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XII SIMPÓSIO BRASILEIRO DE TECNOLOGIA

DAS ARGAMASSAS
São Paulo, 22 a 24 de agosto de 2017 ISSN 2446-6824

REAPROVEITAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL PRODUZI-


DOS NO DISTRITO FEDERAL PARA A PRODUÇÃO DE ARGAMASSA DE RE-
VESTIMENTO
THIAGO S. SANTANA (1); TOMÁS V. DE ARAÚJO (2); CLÁUDIO H. F. PEREIRA (3)

(1) PECC – Universidade de Brasília – santana.tsilva@gmail.com;


(2) ENC – Universidade de Brasília – tomas.araujo26@gmail.com;
(3) PECC – Universidade de Brasília – claudiochp@gmail.com

RESUMO
A indústria da construção civil é uma grande geradora de resíduos. Os elevados custos
de transporte desses materiais para a destinação correta, juntamente com a falta de
políticas públicas ocasionam o descarte incorreto dos resíduos da construção civil
(RCC). Este estudo tem como objetivo avaliar a viabilidade da utilização do agregado
miúdo reciclado de RCC na produção de argamassa de revestimento, sendo essa uma
opção para a destinação correta desse resíduo. Realizaram-se ensaios de caracteriza-
ção dos agregados miúdos naturais (referência), dos agregados miúdos reciclados e
das argamassas de revestimento elaboradas com esses agregados miúdos. Constatou-
se que os dois agregados miúdos apresentaram características semelhantes e as arga-
massas se enquadraram nas mesmas classes de acordo com a adaptação dos critérios
de classificação da ABNT NBR 13281:2005 para a idade de sete dias. Portanto, ficou
comprovada a possibilidade da utilização desse material na produção de argamassas
de revestimento.

Palavras-chave: resíduos, agregados, argamassa.

RECYCLING OF WASTE FROM CIVIL CONSTRUCTION PRODUCED IN THE


FEDERAL DISTRICT FOR THE PRODUCTION OF MORTAR COATING

ABSTRACT
The construction industry is a large generator of wastes. The high costs of transporting
these materials to the correct destination simultaneously with the lack of public
policies lead to the incorrect disposal of construction waste (CW). This study aims to
evaluate the feasibility of the usage of recycled fine aggregate of CW in the production
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of cement mortar coating. The recycled fine aggregate could really be an option for the
correct destination of those construction wastes. Characterization tests of the
natural fine aggregates (reference), the recycled fine aggregates and the mortars
elaborated with these fine aggregates were carried out. Thus, it was concluded that
the two fine aggregates had similar characteristics as well as the mortars were
classified in the same classes according to adaptation to classification criterion of ABNT
NBR 13281: 2005 for the age of seven days. Therefore, it has been proved that the us-
age of these aggregates in the production of cement mortar coating is an actual possi-
bility.

Key-words: waste, aggregates, mortar.

1. INTRODUÇÃO

A grandeza e a complexidade dos processos produtivos da indústria da construção civil


fazem com que essa seja considerada uma grande geradora de resíduos sólidos(1). O
acentuado crescimento urbano faz com que a problemática envolvendo esses resíduos
se torne cada vez maior no mundo todo(2). Logo, é de suma importância o desenvolvi-
mento de novos materiais e técnicas construtivas de forma que o volume de RCC gera-
do nas obras diminua. Isso pode ser alcançado a partir da educação social para a reci-
clagem e do apoio do poder público por intermédio de leis e fiscalizações(3). Dessa
forma, este trabalho visa buscar uma alternativa de reutilização desses resíduos, avali-
ando a possibilidade de empregá-los como agregado miúdo na produção de argamas-
sas de revestimento, especificamente para a camada de emboço.

2. MATERIAIS E METODOLOGIA

2.1. Materiais

Os insumos utilizados para a produção das argamassas foram: agregado miúdo natural
(areia lavada) originária do depósito aluvial do Rio Corumbá (GO), agregado miúdo
reciclado coletado na usina de reciclagem Bela Vista (DF), cimento CP V-ARI, aditivo
incorporador de ar no teor de 0,2% da massa de cimento utilizado e água fornecida

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pela rede de abastecimento público do DF. Utilizou-se apenas as partes dos agregados
miúdos passantes na peneira de 1,2 mm.

2.2. Caracterização dos agregados

Para a caracterização dos agregados foram realizados os ensaios de granulometria


(ABNT NBR NM 248: 2001)(4), massa específica (ABNT NBR 9776:1987)(5) e massa unitá-
ria (ABNT NBR NM 45)(6) de acordo com suas respectivas normas. Antes da caracteriza-
ção dos agregados empregados para a produção das argamassas realizou-se a secagem
do material em estufa, durante 24 horas.

