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Prefeitura de Coroatá-MA

Conhecimentos Regionais Coroatá – Geografia local e regional, História local e regional, Cultura local
e regional, Política local e regional, atualidades local e regional .............................................................. 1
Conhecimentos Gerais O Brasil e o Mundo – Atualidades na Política e Finanças. Os últimos
acontecimentos na Europa, América do Sul, Estados Unidos e Brasil .................................................... 43

Candidatos ao Concurso Público,


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professor terá até cinco dias úteis para respondê-la.
Bons estudos!

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Conhecimentos Regionais Coroatá – Geografia local e regional, História local
e regional, Cultura local e regional, Política local e regional, atualidades local e
regional

Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores@maxieduca.com.br

Coroatá
saúde
História da Cidade
Segundo a lenda, a primeira penetração do território se deu pelos colonizadores portugueses, seguidos
por habitantes das proximidades. O povoamento teve como base os depósitos paióis espécie de pousos-
de fazendeiros e viajantes, vindos especialmente do Mearim1.
Com o progresso do povoado, chegaram novos imigrantes, destacando-se os síriolibaneses que,
desenvolvendo o comércio, contribuíram para a independência da localidade.
O primitivo núcleo denominou-se Coroatá-Grande e localizava-se na margem do Igarapé Grande,
afluente do rio Itapecuru, onde se encontra a atual zona suburbana. Mais tarde, os habitantes
transferiram-se para a margem oposta do Igarapé, onde foi edificada a cidade.
A privilegiada localização, banhada pelo rio Itapecuru e a ligação ferroviária com Teresina e, em
seguida, com São Luiz, foram fatores preponderantes para o desenvolvimento do município.
O topônimo, de origem indígena, provém de uma planta conhecida por coroatá-açu.
Gentílico: coroataense

Formação Administrativa
Elevado à categoria de vila com a denominação de Coroatá, pela lei provincial nº 173, de 05-11-1843,
desmembrado de Caxias. Sede na vila de Coroatá. Constituído do distrito sede. Instalado em 05-11-1843.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 3 distritos: Coroatá,
Pequi e Pirapemas.
Elevado à condição de cidade, pela lei estadual nº 924, de 08-04-1920.
Em divisão administrativa referente ao ano de 1933, o município é constituído de 2 distritos: Coroatá e
Pirapemas, sendo que o distrito de Pequi passou a ser zona do distrito sede de Coroatá.
No quadro fixado para vigorar no período de 1944-1948, o município é constituído de 2 distritos:
Coroatá e Pirapemas.
Pela lei estadual nº 269, de 31-12-1948, é criado o distrito de Peritoró e anexado ao município de
Coroatá.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1950, o município é constituído de 3 distritos: Coroatá, Pirapemas
e Peritoró.
Pela lei estadual nº 821, de 11-12-1952, desmembra do município de Coroatá o distrito de Pirapemas.
Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 1-VII-1960, o município é constituído de 2 distritos: Coroatá e Peritoró.
Pela lei estadual nº 6202, de 22-11-1994, desmembra do município de Coroatá o distrito de Peritoró.
Elevado à categoria de município.
Em divisão territorial datada de 15-VII-1997, o município é constituído do distrito sede.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2005.

Hino da Cidade
Letra por José Carlos da Silva
Melodia por José Carlos da Silva

De uma planta nasceu teu lindo nome


De homens bravos, nasceu a tua glória
Na paisagem mais linda deste chão
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http://coroata.ma.gov.br/cidades/cidades/

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Coroatá, orgulha o Maranhão.

Na paisagem mais linda deste chão


Coroatá, orgulha o Maranhão

Emoldurada pelo Rio Itapecuru


E nos trilhos vou cantando tua história
Minha vila, arraial, minha cidade
Exaltada por ser hospitaleira

Coroatá, Coroatá
És coroada pela mãe natureza
Coroatá, Coroatá
És meu berço, minha terra e meu lar.

Coroatá, Coroatá
És coroada pela mãe natureza
Coroatá, Coroatá
És meu berço, minha terra e meu lar.

Tuas ruas são livros abertos


Onde lemos um futuro de glórias
Solo fértil que a gente se orgulha da grandeza
O esporte, a cultura, que beleza!

Coroatá, Coroatá
És coroada pela mãe natureza
Coroatá, Coroatá
És meu berço, minha terra e meu lar.

Coroatá, Coroatá
És coroada pela mãe natureza
Coroatá, Coroatá
És meu berço, minha terra e meu lar.

Lei de Criação

MUNICÍPIO DE COROATÁ.

Lei nº 269 de 31 de Dezembro de 1948.

LIMITES MUNICIPAIS
1 – Com o Município de ITAPECURÚ-MIRIM:
Começa na interseção do alinhamento oeste-leste que vem do lugar Sêco da Almas, no rio Mearim,
com o Lado oriental da faixa da rodovia São Luis-Peritoró; segue pela referida linha oeste-leste até o lugar
do marco, à margem esquerda do riacho Tapuio; segue pelo veio deste riacho à jusante, até sua Foz à
margem esquerda do Rio Peritoró; segue pelo talvegue deste rio à jusante, até sua Foz à margem
esquerda do rio Perittoró; segue pelo talvegue deste rio a jusante, até sua foz a margem esquerda do rio
Itapecurú; segue pelo curso deste rio à montante, até a foz do rio Pirapemas, seu afluente da margem
direita; daí segue, por alinhamento reto em direção leste, até atingir o lugar do marco, no divisor de águas
Itapecurú-Munim.

2 – Com o Município de VARGEM GRANDE:


Começa na interseção do divisor de águas Itapecurú-Munim com o alinhamento reto oeste-leste que
vem da foz do rio Pirapemas; segue por uma reta à foz do riacho Tatu, à margem direita; continua pelo
referido riacho à montante, até sua cabeceira.

3 - Com o Município de TIMBIRAS:

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Começa na cabeceira do riacho Tatu; segue daí por um alinhamento reto a margem direita do rio
Itapecurú, fronteiro a foz do riacho Santana; segue pelo curso deste riacho á montante, até sua cabeceira,
de onde segue por outro alinhamento reto, até a cabeceira do riacho Bom Boi.

4 - Com o Município de CODÓ:


Começa na cabeceira do riacho Bom Boi; segue por alinhamento reto a margem direita do Rio Peritoró,
onde termina o alinhamento oeste-leste que vem do lugar São José; segue por essa reta em direção de
oeste, até o referido lugar São José; daí continua por outro alinhamento reto até a ponta norte da Serra
da Boa Vista, na extremidade das terras de Santa Vitória.

5 - Com o Município de PEDREIRAS:


Começa na ponta Norte da Serra da Boa Vista, na extremidade das terras de Santa Vitória; segue por
um alinhamento reto até a cabeceira do riacho Tapuio; continua pelo veio deste riacho a jusante, até a
passagem da estrada Coroatá-Pedreiras.

6 - Com o Município de IPIXUNA:


Começa na passagem da estrada Coroatá-Pedreiras no riacho Tapuio; segue por este riacho à jusante,
até o lugar do marco, à sua margem esquerda, onde termina a linha oeste-leste que parte do lugar Vila
Velha, no rio Mearim.

7 - Com o Município de BACABAL:


Começa no lugar do marco, à margem esquerda do riacho Tapuio, onde termina a linha oeste-leste
que vem do lugar Vila Velha, no rio Mearim; segue por esse riacho à jusante, até a ponte da rodovia São
Luís-Peritoró; daí continua pela margem oriental da faixa da referida rodovia, acompanhando seu eixo a
30 metros de equidistância, até o lugar do marco, no ponto de Interseção com a linha oeste-leste que
parte do lugar Sêco das Almas, no Rio Mearim.

DIVISAS INTERDISTRITAIS
1 – Entre os distritos de COROATÁ e PERITORÓ (ex-povoado do São José do Peritoró):
Começa no entroncamento da linha norte-sul que vem do cruzamento da linha telegráfica Codó-
Bacabal com o Rio Cachimbos; segue por esse alinhamento em direção de norte, ao referido cruzamento
e daí pelo talvegue do rio Cachimbo até sua foz à margem direita do rio Peritoró; daí continua por um
alinhamento com a direção de oeste até o lugar do marco, a margem direita do igarapé Tapuio.

2 – Entre os distritos de COROATÁ e PIRAPEMAS:


Começa no lugar do marco, onde a reta, que parte do Sêco das Almas, atinge o riacho Tapuio, daí por
uma reta à cabeceira do riacho Maracajá, continua pelo talvegue do Maracajá, à jusante, até sua foz a
margem esquerda do Itapecurú; segue pelo talvegue do rio Itapecurú, a jusante, até foz do igarapé José
Alves, a sua margem direita; daí continua por um alinhamento reto, com a direção de leste, até alcançar
o limite com o município de Vargem Grande.

Bandeira da cidade

Em 07 de setembro de 1988, em sessão da Câmara Municipal, no governo de Luiz Montenegro


Tavares, foi lançada a bandeira oficial da cidade, instituídos sob a lei n° 075/88 de 05 de Setembro de
1988. Coma as cores: verde, simbolizando a mata característica indelével do município; branco, a Paz
tão almejada por toda a humanidade; o azul o céu divino que nos protege; e por fim uma estrela
representado a cidade e toda a magnitude almejada pela população2.

Brasão

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https://bit.ly/2OX2WzN

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O brasão de Coroatá contém as seguintes figuras simbólicas:
- Coroatá-Açu, planta muito comum quando a fundação do município e que dera origem ao seu nome;
- Cachos de arroz, a riqueza agrícola do município;
- Livro aberto e pena, para representar a cultura e a educação que este povo merece;
- Planta Babaçu, fonte natural de riqueza;
- E por último um cálice com serpente em honra a saúde da população.

Localização
Os municípios que fazem fronteiras com Coroatá são:
- Ao norte Pirapemas;
- Ao leste Timbiras e Vargem Grande;
- Ao sul Peritoró e Codó;
- Ao oeste Alto alegre e São Mateus.

Relevo
- Composto por rochas sedimentares e superfície aplainada e ondulada, e também apresenta altitude
que alcançam até 100m de altura.
- O maior orgulho do povo do município é ter a cidade banhada pelo Rio Itapecuru.

Fauna e Flora
A formação vegetal da cidade, assim como da maior parte do Estado são de dois tipos de florestas a
Estacional Perenifólia e Estacional Semidecídua, ambas com muito babaçu, que é a principal fonte de
extrativismo vegetal. Mas, contém ainda as lavouras.
A vegetação típica é constituída, ainda, por plantas como unha de gato, macaúba, tucum, aroeira,
jatobá, ingá, fava dantas, etc. Por entre essas árvores muitas vezes frondosas correm onça, cutia, paca,
tatu, mambira, foboca, gato maracajá, peba porco do mato e veado. Sob as árvores voam e cantam os
bem-te-vis, andorinha, Martim-pescadores, gaviões e rolinhas.

Dados Gerais

População3

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https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/coroata/panorama

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Trabalho e Rendimento
Em 2016, o salário médio mensal era de 1.7 salários mínimos. A proporção de pessoas ocupadas em
relação à população total era de 5.3%. Na comparação com os outros municípios do estado, ocupava as
posições 94 de 217 e 84 de 217, respectivamente. Já na comparação com cidades do país todo, ficava
na posição 3453 de 5570 e 4906 de 5570, respectivamente. Considerando domicílios com rendimentos
mensais de até meio salário mínimo por pessoa, tinha 53.3% da população nessas condições, o que o
colocava na posição 129 de 217 dentre as cidades do estado e na posição 733 de 5570 dentre as cidades
do Brasil.

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Educação
Em 2015, os alunos dos anos inicias da rede pública da cidade tiveram nota média de 4.4 no IDEB.
Para os alunos dos anos finais, essa nota foi de 3.7. Na comparação com cidades do mesmo estado, a
nota dos alunos dos anos iniciais colocava esta cidade na posição 71 de 217. Considerando a nota dos
alunos dos anos finais, a posição passava a 57 de 217. A taxa de escolarização (para pessoas de 6 a 14
anos) foi de 95.9 em 2010. Isso posicionava o município na posição 148 de 217 dentre as cidades do
estado e na posição 4637 de 5570 dentre as cidades do Brasil.

Economia

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Saúde
A taxa de mortalidade infantil média na cidade é de 9.3 para 1.000 nascidos vivos. As internações
devido a diarreias são de 0.2 para cada 1.000 habitantes. Comparado com todos os municípios do estado,
fica nas posições 154 de 217 e 214 de 217, respectivamente. Quando comparado a cidades do Brasil
todo, essas posições são de 3405 de 5570 e 4284 de 5570, respectivamente.

Território e Ambiente
Apresenta 19.4% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 50% de domicílios urbanos em
vias públicas com arborização e 0.9% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada
(presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios
do estado, fica na posição 43 de 217, 138 de 217 e 98 de 217, respectivamente. Já quando comparado
a outras cidades do Brasil, sua posição é 3667 de 5570, 4130 de 5570 e 4434 de 5570, respectivamente.

Questões

01. De acordo com o último censo oficial do IBGE, a população de Coroata conta com:
(A) 65.044 habitantes
(B) 60.237 habitantes
(C) 85.564 habitantes
(D) 58.975 habitantes
(E) 61.725 habitantes

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02. Responsáveis pelo desenvolvimento da cidade devido a grande migração no final do século XX:
(A) Russos
(B) Portugueses
(C) Italianos
(D) Sírio-libaneses
(E) Argentinos

03. De acordo com os dados do IBGE o PIB Per Capita de São Francisco do Sul é de:
(A) 7.586,23 reais
(B) 5.524,58 reais
(C) 5.842,95 reais
(D) 9.654,45 reais
(E) 5.548,78 reais

Gabarito

01.E / 02.D / 03.B

Comentários
01. Resposta: E
Existem dois dados que o IBGE traz a respeito da população de Coroata. Os números do último censo
oficial, e a estimativa mais recente. Note que a questão é clara ao pedir os números do último censo
oficial, de 2010 (61.725) e não a população estimada em 2018 (65.044).

02. Resposta: D
A chegada dos imigrantes sírio-libaneses no final do século XX desenvolveram o comércio local e
regional. Devido ao crescimento provocado por eles, a cidade chega a independência/autonomia em
1920.

03. Resposta: B
O PIB Per Capita de Coroata é de R$ 5.524,58. O município ocupa a posição 5405 em comparação
ao cenário nacional e 145 no Estado.

Regional
saúde

História do Maranhão

Não existem evidências de que os espanhóis tenham chegado à costa norte do Brasil, antes dos
portugueses, como demonstrado no artigo Falsos Descobrimentos do Brasil4.
As primeiras tentativas dos portugueses de colonizar o atual território do Maranhão ocorreram com a
criação das Capitanias Hereditárias. Os primeiros colonos da Capitania do Maranhão chegaram em 1535.
Eram cerca de 900 pessoas e fundaram o povoado de Nazaré, mas os ataques dos índios resultou na
morte da maioria dos colonos. Em 1538, os cerca de 200 sobreviventes retornaram a Portugal. Outras
tentativas ocorreram no século 16, mas sem sucesso.
No final do século 16, os franceses já exploravam o litoral norte brasileiro. Em 1612, eles ocuparam
parte da costa do Maranhão (Isle de Maragnan), fundaram a França Equinocial e a cidadela de São Luís.
Os missionários capuchinhos franceses conseguiram o apoio dos tupinambás. Os portugueses e
espanhóis tentaram tomar o território durante os anos seguintes.
Em 1614, forças portuguesas, comandadas pelo caboclo Jerônimo de Albuquerque derrotaram os
franceses na Batalha de Guaxenduba. Em novembro de 1615, o comandante francês Daniel de la Touche
de La Ravardière foi preso, enviado para Lisboa e encarcerado na Torre de Belém.
Após a expulsão dos franceses, os portugueses iniciaram uma rápida colonização do território. Além
do pessoal vencedor das batalhas, chegaram cerca de mil colonos dos Açores, em 1619. A Câmara de
São Luís foi instalada no final do mesmo ano.
Em 21 de fevereiro de 1620, foi criado, por carta régia, o Estado do Maranhão, com capital em São
Luís, separado do Estado do Brasil. Outra carta régia, de 13 de junho de 1621, mudou o nome para
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https://bit.ly/2yOQHLN

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Estado do Maranhão e Grão-Pará. Entretanto, o governo do Estado somente foi instalado em 1623, por
demora na chegada do governador nomeado. Uma das razões para a separação era a difícil navegação
até a Bahia. Além disso, existia a vastidão das capitanias do norte.
Em 1641, São Luís foi invadida pelos holandeses, mas recuperada três anos depois.
O padre Antônio Vieira teve importante papel no Maranhão como missionário entre os índios.
Em 30 de agosto de 1677, foi criada a Diocese de São Luís do Maranhão, como sufragânea do
Patriarcado de Lisboa. Em 5 de junho de 1827, após a Independência do Brasil, tornou-se sufragânea da
Arquidiocese de São Salvador da Bahia. Em 1º de maio de 1906, subordinou-se à Arquidiocese de Belém
do Pará. Tornou-se a Arquidiocese de São Luís do Maranhão, em dois de dezembro de 1921.
Em 1751, a capital do Estado foi transferida para Belém e o nome do Estado passou a ser Estado do
Grão-Pará e Maranhão, invertendo a ordem dos nomes e envolvendo as duas capitanias do Grão-Pará e
do Maranhão.
Em 1772, foi criado o Estado do Maranhão e Piauí, separado do Grão-Pará. Entretanto, a separação
só se efetivou com a provisão de 9 de julho de 1774.
Em 1755, o Marquês de Pombal criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão,
promovendo o desenvolvimento da região e intensificando o comércio de escravos africanos. Essa
empresa entrou em processo de liquidação, em 1778, mas funcionou até 1784.
Em 10 de outubro 1811, a carta régia de D. João separou a Capitania do Piauí da administração do
Maranhão.
Em Sete de Setembro de 1822, o Príncipe D. Pedro rompeu com Portugal. O governo de algumas
províncias aderiram ao Príncipe, outros permaneceram leais a Portugal. A Bahia já estava em guerra
desde junho, Pernambuco lutava pela independência desde 1817. O Maranhão foi dominado pelas forças
brasileiras em 1823.
Após 1889, com a República, o Maranhão tornou-se um estado do Brasil.

GEOGRAFIA DO MARANHÃO:

Localização do Estado do Maranhão: superfície; limites; linhas de fronteira; pontos extremos;


Áreas de Proteção Ambiental (APA)

Antes de adentrarmos à Geografia específica do Maranhão, visto que o mesmo localiza-se na


Região Nordeste do Brasil, faremos uma abordagem das principais características dessa região,
mais comumente cobrada nos concursos públicos em geral.

Região Nordeste

O Nordeste apresenta pontos de elevado dinamismo econômico, tanto no campo quanto nas cidades.
Porém, a elevada concentração fundiária e a persistência de graves problemas sociais representam um
entrave ao desenvolvimento regional.

Obstáculos e perspectivas

Apesar de não se destacar em grande parte dos indicadores econômicos e sociais, a Região Nordeste
passa por um processo de integração econômica com as outras regiões do país e com o mundo,
apresentando alternativas para o desenvolvimento em diferente setores.

Se comparados o índice de desenvolvimento humano do Brasil com o dos estados do Nordeste,


observamos que todos eles, apresentam IDH menor que a média nacional, o que evidencia a defasagem
social dessa região em relação ao Brasil.
Entre os estados nordestinos, a Bahia conta com a maior participação no PIB brasileiro. Sua economia
é diversificada e produz riqueza com atividades da agropecuária, da indústria e de serviços.

Ocupação territorial

A ocupação do Nordeste ocorreu paralelamente à implantação de atividades econômicas, como a


produção de cana-de-açúcar nas áreas litorâneas e, posteriormente, a agricultura de subsistência no
Agreste e a pecuária do Sertão.

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A Região Nordeste é formada por nove estados: Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco (incluindo o Distrito Estadual de Fernando de Noronha), Alagoas, Sergipe e Bahia.
Com área de 1.554.257 km², equivalente a 18,25% do país, concentrava, em 2011, 27,77 da população
brasileira, ou seja, 54.226.000 habitantes à época.
Durante os séculos XVI e XVII, a produção de açúcar para exportação sustentou a economia colonial,
baseada no latifúndio monocultor e no sistema escravista. A cana-de-açúcar desenvolveu-se bem nos
solos de massapé presentes no litoral dos atuais estados de Pernambuco e Bahia.
Entre as atividades complementares implementadas na América portuguesa estavam os cultivos de
subsistência e a pecuária. A criação de gado, inicialmente feita na Zona da Mata (litoral), foi empurrada
para o interior (Sertão) de Pernambuco, para o Vale do Rio São Francisco e para os estados do Piauí, do
Ceará e do Maranhão, promovendo a ocupação efetiva dessas áreas.
Nos séculos XVIII e XIX, a descoberta de minerais preciosos no interior do país e a transferência da
capital de Salvador para o Rio de Janeiro (1763), entre outros fatores, acentuaram o declínio da produção
de açúcar e aumentaram os problemas econômicos e sociais da região.
As grandes propriedades rurais sempre foram controladas por latifundiários ou coronéis, como ficaram
conhecidos os grandes fazendeiros nordestinos. Ainda no século XX, a débil economia regional sob o
domínio do coronelismo acentuou a extrema pobreza da população nordestina, em especial a do
sertanejo, habitante das vastas áreas de caatinga. Para a maioria dessa população, castigada pelo
precário desenvolvimento econômico, não restou outra opção senão migrar para outras regiões do país.

O Nordeste atual: economia, recursos naturais e população

A implantação de polos industriais e de agricultura modernizada vem transformando a economia


nordestina. Porém, apesar dos avanços econômicos, o Nordeste ainda figura abaixo da média nacional
no que diz respeito ao desenvolvimento humano e à qualidade de vida.

A economia nordestina mostrou-se mais dinâmica desde as últimas décadas do século XX. Entre as
razões desse dinamismo estão o desenvolvimento industrial e o avanço dos setores agrário e de serviços.
Com a criação da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) em 1959, o setor
secundário ou industrial do Nordeste recebeu a maior parte dos investimentos. Como consequência,
houve a montagem de importantes e modernos centros industriais. No entanto, apenas uma parcela muito
reduzida da população nordestina foi beneficiada, já que as indústrias se concentraram principalmente
em três estados (Bahia, Pernambuco e Ceará), particularmente nas capitais, com destaque para as de
transformação e de confecções.
Com a política de desconcentração industrial, a partir da década de 1990, os governos estaduais da
Região Nordeste têm investido em infraestrutura e oferecido vantagens, como incentivos fiscais visando
atrair indústrias para seus territórios. Entretanto, a implantação de uma indústria, em geral bastante
automatizada, abre poucos postos de trabalho, quase sempre mais qualificados, além de contribuir com
impostos reduzidos. Assim, apenas algumas empresas transnacionais ou de capital nacional acabam
sendo as mais beneficiadas.
Quanto ao setor agrícola, destacam-se duas importantes monoculturas cultivadas na Zona da Mata;
a cana-de-açúcar, especialmente em Alagoas e Pernambuco, e o cacau, no sul da Bahia.
No Meio-Norte, além da agricultura tradicional (cana, soja, mandioca, arroz) e do extrativismo
vegetal (babaçu, carnaúba), têm crescido as plantações de soja no sul dos estados do Maranhão e do
Piauí – cultivo que se estende até o sertão, chegando ao oeste da Bahia.
No Sertão, caracterizado pelo clima semiárido, solos pedregosos e vegetação de caatinga, subsiste a
agricultura tradicional cultivada nos vales mais úmidos e nas encostas e pés de serras. Milho, arroz, feijão,
mandioca, algodão e cana-de-açúcar são as principais culturas.
A fruticultura irrigada do Nordeste adquire cada vez mais importância não apenas no mercado
interno, mas também para a exportação. É desenvolvida no Vale do Rio São Francisco (uva, manga), no
Vale do Rio Açu no Rio Grande do Norte (melão, manga) e no Sertão do Ceará (acerola, melão). A maior
região produtora de melão no país localiza-se no polo Açu/Mossoró, no Rio Grande do Norte, e o polo
Petrolina/Juazeiro firmou-se como grande exportador de manga, banana, coco, uva, goiaba, melão e
pinha.
Mão de obra barata e disponível, preços atrativos das terras e a localização da Região Nordeste em
relação à Europa e aos Estados Unidos (reduzindo o tempo e o custo de transporte) conferem vantagens
à fruticultura na região. O desenvolvimento de tecnologias (criação de variedades de frutas, produção
integrada, produção de mudas sadias, entre outras) e o aperfeiçoamento de técnicas de irrigação foram
essenciais para o crescimento da atividade.

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Na pecuária predomina a criação de animais de pequeno porte como asininos (jumentos, mulas e
burros), caprinos (cabras), ovinos (ovelhas) e suínos (porcos). A criação de bovinos (bois),
tradicionalmente desenvolvida no Sertão de forma extensiva, vem crescendo também em áreas do
Agreste próximas ao Sertão, com solos de baixa fertilidade e pouca umidade, e em áreas do Maranhão.
A pecuária leiteira, na modalidade extensiva e voltada para o abastecimento da Zona da Mata, é praticada
no Agreste.
No Agreste ainda se desenvolve a policultura comercial para o abastecimento da Zona da Mata, em
médias e pequenas propriedades. É praticada em solos férteis com boas condições de umidade, na
fronteira com a Zona da Mata.
O turismo desenvolvido a partir das potencialidades naturais é outra atividade econômica de grande
importância para a região.

Turismo garante expansão regional:


“No ranking das dez cidades mais visitadas do Brasil por estrangeiros em 2008, o Nordeste
emplacou três capitais. Salvador, Recife e Fortaleza ocuparam o terceiro, o sexto e sétimo
postos, respectivamente, na escolha dos visitantes internacionais. À sua maneira, com sol,
praias e características culturais diferenciadas, a região contribuiu para que o país se tornasse
o sétimo maior destino mundial dos turistas estrangeiros no ano de 2012 – e o mais
movimentado ponto de desembarque de visitantes com origem na América Latina,
desbancando o México. [...] A multiplicação dos voos regulares entre capitais como Salvador
e Recife – no ano 2000 havia apenas uma linha regular – e diferentes pontos da Europa e dos
Estados Unidos contribuiu de maneira decisiva para o incremento do fluxo de turistas
estrangeiros. Os desembarques internacionais na região cresceram 11,9% em 2008 em
relação ao ano anterior. O maior volume de chegadas de estrangeiros teve um reflexo direto
na elevação das taxas de emprego no setor de turismo na região, com um aumento de 5,7%
no mesmo período”.
(ROCHA, M.; DAMIANI, M. Turismo garante expansão regional. O Estado de São Paulo, São Paulo, 10 dezembro 2009).

O Nordeste conta com diversos parques nacionais, entre eles o da Serra da Capivara (PI), com grande
concentração de sítios arqueológicos e pinturas rupestres, o Parque Nacional Marinho de Fernando de
Noronha (Distrito Estadual de Pernambuco) e o Parque Nacional da Chapada Diamantina (BA). Entre os
eventos culturais que atraem turistas estão o carnaval (com destaque para Salvador, Olinda e Recife), as
festas juninas (Caruaru, Campina Grande, etc.), as danças e comidas típicas e o artesanato (rendas,
cerâmicas) da região.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), ligada à ONU,
instituiu uma lista de sítios e monumentos de valor excepcional e de interesse universal, que integram o
Patrimônio Mundial, Cultural e Natural da Humanidade. O objetivo é a preservação desses sítios para
as gerações futuras. A Região Nordeste abriga grande número de Patrimônios Culturais e Naturais da
Humanidade, como o centro histórico de Olinda (PE), de São Luís (MA) e de Salvador (BA), com o
Pelourinho, além dos sítios arqueológicos de São Raimundo Nonato no Parque Nacional da Capivara
(PI).
Em relação aos recursos naturais, o Rio Grande do Norte se sobressai como o maior produtos de sal
marinho do país. Destacam-se também o petróleo e o gás natural, extraídos no Ceará, Sergipe, Rio
Grande do Norte e na Bahia.

Indicadores sociais e urbanização:


A Região Nordeste ainda responde pelos índices de qualidade de vida mais baixos do país. Problemas
sociais como elevadas taxas de mortalidade infantil e de analfabetismo, baixos salários, grande
concentração de renda e terras também alcançaram números que superam os de outras regiões.
Em 2009, 6,8% das crianças de 7 a 14 anos de idade não sabiam ler e escrever no país. No Nordeste,
esse percentual chegava a 11,8%. A média de anos de estudo da população de 15 anos ou mais de
idade, naquele mesmo ano, era mais baixa no Nordeste, de 6,3 anos, enquanto no Sudeste chegava a
8,2 anos. Cerca de 36,3% dos núcleos familiares nordestinos tinham rendimento de até meio salário
mínimo per capita, contra apenas 12,2%no Sudeste.
De povoamento antigo, a Zona da Mata continua sendo a sub-região mais importante do Nordeste,
concentrando seis capitais e a maior parte da população. Salvador e Recife são as principais cidades,
destacando-se ainda como áreas industriais.

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As sub-regiões geoeconômicas
Considerando os aspectos econômicos, é possível identificar sete sub-regiões no Nordeste brasileiro.
Em cada uma delas, existem polos de intensa modernização, que convivem com as atividades
econômicas tradicionais:

Litoral - concentra cerca da metade da maior parte da população e abriga os três maiores polos
urbano-industriais nordestinos: Salvador, Recife e Fortaleza. Na Grande Salvador, o destaque é o Polo
Petroquímico de Camaçari, principal complexo industrial do Nordeste, que integra o refino de petróleo, a
petroquímica básica e intermediária e a produção de resinas. A Grande Recife, por sua vez, abriga o
Porto Digital, principal polo tecnológico do Nordeste, e o Complexo Industrial-Portuário de Suape,
instalado na década de 1970, com cerca de 100 empresas e no qual se encontram em implantação uma
refinaria de petróleo, uma siderúrgica e um grande estaleiro. Em Fortaleza, destacam-se as indústrias
intensivas em mão de obra, tais como a têxtil e a de calçados, e o Complexo Industrial e Portuário do
Pecém, inaugurado em 2002 e concebido para receber indústrias de base tais como a Companhia
Siderúrgica do Pecém, um consórcio entre a brasileira Vale e duas empresas coreanas, em implantação.

Pré-Amazônia - inserida apenas no Maranhão, essa região geoeconômica apresenta predomínio de


atividades agrícolas tradicionais, marcadas pela baixa produtividade. Entretanto, nos últimos anos, a
região vem registrando aumento da área dedicada ao cultivo de grãos, em especial soja e milho, bem
como uma intensa atividade de exploração madeireira.

Parnaíba - abriga o polo de Teresina, maior aglomeração industrial interiorizada do Nordeste, com
destaque para as indústrias têxtil, de alimentos, de cerâmica e madeireira.

Sertão - embora haja a predominância da pecuária e da agricultura tradicionais, abriga polos industriais
modernos, tais como o setor calçadista em Sobral e Crato, no Sertão cearense, e o polo gesseiro do
Araripe, no Sertão pernambucano.

Agreste - o dinamismo econômico da sub-região vem crescendo com a implantação de indústrias


têxteis, de calçados e de confecções, especialmente em Campina Grande (PB), Caruaru (PE) e Feira de
Santana (BA), e pelo aumento da produtividade das bacias leiteiras, instaladas em Pernambuco e
Alagoas.

São Francisco - destaque para as práticas de fruticultura irrigada, especialmente nos polos geminados
de Petrolina (PE) e Juazeiro (BA).

Cerrado - sub-região de intenso crescimento econômico, devido à implantação da agroindústria da


soja, do milho e do algodão. Alguns de seus centros urbanos, tais como Barreiras (BA), Luis Eduardo
Magalhães (BA) e Balsas (MA), vêm apresentando grande crescimento econômico, graças à instalação
de modernas indústrias de beneficiamento, produzindo principalmente óleo e farelo. A maior parte da
produção destina-se à exportação e é escoada pelas ferrovias Norte-Sul e Carajás até o porto de Itaqui
(MA)5.

5
TERRA, Lygia. Conexões: estudos de geografia geral e do Brasil – Lygia Terra; Regina Araújo; Raul Borges Guimarães. 2ª edição. São Paulo: Moderna.

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Nordeste: sub-regiões geoeconômicas

Maranhão

Localização:
O Estado do Maranhão está localizado na região Nordeste do Brasil, entre os paralelos 1°01’ e 10°21’
de latitude sul e os meridianos 41°48’ e 48°50’ de longitude oeste. É o segundo maior estado do Nordeste,
depois da Bahia, com uma extensão territorial de 331.983 km2, suas dimensões territoriais, corresponde
aproximadamente a 4% do território brasileiro e 18% do tamanho do Nordeste. Situa-se numa faixa
transicional entre a Amazônia quente e úmida da região Norte e o sertão quente e seco nordestino. É o
único estado do Nordeste brasileiro que compõem a Amazônia Legal.

Forma ou Configuração:
Possui uma configuração de um Trapézio em função do processo histórico de ocupação do território,
com a implantação das atividades econômicas. No processo de ocupação do território podemos identificar
três vertentes migratórias a saber:
As principais correntes migratórias:

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A corrente Litorânea: Ao longo do litoral ocidental e oriental, nos vales dos rios Itapecuru, Mearim e
Pindaré, entre os séculos entre XVII e XIX, com interiorização da cultura do algodão, Cana – de – Açúcar
e do Arroz.
A corrente da Pecuária: Criadores oriundos do caminho do São Francisco, chegaram ao Maranhão
na região de Pastos Bons, ao Sul, e ramificou-se por quase todo território maranhense, a partir do século
XVII.
A Corrente da Seca ou Sertaneja: Um caminho mais recente – ao longo da primeira metade do século
XX – em função das estiagens sertanejas e o declínio da economia da borracha na porção extremo-
ocidental do norte brasileiro, a “opção” passou a ser o caminho para o oeste maranhense.

DIVISÃO POLÍTICA
Os municípios maranhenses estão distribuídos em cinco mesorregiões geográficas – Norte
Maranhense, Oeste Maranhense, Centro Maranhense, Leste Maranhense e Sul Maranhense –, em 21
Microrregiões Geográficas e 217 municípios conforme o IBGE.
01 - Mesorregião Norte Maranhense - É formada pela união de 60 municípios, agrupado em seis
microrregiões, a saber: Aglomeração Urbana de São Luís, Baixada Maranhense, Itapecuru Mirim, Lençóis
Maranhenses, Litoral Ocidental Maranhense e Rosário.
02 - Mesorregião Sul Maranhense - É formada pela união de 19 municípios, agrupado em três
microrregiões, a saber: Chapadas das Mangabeiras, Gerais de Balsas e Porto Franco.
03 - Mesorregião Leste Maranhense - É formada pela união de 44 municípios, agrupado em seis
microrregiões, a saber: Baixo Parnaíba Maranhense, Caxias, Chapadas do Alto Itapecuru, Chapadinha,
Codó e Coelho Neto.
04 - Mesorregião Oeste Maranhense - É composta por 52 municípios, agrupado em três
microrregiões, conforme segue: Gurupi, Imperatriz e Pindaré.
05 - Mesorregião Centro Maranhense - É formada pela união de 42 municípios, agrupado em três
microrregiões, a saber: Alto Mearim, Grajaú, Médio Mearim e Presidente Dutra.

Áreas de Proteção Ambiental do Maranhão6

Unidades de Conservação

PARQUE ESTADUAL DO SÍTIO RANGEDOR


O Parque Estadual do Sítio do Rangedor, localizado no Município de São Luís foi criado pelo Decreto
nº 21.797, de 15 de dezembro de 2005 a princípio na categoria de Estação Ecológica. Sua categoria foi
redefinida pela Lei nº 9.864, de 04 de julho de 2013, quando passou a integrar a categoria da unidade de
proteção integral. Localiza-se no município de São Luís, com uma área total de 126 hectares, a Estação
Ecológica do Sítio do Rangedor garante a proteção de uma importante área de águas subterrâneas e
funciona como reguladora climática da ilha de São Luís. A área abriga a fauna e flora remanescentes da
urbanização da Ilha de São Luís, atuando, como refúgio para espécies como jacaré, raposa, cotia e
diversas aves.

6
Governo do Estado do Maranhão. Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Naturais. Disponível em:
http://www.sema.ma.gov.br/conteudo?/430/Unidades_de_Conserva%C3%A7%C3%A3o.

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO ITAPIRACÓ
Localizada no município de São Luís, com uma área total de 322 ha (trezentos e vinte e dois hectares),
a Área de Proteção Ambiental do Itapiracó foi criada através do Decreto Nº 15.618 de 23 de junho de
1997. A APA abrange uma vegetação remanescente da floresta amazônica, abrangendo mata de galeria,
que protege as nascentes do riacho Itapiracó, tem os seguintes limites: ao Norte, Conjunto Parque Vitória;
ao Sul, Condomínio Itapiracó; a Oeste, Conjunto IPEM Turu; a Leste, Conjunto COHATRAC e Loteamento
SOTERRA. Além da conservação da fauna e da flora, a APA do Itapiracó apresenta importante papel na
manutenção do microclima da Ilha de São Luís. Foi A Secretaria do Estado de Meio Ambiente e Recursos
Naturais-SEMA concluiu a primeira etapa do projeto de revitalização da APA, melhorando a infraestrutura
a fim de viabilizar uma área de passeio, com atividades educacionais, recreativas e ambientais para a
população de São Luís.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA BAIXADA MARANHENSE


Compreendendo uma área de 1.775.035 hectares, a Área de Proteção Ambiental da Baixada
Maranhense foi criada pelo Decreto Nº 11.900 de 11 de junho de 1991, incorpora uma complexa interface
de ecossistemas ou incluindo manguezais, babaçuais, campos abertos e inundáveis, uma série de bacias
lacustres em sistema de “rosário”, um conjunto estuarino e lagunar e matas ciliares – todos abrigando rica
e complexa fauna e flora aquática e terrestre, com destaque para ictiofauna, avifauna migratória e
permanente e às variedades de espécies da flora local e regional considerados alguns daqueles
ecossistemas como Reservas Biológicas. Possui características fisiográficas marcantes como terras
baixas, planas inundáveis, caracterizada, por campo, mata de galeria, manguezais de bacia lacustre. Em
sua vegetação destacam-se: castanheiras, gameleiras, embaúbas, cedros e babaçuais. Nas ilhas
flutuantes, encontram-se: buritis, aningas e embaúba. Na fauna encontram-se diversos animais, exemplo:
as aves como a garça branca, a garça azul e as jaçanãs que são bem abundantes. Os mamíferos mais
comuns são: a raposa, guariba, macaco-prego, caititu, veado, guaxinim, paca e tamanduá.

PARQUE ESTADUAL DO BACANGA


O Parque Estadual do Bacanga foi criado pelo Decreto Nº 7.545, de 07 de março de 1980, com uma
área de 2.633 hectares. O Parque preserva uma parte da floresta amazônica protetora dos mananciais,
que alimentam a represa do batatã, responsável por um terço do abastecimento da Ilha de são Luís. O
Parque está localizado a Sudoeste do centro urbano, entre a margem direita do Rio Bacanga e a região
do maracanã. Sua vegetação apresenta árvores como o angelim, a barrigudeira, o babaçu, o buriti e
muitas árvores frutíferas. Na fauna, encontram-se animais como bicho-preguiça, cotias e várias espécies
de aves, como o pica-pau amarelo, maracanã-do-buriti e gavião-da-calda-branca.

PARQUE ESTADUAL DO MIRADOR


O Parque Estadual do Mirador encontra-se a 500 km de distância da capital São Luís, foi criado através
do Decreto nº 7.641/80 de junho de 1980 e teve seus limites redefinidos pela Lei Estadual Nº 8.958 de 08
de maio de 2009, com uma área de 766.781,00 mil hectares. O Parque Estadual do Mirador protege as
nascentes dos rios Alpercatas e Itapecuru, na Região Centro-Meridional do Maranhão. Destacam-se na
sua vegetação as árvores de pequeno porte, retorcida de casca grossa, típicas do cerrado, entre elas:
pau-terra, pequi, lobeira, murici, sucupira e jatobá. A mata ciliar é constituída principalmente por palmeiras
de buriti. Entre as espécies da fauna, podem ser encontradas algumas ameaçadas de extinção como:
urubu-rei, tatu-canastra e cachorro-do-mato-vinagre. Outras espécies importantes são: papagaios,
periquitos, pedrizes, seriemas, gatos maracajás, veados cobras e tatus.

PARQUE ESTADUAL MARINHO DO PARCEL DE MANUEL LUÍS


Maior banco de corais da América do Sul, o Parque Estadual Marinho do Parcel de Manuel Luís foi
criado pelo Decreto Nº 11.902 de 11 de junho de 1991. Com uma área de 46 mil ha, localiza-se no Litoral
Ocidental do Estado, a 45 milhas náuticas da costa maranhense, no município de Cururupu, sendo que
o local mais próximo, em terra firme é a ilha de Bate Vento na Resex de Cururupu. Com relação a São
Luís, o Parque dista cerca de 100 milhas, ao norte da Baía de São Marcos, tendo como ponto mais
próximo (50 milhas), a ilha dos Lençóis. Nas formações coralinas observa-se grande variedade de peixes
multicoloridos, como peixe-papagai, sargentino, peixe-borboleta e outros de maior porte, como meros e
garoupas, além de tartarugas marinhas.

PARQUE ESTADUAL MARINHO BANCO DO ÁLVARO


Essa Unidade foi criada pela Lei Nº 10.172, de 12 de dezembro de 2014, com perímetro de 45.274,73
hectares.

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PARQUE ESTADUAL MARINHO BANCO DO TAROL
Possui o perímetro de 34.229,40 hectares e foi criado pela Lei Nº 10.171, de 12 de dezembro de 2014.
O Parque Estadual Marinho Banco do Álvaro e o Parque Estadual Marinho Banco do Tarol tem como
objetivo a proteção ambiental, estimulando a educação ambiental e a pesquisa científica de seus atributos
ambientais.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – APA DA FOZ DO RIO PREGUIÇAS – PEQUENOS LENÇÓIS,


REGIÃO LAGUNAR ADJACENTE
Criada a partir do Decreto 11.899 de 11 de junho de 1991, abrange parte dos municípios de
Barreirinhas, Tutóia e Araioses, num total de 269.684,3 hectares. A Área de Proteção Ambiental da Foz
do Rio Preguiças – Pequenos Lençóis está localizada no Litoral Oriental Maranhense, da foz do Rio
preguiças a foz do Rio Parnaíba. Possui relevos planos, cordões de dunas, ilhas sedimentares e sistemas
deltaicos estuarinos, e lagunares. Diferencia-se do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, por ter
um litoral mais recortado e uma vegetação bem mais abundante.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DAS REENTRÂNCIAS MARANHENSES


A Área de Proteção Ambiental das Reentrâncias Maranhenses está localizada no litoral ocidental
maranhense, de Alcântara até a foz do Rio Gurupi, englobando os municípios de Cedral, Guimarães,
Mirinzal, Bequimão, Cândido Mendes, Cedral, Porto Rico do Maranhão, Apicum-Açu, Serrano do
Maranhão, Turiaçu, Luís Domingues, Godofredo Viana, Cururupu, Bacuri, Carutapera e Alcântara. A APA
foi criada pelo Decreto Nº 11.901 de 11 de junho de 1991 e ocupa uma área de aproximadamente
2.681.911,2 km² (dois millhões, seiscentos e oitenta e um mil, novecentos e onze vírgula dois hectares).
A região costeira é bastante recortada de baías, enseadas e estuários. Possui extensos manguezais com
elevada produtividade pesqueira, há abundância de aves litorâneas, como o guará que nidifica e reproduz
na Ilha do Cajual, em Alcântara. Entre os mamíferos encontramos o boto e o peixe-boi.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DO MARACANÃ


Com 1.831 hectares, a Área de Proteção Ambiental do Maracanã foi criada pelo Decreto 12.103 de 01
de outubro de 1991 e limita-se ao norte com o Parque Estadual do Bacanga e ao Sul com o Rio Grande.
Essa região fica a 18 Km do centro de São Luís e apresenta florestas de galerias entremeadas por
igarapés de água doce, terras baixas e formações, colinosas. Possui típica vegetação de várzea,
predominando juçara, babaçu. A fauna apresenta espécies como: juritis, rolinhas e pipiras-azuis.

