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RELATÓRIO DE ESTATÍSTICA 2018

O objetivo do Relatório de Estatística do PNLP é observar o desenvolvimento das igrejas


jurisdicionadas ao Presbitério Novo Leste Paulistano. Antes de iniciarmos a análise dos da-
dos coletados, procuraremos estabelecer alguns pressupostos importantes para, após a
análise dos dados, indicar ações projetivas para o crescimento e desenvolvimento das igre-
jas e do presbitério.

PRESSUPOSTOS
Em todo processo de construção de conhecimento da realidade e em especial, no processo
da análise estatística, a problematização é o ponto de partida da pesquisa. Interpretarmos
números de maneira subjetiva, sem entender sob qual prisma eles devem ser analisados é
um erro metodológico crasso, que impede a identificação de ações projetivas.
Em outras palavras, PARA QUAL PROBLEMA ESTAMOS TENTANDO ENCONTRAR
RESPOSTAS, AO ANALISAR OS NÚMEROS DAS ESTATÍSTICAS ENVIADAS PELAS
IGREJAS?
A identificação dos dados que comporão um conhecimento de uma realidade específica que
possa ser verificável, nos auxilia na evitação de formulação de conclusões baseadas em
idiossincrasias1: “Contra o positivismo que para perante os fenômenos e diz: ‘Há apenas
fatos’, eu digo: ‘Pelo contrário, fatos é o que não há; há apenas interpretações’” (Nietzsche
apud ALVES, 2103, p. 143).
O fenômeno de pessoas que eram membros de igrejas protestantes e reformadas e que por
algum motivo, se declaram desiludidas com as instituições, não é um fenômeno religioso
isolado, mas pertencente a uma espiritualidade não religiosa2. Villasenor (2011) defende
que este é um fenômeno no qual a atração pelo religioso não desapareceu, mas foi meta-
morfoseada, sendo ressignificada de toda restrição institucional em uma expressão de fé
nômade imprecisa. Ribeiro formula três hipóteses para esse fenômeno:
A primeira é a desinstitucionalização das religiões. A segunda
é a individualização da crença, em que a pessoa acredita no
que quer e não no que a instituição apresenta. A terceira é o
fator evangélico, pois desde a modernidade os protestantes
buscam um fortalecimento do próprio indivíduo com Deus3.

1
Idiossincrasia é a característica comportamental peculiar a um grupo ou a uma pessoa. (cf. Houaiss, 2001, p. 1566)
2RIBEIRO, Flávio Augusto Senra & CAMPOS, Fabiano Victor de Oliveira. Senso religioso contemporâneo e os sem religião: uma
provocação a partir de Emmanuel Lévinas. CAMINHOS, Goiânia, v. 12, n. 2, p. 312-331, jul./dez. 2014. Disponível em:
<http://seer.pucgoias.edu.br/index.php/caminhos/article/view/3579/2082>. Acesso em: 03 Out. 2017.
3
OLIVEIRA, Cinthya. Cresce o número de pessoas que declaram não ter filiação a uma igreja. Hoje em dia, Belo Horizonte, 03
Out. 2017. Horizontes. Disponível em: <http://hojeemdia.com.br/horizontes/cresce-o-n%C3%BAmero-de-pessoas-que-decla-
ram-n%C3%A3o-ter-filia%C3%A7%C3%A3o-a-uma-igreja-1.437548#> Acesso em 03 Out. 2017.

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A espiritualidade não-religiosa é um movimento que se desloca do trânsito religioso até o
seu desencantamento do mundo. Tal movimento vem a ser uma construção essencialmente
cultural, resultado do zeitgeist4, como um processo comum à civilização neste momento his-
tórico. Observa-se uma desilusão com relação às agências de controle, em especial – go-
verno e religião – instituições que tem como papel civilizatório, o controle ético sobre cada
um de seus membros através, principalmente, de seu poder de reforçar ou punir o seu com-
portamento (SKINNER, 1977; 2003). Segundo Gauchet (2005, p. 32), a religião é uma
forma de institucionalizar o ser humano contra si mesmo. Diante desta desilusão com a
instituição religião,5 as pessoas parecem buscar sentido em outras formas de expressão
religiosa, até ao ponto de se desenvolver uma dessensibilização gradativa às instituições
religiosas, tendo como resultado, uma expressão religiosa individualizada e até mesmo hi-
bridizada:
A imagem é semelhante a um grupo de mochileiros, sem lugar
definido para acampar e que se instala por um breve período
em algum “acampamento da fé”, buscando algo para consumir
e satisfazer o apetite por consumo e sede de novidade6.

