Lição 3
21 de Janeiro de 2018
A Superioridade de Jesus em relação a Moisés
Comentário
INTRODUÇÃO
2. Uma missão superior. O autor pela primeira vez usa a palavra apóstolo
em relação a Jesus (Hb 3.1). A palavra apóstolo se refere a alguém que é
comissionado como um representante autorizado. Não havia dúvida de que
Moisés havia sido um enviado de Deus em uma missão, todavia, ele não foi o
"apóstolo da grande salvação". A missão de Moisés foi tirar o povo de dentro do
Egito e conduzi-lo à Terra Prometida, mas a missão de Jesus é a de conduzir a
Igreja à Canaã celestial. A missão mosaica era daqui, a Canaã terrena; a missão
de Jesus possuía uma vocação celestial. Cristo não foi apenas um enviado em
uma missão, mas acima de tudo, o apóstolo da nossa confissão, alguém com
autoridade na missão de nos conduzir ao destino eterno. (LB CPAD, 1º Trim
2018, Lição 3, 21 jan 18)
Assim, é garantida nossa chegada à Canaã Celestial, pois Cristo não foi
apenas o enviado com uma missão, mas o enviado para a religião cristã!
‘Confissão’ em 3.1 é uma metonímia, a coisa professada, isto é, Jesus a quem
professamos. Hebreus 4.14 tem um uso semelhante da palavra, porque os
leitores são ordenados a conservarem firme a sua confissão, mais uma vez com
referência a Jesus como Sumo Sacerdote.
3. Uma mediação superior. Depois de afirmar que Jesus era "o apóstolo", o
autor também diz que Ele é o "sumo sacerdote da nossa confissão". Jesus era
superior a Moisés, não apenas em relação à missão, mas também em relação à
função que exercia. O autor fará um contraste mais detalhado entre o sacerdócio
de Cristo e o araônico mais adiante, mas aqui os crentes deveriam ter em mente
que a mediação de Jesus era em tudo superior ao sistema mosaico e levítico.
Cristo era o mediador da nossa confissão. A palavra "confissão" traduz o termo
original homoiogia, que tem o sentido primeiro de "concordância". Quando
confessamos Jesus como Salvador, concordamos que Ele em tudo tem a
primazia. Ele é o Senhor. Ele é maior do que tudo e do que todos; Ele, e somente
Ele, é a razão do nosso viver. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)
Talvez haja aqui a idéia de Jesus Cristo como Fundador da Sua casa, a igreja.
Ainda que, não é o caso fazermos nenhuma distinção entre o Pai e o Filho aqui,
porque é Deus quem funda Sua própria casa, mas o faz através do Seu Filho.
“Deve ser notado que a combinação de glória e honra neste
versículo corresponde não somente à citação do Salmo 8 em 2.7, como também
ao louvor ao Cordeiro pelos seres viventes em Apocalipse 5.12-13 (cf. também
Ap 4.9, 11; 7.12). Mesmo assim, no presente versículo “glória” é aplicada às
pessoas e “honra” à casa e ao edificador, presumivelmente porque “glória” seria
uma idéia menos apropriada a aplicar a uma construção ou ao seu
construto.” (GUTHRIE, Donald.Hebreus introdução e comentário – Ed Vida Nova e Mundo Cristão. Disponível
em:https://teologiaediscernimento.files.wordpress.com/2014/08/hebreus-introduc3a7c3a3o-e-comentc3a1rio-donald-
guthrie.pdf. Acesso em 6 jan, 2018)
2. Filho, não apenas servo. O autor sabe da grande estima que Moisés
possuía dentro da comunidade judaico-cristã e por isso é extremamente
cuidadoso no uso das palavras. “E, na verdade, Moisés foi fiel em toda a sua
casa, como servo, para testemunho das coisas que se haviam de anunciar; mas
Cristo, como Filho, sobre a sua própria casa; a qual casa somos nós, se tão
somente conservarmos firme a confiança e a glória da esperança até ao fim” (Hb
3.5,6). Em vez de usar o termo doulos (servo), vocábulo usado para se referir a
um escravo ou serviçal, ele usa outro vocábulo, therápôn. Essa palavra só
aparece aqui no Novo Testamento e é traduzida como servo ou ministro. A ideia
expressa é de um serviço que é prestado de forma voluntária entre duas pessoas
que se relacionam bem. Assim era Moisés com o seu Deus. Mas o autor deixa
claro que esse relacionamento de Moisés com Deus não podia se equiparar ao
de Deus com o seu Filho, Jesus. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)
2. O perigo de ver, mas não crer. "[...] E viram, por quarenta anos, as minhas
obras" (Hb 3.9). Erra quem pensa que só acredita quem vê. Parece que quem
muito vê, menos acredita. Acaba ficando acostumado com o sobrenatural. Para
algumas pessoas o sobrenatural se "naturaliza". É exatamente isso que
aconteceu no deserto e era especificamente isso que acontecera com a
comunidade dos primeiros leitores de Hebreus. Tanto Moisés como Jesus foram
poderosos em obras, mas isso não era suficiente para segurar os crentes. É
preocupante quando o cristão se acostuma com o sobrenatural e nada mais
parece impactá-lo ou sensibilizá-lo. (LB CPAD, 1º Trim 2018, Lição 3, 21 jan 18)
“E o Senhor disse a Moisés: ‘Até quando este povo me tratará com pouco
caso? Até quando se recusará a crer em mim, apesar de todos os sinais que
realizei entre eles? Eu os ferirei com praga e os destruirei…” (Nm 14.11-12).
Deus estava realizando no meio dos israelitas diversos sinais miraculosos,
desde que os tirou do Egito, e, mesmo assim, eles duvidaram do poder de Deus
de conduzi-los à Canaã. Em consequência da incredulidade, infidelidade e
desobediência do povo, Deus fez com que eles levassem 40 anos para
atravessar o deserto, até que aquela geração que saiu do Egito perecesse. Por
causa da sua incredulidade, apenas dois entraram na Terra Prometida: Calebe
e Josué. Isso nos serve de lição: Não devemos duvidar da fidelidade e do poder
de Deus.
CONCLUSÃO
“... corramos, com perseverança, a carreira que nos está proposta, olhando
firmemente para o Autor e Consumador da fé, Jesus ...” (Hebreus 12.1-2),
Francisco Barbosa
Campina Grande-PB
Janeiro de 2018