2.3. Preparo das argamassas

O traço, a escolha do cimento e o teor de aditivo foram definidos a partir de experi-


mentos prévios realizado no Laboratório de Ensaios de Materiais (LEM) da Universida-
de de Brasília. Os traços utilizados para as diferentes argamassas são apresentados na
Tabela 1. O preparo das argamassas iniciou-se com a homogeneização do agregado
miúdo e do cimento. O aditivo e parte da água foram misturados ao material resultan-
te dessa homogeneização com auxílio de um misturador de modo contínuo ligado du-
rante 30 segundos na velocidade baixa, em seguida a pá foi retirada e realizada a ras-
pagem da superfície interna do misturador, seguindo os procedimentos presentes na
ABNT NBR 13276:2005(7). O passo descrito foi repetido aumentando a quantidade de
água até que fossem obtidas argamassas com penetrações entre 62 e 69 mm nos en-
saios de penetração do cone. Esse intervalo foi definido a partir de ensaios prévios
realizados no LEM que determinaram que argamassas que obtenham penetração de
cone nesse intervalo apresentariam um estado trabalhável.

Tabela 1 - Composição das argamassas


Argamassa - Areia Natural (AAN) Argamassa - Areia Reciclada (AAR)
Areia (g) 2143 2143
Cimento (g) 357 357
Água (g) 549,5 531,5
Aditivo (g) 0,714 0,714

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2.4. Caracterização das argamassas

Realizou-se a caracterização das argamassas no estado fresco e no estado endurecido


de forma a possibilitar a comparação das duas argamassas e avaliar a utilização da ar-
gamassa composta por agregado miúdo reciclado. Para a caracterização no estado
fresco foram realizados os ensaios de Densidade de Massa (ABNT NBR 13278:2005)(8),
Determinação do Índice de Consistência – Mesa de Consistência (ABNT NBR
13276:2002)(7) e Determinação do Índice de Consistência – Cone de Penetração (ASTM
C780:2010)(9). Já para a caracterização no estado endurecido foram realizados os en-
saios de Determinação da Densidade de Massa Aparente (ABNT NBR 13280:2005) (10),
Determinação da Resistência à Tração na Flexão e à Compressão (ABNT NBR
13279:2005)(11). Os ensaios de caracterização no estado endurecido foram realizados
quando as argamassas apresentavam sete dias de idade. Essa idade foi escolhida devi-
do ao processo de execução do emboço, no qual não se aguarda 28 dias para a aplica-
ção da camada seguinte do sistema de revestimento. Os demais ensaios foram realiza-
dos de acordo com os procedimentos de suas respectivas normas.

3. RESULTADO E DISCUSSÃO

3.1. Caracterização dos agregados

A partir dos resultados do ensaio de granulometria foi traçada a Curva Granulométrica


dos agregados apresentada na Figura 1.

Figura 1 - Curva Granulométrica

Fonte: autoria própria

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A areia reciclada apresentou uma maior uniformidade (Tabela 2), provavelmente devi-
do a areia reciclada ter sido obtida a partir da quebra de resíduos até que se obtives-
sem grãos com as dimensões adequadas. No ensaio de massa específica, ambos os
agregados apresentaram valores muito semelhantes, sendo a massa especifica média
da areia natural (2,64 g/cm³) apenas 0,01 g/cm³ maior que a da areia reciclada (2,63
g/cm³). Os resultados do ensaio de massa unitária (método C) comprovam que a areia
natural (1,84 kg/dm³) possui uma massa média unitária maior que a massa unitária
média da areia reciclada (1,76 kg/dm³), fato esse que era esperado, devido a areia na-
tural apresentar um menor índice de vazios (Tabela 2), consequentemente um melhor
empacotamento do que a areia reciclada.

Tabela 2 – Coeficiente de não uniformidade e índice de volume de vazios das areias


Areia Natural Areia Reciclada
Coeficiente de não Uniformidade* 6,7 2,7
Índice de volume de vazios (%) 30,3 33,1

*Coeficiente de não uniformidade definido como a relação entre as malhas das peneiras corresponden-
tes a 60% e 10% do material passante.

3.2. Caracterização das argamassas no estado fresco e no estado endurecido

Ambas as argamassas apresentaram valores de densidade de massa média no estado


fresco semelhantes, a areia natural possui uma densidade de massa média de 1746
kg/m³ e a areia reciclada de 1677 kg/m³. Essa proximidade de valores já era esperada
devido às areias possuírem uma massa específica muito próxima e os traços das arga-
massas serem semelhantes. O índice de consistência pelo ensaio de mesa de espalha-
mento da AAN foi de 263 mm, já a AAR apresentou 249 mm. Os valores do índice de
consistência por penetração de cone foram pré-estabelecidos entre 62 e 69 mm para a
determinação da quantidade de água dos traços conforme citado na Metodologia. O
índice de consistência médio pelo ensaio de cone de penetração da areia natural foi de
63 mm e da areia reciclada foi de 62 mm. No ensaio de densidade aparente no estado
endurecido a AAN obteve 1718 kg/m³, valor esse 100 kg/m³ superior ao valor obtido
pela AAR, 1618 kg/m³. Essa diferença provavelmente ocorreu devido ao maior grau de
empacotamento da areia natural. A AAR apresentou uma maior resistência tanto à

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tração na flexão quanto à compressão se comparada aos resultados obtidos pela AAN,
como apresentado na Tabela 3.