APA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL – APA DE UPAON-AÇU – MIRITIBA – ALTO DO RIO


PREGUIÇAS
Localizada no Litoral Oriental e Golfão Maranhense, a Área de Proteção Ambiental de Upaon - Açu -
Miritiba - Alto do Rio Preguiças possui uma área de aproximadamente 1.535.310 ha (um milhão,
quinhentos e trinta e cinco mil, trezentos e dez hectares). A APA foi criada pelo Decreto Nº 12.428 de 05
de junho de 1992, é uma região caracterizada pelas formações pioneiras representadas pela vegetação
de mangue e restinga, cerrado e áreas de contato floresta decidual/cerrado/caatinga.
É uma região que apresenta uma rica biodiversidade, tanto da fauna quanto da flora. Pode-se
encontrar vegetação de restinga, cerrado e caatinga como alecrim-da-praia (Bulbostylls capillaris C. B.
Clarck), babaçu-do-cerrado (Orbignya oleifera) e sabiá (Mimosa caesaipiniaefolia Benth),
respectivamente. Já a fauna é representada pelo peixe-boi marinho (Trichechus manatus), pela avifauna,
tanto residente como migratória como, marrecas, pernaltas, maçaricos, batuíras, entre outras. As
principais espécies da ictiofauna são a tainha, a sardinha, a pescada, a serra, o bandeirado e o
camurupim.

ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DA NASCENTE DO RIO DAS BALSAS


Localizada no sul do estado do Maranhão, entre a Serra do Penitente e a Chapada das Mangabeiras,
com área estimada em 655. 200 ha. (Seiscentos e cinquenta e cinco mil e duzentos hectares), foi criada
pelo Decreto Nº 14.968 de 20 de março de 1996. A princípio a Unidade foi criada como Reserva de
Recursos Naturais da Nascente do Rio das Balsas, porém de acordo com o Sistema Estadual de
Unidades de Conservação da Natureza do Maranhão – SEUC, CAPÍTULO: XIII, Art. 85 e § 1º a categoria
Reserva de Recursos Naturais passa a ser Área de Proteção Ambiental. A APA abriga as nascentes do
Rio das Balsas e sua criação visou assegurar a qualidade das águas e a proteção da biodiversidade típica
dos cerrados maranhenses.

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ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL DOS MORROS GARAPENSES
Á área de Proteção Ambiental dos Morros Garapenses está localizada entre os municípios de Buriti,
Duque Bacelar, Afonso Cunha e Coelho Neto. A APA foi criada a partir do Decreto Nº 25.087 de 31 de
dezembro de 2008 e possui área de 375,00m² (trezentos e setenta e cinco metros quadrados) e perímetro
de 80,00 metros (oitenta metros). Entre seus objetivos, está à preservação de um dos maiores sítios
paleobotânicos do Brasil e das características geoambientais do Cerrado Norte-Maranhense e das Matas
dos Cocais, do Leste do Estado. Compreende um domínio de natureza bastante frágil, com grande
predisposição à extinção da fauna e flora.

PARQUE ECOLÓGICO ESTADUAL DA LAGOA DA JANSEN


A Lagoa da Jansen foi transformada em Parque Ecológico através do Decreto Nº 4878 de 23 de junho
de 1988, com área total de 196,9650 há, para fins de “uso público, diversões, esportes e áreas verdes
dentro dos limites a serem fixados pelo Poder Público”. A Lagoa da Jansen se encontra em uma região
urbanizada, localizada no município de São Luís, capital do Estado do Maranhão, entre os bairros do São
Francisco, Ponta D’areia, Renascença I e II, e Ponta do Farol, totalmente habitada em seu perímetro
marginal, rodeada por pavimentação de calçadas, ciclovias e estradas asfaltadas. Em seu entorno
encontram-se moradias em forma de casa e edifícios, além de prédios comerciais, bares e restaurantes.
Apesar de todos os impactos que sofre a laguna, está ainda abriga grande diversidade de espécimes da
fauna, com relação à ictiologia é composta de herbívoros, onívoros e a maioria de carnívoros, além disso,
existe uma maioria de peixes migradores/colonizadores, que utilizam a laguna, provavelmente, como
refúgio sazonal. Também foi observado a presença de jacarés, jiboias (Boa constrictor), iguanas (Iguana
iguana) e morcegos. Com relação à avifauna foi observado a presença de batuíra, jaçanã, gaivota, trinta-
pernilongo, talha-mar, maçarico entre outros.

Parques nacionais

Parques Nacionais – Patrimônio Natural7

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses


Visitar o Parque Nacional dos Lençóis é para o turista uma experiência de envolvimento com um lugar
único. Ao todo, a área ocupa 155 mil hectares e visa preservar um fenômeno geológico raro: tecnicamente
um deserto repleto de dunas de areia branca, algumas chegando a 40 metros de altura, formando um
imenso lençol às margens do Oceano Atlântico, adentrando cerca de 50 Km ao continente e se
estendendo por mais de 70 Km de praias desertas.
Em determinada época do ano, em função das chuvas intensas que se estendem de janeiro a julho,
se formam, em meio as suas montanhas de areia branca, inúmeras lagoas de água doce e cristalina, em
tons de azul e verde, parada obrigatória de quem caminha ali. A cada duna que se sobe, paisagens
deslumbrantes e incomuns se revelam em ao deserto, seja pelas diferentes geometrias das areias
moldadas pelos ventos, ou pela luminosidade e tons de cores contrastantes a cada período do dia, a cada
estação.
O Parque está acessível por duas cidades: Barreirinhas, a leste, e Santo Amaro do Maranhão, a oeste.
Em ambas, as agências receptivas vendem passeios que levam às maiores e mais próximas lagoas

Barreirinhas
Às margens do Rio Preguiças está Barreirinhas, a principal base para se conhecer o Parque Nacional
dos Lençóis Maranhenses. A partir desta cidade, se fazem os passeios mais famosos e obrigatórios: o da
Lagoa Azul e o da Lagoa Bonita.
De mais fácil acesso a partir de São Luís, Barreirinhas oferece uma boa infraestrutura turística e dispõe
de serviços de hospedagem diversificados como hotéis, pousadas e eco resort.
Como chegar: Chega-se a Barreirinhas, principal portão de entrada dos Lençóis Maranhenses, por
via terrestre, a partir de São Luís, tomando a BR 135 até Bacabeira. Em seguida, a BR 402 até Rosário
e a MA 110. Pegar a MA 226 e, em seguida, a MA 225, até chegar na cidade. A viagem é feita em 3 horas
de carro. Ônibus partem diariamente do terminal de São Luís.
Utilidades: Os passeios ao parque devem sempre ser feitos com guias locais. O acesso ao Parque é
feito apenas com veículos 4X4, oferecidos pelas agências da cidade, que deixam os visitantes na entrada
do mesmo. A partir daí, seguindo a pé, pois não é permitida a entrada de veículos na área protegida.

7
Governo do Estado do Maranhão. Secretaria do Turismo. Disponível em: http://www.turismo.ma.gov.br/parques-nacionais-patrimonio-natural/.

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Os passeios exigem bom preparo físico, e geralmente são feitos no período da tarde, quando o sol já
está mais baixo. Recomendamos usar sempre protetor solar, roupas de banho e roupas leves, e se
hidratar constantemente.

Lagoa Azul
A lagoa mais visitada do Parque Nacional é também a de mais fácil acesso, por estar mais próxima do
ponto de parada dos carros de tração que fazem o transporte até o parque. No passeio à Lagoa Azul e
demais lagoas de sua proximidade, o banho de água doce e transparente é muito refrescante. O visitante
poderá apreciar ainda a vegetação que se forma no fundo da lagoa e ainda pequenos peixes que resistem
aos períodos de seca, por meio de ovas enterradas na areia. Ao final, os turistas se juntam no alto das
dunas para apreciar o pôr do sol deslumbrante.

Lagoa Bonita
Esta lagoa também é bastante visitada, apesar de ser mais distante de Barreirinhas do que a Lagoa
Azul. Mas a paisagem belíssima recompensa a distância percorrida em trilhas off road. Aqui, a imensidão
deste deserto se apresenta em toda a sua grandiosidade, em uma eterna sequência de dunas, quando
vista do alto.

Lagoa do Buriti Amarelo


A Lagoa do Buriti Amarelo tem um diferencial que é a cor de suas águas, pois, devido à proximidade
com a vegetação (buritizal) a água chega a ter tons avermelhados. Este é um ponto muito interessante
para interpretação ambiental.

Santo Amaro do Maranhão


Em Santo Amaro do Maranhão, o superlativo dos Lençóis Maranhenses se torna ainda mais intenso:
lagoas maiores, dunas mais altas. O acesso à cidade exige ainda maior espírito de aventura. Afinal, para
se chegar lá, são necessárias 2h30 de 4X4 ou jardineira. A recompensa: a partir da cidade, pode-se
chegar às lagoas do Parque Nacional a pé.
Com acesso mais restrito e fora do circuito das grandes agências de turismo, é ideal para quem quer
ter o privilégio de conhecer um destino que poucos conhecem. Não vai ser difícil abrir mão de alguns
mimos convencionais para testemunhar uma das mais belas composições da natureza.
Como chegar: Chega a Santo Amaro a partir de São Luís, tomando a BR 135 até Bacabeira. Em
seguida, a BR 402, até o povoado Sangue, onde carros de passeio podem ficar estacionados. A partir
desse ponto, a aventura começa. São 40 quilômetros de viagem feita em carros de tração.
Utilidades: Mesmo acessível a pé, os passeios ao parque devem sempre ser feitos com guias e
agências locais, pois não há sinalização no parque e é fácil se perder em meio às dunas. Os passeios
exigem bom preparo físico. Recomendamos usar sempre protetor solar, roupas de banho e roupas leves,
além de se hidratar constantemente.

Lagoa da Gaivota
Mais próxima de Santo Amaro, a Lagoa da Gaivota é a maior lagoa do Parque e nunca seca. “Surfar”
nas dunas garante a diversão enquanto se espera o majestoso pôr do sol.

Lagoa das Emendadas


Quando o volume de chuvas é maior, a junção de duas lagoas origina a Lagoa das Emendadas, que
pode chegar a ficar ainda maior do que a Lagoa da Gaivota. Mais distante e, por conta disso,
completamente deserta, é um dos locais mais paradisíacos do Parque, se é que é possível estabelecer
tal comparação. Faz com que cada um que chegar lá é se sentir realmente privilegiado.

Parque Nacional da Chapada das Mesas

O Parque Nacional da Chapada das Mesas fica no sul do Maranhão, entre os municípios de Carolina,
Riachão e Estreito, numa região que se caracteriza pela presença de morros em forma de mesetas (daí
o nome do parque), esculpidos pela ação dos ventos e das chuvas.
Outros diferenciais são os cursos d’água, as muitas cachoeiras, que têm como expressão máxima a
de Pedra Caída, e as belas paisagens em um cenário dominado pelo cerrado, habitat de uma fauna
diversificada.

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Com tantos atrativos, não poderia ser diferente: o Parque da Chapada das Mesas se transformou em
uma região de forte potencial turístico no estado, e hoje é procurada por quem busca fazer belos passeios,
tranquilidade, contato com a natureza, e, é claro, esportes radicais.
Como chegar: Partindo da cidade de Carolina, o Parque fica a 80 km, sendo que 30 km são percorridos
em estrada asfaltada (BR 230, em direção a Estreito) e os 50 km restantes, em uma trilha off-road.

Climas do Maranhão: pluviosidade e temperatura


Podemos afirmar que o clima vem ser um conjunto dos fenômenos meteorológicos (temperatura,
pressão atmosférica, ventos, precipitações) que caracterizam o estado médio da atmosfera e sua
evolução num dado lugar. Sendo assim, as condições climáticas exercem um papel de destaque entre os
fatos naturais que compõem o ambiente geográfico e neste sentido, o conhecimento do tipo climático de
uma região é um importante subsídio para o planejamento de diversas atividades humanas.
A grande extensão territorial do Maranhão e sua localização geográfica como área de transição entre
as regiões amazônica (úmida) e nordeste (semiárido), favorecem o grande contraste espacial
pluviométrico anual, como observado em registros anuais. Na região Noroeste do Estado foi verificado
uma média pluviométrica de 2.800 mm anual, enquanto no sudeste a média anual é de 1.200 mm.
Com relação à temperatura, o Estado do Maranhão apresenta médias térmicas anuais superiores a
22°C, devido a sua posição latitudinal e ao seu relevo, a temperatura do ar é normalmente elevada e
uniforme ao longo do ano, as temperaturas médias anuais mais elevadas são geralmente, registradas no
Norte do Maranhão, superior a 27ºc, enquanto no centro-sul ficam entre 25ºc e 27ºc respectivamente.
Além da proximidade com a floresta amazônica, outros fatores contribuem neste comportamento das
condições atmosféricas, notadamente a altitude, a latitude, a vegetação e a continentalidade.

Classificação Climática:
A classificação climática de THORNTHWAITE, 1948, para o Maranhão identifica quatro tipos
climáticos, tipos que variam desde o clima sub-úmido seco, que predomina no Sudeste, até o úmido no
extremo Noroeste.
Os tipos climáticos, de acordo com THORNTHWAITE, 1948, predominantes no Maranhão são:
• Clima úmido tipo (B2), com pequena ou nenhuma deficiência de água, megatérmico, ou seja,
temperatura média mensal sempre superior a 18°C, sendo que a soma da evapotranspiração potencial
nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48% em relação à evapotranspiração potencial anual;
• Clima úmido tipo (B1), com moderada deficiência de água no inverno, entre os meses de junho a
setembro, megatérmico, ou seja, temperatura média mensal sempre superior a 18° C, sendo que a soma
da evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48% em relação à
evapotranspiração potencial anual;
• Clima sub-úmido do tipo (C2), com moderada deficiência de água no inverno, entre os meses de
junho a setembro, megatérmico, ou seja, temperatura média mensal sempre superior a 18° C, sendo que
a soma da evapotranspiração potencial nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48% em relação
à evapotranspiração potencial anual;
• Clima sub-úmido seco do tipo (C1), com pouco ou nenhum excesso de água, megatérmico, ou
seja, temperatura média mensal sempre superior a 18° C, sendo que a soma da evapotranspiração
potencial nos três meses mais quentes do ano é inferior a 48% em relação à evapotranspiração potencial
anual.

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Geomorfologia. 4.1 Classificação do relevo maranhense: planaltos, planícies e baixadas

Estrutura Geológica e Recursos Minerais:

A litosfera ou crosta terrestre, é a camada sólida da Terra e apresenta uma espessura variada. A crosta
terrestre é constituída por três grandes conjuntos de rochas magmáticas ou ígneas, sedimentares e
metamórficas, denominadas de estruturas geológicas que se movimentam, em forma de placas
tectônicas, sobre magma pastoso na camada intermediária da Terra.

A Geologia de uma região é a base material para o desenvolvimento de toda e qualquer atividade
humana, bem como se configura como “palco” para a articulação de todos os processos geoambientais
possíveis. O território maranhense possui uma formação geológica, onde mais ou menos 90% do seu
território estão inseridos nas bacias sedimentares de cobertura fanerozoica (Eras: Paleozoico, Mesozoico
e Cenozoico), enquanto uma pequena parcela, 10% do território, corresponde a terreno pré-cambriano,
representados pelo fragmentos cratônicos de São Luís e o Cinturão Gurupi, compondo o embasamento
aflorante no extremo noroeste do Estado. Por suas características geológicas, as bacias de coberturas
sedimentares fanerozoicas hospedam minerais e rochas pertencentes às classes de minerais industriais
de uso na construção civil, cerâmica, insumos para agricultura, gemas, recursos energéticos e água
mineral/potável.

Recursos Minerais:

Ouro
Os depósitos e ocorrências de ouro concentram-se nos núcleos cristalinos do Pré-cambriano de São
Luís e Gurupi, no norte e noroeste do estado do Maranhão, principalmente nos municípios de Godofredo
Viana, Cândido Mendes, Luís Domingues, Centro Novo do Maranhão e Centro do Guilherme.

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Bauxita Ferrosa
O alumínio, metal tão amplamente usado nos dias de hoje devido as características como leveza,
resistência, aparência, entre outras, tem como principal fonte a bauxita – mineral terroso e opaco –
encontrado mais comumente em regiões de clima tropical e subtropical. No Maranhão, as reservas estão
distribuídas na serra de Pirocaua (município de Godofredo Viana), Ilha Trauíria (município de Cândido
Mendes), Itinga do Maranhão e Bom Jardim, no Noroeste e Oeste do Estado.

Calcário
O calcário é uma rocha sedimentar composta por carbonato de cálcio e magnésio, extraído de jazidas
e largamente utilizado na agricultura para neutralizar a acidez do solo.
No Maranhão, as reservas estão diluídas pelo território maranhense, mas merece destaques as áreas
dos municípios de Balsas, Codó, Imperatriz, Barra do Corda, Grajaú, Tuntum, Presidente Dutra e Caxias
OBS: A incorporação de calcário no solo chama-se calagem.

Gás Natural
No segundo semestre de 2010, a empresa brasileira MPX encontrou gás mineral no município de
Capinzal do Norte, a aproximadamente 250 km ao Sul de São Luís. As reservas de gás natural na Bacia
do Parnaíba, em território maranhense já sendo explorado na microrregião de codó e médio meariam nos
jazimentos dos campos de Gavião Azul (Capinzal do Norte) e Gavião Real (Santo Antônio dos Lopes).

Aspectos Geomorfológicos:
As diversas configurações existentes na superfície da terra são chamado de relevo. As as diversas
formas de relevo estão em permanente processo de destruição (erosão) e formação (acumulação),
decorrente das forças endógenas (agentes internos) e exógenas (agentes externos), que são as forças
originadoras e modeladoras da geomorfologia terrestre ao longo do processo de sedimentação – Erosão,
transporte e acumulação.
O território maranhense possui um conjunto de formas de relevo que combina um litoral – com a
planície litorânea representada por extensas dunas e costões rochosos, as planícies fluviais ao longo dos
seus rios –, com as formas interioranas, com um relevo de planaltos e a depressão de Balsas.
Da porção centro-sul do Maranhão, onde predomina as formas de planaltos – erodido pela ação dos
elementos físicos da tropicalidade e principalmente pela erosão fluvial – para direção ao centro-norte, até
litoral, há um declive resultante dos depósitos dos sedimentos fluvial e marinho.

A porção centro-sul do Maranhão (Planalto Maranhense), de acordo com as classificações do relevo


existentes, estão agrupada:
• De acordo com Aroldo de Azevedo, faz parte do Planalto central;
• De acordo com Aziz Nacib Ab Saber, Faz parte do Planalto Meio Norte;
• De acordo com Jurandir Ross, faz parte do Planalto e chapada sedimentar do Meio Norte.

O Planalto Maranhense, encontra-se dividido em: Planalto Meridional, Planalto Oriental, Planalto
Ocidental e Planalto Central.

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Características dos rios maranhenses: bacias dos rios limítrofes: bacia do Parnaíba, do Gurupi
e do Tocantins‐Araguaia

Bacias dos rios genuinamente maranhenses

Hidrografia Maranhense:
Cerca de 97% das águas do planeta pertencem a oceanos, mares e lagos de água salgada e a maior
parte da água doce estão nas calotas polares, inacessíveis ainda para os seres humanos. Existe apenas
1% de água doce para a vida nos continentes e ilhas. O Brasil é um país rico em recursos hídricos doce.
Há grandes e pequenas bacias hidrográficas além de reservas de água subterrânea. É histórica a
contaminação pelo esgotamento sanitário, efluentes industriais e de resíduo de agrotóxico pela
sociedade.
Em função desta situação, em 1997, após um amplo debate, foi promulgada a lei 9.433/97,
preconizando a água como sendo um bem público e um recurso natural dotado de valor econômico é
prioritário para o consumo humano. Para ser viabilizada, a bacia hidrográfica é definida como unidade
territorial privilegiada a fim de programar uma política nacional de recursos hídricos.
Neste sentido conhecer as características da bacia hidrográfica do Nordeste Ocidental, formada
principalmente pelos rios genuinamente maranhenses é essencial para aproveitamento de seu potencial
e de preservação para gerações futuras.

O Maranhão é um “Nordeste diferente”. É o Estado Nordestino que menos se identifica com a


característica maior dessa região: a deficiência de recursos hídricos. É um Estado que apresenta uma
invejável rede hidrográfica composta bacias de rios perenes e predominantemente exorreicos. O Estado
quase-Ilha, possui uma enorme rede hidrográfica, diferenciando-se das características gerais da Região
Nordeste. Estudos indicam que 74% das sedes municipais são abastecidas exclusivamente por
mananciais subterrâneos (poços).
De acordo com a ANA – Agencia Nacional de Águas, as águas maranhenses superficiais abastecem
21% dos municípios e os 5% restantes são abastecidos tantos por mananciais superficiais como
subterrâneos.
As principais vertentes hidrográficas estão nas porções territoriais do centro-sul do Maranhão: A
Chapada das Mangabeiras, a Chapada do Azeitão, as Serras das Crueira, Cinta, Gado Bravo,Serra do
Gurupi e Serra do Tiracambu entre outras.

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As principais Bacias hidrográficas do Maranhão - Genuinamente maranhense:
Bacia do Litoral oridental – 1;
Bacia do Litoral ocidental – 2;
Bacia do Pindaré – 3;
Bacia do Mearim – 4;
Bacia do Itapecuru – 5;
Bacia do Munim – 8;
Bacias fronteiriças;
Bacia do Parnaíba – 6;
Bacia do Gurupí – 7;
Bacia do Tocantins – 9.

O litoral do Estado do Maranhão possui extensão aproximada de 640 km, estendendo-se no sentido
oeste-leste da foz do rio Gurupi, no extremo oeste maranhense, na divisa com o
Pará, até o delta do rio Parnaíba, no extremo leste, na divisa com o Piauí. É o segundo mais extenso
do Brasil, superado apenas pelo Estado da Bahia.
A faixa litorânea do Maranhão possui características geoambientais diferenciadas que justificam sua
divisão em
Litoral Ocidental, da foz do rio Gurupí até a foz do rio Periá e
Litoral Oriental, da foz do rio Pariá até a foz do rio Parnaíba.

A ilha de Upaon-açú, ilha maranhense, está situada no norte do estado, no Golfão maranhense e se
encontra entre a Baia de São marcos, a oeste; a Baia de São José, a leste e pelo Estreito dos Mosquitos
ao Sul, separando a ilha da porção continental. Possui uma hidrografia formada por rios de pequena
extensão. A bacia hidrografica de São Luis pelos rios Anil, Bacanga, Tibiri, Itaqui, Paciência, Maracanã,
Calhau, Pimenta, Coqueiro, Guarapiranga, geniparana, Estiva, Santo Antonio, Inhaúma e Cachorros.

7 Principais formações vegetais: floresta, cerrado e cocais

Vegetação Maranhense:

A cobertura vegetal encontra-se distribuída pela superfície terrestre, formando uma proteção natural
do solo. Este revestimento apresenta-se de forma contínua em algumas regiões e, descontínua em

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outros. A diferença existente entre os tipos formações vegetais existente, refletem as características dos
elementos naturais que compõem a paisagem natural. Entre os elementos, o clima, é o que mais
influencia na caracterização nos diversos tipos de cobertura vegetal. As influências climáticas sobre a
vegetação se manifesta através dos elementos do clima: a temperatura e a umidade por esse motivo as
grandes paisagens vegetais estão correlacionadas com os tipos climáticos.
O maranhão apresenta uma diversidade de cobertura vegetal, típicas das condições de transição do
Meio norte do Nordeste brasileiro. Em função do caráter transicional, os tipos de vegetação vão refletir as
características das condições atmosféricas, (variações de temperatura e umidade), das características do
solo e do baixo relevo.

Os principais tipos de coberturas vegetais e suas características gerais:

Floresta Amazônica – Está localizada no noroeste e oeste do território maranhense, cobrindo um


pouco mais de 35% do território. É uma vegetação Ombrófila densa e aberta que reflete a
transacionalidade do território. Possui uma grande heterogeneidade de espécies de vegetais, é
Latifoliada, hidrófila e megatérmica. Desde a década de 1960, sofre antropização com implantação das
atividades da agropecuária, madeireira e mineração, ampliado o desmatamento na Amazônia Legal, na
porção Maranhense.

Cerrado – Cobre as áreas do Centro-sul, algumas “manchas” nas porções Leste e Nordeste do
território. É a vegetação predominante no Maranhão e está adaptada ao clima tropical com dois períodos
bem definidos: Chuvas e úmido bem definidos. Apresenta uma formação arbustiva com um elevado grau
de endemismo, em solos do tipo latossolos amarelo (Predominante) e desde a década de 1980, sofre
com o avanço.
– Na confluência com os Estados do Piauí, Tocantins e Bahia;
– da sojicultora mecanizada com destaque para os municípios de Balsas, Fortaleza dos Nogueiras,
Alto do Parnaíba e São Raimundo das Mangabeiras.

Matas de Cocais – É a vegetação característica do Maranhão.


Possui uma maior concentração nos vales médios dos rios Mearim, Grajaú, Itapecuru e Munim. É uma
vegetação Secundária mista com a marcante presença da palmeira de Babaçu. É típica da faixa de
transição entre a Floresta Amazônica, a Oeste; o Cerrado ao Sul e a Caatinga do sertão, a leste.

Vegetação litorânea – Encontramos a formação de mangue ao longo do litoral ocidental maranhense


(entre a foz do rio gurupí e do rio Periá), as formações de Dunas e Restingas no litoral Oriental, (entre a
foz do rio Periá e a foz delta do rio Parnaíba). A vegetação de Mangue é arbustiva e está adaptada ao
solo lodoso, halófilo, muito orgânico e pobre em oxigênio, de rica biodiversidade. É considerada por muitos
a “Maternidade” da vida marinha.

Campos Inundáveis – Localiza-se próximo ao Golfão Maranhense, de formação herbácea, que no


período chuvoso é alagado pelo aumento do volume dos rios que formam a Bacia do Golfão, nos seus
baixos cursos.

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Carrasco – É uma vegetação de transição entre o Cerrado e a Caatinga, encontrada em espaços
descontínuos na porção leste do maranhão, na fronteira com o Estado do Piauí.

Unidades de Conservação:

O estado do Maranhão é composto por 26 unidades de conservação, sendo 14 sob jurisdição estadual
e 12 sob jurisdição federal, divididas em dois grupos (Lei n° 9.985, de 18 de julho de 2000):

1. Unidades de Proteção Integral e Unidades de Uso Sustentável


• Reservas Biológicas (REBIO),
• Parques Estaduais (PES),
• Parques Nacionais (PARNA),
• Estações Ecológicas (ESEC) e Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPN).

2. Unidades de Uso Sustentável


• Reservas Extrativistas (RESEX),
• Florestas Estaduais (FLORSU),
• Florestas Nacionais (FLONA),
• Áreas de Proteção Ambiental (APA).

Geografia da População: população absoluta; densidade demográfica; povoamento; movimentos


populacionais

População/Urbanização

Segundo informações do IBGE a população estimada do Maranhão em 2010 era de 6.574.789


pessoas, com densidade demográfica, no mesmo ano, de 19,81 hab./km². Em 2017 esse número evoluiu
para7.000.229 pessoas.

População no último censo

Comparando com os outros estados brasileiros

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Pirâmide Etária

População residente por situação domiciliar (urbana/rural) (Unidade: pessoas)

Projeção da População (Unidade: pessoas)

Uma das principais características da população maranhense é um processo de intensa miscigenação


étnica. Os agrupamentos básico estão representados nas cores da bandeira maranhense: o branco, o
preto e o vermelho.

A agricultura maranhense: caracterização e principais produtos agrícolas; caracterização da


pecuária
A necessidade de garantir o alimento levou o homem produzir um processo de seleção de sementes
desde tempos remotos e ao mesmo tempo, produzir sucessivas transformações no sentido de
desenvolver novas tecnologias na prática agrícola.

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Neste contexto de desenvolvimento tecnológico, a agricultura maranhense vem passando por uma
nova fase, com a implantação da agricultura comercial no centro-sul, a partir dos anos 80 com o avanço
pela região dos cerrados, que se transformou em um novo “Eldorado” da agricultura. Abriu-se uma
oportunidade para uma nova frente agrícola voltada para o “Agribusiness”. Apoiado nos incentivos
governamentais, os médios e grandes produtores, somados ao grande capital industrial, estão explorando
esta região de forma intensiva e, ao mesmo tempo, agravando os problemas ambientais e sociais com
uma ocupação sustentada no grande capital,
O desmatamento de grandes extensões de terras que estão produzindo danos irreparáveis ao meio
ambiente na chamada última fronteira agrícola dos cerrados, que nos traz grandes preocupações. A
ocupação e a exploração dos cerrados maranhenses não podem fugir da perspectiva do desenvolvimento
sustentável, ou seja, de assegurar o bem-estar dos recursos naturais e a preservação e conservação dos
recursos hídricos da região, promovendo o equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a
sustentabilidade ecológica.
As principais lavouras de agricultura temporária do estado são:
Soja: O cultivo da soja no Meio-Norte do Brasil, concentrou -se nos cerrados do Sul do Maranhão e do
Sudoeste do Piauí, em função das condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da cultura e das
políticas públicas adotadas para atração dos capitais oriundo do sul do Brasil.

A partir da década de 1980, a sojicultora passa gradativamente a ocupar solos que outrora seria
utilizado pela Rizicultura e torna os Cerrados maranhenses o “Novo El dourado” econômico. Os principais
municípios produtores de soja do Estado são: Balsas, Tasso Fragoso, Riachão – os primeiros a se
destacarem na produção – e, no início do século XXI, outros municípios ganharam evidência na produção
de soja, tais como: Alto Parnaíba, São Raimundo das Mangabeiras, Sambaíba, Fortaleza dos Nogueiras
e Chapadinha.

Arroz: As primeiras produções significativas de arroz no Maranhão só apareceram na segunda metade


do século XVIII e, desde então, passou a fazer parte da economia maranhense para consumo interno.
Como item importante também para a exportação por muito tempo, na história do Maranhão, as áreas
produtivas se ampliaram e avançaram pelos Vales dos rios Mearim, do Itapecuru e na Baixada
Maranhense. Atualmente, de acordo com o levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), o Maranhão ao longo das safras de 2012 a 2014, manteve a posição entre os maiores produtores
de Arroz do Brasil. A produção do arroz. Hoje, a produção ocorre com maior intensidade nas microrregiões
do Pindaré, Alto Mearim, Grajaú e, também, nas microrregiões das Chapadas do Alto Itapecuru,
Presidente Dutra, Imperatriz, Caxias e Médio Mearim.

Mandioca: O Brasil ocupa a segunda posição na produção mundial de mandioca. A mandioca é


cultivada em todas as regiões do Brasil, assumindo destacada importância na alimentação humana e
animal, além de ser utilizada como matéria-prima em inúmeros produtos industriais. Tem ainda papel
importante na geração de emprego e de renda, notadamente nas áreas pobres da Região Nordeste. No
Maranhão, a produção de Farinha de Mandioca está em todos os seus duzentos e dezessete municípios.

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Os maiores produtores no Brasil são o Pará, Bahia, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Sul e São
Paulo, No Maranhão, a maior produção de mandioca é observada na região Oeste, Norte e Nordeste.
Apesar do crescimento da produção de mandioca em outras regiões – principalmente na porção central
do Maranhão – a Mesorregião Oeste permanece como maior taxa de produção, com destaque para os
Municípios de Zé Doca, Centro Novo do Maranhão, Bom Jardim, Nova Olinda do Maranhão, Presidente
Médici, Pedro do Rosário e Maracaçumé.

Cana de açúcar: No Maranhão, o cultivo da cana e a fabricação do açúcar tiveram papel relevante
até o século XIX com a instalação de numerosos engenhos nos vales dos principais rios – concentrado
principalmente no Vale do rio Itapecuru –, posteriormente com a produção açucareira se espalhou pelos
vales dos rios Mearim e Pindaré. Atualmente, o Maranhão, conforme o estudo da CONAB, é o quinto
maior produtor de cana-de-Açúcar do Nordeste brasileiro, atrás de Alagoas, Pernambuco, Paraíba e Rio
Grande do Norte.
O cultivo da cana-de-açúcar embora distribuída pelo território maranhense, tem sua produção
marcante nas Microrregiões sul e leste do estado, com forte presença nos municípios de São Raimundo
das Mangabeiras, Porto Franco e Coelho Neto.

No chamado período Brasil–Colônia, o Maranhão destacou-se como o principal polo produtor de


algodão e se tornou um importante produto econômico do Estado entre período colonial até o início do
século XX. A cotonicultura, além de expandir a economia, deu ao Maranhão a condição de pioneiro no
Brasil em alguns aspectos do negócio do algodão.
Em fins do século XVIII, o Maranhão foi o primeiro grande produtor e exportador brasileiro, o que levou
o Estado, no século XIX, vivenciar a denominada “economia do algodão”.

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Atualmente o Maranhão é o segundo maior produtor de algodão do Nordeste brasileiro.

Extrativismo: vegetal, animal e mineral

O extrativismo é uma atividade econômica que faz referência a toda coleta animal, vegetal ou mineral
de produtos espontaneamente gerados pela natureza. No Brasil, essa atividade marca o início da história
econômica com a exploração do pau-brasil e extração das “drogas do sertão”, borracha, madeira,
castanha, metais preciosos e cacau são outros importantes exemplos da atividade extrativista ao longo
da história econômica brasileira.
Com relação ao extrativismo vegetal, no território maranhense, podemos destacar:

1. O babaçu – Principal fonte de renda do Extrativismo vegetal do Maranhão, encontrada


principalmente nos vales dos rios Munim, Itapecuru, Mearim, Grajau, Pindaré entre outros rios
maranhenses. É um gerador de emprego e renda para milhares de famílias do Estado. Tem no
extrativismo da palmeira de babaçu grande força produtiva, tão importante quanto a pecuária e da
agricultura.

O Babaçu é matéria-prima na produção de:


Estética - cremes, sabonetes, xampus.
Limpeza - detergentes.
Moda - artesanatos, brincos, pulseiras.
Cozinha - farinha, azeite, leite, temperos.

A luta dos movimentos sociais em defesa dos babaçuais e da garantia do emprego e renda, levou a
aprovação da Lei do Babaçu livre, em 1997, no município Lago do Junco – localizado na região central –
Este processo de conquista, do movimento das quebradeiras de coco, posteriormente, ocorreu também
em outros municípios, que aprovaram leis municipais com base no livre acesso aos babaçuais.
Municípios:
Lei n. 05/97 e Lei n. 01/2002 de Lago do Junco,
Lei n. 32/99 de Lago dos Rodrigues,
Lei n. 255/99 de Esperantinópolis,
Lei n. 319/2001 de São Luiz Gonzaga,
Lei n. 1.084/2003 de Imperatriz,
Lei n. 466/2003 de Lima Campos,
Lei n. 52/2005 de São José dos Basílios,
Lei n. 01/2005 de Cidelândia,
Lei n. 1.137/2005 de Pedreiras

2. Outros:
Jaborandi – Típica do Brasil, da Amazônia Oriental, sendo o Maranhão o grande produtor nacional.
Desta planta extrai-se uma substância denominada policarpina, longamente utilizada na indústria
farmacêutica. A maior extração desse produto ocorre nos meses secos no município de Arame, Morros,
Barra do Corda, Santa Luzia e São Benedito do Rio Preto.

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Extração de Madeira – Avança no oeste do Maranhão, a Pré Amazônia maranhense, de floresta
menos densa, pelo fato de estar associada ao processo de ocupação da porção ocidental e a implantação
de siderúrgicas na região.

Parque industrial: indústrias de base e indústrias de transformação

Ao longo do processo de industrialização no Estado do Maranhão, a década de 1970 foi marcante pois
adquiriu uma nova dinâmica: De uma economia Agroexportadora – baseada na economia rural com a
pecuária extensiva e na economia camponesa tradicional – para uma de inserção de grandes projetos
industriais com contornos socioeconômicos urbano.
A instalação de grandes projetos industriais no estado ao longo do projeto “Maranhão Novo”, como por
exemplo: A instalação Distrito Industrial em São Luís, a implantação do Projeto Ferro Carajás, associado
a obras de infraestrutura como a rodoviária (São Luís-Teresina), ferroviária (Ferrovia Carajás) e portuária
(Porto do Itaqui) – compondo o complexo portuário de São Luís, com destaque para o Porto do Itaqui,
com sua posição geográfica privilegiada em relação aos mercados consumidores asiático e europeu –
contribuíram para atrair novos investimentos do setor secundário da economia.
De acordo com a Secretaria do Estado de Industria e Comércio - SENIC, foram implantados em São
Luís, Açailândia, Imperatriz, Porto Franco, Aldeias Altas, Grajaú, Balsas, Bacabeira, Rosário, Timon e
Caxias distritos industrias, alguns em fase de construção.

Merecem destaque:
São Luís – É o principal polo Industrial do Maranhão, possui o mais importante complexo portuário da
Região Nordeste e Norte do Brasil. A economia ludovicense baseia-se na indústria de transformação de
alumínio e alumina através da Alcoa – empresa do consócio da Alumar. Ao lado das industrias de grandes
investimentos, destacam-se ainda as atividades tradicionais como alimentícia, bebidas, oleaginosas e de
serviços, com destaque para a Indústria do Turismo.
Imperatriz – Localizada no sudoeste do estado e, nas últimas décadas, está diversificando sua
economia. A segunda maior cidade maranhense vem apresentando um crescimento no setor industrial.
O grande impulso na industrialização ocorreu, principalmente, com a instalação da indústria Suzano papel
e celulose, a crescente Indústria da construção civil e a indústria madeireira.
Açailândia – A base da economia de Açailândia está no complexo do PGC (Projeto Grande Carajás).
É um dos municípios que integram as áreas que são cortadas pela Estrada de Ferro Carajás – Açailândia
é o município que abriga a maior extensão de malha ferroviária, são 123,6 quilômetros –. No povoado de
Pequiá, a ferrovia tem uma estação de grande importância regional pois nesta parada, denominada
Açailândia-Pequiá, fica o encontro da Estrada de ferro Carajás com a Estrada de Ferro Norte Sul, que
conduz a produção do Centro-Oeste brasileiro, até o Porto de Itaqui, em São Luís. As indústrias de ferro-
gusa é uma fonte de empregos e, a Industria madeireira, também vem apresentando um crescimento a
partir década de 1980.

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Setor terciário: comércio, telecomunicações, transportes
Malha viária

Comércio
O intercâmbio comercial do Maranhão, assim como qualquer outro espaço subdesenvolvido, é
realizado com áreas do país de maior potencial econômico, onde fornece produtos primários e importa
produtos manufaturados. Com a implantação dos grandes projetos, o comércio maranhense vem se
expandido alcançando uma escala internacional, porém no fornecimento de matéria-prima. Os produtos
industrializados importados pelo Maranhão, alcançaram preços elevados devido os custos de transportes
e impostos, pois o Maranhão está distante dos centros industriais do Brasil e o meio de transporte mais
utilizados é o rodoviário, de grandes custos.
A pecuária maranhense se caracteriza por ser do tipo extensiva, na qual os rebanhos são criados
soltos, pastando naturalmente sem cuidados técnicos, apresentando baixa produtividade.

O sistema de transportes
No Maranhão, o subsistema rodoviário desempenha papel de grande importância no apoio às
atividades econômicas.
O Maranhão possui 53.001 km de estradas, dos quais apenas 4.926 km são pavimentados.
Quanto ao transporte ferroviário, a Estrada de Ferro Carajás – EFC corta o Estado, ligando a Serra de
Carajás, no estado do Pará, ao porto de Ponta da Madeira, em São Luís.
O trecho já concluído e em operação da Ferrovia Norte-Sul conecta a EFC a Estreito, numa extensão
de 215 km.
Através da Companhia Ferroviária do Nordeste, São Luís liga-se a Teresina e às demais capitais do
Nordeste.
O estado do Maranhão conta com dois importantes portos marítimos, Itaqui e Ponta da Madeira, este
último voltado para a exportação de minério de ferro proveniente da Serra de Carajás, no Pará.
Em relação às hidrovias, os rios do Maranhão pertencem à bacia do Nordeste, formada principalmente
por três grandes rios: o Mearim, o Pindaré e o Grajaú.
Não existem portos organizados ao longo dos rios e o transporte é incipiente, sendo realizado por
pequenas embarcações de, no máximo, 5 toneladas, que servem, principalmente, às populações
ribeirinhas no transporte de sua produção, alguns insumos básicos e passageiros.
O rio Tocantins, que passa a noroeste do Estado, apresenta trechos de corredeiras e ressente-se com
a falta de eclusa em Tucuruí, não sendo, portanto, utilizado para a navegação.

O transporte rodoviário
Dos 53.001 km de rodovias do Maranhão, 3.464 km são federais, 5.161 km são estaduais e 44.376 km
municipais.
As principais rodovias federais são as BRs 010, 135, 222, 226, 230 e 316.

O transporte ferroviário de carga


O sistema ferroviário do Maranhão conta com 1.365 km, sendo 809 km da Estrada de Ferro Carajás,
215 km da Ferrovia Norte - Sul e 459 km da Companhia Ferroviária do Nordeste.

Estrada de Ferro Carajás


Ela tem 892 quilômetros de extensão, ligando a maior mina de minério de ferro a céu aberto do mundo,
em Carajás, no sudeste do Pará, ao Porto de Ponta da Madeira, em São Luís (MA). Por seus trilhos, são
transportados 120 milhões de toneladas de carga e 350 mil passageiros por ano. Circulam cerca de 35
composições simultaneamente, entre os quais um dos maiores trens de carga em operação regular do
mundo, com 330 vagões e 3,3 quilômetros de extensão.

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Inaugurada em 1985, a Estrada de Ferro Carajás não é só grande: ela também lidera o ranking das
ferrovias mais eficientes do Brasil graças ao nosso constante investimento em tecnologia.

Ferrovia Norte - Sul


A construção da FNS foi iniciada em 1987 com um traçado inicial que previa uma extensão de
aproximadamente 1.550 km, de Açailândia/MA a Anápolis/GO, de modo a cortar os Estados do Maranhão,
Tocantins e Goiás. Dessa forma, o traçado original está construído e em operação.

