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PODER JUDICIÁRIO

JUSTIÇA DO TRABALHO
TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 19ª REGIÃO


COORDENADORIA DE APOIO ÀS EXECUÇÕES
PROCESSO: 0010004-50.2017.5.19.0001

Aos 18 dias do mês de setembro do ano dois mil e dezessete, às 13:00 horas, estando
aberta a audiência no COORDENADORIA DE APOIO ÀS EXECUÇÕES sito à AV.
DA PAZ 1994, CENTRO, com a presença do(a) Sr(a) Juiz(a) do Trabalho Substituto(a)
SARAH VANESSA ARAUJO PAIXAO FERRO, foram por ordem do(a) Sr(a) Juiz(a)
do Trabalho apregoados os litigantes: NAIARA PRISCYLA SIQUEIRA MARINHO,
EMBARGANTE, JOSE WELLINGTON CORREIA DOS SANTOS, EMBARGADO e
JOAO CLAUDIO RIOS, EMBARGADO.

RELATÓRIO
NAIARA PRISCILA SIQUEIRA MARINHO, qualificada às fls 02 dos autos, à vista do
leilão designado para os dias 19 e 21 de setembro vindouro, ajuizou embargos de terceiro
para fins de expedição de "mandado de manutenção de posse em favor da embargante,
com a suspensão imediata da ação executiva em apreço."

Alega que o fato de o veículo ser encontrado na residência do Sr. João Cláudio Rios,
executado na ação principal(0281000-90.1997.5.19.0001), deveu-se a mero empréstimo
do bem, e que isto ocorria "esporadicamente" em razão da relação de amizade que existia
entre ela, embargante, e ele, executado.

Afirma, ainda, que o bem é de sua propriedade, como faz prova o documento de fls 17/18
dos autos

Fundamenta os embargos no art. 674 do CPC, com indicação de precedentes


jurisprudenciais.

No que interessa o relatório.

Condições da ação atendidas. Conheço do pedido(art. 5º, § 1º).

FUNDAMENTAÇÃO
Em que pese o fato de o bem ser "formalmente" registrado no nome da embargante, tudo

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leva a indicar que o alegado 'empréstimo esporádico' não resultara de simples ato de boa
vontade, como se vê do cotejo entre a documentação trazida pela própria embargante e as
circunstâncias colhidas no processo principal(0281000-90.1997.5.19.0001).

Explica-se.

Na audiência realizada no dia 06 de junho passado no processo principal(fls 485/486), o


ilustre magistrado que a presidiu, louvando-se da certidão lavrada às fls 490, assim
consignou:

"...da certidão da Oficiala de Justiça extrai-se que o veículo Citroen C5 era o único carro
estacionado na garagem do executado, fato que por si constitui elevada carga de
verossimilhança a demonstrar que seja de sua propriedade. Ademais, da elogiável
certidão, verifica-se que o executado dominava várias peculiaridades do veículo, como o
"macete" para acessar o defeituoso capô. Tais circunstâncias fáticas são capazes de, à luz
da teoria da aparência, que o veículo em questão é de fato propriedade do executado, a
despeito do registro em nome de terceiro. Sobre essa questão, por meio de pesquisa
patrimonial, ora realizada durante esta audiência, percebeu-se que formalmente o veículo
está em nome da filha do executado. Contudo, a senhora Naiara Priscyla possui endereço
distinto do executado e, ainda, possui um veículo Fox 2013, outros elementos que se
somam aos já explicitados acima como indícios consistentes de ocultação patrimonial.
Ademais, a referida senhora não apresentou declaração de bens a partir de 2009, época da
fabricação do carro em análise. Acrescente-se que à época o veículo possuía valor
comercial incompatível com a renda da referida senhora, a qual recebia remuneração
próxima ao salário mínimo, de acordo com o CAGED..." (grifos nossos).

Daí conclui-se, com toda segurança, que a alegada propriedade é infirmada pelos fatos
acima consignados, o que não só compromete a higidez do ato de registro do veículo em
nome da embargante, como deslegitima sua pretensa condição de terceiro.

Tal entendimento é reforçado por acórdão do Tribunal de Justiça de São Paulo, que, em
enfrentando matéria semelhante, assim decidiu:

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"Com efeito, pelo que se depreende da análise dos autos, constata-se a existência de ação
de execução ajuizada pelo Embargado em face da pessoa de Leonice Perpetuo Bertin.

Da mesma forma, incontroverso que por força da mencionada ação, restou penhorado o
veículo descrito na petição inicial dos presentes embargos.

Desta forma, pretende o apelante a desconstituição de a aludida penhora, alegando, para


tanto, que o veículo constrito lhe pertence.

A esse respeito, muito embora conste dos autos cópia do certificado de registro do
veículo em questão, dando conta que o mesmo se encontra registrado em nome do
embargante, certo é que a transferência de propriedade de bens móveis, mormente
veículos, dá-se pela mera tradição.

Justamente por essa razão, deve-se presumir a propriedade de coisa móvel em favor de
quem esteja em sua posse.

No caso dos autos, restou asseverado na r. sentença que por ocasião das diligências
realizadas em face da executada, o veículo em questão se encontrava na posse da
executada.

Dessa forma, incumbia ao embargante o ônus de fazer a prova clara e convincente de


proprietário e possuidor do veículo sobre a que recaiu a penhora, não podendo singelas
alegações gerar dúvidas acerca das constatações realizadas por ocasião do cumprimento
das diligências determinadas na execução.

Ante o exposto, nega-se provimento ao recurso.(apelação n.991.05.047498-8. Comarca


de Olímpia - pul. 11/09/2009).

É de ressaltar, ainda, que o veículo penhorado foi adquirido posteriormente ao


ajuizamento da ação, o que gera a presunção lógica de que o registro do automóvel em
nome de terceiros pode ter ocorrido com o propósito de evitar eventuais constrições em
desfavor do executado.

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Reforça tal entendimento, o fato de tramitar vários processos contra ele no âmbito desta
Justiça Especializada, os quais têm tido solução demasiado difícil, demasiado custosa,
como se extrai deste processo cuja tramitação ocorre desde 1997, vale dizer, há mais de
duas décadas, circunstância essa que não pode ser compreendida senão como
desafio(nocivo!) ao princípio da efetividade das decisões judiciais, sem o que tais
decisões terão sido inócuas, terão sido em vão, e com isto este Juízo, até por dever de
ofício, não pode se compadecer.

Por fim, é de se ter sempre em mente a finalidade da execução, assim expressa no art. 797
do CPC:

" Ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso universal,
realiza-se a execução no interesse do exequente que adquire, pela penhora, o direito de
preferência sobre os bens penhorados."(Grifei).

CONCLUSÃO
Tudo considerado, julgo improcedentes os embargos de terceiros opostos, ficando
mantido, assim, o leilão do veículo de placa NLZ 5050-AL, penhorado nos autos
principais.

É como decido.

Intimem-se.

Maceió, em 15 de setembro de 2017.

Sarah Vanessa Araújo Paixão Ferro


Juíza do Trabalho, em atuação na CAE

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E para constar, foi lavrada a presente ata, que vai assinada na forma da lei.

_________________________________________________
SARAH VANESSA ARAUJO PAIXAO FERRO - Juiz(a) do Trabalho Substituto(a)

_________________________________________________
JOSÉ GIOVANI RODRIGUES VENTURA- Diretor(a) de Secretaria

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