

2.1 A família Campo Harmônico


Já que você topou viajar comigo seria interessante nos conhecermos melhor.
Eu acabei de te contar um segredinho, mas agora preciso te perguntar:
 Como é a sua família?
 Você tem irmãos? Quantos?
 Tem primos? Quantos?
 A sua família é unida ou não?
Eu sinceramente espero que você tenha uma família feliz. Posso dizer que
nesse sentido eu sou um felizardo. Minha família é uma das mais abençoadas
que eu já conheci.
Sério, eu não mudaria nadinha de nada nela…
Mas, por que estou falando de família?

Simplesmente, porque vai ser mais fácil para você compreender o conceito de
Campo Harmônico. Os membros de uma família possuem o mesmo DNA,
compartilhando as mesmas informações genéticas (nem sei se estou usando os
termos científicos corretos, mas você captou a ideia).

Isso quer dizer que essas pessoas estão ligadas geneticamente, ou seja, elas
têm algo em comum. Essa “ligação de sangue” faz com que elas pertençam à
mesma família.
De um certo modo, essa é a mesma explicação que eu poderia usar para que
você entenda com clareza o que é Campo Harmônico.
Campo Harmônico nada mais é do que uma linda família em que impera a
paz e a harmonia (entendeu o trocadilho?).
O Campo Harmônico é composto por vários membros que têm uma profunda
ligação entre si. Esta ligação não é uma ligação por sangue, mas sim
uma ligação por notas. As notas musicais em comum são como o DNA da
família.
E eu nem preciso dizer o quando a família Campo Harmônico é unida. É uma
das famílias mais “harmônicas” que eu conheço… se é que você me
entende rsrsrs
“Ok, Ramon… já entendi que o Campo Harmônico é uma família. E agora?”
Agora você precisa conhecer os 4 principais membros desta família.

2.2 Os 4 irmãos
Imagine quatro irmãos, chamados João, José, Josimar e Jacinto. Cada um
destes quatro irmãos tem igualmente sete filhos.
Coincidência da vida? Inveja? Não sei. Só sei que na música é assim: sete
filhos para cada pai!
“Como assim, Ramon?”
O Campo Harmônico é um conjunto de acordes que são formados a partir de
determinada escala. Nós temos quatro escalas que são pilares:
 Escala maior.
 Escala menor natural.
 Escala menor harmônica.
 Escala menor melódica.
Estas quatro escalas são os quatro irmãos João, José, Josimar e Jacinto. Se
cada um destes irmãos tem sete filhos, cada uma das escalas estruturais terão
sete acordes, que comporão seus respectivos Campos Harmônicos.
Então, teríamos quatro Campos Harmônicos como base:
 Campo Harmônico Maior.
 Campo Harmônico Menor Natural.
 Campo Harmônico Menor Harmônico.
 Campo Harmônico Menor Melódico.
Podemos assim concluir que Campo Harmônico é o conjunto de acordes
formados a partir de uma certa escala, sendo o mais conhecido deles o
Campo Harmônico Maior.
Esta história do João, José, Josimar e Jacinto está dando pano pra manga, né?
Mas não preocupe, acredito que você nunca mais se esquecerá deles (e dos
quatro Campos Harmônicos). Essa é a ideia 🙂

Se ainda ficou confuso, vou tentar explicar através de uma outra abordagem.
2.3 Acordes “Tolerados”

Uma outra forma de enxergar o conceito de Campo Harmônico é olhando do


ponto de vista dos “Acordes Tolerados”.
Dependendo da tonalidade de uma música, há certos acordes que são
“permitidos” e outros que são “evitados”. Os “Acordes Tolerados” são
aqueles que provavelmente compõem o Campo Harmônico daquela
tonalidade.
Se você já toca algum instrumento, já deve ter percebido que quando a
tonalidade é C (dó maior), alguns acordes são mais frequentes, como no
exemplo abaixo, uma música que printei do Cifraclub:

Estes acordes que são mais frequentes são os “Acordes Permitidos”, ou seja,
eles provavelmente fazem parte da “família de C”. Esta família nada mais é do
que o Campo Harmônico de C.

Sem o conhecimento sobre Campo Harmônico seria muito difícil você saber
quais são os acordes mais comuns de uma tonalidade. Resumindo: ficaria
muito mais complexo você compreender harmonicamente as músicas.
Imagine você ter que lidar com milhares de acordes, sem saber qual é a
relação entre eles?