Companhia Ferroviária do Nordeste


Em 31 de dezembro de 1997, a União formalizou contrato de concessão com a TLSA (anteriormente
denominada Companhia Ferroviária do Nordeste – CFN) para a exploração e o desenvolvimento do
serviço público de transporte ferroviário de carga na Malha Nordeste, nos trechos de São Luís a Mucuripe,
Arrojado a Recife, Itabaiana a Cabedelo e Paula Cavalcante a Macau – trechos denominados Malha I.

Portos e aeroportos

Aeroportos
Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado (São Luís)
Base Aérea de Alcântara - Centro de Lançamento de Alcântara (Alcântara)
Aeroporto Prefeito Renato Moreira (Imperatriz)
Aeroporto Regional João Silva (Santa Inês)
Aeroporto Regional de Balsas (Balsas)
Aeroporto de Carolina - Brigadeiro Lysias Augusto Rodrigues

Portos
Porto do Itaqui
Porto da Alumar
Terminal Marítimo Ponta da Madeira
Cujupe

Aeroporto Internacional de São Luís

A cultura maranhense

Cultura e Festas Populares8

Bumba-Meu-Boi

8
Governo do Estado do Maranhão. Secretaria do Turismo. Disponível em: http://www.turismo.ma.gov.br/cultura-e-festas-populares/.

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Num espetáculo de cores, danças e ritmos, o Bumba-Meu-Boi é a expressão máxima da cultura
popular do Maranhão. Elevado a Patrimônio Imaterial do povo brasileiro, a manifestação tem origens
indefinidas, mas elementos culturais africanos e europeus, introduzidos principalmente por meio da
religiosidade, são evidentes. Nas comunidades que fazem a brincadeira, as celebrações e o trabalho em
torno da festa duram praticamente o ano inteiro. Um dos desafios é preparar o couro do boi, revestimento
de camurça belamente decorado com canutilhos que recobrem o corpo do animal, pois é de bom tom que
este seja renovado a cada temporada. Mas é durante os festejos juninos que ele reina absoluto,
arrastando multidões e encantando quem assiste pela primeira vez suas apresentações. No Bumba-Meu-
Boi do Maranhão a variedade de sotaques, ou ritmos, faz a diferença.

São basicamente cinco:

Sotaque de Zabumba
Ritmo original do Bumba-meu-boi, marca a forte influência africana na manifestação. São utilizados
instrumentos como pandeirinhos, maracás e tantãs, além das zabumbas. No vestuário destacam-se golas
e saiotas bordadas e chapéus com fitas coloridas. Pertencem a esse grupo bois como o Boi Fé em Deus
e Boi de Leonardo.

Sotaque de Orquestra
Ao incorporar outras influências, o Bumba-meu-boi ganha o acompanhamento de diversos
instrumentos de sopro e cordas. O vestuário é bem elaborado e diferenciado dos demais ritmos. Dentre
os mais conhecidos, estão Bois de Axixá, Boi de Sonhos e Boi de Nina Rodrigues.

Sotaque de Pindaré
Matracas e pandeiros pequenos dão o ritmo deste sotaque. E o personagem Cazumbá, uma mistura
de homem e bicho é o destaque que diverte os brincantes e o público. Destacam-se os bois da Baixada,
o Boi de Apolônio, Boi de Pindaré, Boi Unidos de Santa Fé.

Sotaque de Costa de Mão


Típico da região de Cururupu – Floresta dos Guarás – recebe este nome em virtude de uns pequenos
pandeiros tocados com as costas das mãos. Além de roupa em veludo bordado, os brincantes usam
chapéus em forma de cogumelo, com fitas coloridas e grinaldas de flores. O Boi de Cururupu é o mais
tradicional.

Sotaque da Ilha ou de Matraca


Como são conhecidos os bois originários da ilha de São Luís e que utilizam como principais
instrumentos as matracas e os chamados pandeirões. São os mais populares e queridos, formando
verdadeiras nações, a exemplo dos bois de Maracanã, Maioba e Madre Deus.

Em todo o estado, são mais de quatrocentos grupos de Bumba-Meu-Boi encantando quem assiste a
essa bela demonstração popular.

Tambor de Crioula e outras danças populares

Manifestação de raízes africanas que só existe no Maranhão, o Tambor de Crioula foi reconhecido em
2011 como Patrimônio Imaterial Brasileiro. Alegre, sensual e irreverente, pode ser apreciado ao ar livre,
nas praças, casas e interior de terreiros por todo o Maranhão, mas sobretudo em São Luís.
Não tem uma época fixa de apresentação, mas pode-se observar uma concentração maior nos
períodos que correspondem ao Carnaval, às festas de São João e a partir do 2° sábado de agosto, quando

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ocorrem também as rodas de Bumba-Boi. Os tocadores e coureiras, como são chamadas as dançarinas
do Tambor, ganham as ruas espalhando animação e muito ritmo.
O som é extraído de tambores tradicionalmente feitos de troncos de árvores e recobertos de couro de
cabra. E o vestuário, extravagante, é composto por saias rodadas e coloridas, blusas rendadas, turbantes
e uma profusão de colares.
Os homens apenas tocam, enquanto as mulheres dançam em roda. Um dos pontos altos, quando a
dançarina que dança ao centro é substituída por outra, depois de um choque de barriga com barriga
popularmente conhecido como umbigada. Uma imagem de São Benedito, o Santo Preto, é comumente
visto nas rodas de tambor. Afinal, é em honra a ele que a dança é praticada.
Além do Tambor de Crioula, diversas outras danças típicas como as quadrilhas, a Dança do Caroço,
a Dança do Lelê, a Dança do Coco, o Cacuriá, São Gonçalo, Dança Portuguesa entre outras, fazem da
cultura imaterial maranhense um vibrante caleidoscópio artístico e folclórico vivo e autêntico.

Dança do Cacuriá

Surgiu como a parte profana das festividades do Divino Espírito Santo, uma das tradições juninas
maranhenses. A parte vocal é feita por versos improvisados respondidos por um coro de brincantes. A
representante mais conhecida do Cacuriá é Dona Teté do Cacuriá, de São Luís.

Dança do Caroço
De origem indígena, a Dança do Caroço se concentra na região do Delta do Parnaíba, principalmente
no município de Tutóia. Isolados ou formando uma roda ou cordão, os componentes brincam
respondendo às toadas improvisadas tiradas pelos cantadores, ao som de instrumentos como caixas
(tambores), cuíca e cabaça.

Dança do Lelê

A Dança do Lelê guarda em muitas de suas características os traços das danças de salão trazidas
para o Brasil pelos povos ibéricos no século XIX. Trata-se de uma dança de salão profana, mas que
costuma ser dançada em honra de determinados santos, ao longo do ano.
Encontrada no Maranhão, na região do Munim, particularmente nos municípios de Rosário (povoado
de São Simão) e Axixá, a Dança do Lelê é também conhecida também como Dança do Péla (péla Porco),
associada a um costume antigo de pessoas que se reuniam para matar galinhas e pelar porcos, o que
garantia o alimento do dia posterior à festa.

Dança do Coco
A Dança do Coco tem forte influência africana e indígena, celebrada nas fazendas de cultivo de cana
de açúcar e de criação de gado. Atualmente, está presente nas capitais pelo constante resgate e

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valorização dos folguedos surgidos no interior. Ela acontece com mais frequência na região da baixada,
região dos Lagos e Campos Floridos.

O Tambor de Mina
Tambor de Mina é a denominação mais difundida no Maranhão dentre as religiões de origem afro. O
culto que se originou em São Luís e a partir daí difundiu-se para outros estados, tem duas casas
principais: a Casa das Minas, mais antiga, e a Casa de Nagô, que deu origem a outros terreiros na capital.
O nome Mina deriva de Negro-Mina, como eram chamados os escravos que, em sua vinda para o Brasil,
partiam da costa da Mina, na atual Gana. Essas casas ainda são mantidas por descendentes africanos e
distanciam-se das formas de cultos afros praticados pelo Candomblé na Bahia e no Rio de Janeiro. Nelas,
cultuam-se entidades chamadas voduns, que se incorporam durante rituais discretos, às vezes só
notados por pequenos detalhes da vestimenta. É comum, nos terreiros de Mina, a realização de festas
populares e religiosas, como a Festa do Divino Espírito Santo e a Festa de São Benedito. Em dias assim,
os templos abrem suas portas para convidados.

Festa do Divino
Comemorada, durante todo o mês de maio, desde os tempos coloniais, a Festa do Divino Espírito
Santo é uma curiosa mistura de devoção ao Divino com homenagens ao Império. O “imperador” e sua
corte, representada em trajes típicos, visitam as casas dos festeiros.
Os cortejos populares percorrem as ruas da cidade entoando cânticos até chegar à casa do Imperador,
que recebe as homenagens com uma dança peculiar, entoando cantigas de louvor ao Divino ao toque
das caixeiras. Ao final, são servidos bebidas e doces para a população que participa da festa. A festa do
Divino é celebrada em todo o Maranhão, principalmente em Alcântara e São Luís.
Na cidade de Alcântara, os quilombolas encontravam refúgio para manter “quase que intactos” seus
hábitos e crenças. Aqui, a Festa do Divino é uma forte tradição e fica ainda mais bonita, integrada ao
casario do tempo do Império. Em São Luís, a festa também faz parte do calendário religioso de terreiros
de Tambor de Mina, como são denominadas as casas de culto afro-maranhenses, apesar de ser um ritual
próprio do catolicismo. A origem da Festa do Divino remonta às celebrações religiosas realizadas em
Portugal a partir do século XIV, nas quais a terceira pessoa da Santíssima Trindade era festejada com
banquetes coletivos designados de Bodo aos Pobres com distribuição de comida e esmolas.

FESTAS POPULARES

São João
No Maranhão, o período junino é marcado por muitos sons, cores e sabores. É o tempo de celebrar
todas as ricas manifestações culturais maranhenses, com destaque para o Bumba-Meu-Boi. São Luís se
transforma em um enorme arraial, são várias estruturas montadas em diferentes pontos da ilha, para
apresentações culturais, danças típicas e cantores regionais, além das barracas de comida típica.

Carnaval
O Carnaval de São Luís é animado por diversas brincadeiras populares, uma verdadeira festa de cores,
ritmos e diversão. Na folia, tomam conta das ruas, Fofões, Tribos de Índios, Casinha da Roça, Tambor
de Crioula, Blocos Tradicionais e também escolas de samba. A festa acontece em toda a cidade, mas é
no circuito Centro – São Pantaleão- Madre Deus, que a brincadeira é mais forte.

Reggae
Gênero musical com origens jamaicanas, o reggae popularizou-se no Maranhão na década de 70,
através dos programas de rádios caribenhas que eram ouvidas no Maranhão. Apresenta um ritmo
dançante e suave, com uma batida bem característica e contagiante. Entre os adeptos ao movimento em
São Luís e outras cidade do litoral maranhense, o Reggae Root’s é o de maior preferência, pois aqui é
dançado em grupo através de coreografias ou agarradinho. Na capital, existem vários clubes de reggae
e bares especializados prontos a receber novos e antigos amantes do ritmo9.

9
IBGE. Disponível em: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ma/panorama.
Geografia do Maranhão. Disponível em:
https://pt.scribd.com/document/360338244/geografia-do-maranhao-pdf.

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Questões

01. (PM/MA – 1º tenente – CESPE/2017) Com relação à geomorfologia do território maranhense,


julgue os itens a seguir.
As atividades dos agentes modeladores do relevo revela um forte controle litológico no território
maranhense.
(....) Certo (....) Errado

02. (PM/MA – 1º tenente – CESPE/2017) Com relação à geomorfologia do território maranhense,


julgue os itens a seguir.
O relevo do território maranhense apresenta feições típicas das bacias sedimentares com formas
tabulares e subtabulares.
(....) Certo (....) Errado

03. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017)

Considerando o mapa ilustrado na figura 7A1BBB, assinale a opção correta quanto às características
das formações vegetais do estado do Maranhão.
(A) Predomina a vegetação arbustiva e herbácea, sendo as florestas dos cocais de babaçu e carnaúba
as de maior extensão, seguidas pela vegetação dos campos inundáveis e, por fim, pelo cerrado, no
extremo sul do estado.
(B) Todos os portes vegetais entre florestas, cerrados e campos estão presentes no estado, com
destaque para o porte mais denso, predominante em todo o território, nas formações vegetais
amazônicas.
(C) Na porção sul predomina o domínio do cerrado, a noroeste as formações amazônicas, e, entre o
centro e as zonas de fronteira com essas formações, destacam-se o babaçu e a carnaúba.
(D) Na porção norte do território, também denominada zona de transição, predomina o cerrado; ao sul,
as formações mais rasteiras, e em todo o resto do território, a mata dos cocais.
(E) O estado apresenta um emaranhado vegetal de transição, com formações vegetais complexas em
que se mesclam floresta, cerrado e campos, não sendo possível mapear sua vegetação predominante.

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04. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017)

No mapa apresentado na figura 7A1BBB, a região representada pelo número


(A) 3 é composta pela maior densidade fitogeográfica do estado.
(B) 4 caracteriza-se pela formação arbórea de aparência homogênea da mata dos cocais.
(C) 5 é conhecida pelo predomínio arbóreo do babaçu, da carnaúba e do buriti.
(D) 1 caracteriza-se predominantemente por formações florestadas e estratos arbustivos.
(E) 2 possui vegetais arbustivos e herbáceos predominantes.

05. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017) Tendo em vista que as
alterações dos usos e da cobertura do solo na Amazônia maranhense foram marcadas historicamente
pela acelerada expansão do desmatamento para fins de implantação de toda logística para a manutenção
do agronegócio, e que esse contexto impulsionou o surgimento de grandes processos erosivos e de
assoreamento de diversos cursos d’água da região, assinale a opção correta.
(A) O assoreamento reduz o volume das lâminas d’água e as torna mais claras e aquecidas, o que
aumenta a ação fotossintética das algas e promove a eutroficação.
(B) A colmatação é consequência do processo de assoreamento e leva ao estreitamento do curso de
água e ao aumento da força das correntes.
(C) A ocupação desordenada das áreas de preservação de rios promove redução no escoamento
superficial das águas, o que contribui para a formação de processos erosivos.
(D) Processos de assoreamento são inerentemente relacionados a processos erosivos, uma vez que
destes resultam sedimentos que, transportados pela correnteza, se depositam no leito dos rios.
(E) O desmatamento das áreas de preservação dos rios promove aumento da lixiviação dos solos, que
é causa de assoreamento e de redução da qualidade da água.

06. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017) O estado do Maranhão


apresenta notável singularidade no contexto brasileiro em razão dos importantes domínios de natureza
que nele se encontram. Esses domínios incluem
(A) solos férteis derivados de derrames basálticos, revestidos por mata de cocais.
(B) baixadas litorâneas de alta biodiversidade, embora ocupem uma pequena área do estado.
(C) formações costeiras caracterizadas por extenso campo de cerrado, de clima desértico.
(D) espécies nativas do ecossistema subtropical brasileiro, como o pinheiro do Paraná.
(E) faixas de transição que reúnem espécies de ecossistemas amazônicos e do cerrado.

07. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017) O porto de Itaqui é


nacionalmente conhecido por ter uma das maiores amplitudes de maré do Brasil. No que se refere à
importância do complexo de Itaqui e às suas condições de operação, assinale a opção correta.
(A) Embora haja perspectivas de ampliação, atualmente as atividades no porto de Itaqui se restringem
ao embarque de produtos oriundos da agropecuária.
(B) A posição geográfica do porto de Itaqui constitui uma desvantagem logística, porque dificulta o
escoamento de mercadorias para grandes mercados, como o europeu.

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(C) Apesar de dinamizar a economia do Maranhão, as atividades do porto de Itaqui geram prejuízo
financeiro ao estado.
(D) A área de influência econômica do porto de Itaqui se estende para além do estado do Maranhão e
integra cadeias produtivas.
(E) A falta de integração multimodal, em Itaqui, constitui um fator limitante para as atividades portuárias
do estado.

08. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017) A região denominada


MATOPIBA, da qual o Maranhão faz parte, tornou-se alvo de investimentos nos últimos anos. Com
relação à dinâmica socioeconômica dessa região, assinale a opção correta.
(A) Devido à predominância da agricultura familiar em MATOPIBA, tradicional no Maranhão, grandes
agricultores deixaram de encontrar terras para investir na implantação de monoculturas na região.
(B) Essa região compreende parte do território do Maranhão em que se notam excelentes índices de
desenvolvimento humano (IDH), dado o crescimento econômico verificado.
(C) Os investimentos agrícolas em MATOPIBA garantiram sucesso na produção, com destaque, por
exemplo, para o cultivo do feijão.
(D) Os estados da região de MATOPIBA colaboram como fornecedores de insumos tecnológicos,
beneficiando-se do crescimento das atividades econômicas implantadas na região.
(E) No Maranhão, observa-se a instauração de um fluxo migratório em função da oferta de emprego
na região de MATOPIBA, o que tem provocado decréscimo populacional na capital do estado.

09. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017) Assinale a opção correta,
acerca de aspectos naturais do estado do Maranhão e seu aproveitamento nas atividades humanas.
(A) As maiores altitudes são encontradas no norte do estado, onde as médias de temperatura anual
são inferiores a 20ºC.
(B) O norte do estado corresponde a terrenos sedimentares da bacia do rio Parnaíba, com potencial
de geração de hidroeletricidade.
(C) As formas de relevo encontradas no estado impossibilitam a agricultura mecanizada.
(D) A topografia condiciona um padrão de drenagem de orientação norte-sul.
(E) O estado apresenta relevo planáltico, com presença de chapadas.

10. (Prefeitura de São Luís/MA – Professor de Geografia – CESPE/2017) O clima quente e úmido
do estado do Maranhão deve-se à
(A) proximidade com o Equador, o que garante a expressiva incidência solar durante todo o ano e,
consequentemente, altas temperaturas.
(B) alta latitude em que o estado se situa, o que facilita a entrada de ventos alísios, carregados de
umidade e responsáveis pelas chuvas.
(C) faixa litorânea maranhense, que impede a presença de clima seco.
(D) topografia do estado, que favorece o aquecimento adiabático e a evaporação da umidade do ar, o
que promove altos índices pluviométricos.
(E) presença da floresta tropical amazônica, que recobre a maior parte do estado e é responsável
pelas chuvas abundantes.

Respostas

01.Errado / 02.Certo / 03. / 04.B / 05.D / 06.E/ 07.D / 08.C / 09.E /10.A

Atualidades Local e Regional


saúde
Secretária de Meio Ambiente de São Luís é alvo de ação por improbidade10

De acordo com o MPMA, a secretária não respondeu as requisições de informações sobre a criação
do Plano de Elaboração da Área Degradada (Prad) atrapalhando as investigações.

10
G1 MA. Secretário de Meio Ambiente de São Luís é alvo de ação por improbidade. https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2018/10/24/secretaria-muncipal-de-
meio-ambiente-de-sao-luis-e-alvo-de-acao-por-improbidade.ghtml. Acesso em 30 de outubro de 2018.

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O Ministério Público do Maranhão (MPMA) entrou com uma ação por ato de improbidade contra a
secretária municipal de Meio Ambiente de São Luís, Maria de Lourdes Maluda Cavalcanti Fialho, por não
responder a pedidos de informações feito e atrapalhando as investigações do órgão.
De acordo com o MPMA, a secretária não respondeu cinco requisições com pedidos de informações
sobre a criação do Plano de Elaboração da Área Degradada (Prad) em uma Área de Preservação
Ambiental (APA). O plano foi elaborado após a Prefeitura de São Luís desistir de construir o Hospital
Central de Emergência nas proximidades da Estação Ecológica do Rangedor na capital.
O G1 entrou entrou em contato com a Prefeitura de São Luís que ainda não se manifestou sobre o
caso.
O projeto foi abandonado em 2013 após ser constatado que a localização onde o hospital seria
construído era uma área protegida, não atendendo também as necessidades da população em relação à
acessibilidade dos pacientes que usam o Sistema Único de Saúde (SUS).
Após a desistência, o parecer técnico da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semam) apontou
que as intervenções feitas para a construção do hospital deixaram o terreno da área terraplanado e com
itens que seriam usados para a obra. Na época, a secretaria informou que a retirada dos materiais era de
responsabilidade da Secretaria Municipal de Urbanismo e Habitação (Semurh) que informou que o
canteiro de obras já estava desativado.
O MPMA solicitou informações à Semurh em relação as medidas de contenção da erosão do solo da
área que enviou os dados solicitados. A partir disso, a secretaria de Meio Ambiente apresentou o Plano
de Elaboração de Área Degradada (Prad) para cuidar dos problemas relativos a área e não respondeu
mais as cinco requisições feitas entre os anos 2016 e 2017 feitos pela Promotoria Justiça de Proteção ao
Meio Ambiente, Urbanismo e Patrimônio Cultural de São Luís, atrapalhando a investigação do caso.
Com isso, o MPMA pediu a condenação da secretária de Meio Ambiente conforme a Lei nº 8.429/92 e
caso ela seja condenada, pode perder suas funções públicas, deve fazer o ressarcimento integral dos
danos, suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa civil de até o dobro do dano. Além disso,
a secretária pode ser proibida de contratar o Poder Público ou receber benefícios fiscais diretos ou
indiretos.

São Luís registra queda de 68% em casos de zika e chikungunya, diz Prefeitura11

Dados são de janeiro a setembro deste ano em comparação com 2017. Casos de dengue caíram 60%,
segundo a secretaria municipal de saúde.
Segundo dados da Secretaria Municipal de Saúde (SEMUS), São Luís registrou uma redução de
aproximadamente 60% nos casos de dengue e 68% de zika vírus e chikungunya entre janeiro e setembro
de 2018 em comparação com o ano passado.
Foram notificados 481 casos de dengue em São Luís, sendo que em 2017 ocorreram 1.220 casos da
doença. Em relação a chikungunya, 109 casos foram registrados em 2018 contra 348 notificações
verificados no mesmo período do ano anterior. Já a zika apresentou uma queda de 277 para 87
notificações de 2017 para 2018.
A Prefeitura atribui a queda nos números a medidas nas áreas da saúde, limpeza pública e meio
ambiente, assim como o trabalho de porta a porta e ações educativas com a população.
Segundo o coordenador do Programa Municipal de Combate às Arboviroses, Pedro Tavares, de janeiro
a setembro deste ano foram visitados milhares de imóveis e inspecionados 991 locais mais vulneráveis à
criação do Aedes aegypti, como oficinas mecânicas, borracharias, sucatões, ferros velhos, garagens e
cemitérios.
Nesses locais a Prefeitura diz que foram realizados serviços de recolhimento de móveis e
eletrodomésticos velhos, restos de entulho, de poda e capina domésticos; além de pneus velhos e outros
tipos de resíduos que possam se tornar criadouros. Nas inspeções também são utilizados larvicidas em
depósitos suscetíveis a proliferação do mosquito.

11
G1 MA. São Luís registra queda de 68% em casos de zika e chikungunya, diz Prefeitura. https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2018/10/23/sao-luis-registra-
queda-de-68-em-casos-de-zika-e-chikungunya-diz-prefeitura.ghtml. Acesso em 30 de outubro de 2018.

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Maranhão já registrou 759 focos de incêndio em outubro, diz Inpe12

Somente nos últimos cinco dias o estado registrou 143 focos, diz instituto.
O Maranhão já registrou 759 focos de incêndio durante o mês de outubro, segundo o ranking Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) divulgado nessa sexta-feira (19/10). Somente nos últimos cinco
dias, o estado registrou 143 focos.
Os dados são referentes até o dia 18 de outubro. O estado ocupa a oitava posição entre os 10 estados
do Brasil que mais registrou focos de incêndio durante o mês de outubro, atrás do Pará, Amazonas, Mato
Grosso, Piauí, Bahia, Tocantins e Rondônia.
No mês de setembro, o Maranhão registrou 3.178 focos de queimadas ocupando a sexta posição no
ranking do Inpe. Ainda segundo o instituto, de 2014 a 2018, o estado já registrou mais de 9,6 mil focos
de incêndio.
O Inpe afirma que o estado deve ter reforço de brigadas de incêndio nos próximos dias para evitar
novas queimadas na região.

Maranhão elege 28 novos deputados para a Assembleia e Câmara13

Por outro lado, três deputados terão ultrapassado 12 anos de mandato em 2019. Dentre os eleitos, o
deputado estadual Arnaldo Melo vai para o sétimo mandato.
Dentre os deputados estaduais eleitos no Maranhão, Arnaldo Melo será o mais antigo da Assembleia
Legislativa. Ele vai para o sétimo mandato a partir de 2019, logo após vem César Pires indo para o quinto
mandato consecutivo, Roberto Costa e Marcelo Tavares indo para o quarto mandato.
No entanto, a maioria dos deputados eleitos vão para o terceiro e segundo mandato. Veja a ordem dos
deputados dos veteranos aos novatos:

- Arnaldo Melo – sete mandatos, sendo seis consecutivos


- César Pires – quinto mandato consecutivo
- Marcelo Tavares— quarto mandato (não consecutivo)
- Roberto Costa - quarto mandato
- Carlinhos Florêncio – terceiro mandato
- Cleide Coutinho - terceiro mandato
- Edson Araújo – terceiro mandato
- Neto Evangelista – terceiro mandato
- Othelino Neto – terceiro mandato (começou como suplente)
- Professor Marco Aurélio – terceiro mandato (começou como suplente)
- Rigo Teles – terceiro mandato
- Adriano Sarney – segundo mandato
- Ana do Gás – segundo mandato
- Antônio Pereira - segundo mandato
- Fábio Macedo - segundo mandato
- Glabert Cutrim – segundo mandato
-Hélio Soares - segundo mandato (começou como suplente)
- Paulo Neto – segundo mandato
- Rafael Leitoa – segundo mandato
- Ricardo Rios – segundo mandato
- Rildo Amaral - segundo mandato
- Vinícius Louro – segundo mandato
- Wellington do Curso – segundo mandato
- Zé Inácio - segundo mandato
- Zé Gentil - segundo mandato
- Adelmo Soares - primeiro mandato
- Andreia Rezende - primeiro mandato
- Ciro Neto - primeiro mandato
- Daniella Tema - primeiro mandato
12
G1 MA. Maranhão já registrou 759 focos de incêndio em outubro, diz Inpe. https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2018/10/19/maranhao-ja-registrou-759-focos-
de-incendio-em-outubro-diz-inpe.ghtml. Acesso em 30 de outubro de 2018.
13
G1 MA. Maranhão elege 28 novos deputados para a Assembleia e Câmara. G1 Maranhão.
https://g1.globo.com/ma/maranhao/eleicoes/2018/noticia/2018/10/12/maranhao-elege-28-novos-deputados-na-assembleia-legislativa-e-camara-federal.ghtml.
Acesso em 30 de outubro de 2018.

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- Detinha - primeiro mandato
- Duarte Jr - primeiro mandato
- Drª Thaiza - primeiro mandato
- Felipe dos Pneus - primeiro mandato
- Fernando Pessoa - primeiro mandato
- Helena Duailibe - primeiro mandato
- Leonardo Sá - primeiro mandato
- Márcio Honaiser - primeiro mandato
- Mical Damasceno - primeiro mandato
- Pará Figueiredo - primeiro mandato
- Pastor Cavalcante - primeiro mandato
- Yglésio Moisés - primeiro mandato
- Wendell Lages - primeiro mandato

Deputados Federais
No caso dos deputados federais eleitos, Cléber Verde é o único que está há mais de 10 anos na
Câmara Federal, ele vai para o quarto mandato. Outros seis deputados estão indo para o segundo o
mandato e mais seis serão novatos.
Veja a lista com a ordem dos deputados federais dos veteranos aos novatos:

- Cléber Verde – quarto mandato


- André Fufuca - segundo mandato
- Aluísio Mendes – segundo mandato
- Juscelino Filho – segundo mandato
- Rubens Jr. - segundo mandato
- Zé Carlos – segundo mandato
- Hildo Rocha – segundo mandato
- João Marcelo – segundo mandato
- Bira do Pindaré - primeiro mandato
- Eduardo Braide – primeiro mandato
- Edilázio Jr - primeiro mandato
- Gil Cutrim - primeiro mandato
- Josimar Maranhãozinho – primeiro mandato
- Júnior Lourenço - primeiro mandato
- Júnior Marreca - primeiro mandato
- Márcio Jerry - primeiro mandato
- Pastor Gildenemyr - primeiro mandato
- Pedro Lucas Fernandes – primeiro mandato

Operação flagra homens em situação análoga ao trabalho escravo no MA14

Trabalhadores viviam em casa sem portas, higienização, e ainda dormiam junto a animais e perto de
recipientes com combustível e fiação elétrica desprotegida.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) divulgou detalhes de uma operação entre 25 de setembro e 5
de outubro que flagrou 22 trabalhadores em condições degradantes nos municípios de Vargem Grande
e São Bernardo, no interior do Maranhão.
Os trabalhadores foram encontrados por um grupo de fiscalização e auditores fiscais do Ministério
Público do Trabalho (MPT) e Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), além da Defensoria Público da
União (DPU). O objetivo das inspeções foi combater o trabalho escravo na cadeia produtiva da cera de
carnaúba.
Durante a inspeção, entretanto, também foram encontrados problemas na construção de uma ponte
sobre o rio Iguará. A equipe constatou ausência de assinatura das carteiras de trabalho de nove
trabalhadores e desrespeito às normas de segurança do trabalho.
Segundo o MPT, no canteiro de obra a equipe verificou que não haviam instalações sanitárias,
lavanderia, equipamentos de proteção individual e proteção coletiva nos locais com risco de queda de
trabalhadores ou de projeção de materiais. Também faltava ancoragem de equipamentos de sustentação
de andaimes e cabos de segurança, além de aterramento elétrico das máquinas.
14
G1 MA. Operação flagra homens em situação análoga ao trabalho escravo no MA. G1 Maranhão. https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2018/10/11/operacao-
flagra-trabalhadores-em-situacao-de-escravismo-em-cidades-do-maranhao.ghtml. Acesso em 30 de outubro de 2018.

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1518871 E-book gerado especialmente para TIAGO CRUZ ALENCAR
O MPT diz ainda que os obreiros descansavam em redes sob a obra da ponte em construção, que foi
embargada pela autoridade fiscal. Em um dos alojamentos, os trabalhadores compartilhavam residência
de chão batido sem portas, higienização e ainda dormiam junto a animais e perto de recipientes com
combustíve e fiação elétrica desprotegida.
Ainda segundo o Ministério Público do Trabalho, a água para consumo humano era recolhida de um
córrego e “filtrada” em um coador de café. Também não era fornecido papel higiênico aos obreiros.
Quanto à estrutura, os banheiros não tinham porta e serviam de moradia para porcos.
Já no município de São Bernardo do Maranhão, 13 trabalhadores da extração da palha em uma
fazenda ficavam em alojamentos sem banheiro, sem local adequado para acondicionar os alimentos, e
bebiam água do mesmo córrego onde animais matavam a sede.
A operação resultou em assinatura de termo de ajustamento de conduta (TAC) nas ocorrências nas
duas cidades, além do pagamento de verbas rescisórias e danos morais individuais, somando mais de
R$ 76 mil reais pagos nas duas inspeções.

PF realiza operação contra extração ilegal de madeira no Maranhão15


A Polícia Federal (PF), em conjunto com o Ibama e a Polícia Rodoviária Federal (PRF), iniciou na
manhã desta quinta-feira (23/03), a Operação Maravalha contra a extração, transporte e a
comercialização ilegal de madeira na reservas indígenas Caru e Araribóia, além da reserva biológica do
Gurupi, na região sudoeste do Maranhão.
Durante a operação foram executadas 10 interdições de serrarias clandestinamente instaladas nos
municípios de Arame, Amarante e Buriticupu. Segundo a Polícia Federal, as localidades possuem
estabelecimentos que tem fortes indícios de receptarem madeira ilegalmente extraída de terras indígenas
e de unidade de conservação federal, o que poderá gerar prisão em flagrante dos responsáveis.
Os investigados responderão por crimes como desobediência à decisão judicial, receptação
qualificada, ter em depósito produto de origem vegetal sem licença válida, dentre outros.

Operação Maravalha
A operação foi batizada de “Maravalha”, termo que denomina os restos da serragem de madeira em
serrarias, uma vez que o objetivo foi desmobilizar as serrarias irregulares remanescentes das operações
realizadas no ano de 2016 com essa finalidade específica na região.
Participaram da ação policiais federais lotados na Superintendência da PF no Maranhão e na
Delegacia da PF em Imperatriz, além de policiais da PRF, servidores do Ibama e do ICMBio e bombeiros
militares. A operação conta com o apoio de dois helicópteros do Ibama, do batalhão de choque da PRF
e, também, de equipe do Comando de Operações Táticas (COT) da PF.

Chuva de granizo provoca estragos em Coroatá, no Maranhão16

Esse fenômeno não é inédito aqui na região leste do estado.


Em outubro do ano passado aconteceu o mesmo fenômeno.
Os moradores de Coroatá (MA), distante 180 km de São Luís, se surpreenderam com um fenômeno
da natureza: choveu granizo, nesta quarta-feira (04/01).
O temporal foi rápido, acompanhada de vento forte e provocou alguns estragos pela cidade. Casas
perderam telhas, galhos de árvores caíram e o ginásio municipal poliesportivo teve a cobertura danificada.
Esse fenômeno não é inédito na região leste do estado. Em outubro do ano passado aconteceu o
mesmo fenômeno.
“É um fenômeno é específico de uma nuvem, que nós denominamos de nuvem cumulonimbos. Ela é
responsável pelos granizos, raios, vendavais e chuvas intensas. O que aconteceu em Coroatá foi que as
pedras de granizo estavam tão grandes, que não derreteram o suficiente para chegar ao estado líquido
no solo”, explicou o meteorologista Halan Cerqueira.
Os especialistas explicam ainda que o granizo está sempre na atmosfera, mas é preciso a presença
de uma nuvem bem alta para que o fenômeno como o que foi registrado em Caxias, seja possível.

15
23/03/2017 – Fonte: http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2017/03/pf-realiza-operacao-contra-extracao-ilegal-de-madeira-no-maranhao.html
16
G1 MA. Chuva de granizo provoca estragos em Coroatá, no Maranhão. http://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2017/01/chuva-de-granizo-provoca-estragos-em-
coroata-no-maranhao.html. Acesso em 30 de outubro de 2018.

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TRE avalia como tranquila a eleição no 2º turno no Maranhão17

Balanço foi divulgado neste domingo (28/10) com a participação do Exército e da Polícia Militar.
Apenas 54 urnas precisaram ser substituídas.
O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) divulgou neste domingo (28/10) um balanço das
eleições no Maranhão no 2º turno. Segundo o TRE, durante todo o dia o registro foi de tranquilidade.
Apenas 54 urnas precisaram ser substituídas.

Segurança
Por parte das forças de segurança, a avaliação foi positiva. Em entrevista coletiva, o comandante da
Polícia Militar, Coronel Luongo Guerra, disse que ocorreram 10 ocorrências policiais no segundo turno.
Dentre as ocorrências estavam a de tirar foto na cabine, outras comprometendo sigilo do voto, uma de
transporte ilegal de eleitores em Coroatá, além da prisão do vereador Serafim Reis (MDB) com 6 mil reais
em Bacabal.

Conhecimentos Gerais O Brasil e o Mundo – Atualidades na Política e Finanças.


Os últimos acontecimentos na Europa, América do Sul, Estados Unidos e Brasil

Política
saúde
O Brasil escolhe Jair Bolsonaro

Vitória de ex-capitão defensor do regime militar marca volta da extrema direita brasileira ao poder e
sucesso de campanha antissistema com estrutura heterodoxa. Resultado também é novo fracasso para
ex-presidente Lula18.
Após quatro anos de crise política e econômica, casos rumorosos de corrupção e uma campanha tensa
que demoliu antigos padrões eleitorais, os brasileiros elegeram neste domingo (28/10) um militar
reformado de extrema direita para o cargo máximo do país. Jair Bolsonaro (PSL), um deputado que por
mais de duas décadas foi considerado um pária no mundo político brasileiro, mas que soube aproveitar
o sentimento antissistema e antipetista de parte do eleitorado, foi eleito presidente com 55,13% dos votos
válidos. Seu adversário, o petista Fernando Haddad, que substituiu o ex-presidente Lula ao longo da
campanha, recebeu 44,87%.
O resultado representa um terremoto nos padrões de campanha no Brasil, explicita mais uma vez as
divisões do país e deve abrir um novo período de incerteza. Nunca desde a redemocratização um
candidato que expressa ideias autoritárias como Bolsonaro havia chegado tão longe. Ao longo da
campanha, ele prometeu aniquilar e exilar adversários e perseguir a imprensa, além de promover temas
controversos como a facilitação do acesso a armas de fogo, o aumento da violência policial e a
militarização da educação e de vários setores do governo.
Em seu discurso de vitória, Bolsonaro ignorou o seu adversário no segundo turno, e preferiu falar de
Deus e em "quebrar paradigmas". Ele prometeu governar "seguindo os ensinamentos de Deus ao lado
da Constituição". "Não poderíamos mais continuar flertando com o socialismo, com o comunismo e com
o populismo, e com o extremismo da esquerda", completou. Em frente à casa do presidente eleito,
centenas de apoiadores se reuniram para celebrar a vitória e entoar coros antipetistas.
Líder nas pesquisas desde que Lula teve a candidatura barrada pela Justiça Eleitoral, Bolsonaro, de
63 anos, contrariou as expectativas de que seria incapaz de manter a liderança. Ele conduziu uma
campanha improvisada, sem tantos recursos como seus principais adversários e sem estrutura partidária
– sua arrecadação oficial foi de apenas 2,5 milhões de reais.
Sua ascensão a partir de 2017 foi completamente subestimada pelas forças políticas tradicionais, que
chegaram a expressar o desejo de tê-lo como adversário, acreditando que seu radicalismo e o certo
amadorismo de sua campanha seriam facilmente rejeitados pela maior parte do eleitorado em um
confronto direto. Até setembro deste ano, era o futuro eleitoral de Lula que ainda monopolizava as
atenções.

17
G1 MA. TER avalia como tranquila a eleição no 2º turno no Maranhão. https://g1.globo.com/ma/maranhao/noticia/2018/10/28/tre-avalia-como-tranquila-a-eleicao-
no-2o-turno-no-maranhao.ghtml. Acesso em 30 de outubro de 2018.
18
Deutsche Welle. O escolhe escolhe Jair Bolsonaro. DW. https://www.dw.com/pt-br/o-brasil-escolhe-jair-bolsonaro/a-46065651. Acesso em 29 de outubro 2018.

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Mas, alimentado sobretudo pelo crescente antipetismo e desprezo de parte do eleitorado aos políticos
tradicionais e compensando sua falta de recursos com forte presença nas redes sociais, Bolsonaro
continuou a crescer. Ele não adotou nenhuma tática mais moderada, preferindo explorar a retórica do
confronto e apostando em declarações ultrajantes e de ódio aos adversários, que muitas vezes flertavam
com a violência política.
O próprio presidente eleito chegou a ser vítima de um episódio de violência ao longo da campanha e
por pouco não morreu. Atingido por um ataque a faca, Bolsonaro permaneceu a maior parte da campanha
afastado de atos públicos. Primeiro, transformou o hospital em quartel-general da campanha. Depois,
passou a comandar a candidatura de casa.
O ataque não diminuiu a retórica do candidato, que continuou a apostar nas táticas agressivas,
mesclando ainda populismo e nacionalismo. Nas redes sociais, compensou o tom vago das suas
propostas com uma verdadeira indústria de ataques aos adversários, que na maioria das vezes
promoviam mentiras grosseiras e boatos. Essa "tempestade perfeita" que levou Bolsonaro ao poder
também escondeu as próprias contradições do candidato, uma voz que pregava um discurso
antissistema, mas que era um político profissional com 28 anos na Câmara e que criou uma verdadeira
dinastia política, um defensor do Exército que cometeu atos de indisciplina e deslealdade contra a
instituição nos anos 1980.
Ao longo da campanha, ele também expressou desprezo pelos mecanismos tradicionais de discussão
política. Se recusou a comparecer a debates e passou a conceder entrevistas para veículos que
simpatizavam com sua candidatura. Também alimentou boatos sobre a legitimidade do processo eleitoral,
como a segurança das urnas eletrônicas e a legitimidade das pesquisas eleitorais. Em dado momento da
campanha, chegou a afirmar que não reconheceria o resultado caso fosse derrotado.
No primeiro turno, menos de quatro pontos percentuais o separaram da vitória. Apesar da sua visão
política e da sua antiga condição de deputado pouco influente, passou a receber apoios de grupos
políticos que antes se mantinham distantes, saindo do gueto de apoiadores de pouca expressão. No
segundo turno, foi escolhido como o candidato de bancadas influentes da Câmara e de vários
governadores.

Também se tornou com o tempo o candidato favorito do mercado, antes alinhado com Geraldo Alckmin
(PSDB). Foi apenas na área econômica que Bolsonaro fez alguma tentativa de "normalização". Passou
a promover o economista ultraliberal Paulo Guedes como seu homem de confiança na área. Apesar do
tom vago das propostas para a economia, representantes da indústria e do setor financeiro passaram a
considerar a opção Bolsonaro menos maléfica do que a candidatura do PT.
A vitória de Bolsonaro neste domingo também marca a volta da direita radical ao poder no Brasil.
Defensor do regime militar (1964-1985), Bolsonaro já defendeu a tortura e o assassinato de militantes
durante o período. Passando para a posição de chefe de Estado, ele deve garantir um protagonismo
ainda maior de atuais e antigos membros das Forças Armadas. Diversos generais são cotados para
assumir ministérios e seu vice também é um militar reformado.

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Ainda no primeiro turno, sua popularidade já havia impulsionado o seu partido, o então nanico PSL,
que se viu catapultado para a posição de segunda maior bancada da Câmara, com 52 deputados, vários
deles ex-militares como o presidente eleito. Com Bolsonaro na Presidência, a expectativa é que o partido
cresça ainda mais e se torne a maior bancada da Casa. A entrada no Palácio do Planalto também deve
aumentar a influência da sua família. Seu núcleo decisório é formado por parentes, contrastando com os
últimos presidentes, que tinham colegas de partido ou amigos como as figuras mais próximas. Seus três
filhos, um deputado federal, um senador eleito e um vereador, foram seus principais auxiliares na
campanha. É certo que eles vão ter voz ativa no governo.
No governo, Bolsonaro também já sinalizou que deve ter um relacionamento turbulento com a
imprensa. Ao longo da campanha, ele atacou a Rede Globo e o jornal Folha de S. Paulo. Também se
recusou a conceder entrevistas a diversos veículos. Seu apoiadores promoveram "linchamentos virtuais"
de jornalistas que publicaram reportagens investigativas sobre suspeitas que envolveram a campanha do
PSL.
O resultado também marca mais uma derrota para os partidos tradicionais do Brasil, que haviam sido
atingidos em cheio pela Operação Lava Jato. No primeiro turno, a onda bolsonarista já havia arrasado
siglas como MDB e PSDB e quebrado a velha polarização entre tucanos e petistas na disputa
presidencial. Já a vitória deste domingo quebra uma sequência de 16 anos de vitórias consecutivas do
PT na disputa pela Presidência. A derrota dos petistas também marca mais um fracasso de Lula, que
permanece preso e havia mesclado suas tentativas de sair da prisão com a estratégia do partido na
eleição presidencial.
Nos últimos dois anos, o PT permaneceu agarrado à ideia de que controverso processo de
impeachment contra Dilma Rousseff havia sido um "golpe" e apostou que a impopularidade e o marasmo
do governo do presidente Michel Temer e de seus aliados seriam convertidos em novos votos para o PT.
Os petistas também tentaram transformar o pleito em uma espécie de referendo sobre o legado do ex-
presidente e dos anos do PT no governo. No processo, acabaram alimentando animosidade com outros
representantes da esquerda, como Ciro Gomes (PDT), que se recursou a declarar seu apoio pessoal a
Haddad.
No final, foi Bolsonaro o principal herdeiro do crescente sentimento antissistema entre o eleitorado que
ganhou ainda mais força com a paralisação do governo Temer e que no primeiro turno já havia punido
diversas figuras conhecidas da política. A vitimização de Lula também não rendeu o resultado esperado
pelos petistas.
Após a derrota, Haddad afirmou que os brasileiros não devem ter medo e prometeu organizar a
oposição ao governo Bolsonaro. "Nós estaremos aqui. Nós estamos juntos", disse. "Contem conosco.
Coragem, a vida é feita de coragem. Viva o Brasil". Haddad também não ligou para Bolsonaro para
parabenizá-lo pela vitória.
O resultado explicitou mais uma vez divisões regionais entre o eleitorado brasileiro. Como ocorreu no
primeiro turno, Haddad venceu no Nordeste, região que concentra o maior índice de pobreza do país. Ele
também ficou à frente no Pará e no Tocantins, mas não venceu em nenhum estado das regiões Sul,
Centro-Oeste e Sudeste. Já Bolsonaro não venceu em nenhum estado nordestino. Seu melhor
desempenho foi em alguns dos estados mais ricos do Brasil, como Santa Catarina (75,92%) e o Distrito
Federal (69,99%), além de ter vencido em São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.