Tabela 3- Resultados dos ensaios de resistência à tração na flexão e resistência à com-


pressão
Resistência à tração Resistência à compressão
Argamassas
na flexão (MPa) (MPa)
AAN 1,09 4,57
AAR 1,24 5,05

Essa maior resistência da AAR provavelmente deve-se a menor quantidade de água em


seu traço, possuindo assim uma menor relação água/cimento.

3.3. Classificação das argamassas

Apesar das diferenças observadas nos valores obtidos nas avaliações das argamassas
estudadas, os valores estão dentro do mesmo intervalo de classificação das argamas-
sas para cada um dos ensaios. Dessa forma, as duas argamassas apresentam a mesma
classificação, sendo definidas por meio de adaptação aos critérios de classificação da
ABNT NBR 13281:2005(12) para a idade de sete dias, como argamassas P4, M5, R2 e D4,
demonstrado na Tabela 4.

Tabela 4- Classificação das argamassas adaptada para os 7 dias

Densidade de massa Densidade de massa


Resist. à compressão Resistência à tração
aparente no estado no estado fresco
(MPa) na flexão (MPa)
endurecido (kg/m³) (kg/m³)

Classes P M R D
1 ≤ 2,0 ≤ 1200 ≤ 1,5 ≤ 1200
2 1,5 a 3,0 1000 a 1400 1,0 a 2,0 1200 a 1600
3 2,5 a 4,5 1200 a 1600 1,5 a 2,7 1400 a 1800
4 4,0 a 6,5 1400 a 1800 2,0 a 3,5 1600 a 2000
5 5,5 a 9,0 1600 a 2000 2,7 a 4,5 1800 a 2200
6 ≥ 8,0 ≥ 1800 ≥ 3,5 ≥ 2000

4. CONCLUSÃO

Na avaliação da possibilidade de utilizar o RCC como agregado miúdo em substituição


total do agregado miúdo natural destinado a produção de argamassas de revestimen-
to, nota-se que os dois agregados apresentaram características semelhantes, valores
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de massa específica e massa unitária próximos, sendo o agregado natural de massa


maior do que o reciclado. No que se trata da granulometria, ambas as areias apresen-
taram uma boa distribuição granulométrica, porém a areia reciclada apresentou uma
maior uniformidade.

Observou-se que apesar da AAR ter obtido resultados de resistência à compressão e à


tração na flexão superiores aos obtidos pela AAN, ambas as argamassas avaliadas no
estudo apresentaram características semelhantes, tanto no estado fresco como no
estado endurecido, estando ambas dentro das mesmas classificações de acordo com
adaptação aos critérios da ABNT NBR 13281:2005(12) para a idade de sete dias como
argamassas P4, M5, R2 e D4, o que significa que o agregado natural utilizado pode ser
substituído pelo agregado reciclado. Dessa forma, a utilização da areia reciclada como
agregado miúdo para produção de argamassa de revestimento apresenta-se como
uma opção para a destinação do RCC produzido no Distrito Federal.

5. REFERÊNCIAS

1. SOUZA, U.E., PALIARI, J.C., AGOPYAN, V. E ANDRADE, A.C. Diagnóstico e combate


à geração de resíduos na produção de obras de construção de edifícios: uma
abordagem progressiva. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 4, n. 4, p.33-46,
out./dez. 2004.

2. BROLLO, M. J.; SILVA, M. M. Política e gestão ambiental em resíduos sólidos.


Revisão e análise sobre a atual situação no Brasil. Anais do 21º Congresso Brasileiro
de Engenharia Sanitária e Ambiental, 2001.

3. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA PARA RECICLAGEM DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL


E DEMOLIÇÃO (ABRECON) – Resíduos da construção civil e operação de usina de
reciclagem de entulho. São Paulo, Brasil., 116p, 2014.

4. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 248: Agregados -


Determinação da composição granulométrica. Rio de Janeiro, 2003.

5. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9776: Agregados -


Determinação da massa específica de agregados miúdos por meio do frasco Chapman -
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1988.

6. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR NM 45: Agregados -


Determinação da massa unitária e do volume de vazios. Rio de Janeiro, 2006.

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7. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13276: Argamassa para


assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação do índice de
consistência. Rio de Janeiro, 2016.

8. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13279: Argamassa para


assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da resistência à
tração na flexão e à compressão. Rio de Janeiro, 2005.

9. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13278: Argamassa para


assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da densidade de
massa e do teor de ar incorporado. Rio de Janeiro, 2005.

10. AMERICAN SOCIETY FOR TESTING AND MATERIALS. ASTM C780: Standard Test
Method for Preconstruction and Construction Evaluation of Mortars for Plain and
Reinforced Unit Masonry, 2016.

11. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13280: Argamassa para


assentamento e revestimento de paredes e tetos - Determinação da densidade de
massa aparente no estado endurecido. Rio de Janeiro, 2005.

12. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 13281: Argamassa para


assentamento e revestimento de paredes e tetos - Requisitos. Rio de Janeiro, 2005.

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