Seria uma tarefa hercúlea. Mas para felicidade geral podemos conhecer os
Campos Harmônicos na prática e é isso que veremos a seguir.
É agora que a viagem fica mais séria. Mas também, mais emocionante!
Prepare-se!

#3 FORMAÇÃO CAMPO
HARMÔNICO MAIOR: TRÍADES

3.1 Escala: o ponto de partida


Antes de nos aproximarmos das terras do Campo Harmônico precisamos
passar pelas notas e escalas. São elas que dão origem a cada um dos Campos
Harmônicos.
Para facilitar a compreensão sobre harmonia definiu-se quais seriam as notas
que pertenceriam a determinada tonalidade. Vamos chamar estas notas de
“notas possíveis”. Tais notas comporiam o que conhecemos por escala
diatônica.

As escalas são um outro tipo de família na teoria musical. É comum defini-las


como conjunto, grupo ou sequência ordenada de tons.
Você provavelmente já conhece a Escala Maior de Dó. Não vamos estudar a
construção de escalas hoje, mas para avançarmos segue a Escala de Dó:

dó – ré – mi – fá – sol – lá – si
“E agora, Ramon?”
É justamente em cima destas notas que vamos construir os acordes do Campo
Harmônico Maior de C. As notas em comum (todas pertencentes à mesma
escala diatônica) é o DNA dos acordes. É o que faz deles uma só família!
E se você estava ansioso por um pouco de ação chegou o momento. Nós
vamos montar os Campos Harmônicos passo-a-passo para que você não fique
com nenhuma dúvida.

Primeiramente, vamos trabalhar com as tríades e depois com as tétrades.


Pronto para a ação?

#3.2 Descobrindo as tríades


Essa primeira batalha será fácil. Não vai doer nenhum pouquinho,
especialmente se você já domina os intervalos musicais.
Uma vez que você tenha a escala maior, fica fácil montar o acorde maior. O
acorde é um grupo de três notas tocadas simultaneamente (por isso, o nome
‘tríade’).
Partindo da primeira nota, você deve pular 2 tons e depois 1 tom e meio.
Vamos dar um exemplo montando o acorde de C Maior:
dó > 2 tons > mi > 1 tom e meio > sol
Acorde de C = dó – mi – sol

Eu não disse que seria fácil? Mas calma, lá frente vai complicar um
pouquinho. Por isso estou indo devagar.

Uma observação: o que caracteriza o acorde ser maior ou menor é a sua terça.
Se a terça for maior, o acorde é maior. Se a terça for menor, o acorde é
menor.
Caso seja complicado demais para você compreender estude os intervalos
musicais.
Agora chegou a hora de encontrarmos as outras tríades do Campo Harmônico
de C.

3.3 Continuando na formação


Já sabemos que o Campo Harmônico é uma família de acordes que originam
da escala. Também acabamos de ver como se forma a tríade básica de um
acorde maior e menor. Sabendo disso, o próximo passo é encontrarmos cada
acorde do Campo Harmônico de C.
Cada nota da Escala de Dó vai gerar uma tríade. Se temos sete notas na
Escala Diatônica de Dó (dó, ré, mi, fá, sol, lá, si) então teremos sete tríades!
São sete os acordes que farão parte da família de Dó.
Para cada nota, o acorde será formado usando-se o primeiro, terceiro e
o quinto graus (contados a partir de cada nota da escala). Para facilitar a
formação basta escrever a escala e ir pulando nota sim nota não, a partir de
cada nota origem.
O primeiro acorde que temos é o próprio C. Veja em negrito:

dó – ré – mi – fá – sol – lá – si
O segundo acorde que temos é o Dm (Ré Menor). Veja na escala:

dó – ré – mi – fá – sol – lá – si
Apenas estou isolando os graus 1, 3 e 5 e identificando o tipo do acorde.

Simples assim!