Abstenção atinge 20,3%, maior percentual desde 199819

Número significa que quase 30 milhões de eleitores que estavam aptos não compareceram às urnas.
Maior colégio eleitoral do país, São Paulo teve aumento de 2 pontos percentuais nas abstenções.
Quase 30 milhões de eleitores não compareceram às urnas neste domingo (07/10), segundo dados
do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O nível de abstenção, de 20,3%, é o mais alto desde as eleições de
1998, quando 21,5% do eleitorado não votou.
Em São Paulo, o maior colégio eleitoral do país, o índice de abstenção também subiu, dois pontos
percentuais, em relação ao último pleito, passando de 19,5% para 21,5%. Em número de eleitores, isso
representa mais de 850 mil pessoas, de 6,2 milhões em 2014 para 7,1 milhões este ano.

Histórico das últimas eleições


Em 1994, o percentual havia sido ainda maior: 29,3%, o que significa que 1 em cada 3 eleitores aptos
não compareceram.

19
André Paixão. Abstenção atinge 20,3%, maior percentual desde 1998. G1 Eleições 2018. https://g1.globo.com/politica/eleicoes/2018/eleicao-em-
numeros/noticia/2018/10/08/abstencao-atinge-203-maior-percentual-desde-1998.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1. Acesso em 08
de outubro de 2018.

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A abstenção tem crescido desde 2006. Na ocasião, 16,8% dos eleitores não votaram. Quatro anos
depois, o índice subiu para 18,1%, e chegou aos 19,4% nas eleições presidenciais passadas, em 2014.
Em número de eleitores, a porcentagem desse ano representa 29,9 milhões de pessoas. No primeiro
turno de 2014, 27,7 milhões de votantes se abstiveram do voto.

Números por estado


Dos 26 estados, mais o Distrito Federal, o Mato Grosso aparece com o maior índice de abstenção,
com 24,6%. Isso significa que 1 em cada 4 eleitores aptos a votar não votaram.
Na direção oposta, o estado com o menor número de abstenções foi Roraima, 13,9%. Veja o índice
por estado:
Região Sul
Paraná - 17%
Rio Grande do Sul - 18,1%
Santa Catarina - 16,3%

Região Sudeste
Espírito Santo - 19,3%
Minas Gerais - 22,2%
Rio de Janeiro - 23,6%
São Paulo - 21,5%

Região Centro-Oeste
Distrito Federal - 18,7%
Goiás - 20,2%
Mato Grosso - 24,6%
Mato Grosso do Sul - 21,2%

Região Nordeste
Alagoas - 22,6%
Bahia - 20,7%
Ceará - 17,3%
Maranhão - 20,5%
Paraíba - 15%
Pernambuco - 17,9%
Piauí - 15,7%
Rio Grande do Norte - 17,1%
Sergipe - 18,8%
Região Norte
Acre - 19%
Amapá - 16,7%
Amazonas - 19,4%

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Pará - 20%
Rondônia - 22,3%
Roraima - 13,9%
Tocantins - 20%

Balanço dos estados


São Paulo foi estado com o maior aumento no número de eleitores que não votaram, com quase 870
mil ausências a mais, na comparação com as eleições de 2014. Em proporção, são dois pontos
percentuais a mais, de 19,5% para 21,5%.
No entanto, o Distrito Federal foi o local com o maior aumento percentual de abstenções, passando de
11,7% em 2014 para 18,7% este ano. O Amapá aparece como a segunda maior alta, de 10,4% para
16,7%.
Na comparação com o primeiro turno das eleições de 2014, cinco estados tiveram redução
proporcional das abstenções.
A maior delas foi no Piauí, que passou 18,9% há 4 anos para 15,7% neste ano. O Ceará saiu de 20,1%
para 17,3%. A Paraíba registrou 17,6% de abstenções em 2014. Esse ano, o índice foi de 15%. O Pará
teve queda de 21,1% para 20% este ano. Por fim, Santa Catarina teve redução de 0,1% nas abstenções,
de 16,4% para 16,3%.

Temer decreta uso das Forças Armadas em Roraima para reforçar segurança20

Presidente anunciou medida em pronunciamento no Planalto; ministro da Defesa informou que decreto
tem validade de duas semanas. Estado enfrenta crise com chegada de venezuelanos.
O presidente Michel Temer informou nesta terça-feira (28/08) ter decretado o uso das Forças Armadas
em Roraima para reforçar a segurança no estado.
Temer anunciou a medida em um pronunciamento no Palácio do Planalto. Segundo o ministro da
Defesa, Joaquim Silva e Luna, o decreto de Garantia da Lei e da Ordem (GLO) tem validade de duas
semanas (até 12 de setembro) e a prorrogação poderá ser avaliada conforme a necessidade.
"Decretei hoje o emprego das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem no estado de Roraima.
Naturalmente, para oferecer segurança aos cidadãos brasileiros e aos imigrantes venezuelanos que
fogem de seu país em busca de refúgio no Brasil", anunciou.
O anúncio foi feito dez dias após a cidade de Pacaraima (RR) registrar um ataque de um grupo de
brasileiros a acampamentos de venezuelanos.
Fronteira com a Venezuela, Roraima é a principal rota utilizada pelos imigrantes que entram no Brasil.
Os venezuelanos tentam fugir da crise política, econômica e social do país, com inflação alta e
desabastecimento.
Em julho, a Casa Civil informou que, entre 2015 e junho deste ano, 56,7 mil venezuelanos procuraram
a Polícia Federal para solicitar refúgio ou residência no Brasil.

Como vai funcionar?


Os ministros Joaquim Silva e Luna (Defesa) e Sergio Etchegoyen (GSI) explicaram que os militares
das Forças Armadas vão atuar nas fronteiras leste e oeste de Roraima e nas rodovias federais do estado.
A faixa de atuação contempla uma área de 150 quilômetros, a partir da fronteira. Neste espaço ficam
as cidades de Pacaraima e Boa Vista.
A GLO garante o poder de polícia aos militares nas duas faixas de fronteira e nas rodovias federais.
De acordo com Silva e Luna, o governo vai utilizar na ação militares da 1ª Brigada de Infantaria de
Selva, que fica em Boa Vista e já atua no trabalho de acolhimento dos venezuelanos.

Quadro 'dramático'
Ao falar sobre a crise na Venezuela, Temer disse que o país enfrenta um quadro "dramático",
acrescentando que o "desastre humanitário" causado pela crise é resultado das "péssimas" condições às
quais o povo venezuelano está submetido.
"Devo dizer, desde logo, que o Brasil respeita a soberania dos estados nas ações, mas temos que
lembrar que só é soberano um país que respeita e cuida do seu povo", afirmou o presidente.
Em seguida, acrescentou que o Brasil fará "todos os esforços em todos os foros internacionais" para
melhorar a situação da Venezuela. "Vamos buscar apoio na comunidade internacional para adoção de
medidas diplomáticas firmes que solucionem esse problema", completou.
20
Guilherme Mazui. Temer decreta uso das Forças Armadas em Roraima para reforçar segurança. G1 Política. https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/08/28/temer-
decreta-uso-das-forcas-armadas-em-roraima-para-reforcar-seguranca.ghtml. Acesso em 29 de agosto de 2018.

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Mesmo diante do quadro, acrescentou o ministro Sérgio Etchegoyen (Segurança Institucional), o
governo não cogita fechar a fronteira para os venezuelanos nem decretar intervenção federal em
Roraima.

Governadora
De acordo com o ministro Joaquim Silva e Luna (Defesa), a governadora Suely Campos (PP) não
pediu a Temer a edição do decreto de GLO.
Em seguida, Sergio Etchegoyen disse que a governadora foi informada sobre a decisão antes do
anúncio de Temer à imprensa.
"A reação até agora [de Suely Campos] tem sido o silêncio e o não reconhecimento da questão da
necessidade por parte de Roraima. Não reconhece que precisa de ajuda na área de segurança ou pede
ajuda naquilo que nós não temos condições mais de dar", disse.

Crise migratória
A situação de Roraima é discutida desde 2016 no governo federal. Em fevereiro, Temer assinou um
decreto reconhecendo a "situação de vulnerabilidade" em Roraima e editou uma medida provisória (MP)
prevendo ações de assistência para os venezuelanos.
Além disso, foi deflagrada a Operação Acolhida para atender imigrantes recém-chegados ao Brasil e
transferir venezuelanos para outros estados.
Mais cedo, nesta terça, 187 venezuelanos foram transportados pela Força Aérea de Roraima para
Manaus (AM), João Pessoa (PB) e São Paulo (SP).
A governadora do estado, Suely Campos (PP), pediu o fechamento da fronteira ao Supremo Tribunal
Federal (STF), mas Temer já afirmou que a medida é "incogitável" e a ministra Rosa Weber entendeu
que a decisão cabe a ele.

Decreto cria cotas para presidiários e ex-detentos em contratos de serviços à União21

Decreto assinado nesta terça (24) pela presidente em exercício, Cármen Lúcia, define que empresas
com contratos acima de R$ 330 mil têm que oferecer entre 3% a 6% das vagas a presos.
A presidente da República em exercício, Cármen Lúcia, assinou nesta terça-feira (24/07) decreto para
determinar que empresas contratadas pelo governo federal para prestação de serviços ofereçam cotas
para presidiários e ex-presidiários sempre que os contratos ultrapassarem R$ 330 mil. O governo alegou
que a medida visa a estimular a ressocialização de apenados.
O decreto presidencial, de acordo com o governo, torna “obrigatória” a contratação de presos e ex-
presidiários por parte das empresas que vencerem licitações para serviços com a administração pública
federal direta e também com autarquias e fundações. Entre os serviços que poderão passar a ser
executados por detentos e ex-presidiários estão, por exemplo, atividades de consultoria, limpeza,
vigilância e alimentação.
A assessoria da Presidência informou que o decreto será publicado na edição desta quarta (25/07) do
“Diário Oficial da União”.
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmen Lúcia está interinamente no comando do
Palácio do Planalto em razão de viagens ao exterior do presidente Michel Temer e dos presidentes da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).
O decreto assinado pela presidente em exercício institui a “Política Nacional de Trabalho no âmbito do
Sistema Prisional”, que foi apresentada nesta terça em uma entrevista coletiva concedida pelos ministros
Raul Jungmann (Segurança Pública) e Gustavo Rocha (Direitos Humanos).
“Nos editais de licitação já haverá a previsão para contratação desses presos e, preenchidos os
critérios do edital, será obrigatório que essas empresas absorvam essa mão de obra de forma a permitir
uma maior ressocialização desse apenado ou desse egresso”, explicou Rocha.
A medida se aplica a presos provisórios, presos dos regimes fechado, semiaberto ou aberto, ou
egressos do sistema prisional. Conforme o decreto, as empresas terão de destinar um percentual de
vagas para presos e ex-presidiários em cada contratos firmados com o governo federal.

- 3% das vagas para contratos que exijam contratação de 200 ou menos funcionários;
- 4% das vagas para contratos que exijam contratação de 201 a 500 funcionários;
- 5% das vagas para contratos que exijam contratação de 501 a 1 mil funcionários;

21
Guilherme Mazui. Decreto cria cotas para presidiários e ex-detentos em contratos de serviço à União. G1 Política.
https://g1.globo.com/politica/noticia/2018/07/24/decreto-presidencial-cria-cotas-para-presos-e-ex-presidiarios-em-contratos-de-servicos-a-uniao.ghtml. Acesso em 25
de julho de 2018

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- 6% das vagas para contratos que exijam a contratação de mais de 1 mil funcionários

Autorização judicial
O ministro de Direitos Humanos ressaltou na entrevista que caberá ao juiz responsável pela execução
da pena dos presos analisar se o detento tem condições de atuar na prestação de serviços para a
administração pública federal.
No caso de presidiários do regime fechado, o detento contratado deverá ter cumprimento, no mínimo,
um sexto da pena, ter autorização do juiz da vara de execuções penais e ainda terá que comprovar
"aptidão, disciplina e responsabilidade".
Gustavo Rocha afirmou ainda que, caso não haja presídios ou ex-presidiários em determinada região
onde o contrato com a União é executado, a empresa que ganha a licitação não precisará cumprir o
percentual mínimo de vagas.
"É possível que em determinados locais não haja presídios ou egressos do sistema prisional. Em razão
de uma impossibilidade de contratação, essa regra pode ser excepcionada", ponderou o ministro.

Ressocialização
Em meio à entrevista, Jungmann disse que a oferta de emprego para presos e ex-presidiários é
fundamental para criar uma "possibilidade real" de ressocialização e para combater o "recrutamento" de
facções nos presídios.
O ministro da Segurança Pública lembrou que o Brasil tem em torno de 726 mil presos, em um sistema
prisional dominado por cerca de 70 facções. Jungmann informou que, do total de apenados no Brasil,
12% trabalham e 15% estão em atividades educacionais.
"Se nós não implementarmos e não levarmos e ampliarmos um programa como esse, as facções
criminosas estarão sempre criando a dependência, seja dos presos seja dos egressos. Essa política tem
uma função fundamental", defendeu Jungmann.

Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer22

Representantes da categoria se reuniram com o presidente em Brasília. Eles disseram que vão orientar
motoristas a encerrar greve após publicação das medidas no 'Diário Oficial'.
Representantes de caminhoneiros autônomos afirmaram que aprovam as medidas para a categoria
anunciadas mais cedo neste domingo (27/05) pelo presidente Michel Temer.
Com a nova proposta, detalhada por Temer durante pronunciamento, o governo espera encerrar a
greve dos caminhoneiros, que chegou neste domingo ao sétimo dia.
Entre as medidas está a redução de R$ 0,46 no preço do litro do diesel por 60 dias e a isenção de
pagamento de pedágio para eixos suspensos de caminhões vazios. Apenas a redução de R$ 0,46 no
preço do diesel custará ao governo R$ 10 bilhões.
No pacote, estava prevista a edição de três medidas provisórias para atender à demanda dos
caminhoneiros. As MPs saíram em edição extra do Diário Oficial da União publicada no fim da noite deste
domingo.
Durante o pronunciamento de Temer, foram registrados panelaços no DF, Rio de Janeiro e São Paulo.

Fim da greve?
"Saiu no 'Diário Oficial', a nossa recomendação é que aceitem [as propostas e liberem as estradas]",
afirmou Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga
(Sinditac) de Ijuí (RS).
"Eles [caminhoneiros] só vão aceitar [o acordo proposto pelo governo] após saírem publicadas no
'Diário Oficial' as medidas que foram negociadas aqui", disse José da Fonseca Lopes, presidente da
Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), uma das entidades que não tinham assinado o acordo
na quinta-feira (24/05).
O grupo não tinha assinado o acordo proposto pelo governo na quinta-feira (24/05) por entender que
ele não atendia às suas reivindicações. Diante da manutenção da greve pelos caminhoneiros, as
entidades foram chamadas de volta a Brasília neste domingo para negociar a nova proposta.
De acordo com eles, com as estradas desobstruídas, serão necessários de 8 a 10 dias para normalizar
o abastecimento de combustível e alimentos no país.
"Daquilo que se propunha, o nosso movimento está contemplado. Nós queríamos piso mínimo de frete,
suspensão no preço do combustível do PIS-Cofins, que está contemplado, queríamos a suspensão por
22
FERNANDA CALGARO. Caminhoneiros autônomos se dizem satisfeitos com nova proposta de Temer. G1 Política.
<https://g1.globo.com/politica/noticia/caminhoneiros-autonomos-se-dizem-satisfeitos-com-nova-proposta-de-temer.ghtml> Acesso em 28 de maio de 2018.

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60 dias de novos reajustes para ter previsibilidade e o setor se organizar. Está contemplado", afirmou
Dahmer.
Para ele, uma das principais conquistas para a categoria será a fixação de um valor mínimo para o
frete.
"Essa política de preço vai fazer com que a gente saiba a quanto está trabalhando e ninguém vai poder
nos explorar menos do que aquele valor, que será o nosso custo", disse.

Corte do PIS-Cofins e CIDE


A proposta anunciada por Temer prevê a redução de R$ 0,46 no litro do diesel, que terá validade por
60 dias. A partir daí, os reajustes no valor do combustível serão feitos a cada 30 dias, decisão que,
segundo o presidente, visa dar mais "previsibilidade" aos motoristas.
Ele informou que o corte de R$ 0,46 se dará com a redução a zero das alíquotas do PIS-Cofins e da
Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) sobre o diesel.
A proposta anterior, divulgada na quinta, já contemplava o corte na CIDE. A novidade, portanto, é a
suspensão da cobrança do PIS-Cofins sobre o diesel.
No caso do diesel, os valores praticados pela Petrobras são mais da metade (55%) do preço pago pelo
consumidor nos postos; 7% é o custo do biodiesel, que, por lei, deve compor 10% do diesel, e 9%
corresponde aos custos e lucro dos distribuidores, conforme os cálculos da Petrobras, que levam em
conta a coleta de preços entre os dias 6 e 12 de maio em 13 regiões metropolitanas do país.
Cerca de 29% são tributos, sendo:
- 16% ICMS, recolhido pelos Estados
- 13% Cide e PIS-Cofins, de competência da União.
O ministro Carlos Marun disse que o Procon vai fiscalizar se a redução anunciada por Temer chegará
às bombas.
"A redução vai chegar às bombas. O Procon está, inclusive, editando medida e vai fazer fiscalização
no sentido de que o nosso objetivo, de que essa redução chegue ao tanque do caminhoneiro, se torne
realidade", afirmou.

Eixo suspenso e fretes da Conab


Temer também anunciou a edição de três medidas provisórias para atender a outras demandas dos
grevistas. As MPs saíram em edição extra do Diário Oficial da União publicada na noite deste domingo e
preveem:
- Isenção da cobrança de pedágio para eixo suspenso de caminhões vazios, em rodovias federais,
estaduais e municipais;
- Determinação para que 30% dos fretes da Conab sejam feitos por caminhoneiros autônimos;
- Estabelecendo de tabela mínima dos fretes.
Medidas provisórias têm força de lei e começam a valer assim que o texto é publicado no "Diário Oficial
da União". A partir daí, o Congresso Nacional terá até 120 dias para analisar as MPs. Se isso não
acontecer no prazo, as medidas perderão validade.

Reoneração da folha
Durante o pronunciamento, o presidente afirmou que os pontos do acordo negociado na semana
passada seguem valendo, entre eles o que tira o setor de transporte rodoviário de carga da chamada
reoneração da folha.
A proposta, que na prática eleva a arrecadação federal, já foi aprovada pela Câmara e ainda depende
de análise do Senado. Vários setores que haviam sido atendidos com a desoneração perderão o
benefício. Segundo Temer, o setor dos caminhoneiros não estará entre esses setores.

Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise
política; relembre23

Reeleito vice-presidente em 2014, Temer assumiu Presidência interinamente em 12 de maio de 2016,


devido ao afastamento de Dilma. Três meses depois, foi efetivado após impeachment da petista.
Passados dois anos desde o afastamento de Dilma (o impeachment só foi aprovado em 31 de agosto
de 2016), Temer lidera um governo que ostenta queda da inflação e a redução da taxa de juros, mas que
tenta lidar com o aumento no número de desempregados e com os altos índices de rejeição.

23
MAZUI G. MATOSO, F. MARTELLO, A. Aos 2 anos, governo Temer festeja economia, mas enfrenta impopularidade, denúncias e crise política; relembre. G1
Política. <https://g1.globo.com/politica/noticia/aos-2-anos-governo-temer-festeja-economia-mas-enfrenta-impopularidade-denuncias-e-crise-politica-
relembre.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de maio de 2018.

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Hoje, Temer conduz um governo alvo de denúncias da Procuradoria Geral da República (PGR),
envolvido em crises políticas e no foco de investigações criminais.

Aprovação
Nove meses após tomar posse para o segundo mandato como vice-presidente, Temer afirmou num
evento, em setembro de 2015, que seria "difícil" Dilma Rousseff aguentar mais três anos no Palácio do
Planalto em razão da baixa popularidade. À época, ela tinha 8% de aprovação.
Temer assumiu a Presidência de maneira interina em maio de 2016 e no primeiro discurso afirmou
que, para governar, precisaria do "apoio do povo", que, por sua vez, precisaria "aplaudir" as medidas
adotadas.
Hoje, a aprovação do presidente, segundo o Datafolha, é de 6% - 70% consideram o governo ruim ou
péssimo.
Em recente entrevista, Temer afirmou que um publicitário disse a ele que "aproveite a impopularidade"
para fazer as reformas necessárias ao país.

Economia
O presidente apontou como maior desafio "estancar o processo de queda livre na atividade
econômica".
Em dois anos, Temer acostumou-se a badalar índices alcançados em sua gestão, como a alta do PIB
em 2017 (1%) após dois anos de retração e as quedas da inflação e da taxa básica de juros (6,5% ao
ano), a menor da série histórica do Banco Central, iniciada em 1986.
No mercado de trabalho, contudo, o governo não conseguiu reduzir o número de desempregados, pelo
contrário. Segundo o IBGE, quando Temer assumiu eram 11,4 milhões e hoje, 13,7 milhões.

Crises
Nesses dois anos à frente do Planalto, Temer enfrentou uma série de polêmicas causadas por
denúncias, delações, prisões de assessores mais próximos e investigações da Polícia Federal.
No ano passado, o presidente foi denunciado duas vezes ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela
Procuradoria Geral da República (PGR). Os crimes: corrupção passiva, organização criminosa e
obstrução de Justiça.
As denúncias, baseadas nas delações da JBS, fizeram Temer viver seu momento mais dramático no
governo.
Segundo o Ministério Público, numa conversa com o dono da empresa, Joesley Batista, Temer deu
aval ao pagamento de dinheiro para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, o que o
presidente nega. O encontro aconteceu no fim da noite, fora da agenda, e foi gravado por Joesley.
O STF só poderia analisar as denúncias, porém, se a Câmara autorizasse. Nos dois casos, a maioria
dos deputados votou contra o prosseguimento dos processos e, com isso, as acusações contra Temer
só poderão ser analisadas após ele deixar o Planalto.

Investigações
Hoje, Temer é alvo de dois inquéritos que tramitam no STF. Com base nas delações de executivos da
JBS e da Obderecht, o presidente passou a ser investigado por suposto recebimento de propina na edição
do decreto dos portos e em contratos da Secretaria de Aviação Civil.

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A pasta da Aviação foi comandada por Moreira Franco, atual ministro de Minas e Energia, e Eliseu
Padilha, atual chefe da Casa Civil, ambos do MDB, principais conselheiros de Temer e formalmente
denunciados pelo Ministério Público ao STF.
Além dos dois, outras pessoas muito próximas ao presidente passaram a ser investigadas e até foram
presas, entre as quais:
Rodrigo Rocha Loures, ex-deputado e ex-assessor especial de Temer;
José Yunes, ex-assessor especial de Temer;
João Baptista Lima Filho, coronel aposentado da PM e amigo de Temer;
Geddel Vieira Lima, ex-ministro de Temer.
O presidente nega qualquer tipo de envolvimento com irregularidades. Afirma ser vítima de uma
"campanha oposicionista" para enfraquecer o governo, acrescentando que é alvo de "vazamentos
irresponsáveis" de dados relacionados às investigações sobre ele.
Sobre se tem medo de ser preso ao deixar o cargo, o presidente diz que não, acrescentando que isso
seria uma "indignidade".

Julgamento do TSE
Em junho de 2017, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) garantiu a continuidade do governo de Michel
Temer ao absolver, por 4 votos a 3, a chapa formada por ele e por Dilma da acusação de abuso de poder
político e econômico na campanha de 2014.
A ação foi apresentada pelo PSDB após a eleição e apontava mais de 20 infrações supostamente
cometidas pela coligação encabeçada por PT e PMDB (hoje MDB).
Com o placar apertado, cujo voto decisivo foi dado pelo ministro Gilmar Mendes, então presidente do
TSE, Temer escapou da perda do atual mandato e Dilma, da inelegibilidade por 8 anos.

Reformas e concessões
Temer chegou ao poder com discurso em favor das reformas trabalhista e previdenciária, tendo como
objetivo "o pagamento das aposentadorias e a geração de emprego".
Nesses dois anos:
Nova lei trabalhista entrou em vigor;
Reforma do ensino médio foi sancionada;
Reforma da Previdência parou no Congresso;
Reforma tributária não avançou na Câmara.

Temer também defendeu, ao assumir o governo, o incentivo às parcerias público-privadas (PPPs). O


presidente lançou um programa de concessões e privatizações.
Segundo dados oficiais, 74 projetos foram concluídos, o que inclui quatro aeroportos, linhas de
transmissão, terminais portuários e blocos para exploração de óleo e gás.
Dentro do programa de concessões, uma das principais apostas do governo para 2018 é a privatização
da Eletrobras, que ainda precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional.

Contas públicas
Quando Temer assumiu, afirmou ser preciso restaurar o equilíbrio das contas públicas "trazendo a
evolução do endividamento no setor público de volta ao patamar de sustentabilidade ao longo do tempo".
Desde então, foram anunciadas algumas medidas, como a instituição de um teto para os gastos
públicos; o aumento da tributação sobre a gasolina; a aprovação da Taxa de Longo Prazo (TLP) – que
diminui, com o passar do tempo, o pagamento de subsídios pelo governo.
Também foram anunciados programas de parcelamento de tributos vencidos para empresas,
produtores rurais e estados e municípios. Esses parcelamentos, mesmo criticados pela área técnica da
Receita Federal – pois influenciam para baixo o recolhimento mensal dos impostos –, contribuem para
elevar a arrecadação no curto prazo.

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Intervenção federal
Em 16 de fevereiro, o presidente decretou a intervenção federal na área de segurança pública do Rio
de Janeiro, a primeira desde a Constituição de 1988.
Com a decisão, o governador Luiz Fernando Pezão (MDB) deixou de responder pela área, que ficou
sob a gestão do general do Exército Walter Braga Netto, escolhido por Temer como interventor.
No período, o fato de maior repercussão no Rio foi o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL),
cuja investigação segue em curso.
Temer também criou, neste ano, o Ministério da Segurança Pública. Com isso, a Polícia Federal saiu
da alçada do Ministério da Justiça e passou a ser subordinada à nova pasta.
Raul Jungmann, então ministro da Defesa, assumiu a Segurança Pública. Para o lugar dele, Temer
nomeou Joaquim Silva e Luna, primeiro militar a comandar a Defesa.

Programas sociais
Nos dois anos de Temer à frente do Planalto:
O Bolsa Família foi reajustado duas vezes;
O reajuste do salário mínimo ficou abaixo da inflação;
No Minha Casa, Minha Vida, de acordo com Ministério das Cidades, em 2016 foram contratadas
382.311 unidades habitacionais. Em 2017, o governo traçou como meta contratar 610 mil unidades
habitacionais, mas entregou 500 mil.
A meta para este ano é contratar 650 mil unidades – até agora, foram contratadas 125 mil unidades.

O foro privilegiado não acaba hoje24

A decisão do STF é apenas um primeiro (e modesto) passo para acabar com o absurdo incentivo à
impunidade – e ainda abre margem a dúvidas e manobras
Se tudo correr como programado, termina hoje, com o voto do ministro Gilmar Mendes, o julgamento
do Supremo Terminal Federal (STF) a respeito do foro privilegiado – ou, como preferem os puristas, foro
por prerrogativa de função.
Pela legislação brasileira, 58.660 cidadãos têm o direito de ser julgados em tribunais especiais, de
acordo com um levantamento do jornal Folha de São Paulo. Tal contingente inclui do presidente da
República ao defensor público de Taboão da Serra – passando por vereadores, oficiais das Forças
Armadas, juízes, procuradores, prefeitos, governadores e, naturalmente, deputados e senadores.
O processo em julgamento no STF examina apenas o que fazer em relação aos 594 deputados
federais e senadores. É provável que a decisão tenha implicação para os demais cargos, mas ela não
será automática. Dependerá de decisões posteriores da Justiça.
Sete dos ministros já votaram em favor da nova interpretação proposta pelo relator, o ministro Luís
Roberto Barroso. Ela prevê a manutenção do foro especial apenas para crimes cometidos no cargo, em
função de atividades relativas ao cargo.
A divergência, iniciada pelo ministro Alexandre de Moraes, afirma que tal critério abrirá margem a
interpretações subjetivas quando casos concretos vierem a julgamento. Ele propôs que todo crime
atribuído a parlamentar seja julgado no STF a partir do momento da diplomação, até o fim do mandato,
não importando a natureza.
O argumento vitorioso de Barroso atém-se ao princípio do foro especial: ele existe para proteger o
cargo de ingerências políticas. O argumento de Alexandre é de ordem prática: a decisão poderá tornar
os julgamentos ainda mais complexos e morosos.
Ser julgado no STF é considerado um privilégio justamente por que, na visão predominante, lá os
processos costumam demorar mais, e os crimes prescrevem.

24
GUROVITZ, HELIO. O foro privilegiado não acaba hoje. G1 Mundo. Disponível em: <https://g1.globo.com/mundo/blog/helio-gurovitz/post/2018/05/03/o-foro-
privilegiado-nao-acaba-hoje.ghtml> Acesso em 04 de maio de 2018.

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Um estudo da FGV-Rio, tão citado quanto criticado, constatou, com base na análise de 2.963 inquéritos
e 822 ações penais entre 2002 e 2016, que o tempo médio de tramitação até o julgamento definitivo caiu
para os primeiros (de 1.297 para 797 dias), mas cresceu num movimento constante para as segundas
(de 65 para 1.377).
O estudo levantou casos em que um processo espera mais de quatro anos por providências do relator.
Numa amostra de casos entre 2012 e 2016, verificou que menos de 6% começavam e terminavam no
STF. Apenas 5,44% preenchiam as duas condições propostas por Barroso. O fim do foro representaria,
portanto, um alívio na carga do tribunal, concebido como corte constitucional, não penal.
Em artigo no site Consultor Jurídico, o jurista Lenio Streck criticou o estudo por não determinar o
período de demora que cabe ao inquérito policial, ao oferecimento da denúncia pelos procuradores e ao
STF especificamente. Streck afirma que as regras para prescrição mudaram em 2010, dificultando as
manobras protelatórias e diz que a própria natureza do julgamento criminal no STF é distinta, feita em
instância única por um colegiado de juízes.
Num levantamento entre o primeiro semestre de 2015, quando já estavam consolidados a atual
estrutura de julgamentos em turmas e o uso de juízes auxiliares, e o início de 2017, ele verificou que 18
de 42 ações penais autuadas já haviam sido julgadas – num prazo em torno de 800 dias, eficácia bem
superior à verificada no estudo da FGV-Rio.
Num ponto, todos estão de acordo: as idas e vindas entre as instâncias judiciárias contribuem para
dilatar a duração dos processos. Barroso sugere, em seu voto, que o STF encerre todos os processos
cuja instrução já esteja concluída, mesmo que o parlamentar perca o mandato ou adquira foro noutra
instância do Judiciário.
Esse critério valeria para os processos da Operação Lava Jato que lá tramitam? Dependerá de como
o relator, ministro Edson Fachin, interpretar as novas condições aos processos. É provável que ele envie
a instâncias inferiores aqueles cujas acusações digam respeito a crimes cometidos fora do cargo hoje
ocupado.
Para novos processos por corrupção, a tendência é haver menos controvérsia – embora o ponto
levantado pela divergência do ministro Alexandre prometa doravante pairar sobre qualquer decisão,
abrindo brechas para advogados manobrarem em favor de seus clientes.
É preciso acabar com os absurdos do foro privilegiado no Brasil. Ele protege criminosos e promove a
impunidade. Mas a decisão de hoje não fará isso, ao menos não em definitivo. O melhor seria o Congresso
Nacional emendar a Constituição para resolver a questão em toda a sua extensão. Infelizmente, por causa
da intervenção federal no Rio de Janeiro, ele está impedido de examinar emendas constitucionais.

Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro25

Ex-presidente foi condenado em segunda instância no caso do triplex.


O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou na noite deste sábado (07/04) a Curitiba, onde
começará a cumprir a pena de 12 anos e 1 mês de prisão pela condenação no caso do triplex em Guarujá
(SP).
Ele foi condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele é o primeiro ex-presidente do
Brasil condenado por crime comum.
Por ordem de Moro, o ex-presidente ficará preso em uma sala especial de 15 metros quadrados, no 4º
andar do prédio da PF, com cama, mesa e um banheiro de uso pessoal. Também foi autorizada a
instalação de um TV no local.
O mandado de prisão foi expedido pelo juiz Sérgio Moro no início da noite de quinta-feira (05/04) e, na
sequência, Lula seguiu para a sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo
(SP).
O ex-presidente se entregou à Polícia Federal quase 26 horas após o prazo dado pelo juiz para que
ele se apresentasse voluntariamente.
Lula saiu a pé do sindicato, às 18h42, e caminhou até um prédio próximo, onde equipes da Polícia
Federal o aguardavam. A saída teve de ser feita dessa maneira porque, por volta das 17h, Lula tentou
sair de carro, mas foi impedido pela militância.
De carro, Lula foi levado por agentes até a Superintendência da PF em São Paulo, onde realizou
exame de corpo de delito. Na sequência, seguiu de helicóptero para o aeroporto de Congonhas e, de lá,
decolou em avião com destino a Curitiba.

25
G1 PR. Lula chega a Curitiba para cumprir pena por corrupção e lavagem de dinheiro. G1 RPC. Disponível em: <https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/lula-chega-
a-curitiba-para-cumprir-pena-por-corrupcao-passiva-e-lavagem-de-dinheiro.ghtml> Acesso em 09 de abril de 2018.

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O ex-presidente anunciou que se entregaria neste sábado, em um discurso feito em frente à sede do
sindicato. A fala durou 55 minutos e ocorreu durante ato religioso em homenagem a ex-primeira-dama
Marisa Letícia, que completaria 68 anos neste sábado. Lula disse que não iria “correr”, “nem se esconder”.
Ele também criticou as decisões do Judiciário e disse que vai provar sua inocência.

Mandado de prisão
O ex-presidente é acusado de receber o triplex no litoral de SP como propina dissimulada da
construtora OAS para favorecer a empresa em contratos com a Petrobras. O ex-presidente nega as
acusações e afirma ser inocente.
Lula foi condenado por Moro na primeira instância, e a condenação foi confirmada na segunda
instância pela 8ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4).
A defesa tentou evitar a prisão de Lula com um habeas corpus preventivo no Supremo Tribunal Federal
(STF), mas o pedido foi negado pelos ministros, por 6 votos a 5, em votação encerrada na madrugada de
quinta.
Na tarde de quinta, o TRF-4 enviou um ofício a Moro autorizando a prisão, e o juiz expediu o mandado
em poucos minutos.
Os advogados de Lula, porém, questionaram a ordem de prisão porque ainda poderiam apresentar ao
TRF-4 os chamados "embargos dos embargos de declaração".
Depois, a defesa ainda tentou evitar a prisão com recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no
STF, que também foram rejeitados.

Deputados da UE pedem fim de acordo com Mercosul após morte de Marielle26

Grupo também denunciou a violência política no Brasil


Mais de 50 deputados do Parlamento Europeu pediram nesta quinta-feira (15/03) a suspensão
"imediata" das negociações para um acordo comercial entre União Europeia e Mercosul por conta do
assassinato da vereadora Marielle Franco, uma conhecida ativista pelos direitos humanos do Rio de
Janeiro.
Deputados da UE protestam contra assassinato de Marielle. O documento foi divulgado pelo jornalista
Jamil Chade e é endereçado para a vice-presidente da Comissão Europeia, a italiana Federica Mogherini,
também responsável pela diplomacia do bloco.
"Esse assassinato se produz em um clima de crescente violência no Brasil e em particular na cidade
do Rio de Janeiro. A política de segurança do Governo brasileiro e do Estado do Rio de Janeiro, baseada
essencialmente no aumento da presença de corpos policiais e militares (e que culminou na intervenção
do Exército brasileiro), não fez mais do que agravar o clima de violência no país", diz a carta, que é
assinada pelo eurodeputado espanhol Miguel Urbán Crespo, do partido de esquerda Podemos.
O documento também é firmado por outros 51 europarlamentares e lembra que Marielle era relatora
da comissão municipal criada para fiscalizar a intervenção militar no Rio e crítica da violência policial na
cidade. "A defesa das populações oprimidas e discriminadas deve ser uma prioridade para a União
Europeia. O assassinato de Marielle Franco pretende amedrontar os defensores dos direitos humanos,
assim como influir nas eleições deste ano", diz o documento.
A carta se encerra com um pedido para que a Comissão Europeia, poder Executivo da UE, "suspenda
as negociações comerciais, de forma imediata", com o Mercosul, "exigindo do Brasil uma investigação
independente, rápida e exaustiva que permita alcançar a verdade e a justiça".
Os signatários pertencem ao Grupo da Esquerda Unitária Europeia, que reúne 52 eurodeputados de
partidos comunistas e socialistas, como o Podemos, o grego Syriza, o irlandês Sinn Féin, o alemão Die
Link e o português Bloco de Esquerda. O grupo tem cerca de 7% dos assentos no Parlamento da UE.
Também nesta quinta, Urbán Crespo já havia usado o plenário de Estrasburgo para condenar o
assassinato da vereadora. Exibindo uma placa com a frase "Marielle Presente", que virou símbolo das
homenagens à política do Psol, Urbán Crespo afirmou que o Brasil vive um clima de "violência política
pré-eleitoral".
"Esta noite, assassinaram a vereadora do Psol Marielle Franco no Rio de Janeiro. Assassinaram uma
ativista feminista dos direitos humanos, anticapitalista, uma ativista assassinada em um clima de violência
política pré-eleitoral no Brasil", declarou o eurodeputado.
O espanhol ainda enviou "solidariedade" a seus "companheiros" no país latino-americano e exprimiu
sua "condenação a esse clima de violência no Brasil". Ao lado de Urbán Crespo, outros eurodeputados
do Podemos exibiram cartazes em memória de Marielle.
26
AGÊNCIAS ANSA. Deputados da EU pedem fim de acordo com Mercosul após morte de Marielle. ÉpocaNegócios. Disponível em:
<https://epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia/2018/03/deputados-da-ue-pedem-fim-de-acordo-com-mercosul-por-marielle.html> Acesso em 16 de março de 2018.

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Assassinato
O crime ocorreu na noite da última quarta-feira (14/03) e também vitimou o motorista da vereadora,
Anderson Pedro Gomes. As características do homicídio - uma emboscada sem roubo - apontam para a
hipótese de execução, que é a principal linha de investigação da polícia.
Nascida e criada na favela da Maré, Marielle foi a quinta vereadora mais votada nas eleições
municipais de 2016, com 46.502 votos. Nos últimos dias, postou mensagens nas redes sociais
denunciando a violência policial no Rio.
"Mais um homicídio de um jovem que pode estar entrando para a conta da PM. Matheus Melo estava
saindo da igreja. Quantos mais vão precisar morrer para que essa guerra acabe?", escreveu no Facebook.
Ela também chamou o 41º Batalhão da Polícia Militar de "Batalhão da Morte" por causa de denúncias
de crimes no bairro de Acari. Marielle era crítica da intervenção militar do Governo Federal na segurança
pública do Rio de Janeiro.

Ficha Limpa passa a valer também para ocupantes de cargos eletivos27

Entendimento foi defendido pelo ministro Luiz Fux, relator da matéria e presidente do Tribunal Superior
Eleitoral.
Nesta quinta-feira (01/03), os ministros do Supremo derrubaram a chamada modulação da Lei da Ficha
Limpa. Na prática, isso quer dizer que a lei vale não só para os candidatos nas eleições, mas também
para os atuais ocupantes de cargos eletivos.
Por seis votos a cinco, os ministros do Supremo decidiram em outubro de 2017 que a Lei da Ficha
Limpa deve ser aplicada para políticos condenados por abuso de poder político e econômico antes de
2010, quando ela passou a vigorar. A lei tornou o condenado inelegível por oito anos.
Em 2017, o ministro Luiz Fux afirmou que ter a ficha limpa é uma pré-condição para uma pessoa se
candidatar, que inelegibilidade não é pena e que, por isso, não significa que a lei vai retroagir.
“Há de se entender que, mesmo no caso em que o indivíduo já foi atingido pela inelegibilidade, de
acordo com as hipóteses e prazos anteriormente previstos na lei complementar 64, vejam o grau de
cognição e discussão nas ações de controle da constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa, mesmo nesses
casos esses prazos poderão ser estendidos, se ainda em curso, ou mesmo restaurados para que
cheguem a oito anos por força da lex nova, desde que não ultrapasse esse prazo”.
Mas no julgamento de outubro, faltou decidir sobre a partir de quando essa decisão seria aplicada. É
o que se chama de modular a decisão. Nesta quinta, o ministro Ricardo Lewandowski defendeu que a lei
só fosse aplicada a partir das eleições de 2018.
“Fui informado pela liderança do governo na Câmara de que a prosperar a decisão da Suprema Corte,
alcançada por maioria muito estreita, de seis a cinco, nós atingiríamos o mandato de 24 prefeitos,
abrangendo cerca de 1,5 milhão, um número incontável de vereadores e também não se sabe ao certo
quantos deputados estaduais em exercício do mandato seriam atingidos”.
Os ministros Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello e Alexandre de
Moraes manifestaram a mesma opinião de Lewandowski.
Os ministros Luiz Fux, Luís Roberto Barroso, Rosa Weber, Luiz Edson Fachin e a presidente do
Supremo, Cármen Lúcia, ficaram contra.
Fux argumentou que os candidatos que concorreram nas eleições passadas, apoiados em liminares
da Justiça, sabiam do risco que estavam correndo e defendeu que a Lei da Ficha Limpa seja aplicada a
todos os casos anteriores a ela.
“Qualquer modulação esbarraria, digamos assim, num custo político gravíssimo de termos impedido
várias pessoas de concorrer e ao mesmo tempo fechar os olhos para candidaturas eivadas de vício
gravíssimo, reprovadas por uma lei com amplo apoio da soberania popular e chancelada a sua
constitucionalidade. Não modulo”.
A Lei da Ficha Limpa só poderia ser modulada com os votos favoráveis de ao menos oito dos 11
ministros. Como apenas seis ministros votaram a favor da modulação, prevalece a decisão tomada pelo
Supremo em outubro de 2017. Políticos condenados por abuso do poder econômico e político, mesmo
antes da aprovação da Lei da Ficha Limpa, ficam inelegíveis por oito anos, inclusive os eleitos nas
eleições passadas.