O censo de 20107 do IBGE apontou uma realidade interessante em termos de religiosidade


tupiniquim: as três maiores “religiões” do Brasil, são a Igreja Católica, a Igreja Evangélica e
os Sem-Religião.
As religiões do Brasil em 2010
Religião Pessoas %
Católica Apostólica Romana 123.280.172 64,63
Evangélicas 42.275.440 22,16
Sem Religião 15.335.510 8,04
Espírita 3.848.876 2,02
Outras Religiosidades Cristãs 1.461.495 0,77
Testemunhas de Jeová 1.393.208 0,73
Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010

4
Zeitgeist é um termo alemão que é traduzido livremente como “espírito da época”, no sentido de expressar o clima intelec-
tual, moral e cultural de uma época específica.
5
Burrus Friedrich Skinner era um psicólogo estadunidense que realizou trabalhos pioneiros em psicologia experimental, sendo
o propositor do behaviorismo radical, abordagem que busca entender o comportamento em função das inter-relações entre a
filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo. Para ele “o controle que define uma agência religiosa no
sentido mais restrito se deriva de uma apregoada conexão com o sobrenatural, através da qual a agência arranja ou altera
certas contingências que acarretam boa ou má sorte no futuro imediato, ou bênção eterna ou danação na vida por vir” (SKIN-
NER, 2003, p. 383).
6
BITUN, Ricardo. Mochileiros da Fé. São Paulo: Editora Reflexão, 2010, pp. 95-96
7
Embora os dados sejam referentes ao ano de 2010, são os dados mais atuais, para nos auxiliar na reflexão.

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Com relação à categoria “sem religião”, observa-se um aumento significativo, saltando de
1,9% em 1980 para 8,4% em 2010. “Sem religião” não significa necessariamente, que as
pessoas listadas nessa categoria não tenham nenhuma crença religiosa, mas que elas se
designam como não pertencentes a nenhuma religião institucionalizada.

Fontes: Novo Mapa das Religiões (CPS/FGV) e Revista Franco-Brasileira de Geografia

Bitun (2011, p. 494) assevera que essa transformação do panorama religioso brasileiro nas
últimas décadas, pode ser observada, por um lado, a partir da busca individual por novas
expressões religiosas e por outro lado, pela intensa fragmentação institucional. Villasenor
assim definiu esse trânsito religioso:
Os indivíduos, ao se desvincularem do seu antigo credo, não
transitam de forma imediata para outro, ficando durante algum
tempo experimentando algumas opções de pertença, até se
fixarem ou não a uma única denominação ou igreja. A pessoa
era católica, se converteu a uma denominação evangélica,
mas não conseguiu seguir a denominação, e não irá voltar para
o grupo católico depois de se converter ao evangélico, e acaba
ficando sem religião. Quando se tem essas desconversões
dentro dos grupos evangélicos, se pode engrossar a cate-
goria dos sem religião8.
Diante dos breves pressupostos apontados acima, o problema a ser analisado é o fato de
estarmos imersos em um ambiente de espiritualidade não religiosa, fruto da desilusão
com a religião institucionalizada. Toda análise de dados será realizada, então, a partir
desta ótica.

8
VILLASENOR, Rafael Lopez. Crise institucional: os sem religião de religiosidade própria. Revista do Núcleo de Estudos de
Religião e Sociedade (NURES). ISSN 1981-156X, [S.l.], n. 17, abr. 2011. ISSN 1981-156X. Disponível em: <https://revis-
tas.pucsp.br/index.php/nures/article/view/5517>. Acesso em 07 Out. 2017.

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ANÁLISE DOS DADOS ESTATÍSTICOS
Partindo do pressuposto de que vivemos uma época onde a espiritualidade não religiosa
como fruto da desilusão com a religião institucionalizada é a base para as relações das
pessoas com as nossas igrejas, analisaremos os seguintes dados estatísticos9, que com-
provem a validade do pressuposto:
 Admissão e Demissão de Membros
 Pirâmide Etária da Membresia

ADMISSÃO E DEMISSÃO DE MEMBROS


P

9
A análise estatística acompanhará a evolução nos últimos 6 anos (2013-2018), para se estabelecer uma projeção pro-
babilística para os próximos 3 anos (2019-2021).

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