3.4 Completando o Campo Harmônico de C


Usando a mesma lógica nós podemos agora identificar todos os acordes do
Campo Harmônico de C Maior:

 C – dó mi sol
 Dm – ré fá lá
 Em – mi sol si
 F – fá lá dó
 G – sol si ré
 Am – lá dó mi
 B˚ – si ré fá

Note que o sétimo acorde se trata de um acorde diminuto, ou seja, uma tríade
diminuta, que tem a terça menor e a quinta diminuta. Dentro do estudo de
harmonia musical este acorde é bem peculiar, mas você não precisa se
preocupar com ele neste momento.
Apenas se preocupe em entender como chegamos a cada um dos acordes do
Campo Harmônico de C.
Vamos visualizar agora uma tabela com todos os acordes do Campo
Harmônico que construímos:
De uma certa maneira, estes acordes estão definindo a tonalidade da música.
Provavelmente, você já deparou com alguém dizendo algo parecido com:
“Em que tonalidade vamos tocar essa música?”
Fazer esta pergunta é o mesmo que perguntar:

“Que família de acordes usaremos para executar essa música?”


Eu tenho que confessar a você que quando descobri o mundo dos Campos
Harmônicos minha visão musical elevou drasticamente. E não estou falando
apenas em descobrir o Campo Harmônico Maior, mas em estudar os outros
três também.
Eu sei que até alguns leitores poderiam pensar: “Ah, isso tudo eu já sabia!”.
Provavelmente…

Mas é daqui pra frente que a coisa começa a subir de nível. Quando
começamos a trabalhar com tétrades e posteriormente partirmos para os outros
Campos Harmônicos é que a maioria dos músicos fica para trás.
Mas tenho certeza que não vai ser o seu caso. Você não vai desistir bem agora
que vamos começar a abrir o baú do tesouro. Fique comigo até o final da
jornada!
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#4 FORMAÇÃO CAMPO
HARMÔNICO MAIOR: TÉTRADES
4.1 Formação: tétrades
Vou começar abrindo o baú do tesouro dizendo que a formação das tétrades
é muito parecida com a formação das tríades. Portanto, se você
compreendeu bem os conceitos que vimos anteriormente já tem muito
caminho andado.
Até aqui nós já montamos as sete tríades do Campo Harmônico de C. Para
transformar estas tríades em tétrades basta adicionar mais um intervalo de
terça após a última nota(quinta) de cada acorde. Lembrando que todas as
notas precisam pertencer à escala diatônica.
Então, considere a tríade de dó:

dó – mi – sol
Se eu quiser estender o acorde, posso acrescentar a sua sétima maior, que é
uma terça acima do sol. O acorde ficará assim:
dó – mi – sol – si
Este é o acorde Cmaj7, o Dó com Sétima Maior. No caso em questão, a nota
si já faz parte da escala de dó, o que nem sempre acontece.
Por exemplo, vamos construir o segundo acorde do Campo Harmônico de C:

ré – fá – lá
Se formos acrescentar uma terça acima da última nota, que é lá, iríamos ter o
dó#, que não faz parte da escala de dó. Para corrigir isso, nós
simplesmente reduziremos meio tom dessa nota, trazendo-a para dó. Assim,
“forçamos” todas as notas pertencerem à mesma família. Isso é
imprescindível.
Lembra do João, José, Josimar e Jacinto? É necessário que todas as notas
pertençam à mesma família, senão não é uma família de verdade 🙂
O segundo acorde do Campo Harmônico ficaria assim:

ré – fá – lá – (dó)
Este é o famoso Dm7, ou seja, o Ré Menor com Sétima.

Legal, não?

4.2 – O Campo Harmônico em tétrades


Compreendendo a regra você pode montar qualquer Campo Harmônico Maior
em tétrades que desejar. Isso sem precisar depender de ninguém, contanto
somente com os conhecimentos aprendidos nessa jornada.
Por ora, vamos nos concentrar na tonalidade de C. Veja como ficaria:
Agora é a sua vez de tentar formar o Campo Harmônico de outras tonalidades.
Por exemplo, se você quisesse estudar a tonalidade de Eb (Mi Bemol Maior) o
primeiro passo seria formar a escala:

mib fá sol láb sib dó ré


Começando pelo mib, vamos construir o acorde em terças. Vou negritar as
notas para você visualizar melhor:

mib fá sol láb sib dó ré


Viu como é fácil quando você já sabe a escala maior?

O primeiro acorde do Campo Harmônico de Eb é o Ebmaj7, formado pelas


notas mib, sol, sib e ré.
Acho que agora você já pode caminhar sozinho, montando os outros acordes
da família de Eb.