27
JORNAL NACIONAL. Ficha Limpa passa a valer também para ocupantes de cargos eletivos. G1 Jornal Nacional. Disponível em: <http://g1.globo.com/jornal-
nacional/noticia/2018/03/ficha-limpa-passa-valer-tambem-para-ocupantes-de-cargos-eletivos.html?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=jn>
Acesso em 02 de março de 2018.

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Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública28

Pasta terá função de integrar e coordenar ações de segurança entre União e estados; PF e PRF
responderão ao novo ministro. Criação do ministério terá de ser aprovada pelo Congresso.
Integrantes do governo anunciaram na noite deste domingo (25/02) que o Ministério da Segurança
Pública, anunciado nos últimos dias pelo presidente Michel Temer, será criado nesta segunda (26/02)
Os detalhes sobre a criação da nova pasta foram discutidos por Temer em uma reunião no Palácio do
Jaburu.
Participaram do encontro os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil), Moreira Franco (Secretaria-Geral),
Torquato Jardim (Justiça), Raul Jungmann (Defesa), Sergio Etchegoyen (Gabinete de Segurança
Institucional) e Gustavo Rocha (interino dos Direitos Humanos), além do deputado Darcísio Perondi
(PMDB-RS), um dos vice-líderes do governo na Câmara.
Segundo o deputado, a nova estrutura será criada por meio de uma medida provisória, que deve ser
publicada no "Diário Oficial da União" de terça-feira. Será o 29º ministério do governo Temer.
Por se tratar de uma MP, a criação do novo ministério passará a valer a partir do momento de sua
publicação, mas terá de ser aprovada pelo Congresso em até 60 dias, que podem ser prorrogáveis por
mais 60.
Perondi afirmou ainda que o anúncio do nome do novo ministro poderá ser feito ainda nesta segunda.
Ele disse, porém, que ainda não há definição sobre o nome a ser escolhido.
"Tem 10 nomes, mas não tem o nome [do novo ministro]. Poderá ser amanhã, mas nós não discutimos
o nome [na reunião deste domingo]. Tem 10 nomes", disse.
Segundo o ministro da Justiça, Torquato Jardim, que também falou com a imprensa após a reunião,
Temer busca um perfil de "repercussão nacional" para ocupar o comando da pasta, com capacidade de
diálogo com parlamentares e governadores, já que o ministério não pretende invadir a atribuição dos
estados sobre a segurança pública.

Estrutura da nova pasta


Ao conversar com os jornalistas, Torquato deu mais detalhes sobre a estrutura do novo ministério.
Torquato explicou Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Departamento Penitenciário Nacional
(Depen) e Secretaria Nacional de Segurança (que inclui a Força Nacional) ficarão com o novo ministério,
saindo da alçada do Ministério da Justiça.
Ele ainda informou que a pasta terá, além do ministro, um secretário-executivo e outros nove
assessores.
"Você terá um ministro de estado, um secretário-executivo e nove cargos de assessoria. Os demais é
a mera transposição da Justiça para a Segurança Pública, os departamentos que saem de um ministério
para outro já têm seu quadro de servidores, seu orçamento, seu programa de trabalho", informou o
ministro.
Torquato também explicou que a opção por criar a nova pasta por meio de medida provisória se justifica
pela crise na segurança pública dos estados. Pela lei, o governo só pode editar uma medida provisória
em casos de relevância e urgência.

Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto29

Modificações na CLT foram aprovadas pelo Senado na última terça (11/07) em uma sessão
tumultuada. Governo prometeu alterar pontos da reforma por meio de medida provisória.
O presidente Michel Temer sancionou nesta quinta-feira (13/07) o projeto de reforma trabalhista
aprovado pelo Congresso Nacional.
A nova legislação altera regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) e prevê pontos que
poderão ser negociados entre empregadores e empregados e, em caso de acordo coletivo, passarão a
ter força de lei. As novas regras entrarão em vigor daqui a quatro meses, conforme previsto na nova
legislação.
Ao discursar na solenidade de sanção da reforma trabalhista, o peemedebista também criticou o que
chama de “passionalização” na Justiça que, na opinião dele, gera instabilidade ao país.

28
MAZUI. GUILHERME. Governo criará nesta segunda novo Ministério da Segurança Pública. G1 Política. Disponível em:
<https://g1.globo.com/politica/noticia/amanha-sai-a-criacao-do-ministerio-diz-perondi-sobre-pasta-da-seguranca-publica.ghtml> Acesso em 26 de fevereiro de 2018.
29
LIS, LAÍS. Temer sanciona texto da reforma trabalhista em cerimônia no Planalto. G1 Política. Disponível em: < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-
texto-da-reforma-trabalhista-em-solenidade-no-planalto.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 14 de julho de 2017.

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Temer argumentou que se "passionalizou" praticamente todas as questões que vão ao Judiciário.
Segundo ele, em vez de aplicar "rigidamente" a lei "sem qualquer emoção", há pessoas que usam
"ideologia" e "sentimentos psicológicos e sociológicos".
Temer também enalteceu a atuação do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, e do relator da
proposta na Câmara, deputado Rogério Marinho (PSDB-RN), na articulação política do projeto. Na
avaliação do presidente, foi "árduo o percurso" para aprovar a reforma das leis trabalhistas.
Aprovado pela Câmara em abril, o projeto da reforma trabalhista foi aprovado pelo Senado na última
terça-feira (11/07) em uma sessão tumultuada.
Com a reforma trabalhista, a negociação entre empresas e trabalhadores prevalecerá sobre a lei em
pontos como parcelamento das férias, flexibilização da jornada, participação nos lucros e resultados,
intervalo de almoço, plano de cargos e salários e banco de horas.
Outros pontos, como FGTS, salário mínimo, 13º salário, seguro-desemprego, benefícios
previdenciários, licença-maternidade, porém, não poderão ser negociados.

'Suposta crise'
Em meio ao discurso sobre a reforma trabalhista, Temer afirmou que o país vive uma ‘suposta crise’,
mas que há um “entusiasmo extraordinário” em relação às políticas públicas.
“Eu faço um registro curioso: nessas últimas semanas, certa e precisamente, em função de uma
suposta crise, o que tem acontecido é um entusiasmo extraordinário”, enfatizou.
O presidente também fez um balanço das medidas aprovadas, citando, além da reforma trabalhista,
as mudanças no ensino médio e a PEC do teto de gastos.
“Poderia elencar tudo que nós fizemos ao longo desses 14 meses e olhe: não são 4 anos, não são oito
anos, são 14 meses. E, toda a modéstia de lado, estamos revolucionando o país. Fizemos a reforma
trabalhista, a do ensino médio”, destacou.

Medida provisória
Diante da polêmica gerada em torno das modificações prometidas pelo Palácio do Planalto na
legislação aprovada nesta semana, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), voltou a
afirmar nesta quinta que o Executivo federal vai editar uma medida provisória para alterar os pontos
negociados com os congressistas.
O peemedebista afiançou durante a tramitação do projeto no Senado as mudanças exigidas, inclusive
por integrantes da base aliada, como o dispositivo que permite que gestantes trabalhem em ambientes
insalubres.
O acordo foi costurado com os senadores governistas para que o texto que chegou da Câmara não
fosse alterado no Senado. Se o texto retornasse para nova análise dos deputados, iria atrasar a sanção
das novas regras.
Segundo Jucá, o governo tem 119 dias para editar a MP que modificará a recém-aprovada reforma
trabalhista.
Antes da solenidade de sanção da reforma, o líder do governo no Senado divulgou o texto-prévio da
medida provisória que Michel Temer deve enviar ao Congresso com mudanças em nove pontos da
proposta.

Justiça do Trabalho
Convidado a participar da cerimônia de sanção da reforma trabalhista, o presidente do Tribunal
Superior do Trabalho (TST), ministro Ives Gandra Filho, cumprimentou Michel Temer, em meio ao seu
discurso, pelo que classificou de “coragem, perseverança e visão de futuro" do chefe do Executivo federal
ao "abraçar" as mudanças na legislação trabalhista, o ajuste fiscal e a reforma previdenciária.
Gandra Filho afirmou ainda que a negociação coletiva, que é a espinha dorsal da reforma, é importante
porque, na avaliação dele, quem trabalha em cada segmento é que sabe as reais necessidades daqueles
trabalhadores.
“Aquilo que é próprio de cada categoria você estabelece por negociação coletiva, quem melhor
conhece as necessidades de cada ramo é quem trabalha naquele ramo”, disse.
Veja abaixo alguns pontos que a MP deve modificar:

Gestantes e lactantes
Um dos pontos que a proposta de MP deve alterar é a possibilidade de que gestantes trabalhem em
locais insalubres. O texto original previa que gestantes deveriam apresentar atestado para que fossem
afastadas de atividades insalubres de grau médio ou mínimo.

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A proposta de MP divulgada por Jucá determina que “o exercício de atividades insalubres em grau
médio ou mínimo, pela gestante, somente será permitido quando ela, voluntariamente, apresentar
atestado de saúde”.

Jornada 12x36
Outra ponto que o texto-prévio da MP pretende alterar é o que permitia que acordo individual entre
patrão e empregado pudesse estabelecer jornada de 12 horas de trabalho por 36 horas ininterruptas de
descanso. A minuta divulgada por Jucá quer viabilizar essa jornada após acordo coletivo, ou convenção
coletiva.

Trabalhador autônomo
O texto aprovado prevê que as empresas poderão contratar autônomos e, ainda que haja relação de
exclusividade e continuidade, o projeto prevê que isso não será considerado vínculo empregatício.
A proposta de medida provisória quer alterar esse trecho para vedar a celebração de cláusula de
exclusividade no contrato com trabalhadores autônomos. Além disso, prevê que não será admitida a
restrição da prestação de serviço pelo autônomo a uma única empresa, sob pena de caracterização de
vínculo empregatício.

Prorrogação de jornada e insalubridade


O texto-prévio da MP também tem a intenção de modificar a lei sancionada no trecho que sobre a
negociação coletiva para estabelecimento de enquadramento do grau de insalubridade e prorrogação de
jornada em ambientes insalubres.
Pela minuta, isso será permitido por negociação coletiva, mas desde que sejam respeitadas normas
de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em normas regulamentadoras do Ministério
do Trabalho.

Outros pontos
A minuta também promete alterar outros pontos da proposta relativos à contribuição previdenciária e
ao pagamento de indenizações por danos morais no ambiente do trabalho.
Além disso, o texto-prévio da MP que deverá ser enviada ao Congresso prevê mudanças para
salvaguardar a participação de sindicatos em negociações de trabalho.
Pela proposta, comissão de representantes dos empregados não substituirá a função do sindicato de
defender os direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou
administrativas, sendo obrigatória a participação dos sindicatos em negociações coletivas.

Contribuição sindical
Durante a tramitação da proposta no Senado, chegou-se a postular, por senadores governistas, uma
sugestão de que a Casa Civil elaborasse uma proposta de eliminação gradual da obrigatoriedade da
contribuição sindical.
O objetivo era conquistar apoio de parlamentares ligados a sindicatos de trabalhadores.
A proposta aprovada pelo Congresso retira a obrigatoriedade dessa contribuição, o que foi alvo de
críticas de movimentos sindicais.
A proposta de medida provisória apresentada nesta quinta, no entanto, não trata do assunto.

Questões

01. (TJM/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) De saída do governo, o ex-ministro da


Cultura, Marcelo Calero, acusa o ministro Geddel Vieira Lima (Governo) de tê-lo pressionado para
favorecer seus interesses pessoais. Calero diz que o articulador político do governo Temer o procurou
pelo menos cinco vezes, por telefone e pessoalmente.
(Folha, 19.11.2016. Disponível em:<https://goo.gl/YjmzVm> . Adaptado)
Marcelo Calero acusa Geddel Vieira Lima de pressionar o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional), órgão subordinado à Cultura, a
(A) aprovar projeto imobiliário de interesse particular de Geddel localizado nas cercanias de bens
históricos tombados pelo patrimônio.
(B) financiar projetos de restauro de prédios históricos que pertencem a empresários próximos a
Geddel que pretendem explorá-los economicamente.
(C) rejeitar o tombamento de uma nova área que está em discussão no órgão para favorecer
empreendimentos que interessam a Geddel.

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(D) direcionar projetos, investimentos e recursos voltados à preservação do patrimônio histórico na
região da base eleitoral de Geddel.
(E) nomear aliados e políticos próximos a Geddel para funções estratégicas e cargos de confiança do
órgão, favorecendo o loteamento de cargos.

02. (CRBio-1ª Região – Auxiliar Administrativo – Vunesp) O ministro (...) foi escolhido para ser o
novo relator dos processos da Operação Lava Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), em sorteio
realizado nesta quinta-feira (02.02) por determinação da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia.
O ministro vai herdar os processos ligados à operação que estavam com o ministro Teori Zavaski,
morto num acidente aéreo em janeiro. Estavam sob a relatoria de Teori 16 denúncias e outros 58
inquéritos relacionados à Lava Jato.
(Uol, https://goo.gl/NANZYF, 02.02.2017. Adaptado)
O novo relator escolhido por sorteio é o ministro
(A) Alexandre de Moraes
(B) Dias Toffoli
(C) Edson Fachin
(D) Gilmar Mendes
(E) Luiz Fux

03. (TJ-SP – Escrevente Técnico Judiciário – Vunesp) O governo endureceu as negociações com
os parlamentares e deu um basta a novas concessões na reforma da Previdência, rejeitando assim
o lobby pesado de algumas categorias do serviço público, sobretudo com altos salários.
(O Globo, 23.04.17. Disponível em: <https://goo.gl/E79kQQ>. Adaptado)

(A) a aplicação do fator previdenciário para servidores públicos e o direito à aposentadoria com menos
anos de contribuição do que os trabalhadores privados.
(B) a integralidade, que garante a aposentadoria com o último salário da carreira, e a paridade, que
garante ao servidor aposentado reajustes salarias iguais ao do pessoal da ativa.
(C) o período mínimo de 25 anos de contribuição, que passaria para 35 com a reforma, e o mínimo de
50 anos de idade para aposentar-se, que poderia aumentar para 60 anos.
(D) a estabilidade após dez anos de serviço e o pagamento, aos filhos, de pensão integral vitalícia no
caso de servidores públicos que venham a falecer.
(E) a não contribuição dos servidores com o INSS, destinado apenas à aposentadoria na iniciativa
privada, e o direito ao aumento real anual no valor da aposentadoria.

04. (TJ-MG – Titular de Serviços de Notas e de Registros – Remoção – CONSUPLAN) A


denominada “Operação Lava Jato” trata, segundo o Ministério Público Federal, do maior caso de
corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, envolvendo um grande número de políticos,
empreiteiros e empresas, como a Petrobras, a Odebrecht, entre outras. O nome do mag istrado
encarregado do julgamento em primeira instância, dos crimes apurados na mencionada operação é
(A) Sérgio Moro
(B) Rodrigo Janot
(C) Odilon de Oliveira
(D) Gilmar Mendes

05. (PC-AP – Agente de Polícia – FCC) O presidente Michel Temer sancionou em 24 de maio o
projeto da nova Lei da Migração. O texto será publicado no dia 25, no Diário Oficial da União.
(Adaptado de: http://brasil.estadao.com.br)
Sobre a lei da Migração são feitas as seguintes afirmações:

I. À semelhança do Estatuto do Estrangeiro, da década de 1980, a nova lei está voltada para a
segurança nacional.
II. A nova lei determina a existência de um visto temporário para pessoas que precisam fugir dos países
de origem, mas que não se enquadram na lei do refúgio.
III. A lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões políticas e
sindicatos.
IV. Para especialistas, a legislação endurece o tratamento para os imigrantes, o que fere os direitos
humanos e incentiva a xenofobia.

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Está correto somente o que se afirma APENAS em
(A) II e III
(B) I e II
(C) I e IV
(D) II e IV
(E) III e IV

Gabarito

01.A / 02.C / 03.B / 04.A / 05.A

Comentários

01. Resposta: A.
Segundo Calero, Geddel o procurou, em ao menos cinco ocasiões, em busca de conseguir, junto ao
Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) a liberação de um projeto imobiliário em área
tombada de Salvador, na Bahia. Vieira Lima afirmou para Calero ser dono de um apartamento no prédio,
que dependia de aprovação federal, após ter sido liberado pelo Iphan da Bahia, comandado por seus
aliados.

02. Resposta: C
Como tem sido recorrente em notícias que envolvem política, é sabido que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para a função de relator da Operação Lava Jato no lugar do ministro Teori Zavaski. Segue o link
com uma notícia do dia do sorteio <http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,edson-fachin-sera-o-relator-da-lava-jato-no-stf,70001650453>

03. Resposta: B
Próximo a data da notícia, Temer já havia feito reuniões para manter a reforma sem alteração, mesmo
com as reivindicações de vários setores. <https://oglobo.globo.com/economia/temer-reune-lideres-determina-que-texto-da-reforma-da-
previdencia-sera-votado-como-esta-21246160> . Após suas recentes vitórias é provável que a base governista tenha força
para aprovar a reforma da maneira que está.

04. Resposta: A
Desde março de 2014 Moro julga em primeira instancia os crimes cometidos na Operação Lava-Jato,
maior caso de corrupção e lavagem de dinheiro já apurado no Brasil, segundo o MPF. Sérgio Moro é Juiz
Federal da 13ª Vara Criminal Federal de Curitiba.

05. Resposta: A
O Estatuto do Estrangeiro proibia imigrantes de participarem de qualquer atividade de natureza
política. A nova lei acaba com a proibição e garante o direito do imigrante de se associar a reuniões
políticas e sindicatos.
A nova lei determina a existência de um visto temporário específico para o migrante em situação de
acolhida humanitária, para pessoas que precisam fugir dos países de origem, mas que não se enquadram
na lei do refúgio. A legislação também contempla migrantes que vêm ao Brasil para tratamentos de saúde
e menores desacompanhados.
Segue o link de uma notícia vinculada à questão: <http://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,temer-sanciona-lei-da-migracao-com-
diversos-vetos,70001812512>

Economia
saúde

Consumismo no Brasil: entenda o que realmente é e conheça o panorama no país

Entenda o panorama do consumismo no Brasil através de dados e pesquisas em relação ao


comportamento de consumo do brasileiro30.
Quando você vai ao shopping, consegue resistir às promoções e aos descontos? Já comprou aquele
produto novinho só porque estava com um preço mais em conta?

30
Redator Rock Content. Consumismo no Brasil: entenda o que realmente é e conheça o panorama no país. Marketingdeconteúdo.
https://marketingdeconteudo.com/consumismo-no-brasil/.

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Ou você é mais controlado e só compra aquilo que realmente tem necessidade, ou seja, aquilo que já
tinha planejado antes de visitar a loja?
Esses são, basicamente, os 2 perfis que caracterizam a diferença entre consumismo e consumo.
Apesar de serem termos tão próximos, têm significados bastante distintos e que podem gerar algumas
confusões.

O que é consumo?
Atualmente, o consumo está mais relacionado ao seu sentido econômico: o ato de comprar levando
em consideração as nossas necessidades.
Ele remete aos tempos em que as pessoas começaram a se organizar em cidades, quando faziam
trocas comerciais para conseguirem abrigo, comida, água, roupas e outros suprimentos dos quais
realmente precisavam.
O consumo simplesmente faz parte da nossa sociedade.
Acontece que, com os acontecimentos da Revolução Industrial, tivemos a modernização dos
processos de produção, mudanças no transporte e circulação de bens (e pessoas) e a potencialização
das vendas em massa.
Foi uma transformação para as relações de consumo.
As economias industriais passaram a se expandir e os salários dos trabalhadores aumentaram
gradativamente. Esses trabalhadores agora poderiam acumular renda e consumir bens, ajudando os
negócios a prosperarem.
Esse é o ciclo característico do sistema capitalista, e o consumidor é a peça-chave dessa engrenagem.
Por esse motivo, é tão comum dizermos que vivemos em uma sociedade do consumo.
Contudo, à medida que os consumidores foram se distanciando dos meios de produção, passaram a
se alienar também em relação ao real valor dos bens e à necessidade em adquiri-los.
E foi dessa alienação que o consumismo começou a aparecer.

O que é consumismo?
O consumismo é o hábito de adquirir produtos e serviços sem precisar deles. É a compra pelo desejo,
e não pela necessidade.
Geralmente, é marcado pelas compras por impulso e estimuladas pela ansiedade. Em casos mais
graves, pode vir a se tornar uma compulsão.
Além disso, o consumismo está ligado à noção de que comprar mais vai trazer sensações de felicidade
e prazer momentâneo.
É também resultado da influência de propagandas abusivas, que insistem em relacionar o consumo à
felicidade e, muitas vezes, criam uma imposição de necessidades, mostrando como certos produtos ou
serviços são capazes de tornar a vida das pessoas melhor.
O maior problema surge quando o consumismo fica tão intenso que evolui para um comportamento
compulsivo.
Por exemplo: há quem use as compras como um gatilho para ajudar a melhorar o humor e, por isso,
frequentam o shopping sempre que se sentem estressados ou angustiados.
São consumidores que precisam de ajuda, porque muitas vezes se endividam devido à falta de
planejamento financeiro e de prioridade de despesas.
Inclusive, o consumismo tem uma outra face — também problemática —, que é o consumismo infantil.
Quando os produtos são associados a brindes, a personagens famosos ou a campanhas de
publicidade que focam em despertar a atenção das crianças, os pequenos conseguem facilmente
influenciar a decisão dos pais, especialmente em datas comemorativas.
Mas sabemos que não é só no Dia das Crianças e no Natal que os consumidores compram além do
necessário.
O Dia das Mães, o Dia dos Pais e o Dia dos Namorados também são exemplos de datas em que as
pessoas se sentem induzidas a irem às compras.

Qual é o panorama do consumismo no Brasil?


De acordo com um estudo do SPC e da CNDL, cerca de 3 em cada 10 consumidores no Brasil
consideram as compras como o tipo de lazer favorito.
Esse levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito e da Confederação Nacional de Dirigentes
Lojistas descobriu, ainda, que 40,2% dos entrevistados das classes A e B admitem que comprar é uma
forma de reduzir o estresse do cotidiano.
Em um outro estudo, realizado pelas mesmas instituições, revelou-se que as classes C, D e E são as
que mais compram sem necessidade, motivadas por promoções.

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São números que deixam claro o quanto o consumismo está presente entre os brasileiros e que esse
comportamento do consumidor ocorre em todas as classes sociais. Mas por que ele ocorre?
Conforme a nossa sociedade foi criando padrões de comportamento que demonstram o quão bem-
sucedido um indivíduo é — padrões esses reforçados pela mídia —, pessoas de todas as classes sociais
passaram a ter vontades semelhantes em relação aos “sonhos de consumo”.
Porém, o acesso aos bens de consumo mais caros não é tão simples para os grupos de baixo poder
aquisitivo, que acabam gerando despesas superiores ao rendimento quando querem satisfazer esses
desejos.
De certa forma, podemos dizer que o consumismo ajuda a acentuar a diferença de classes no nosso
país.

Bancos podem fechar contas de corretoras de criptomoedas sem justificativa, decide STJ31

Assunto também está sob investigação no Cade.


As instituições financeiras não violam a lei ao encerrarem contas de corretoras de moedas digitais sem
justificativa, uma vez que estão cumprindo regras definidas pela regulação bancária brasileira, decidiu
nesta terça-feira (09/10) uma turma de ministros do Superior Tribunal de Justiça, na primeira decisão
sobre o tema.
É a primeira vez que o Superior Tribunal de Justiça se debruça sobre o tema, segundo advogados. O
assunto também está sob investigação no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que
poderá decidir se ao encerrar as contas os bancos violam a concorrência no mercado.
O caso específico envolve de um lado o banco Itaú Unibanco e de outro o Mercado Bitcoin, mas é
acompanhado de perto por outras corretoras de criptomoedas e pelo sistema financeiro, uma vez que o
mercado é incipiente e sem regulamentação no Brasil.
O Itaú argumentou no processo que precisa seguir leis e normas de prevenção à lavagem de dinheiro
e o modo de atuação das corretoras de moedas digitais não permite que isso seja feito de modo tão
eficiente. Tais normas exigem, por exemplo, a identificação dos clientes e notificação de operações de
pessoas politicamente expostas.
Além disso, uma norma do Conselho Monetário Nacional (CMN) permite aos bancos encerrar contas
após uma notificação ao cliente, sem necessidade de apresentar justificativa.
Na avaliação do Mercado Bitcoin, por outro lado, ao fechar a conta sem justificativa os bancos atuam
de forma prejudicial à concorrência no mercado. A empresa afirma ser a maior casa de moedas digitais
da América Latina, com mais de mais de 1 milhão de clientes.
A decisão foi tomada pela 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, por 4 a 1, e cabe recurso da
decisão no próprio tribunal.
Tanto Banco Central como o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) não
regulamentam o comércio de criptomoedas no Brasil, levando bancos a pressionarem o governo por
normas específicas e monitorar de perto decisões judiciais sobre o tema, disse o presidente da Comissão
de Direito Bancário da OAB-DF, Pedro Henrique Pessanha Rocha.
"Honestamente, não acredito que os bancos temem a competição das exchanges, até por atuarem em
áreas distintas... eles têm receio com o controle frágil de compliance na prevenção à lavagem de dinheiro
(PLD)", afirmou Rocha.
"De certa forma, a decisão pode inibir, mas não sufocar a inovação, essa turma vai ter que ter mais
cautela e pensar suas inovações dentro da caixinha, pois não tem como operar no sistema financeiro sem
observar normas de PLD."
A prevenção à lavagem de dinheiro ganhou um novo capítulo para os bancos na semana passada,
quando veio à tona que o Reino Unido abriu investigação envolvendo o dinamarquês Dansk, após a
própria instituição financeira identificar problemas por meio de investigação interna.
Em caso de descumprimento da Lei de Lavagem de Dinheiro, os bancos podem ser punidos com a
inabilitação de diretores por até 10 anos, além de multas de até três vezes o valor das operações, criando
um passivo para o banco que não teria contato direto com os clientes das corretoras de criptomoedas,
disse Tiago Severo, secretário-executivo da comissão de direito bancário da OAB-DF.
"A responsabilidade é toda do banco... estamos num contexto em que várias instituições estão
reavaliando, reforçando os critérios de prevenção à lavagem de dinheiro", disse o advogado, citando
mudanças regulatórias mundiais e doméstica, além das grandes operações da Polícia Federal no Brasil.

31
Reuters. Bancos podem fechar contas de corretoras de criptomoedas sem justificativa, decide STJ. G1 Economia.
https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/09/bancos-podem-fechar-contas-de-corretoras-de-criptomoedas-sem-justificativa-decide-stj.ghtml. Acesso em 10 de
outubro de 2018.

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Procurado, o Mercado Bitcoin não respondeu aos pedidos de comentários feitos pela reportagem. O
Itaú Unibanco não pode ser manifestar de imediato.

Por 7 a 4, STF aprova terceirização irrestrita32

Contratação nessa modalidade abrange todo tipo de atividade; decisão vale para processos
trabalhistas abertos antes da Lei da Terceirização.
O Supremo Tribunal Federal (STF) liberou nesta quinta-feira, 30/08, por sete votos a quatro, a
terceirização de qualquer tipo de atividade, até mesmo das chamadas atividades-fim (que são as que
identificam a atuação de uma empresa ou de uma instituição).
A possibilidade de empresas contratarem trabalhadores terceirizados para desempenhar qualquer
atividade vale mesmo para processos trabalhistas abertos antes da Lei da Terceirização e da reforma
trabalhista, que entraram em vigor no ano passado. A prática permite, por exemplo, que uma empresa de
engenharia contrate engenheiros terceirizados.
A decisão vai destravar quase 4 mil processos que aguardavam a palavra do STF e deve gerar
“estabilidade jurídica” na Justiça do Trabalho, que, em parte, resiste às alterações de 2017, segundo
especialistas e ministros ouvidos pelo Estadão/Broadcast.
Também foi decidido que fica prevista, como na legislação atual, a responsabilidade subsidiária da
empresa contratante. Ou seja, só arcarão com as penalidades, como dívidas trabalhistas e
previdenciárias, na ausência da firma contratada (se estiver falida, por exemplo). Além disso, a decisão
não deve afetar ações em que não há mais recursos disponíveis (trânsito em julgado).
Durante cinco sessões, o STF debruçou-se sobre duas ações que contestavam decisões da Justiça
Trabalhista que vedaram a terceirização de atividade-fim com base na súmula 331 do Tribunal Superior
do Trabalho (TST). Antes da Lei da Terceirização e da reforma trabalhista, a súmula era a única
orientação dentro da Justiça do Trabalho em torno do tema.
No entanto, mesmo após às inovações de 2017, tribunais continuaram decidindo pela restrição da
terceirização, com base no texto do TST, que teve trechos declarados inconstitucionais pelo STF.
A tese aprovada pela maioria dos ministros foi concentrada no fato de a Constituição não fazer
distinção entre o que é atividade-meio ou fim, e não impondo nenhum modelo de produção específico.
Assim, a Corte concluiu que, mesmo antes da reforma, a súmula do TST não poderia ter restringido a
medida.
Essa interpretação sempre foi defendida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Ela cita como
exemplo a indústria de produção de sucos. Apesar de ser responsável pela industrialização do suco,
algumas decisões judiciais consideraram a colheita da fruta como parte da atividade-fim desse tipo de
indústria.
“O STF declarou que a terceirização é possível sem que faça distinção aleatória de atividade-fim e
meio. De sorte que a lei veio para dispor nesse mesmo sentido”, afirmou o ex-ministro do STF Carlos
Velloso, representante da CNI, que participou como parte interessada no julgamento.
“A adoção da terceirização irrestrita prejudica enormemente todos os trabalhadores porque ao acabar
com os direitos pactuados, regidos por uma convenção coletiva em cada atividade profissional, ela cria
trabalhadores de segunda categoria, sem o amparo de uma legislação específica”, afirmou, em nota, o
presidente da Força Sindical, Miguel Torres.
Votaram a favor os ministros Luiz Fux, Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Celso de Mello, Gilmar
Mendes, Luís Roberto Barroso e a presidente Cármen Lúcia. Já os ministros Edson Fachin, Rosa Weber,
Marco Aurélio Mello e Ricardo Lewandowski foram contrários.

Dólar dispara e fecha acima de R$ 4,00 pela 1ª vez em mais de 2 anos33

No ano, o dólar acumula alta de mais de 20%, segundo o ValorPro. Analistas não descartam que
câmbio chegue perto de R$ 5 com incerteza eleitoral.
O dólar disparou nesta terça-feira (21/08) e fechou acima de R$ 4 pela primeira vez desde 29 de
fevereiro de 2016, após o resultado de pesquisa Ibope para a Presidência da República. Foi o quinto
pregão consecutivo de alta.
A moeda norte-americana terminou o dia em valorização de 2% em relação ao real, vendida a R$
4,0358. Na máxima do dia, chegou a bater R$ 4,0373.
32
PUPO, A. MOURA, R. M. Por 7 a 4, STF aprova terceirização irrestrita. Estadão Negócios. https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,por-7-a-4-stf-aprova-
terceirizacao-irrestrita,70002480546?utm_source=twitter:newsfeed&utm_medium=social-organic&utm_campaign=redes-
sociais:082018:e&utm_content=:::&utm_term=::::. Acesso em 31 de agosto de 2018.
33
G1. Dólar dispara e fecha acima de R$4,00 pela 1ª vez em mais de 2 anos. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/08/21/cotacao-do-dolar-
21082018.ghtml. Acesso em 22 de agosto de 2018.

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No ano, o dólar acumula alta de 23,8%, segundo o ValorPro. O dólar turismo, sem cobrança de IOF,
era vendido a R$ 4,20 nesta terça.
Internamente, os investidores repercutiram ao longo da sessão a divulgação das primeiras pesquisas
de intenção de voto após a inscrição das chapas candidatas às eleições de outubro, que mostraram um
cenário ainda incerto sobre a disputa presidencial. Eles temem a liderança de candidatos considerados
menos comprometidos com as reformas fiscais.
"O novo patamar do dólar nesse novo cenário é entre R$ 4,20 e R$ 4,50", afirmou à Reuters o
economista da corretora Nova Futura, Pedro Paulo Silveira. Outros analistas ouvidos pelo G1 não
descartam que a cotação chegue próximo dos R$ 5.
Com as turbulências, a bolsa brasileira fechou em queda de 1,5% nesta terça-feira, ao redor dos 75
mil pontos.
No exterior, o dólar recuava em relação a uma cesta de moedas e também ante divisas de países
emergentes após o presidente Donald Trump, em entrevista à Reuters na véspera, ter criticado a política
de aumento de juros do Federal Reserve, banco central norte-americano.
Diante da incerteza eleitoral, o mercado de juros futuros também sofreu forte ajuste nos preços dos
contratos nesta terça. Os DIs mais longos, com vencimento entre 2025 e 2027, tiveram alta de quase 0,5
ponto percentual, segundo o Valor Online.

Risco-país
A economia brasileira sofre os efeitos do calendário eleitoral devido à indefinição sobre o próximo
governo e a política econômica a ser adotada a partir do próximo ano. Com isso, cresce a percepção de
risco dos investidores internacionais em relação à economia brasileira. Entre as principais economias
latino-americanas, o risco do Brasil só subiu menos que o da Argentina.
O dólar em alta é o indicativo mais visível do crescimento da desconfiança dos investidores em relação
ao Brasil.

Atuação do BC
O Banco Central brasileiro ofertou e vendeu integralmente 4,8 mil swaps cambiais tradicionais,
equivalentes à venda futura de dólares, rolando US$ 3,6 bilhões do total de US$ 5,255 bilhões que vence
em setembro.
Se mantiver essa oferta diária e vendê-la até o final do mês, terá feito a rolagem integral.
"Não há pressão de demanda nem por proteção cambial e nem por demanda no mercado à vista,
sendo que a alta do preço decorre do emocional e psicológico, fatores imponderáveis, não alcançáveis
por intervenção do BC, que se ocorrer será inócua", disse à Reuters o economista e diretor-executivo da
NGO Corretora, Sidnei Nehme, questionado sobre a possibilidade de o Banco Central atuar por meio de
leilões extraordinários de swap.

Última sessão
Na véspera, o dólar fechou cotado a R$ 3,9566, na maior cotação desde fevereiro de 2016. Até então,
a última vez que o dólar tinha encerrado uma sessão acima de R$ 3,95 havia sido no dia 29 de fevereiro
de 2016 (R$ 4,0036).

Governo projeta salto de 30% na produção de grãos do Brasil em 10 anos34

Segundo estudo, safra deve alcançar 300 milhões toneladas até 2028 e área plantada deve ter
expansão de 13,3%.
A safra brasileira de grãos e oleaginosas deve atingir 302 milhões de toneladas em 2027/2028, o que
representará um crescimento de 30% na comparação com os atuais 232 milhões de toneladas, de acordo
com o estudo Projeções do Agronegócio do Brasil, do Ministério da Agricultura, divulgado na segunda-
feira (06/08).
A safra de soja do Brasil deve saltar para 156 milhões de t em 2027/2028, versus aproximadamente
120 milhões atualmente, enquanto a de milho crescerá para 113 milhões.
O ministério afirmou que a área com todas as lavouras passará de 75 milhões para 85 milhões de
hectares, uma alta de 13,3% em 10 anos, com crescimento de plantio em pastagens ou em áreas
degradadas.

3434
G1. Governo projeta salto de 30% na produção de grãos do Brasil em 10 anos. https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2018/08/07/governo-ve-salto-
de-30-na-producao-de-graos-do-brasil-em-10-anos.ghtml. G1 Agro. https://g1.globo.com/economia/agronegocios/noticia/2018/08/07/governo-ve-salto-de-30-na-
producao-de-graos-do-brasil-em-10-anos.ghtml. Acesso em 07 de agosto de 2018.

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"As maiores expansões devem ocorrer no plantio de soja, cana de açúcar e milho. Lavouras, como
arroz, feijão, mandioca e laranja, devem ter redução de área plantada. Ganhos de produtividade deverão
compensar as reduções, de modo que não haverá recuo de produção. O café deve apresentar certa
estabilização da área e os ganhos de produtividade obtidos nos últimos anos permitem obter produção
crescente, mesmo com tendência de redução de área", afirma o ministério.
O estudo projeta ainda uma produção de carnes de 34 milhões de toneladas em 2027/28, o que
representa acréscimo de 7 milhões de toneladas sobre 2018, ou alta de 25%. O maior crescimento deve
ocorrer nas carnes suína e de frango, seguidas por carne bovina.
A maior expansão deverá ocorrer no Centro Oeste e no Norte, com aumento de produção estimado
em 34,8% e 34%, respectivamente. Os maiores avanços deverão ocorrer nos estados de Rondônia,
Tocantins e Pará. Quanto à área plantada de grãos, os estados do Centro Oeste terão incremento de
28,2%; do Norte, 23% e do Sul, 7,5%.

Projeção de exportações
A pesquisa também projeta um crescimento de mais de 30% nas exportações até 2028. Soja, milho e
carnes deverão continuar como destaque. Frutas, em especial manga, melão, mamão e uva, estão entre
os potenciais destaques nos próximos anos.
Cerca de 70% das exportações de soja devem seguir para a China, segundo o estudo.

Temer indica interino Ivan Monteiro para presidir Petrobras35

O presidente Michel Temer indicou nesta sexta-feira o engenheiro Ivan Monteiro como novo
presidente-executivo da Petrobras, em substituição a Pedro Parente, que pediu demissão do cargo nesta
manhã, em meio a ataques à política de preços da estatal.
Em breve pronunciamento no Palácio do Planalto, Temer afirmou que não haverá qualquer
interferência do governo sobre a política de preços da Petrobras e apontou a nomeação de Monteiro,
antes diretor financeiro e de relações com investidores na companhia, como uma garantia de que o rumo
da petroleira seguirá inalterado.

Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho
escravo36

Mais Médicos, policiamento e programas ligados à Educação também serão afetados


BRASÍLIA — Para garantir a redução de R$ 0,46 no litro do óleo diesel nas refinarias, o governo retirou
recursos de áreas sensíveis como a fiscalização de trabalho escravo e trabalho infantil, programa Mais
Médicos, verba de policiamento e até do Sistema Nacional de Transplante. Áreas sociais e programas
ligados à Educação e ao Meio Ambiente também serão afetadas pelos cortes, que somam R$ 9,5 bilhões.
Para garantir o crédito extraordinário que será remanejado para os Ministérios de Minas e Energia e
da Defesa, o governo precisou retirar dinheiro de 19 ministérios, sendo que, ironicamente, o dos
Transportes foi o mais afetado: terá de cortar R$ 1,4 bilhão. Também houve corte em programas sociais
como políticas para juventude, violência contra mulheres, políticas sobre drogas e saúde indígena.
A redução do preço do diesel foi uma concessão do governo diante da pressão da greve dos
caminhoneiros que paralisou o país por nove dias. Só no Ministério da Educação os cortes serão de R$
R$ 55,1 milhões. O dinheiro estava previsto no orçamento para concessão de bolsas no Programa de
Estímulo à Reestruturação e ao Fortalecimento das Instituições de Ensino Superior (Proies). Houve ainda
um corte de R$ 150 milhões no fundo garantidor do financiamento estudantil.
Além de sofrer com cortes no programa de transplantes, no valor de R$ 1,3 milhão, o Ministério da
Saúde foi vai ter de retirar R$ 34 milhões do Programa Mais Médicos, R$ 11,8 milhões do programa de
gratuidade do Farmácia Popular e R$ 38,9 milhões do dinheiro que seria destinado à manutenção de
unidades de saúde. O montante do corte na pasta foi de R$179,6 milhões.
No Ministério do Meio Ambiente, chama a atenção a retirada de R$ 1,1 milhão da fiscalização ambiental
e de R$ 2,9 milhões do montante que seria aplicado em unidades de conservação. As informações sobre
as áreas e ministérios que sofreram cortes foram publicadas numa edição extra do Diário Oficial da União
de 30 de maio.

35
REUTERS. Temer indica interno Ivan Monteiro para presidir Petrobras. Economia. Terra. < https://www.terra.com.br/economia/temer-indica-ivan-monteiro-para-
presidir-petrobras-e-nega-que-havera-interferencia-na-estatal,c5d3729cd2d28185e0d24bb7b7a6df4cglgdcirz.html> Acesso em 04 de junho de 2018.
36
CAMPOREZ, P. BRESCIANI, E. GÓES, B. Para baixar diesel, governo corta verba de programas de transplantes e de combate ao trabalho escravo. O Globo.
Economia <https://oglobo.globo.com/economia/2018/05/31/2270-para-baixar-diesel-governo-corta-verba-de-programas-de-transplantes-de-combate-ao-trabalho-
escravo?utm_source=Twitter&utm_medium=Social&utm_campaign=O%20Globo> Acesso em 01 de junho de 2018.

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Temer também cortou R$ 3,8 milhões do programa "Criança Feliz". A inciativa da área social tinha
como embaixadora a primeira-dama, Marcela Temer, que resolveu recentemente se afastar dos holofotes.
No início de 2017, os marqueteiros do governo tinham um ambicioso plano para alavancar a popularidade
do presidente. Umas das ideias era escalar Marcela para participar de uma série de atos oficiais
relacionados ao “Criança Feliz”.
Na lista está ainda o corte de R$ 1,5 milhão para o "policiamento ostensivo nas rodovias e estradas
federais". A verba, que seria usada pela Polícia Rodoviária Federal, serviria, entre outros propósitos, para
operações de fiscalização do transporte de cargas e aumento do policiamento em feriados. Procurada
pela reportagem, a PRF disse que a decisão é recente e que ainda vai estudar como irá remanejar os
recursos para garantir o policiamento nas estradas.
O governo também retirou R$ 4,1 milhões para o combate ao tráfico de drogas e proteção de bens da
União. Na rubrica, ainda estava incluído o combate ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual
infanto-juvenil e à pedofilia.

Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento e causa alta de preços37

Frigoríficos e abatedouros estão parados e foram interrompidas exportações calculadas em mais de


R$ 200 milhões.
No terceiro dia da greve dos caminhoneiros, a Petrobras acenou uma bandeira branca e tentou uma
trégua anunciando uma redução temporária do preço do óleo diesel. A paralisação no transporte de
mercadorias e o bloqueio de rodovias provocaram desabastecimento em todas as regiões do país.
Fogo de pneus incendiados. Rodovia Fernão Dias, na Grande São Paulo, no fim da tarde desta quarta-
feira (23/05). Mais cedo, a manifestação foi na Régis Bittencourt. A Advocacia Geral da União conseguiu
nove liminares para liberar seis rodovias federais. Outros 15 pedidos ainda não foram julgados.
A paralisação nas estradas já provoca desabastecimento. Leite desperdiçado. Os caminhões que iam
buscar cinco mil litros, no interior do Paraná, não chegaram. “É triste porque você trabalha com leite de
qualidade, produz, você quer a tua vaca produzindo leite e chegar e jogar fora”, lamenta a produtora rural
Margareth Coller.
Segundo as entidades dos produtores e exportadores de carnes, há pelo menos 129 frigoríficos e
abatedouros parados, e foram interrompidas exportações no valor de mais de R$ 200 milhões.
Em São Paulo, cena rara no maior entreposto de alimentos do país, a Ceagesp. No meio do dia, muitos
boxes fechados ou desertos. Frutas acabando, como mangas e melões. Mamão, que vem principalmente
do Nordeste, sumiu. O feirante perdeu a viagem: “Tem uns 20 boxes que vendem mamão papaia e não
descarregaram em lugar nenhum”, conta o feirante Célio Martins.
No setor que comercializa batata e cebola, a movimentação era muito pequena nesta quarta-feira.
Basicamente de saída de mercadoria, não de descarregamento. Um caminhão era praticamente o único
de cebola. Muitos comerciantes acabaram antecipando as encomendas já contando com a manifestação
dos caminhoneiros. Um dos caminhões, por exemplo, chegou na madrugada de domingo (20/05). O
problema, é que os estoques, que hoje são muito mais de cebola do que de batata, não devem durar
muito tempo. O efeito da antecipação já passou.
E o preço para quem conseguir novo fornecimento de batata? “Custava para nós a R$ 50 o saco, hoje
se está pagando R$ 130, R$ 140 o saco”.
Aumento que vai chegando ao supermercado. “Nesta quarta, nós estamos vendendo uma batata a R$
4, um tomate a R$ 3 reais. Esses preços, a partir de quinta-feira (24/05), vão ter que ser elevados pra R$
5 a R$ 5,50”, explica o gerente do supermercado Edgar Pimenta.
O transporte de combustível também parou em várias regiões do país. Em São Paulo, a prefeitura
informou que 40% dos ônibus urbanos não vão circular nesta quinta-feira (24/05). No Recife e no Rio isso
já aconteceu nesta quarta. O resultado para os passageiros foi atraso.
Filas enormes para abastecer em várias capitais, como no Vale do Paraíba, em São Paulo. Mesmo
com o preço da gasolina nas alturas, houve confusão em filas de postos em Macaé, no estado do Rio. E
nem era a gasolina mais cara. Olha o preço no Recife: R$ 8,99.
Caminhões foram escoltados pela polícia para abastecer aviões no Recife e em Brasília. Na capital
federal, a partir da tarde desta quarta, só podem pousar aviões que decolem de novo sem abastecimento.
Segundo um relatório da Infraero, outros cinco aeroportos só têm combustível para esta quarta: Recife,
Maceió, Aracaju, Palmas e Congonhas, em São Paulo.

37
G1. Greve dos caminhoneiros afeta abastecimento e causa alta de preços. G1 Jornal Nacional. <http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2018/05/greve-dos-
caminhoneiros-afeta-abastecimento-e-causa-alta-de-precos.html> Acesso em 24 de maio de 2018.

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No Porto de Santos, quase parado, os navios chegam. Os caminhões, não. Os motoristas defendem
a paralisação. “Os gastos são de 70% do frete, ficam na estrada: no diesel e nos pedágios”, conta o
caminhoneiro Nilson Oliveira.
Caminhões que transportam oxigênio de uso hospitalar não estão chegando a Juazeiro, na Bahia. A
maternidade, o hospital infantil e o pronto-socorro só têm estoque para mais dois dias. “Todas as cirurgias
eletivas vão ser canceladas e vamos atender na urgência apenas pacientes classificados como vermelho
e amarelo”, diz o diretor médico do hospital José Antônio Bandeira.
O Procon de Pernambuco interditou na noite desta quarta-feira (23/05) por 72 horas o posto que
cobrava gasolina a R$ 8,99 o litro e aplicou multa de R$ 500 mil.
A Agência Nacional de Aviação Civil recomenda que os passageiros com voos marcados consultem
as empresas aéreas antes de irem para os aeroportos por causa das dificuldades no abastecimento de
querosene de aviação.

Terceirização: como fica a partir de agora?38

A sanção da lei que permite a terceirização de trabalhadores de forma irrestrita provocou muita
controvérsia recentemente na sociedade. Diante do novo cenário, é preciso as enxergar as novas
implicações no mercado de trabalho com essa nova lei.
O projeto aprovado pela Câmara e transformado em lei pelo presidente é de 1998 e libera a
terceirização de todos os setores das empresas, seja atividade fim ou atividade meio, e também no serviço
público, com exceção de carreiras de Estado, como auditor e juiz.
A maior crítica da oposição, é que o projeto não tem dispositivos para impedir a chamada "pejotização"
- demissão de trabalhadores no regime de CLT para contratação deles como pessoas jurídicas (PJ) - e
assim restringir direitos trabalhistas. Porém essa conduta continua sendo ilegal. Explicando um pouco
melhor esse termo, a PJ tem vínculos que caracterizam uma relação de funcionário com aquela empresa,
mas não tem sua carteira assinada e, em geral, não tem todos os direitos trabalhistas garantidos
justamente por não trabalhar em regime CLT. Já na terceirização, uma empresa tem empregados com
carteira assinada vinculados a ela, e aloca esses funcionários para prestar serviços na empresa cliente.
Em relação às leis trabalhistas, por enquanto nada mudou. Porém, a expectativa fica sobre como será
votada a lei de flexibilização do regime trabalhista. Caso aprovada, reforma trabalhista irá permitir que o
acordado entre patrões e empregados tenha poder de se sobrepor à normas trabalhistas – o chamado
“combinado sobre o legislado”.
Já o lado que apoia o projeto afirma que ele irá reduzir o alto número de desempregados atualmente
no Brasil. Para se ter ideia, segundo dados do IBGE, no trimestre encerrado em fevereiro o número de
desempregados no Brasil atingiu a marca de 13,5 milhões de brasileiros, o maior índice da série histórica
que se iniciou em 2012. O número de pessoas sem trabalho cresceu 36% em relação ao mesmo período
do ano anterior.
Eles ainda dizem que, na medida em que as empresas passam a se focar em partes específicas do
trabalho, tornam-se mais especializadas e produtivas, elevando assim os ganhos em toda sua cadeia de
produção. Por exemplo, quando uma empresa contrata uma terceirizada para cuidar da limpeza de suas
instalações, essa empresa reduz a quantidade de procedimentos que tem que lidar e acaba prestando
um melhor serviço do seu “core business”. Menos recursos indo para a burocracia resultariam em maior
produtividade. E maior produtividade significa melhores condições e mais ganhos reais ao trabalhador.
Agora, vamos aos pontos mais parciais que foram vetados na proposta. O primeiro deles é da
possibilidade de prorrogação do prazo de até 270 dias do contrato temporário de trabalho por acordo ou
convenção coletiva. O segundo assegura ao trabalhador temporário, salário, jornada de trabalho e
proteção previdenciária e contra acidentes equivalentes aos trabalhadores fixos da mesma função. Por
fim, o terceiro e último, prevê o benefício do pagamento direto do FGTS, férias e décimo terceiro
proporcionais a empregados temporários contratados até trinta dias.
Além disso, um assunto que foi muito questionado com essa lei, foi a maneira em que os concursos
públicos ficariam pós a lei entrar em vigor. A realidade é que o projeto não tem nenhum ponto específico
que fala sobre o serviço público, pois é considerado muito amplo e com poucos itens pontuais que
explicam determinada área em específico.
Segundo o juiz federal William Douglas, a abolição de concursos seria considerada inconstitucional.
Ademais, enquanto algumas pessoas interpretam que o projeto é só para o setor privado, outras acham,
por exemplo, que empresas como o Banco do Brasil, que tem “economia mista”, são afetadas pelo projeto.

38
DANA, Samy. Terceirização: Como fica a partir de agora? Portal G1. Disponível em: < http://g1.globo.com/economia/blog/samy-dana/post/terceirizacao-como-
fica-partir-de-agora.html>. Acesso em 10 de abril de 2017.

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Com a terceirização em vigor, as empresas tendem a se tornar mais produtivas e isso se refletirá em
melhores serviços e produtos com preços mais competitivos. Até serviços melhores poderão vir até
mesmo do governo, uma vez que produzindo mais, aumenta-se a arrecadação de impostos e com isso
orçamento público também se eleva.

Questões

01. (TJ/SP – Assistente Social Jurídico – Vunesp) O presidente Michel Temer sancionou na noite
desta sexta-feira o projeto de lei que regulamenta a terceirização no país.
A iniciativa foi publicada em edição extra do “Diário Oficial da União” e inclui vetos parciais a três pontos
da proposta.
(Folha de S.Paulo, 31.03.2017)
O projeto de lei sancionado
(A) Isenta as empresas contratantes e contratadas dos serviços terceirizados de qualquer ação no
âmbito da Justiça do Trabalho e determina que todos os trabalhadores terceirizados devem se constituir
em microempresários, dessa forma responsáveis pelos tributos relacionados ao trabalho.
(B) Determina que todas as empresas privadas podem terceirizar qualquer atividade profissional,
desde que todos os direitos trabalhistas sejam respeitados, e veta a utilização de trabalho terceirizado
para as empresas de economia mista e a administração pública, com exceção para a área de saúde.
(C) Limita a terceirização do trabalhador à denominada atividade-meio e, em caso de litígio trabalhista,
as empresas contratadas e contratantes devem ser acionadas conjuntamente na Justiça do Trabalho e
dividirão os custos das indenizações relacionadas a tais processos.
(D) Impede que a empresa de terceirização subcontrate outras empresas, prática denominada de
quarteirização, e amplia os direitos trabalhistas dos funcionários das empresas de terceirização, por
exemplo o aumento da multa sobre o valor dos depósitos do FGTS em caso de demissão sem justa
causa.
(E) Permite a terceirização de todas as atividades e autoriza a empresa de terceirização a subcontratar
outras empresas para realizar serviços de contratação, remuneração e direção do trabalho e atribui à
empresa terceirizada, em casos de ações trabalhistas, o pagamento dos direitos questionados na Justiça,
se houver condenação.

02. (PC/AP – Agente de Polícia – FCC) A Lei da Terceirização, foi sancionada pelo presidente Michel
Temer, em 31 de março. Essa lei dispõe que:

I. A terceirização poderá ser aplicada a qualquer atividade da empresa, tanto atividade-meio como
atividade-fim.
II. O tempo de duração do trabalho temporário não deve ultrapassar três meses ou 90 dias.
III. Após o término do contrato, o trabalhador temporário só poderá prestar novamente o mesmo tipo
de serviço à empresa após esperar três meses.

Está correto somente o que se afirma APENAS em


(A) I e III
(B) I
(C) I e II
(D) II e III
(E) III.

03. (BRDE – Analista de Projetos-Área Econômico-financeiro – FUNDATEC) O Banco Central do


Brasil está entre as principais autoridades monetárias do país e é integrante do Sistema Financeiro
Nacional. Quem é seu atual presidente?
(A) Alexandre Tombini.
(B) Armínio Fraga.
(C) Henrique Meirelles.
(D) Ilan Goldfajn.
(E) Michel Temer.

04. (PC/SP – Agente Policial – VUNESP-2018) A paralisação dos caminhoneiros vem perdendo força
e dá claros sinais de que está próxima do fim. A Polícia Federal Rodoviária (PRF) notificou nesta quinta-

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feira, 31 de maio, uma grande redução dos pontos de concentração nas rodovias federais. Em todos os
Estados, a vida começa a voltar ao ritmo normal.
(Exame, 31.05.18. Disponível em: https://goo.gl/JsGcc2. Adaptado)
A paralisação dos caminhoneiros evidenciou
(A) a relevância e a extensão da malha ferroviária no Brasil.
(B) a dependência da economia brasileira em relação ao rodoviarismo.
(C) a força do transporte aéreo de cargas na reposição dos estoques.
(D) o investimento crescente do Brasil no transporte fluvial.
(E) a perda de importância dos derivados de petróleo no abastecimento.

05. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Técnico Legislativo – Vunesp–2018) A
decisão do presidente dos EUA, Donald Trump, de aumentar os impostos de importação de aço e alumínio
pode abalar o comércio mundial e a economia brasileira.
(UOL, 09.03.2018. Disponível em:<https://goo.gl/Tn1QpE> . Adaptado)
Uma das possíveis consequências da decisão de Trump para o Brasil é
(A) o aumento da produção de aço nacional, devido à demanda de outros países.
(B) uma crise na oferta de aço, diante da escassez do produto no mercado.
(C) o impacto nas siderúrgicas nacionais, que exportam muito para os EUA.
(D) a interrupção da importação de produtos norte-americanos, como retaliação à decisão.
(E) a redução no consumo de petróleo, muito utilizado na produção de aço.

Gabarito

01.E / 02.A / 03.D / 04.B / 05.C

Comentários

01. Resposta: E
Seria algo como uma “quarteirização”. As novas regras permitem que uma empresa terceirizada
terceirize o serviço para o qual ela foi contratada ou para que essas empresas encontrem outras para
executar esse serviço. Segue o link explicativo < http://g1.globo.com/politica/noticia/temer-sanciona-com-3-vetos-projeto-da-camara-sobre-
terceirizacao.ghtml>

02. Resposta: A
A alternativa II está incorreta. “O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo
empregador, NÃO poderá exceder ao prazo de CENTO E OITENTA dias, consecutivos ou não.”.
Conforme Artigo 10 da mesma lei.

03. Resposta: D
Ilan Goldfajn (Haifa, 12 de março de 1966) é um professor e economista israelo-brasileiro. É o atual
presidente do Banco Central do Brasil.
De origem judaica, nasceu em Haifa, Israel. Parte de sua criação deu-se no Rio de Janeiro, onde
estudou no Colégio Israelita Brasileiro A. Liessin.
Em 17 de maio de 2016, foi indicado ao cargo de presidente do Banco Central pelo ministro da Fazenda
Henrique Meirelles. Seu nome foi submetido à aprovação no Senado Federal, contando com 53 votos
favoráveis e 13 contrários. Foi empossado no cargo em 9 de junho.

04. Resposta: B
A greve dos caminhoneiros evidenciou a grande dependência brasileira do transporte rodoviário (para
mercadorias e para passageiros). Reconhecidamente o transporte rodoviário é eficiente para pequenas
distancias, forma que não é a utilizada no Brasil, país de dimensões continentais. Um segundo problema
(mais grave) é que a dependência de um único sistema de transportes gera maiores problemas quando
em casos de paralização, como vimos agora.

05. Resposta: C
A decisão do presidente norte-americano Trump afeta o setor siderúrgico nacional porque o Brasil
ocupa a segunda posição entre os países exportadores de aço para a industrial estadunidense. <
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/03/09/trump-cria-taxa-para-aco-e-aluminio-que-impacto-isso-pode-ter-na-sua-vida.htm>

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Relações Internacionais
saúde
O que levou a Venezuela ao colapso econômico e à maior crise de sua história39

Veja quais foram as condições econômicas e políticas que levaram o país caribenho a uma das piores
recessões da história; êxodo de venezuelanos que sofrem com pobreza e fome já está próximo ao da
situação de refugiados na Europa, segundo a ONU.
A crise na Venezuela vem ganhando contornos de tragédia há alguns anos. A fome fez os
venezuelanos perderem, em média, 11 quilos no ano passado. A violência esvazia as ruas das grandes
cidades quando anoitece. E a situação provocou um êxodo em massa para países vizinhos. Esta semana,
uma reportagem da BBC News relatou a situação de corpos que explodem nos necrotérios pela falta de
eletricidade para refrigeração.
O país vizinho vive a maior recessão de sua história: são 12 trimestres seguidos de retração
econômica, segundo anunciou em julho a Assembleia Nacional, o parlamento venezuelano, que
atualmente é controlado pela oposição.
A dimensão do colapso pode ser vista nos números do Produto Interno Bruto. Entre 2013 e 2017, o
PIB venezuelano teve uma queda de 37%. O Fundo Monetário Internacional prevê que, neste ano, caia
mais 15%.
A situação tem sido explorada também na campanha eleitoral brasileira. Candidatos e eleitores de
oposição ao Partido dos Trabalhadores, que historicamente apoiou os governos de Hugo Chávez e
Nicolás Maduro, tentam usar o fracasso venezuelano como alerta do que poderia ocorrer no Brasil.
Fernando Haddad e a crise na qual está imerso o país caribenho. Os petistas, por sua vez, lembram que
Chávez era um militar e é com apoio e participação direta das Forças Armadas que seu sucessor governa.
Em agosto, a Organização Internacional para as Migrações, ligada à Organização das Nações Unidas,
disse que o aumento do número de pessoas deixando a Venezuela por causa do colapso econômico
hiperinflacionário faz o momento de crise estar próximo ao dos refugiados e migrantes que atravessam o
Mediterrâneo rumo à Europa.
Mas como a situação na Venezuela chegou a esse ponto?
A BBC News Brasil faz aqui um resumo de como a Venezuela entrou em colapso.

1 - Crise do petróleo
A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo - e o recurso é praticamente a única fonte
de receita externa do país.
Após a Primeira Guerra Mundial, sucessivos governantes venezuelanos deixaram o desenvolvimento
agrícola e industrial de lado para focar em petróleo, que hoje responde por 96% das exportações - uma
dependência quase total.
A aposta no petróleo foi segura durante anos e deu bons resultados nos momentos em que o preço
do barril estava alto. Entre 2004 e 2015, nos governos de Hugo Chávez e no início do de Nicolás Maduro
- eleito em 2013 após a morte de seu padrinho político, no mesmo ano -, o país recebeu 750 bilhões de
dólares provenientes da venda de petróleo.
O governo chavista aproveitou essa chuva dos chamados "petrodólares" para financiar de programas
sociais a importações de praticamente tudo que era consumido no país.
Mas, em 2014, o preço do petróleo desabou. Em parte devido à recusa de Irã e Arábia Saudita - outros
dois dos grandes produtores - em assinar um compromisso para reduzir a produção. Outros fatores foram
a desaceleração da economia chinesa e o crescimento, nos EUA, do mercado de produção de óleo e gás
pelo método "fracking" - o fraturamento hidráulico de rochas.
No início daquele ano, depois de ter alcançado um pico de US$ 138,54 em 2008, o preço do barril de
petróleo era negociado a cerca de US$ 100 dólares e caiu pela metade no fim do ano, mantendo essa
queda significativa até este ano, quando voltou a atingir o patamar de US$ 80.
Além de receber menos dinheiro por seu principal produto, a Venezuela também teve uma queda
significativa na produção. Quando Chávez assumiu pela primeira vez o país, em 1999, a produção era de
mais de 3 milhões de barris por dia. Hoje, é de cerca de 1,5 milhão, segundo a Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep) - é o pior nível em 33 anos.
Essa queda de produção aconteceu principalmente pela má gestão da PDVSA, a Petróleos de
Venezuela, estatal que gere a exploração do recurso no país com exclusividade. Em 2007, Chávez
ordenou que todas as empresas estrangeiras cedessem a maior parte do controle de suas atividades de

39
BBC. O que levou a Venezuela ao colapso econômico e à maior crise de sua história. G1 Política. https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/10/22/o-que-levou-
a-venezuela-ao-colapso-economico-e-a-maior-crise-de-sua-historia.ghtml. Acesso em 23 de outubro de 2018.

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exploração ao Estado venezuelano. Companhias com o a Exxon não aceitaram, tiveram seus bens
confiscados e batalhas jurídicas por indenizações se desenrolam até os dias atuais.
Na PDVSA, Não houve investimento em infraestrutura e a empresa sofre com má gestão e alto grau
de corrupção. Para se ter uma ideia, desde agosto de 2017, a Justiça venezuelana processou 90 ex-
funcionários da petroleira por corrupção. Em setembro, o Ministério Público de lá mandou prender 9
diretores.
O Departamento de Justiça dos EUA também conduziu uma investigação com base em Miami que
revelou um esquema de lavagem de dinheiro da PDVSA que desviou US$ 1,2 bilhão, entre 2014 e 2015.
A operação chamada Fuga de Dinheiro contou com a cooperação de Reino Unido, Espanha, Itália e Malta.
Dois suspeitos foram presos.
Outra coisa que ajudou a prejudicar as finanças da PDVSA foi a criação, ainda no governo Chávez, da
Petrocaribe, uma iniciativa na qual a Venezuela se comprometia a fornecer petróleo a preços muito mais
baixos para países caribenhos aliados ao chavismo, com longos prazos para pagamento. Era como
emprestar dinheiro com retorno a perder de vista. Com o aprofundamento da crise, a iniciativa começou
a minguar e países como Jamaica e República Dominicana passaram a buscar outros contratos para seu
abastecimento.

2 - Dependência das importações e controle cambial


Com o foco voltado para o petróleo e usando parte do dinheiro arrecadado com as exportações do
combustível para sustentar programas sociais, o chavismo não se preocupou com o desenvolvimento
agrícola e industrial do país. O governo não investiu nem na própria indústria do petróleo - levando à
queda na produção de barris.
Chávez tomou uma série de medidas que acabaram emperrando o desenvolvimento da indústria local:
nacionalizou as indústrias de cimento e aço, entre outras, e expropriou centenas de empresas e de
propriedades rurais.
O setor privado foi levado a substituir a produção própria pelas importações mais baratas, subsidiadas
pelo governo. Além disso, o governo adotou uma política de controle de preços, segurando artificalmente
a inflação, o que ajudou ainda mais a acabar com a indústria local.
A Venezuela passou a depender mais e mais de importações - de alimentos e medicamentos até pneus
e peças de reposição para o sistema de metrô das grandes cidades. Nos dois últimos anos, com menos
dinheiro para importação, a questão do desabastecimento - e, consequentemente, da fome - se agravou.
O governo também implantou uma política cambial para segurar o valor do bolívar, a moeda local,
controlando a compra de dólares pela população, o que gerou um mercado paralelo da venda da divisa
americana.
Com o controle cambial veio um aumento significativo da corrupção, com desvio de dólares para o
mercado paralelo, onde a moeda valia até 12 vezes o preço do câmbio oficial. O governo tentou manobras
diversas para tentar conter a escalada do paralelo - como a criação de bandas cambiais distintas que
seriam aplicadas em diferentes situações. Mas não houve resultado concreto e o câmbio ilegal continuou
a corroer o já combalido sistema econômico.
"Chávez capitalizou um descontentamento social que existia desde governos passados, com uma
desigualdade social acentuada, e o início de seu governo marcado pelo peso elevado que deu ao Estado
e pelo aspecto populista. Isso se caracterizou por um repúdio à propriedade privada e a um menor papel
do mercado, o que resultou num estrito controle de preços e transações cambiais", afirma à BBC New
Brasil o economista Luis Arturo Bárcenas, da consultoria venezuelana Ecoanalítica.
"Ele satanizou o livre-mercado. O Estado passou a ser um grande aparato produtivo e centralizador.
Então, isso vem de um forte subsídio cambial, onde artificialmente se deu um valor à moeda local maior
que as estrangeiras. Isso acabou tornando muito mais barato para os produtores locais importarem do
que produzir internamente."
O Estado também viu seus gastos públicos aumentarem para conseguir manter os programas sociais.
A dívida externa também aumentou em cinco vezes, com estimativa do FMI de bater os US$ 159 bilhões
neste ano - este montante inclui títulos de dívida pública emitidos pelo governo e pela PDVSA e créditos
com China e Rússia. Em 2015, a dívida era de US$ 31 bilhões, segundo estimativas do FMI.

3 - Hiperinflação
Ao tentar supervalorizar a moeda venezuelana, o governo provocou distorções de valores que, além
de causarem a crise de desabastecimento, contribuíram para um cenário de hiperinflação.
Além disso, com a queda do preço do petróleo e uma redução no fluxo de divisas, o governo passou
a imprimir mais dinheiro para cobrir o rombo nas contas públicas e isso foi gerando cada vez mais inflação.

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A previsão do Fundo Monetário Internacional é que neste ano a inflação na Venezuela chegue a 1
milhão % (Isso significa você multiplicar por 10 mil o preço de um produto). Por dia, o FMI estima em 4%
o valor da inflação no país vizinho.
A hiperinflação fez com que faltassem até cédulas de dinheiro circulando, já que as pessoas passaram
a precisar de muito mais dinheiro para comprar qualquer coisa. Para tomar um café ou comprar um papel
higiênico, por exemplo, aqueles que não usam cartão de débito do banco, passaram a ter de carregar
pilhas de cédulas de bolívar - quando conseguiam sacar dinheiro.
"Com a escassez de divisas produtoras, recorremos muito mais a financiamentos e imprimimos muito
dinheiro, com o Estado gastando sem gerar mais recursos", diz o economista Bárcenas.
Com a deterioração da situação, o chavismo adotou uma espécie de controle artificial da inflação:
obrigava os comerciantes a adotarem um preço abaixo do que eles gastavam para produzir, porque
precisavam importar os insumos. Então, indústrias e comerciantes começaram a quebrar.
A hiperinflação provocou uma pulverização da renda e a pobreza aumentou. Em 2017, o índice de
pessoas na linha da pobreza no país de 30 milhões de habitantes chegou a 87%, um aumento de 40
pontos percentuais em três anos, segundo levantamento da Universidade Católica Andrés Bello.
Vale lembrar que na era Chávez, a pobreza na Venezuela havia caído em mais de 20%, de acordo
com a Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe), e o país passou a registrar a menor
desigualdade entre ricos e pobres entre países latino-americanos, de acordo com relatório da ONU.

4 - Crise política
A Venezuela vive também uma intensa crise política. O país está dividido entre os chavistas e os
opositores, que esperam o fim dos 19 anos de poder do grupo que atualmente se reúne em torno do
Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV). Nos últimos anos, a independência entre os Poderes se
reduziu na prática, o que contribuiu ainda mais para a situação crítica atual.
Em 2007, em seu segundo mandato, Chávez conseguiu, por meio de um referendo com voto popular,
aprovação para alterar a Constituição e mudar a regra de reeleição para presidente. Desde então, os
presidentes venezuelanos passaram a poder concorrer a reeleições sem limites.
O chavismo, projeto de poder que se consolidou a partir da primeira eleição de Hugo Chávez, tem
como elementos centrais uma atuação muito maior do Estado e a defesa de medidas que ampliam a
participação social na política - um exemplo é a organização de "comunas" nos bairros mais carentes das
principais cidades, órgãos que se articulam, por sua vez, com o Legislativo local para apresentar
demandas e controlar o fluxo de entrada de alguns programas sociais.
Também é caracterizado por uma política "anti-imperialista", defendendo a integração dos povos sul-
americanos para combater a influência dos Estados Unidos na região. No chavismo, o mandatário tem
seu poder baseado num forte militarismo.
Depois da morte de Chávez, em 2013, Nicolás Maduro, que era seu vice-presidente e também do
PSUV, já foi eleito e reeleito presidente com a promessa de dar continuidade às políticas do antecessor.
Só que Maduro herdou a Venezuela já entrando em colapso econômico e tomou medidas que
contribuíram mais para a crise.
No início de 2014, o país foi tomado por uma onda de protestos contra Maduro. A repressão do Estado
foi violenta. Entre fevereiro e junho, 43 pessoas morreram. O líder oposicionista Leopoldo López foi preso.
Em 2015, o chavismo perdeu o controle do Parlamento e isso fez com que a situação do país se
agravasse, já que Maduro acusa constantemente os oposicionistas de tentarem tirá-lo do poder por meio
de um golpe.
Após a derrota, ele decidiu convocar uma Assembleia Nacional Constituinte - na prática, uma manobra
para esvaziar totalmente o poder do Legislativo comandado pelos opositores e criar uma instância
paralela de decisão.
E essa instância paralela funciona com ajuda do Judiciário, que é acusado pela oposição de ser
totalmente chavista, já que o governo indicou a maioria dos juízes - Chávez aumentou o número de
integrantes do Tribunal Supremo de Justiça (TSE), equivalente ao STF no Brasil, para compor uma
maioria com seus indicados.
Em março de 2017, o TSJ assumiu funções do Legislativo, acusando o Parlamento de desobediência.
A ação foi denunciada como golpe pela oposição e, dois dias depois, o tribunal voltou atrás.
A acusação é, portanto, de que não há independência entre os Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário na Venezuela.
"Na Venezuela, o Judiciário é politizado e muito forte. Ele se transformou em um anexo do Executivo",
diz à BBC News Brasil Rafael Vila, professor da faculdade de relações internacionais da USP
(Universidade de São Paulo).

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Em maio de 2017, após Maduro convocar a Assembleia Constituinte, dizendo que ela irá renovar o
Estado e redigir uma nova Constituição, a Venezuela viu mais uma vez uma onda de protestos violentos
tomar o país. Mais de 120 pessoas morreram e 2 mil ficaram feridas.
Em maio deste ano, para agravar a crise, Maduro foi reeleito com 68% dos votos numa eleição
contestada dentro e fora do país. O mandatário foi reconduzido ao cargo num pleito que teve 54% de
abstenção.
Na ocasião, o candidato derrotado da oposição, Henri Falcón, disse que não reconhecia a eleição e
acusou Maduro de usar o Estado para coagir os mais pobres a votarem.
Falcón acusou o governo de influenciar a votação através do Carnê da Pátria, documento que permite
que os venezuelanos recolham benefícios do governo e usem os serviços públicos. Maduro prometeu
que quem votasse no dia do pleito teria direito a um benefício extra concedido pelo governo.
A oposição acusou o governo de compra de votos e a maior parte dos oposicionistas boicotou o pleito.
O governo afirmou que as eleições foram "livres e justas". Com muitos candidatos-não governistas
impossibilitados de concorrer ou presos, a oposição disse que o pleito não tem legitimidade e que há
indícios para desconfiar de fraude eleitoral.
Toda essa instabilidade política contribuiu para agravar a crise venezuelana. Após a reeleição de
Maduro, a OEA (Organização dos Estados Americanos) pediu a suspensão da Venezuela da entidade. O
Brasil, além de EUA, Canadá, Argentina, Peru e México, entre outros, foi um dos países que pediu a
suspensão da Venezuela da organização continental, alegando desrespeito à Carta Democrática
Interamericana e ilegitimidade da reeleição de Maduro.
Os dois únicos países suspensos da OEA até hoje foram Cuba, em 62, quando Fidel Castro se aliou
à então União Soviética, e Honduras, em 2009, após o golpe de Estado que destituiu o presidente Manuel
Zelaya.
A Venezuela já havia se adiantado a esse processo e pedido seu desligamento da OEA em 2017,
alegando que a organização estaria dominada pelas "forças imperiais" americanas. Esse fato, no entanto,
não impede que o processo de suspensão continue e que o país sinta seus efeitos diplomáticos. A
suspensão significaria que todas as nações americanas confirmaram que a Venezuela não segue mais a
ordem democrática.
Se a suspensão for confirmada, o país terá ainda mais dificuldade para obter apoio internacional,
principalmente na Europa e na Ásia.
A Carta Democrática Interamericana foi criada em 2001 e regula o funcionamento das democracias
dos 35 países-membros da OEA. O documento prevê a possibilidade de suspensão em caso de
descumprimento dos princípios que a regem.
Em junho, quando houve a assembleia da OEA, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Aloysio
Nunes Ferreira, afirmou que o governo de Maduro tem características de um regime que não é
democrático, como perseguição da oposição, falta de liberdade de imprensa e ausência de liberdade de
organização política.

5- Poder militar e controle da imprensa


Um outro ponto que contribuiu para a crise venezuelana foi a forte presença do Exército na gestão do
Estado.
Em 25 anos, a Venezuela sofreu três tentativas de golpe de Estado pelos militares. Uma delas foi
deflagrada por um grupo do qual o então coronel Chávez era líder, em 1992.
Preso após a tentativa de golpe militar, ele foi solto anos depois e conseguiu se eleger em 1998.
Chávez trouxe as Forças Armadas para seu governo. Ele nomeou vários generais para cargos em
estatais, substituindo funcionários técnicos especializados.
Uma das empresas que teve parte de seu corpo técnico substituído por militares foi a petroleira
PDVSA, o que, segundo especialistas, explica em parte o fato dela não ter investido em melhorias, não
ter se desenvolvido.
O chavismo também colocou militares para atuarem como ministros. Um terço do gabinete de Maduro
é composto por militares e ex-militares.
Pela Constituição venezuelana, as Forças Armadas deveriam ser apolíticas. Mas o ministro da Defesa,
general Vladimir Padrino, escreve em seus despachos "Chávez vive, a pátria continua. Independência e
pátria socialista".
Durante a crise de abastecimento iniciada em 2016, Maduro também passou o controle da produção,
importação e distribuição de alimentos para o Exército. Há graves acusações de corrupção envolvendo o
controle dos militares desse setor chave na crise.

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Outro fator que contribuiu para a crise venezuelana é o estrito controle da imprensa. Veículos
considerados de oposição foram comprados por chavistas, enquanto outros foram fechados (caso da
emissora RCTV, que teve sua concessão cassada).
Em outros casos, o chavismo sufocou o suprimento de papel-jornal para veículos de linha editorial
opositora - o governo venezuelano controla, por meio de uma corporação estatal, a importação e a
distribuição do insumo.

Trump diz que 'todos os esforços' estão sendo feitos para deter migrantes hondurenhos40

Presidente dos Estados Unidos disse que grupo deve solicitar asilo no México. Mais cedo, vice-
chanceler hondurenha disse que mais de 2 mil pessoas decidiram voltar para casa.
O presidente norte-americano, Donald Trump, afirmou neste domingo (21/10) que "todos os esforços"
estão sendo feitos para "deter o ataque" de milhares de migrantes hondurenhos que caminham em
caravana do México com destino aos Estados Unidos. "Todos os esforços estão sendo feitos para impedir
que o ataque de estrangeiros ilegais atravesse nossa fronteira sul", publicou o presidente nas redes
sociais.
"Primeiramente, estas pessoas têm que solicitar asilo no México. Caso não o façam, os Estados Unidos
irão recusá-las", ressaltou Trump.
"As caravanas são uma desgraça para o Partido Democrata. Mudem agora as leis migratórias",
acrescentou, após acusar os democratas de terem incentivado as migrações em massa para os Estados
Unidos.
Milhares de hondurenhos avançavam neste domingo para os Estados Unidos a partir de Ciudad
Hidalgo, no sul do México, enquanto outros aguardavam em uma ponte fronteiriça para entrar legalmente
em território mexicano.
Autoridades mexicanas tiveram sucesso, em um primeiro momento, em bloquear a caravana, mas
muitos hondurenhos conseguiram entrar ilegalmente naquele país.

Volta voluntária
Mais 2 mil cidadãos de Honduras que integravam a caravana de imigrantes que saiu no dia 13 de seu
país com a intenção de chegar aos Estados Unidos decidiram retornar a seu país de maneira voluntária,
informou neste domingo a vice-chanceler hondurenha, Nelly Jerez, segundo a agência EFE.
"Até o momento, retornaram a Honduras mais de 2 mil compatriotas da Guatemala e da fronteira com
o México, que foram auxiliados e atendidos em suas necessidades básicas, o que garantiu um retorno
seguro e ordenado às suas comunidades de origem", destacou.
Além disso, Jerez afirmou que, nas próximas horas, será realizada a transferência de mais de 400
hondurenhos, que serão atendidos no Centro de Atendimento ao Migrante Retornado em Omoa.
Jerez indicou que devido à "mobilização irregular atípica", o governo hondurenho colocou à disposição
de seus cidadãos o Centro de Atendimento Móvel em Agua Caliente, a passagem fronteiriça entre
Honduras e Guatemala, que permanece fechada temporariamente desde ontem, depois que centenas de
imigrantes atravessaram a divisa e seguiram rumo ao país vizinho.

Caravana
Milhares de imigrantes que começaram a travessia no dia 13 retomaram neste domingo o caminho
para os Estados Unidos depois de passarem pelos trâmites migratórios do México, cujo governo advertiu
que irá deportar os que entrarem ilegalmente em seu território.
De acordo com fontes da Defesa Civil do México, mais de 3 mil imigrantes estão percorrendo os quase
40 quilômetros entre Ciudad Hidalgo e Tapachula, a segunda cidade mais importante do estado mexicano
de Chiapas, onde anunciaram que passarão a noite.
O Ministério das Relações Exteriores do México informou que, até 19 de outubro, tinham chegado à
fronteira sul do país cerca de 4.500 imigrantes centro-americanos, que receberam atenção constante e
atendimento humanitário.
Exaustas e famintas, as pessoas que participam da caravana chegaram à fronteira depois de
caminharem centenas de quilômetros na chuva e no calor, comendo e dormindo como podiam.
Os imigrantes, entre os quais idosos, crianças e mulheres grávidas, cruzaram a ponte sobre o rio
Suchiate, que liga a Guatemala ao território mexicano, correndo, tomados pela euforia por terem
finalmente deixado a Guatemala para trás.

40
France Presse. Trump diz que ‘todos os esforços’ estão sendo feitos para deter migrantes hondurenhos. G1 Mundo.
https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/21/trump-diz-que-todos-os-esforcos-estao-sendo-feitos-para-deter-migrantes-hondurenhos.ghtml. Acesso em 22 de
outubro de 2018.

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Pouco mais de 2.200 imigrantes se mantêm na ponte fronteiriça entre Ciudad Hidalgo (México) e Tecún
Umán (Guatemala). Segundo o Ministério de Relações Exteriores do México, os imigrantes estão
recebendo água e atendimento médico e já foram informados sobre os trâmites pelos quais devem passar
para entrar no país.

May diz que período de transição pós-Brexit pode ser prolongado41

Acordo provisório entre Londres e Bruxelas, anunciado há alguns meses, prevê um período de
transição até 31 de dezembro de 2020. Premiê espera que não seja preciso.
A primeira-ministra britânica, Theresa May, não descartou nesta quinta-feira (18/10) a possibilidade de
ampliar o período de transição a partir do Brexit, previsto para março de 2019, para ter mais tempo para
negociar um acordo comercial com a União Europeia (UE).
"Outra ideia que surgiu, e é uma ideia neste momento, é a de criar uma opção para aumentar o período
de transição durante alguns meses", declarou aos jornalistas antes do segundo dia da reunião de cúpula
europeia em Bruxelas.
O processo de afastamento oficial do Reino Unido começou em março de 2017, com o acionamento
do Artigo 50 do Tratado de Lisboa (artigo que permite que um país deixe a União Europeia). O acordo
provisório entre Londres e Bruxelas, anunciado há alguns meses, prevê um período de transição até 31
de dezembro de 2020.
"Mas o ponto é que não se espera que isso [esse prolongamento] seja usado, porque estamos
trabalhando para garantir que tenhamos essa relação futura em vigor até o final de dezembro de 2020",
declarou May, aos representantes dos outros 27 países do bloco. A ideia também não agrada
parlamentares do seu partido, o Conservador, que são defensores do Brexit.
As negociações do Brexit estão paralisadas na questão sobre como evitar o retorno de uma fronteira
clássica entre Irlanda (Estado-membro da UE) e Irlanda do Norte, para preservar os acordos de paz da
Sexta-Feira Santa de 1998.
A decisão de sair da União Europeia, conhecida como Brexit, foi tomada em um referendo, realizado
em 23 de junho de 2016. Na ocasião, 51,9% dos britânicos optaram por deixar o bloco, o que provocou a
queda do então primeiro-ministro, David Cameron.

Greve geral contra governo Macri paralisa transportes e serviços na Argentina42

Bancos, comércios, escolas, universidades e repartições públicas foram fechados. Voos também foram
cancelados.
A quarta greve geral contra a política econômica do governo de Mauricio Macri, convocada pela
principal central sindical da Argentina, paralisa transportes e serviços nesta terça-feira (25/09) no país.
A greve foi convocada no momento em que Macri está em Nova York para participar da Assembleia
Geral da ONU e se reunir com investidores para tentar transmitir confiança.
Pelo menos 15 milhões de pessoas estão sendo afetadas pela paralisação, que afeta o funcionamento
de ônibus, metrô e trens. Desde o final da tarde de ontem, as seis linhas do metrô de Buenos Aires
estavam completamente paralisadas, aderindo a greve e não funcionarão novamente até amanhã,
informa a agência EFE.
Nos aeroportos, empresas como Aerolíneas Argentinas e Latam já anunciaram o cancelamento de
todos seus voos domésticos, por isso sugeriram aos clientes que reprogramem suas viagens. Não há
transporte de caminhões, bancos, comércios, escolas, universidades e repartições públicas foram
fechadas.
Nos hospitais públicos do país, devem funcionar os serviços mínimos para emergências. Os serviços
de coleta de lixo e postos de combustível também serão afetados pela paralisação.
A paralisação, promovida pela Confederação Geral do Trabalho (CGT), visa protestar contra os ajustes
do governo em meio à crise que afeta o país pela desvalorização abrupta do peso argentino registrada
desde o final de abril, a alta inflação (que deve superar 40% em 2018), e a queda da atividade econômica.
Os líderes sindicais exigem reposição salarial e também rejeitam o acordo com o FMI.
As greves anteriores de 24 horas promovidas contra o atual governo por parte da CGT aconteceram
em abril e dezembro de 2017 e no final do último mês de junho.

41
G1. May diz que período de transição pós-Brexit pode ser prolongado. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/10/18/may-se-declara-aberta-a-
prolongar-periodo-de-transicao-pos-brexit.ghtml. Acesso em 18 de outubro de 2018.
42
Economia. Greve Geral contra governo Macri paralisa transportes e serviços na Argentina. G1 Economia. https://g1.globo.com/economia/noticia/2018/09/25/greve-
geral-contra-governo-macri-paralisa-transportes-e-servicos-na-argentina.ghtml. Acesso em 25 de setembro de 2018.

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O presidente argentino reiterou que este não é "um momento oportuno" para fazer uma nova greve,
que segundo as estimativas terá um custo econômico de aproximadamente 31,6 bilhões de pesos
argentinos (US$ 847,16 milhões), equivalente a 0,2% do Produto Interno Bruto.
A greve deve causar um prejuízo de US$ 850 milhões ao país, o equivalente a 0,2% do PIB, segundo
o próprio governo. Na verdade, alguns setores começaram a greve já na segunda-feira (24/09)
A expectativa é que até sexta-feira haja o anúncio de um novo acordo financeiro com o FMI. Em
entrevista para a Bloomberg TV na segunda-feira (24/09), Macri disse que o país estava perto de atingir
um acordo final com o FMI, e que havia "chance zero" de que a Argentina daria default em sua dívida
externa no próximo ano.

Crise na Argentina
Pouco mais de dois anos depois de encerrar a disputa com os chamados “fundos abutres”, a Argentina
se viu diante de um novo impasse financeiro. Com sua moeda despencando, o país subiu a taxa de juros
ao maior patamar do mundo, consumiu boa parte de suas reservas em dólares, buscou ajuda do Fundo
Monetário Internacional (FMI) e tentava buscar a confiança de investidores para evitar uma nova corrida
cambial.
O custo desse acúmulo de problemas acaba pesando diretamente no bolso dos argentinos. A
expectativa é de disparada de inflação, superando as projeções iniciais. Além disso, o crescimento da
economia do país neste ano deve ser menor que o previsto. O ministro da Fazenda, Nicolás Dujovne,
admitiu que "a Argentina terá mais inflação e menos crescimento num curto prazo".
Em junho, o governo argentino assinou um acordo com o FMI de US$ 50 bilhões. A primeira parcela,
de US$ 15 bilhões, foi liberada logo após a assinatura, enquanto os outros US$ 35 bilhões estavam
previstos para ser liberados ao longo dos três anos de duração previstos para o acordo.

