Ultra petita. Do latim: ultra (além de) + petita (pedido) é a sentença que vai além do
pedido, isto é, concede algo a mais, quantitativamente, do que foi pretendido.
Um exemplo prático é o caso da sentença decretar a anulação de um negócio jurídico, e
também condenar o requerido a uma indenização por dano material ou moral, o que não
foi pedido pelo autor. Deduz-se que se o requerente não fez pedido de indenizações é
porque o mesmo não a queria. Outro exemplo seria o de uma parte que pede uma
indenização de um valor "X" e o juiz concede uma indenização no valor de "2X", ou seja
duas vezes superior ao que foi pedido.
A decisão "ultra petita" difere da decisão extra petita pela natureza da coisa concedida.
Assim, no primeiro caso o juiz concede "mais" do que se pede, mas concede coisas da
mesma natureza. Assim se haverá decisão "ultra petita" se "A" pede que lhe sejam
entregues vinte maçãs e o juiz determina que lhe sejam entregues quarenta temos uma
decisão "ultra petita".
Na hipótese de uma decisão extra petita a 'quantidade' pode ser maior ou menor mas a
'natureza da coisa' é diversa da pedida. Se "A" pede ao juiz para que "B" seja condenado a
entregar-lhe trinta pares de sapato e o juiz condena "B" a entregar trinta garrafas de
refrigerante, teremos aí uma decisão que foi não "além do pedido" mas "fora do pedido".
Essa hipótese está asseverada nos artigos 492 do Código de Processo Civil Brasileiro
vigente. O julgamento ultra petita acarreta a nulidade da sentença na parte em que se
excedeu.
Esta elencado sobre o princípio da adstrição, entre ele a citra petita e extra petita