4.3 – Diferença entre tríades e tétrades


Neste momento da nossa aventura preciso fazer uma rápida observação.
Tenho que fazer isso porque alguns marinheiros de primeira viagem poderiam
perguntar:

“Ramon, qual é a diferença entre as tríades e tétrades? Por que tivemos que
montar o Campo Harmônico duas vezes?”
Eu mesmo me fazia estas perguntas no início da minha jornada. Basicamente,
a resposta está na complexidade da sonoridade. As tríades são os acordes na
sua forma mais básica, mais “pura”, vamos assim dizer.

Mas assim que você avança seus estudos e


começa a aprender diversas músicas populares e nos mais diversos estilos
musicais (Jazz, Rock, Blues, Samba entre outros), vai perceber que o uso das
sétimas nos acordes torna-se comumente usado.
De fato, é comum que os compositores e arranjadores adicionem extensões
aos acordes para torná-los mais rebuscados. As sétimas tornaram-se tão
utilizadas que para muitos músicos elas já fazem parte da formação básica do
acorde.
Mas tudo isso é assunto para aprofundarmos em uma outra viagem. O que
você deve saber agora é que construir o Campo Harmônico em tétrades é
apenas uma maneira mais rebuscada de você trabalhar a tonalidade.

Daqui para frente preciso do máximo de sua atenção. O mar pode ficar um
pouco agitado. Nós vamos falar um pouquinho de harmonia funcional… mas
bem pouquinho mesmo, para não assustar ninguém.
🙂

#5 HARMONIA FUNCIONAL
“Socorro, Ramon! Por que você tá mudando de assunto? Não estávamos
falando de Campo Harmônico?”
Calma! Tudo o que estou abordando neste artigo está conectado e é
importante você compreender, mesmo que de forma básica, o conceito
de Harmonia Funcional.
A Harmonia Funcional é o campo da teoria musical que trata das sensações e
funções de cada acorde. Dentro da música tonal, cada acorde desempenha
uma função e transmite uma determinada sensação para os ouvintes.
Assim, os acordes não estão lá cifrados na música por acaso. Cada acorde tem
um porquê bem definido de estar lá. Não foi por sorteio… pode ter certeza
disso.
Seria muito engraçado ouvir alguém dizer:

“Vou ali sortear os acordes da minha próxima canção”.


Mas não é assim que acontece.
Para você entender melhor, precisamos falar dos graus.

5.1 Os graus
Já vimos que cada uma das notas da escala vai nos gerar um acorde. E o
resultado disso é a formação de sete acordes, que formam a família de
determinada tonalidade.

Para começarmos a organizar o Campo Harmônico, cada acorde vai receber


um número ordinal. Como ensina o site Norma Culta, os números ordinais
indicam ordem, posição ou lugar ocupado em uma série.
A numeração deve ocorrer da forma mais óbvia possível. Começando do
primeiro acorde do Campo Harmônico, vamos definir: primeiro grau,
segundo grau, terceiro grau e assim por diante. Para indicar os acordes, usa-
se numerais romanos.
Assim, chegamos à seguinte tabela do Campo Harmônico de C:

Dica: quando você quiser estudar determinada tonalidade é fundamental


você memorizar os graus de cada acorde. Você vai precisar disso!
De fato, eu até recomendo que você pegue algumas músicas e transforme as
cifras em graus para ir se acostumando. Por exemplo:
#5.2 – Funções tonais

Agora que já sabemos o que são os graus, vamos definir uma função tonal
para cada um deles. Lembra que eu falei que cada acorde desempenha uma
função dentro da tonalidade?
Chegou a hora de conhecermos estas funções. Vamos lá:
 Grau I – Tônica
 Grau II – Supertônica
 Grau III – Mediante (antirelativa)
 Grau IV – Subdominante
 Grau V – Dominante
 Grau VI – Superdominante (relativa)
 Grau VII – Subtônica ou Sensível
o Sensível – meio tom abaixo da tônica
o Subtônica – um tom abaixo da tônica

“Ishi… agora tô me perdendo aqui, Ramon!”


Calma… calma. Quando me deparei a primeira vez com estes termos fiquei
bem perdido (apavorado, pra falar a verdade). A verdade mesmo é que eu
queria pular do navio no meio da viagem rsrsrs

Mas desistir não é uma opção…


Fique tranquilo que com o tempo você se acostuma com tudo isso. Não é
necessário que você absorva todo este conteúdo de uma só vez. Você pode
voltar aqui sempre que precisar.
Vamos falar agora das sensações que cada função transmite. Lembra que eu
falei que a Harmonia Funcional também trata das sensações que cada acorde
produzem no ouvinte?
Vamos conhecer cada uma dela a seguir:

 Grau I – Tônica – sensação de repouso, de tranquilidade, de paz.