Suprema Corte da Índia descriminaliza homossexualidade43

Em decisão histórica, juízes julgam inconstitucional lei da era colonial que punia "atos contra a
natureza" com até dez anos de prisão, numa grande vitória para os defensores dos direitos da
comunidade LGBT.
A Suprema Corte da Índia decidiu nesta quinta-feira (06/09) pela descriminalização das relações
sexuais entre pessoas do mesmo sexo no país. Os juízes revogaram uma lei do período colonial que
estabelecia que atos homossexuais poderiam ser puníveis com até dez anos de prisão, numa vitória
histórica para os defensores dos direitos dos membros da comunidade LGBT.
O tribunal anulou uma sentença de 2013 que validava uma lei britânica de mais de 150 anos que punia
os chamados "atos contra a ordem natural". Os cinco juízes que compõem a corte foram unânimes ao
considerar inválido o artigo 377 do Código Penal indiano que criminalizava as relações homossexuais.
Mesmo que poucas pessoas acabassem sendo presas, a lei era muitas vezes utilizada pelas
autoridades como uma ferramenta para reprimir a comunidade gay do país e justificar atos
discriminatórios. "O artigo 377 é arbitrário. A comunidade LGBT possui os mesmos direitos que os demais.
A visão majoritária e a moralidade geral não podem ditar os direitos constitucionais", afirmou o presidente
da Suprema Corte do país, Dipak Misra.
O advogado das cinco pessoas que entraram com recursos na Justiça pedindo a anulação do artigo
argumentou que a punição prevista no Código Penal era inconstitucional porque punia pessoas em idade
adulta que agem com consentimento mútuo.
Em 2009, um tribunal de Nova Déli havia declarado inconstitucional o artigo 377, mas três juízes da
Suprema Corte reverteram a decisão em 2013, afirmando que cabia ao Parlamento aprovar a medida.
Uma vez que não houve avanços, o governo pediu em julho que a Suprema Corte mais uma vez avaliasse
a questão.
Na última década, a aceitação dos gays na extremamente conservadora sociedade indiana vem
aumentando gradativamente, especialmente nos grandes centros urbanos. Até alguns filmes de
Bollywood passaram a tratar de temas relacionados aos gays, ainda que a homossexualidade ainda seja
vista como algo vergonhoso numa parte significativa do país.
O diretor e produtor de cinema de Bollywood Karan Johar festejou a decisão, afirmando que a história
está sendo escrita. "Descriminalizar a homossexualidade e abolir o artigo 377 é um grande sinal positivo
para a humanidade e pela igualdade dos direitos", afirmou.

43
DW. Suprema Corte da Índia descriminaliza homossexualidade. Deutsche Welle. https://www.dw.com/pt-br/suprema-corte-da-%C3%ADndia-descriminaliza-
homossexualidade/a-45380678. Acesso em 06 de setembro de 2018.

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Num tango eterno, economia argentina afunda sob batuta de Macri44

Enquanto crise se aprofunda, Justiça avança na versão local da Lava Jato.


Em abril, com 20 pesos argentinos era possível comprar um dólar. Na quarta-feira 22 de agosto o
mesmo dólar valia 30. Uma semana depois, 40. Em alguns dias chegou a roçar 42 pesos, mas recuou,
pressionado pela venda de centenas de milhões da moeda americana das mais que combalidas reservas
e, claro, de dinheiro emprestado pelo FMI. Já a taxa de juros chegou no finzinho de agosto a estonteantes
60% anuais.
Na segunda-feira 03/09, o presidente Mauricio Macri anunciou uma série de novas e drásticas medidas
destinadas a conter o gasto público e a diminuir o profundo déficit fiscal. Entre elas, a eliminação de 8 dos
18 ministérios do seu governo.
Num gesto mais do que significativo do momento argentino, Macri resolveu fazer desaparecer o
Ministério da Saúde, que passa a ser uma secretaria nacional da pasta de Desenvolvimento Humano.
Desconheceu e atropelou uma frase dita em 1949 pelo então presidente Juan Domingo Perón, ao criar
a pasta agora dissolvida: “Como podemos ter um ministério para cuidar da saúde das vacas, sem termos
um para cuidar da saúde das pessoas?”
Outro ministério importante, principalmente para um país onde o desemprego cresce a cada dia,
também foi eliminado: o do Trabalho.
Ao mesmo tempo, o governo aumentou uma vasta série de impostos e criou outros, voltados
especialmente para as exportações. Também retirou os poucos subsídios sobreviventes da era Kirchner,
enquanto anunciava cortes e mais cortes em obras públicas e investimentos do Estado. Para completar,
aumentou o preço da gasolina, pressionando uma inflação que anda pelas nuvens.
E mais: confirmou que o acordo assinado com o FMI em junho será renegociado, e que a Argentina
pediria a liberação antecipada de novas parcelas. Dos 50 bilhões de dólares previstos, ao menos 15
bilhões foram liberados, sem que houvesse melhora alguma no cenário. Na verdade, o que houve foi uma
sensível piora.
Primeiro resultado: um dia depois, o dólar subiu de novo. Como disse o jornal Página 12, a cada
pronunciamento de Macri duas coisas se desvalorizam: o peso argentino e seu próprio governo.
Houve, porém, quem elogiasse o governo e expressasse sua “renovada confiança” em Macri: Donald
Trump.
Faltando três meses para que se cumpram três anos da chegada de Macri à Presidência com todas
as bênçãos e vênias do sacrossanto mercado financeiro, tanto o local quanto o de tudo que é canto, seu
governo desacreditado enfrenta uma crise de confiança profunda, inferior apenas à enfrentada por todo
o país.
Chama a atenção de qualquer visitante a quantidade de moradores de rua em Buenos Aires,
padecendo as agruras de um inverno especialmente duro. Cálculos de organismos independentes
indicam que o total de moradores de rua mais do que duplicou de janeiro para cá.
Os números de desempregados são atualizados semanalmente, e não se sabe ao certo quantos
comércios baixaram suas portas ao longo dos últimos 12 meses.
A explosão do câmbio levou a uma confusão sem fim, lembrando o acontecido durante a forte
desvalorização de 1991, no governo de Carlos Menem. Naquela ocasião, um cidadão contou, ao longo
de dez quarteirões de uma Rua Florida atopetada de turistas, nada menos que quatro mudanças na
cotação anunciada nas placas das casas de câmbio. Quase uma mudança a cada 2 minutos...
Ainda não se chegou a tanto, mas não são poucos os que acham muito elevado o risco de que
semelhante panorama se repita. Para tentar impedir a tragédia, o governo Macri torrou mais de 3 bilhões
dos escassos dólares das reservas em menos de um mês e meio.
Ao longo das últimas duas semanas repete-se o mesmo cenário de mais de 20 anos: os comerciantes
não sabem como calcular o preço do que vendem, pois não sabem qual será aquele da reposição dos
produtos. Mas produtores e comerciantes sabem que aumentos significativos, por mais necessários que
sejam, afastarão ainda mais os eventuais compradores, acelerando a profunda recessão.
No seu pronunciamento da segunda-feira 03/09, Macri anunciou solenemente que o déficit primário
estará zerado até o fim do próximo ano, que, aliás, será de eleições presidenciais. É difícil imaginar que
ele próprio acredite no que disse.
Quanto ao mercado financeiro, o ceticismo traduziu-se no dia seguinte, quando a moeda americana
tornou a subir e o governo optou por vender outros 358 milhões de dólares para tentar conter a escalada
alucinante.

44
Nepomuceno, E. Num tango eterno, economia argentina afunda sob batuta de Macri. https://www.cartacapital.com.br/revista/1020/num-tango-eterno-economia-
argentina-afunda-sob-batuta-de-macri. Acesso em 13 de setembro de 2018.

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Em um insólito gesto de autocrítica, Macri finalmente reconheceu o que era sabido por todos: houve,
da sua parte, um “otimismo excessivo”. O resultado será um retrocesso calculado até agora em 2,4% do
PIB, e a inflação anunciada com bumbos e clarins pelo governo – 15% – será de ao menos 42%, quase
o triplo.
Como se o descalabro da economia não bastasse para turvar um cenário esfrangalhado, na mesma
terça da desvalorização, o juiz Sebastián Casanello, espécie de Sergio Moro portenho, marcou para 18
de setembro o depoimento da atual senadora e ex-presidente Cristina Kirchner, investigada em diversas
frentes. Ela terá de responder à acusação de ser cúmplice de lavagem de dinheiro, em associação com
o empresário Lázaro Báez.
O enredo mais intrincado a envolver tanto Cristina quanto seu falecido marido e também ex-presidente
Néstor Kirchner é, no entanto, outro: o dos “cadernos de suborno”.
Tudo começou em 8 de janeiro último, quando – segundo seu próprio relato – “às 13h38” chegou às
mãos do jornalista Diego Cabot uma caixa com seis cadernos espirais, desse modelo comum usado em
qualquer colégio argentino, e um sétimo, de capa dura azul.
Cabot integra a equipe do jornal La Nación, de oposição feroz a qualquer coisa que não seja
absolutamente conservadora. Sua ojeriza ao casal Kirchner sempre foi evidente e palpável.
Tratava-se de uma espécie de diário em vários volumes, todos escritos com a mesma caligrafia por
Oscar Centeno, ex-motorista de Roberto Baratta, o número 2 de Julio de Vido, influente ministro do
Planejamento de Kirchner.
Estão registrados todos os movimentos do ministro e de seu principal assessor, indicando dia, hora,
trajeto e conteúdo de bolsas transportadas em um Toyota Corolla. E, claro, quem recebia o conteúdo que,
sabe-se lá como, o motorista soube descrever em detalhes: dólares e mais dólares que, somados,
alcançam cifras estratosféricas (alguns jornais mencionam a marca de 13 bilhões de dólares ao longo dos
governos de Néstor e Cristina Kirchner, ou seja, entre 2003 e 2015).
Há, no entanto, incongruências nesse relato minucioso. Conforme comentou um político próximo da
ex-presidente, é estranho que “alguém escreva como Jorge Luis Borges e fale como Carlos Monzón”, em
referência ao escritor cheio de preciosismos e ao falecido boxeador cujo linguajar era constrangedor.
Além disso, não foi feito nenhum exame grafológico nos cadernos, que, segundo contou o motorista,
depois de lidos pelo repórter do La Nación foram devidamente xerocados para em seguida ir parar “na
churrasqueira dos fundos do meu quintal”.
Tampouco é crível que sacos e sacolas com até 800 mil dólares em espécie fossem entregues em
mãos tanto do falecido Néstor como da agora acusada Cristina Kirchner. E mais: não só no apartamento
particular do casal, no bairro portenho de Recoleta, mas na própria residência presidencial de Olivos, um
subúrbio de Buenos Aires.
Assim que essas notícias começaram a circular, apareceram também nomes de quem pagava os tais
milhões e milhões de dólares. Em sua maioria, empreiteiros e diretores de grandes construtoras que
obtinham contratos para obras dos governos Kirchner.
Como consequência imediata, começou a sucessão de “arrependidos”, versão local dos delatores
premiados brasileiros.
O estardalhaço levado adiante por magistrados de instâncias inferiores explodiu nos dois principais
jornais argentinos, o quase hegemônico Clarín e o próprio La Nación, além, claro, de emissoras de rádio
e televisão controlados pelo grupo do primeiro dos jornalões.
Dessa forma, uma Argentina em frangalhos enfrenta uma crise econômica profunda, enquanto
acompanha um escândalo judicial que encontra cada vez menos eco na opinião pública, conformada com
a ideia divulgada pelo grupo Clarín de que os governos Kirchner foram uma etapa de corrupção
generalizada, enquanto o de Macri ostenta, mas isso o jornal evita comentar, um cenário cada vez pior.
Como se não faltasse mais nada, justamente no país em que nasceu o atual papa cresce o número
de católicos que renunciam publicamente à sua igreja. Tudo começou com a pressão exercida
principalmente sobre senadores do interior pelos párocos locais para que derrubassem, como ocorreu, a
lei do aborto.
De acordo com essa lei, aprovada pelos deputados, caberia ao Estado o dever de fornecer assistência
às mulheres que optassem por abortar voluntariamente até o terceiro mês de gestação. Derrotado no
Senado, o projeto foi o motivo alegado por mais de 3 mil católicos para renunciar publicamente ao
catolicismo.
Sim, foram apenas 3 mil entre milhões. Mas o gesto foi mais que simbólico, e causou forte impacto no
conturbado país de Mauricio Macri. Os argentinos renunciam até à fé.

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Conflitos na África podem ter matado 5 milhões de crianças, diz estudo45

Conflitos armados, as doenças e a fome que eles causam teriam provocado a morte de 5 milhões de
crianças menores de cinco anos entre 1995 e 2015; destas 3 milhões eram bebês de até 11 meses.
Os conflitos armados no continente africano, e as doenças e a fome que eles causam, podem ter
causado a morte de 5 milhões de crianças menores de cinco anos entre 1995 e 2015, segundo um estudo
publicado na sexta-feira (30/08).
Destas, cerca de três milhões eram bebês de até onze meses, isto é, o triplo das pessoas diretamente
mortas em um conflito no continente.
O estudo, publicado na revista médica The Lancet, não se apoia em nenhum efetivo real, mas que
compartilhou dados de 15.441 conflitos nos quais quase um milhão de pessoas morreram, segundo os
investigadores.
Os autores usaram estes dados para calcular o risco de morte de uma criança em um raio de 100 km
de um conflito armado e até oito anos depois. Em seguida, calcularam o número de mortes de crianças
atribuídos às muitas guerras na África.
A cifra de cinco milhões é muito superior a de estimativas anteriores, destacaram os autores, Eran
Bendavid, da Universidade Stanford, e seus colegas.
"Nos últimos 30 anos ocorreram na África conflitos armados mais frequentes e mais intensos que em
qualquer outro continente", afirmam.
"Esta análise mostra que os efetivos dos conflitos armados vão além da morte dos combatentes e da
devastação física: os conflitos armados aumentam consideravelmente o risco de morte de crianças jovens
durante um longo período".
Além de ferir diretamente as crianças, os conflitos contribuem para a morte e o atraso no crescimento
"durante muitos anos e em amplas zonas", segundo a equipe.
E isto, por causa da interrupção dos cuidados médicos para mulheres grávidas e recém-nascidos, a
propagação de doenças à medida que os serviços de saúde e as redes de água declinam, da falta de
medicamentos e da desnutrição provocada quando as provisões se esgotam.

Onda de calor se intensifica na Europa46

De norte ao sul do continente, termômetros continuam em alta. Cidades portuguesas marcam


temperaturas mais altas de sua história, e Espanha registra primeiras mortes.
A onda de calor que castiga há semanas a Europa levou neste sábado (04/08) a temperaturas recordes
em cidades portuguesas, causou três mortes na Espanha e chegou a derreter o asfalto na Holanda.
Em Portugal, a temperatura foi a mais alta registrada na história em 26 estações. Em Lisboa, foram 44
graus. Em Alvega, no distrito de Santarám, os termômetros chegaram a marcar 46,8ºC.
O atual recorde europeu foi registrado em 1977, em Atenas, quando os termômetros alcançaram 48°C.
O recorde na Espanha é de 47,3 graus, em Portugal, 47,4.
Em Lisboa, as autoridades fecharam parques e alertaram as pessoas a evitarem atividades ao ar livre
durante o auge do calor. Refúgios para desabrigados foram abertos mais cedo, para que moradores de
rua pudessem busca abrigo do calor.
Na Espanha, já ocorreram três mortes: em Murcia (sudeste) um homem de 78 anos morreu enquanto
realizava trabalhos agrícolas, vítima de insolação, e outro trabalhador, de 48 anos, também foi vítima das
altas temperaturas. Em Barcelona (nordeste) um homem de meia idade, aparentemente sem-teto,
morreu. Além disso, outro homem de 55 anos foi hospitalizado hoje em estado grave, após sofrer
insolação na região de Murcia.
Na França, mais da metade do país está em alerta laranja, e as autoridades recomendaram evitar a
exposição ao sol nos horários mais quentes do dia.
A Alemanha, cujas máximas diurnas chegaram a 38°, também está sofrendo com o excesso de calor,
além da estiagem, que já levou a perdas bilionárias na agricultura. Em julho praticamente não choveu no
oeste, norte e leste do país.
As águas do Mar Báltico no litoral alemão alcançaram temperaturas semelhantes às do litoral do
Mediterrâneo francês, com até 27°C, dez a mais que o habitual, Além disso, o nível de alguns rios caiu
para mínimos históricos, o que levou a restrições no transporte fluvial de mercadorias em alguns pontos
do Reno. As autoridades de Berlim anunciaram que distribuirão água e protetor solar entre os sem-teto.

45
France Presse. Conflitos na África podem ter matado 5 milhões de crianças, diz estudo. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/08/30/conflitos-na-
africa-podem-ter-matado-5-milhoes-de-criancas-diz-estudo.ghtml. Acesso em 31 de agosto de 2018.
46
Deutsche Welle. Onda de calor se intensifica na Europa. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/08/05/onda-de-calor-se-intensifica-na-europa.ghtml.
Acesso em 06 de agosto de 2018.

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O Meteoalarm, o site da União Europeia (UE) que oferece informação sobre fenômenos climáticos
adversos, emitiu alertas "vermelhos" por calor extremo em partes de Suíça, Croácia, Espanha e Portugal.
Este aviso, segundo o site, implica uma situação meteorológica "muito perigosa" e que "são prováveis
graves danos e acidentes, em alguns casos com risco para a vida das pessoas".
Além disso, o site mantém o alerta laranja em amplas partes de França, Bélgica, Áustria, Lituânia,
Estônia, Polônia, Noruega, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia e Grécia, por "situações perigosas
por fenômenos incomuns, como altas temperaturas, que podem causar danos às pessoas".
As elevadas temperaturas se devem ao sistema estacionário de alta pressão, um fenômeno que se
repetiu de forma constante nas condições meteorológicas europeias durante os dois últimos meses, disse
a porta-voz da Organização Meteorológica Mundial (OMM) Sylvie Castonguay.
A vice-secretária-geral da OMM, Elena Manaenkova, afirmou no último boletim da organização que "o
ano de 2018 será um dos mais quentes já registrados, com novos recordes de temperatura em muitos
países, o que não é surpreendente".
"As ondas de calor extremo que estamos vivendo são condizentes com os efeitos esperados da
mudança climática causada pelas emissões de gases do efeito estufa. Não se trata de um cenário futuro,
está acontecendo agora", disse a vice-secretária-geral da OMM.

Israel aprova lei que o define como 'Estado-Nação' do povo judeu47

Por 62 votos a favor e 55 contra, a Knesset (Câmara israelense) aprovou a iniciativa depois de um
intenso debate.
O Parlamento israelense aprovou nesta quinta-feira (19/07) a polêmica lei que define o país como um
"Estado-nação do povo judeu" e que tem como sua capital “Jerusalém unificada”. A nova lei, defendida
pelo governo, ainda prevê apenas o hebraico como língua oficial do país.
A iniciativa foi aprovada no Knesset (parlamento israelense) por 62 votos a favor e 55 contra, depois
de uma longa discussão, já que críticos a descrevem como "discriminatória" por marginalizar minorias.
O objetivo da nova lei é "assegurar o caráter de Israel como o estado nacional dos judeus, a fim de
codificar em uma lei básica dos valores de Israel como um estado judeu democrático espírito dos
princípios da Declaração de Independência", explica a Knesset em seu site.
Isto inclui ainda o hino Hatikva (adaptado de um poema judeu, sobre o retorno do povo a Israel), a
bandeira branca e azul com a Estrela de Davi no centro, um menorá (candelabro judeu) de sete braços
com galhos de oliveira nos extremos como símbolo do país.
Até agora estava sendo evitada esta menção à identidade judaica por causa da oposição de algumas
correntes judaicas e da existência no país de minorias, como a árabe.
Os palestinos que ficaram no país após a criação do estado de Israel, em 1948, constituem 20% da
sua população – ou cerca de cerca de nove milhões de pessoas. A língua árabe, que deixa de ser oficial,
é reduzida a um caráter “especial”.
"Os árabes terão uma categoria especial, todos os judeus terão o direito de migrar a Israel e obter a
cidadania de acordo com as disposições da lei, o estado atuará para reunir os judeus no exílio e
promoverá os assentamentos judaicos em seu território e vai alocar recursos para esse fim", estabelece
a nova legislação, de acordo com a Efe.

‘Momento histórico’
O premiê israelense, premiê Benjamin Netanyahu, definiu a aprovação como um "momento histórico
na história do sionismo e da história do estado de Israel."
"Ultimamente, há pessoas que estão tentando desestabilizar os fundamentos da nossa existência e
dos nossos direitos. Então, hoje nós fizemos uma lei em pedra. Este é o nosso país. Esta é a nossa
língua. Este é o nosso hino e esta é a nossa bandeira. Viva o estado de Israel", comemorou Netanyahu.

Nova Constituição de Cuba reconhecerá propriedade privada48

Esboço de reforma apresentado em diário do Partido Comunista acena com mudanças profundas na
política, judiciário, economia e sociedade cubanas. Comissão encarregada é liderada por ex-presidente
Raúl Castro.

47
G1. Israel aprova lei que o define como ‘Estado-Nação’ do povo judeu. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/2018/07/19/israel-aprova-lei-que-o-define-
como-estado-nacao-do-povo-judeu.ghtml. Acesso em 19 de julho de 2018.
48
Deutsche Welle. Nova Constituição de Cuba reconhecerá propriedade privada. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/nova-constituicao-de-cuba-
reconhecera-propriedade-privada.ghtml. Acesso em 16 de julho de 2018.

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O governo de Cuba revelou novos detalhes sobre planos para reestruturar seu sistema governamental,
tribunais e a economia nacional, através de uma reforma constitucional a ser aprovada pela Assembleia
Nacional ainda em julho.
A reforma criará o cargo de primeiro-ministro, ao lado do de presidente, dividindo as funções de chefe
de Estado e de governo. Fica mantido o Partido Comunista como única força política no país, e o Estado
comunista como força econômica dominante. Passam a ser reconhecidos, todavia, o mercado livre e a
propriedade privada na sociedade cubana, e será criada uma nova presunção de inocência no sistema
judiciário.
A Constituição de 1976, ainda na era soviética, só reconhece a propriedade estatal, cooperativa, de
agricultor, pessoal e de sociedade conjunta. A propriedade privada era rejeitada, sendo considerada um
resquício do capitalismo.
A proposta de reforma constitucional é descrita na edição deste sábado (14/07) do diário Granma, do
Partido Comunista, devendo ser votada num referendo posterior à aprovação pelo Parlamento. Segundo
as autoridades cubanas, a atual Constituição já não reflete as mudanças atravessadas pelo país nos
últimos anos.
"As experiências adquiridas nestes anos de Revolução" e "os novos caminhos traçados" pelo Partido
Comunista são algumas das razões para a reforma da Constituição, lê-se no sumário do Granma. O
esboço, elaborado por uma comissão encabeçada pelo ex-presidente e primeiro-secretário do Partido
Comunista, Raúl Castro, contém 224 artigos.
A nova Constituição manterá direitos como a liberdade religiosa, e explicitará o princípio da não
discriminação devido à identidade de gênero. O texto divulgado no Granma não especifica em que medida
o Estado reconhecerá os casamentos entre pessoas do mesmo sexo.

Mais de 16 mil venezuelanos pedem refúgio em Roraima em seis meses, diz PF49

Número é 20% superior ao de todo o ano de 2017. Recorde foi registrado em maio, quando mais de 4
mil venezuelanos fizeram a solicitação.
Nos primeiros seis meses deste ano, mais de 16 mil venezuelanos pediram refúgio em Roraima,
segundo a Polícia Federal. O número já é 20% maior do que o registrado em todo o ano de 2017, quando
foram recebidas pouco mais de 13,5 mil solicitações.
De acordo com a PF, entre janeiro e 22 de junho deste ano, foram recebidos 16.953 pedidos de refúgio
no estado. Desses, 16.523, ou 97% do total, são só de venezuelanos. Os demais são de cubanos (155),
haitianos (139) e cidadãos de outras nacionalidades (133).
O recorde de pedidos de refúgio de venezuelanos foi no mês de maio, quando o país foi às urnas e o
presidente Nicolás Maduro acabou reeleito. Só naquele mês foram 4.054 solicitações feitas junto à PF.

Em 2017, ano em que o índice de pedidos teve uma alta abrupta, foram recebidos 13.583 pedidos de
venezuelanos. No ano anterior foram 2.048 e 253 em 2015, quando começou a imigração de
venezuelanos para Roraima.
Uma vez feita uma solicitação de refúgio, o pedido segue para o Comitê Nacional para os Refugiados
(Conare), que analisa e reconhece ou não a condição de refugiado. Por isso, o G1 questionou o Conare

49
Emily Costa. Mais de 16 mil venezuelanos pedem refúgio em Roraima em seis meses, diz PF. G1. Roraima. https://g1.globo.com/rr/roraima/noticia/mais-de-16-mil-
venezuelanos-pedem-refugio-em-roraima-em-seis-meses-diz-pf.ghtml. Acesso em 11 de julho de 2018.

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sobre o número de pedidos de venezuelanos examinados, mas não obteve resposta até a publicação
desta reportagem.

Imigrantes em trânsito
Apesar de ser um dado importante para mostrar o fluxo migratório, o número de pedidos de refúgio
não corresponde à quantidade exata de venezuelanos vivendo em Roraima, afirma Gustavo da Frota
Simões, professor do curso de Relações Internacionais da Universidade Federal de Roraima (UFRR).
No entendimento dele, nem todos os 16.523 venezuelanos que pediram refúgio à PF neste ano
continuam em Roraima, porque muitos estão seguindo viagem, principalmente para buscar trabalho.
"Os venezuelanos vêm para Roraima, às vezes ficam um tempo, se regularizam, e procuram emprego.
Quando não conseguem, fazem contatos, vão ouvindo outras pessoas e seguem viagem para outros
lugares", explicou Simões.
Para ele, a imigração venezuelana para o estado pode ser dividida em três fases: a pendular, de
permanência e de trânsito, que é a vivida atualmente.
Na primeira delas, entre 2015 e 2016, imigrantes cruzavam a fronteira para comprar mantimentos e
depois voltavam para o país de origem. Depois, em 2017, venezuelanos passaram a se mudar para o
estadoem busca de melhores condições de vida. Já neste ano, conforme o professor, a imigração ganha
um novo caráter, que é o dos imigrantes em trânsito.
Apesar disso, na avaliação dele, o número de pedidos de refúgio ainda devem continuar aumentando,
porque ele acompanha o agravamento da crise política e econômica na Venezuela.

Venezuelanos em Roraima
A ONU estima que 800 venezuelanos cruzam a fronteira por dia. Já o Exército brasileiro calcula que a
média de entrada de venezuelanos em Roraima nos últimos cinco meses foi de 416 pessoas por dia.
- Rota da fome: o caminho dos venezuelanos
- A rota da fome em imagens
- Povoado indígena vira abrigo: 'Eles choram ao ver comida'
Ainda não há números precisos sobre a quantidade de venezuelanos vivendo em Roraima, mas um
levantamento da prefeitura de Boa Vista apontou que só na capital há 25 mil moradores venezuelanos -
o equivalente a 7,5% da população local, que é de 332 mil habitantes.
Antes desse estudo, a prefeitura estimava que 40 mil venezuelanos estavam na cidade. Nessa época,
só a praça Simón Bolívar - que foi cercada com tapumes e desocupada em maio - tinha cerca de 1,2 mil
venezuelanos acampados.
Atualmente, o estado tem nove abrigos públicos com cerca 4 mil pessoas, cinco deles abertos só neste
ano. Mesmo assim ainda há venezuelanos em situação de rua em 10 dos 15 municípios do estado.

Kim Jong-un se compromete com o fim das armas nucleares em encontro com Trump em
Singapura50

Comunicado com quatro itens foi assinado durante encontro histórico dos líderes dos EUA e Coreia
do Norte. Trump diz que Kim aceitou o seu convite para visitar a Casa Branca.
A Coreia do Norte se comprometeu com o desmonte do seu programa nuclear nesta terça-feira (12/06),
durante o encontro inédito de seu líder, Kim Jong-un, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump,
em Singapura.
Os dois países "decidiram deixar o passado para trás" e "o mundo verá uma grande mudança",
segundo Kim, que assinou uma declaração de quatro itens durante o encontro com o chefe de estado
americano.
O engajamento com o fim da produção de armas nucleares e a desnuclearização completa da
península coreana era uma condição imposta pelos EUA para a realização da histórica cúpula.
Porém, o documento final do encontro não estabelece metas ou detalhes de como o compromisso será
colocado em prática para que o abandono da produção seja feito de forma completa, irreversível e
verificável, como pedem os Estados Unidos.
O compromisso com o desmonte do programa nuclear já consta na Declaração de Panmunjon,
assinada após o encontro de líderes das duas Coreias, em abril.
O documento assinado por Trump e Kim nesta terça possui quatro pontos:

50
G1. Kim Jong-um se compromete com o fim das armas nucleares em encontro com Trump em Singapura. G1 Mundo. https://g1.globo.com/mundo/noticia/kim-jong-
un-se-compromete-com-desnuclearizacao-completa-apos-encontro-com-trump-em-singapura.ghtml Acesso em 13 de junho de 2018.

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1 - EUA e Coreia do Norte se comprometem a estabelecer relações de acordo com o desejo de seus
povos pela paz e prosperidade;
2 - Os dois países irão unir seus esforços para construir um regime de paz estável e duradouro na
península coreana;
3 - Reafirmando a Declaração de Panmunjon, de 27 de abril de 2018, a Coreia do Norte se compromete
a trabalhar em direção à completa desnuclearização da península coreana;
4 - Os EUA e a Coreia do Norte se comprometem a recuperar os restos mortais de prisioneiros de
guerra, incluindo a imediata repatriação daqueles já identificados.

Na avaliação de Trump, as negociações com Kim foram "francas, diretas e produtivas" e o documento
está "bastante completo". O texto mostra, segundo o americano, que os países estabeleceram uma
ligação especial após a sua assinatura.
Em entrevista logo depois do encontro, o presidente americano afirmou que Kim aceitou o seu convite
para visitar a Casa Branca e que ele pretende visitar Pyongyang "em um certo momento".
"Aprendi que ele é um homem muito talentoso que ama muito seu país. É um negociador de valor, que
negocia em benefício de seu povo", afirmou.

Sanções mantidas
O presidente americano disse que a Coreia do Norte "já está destruindo seus principais centros de
testes nucleares", mas que as sanções econômicas serão mantidas por enquanto. Adotadas entre 2017
e 2018, as sanções tem o objetivo de pressionar Pyongyang a reduzir seus programas nuclear e
armamentista.
Nesta terça, Trump afirmou que vai pressionar o país a abandonar a produção de armas nucleares o
mais rápido que puder, mas reconheceu que esse processo pode levar um tempo.
Trump disse que as sanções serão removidas "quando tivermos certeza de que as armas nucleares
não são mais um fator [de risco]". "Eu realmente estou ansioso para retirá-las [as sanções]", garantiu.

'Jogos de guerra'
O presidente americano também anunciou a suspensão dos "jogos de guerra" na península coreana,
fazendo referência aos exercícios militares feitos pelos EUA em conjunto com a Coreia do Sul. A Coreia
do Norte considera as manobras militares uma provocação.
Na avaliação de Trump, as manobras são caras e se tornaram inapropriadas face à nova relação
estabelecida pelos Estados Unidos com a Coreia do Norte.
Trump disse que espera retirar as forças dos EUA da Coreia do Sul, mas disse que essa medida não
está sendo discutida no momento. Atualmente, 28 mil soldados americanos estão no país.
Até o momento, as forças de segurança dos EUA na Coreia do Sul não receberam uma orientação
formal para a suspensão dos exercícios militares conjuntos, de acordo com Reuters, citando um
comunicado da tenente-coronel Jennifer Lovett.

Encontro inédito
Após uma série de testes balísticos norte-coreanos e uma verdadeira “guerra verbal” entre Kim e
Trump travada ao longo de 2017, o primeiro encontro dos líderes dos dois países parecia impossível.
O objetivo desta cúpula em Singapura era chegar a um consenso sobre o desmonte do programa
nuclear e balístico da fechada ditadura comunista, em troca de alívio econômico para o país atualmente
afetado por duras sanções.
Kim e Trump tiveram um encontro privado, uma reunião ao lado de seus assessores e um almoço ao
lado de suas respectivas comitivas. Os dois líderes caminharam juntos e se cumprimentaram várias vezes
diante das câmeras.
Quando se sentou ao lado de Kim pela primeira vez, Trump disse ter esperança de que a cúpula seria
"tremendamente bem-sucedida". "Teremos um ótimo relacionamento pela frente", acrescentou.
O ditador norte-coreano disse, em seguida, que havia enfrentado uma série de "obstáculos" para
realizar esse encontro. "Nós superamos todos eles e estamos aqui hoje", disse a repórteres, por meio de
um tradutor.
Mais tarde, em um breve pronunciamento, Trump disse que o encontro estava sendo "melhor do que
qualquer um poderia esperar". Em seguida, ele mostrou sua limusine ao norte-coreano e manteve o que
pareceu ser uma conversa bastante amistosa durante alguns minutos. Eles se separaram brevemente e
voltaram a encontrar na sala onde assinaram a declaração.
O local do encontro foi o luxuoso hotel Capella, na ilha de Sentosa, famosa por suas praias turísticas
e seus campos de golfe espetaculares. Singapura designou partes de sua região central como uma "zona

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especial", implantando um rigoroso sistema de segurança. O espaço aéreo sobre a rica cidade-Estado
está temporariamente restrito durante partes dos dias 11, 12 e 13 de junho.

Redução nas tensões


A mudança de tom de Kim Jong-un com relação à vizinha Coreia do Sul começou em seu discurso de
ano novo, em janeiro de 2018, quando propôs o envio de uma equipe às Olimpíadas de Inverno, em
PyeongChang (Coreia do Sul).
A aproximação entre as coreias levou à organização do encontro de Panmunjon, zona desmilitarizada
entre os dois países, em que os dois países firmaram um primeiro compromisso de desnuclearização da
península e um acordo de paz para acabar com a guerra entre os países ainda em 2018.
O encontro foi visto como uma preparação para o encontro com o presidente do Estados Unidos. Na
época, Trump comemorou o avanço nas relações de paz, mas se mostrou ponderado. "Depois de um ano
furioso de lançamento de mísseis e testes nucleares, um encontro histórico entre Coreia do Norte e Coreia
do Sul está ocorrendo agora. Boas coisas estão acontecendo, mas só o tempo dirá", também afirmou no
Twitter.
Em abril, o então diretor da CIA e atual secretário de Estado americano, Mike Pompeo, viajou para a
Coreia do Norte, onde teve um encontro secreto com Kim Jong-un, mostrando um avanço nas relações
entre os dois países. Ele voltou de lá com três americanos que tinham sido detidos por Pyongyang por
suspeita de atividades anti-estatais.

'Sim' vence em referendo sobre legalização do aborto na Irlanda51

Segundo pesquisa de boca de urna, 70% dos eleitores votaram a favor; porta-voz da campanha pelo
'não' reconheceu derrota antes mesmo de resultado oficial.
Segundo pesquisas de boca de urna, o "sim" protagonizou uma larga vitória no referendo sobre a
legalização do aborto na Irlanda, com a preferência de cerca de 70% dos eleitores. Os resultados oficiais
devem ser divulgados neste sábado (26/05), mas o porta-voz da campanha pelo "não", já reconheceu
sua derrota nesta manhã.
A maioria dos irlandeses optou pela legalização do aborto no país de forte tradição católica e que conta
com uma das legislações mais rígidas da Europa sobre a questão. Segundo pesquisas de boca de urna,
entre 68% e 69% dos eleitores votaram pelo "sim" - a favor da legalização do aborto -, enquanto 32%
teriam optado pelo "não" - para manter a lei atual.
O texto atual está em vigor desde 1983. Ele determina que uma mulher só pode interromper uma
gestação se estiver em perigo de vida real e iminente, inclusive sob risco de suicídio. Essa legislação de
35 anos não contempla o aborto quando há má-formação cerebral do feto ou em casos de estupro, como
ocorre no Brasil. Atualmente, uma irlandesa que decida interromper uma gravidez indesejada dentro do
país pode ser condenada a até 14 anos de prisão.
Na manhã deste sábado, John McGuirk, porta-voz da "Save The 8th Campain", a campanha para
manter a legislação atual, reconheceu sua derrota. "Não há nenhuma possibilidade que o texto [sobre a
legalização do aborto] não seja adotado", declarou em entrevista à TV irlandesa.
A taxa de participação é uma das mais altas registradas em referendos no país. Ela pode ultrapassar
os 61% da consulta realizada em 2015 que levou à legalização do casamento entre pessoas do mesmo
sexo. Na capital Dublin, a escolha pelo "sim" se mostra imensa, com 77% dos votos, segundo o jornal
Irish Times.

Revogação da 8ª Emenda
O objetivo do referendo era perguntar aos eleitores se eles concordam ou não em revogar a antiga
legislação, conhecida como 8ª Emenda. Ela determina que o direito à vida do feto é igual ao direito à vida
da mãe.
Com a revogação, o Parlamento passa a poder legislar sobre o assunto. Caso isso ocorra, a nova
legislação permitiria o direito aborto até 12 semanas, por decisão da mulher e com autorização médica.
Na sexta-feira (25/05), o primeiro-ministro irlandês, Leo Varadkar, a favor da legalização do aborto,
convocou a população a votar, classificando o referendo de "oportunidade única em uma geração" e
avisando que não haverá outra consulta qualquer que seja o resultado.

51
RFI. ‘Sim’ vence em referendo sobre legalização do aborto na Irlanda. G1 Mundo. < https://g1.globo.com/mundo/noticia/sim-vence-em-referendo-sobre-legalizacao-
do-aborto-na-irlanda.ghtml?utm_source=twitter&utm_medium=social&utm_campaign=g1> Acesso em 28 de maio de 2018.

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Sexto referendo desde 1983
Desde a instauração da 8ª Emenda, em 1983, este é o sexto referendo sobre o aborto na Irlanda. A
diferença dessa vez é que é a primeira consulta pública que contesta e, de fato, pode reverter a 8ª
Emenda.
O aborto é uma questão polêmica neste país com uma população de mais de 78% de católicos. Mas
casos recentes de mulheres que morreram por causa de uma gravidez de risco acabaram influenciando
a opinião pública.
Além disso, houve a constatação de que milhares de mulheres realizam o procedimento ilegalmente,
enquanto outras milhares viajam a cada ano para o Reino Unido ou para outros países para poder realizar
um aborto legalmente – mais de 3,2 mil em 2016.

América Latina condena em peso reeleição de Maduro52

Brasil e 13 países da região não reconhecem eleição na Venezuela e convocam seus embaixadores
em Caracas. Itamaraty diz que pleito careceu de "legitimidade e credibilidade". EUA e países europeus
também rejeitam votação.
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, enfrentou condenação internacional nesta segunda-feira
(21/05) após ser reeleito para mais seis anos de mandato num pleito boicotado pela oposição, que
questionou sua legitimidade, e contestado por vários países, muitos latino-americanos.
O chamado Grupo de Lima, composto por 14 países das Américas, anunciou que não reconhece o
resultado da votação, por considerá-la ilegítima. Maduro venceu com 68% dos votos, mas praticamente
não teve adversários. A participação não chegou a 50% dos eleitores.
"[Os governos] não reconhecem a legitimidade do processo eleitoral que teve lugar na República
Bolivariana da Venezuela, concluído em 20 de maio passado, por não estar em conformidade com os
padrões internacionais de um processo democrático, livre, justo e transparente", diz a nota.
O grupo – do qual fazem parte Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala,
Guiana, Honduras, México, Panamá, Paraguai, Peru e Santa Lúcia – disse ainda que chamará para
consultas seus embaixadores em Caracas, além de convocar os representantes diplomáticos da
Venezuela em cada um dos países "para expressar seu protesto".
O bloco informou que se reunirá no Peru na primeira quinzena de junho para definir uma resposta
regional ao "aumento preocupante dos fluxos de venezuelanos que se veem obrigados a sair de seu
país", bem como ao impacto que essa situação acarreta sobre toda a região.
O texto ainda reitera preocupação com o "aprofundamento da crise política, econômica, social e
humanitária que deteriorou a vida na Venezuela", o que se reflete na "perda de instituições democráticas,
do Estado de Direito e na falta de garantias e liberdades políticas dos cidadãos".
O governo brasileiro emitiu um comunicado separado nesta segunda-feira reafirmando a posição do
Grupo de Lima e dizendo "lamentar profundamente" que Caracas não tenha atendido aos repetidos
chamados da comunidade internacional "pela realização de eleições livres, justas, transparentes e
democráticas".
"Nas condições em que ocorreu – com numerosos presos políticos, partidos e lideranças políticas
inabilitados, sem observação internacional independente e em contexto de absoluta falta de separação
entre os poderes –, o pleito careceu de legitimidade e credibilidade", diz a nota.
O texto acrescenta que as eleições deste domingo "aprofundam a crise política no país, pois reforçam
o caráter autoritário do regime, dificultam a necessária reconciliação nacional e contribuem para agravar
a situação econômica, social e humanitária que aflige o povo venezuelano".
O governo da Argentina, por sua vez, também condenou o processo eleitoral venezuelano, destacando
que o pleito "não foi democrático nem será reconhecido" pela maior parte da comunidade internacional.
"A Venezuela deve convocar eleições livres e democráticas e com a participação de todos os atores,
incluindo os líderes da oposição presos ou no exílio", afirmou o ministro argentino do Exterior, Jorge
Faurie, pedindo ainda a Maduro que "ouça o grito do povo venezuelano".

Críticas também de Europa e EUA


Países europeus também se uniram à onda de condenações às eleições venezuelanas. Antes do
pleito, a União Europeia (UE) havia pedido a suspensão da votação, convocada de forma antecipada pela
Assembleia Nacional Constituinte, um parlamento dominado pelo chavismo.
O governo da Espanha, um crítico do regime de Maduro, declarou que o processo eleitoral na
Venezuela "não respeitou os padrões democráticos mais básicos". "A Espanha e seus parceiros europeus
52
DW. América Latina condena em preso reeleição de Maduro. DW América Latina. <http://www.dw.com/pt-br/am%C3%A9rica-latina-condena-em-peso-
reelei%C3%A7%C3%A3o-de-maduro/a-43869715> Acesso em 22 de maio de 2018.