 Grau IV – Subdominante – a subdominante transmite uma sensação
de instabilidade média, de incerteza. É como se fosse uma tensão moderada
em que você não está nem repousando, nem tensionando na força máxima. É
como se você estivesse no meio do caminho, indo para algum lugar.
 Grau V – Dominante – aqui nós temos a tensão em sua força máxima. A
função Dominante representa conflito, guerra, força, limite, sobrecarga.

O acorde com a função Tônica nos dá a sensação de repouso e estabilidade. É


a função que normalmente inicia e finaliza uma música, liberando a tensão
dos acordes anteriores.
O acorde Subdominante é como se fosse o meio termo, um caminho para o
repouso ou para a tensão máxima. É o acorde que abre inúmeras
possibilidades na música.

A
acorde Dominante dá a sensação de tensão máxima, de energia que precisa
ser liberada. De um certo modo, ele cria alta expectativa para o próximo
acorde, normalmente repousando na Tônica.
É por isso que comumente você não vê uma música terminando com um
acorde Dominante, pois o repouso é como se fosse o objetivo final.

Compor uma canção ou arranjo é como contar uma história, só que através
dos sons. Você pode usar as funções tonais para criar sensações de batalha,
conflito e também de retorno ao lar, num calmo repouso.
Como este artigo não é sobre Harmonia Funcional especificamente, não
vamos aprofundar o tema aqui. Prometo em breve escrever sobre isso aqui no
Aprenda Piano.

Por ora, listarei abaixo um resumo das funções:


 1º grau – TÔNICA. Exerce essa função de forma muito marcante.
 2º grau – Subdominante. Exerce essa função de forma pouco marcante.
 3º grau – Tônica ou Subdominante, dependendo do contexto.
 4º grau – SUBDOMINANTE. Exerce sua função de forma muito
marcante.
 5º grau – DOMINANTE. Exerce essa função de forma muito marcante.
 6º grau – Tônica. Exerce essa função de forma pouco marcante.
 7º grau – Dominante. Exerce essa função de forma pouco marcante.

Interessante, né?

Agora vamos em frente porque o mar vai ficar bem mais agitado.
Lembra do irmãos João, José, Josimar e Jacinto?

Até aqui só falamos da família do João (Campo Harmônico Maior). Chegou a


hora de falarmos das outras três famílias.

São elas:

 José – Campo Harmônico Menor Natural


 Josimar – Campo Harmônico Menor Harmônico
 Jacinto – Campo Harmônico Menor Melódico
Prevejo ondas colossais pela frente. Prepare-se!

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#6 CAMPO HARMÔNICO MENOR
NATURAL

Finalmente, vamos começar a falar dos outros Campos Harmônicos. A partir


deste ponto o baú do tesouro estará completamente aberto.

Vai ter de tudo: moedas de ouro, coroas, castiçais, diamantes e esmeraldas.


Os três Campos Harmônicos que estudaremos a seguir são de uma riqueza
sem explicação.
Vamos começar com o mais fácil deles: o Campo Harmônico Menor
Natural.
6.1 Formação
Para formar o Campo Harmônico Menor Natural a lógica é a mesma do
Campo Harmônico Maior. O que vai mudar é a escala de origem.
Se antes usávamos a Escala Maior, agora usaremos a Escala Menor Natural.
O que é incrível aqui é que a Escala Maior e Menor Natural são relativas. Isso
quer dizer que elas têm as mesmas notas, só o que muda é o ponto de partida.
O que você deve memorizar é que a Escala Menor parte do sexto grau da
Escala Maior. Veja o sexto grau da Escala de Dó:
dó ré mi fá sol lá si dó

O sexto grau é o lá, que é de onde


partiremos para construir a Escala Menor de Lá:

lá si dó ré mi fá sol lá
É exatamente as mesmas notas da Escala de Dó!

A partir daqui nós vamos usar a mesma lógica de construção do Campo


Harmônico Maior com tétrades.

O primeiro acorde, será o Am7. Veja:


lá si dó ré mi fá sol lá
Acorde Am7 = lá – dó – mi – sol
Ao terminar de construir o Campo Harmônico Menor de Lá, você terá os
seguintes acordes:
• 1º grau: Am7
• 2º grau: Bm(b5)/7
• 3º grau: Cmaj7
• 4º grau: Dm7
• 5º grau: Em7
• 6º grau: Fmaj7
• 7º grau: G7

6.2 Uma curiosidade


Ao fazermos uma análise sob a ótica da Harmonia Funcional vamos ver que o
grau V do Campo Harmônico Menor é um acorde menor. No caso acima, o
acorde é o Em7.
Isso significa que o Campo Harmônico Menor tem a área dominante
enfraquecida, perdendo aquela tensão que temos no Campo Harmônico Maior.
Sendo o acorde dominante um acorde menor, a tonalidade perde força na
área dominante.
Assim temos:

• Tônica (T): Im7 e bIIImaj7


• Subdominante (S): IIm(b5), IVm7, bVImaj7 e bVII7
“E onde fica a Dominante, Ramon?”
A Escala Menor Natural não possui a Sensível, porque é desprovida do
trítono. Em vez da nota sol# temos o sol, o que forma um acorde menor com
sétima (m7).

Esse acorde é chamado de dominante menor, que terá uma função modal, em
vez de função tonal. Assim, completamos as funções tonais com:
• Dominante menor (D): Vm7 (função modal)
Interessante, né?

#7 CAMPO HARMÔNICO MENOR


HARMÔNICO

Agora chegou a hora de usarmos aquele sol# em vez do sol. Chegou a hora de
termos uma boa dominante, cumprindo belamente sua função. Isso acontece
no Campo Harmônico Menor Harmônico.
Como temos visto até o aqui, o Campo Harmônico é originado de uma
determinada escala, dessa vez a Escala Menor Harmônica. Essa é a uma
escala bem características e marcantes, uma das que eu mais gosto de tocar.
Vamos conhecê-la a seguir:

7.1 Formação
Para formarmos a Escala Menor Harmônica vamos relembrar a Escala Menor
Natural e fazer apenas uma pequena alteração. Bem, a alteração no
instrumento é pequena, mas a sonoridade faz toda uma diferença. Por quê?
Porque a Escala Menor Harmônica não tem o sétimo grau menor, e sim
o sétimo grau maior. Assim, entre o sexto e sétimo grau temos uma distância
de 1,5 tons.
Veja a escala completa:

lá si dó ré mi fá sol# lá

Agora, se for possível, vá ao instrumento


musical e execute essa escala. Sinta a sonoridade do final da escala, prestando
atenção nas três últimas notas. Dá aquele “climão” oriental ou egípcio não é
mesmo?
Bem, agora você já sabe qual escala os compositores utilizam para criar esse
“climão”. A Menor Harmônica é uma delas!
Mas beleza, a viagem de hoje não é para o mundo das escalas e sim para as
longínquas terras do Campo Harmônico.

Então, sem delongas, vamos construir o Campo Harmônico Menor


Harmônico:
• 1º grau: Am(maj7)
• 2º grau: Bm(b5)/7
• 3º grau: Cmaj7(#5)
• 4º grau: Dm7
• 5º grau: E7
• 6º grau: Fmaj7
• 7º grau: G#°

Tenho algumas observações interessantes para fazer sobre o Campo


Harmônico Menor Harmônico.

A primeira delas é o retorno do acorde dominante em toda a sua força (E7).


No Campo Harmônico Menor Natural havíamos perdido a força dessa área,
mas agora voltamos com tudo.
Outra observação tem haver com o VII acorde. Temos aqui um novo membro
da família, o acorde diminuto. É uma adição bem interessante à família
Menor Harmônica.
“Socorro, Ramon… tá muito complicado!”
Calma, eu avisei que o mar ia ficar um pouco agitado. A boa notícia é que
você está se deparando com verdadeiro tesouro aqui. E não tem problema se
você não conseguir compreender tudo de uma vez só.
Você pode estudar e re-estudar esse artigo várias vezes e ir assimilando a
matérias aos poucos. Fica a dica!
Dito isso, vamos ao nosso último Campo Harmônico dessa incrível jornada.

Preparado?