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estudarão medidas adequadas e continuarão trabalhando para aliviar o sofrimento dos venezuelanos",
disse o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy.
Em declaração semelhante, o ministro do Exterior da Alemanha, Heiko Maas, afirmou que "não houve
eleições livres, justas e transparentes, as quais o povo venezuelano merecia".
"Condenamos a intimidação a que foi submetida a oposição e que começou com a destituição do
Parlamento", disse o chefe da diplomacia alemã em Buenos Aires, onde participa de uma reunião de
ministros do G20.
O pleito também foi condenado pelos Estados Unidos, que no domingo anteciparam que não
reconheceriam o vencedor. O vice-secretário de Estado, John Sullivan, disse inclusive que Washington
está considerando impor sanções ao petróleo da Venezuela.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, por sua vez, classificou a votação de "fraudulenta"
e disse que ela "não mudará nada" no cenário do país latino-americano.
Maduro foi reeleito nesta segunda-feira para mais seis anos de mandato, após receber quase 6 milhões
de votos, segundo o Conselho Nacional Eleitoral, contra 1,8 milhão de seu principal adversário, o
dissidente chavista Henri Falcón – que furou o boicote da oposição ao registrar sua candidatura.
A eleição de domingo foi marcada por uma abstenção recorde – dados oficiais colocam a participação
eleitoral em 46% – e denúncias de fraude. Políticos da oposição acusam o governo de ter coagido os
venezuelanos a votar em Maduro em troca de recompensas.

Confrontos em Gaza deixam mais de 50 mortos no dia em que EUA inauguram embaixada em
Jerusalém53

Donald Trump cumpre polêmica promessa de mudar representação diplomática no dia em que Israel
completa 70 anos. Confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza deixaram mais de 50 palestinos mortos.
Os Estados Unidos inauguraram sua embaixada em Jerusalém nesta segunda-feira (14/05), dia em
que o Estado de Israel completa 70 anos e em que confrontos na fronteira com a Faixa de Gaza deixaram
dezenas de mortos.
Os palestinos protestam na fronteira desde o dia 30 de março, na chamada Grande Marcha do Retorno,
que evoca o direito dos palestinos de voltarem para os locais de onde foram removidos após a criação do
Estado de Israel, em 1948. Nesta segunda, ainda protestam contra a inauguração da representação
diplomática dos EUA em Jerusalém.
Até as 19h30, pela hora de Brasília, havia 58 mortos, segundo autoridades palestinas. O Ministério da
Saúde palestino informou ao jornal "Haaretz" que há mais de 2200 feridos. De acordo com o embaixador
palestino na ONU, entre os mortos há 8 crianças com menos de 16 anos.
O premiê israelense Benjamin Netanyahu defendeu o uso da força na Faixa de Gaza: “Todo país tem
a obrigação de defender o seu território. A organização terrorista Hamas proclama a sua intenção de
destruir Israel e envia com esse fim milhares de pessoas para forçar a fronteira”, disse pelo Twitter
reiterando que Israel segue atuando “com determinação” para impedir isso.
A Casa Branca também culpou o Hamas pela violência e afirmou que Israel tem o direito de se
defender.
Houve ainda protestos do lado de fora do prédio em que passa a funcionar a embaixada americana. A
polícia tentou conter e afastar os manifestantes, e 14 pessoas foram detidas.
A cerimônia de abertura foi conduzida pelo embaixador americano em Israel, David Friedman.
Em uma mensagem gravada em vídeo, o presidente Donald Trump disse que era necessário "admitir
o óbvio": que a capital de Israel é Jesusalém. Também afirmou que os EUA estão comprometidos com a
paz na região.
"Os EUA continuam totalmente comprometidos em facilitar um acordo de paz duradouro. Os EUA
sempre serão um grande amigo de Israel e um parceiro na causa da liberdade e da paz", disse Trump.
O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, disse que estava "profundamente emocionado e
profundamente grato".
"Que dia glorioso. Lembrem este dia. Que dia histórico!", afirmou.
"Este é um momento histórico. Presidente Trump, ao reconhecer o que pertence à história, você fez
história", disse Netanyahu.
Entre as personalidades israelenses também estavam presentes o presidente de Israel, Reuven Rivlin,
e o prefeito de Jerusalém, Nir Barkat. Entre a delegação americana, Ivanka Trump e Jared Kushner, filha
e genro e conselheiros do presidente americano, e Steven Mnuchin, secretário de Tesouro dos EUA.

53
G1. Confrontos em Gaza deixam mais de 50 mortos no dia em que EUA inauguram embaixada em Jerusalém. G1 Mundo. <https://g1.globo.com/mundo/noticia/eua-
inauguram-sua-embaixada-em-jerusalem.ghtml> Acesso em 15 de maio de 2018.

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A nova embaixada está no bairro de Arnona, em Jerusalém Ocidental, num prédio construído em 2010.
Parte do terreno era considerada, até a Guerra dos Seis Dias (1967), terra de ninguém.
Em uma primeira fase, a embaixada ficará dentro da seção de vistos do consulado-geral dos EUA em
Jerusalém. O imóvel sofreu adaptações para receber o embaixador David Friedman e sua equipe. Em
até um ano, um novo anexo será construído para ampliar o espaço da embaixada. O objetivo é construir
uma sede própria para a representação diplomática em até dez anos.

Confrontos em Gaza
Na fronteira com a Faixa de Gaza, milhares de palestinos se reuniram em diversos pontos e pequenos
grupos se aproximaram da cerca de segurança vigiada por soldados israelenses. Os grupos tentaram
avançar contra a barreira e lançaram pedras na direção dos soldados, que responderam com tiros.
Após os confrontos, o Exército de Israel anunciou que lançou bombardeios contra alvos do Hamas, o
movimento islâmico palestino que governa a Faixa de Gaza. "Os aviões atacaram os postos militares do
Hamas perto de Jabalia, depois que as tropas receberam disparos vindos do norte da Faixa. Nenhum
soldado ficou ferido", indicou o exército em comunicado.

Reação internacional
A Autoridade Palestina acusou Israel de cometer um "massacre horrível" na fronteira. A Anistia
Internacional pediu a Israel o fim da "abominável violação" dos direitos humanos na Faixa de Gaza. A
OLP (Organização para a Libertação da Palestina) anunciou uma greve geral nos territórios palestinos
para esta terça, em luto pelo "martírio" na Faixa de Gaza.
O alto comissário para os Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, reagiu sobre os
confrontos em Gaza dizendo: "A morte chocante de dezenas de pessoas e os centenas de feridos por
tiros de munição real em Gaza devem parar imediatamente, e os autores dessas violações flagrantes dos
direitos humanos devem ser responsabilizados".
A União Europeia pediu "máxima moderação" depois das mortes em Gaza. O presidente da França,
Emmanuel Macron, condenou a violência das forças armadas israelenses contra os manifestantes
palestinos durante conversas por telefone com o presidente palestino Mahmoud Abbas e o rei Abudllah
da Jordânia.
O governo da África do Sul retirou até segunda ordem seu embaixador de Israel e o governo da Turquia
chamou para consultas seus embaixadores em Tel Aviv e Washington.
Os países árabes solicitaram, através do Kuwait, uma reunião de urgência do Conselho de Segurança
da ONU, que deve ser realizada na terça-feira.

Decisão polêmica
A decisão de Trump de reconhecer Jerusalém como a capital de Israel e de transferir a representação
diplomática de Tel Aviv para essa cidade é muito polêmica e foi criticada pela União Europeia e por países
árabes porque rompe com o consenso internacional de não reconhecer a cidade como capital da Palestina
ou de Israel até que um acordo de paz seja firmado entre as duas partes.
A liderança da Autoridade Palestina se recusa a conversar com os representantes do governo Trump
desde o anúncio da transferência da embaixada, nem sequer com o genro do presidente, Jared Kushner,
que havia sido designado para estimular o processo de paz.
Nesta segunda, o governo do Reino Unido ressaltou seu desacordo em relação à transferência da
embaixada americana e deixou claro que a delegação britânica continuará em Tel Aviv.
A Rússia expressou o temor de que a tensão aumente em toda a região do Oriente Médio. O Líbano
classificou a mudança como uma "nova catástrofe" para os palestinos.
O Irã condenou a mudança da embaixada e advertiu que esta medida só fortalecerá "a determinação
da nação palestina oprimida para resistir à ocupação" de Israel.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse estar "profundamente preocupado" e pediu uma
"necessária contenção" perante as notícias sobre a morte de um "número significativo" de pessoas.

Entenda a disputa
No conflito entre Israel e palestinos, o status diplomático de Jerusalém, cidade que abriga locais
sagrados para judeus, cristãos e muçulmanos, é uma das questões mais polêmicas e ponto crucial nas
negociações de paz.
Israel considera Jerusalém sua capital eterna e indivisível. Mas os palestinos reivindicam parte da
cidade (Jerusalém Oriental) como capital de seu futuro Estado.

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Apesar de apelos por parte de líderes árabes e europeus, e de advertências que a decisão poderia
desencadear uma onda de protestos e violência, Trump resolveu adotar uma nova abordagem sobre o
tema, considerando que mesmo com a postura anterior dos EUA, a paz na região até hoje não foi atingida.
Atualmente, a maioria dos países mantém suas embaixadas em Tel Aviv, justamente pela falta de
consenso na comunidade internacional sobre o status de Jerusalém. A posição da maior parte da
comunidade internacional é a de que o status de Jerusalém deve ser decidido em negociações de paz.

Trump anuncia saída dos EUA do acordo nuclear com Irã54

Irã afirma que se prepara para voltar a enriquecer urânio, mas que vai conversar com outros signatários
do pacto.
WASHINGTON - O presidente americano, Donald Trump, cumpriu hoje mais uma promessa de
campanha e anunciou que vai retirar os Estados Unidos do Acordo nuclear com o Irã. Assim, indicou que
as sanções contra Teerã que foram abandonadas em troca do fim do programa militar do país começam
a ser retomadas. Firmado em 2015 pelo presidente Barack Obama, França, Alemanha, Reino Unido,
Rússia e China, o acordo segue agora com várias incertezas sobre sua validade sem a maior potência
militar do planeta.
— Eu anuncio hoje que os Estados Unidos estão abandonando o acordo nuclear com o Irã — disse
Trump. — Depois dessas consultas, fica claro para mim que não podemos impedir que o Irã obtenha uma
bomba nuclear com a deteriorada e podre estrutura do atual acordo.
O presidente anunciou que, em seguida, assinaria um decreto retomando as sanções contra o Irã “no
mais alto nível”. O presidente americano afirmou, sem dar provas, que, mesmo com o acordo, Teerã
continuou construindo armas nucleares. De acordo com Trump, este acordo “era uma grande ficção”.
Trump afirmou que o Irã é um país que desestabiliza o Oriente Médio, apoiando grupos como Hezbollah
e Hamas. Ele afirmou que este “terrível” acordo deu ao regime iraniano, que promove o terror, “bilhões
de dólares”.
— O Irã é o maior exportador de terror do mundo — disse Trump. — Este acordo nunca trouxe calma,
nunca trouxe a paz.
Trump sempre criticou o acordo, firmado por Barack Obama. Por diversas vezes, disse que esse era
“o pior acordo já celebrado” pelos EUA. O presidente americano afirmou que o acordo tratava apenas da
situação nuclear, sem envolver temas como mísseis e outros armamentos convencionais iranianos e o
apoio iraniano a Bashar al-Assad, o ditador sírio. O fim das sanções ao Irã também iniciou uma redesenho
de forças no mundo árabe, com a Arábia Saudita temendo perder influência na região.
Na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que Trump
abandonasse o acordo, afirmando ter provas de que Teerã mentira sobre seu programa de armas
nucleares. Trump utilizou essa informação eu seu discurso para afirmar que o Irã poderia produzir a
bomba no futuro, quando acabaram algumas das restrições a seu programa de enriquecimento de urânio.
O entorno de Trump na Casa Branca também é majoritariamente contra o acordo. Mike Pompeo,
secretário de Estado, publicou uma nota minutos após a decisão de Trump. De acordo com o chefe da
diplomacia americana — que sempre foi contra o tratado — haverá agora uma ação conjunta com os
aliados europeus para encontrar uma "solução abrangente e duradoura" para a situação iraniana:
"Temos um interesse comum com nossos aliados na Europa e em todo o mundo para impedir que o
Irã desenvolva uma arma nuclear. Mas nosso esforço é mais amplo do que apenas a ameaça nuclear e
trabalharemos em conjunto com parceiros para eliminar a ameaça do programa de mísseis balísticos do
Irã; deter suas atividades terroristas em todo o mundo; e bloquear sua atividade ameaçadora em todo o
Oriente Médio e além", informou na nota.

'CURTO PERÍODO'
Os europeus, contudo, indicam que podem manter o acordo com os iranianos mesmo sem os
EUA. França, Alemanha e Reino Unido lamentaram a decisão dos Estados Unidos minutos depois do
anúncio, enquanto Israel apoiou a medida. O presidente francês, Emmanuel Macron, esteve em
Washington no mês passado na tentativa de convencer Trump a permanecer no acordo. Após o encontro
com o republicano, o presidente francês defendeu a implementação de uma reforma do pacto, o que tem
sido defendido pelos europeus.
O presidente do Irã, Hassan Rouhani, por sua vez, disse que há "um curto período" para negociar o
acordo nuclear com as outras potências. Segundo ele, os Estados Unidos "nunca respeitaram" o tratado.

54
BATISTA, G. H. Trump anuncia saída dos EUA do acordo nuclear com o Irã. O Globo. Mundo. <https://oglobo.globo.com/mundo/trump-anuncia-saida-dos-eua-do-
acordo-nuclear-com-ira-22663972> Acesso em 09 de maio de 2018.

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— Ordenei à Organização de Energia Atômica do Irã para estar pronta para começar a enriquecer
urânio em níveis industriais. Vamos esperar algumas semanas e conversar com nossos aliados e com os
comprometidos com o acordo. Tudo dependerá de nossos interesses nacionais — disse Rouhani. — De
agora em diante, é um acordo entre o Irã e cinco países.
Rouhani classificou o anúncio como sendo "uma guerra psicológica", e que não deixaria Trump vencer.
De acordo com o presidente iraniano, Teerã vai esperar para ver como os demais signatários reagem.
— Se chegarmos à conclusão de que com a cooperação com os cinco países podemos manter o que
queremos, então o acordo continuará — disse Rouhani.
Teerã passou os últimos dias ameaçando os Estados Unidos caso Trump decida pela saída dos
americanos do tratado. No pronunciamento, Trump aproveitou para ameaçar Teerã, caso o regime
iraniano continue ameaçando os EUA:
— Se o regime continuar com sua aspiração nuclear, terá problemas maiores dos que jamais teve —
disse o republicano.

PERÍODO DE AJUSTE PARA EMPRESAS


Haverá um período de 90 a 180 dias para que empresas americanas com contratos com o Irã se
ajustem à decisão americana, informou o conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, John Bolton.
— Na zona econômica coberta pelas sanções, novos contratos não serão permitidos — disse. —O
Tesouro vai anunciar os prazos (de ajuste para contratos existentes). Alguns vão se estender por seis
meses. Outros por 90 dias.
Trump tinha até dia 12 de maio para informar ao Congresso americano seu posicionamento sobre o
pacto. O histórico acordo teve como objetivo encerrar as pretensões do Irã de desenvolver armas
nucleares em troca do fim das sanções econômicas que os países ocidentais aplicavam a Teerã. Desde
sua campanha presidencial em 2016, Trump sempre criticou o acordo, firmado por Obama.
Ainda que a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU, tenha atestado mais de
uma vez, ao longo da implementação do pacto, que o governo iraniano está cumprindo a sua parte, o
republicano critica o fato de o documento estar circunscrito ao programa nuclear do Irã, sem incluir um
corte no equipamento bélico convencional, sobretudo mísseis. Além disso, o americano sustenta que,
após o prazo que proíbe a construção de instalações nucleares por 15 anos, o Irã retomará tais projetos.
Na semana passada, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, pediu que Trump
abandonasse o acordo, afirmando ter provas de que Teerã não havia abandonado o programa de bombas
nucleares. O entorno de Trump na Casa Branca também é majoritariamente contra o acordo.
A decisão de Trump já era esperada, e, antes de seu anúncio, a especulação em torno do
posicionamento americano gerou uma série de reações na Europa a favor da manutenção do pacto. A
União Europeia manifestou seu apoio para que "todas as partes" continuem aplicando o acordo nuclear
com o Irã durante uma reunião com o vice-chanceler iraniano. De acordo com a diplomacia do bloco, a
UE aproveita "essa oportunidade para reiterar seu apoio à aplicação plena e efetiva do acordo por todas
as partes".
Uma fonte do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que era importante manter as
conversas nos próximos dias, para evitar uma "escalda descontrolada" depois do anúncio de Trump sobre
sua decisão. A reunião de Bruxelas foi parte de um "trabalho intensivo" para tentar manter o acordo
nuclear de 2015, que suspendeu as sanções em troca do compromisso do Irã de encerrar seu programa
nuclear, inclusive se os Estados Unidos abandonarem o acordo, disse a fonte alemã.
— Durante semanas, estivemos em estreito contato com parceiros dos três países em particular, desde
o nível de mesas de trabalho até o dos ministros das Relações Exteriores — disse a fonte alemã.

Novo presidente tem que avançar reformas em Cuba55

A confirmação de Miguel Díaz-Canel como novo presidente de Cuba sinaliza bem mais que o fim da
era dos irmãos Castro no comando do regime comunista. Candidato único, o engenheiro de 57 anos, que
ocupava a vice-presidência do Conselho de Estado, foi eleito pelos 604 delegados da Assembleia
Nacional de Cuba. Será o primeiro líder que não fez parte da geração que participou da revolução a
comandar o país. Muitos o veem como um sopro de renovação, que pode acelerar o processo de abertura
ensaiado desde as negociações com o ex-presidente americano Barack Obama, que resultaram na
reaproximação dos dois países, inimigos históricos.
Considerada um dos legados positivos de Obama, a iniciativa de mudar as relações diplomáticas entre
as duas nações começou em 2015, partindo da evidência incontornável de que o embargo econômico
55
O GLOBO. Novo presidente tem que avançar reformas em Cuba. O Globo. Disponível em: <https://oglobo.globo.com/opiniao/novo-presidente-tem-que-avancar-
reformas-em-cuba-22610942> Acesso em 20 de abril de 2018.

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imposto a Cuba não alcançou o objetivo de asfixiar a ditadura dos irmãos Castro. Também pesou a
demanda do setor privado americano, interessado em retomar relações comerciais e estabelecer
negócios com a Ilha. A histórica visita do então presidente americano, em março de 2016, concretizou o
acordo, com a exigência de abertura política como contrapartida.
Parte da comunidade cubana — especialmente as gerações mais velhas — que migrou para os
Estados Unidos após a revolução de 1959 e setores conservadores do Congresso americano criticaram
a reaproximação, acusando Obama de referendar uma ditadura, além de demonstrar fraqueza. Não foi,
portanto, uma surpresa que, após a vitória de Donald Trump, Washington voltasse a impor restrições.
Neste momento, o processo de reaproximação encontra-se paralisado.
As opiniões se dividem sobre Díaz-Canel. Alguns o veem como um reformista que fará avançar as
ainda tímidas mudanças iniciadas por Raúl Castro na esteira do acordo com Obama; outros temem que
ele seja apenas mais um burocrata linha-dura. Em seu discurso de posse, o novo presidente cubano
afirmou que “o mandato dado pelo povo a esta legislatura é dar continuidade à Revolução Cubana em
um momento histórico crucial, que estará marcado por tudo o que devemos avançar na atualização do
modelo econômico”.
Trump poderia aproveitar a oportunidade histórica e se aproximar do novo presidente cubano, para
construir em cima do acordo Obama-Raúl Castro. Até agora, porém, ele tem evitado sinalizar o acerto do
rival democrata.
Seja como for, Díaz-Canel enfrentará muitos desafios, como a atual animosidade de Washington e a
sombra de Raúl Castro, que ocupará a secretaria-geral do Partido Comunista de Cuba.

Guerra comercial de Trump acelera acordo entre União Europeia e Mercosul56

As negociações se arrastam desde o ano 2000. E o que parecia impossível em alguns momentos está
prestes a se concretizar: um acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia.
O empurrão final para o acordo está sendo dado pela política comercial belicosa do presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump.
Os negociadores brasileiros perceberam que desde a eleição de Trump houve uma mudança de tom
do lado europeu, com maior empenho para se chegar a um acordo com o Mercosul.
Mais ainda depois que Trump saiu do discurso para a prática de impor restrições comerciais aos seus
parceiros.
A expectativa é de que o acordo Mercosul-União Europeia seja fechado ainda no primeiro semestre.
Uma nova rodada de negociação está sendo organizada para abril, em local ainda a ser definido.
O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Ronaldo
Costa, diz que em princípio haverá uma reunião técnica, seguida de uma reunião em nível ministerial.
Ele resume assim o clima de negociação: "Em 14 anos envolvidos nessa negociação, nunca estive tão
otimista".
Para o Brasil, o acordo será importante sob dois aspectos:
- No curto prazo, amplia o acesso ao mercado europeu para os nossos produtos agrícolas.
- No médio prazo, vai ampliar investimentos na área industrial, onde, segundo Ronaldo Costa, o Brasil
tem a ganhar com aumento de produtividade, seja por aumento de escala de produção das nossas
indústrias, seja pela incorporação de novas tecnologias.
As negociações começaram no ano 2000, ainda no governo Fernando Henrique. Ficaram praticamente
congeladas de 2003 a 2010 no governo Lula. Foram retomadas ainda no governo Dilma Rousseff e
ganharam impulso no governo Temer.
Do lado do Mercosul, o ambiente de negociação foi favorecido com a eleição de Maurício Macri na
Argentina, francamente favorável a maior abertura da economia argentina.
Os quatro países do bloco (além de Brasil e Argentina, Uruguai e Paraguai) estão alinhados na
negociação.
A União Europeia, que já vinha se empenhando em fechar o acordo nos últimos anos, recebeu o
impulso adicional da tormenta causada por Donald Trump com sua guerra comercial.

Por que há uma guerra na Síria: 10 perguntas para entender o conflito, das origens às novas
frentes de batalha57

56
JOÃO BORGES. Guerra Comercial de Trump acelera acordo entre União Europeia e Mercosul. G1. Economia. Disponível em:
<https://g1.globo.com/economia/blog/joao-borges/post/guerra-comercial-de-trump-acelera-acordo-entre-uniao-europeia-e-mercosul.ghtml> Acesso em 03 de abril de
2017.
57
BBC BRASIL. Por que há uma guerra na Síria: 10 perguntas para entender o conflito, das origens às novas frentes de batalha. BBC Brasil. Disponível em:
<http://www.bbc.com/portuguese/internacional-43204513> Acesso em 05 de março de 2018.

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Em meio ao recrudescimento dos conflitos nos arredores de Damasco, capital da Síria, autoridades
externas anunciaram uma "pausa humanitária" diária para permitir a fuga de civis do enclave rebelde de
Ghouta Oriental, alvo de duros ataques na última semana.
A oposição síria acusa forças leais ao governo de usarem gás cloro (de poder tóxico) e bombardeios
aéreos contra a população de Ghouta, apesar de um cessar-fogo negociado na ONU no sábado passado.
Segundo estimativas do Centro Sírio de Pesquisas Políticas (SCPR, na sigla em inglês), 470 mil
pessoas já morreram desde o início da guerra civil síria, em 2011.
Outras 5 milhões já deixaram o país, calcula o Alto Comissariado das Nações Unidas para os
Refugiados (Acnur).
A seguir, dez perguntas e respostas sobre o conflito:

1. O que está acontecendo em Ghouta Oriental?


No último mês, o governo sírio e seus aliados intensificaram as ofensivas contra territórios controlados
por grupos islâmicos e jihadistas, incluindo Ghouta Oriental, que é controlada pela oposição desde 2012.
O bastião rebelde perto de Damasco sofreu ao menos cinco dias consecutivos de bombardeios, que
deixaram mais de 560 civis mortos.
Segundo a ONU, impressionantes 76% das residências de Ghouta Oriental foram devastadas, e boa
parte dos 400 mil moradores do enclave se mudou para abrigos subterrâneos.
No domingo, uma criança morreu e outras 13 pessoas apresentaram sintomas - como dificuldades em
respirar e tonturas - consistentes com os de um ataque de gás cloro, algo que o governo nega.
Não se trata da primeira acusação do tipo. Em agosto de 2013, o governo sírio foi acusado por
potências ocidentais de disparar foguetes de sarin (composto químico que age no sistema nervoso) em
Ghouta, Damasco, matando centenas de pessoas.
O presidente sírio, Bashar al-Assad, negou a acusação e culpou os rebeldes, mas concordou em
destruir o arsenal químico da Síria. Apesar disso, a Organização pela Proibição de Armas Químicas
continuou a reportar o uso de produtos químicos tóxicos em ataques no país.
A região vive também uma crise humanitária. Há restrição à entrada de ajuda humanitária, e produtos
alimentícios básicos, como pão e arroz, estão sob forte pressão inflacionária. A desnutrição infantil
alcançou níveis sem precedentes: 11,9% das crianças com menos de cinco anos estão subnutridas.

2. Qual foi a reação internacional?


No sábado, a ONU aprovou uma resolução de um cessar-fogo de 30 dias na região, o qual foi
rapidamente descumprido - há relatos de que ao menos 20 pessoas (entre elas sete crianças) tenham
sido mortas em Ghouta nesta segunda-feira.
Ante grande pressão internacional, o governo russo - importante aliado de Bashar al-Assad - afirmou
que vai permitir uma "pausa humanitária" nos bombardeios sobre Ghouta, onde moram centenas de
milhares de pessoas.
O plano prevê que, durante cinco horas por dia, a partir desta terça, não haverá ataques, permitindo
aos civis que escapem dali por meio de corredores humanitários comandados por organizações não
governamentais.
O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, disse que um cessar-fogo tem de ser implementado
imediatamente, advertindo que "Ghouta Oriental não pode esperar. Já passou da hora de interromper
esse inferno na Terra".
Mas o chanceler russo, Sergei Lavrov, afirmou que a trégua definida nos termos da ONU só será
colocada em prática "quando todos os lados do conflito concordarem em como implementá-la".

3. Qual o papel de Moscou nessas negociações?


O fato de o presidente Vladimir Putin ter informado sobre os últimos desdobramentos da guerra civil
síria confirma que é a Rússia quem está comandando as ofensivas, e não o governo sírio.
Moscou é o principal pilar de sustentação do regime Assad e também importante ator militar no
enfrentamento contra rebeldes sírios.
Tanto que o governo russo afirmou que pretende continuar a alvejar grupos jihadistas sírios, a despeito
da "pausa humanitária" e da pressão por um cessar-fogo.

4. Quais os rumos da guerra?


A guerra civil, que se estende há quase sete anos, se intensificou no último mês, em uma tentativa de
Damasco e seus aliados de sufocarem os grupos de oposição. Estima-se que hoje jihadistas controlem
apenas 3% do território sírio.

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A avaliação de alguns analistas é de que a essência do conflito - o levante contra Assad que evoluiu
para uma guerra civil - talvez esteja perto do fim, uma vez que os rebeldes perderam território e apoio
externo. E o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, que chegou a controlar parte importante
da Síria e do Iraque, também foi derrotado na maioria dos locais, ainda que não totalmente eliminados.
No entanto, além do esgotamento por parte das próprias tropas governamentais, há ainda diferentes
frentes de batalha em curso na Síria.
Um exemplo é Afrin, no noroeste do país, que sofreu intensos bombardeios turcos em janeiro - o
objetivo da Turquia é conter a minoria curda do local. E, na fronteira sudoeste, Israel tem enfrentado
diretamente forças iranianas e sírias, em mais uma evidência de como o conflito sírio evoluiu para uma
"guerra por procuração" entre atores internacionais adversários entre si.

5. Qual era a situação na Síria antes da guerra - e o que levou ao conflito?


Antes do início do conflito, em 2011, muitos sírios se queixavam de um alto nível de desemprego,
corrupção em larga escala, falta de liberdade política e repressão pelo governo Bashar al-Assad - que
havia sucedido seu pai, Hafez, em 2000.
Em março de 2011, adolescentes que haviam pintado mensagens revolucionárias no muro de uma
escola na cidade de Deraa, no sul do país, foram presos e torturados pelas forças de segurança.
O fato provocou protestos por mais liberdades no país, inspirados na Primavera Árabe - manifestações
populares que naquele momento se estendiam pelos países árabes.
Quando as forças de segurança sírias abriram fogo contra os ativistas - matando vários deles -, as
tensões se elevaram e mais gente saiu às ruas. Os manifestantes pediam a saída de Assad.
A resposta do governo foi sufocar as divergências, o que reforçou a determinação dos manifestantes.
No fim de julho de 2011, centenas de milhares saíram às ruas em todo o país exigindo a saída de Assad.

6. Como começou a guerra civil?


À medida que os levantes da oposição aumentavam, a resposta violenta do regime se intensificava.
Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegar em armas - primeiro para se defender e depois
para expulsar as forças de segurança de suas regiões.
Assad prometeu "esmagar" o que chamou de "terrorismo apoiado por estrangeiros" e restaurar o
controle do Estado.
A violência rapidamente aumentou no país: grupos rebeldes se reuniram em centenas de brigadas
para combater as forças oficiais e retomar o controle das cidades e vilarejos.
Em 2012, os enfrentamentos chegaram à capital, Damasco, e à segunda cidade do país, Aleppo.
O conflito já havia, então, se transformado em mais que uma batalha entre aqueles que apoiavam
Assad e os que se opunham a ele - adquiriu contornos de guerra sectária entre a maioria sunita do país
e xiitas alauítas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.
Isso arrastou as potências regionais e internacionais para o conflito, conferindo-lhe outra dimensão.
Em junho de 2013, as Nações Unidas informaram que o saldo de mortos já chegava a 90 mil pessoas.

7. Quem lutou contra quem?


A rebelião armada oposicionista mudou significativamente ao longo do conflito. Uma oposição
moderada secular foi superada por radicais e jihadistas - partidários da "guerra santa" islâmica. Entre eles
estão o autointitulado Estado Islâmico e a Frente Nusra, afiliada à al-Qaeda.
Os combatentes do EI - cujas táticas brutais chocaram o mundo - criaram uma "guerra dentro da
guerra", enfrentando tanto os rebeldes da oposição moderada síria quanto os jihadistas da Frente Nusra.
Hoje praticamente subjulgados em termos territoriais, os combatentes do EI continuam, no entanto, a
promover ataques mais esporádicos.
Também combatem o Exército curdo, um dos grupos que os Estados Unidos chegaram a apoiar no
norte da Síria, com bombardeios aéreos.
Já a Rússia lançou em 2015 uma campanha aérea com o fim de "estabilizar" o governo sírio após uma
série de derrotas para a oposição.
A intervenção russa possibilitou vitórias significativas das forças sírias. A maior delas foi a retomada
da cidade de Aleppo, um dos principais redutos dos grupos de oposição, em dezembro de 2016.

8. Qual é o envolvimento das potências internacionais?


Na era Obama, os Estados Unidos culpavam Assad pela maior parte das atrocidades cometidas no
conflito e exigiam que ele deixasse o poder como precondição para a paz.
O atual governo Trump, por sua vez, dizia que derrubar o presidente sírio não era uma prioridade, mas
sim derrotar o Estado Islâmico - e que Assad era um aliado nessa batalha. Após um devastador ataque

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químico em 2017, porém, esse discurso mudou, e os EUA chegaram a realizar bombardeios em apoio à
oposição.
Mas o grande ator na guerra síria é a Rússia, que apoia a permanência de Assad no poder, algo crucial
para defender os interesses de Moscou no país.
O Irã, de maioria xiita, também é aliado próximo de Bashar al-Assad. A Síria é o principal ponto de
trânsito de armamentos que Teerã envia para o movimento Hezbollah no Líbano - a milícia também enviou
milhares de combatentes para apoiar as forças sírias.
Estima-se que os iranianos já tenham desembolsado bilhões de dólares para fortalecer as forças sírias,
provendo assessores militares, armas, crédito e petróleo.
Contrapondo-se à influência do Irã, a Arábia Saudita, principal rival de Teerã na região, tem enviado
importante ajuda militar para os rebeldes, inclusive para grupos radicais.
Outro aliado dos rebeldes sírios, a Turquia também buscou limitar o apoio dos EUA às forças curdas,
que acusam de apoiar rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).

9. Por que a guerra está durando tanto?


Um fator-chave é a intervenção de potências regionais e internacionais.
O apoio militar, financeiro e político externo tanto para o governo quanto para a oposição tem
contribuído diretamente para a continuidade e intensificação dos enfrentamentos, e transformado a Síria
em campo para uma guerra indireta - ou "guerra por procuração".
A intervenção externa também é responsabilizada por fomentar o sectarismo no que costumava ser
um Estado até então secular (imparcial em relação às questões religiosas).
As divisões entre a maioria sunita e a minoria alauita no poder alimentou atrocidades de ambas as
partes, não apenas causando a perda de vidas, mas a destruição de comunidades, afastando a esperança
de uma solução pacífica.
A escalada de terror causada por grupos jihadistas como o EI - que aproveitou a fragilidade do país
para tomar o controle de vastas partes de território no norte e leste - acrescentou outra dimensão ao
conflito.

10. Qual é o impacto da guerra?


O Centro Sírio para Pesquisa de Políticas calcula que o conflito já tenha causado a morte de mais de
470 mil pessoas, ainda que não haja cifras totalmente confiáveis a respeito.
Segundo a ONU, mais de 5 milhões de pessoas fugiram do país, em sua maioria mulheres e crianças,
e metade da população foi de alguma forma deslocada pela guerra.
O êxodo de refugiados, um dos maiores da história recente, colocou sob pressão os países vizinhos -
Líbano, Jordânia e Turquia.
Cerca de 10% deles buscam asilo na Europa, provocando divisões entre os países do bloco europeu
sobre como dividir essas responsabilidades.
E as estatísticas terríveis não param por aí.
A ONU disse que são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a 13,5 milhões de
pessoas no país - incluindo 6 milhões de crianças.
Além disso, estimativas do ano passado apontavam que 70% da população não tinha acesso a água
potável, uma em cada três pessoas não conseguia suprir as necessidades alimentares básicas, mais de
2 milhões de crianças não iam à escola e uma em cada cinco indivíduos vivia na pobreza.
As partes em conflito têm complicado ainda mais a situação ao recusar o acesso das agências
humanitárias aos necessitados.

Questões

01. (Câmara Municipal de São José dos Campos/SP – Técnico Legislativo – VUNESP-2018) O
país tem um novo leque de armas com capacidade nuclear, incluindo um míssil balístico intercontinental
que torna os sistemas de defesa “inúteis”, anunciou o presidente nesta quinta-feira (1° de março). Esse
míssil tem um alcance mais longo do que qualquer outro e pode atingir praticamente qualquer alvo no
mundo, enfatizou.
(G1, 01.03.2018. Disponível em: <https://goo.gl/tV6uMW> . Adaptado)

A notícia faz referência


(A) aos EUA
(B) à Coreia do Norte
(C) à China

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(D) à Rússia
(E) ao Irã

02. (TJ/SP – Escrevente Técnico Judiciário – VUNESP) A crise atual entre os EUA e a Coreia do
Norte se intensificou em 8 de abril, quando, após um teste de míssil frustrado pela Coreia do Norte,
Trump disse ter enviado uma “armada muito poderosa” para a península coreana, uma referência ao
porta-aviões USS Carl Vinson e a um grupo tático.
(Disponível em: <https://goo.gl/20hQJx>. Adaptado)
Entre as reações da Coreia do Norte a essa ação norte-americana, é correto identificar
(A) a decisão de interromper o programa nuclear, o convite público a agentes de inspeção da ONU e
a aproximação com os países vizinhos.
(B) a ruptura com a moderada e conciliatória China, a ameaça de invasão da Coreia do Sul e a
hostilização do Japão.
(C) o seu desligamento da ONU, a expulsão dos diplomatas dos países ocidentais e a aliança com
outros países comunistas.
(D) o pedido de intermediação da China, o recurso à ONU para negociação e o aceno aos EUA com
uma proposta de acordo.
(E) a exibição pública do seu arsenal militar, a realização de novos testes de mísseis e a ameaça de
um ataque nuclear preventivo.

03. (Banco da Amazônia – Técnico Bancário – CESGRANRIO-2018) Mais de 12 mil pessoas já


fugiram de Hamouria, cidade reduto rebelde de Ghouta Oriental, região nos arredores de Damasco que
se encontra cercada pelas forças do governo sírio. O regime cada vez avança mais dentro do território.
Homens, mulheres e crianças, muitos carregando malas, cobertores e pertences, caminhavam a pé, em
uma estrada suja, em direção a postos do exército sírio. Trata-se do primeiro êxodo em massa desde o
início da ofensiva militar, lançada há um mês.
Êxodo em Ghouta. Jornal do Brasil, Internacional, 16 mar. 2018, p. 14.
Na Síria, a situação mencionada é consequência direta do seguinte evento:
(A) desdobramento da guerra civil
(B) acolhimento de imigrantes africanos
(C) ataque da Rússia ao território nacional
(D) enfrentamento com o governo de Israel
(E) litígio com países muçulmanos vizinhos

04. (Banco da Amazônia – Técnico Científico – CESGRANRIO-2018) Ao quebrar o consenso


internacional em torno do estatuto de Jerusalém, cidade sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos, o
presidente Donald Trump conduziu seu país ao isolamento. Uma ampla maioria da Assembleia Geral da
ONU criticou a decisão que coloca um obstáculo à paz. A decisão de Trump contraria uma resolução da
ONU, de 1980, que declarou nulas e sem efeito todas as medidas adotadas por Israel que “modificam o
caráter geográfico e histórico da Cidade Santa”.
ENDERLIN, C. Jerusalém, o erro fundamental. Le Monde Diplomatique Brasil, Ano 11, n. 126, jan. 2018, p. 10. Adaptado.
O texto acima refere-se à decisão do presidente Donald Trump, em dezembro de 2017, de
(A) determinar Jerusalém Oriental como palestina.
(B) transferir a embaixada dos EUA para Tel Aviv.
(C) consultar oficialmente a Autoridade Palestina.
(D) reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
(E) reativar a presença israelense na Faixa de Gaza.

05. (Prefeitura de Fraiburgo/SC – Auditor Fiscal – FEPESE) Em relatório das Nações Unidas, a
guerra civil da Síria foi classificada como “grande tragédia do século 21”.
Sobre a Síria e esse conflito, é incorreto afirmar:
(A) Apesar de ter assinado a Convenção de Armas Químicas, evidências apontam para o uso desse
tipo de armamento pelo governo sírio.
(B) De caráter político, a guerra civil na Síria não envolve divergências religiosas.
(C) Sucedendo seu pai Hafez al-Assad, Bashar al- -Assad está à frente do governo Sírio desde 2000.
(D) Na tentativa de fugir do conflito, milhares de sírios buscam refúgio em outros países, incluindo o
Brasil.
(E) A guerra civil da Síria iniciou-se como uma revolta popular contra a forte repressão do líder do
governo.

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06. (Prefeitura de Barretos/SP – Agente de Comunicação Social – VUNESP-2018) A presidente da
Assembleia Constituinte determinou, neste sábado (23/12), a expulsão do embaixador do Brasil, o que
levou o governo brasileiro a se dizer disposto a tomar medida semelhante, abrindo uma crise diplomática
na relação entre os dois países, que já vinha tensa nos últimos anos.
(www.correiobraziliense.com.br – 23.12.17 – Acesso em 09.02.18. Adaptado)
O chanceler brasileiro, Ruy Carlos Pereira, considerado persona non grata foi expulso
(A) da Bolívia
(B) de Cuba
(C) do México
(D) da Argentina
(E) da Venezuela

07. (PC/SP – Auxiliar de Papiloscopista Policial – VUNESP-2018) O Fundo Monetário Internacional


(FMI) avalia como avançadas as negociações para um acordo com o país, que solicitou uma linha de
crédito “stand-by” para combater uma recente crise cambial e seguir adiante com as reformas econômicas
do governo.
(Valor, 4 jun.18. Disponível em: <https://goo.gl/QLCfJU>. Adaptado)
A notícia aborda a situação econômica
(A) Argentina
(B) Chilena
(C) Colombiana
(D) Uruguaia
(E) Paraguaia

Gabarito

01.D / 02.E / 03.A / 04.D / 05.B / 06.E / 07.A

Comentários

01. Resposta: D.
O novo armamento russo batizado de Samart, chegou para substituir o antigo Voyevoda, armamento
ainda da União Soviética e míssil mais pesado do mundo. O anuncio do novo armamento causou agitação
no restante do mundo devido a alegação do Samart ser “imparável”.
<https://www1.folha.uol.com.br/mundo/2018/03/russia-testa-novo-missil-balistico-intercontinental.shtml>

02. Resposta: E
Cerca de uma semana após esse episódio, Pyongyang dá uma resposta indireta ao presidente dos
Estados Unidos através de desfile organizado em comemoração à data de aniversário de seu avô. Segue
o link com a notícia na íntegra e imagens do arsenal exibido pelo líder exército norte-coreano.
03. Resposta: A
É uma questão relacionada aos conflitos que fazem parte da Guerra Civil na Síria, iniciada em 2011 e
ainda reflete na população. <https://oglobo.globo.com/mundo/milhares-de-sirios-fogem-de-ghouta-oriental-diante-de-avanco-pro-governo-22491573>

04. Resposta: D
Trump causou polêmica ao transferir a embaixada dos Estados Unidos de Tel Aviv para Jerusalém. O
apoio aberto do líder estadunidense a Israel apenas inflamou um conflito já antigo entre palestinos e
israelenses. <https://g1.globo.com/mundo/noticia/entenda-por-que-o-reconhecimento-de-jerusalem-como-capital-de-israel-pelos-eua-e-tao-polemico.ghtml>

05. Resposta: B
No caso da Síria, a divisão, que não levou em consideração o complicado e milenar mosaico regional
de etnias e religiões, é vista por muitos como base dos conflitos sectários que corroem o país hoje. Mais
do que a maioria dos países árabes, a população da moderna Síria, que se tornou independente dos
franceses em 1946, é uma frágil teia de comunidades étnicas e sectárias. Dos 23 milhões de sírios, 90%
são árabes, mas também há curdos (9%) e pequenas comunidades armênias, circassianas e turcomanas.
Em termos de religião, a subdivisão é mais complicada: 74% dos sírios são muçulmanos sunitas, 16%
são muçulmanos xiitas (entre alauitas, drusos e ismaelitas) e 10%, cristãos (ortodoxos, maronitas ou
latinos). Junta-se a isso outra subdivisão, a dos clãs familiares, e se tem uma receita para desavenças.

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06. Resposta: E
A presidente da Assembleia Constituinte e ex-chanceler da Venezuela, Delcy Rodríguez, determinou,
neste sábado (23/12), a expulsão do embaixador do Brasil, Ruy Pereira, o que levou o governo brasileiro
a se dizer disposto a tomar medida semelhante, abrindo um crise diplomática na relação entre os dois
países, que já vinha tensa nos últimos anos. Com a decisão da Venezuela de expulsar Pereira, que está
de férias no Brasil, onde pretende passar as festas de fim de ano com a família, o Ministério das Relações
Exteriores (MRE) do Brasil divulgou nota na qual afirma que, confirmada a atitude do país vizinho,
"aplicará as medidas de reciprocidade correspondentes", o que significa expulsar de Brasília o
embaixador Alberto Efraín Castellar Padilla.
<https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/brasil/2017/12/23/interna-brasil,649663/governo-da-venezuela-expulsa-embaixador-do-brasil-em-
caracas.shtml>

07. Resposta: A
A notícia aborda a situação econômica da Argentina. O país que conta com baixas reservas de dólares
teve de recorrer ao FMI para honrar seus compromissos internacionais. Macri sofre com a “saída” de
dólares do país, altas taxas de juros e desvalorização de sua moeda frente ao dólar.

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