#8 CAMPO HARMÔNICO MENOR


MELÓDICO
8.1 Escala Menor Melódica
Vou começar esta seção indo direto ao ponto, explicando a Escala Menor
Melódica. Anteriormente, eu expliquei sobre a distância de 1,5 tons entre o
sexto e sétimo grau.
Obviamente, por ser um intervalo muito grande, definiu-se acrescentar uma
nota intermediária para aproximar o sexto do sétimo grau, tornando a Escala
Harmônica mais melódica.
Nasceu assim a Escala Menor Melódica, onde o sexto grau, em vez de ser
menor, agora tornou-se maior. Se estivermos falando da tonalidade de Am, a
mudança será na nota fá, que agora torna-se fá#.
Veja as duas escalas para perceber a diferença:
Escala Am Menor Harmônica: lá si dó ré mi fá sol# lá
Escala Am Menor Melódica: lá si dó ré mi fá# sol# lá
Quando alguém te perguntar o que é a Escala Menor Melódica? Não vale
dizer:

“É a escala mais melódica!”


Não mesmo! Você precisa saber explicar o porquê. 🙂

Agora que já conhecemos a escala base do Campo Harmônico Menor


Melódico, chegou a hora de construí-lo:

8.2 Formação
Já conhecemos a Escala Menor Melódica:

lá si dó ré mi fá# sol# lá
Usando a mesma lógica de sempre, o primeiro acorde será:

Am(maj7) = lá – dó – mi – sol#
O segundo acorde será:

Bm7 = si – ré – fá# – lá
E aqui está o Campo Harmônico Menor Melódico inteiro:

• 1º grau: Am(maj7)
• 2º grau: Bm7
• 3º grau: Cmaj7(#5)
• 4º grau: D7
• 5º grau: E7
• 6º grau: F#m7(b5)
• 7º grau: G#m7(b5)

Quero fazer algumas observações sobre esse Campo Harmônico:

 Raras músicas são compostas na tonalidade menor melódica, por isso não é
tão comum você ver esses acordes juntos na mesma música.
 Interessante ver dois acordes dominantes e dois acordes meio-diminutos na
mesma família.
 Para quem quiser ver este Campo Harmônico na prática, procure escutar a
música “Papel Machê” de João Bosco.

#9 CAMPO HARMÔNICO:
RESUMO
Ufa… que jornada incrível!

Eu tô cansado para caramba! Cansado, mas extremamente feliz.

Foi uma aventura e tanto…

Agora é
hora de voltarmos para a casa, trazendo todo o tesouro que descobrimos
conosco.
Antes de iniciarmos o retorno, vamos revisar os principais pontos aprendidos
hoje:

 Campo Harmônico é um dos mais importantes assuntos a se estudar na


Teoria Musical. Dominar esse conhecimento vai te dar uma visão muito mais
ampliada de como a música funciona.
 Campo Harmônico é uma família de acordes que compartilham o mesmo
DNA, que são as notas em comum.
 As quatro escalas (maior, menor, menor harmônica e menor melódica)
originam quatro Campos Harmônicos. São as principais famílias que você
precisa conhecer!
 Construir o Campo Harmônico em tétrades é apenas uma maneira mais
rebuscada de você trabalhar a tonalidade. Para muitos músicos, as sétimas já
são partes integrantes do acorde por causa do uso comum nos diversos estilos
musicais. Portanto, recomendo que você estude os Campo Harmônicos com
tétrades diretamente.
 Na Harmonia Funcional, temos o Grau I – Tônica (repouso), Grau IV –
Subdominante (repouso parcial ou tensão parcial) e Grau V – Dominante
(tensão).
 O CH Maior é: Cmaj7 Dm7 Em7 Fmaj7 G7 Am7 Bm(b5)/7
 O CH Menor Natural é: Am7 Bm(b5)/7 Cmaj7 Dm7 Em7 Fmaj7 G7
 O CH Menor Harmônico é: Am(maj7) Bm(b5)/7 Cmaj7(#5) Dm7 E7 Fmaj7
G#°
 O CH Menor Melódico é: Am(maj7) Bm7 Cmaj7(#5) D7 E7 F#m7(b5)
G#m7(b5)
Antes de despedir, quero te fazer dois pedidos.
O primeiro deles é que você considere se matricular no Piano Prime, que vai
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porque ele(a) também poderá aprender o que você aprendeu!
No mais, se tiver dúvidas, deixe um comentário aqui embaixo e a gente vai
se falando!
Um forte abraço,
Ramon Tessmann

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