Guyton
Fattini
Fazem parte do trato respiratório inferior (também chamado vias aéreas inferiores) a traqueia, os pulmões, os brônquios,
os bronquíolos e os alvéolos pulmonares.
MS
Quadro Clínico
Tuberculose
A tuberculose pulmonar classicamente apresenta-se com tosse há mais de 2 semanas, além de outros sintomas respiratórios
(dor torácica, dispnéia e hemoptise) e sistêmicos, (febre vespertina, sudorese noturna, anorexia e emagrecimento). As formas
extrapulmonares apresentam, além das manifestações sistêmicas, sintomatologias relacionadas com a localização da doença,
tais como: linfonodomegalia, derrame pleural e/ou espessamento pleural, rouquidão (laringite), meningite, hematúria e dor lombar
(trato urinário), obstrução intestinal, dor óssea e edema peri-articular (ósseo), ocular (conjuntivite ou uveíte) e nódulos de pele.
Outras manifestações são as denominadas tubercúlides, manifestações à distância do foco de infecção, geralmente
paucibacilares. Essas manifestações desencadeadas por imunocomplexos podem ser sistêmicas ou locais e incluem sinais ou
sintomas como febre, eritema nodoso, eritema endurado de Bazin ou uveíte, entre outros.
PCM
Aguda/subaguda (juvenil/adolescência)
é a forma clínica da paracoccidioidomicose da infância, do adolescente e do adulto até 30-35 anos de idade. Representa 3-5%
dos casos de paracoccidioidomicose. Linfonodomegalias superficiais e profundas, com supuração de massa ganglionar,
hepatoesplenomegalia e diversos sintomas (digestivos, cutâneos e osteoarticulares) são as principais manifestações da doença,
além de anemia, febre e emagrecimento, com rápida deterioração do estado geral da criança. É raro o comprometimento
pulmonar.
Forma crônica unifocal/multifocal do adulto é a forma mais frequente (90% dos casos), com predomínio no sexo masculino.
Caracteriza-se por evolução crônica, predominando sintomas de fraqueza, emagrecimento, febre, tosse, dispneia, infiltrado
reticulonodular (geralmente nos dois terços superiores dos pulmões) e hipertransparência distal bibasal: essa é a forma unifocal.
Quando a doença compromete outros sítios extrapulmonares, tais como a pele, a mucosa oral (estomatite moriforme), mucosas
da faringe e/ou da laringe e o ápice dos dentes, é considerada como forma multifocal, gerando sintomas de dor durante a
mastigação, sialorreia e odinofagia. O indivíduo demora muito a procurar assistência médica, muitas vezes instalando-se um
quadro de caquexia. A radiografia de tórax revela as mesmas lesões da forma unifocal.
Outros locais envolvidos pela paracoccidioidomicose são as suprarrenais, o sistema nervoso central, os linfonodos cervicais e
submandibulares, os intestinos, o sistema osteoarticular, o epidídimo, o fígado e o baço.
Diagnóstico
Tuberculose
A presença de bacilo ácool-ácido resistente (BAAR) no escarro ou nos tecidos é sugestivo de tuberculose; no entanto, o padrão
de referência de diagnóstico é a cultura com identificação da micobactéria M. tuberculosis. Considera-se alta a probabilidade da
doença, justificando o início do tratamento a presença de baciloscopia positiva associada ao quadro clínico sugestivo. Na
ausência da confirmação da presença de BAAR, a doença pode ser sugerida com a associação da epidemiologia, clínica,
histologia (processo crônico granulomatoso com ou sem necrose caseosa), métodos de imagem e imunológicos de detecção da
infecção (teste tuberculínico e dosagem de interferon gama sérico) e a detecção genômica dos bacilos em locais estéreis (teste
de reação em cadeia da polimerase – PCR). Especialmente nas fases iniciais da doença pulmonar, quando poucos bacilos são
expectorados (forma paucibacilar), nas formas de disseminação linfática e hematogênica (ganglionar e miliar) é mais difícil a
confirmação bacteriológica. Para o diagnóstico de tuberculose com baciloscopia negativa e/ou extrapulmonar indica-se a
utilização de exames de imagem, que podem sugerir a doença, com alta sensibilidade, porém baixa especificidade.
PCM
O diagnóstico definitivo (padrão-ouro) é o achado do fungo em espécimes clínicos ou de biópsia tecidual. Exames com KOH a
10% em esfregaço de lâmina para pesquisa direta do fungo é altamente eficaz e de baixo custo, em espécimes como escarro,
raspados de lesões cutâneas e mucosas, aspirado ganglionar e material obtido por broncofibroscopia.
Diagnóstico Diferencial
Tuberculose
PCM
Constituem os principais diagnósticos diferenciais na forma aguda: linfoma, leucemia, histoplasmose, tuberculose, toxoplasmose,
leishmaniose visceral e mononucleose infecciosa. Na forma crônica cutâneo-mucosa: leishmaniose cutânea ou mucosa,
tuberculose, cromoblastomicose, hanseníase, sarcoidose, lues e neoplasias. Na forma crônica pulmonar: tuberculose,
coccidioidomicose, histoplasmose, sarcoidose, pneumoconiose e pneumonite intersticial. Nas formas digestivas: tuberculose e
doença de Chron. No sistema nervoso central: tuberculose, criptococose, cisticercose e neoplasias.
Tuberculose
A tuberculose tem cura e o tratamento, que dura no mínimo seis meses, é gratuito e disponibilizado de forma integral pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). No tratamento, é preciso obedecer aos princípios básicos da terapia medicamentosa. A esses princípios,
soma-se o Tratamento Diretamente Observado (TDO) da tuberculose, que consiste na ingestão diária dos medicamentos da
tuberculose pelo paciente, sob a observação de um profissional da equipe de saúde. O estabelecimento de vínculo entre
profissional de saúde e usuário é fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento e assim as chances de abandono
sejam reduzidas. O paciente deve ser orientado, de forma clara, quanto às características da tuberculose e do tratamento a que
será submetido: medicamentos, duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos, possíveis
consequências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos.
São utilizados quatro fármacos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina (R),
isoniazida (H), pirazinamida (Z) e etambutol (E). Todos os pacientes que seguem o tratamento corretamente são curados da
doença.
A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados como talheres, copos, entre outros.
IMPORTANTE: Logo nas primeiras semanas de tratamento, o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo
profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que o
tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos medicamentos.
PCM
Pacientes graves devem ser tratados no hospital com anfotericina B 1mg/kg/dia intravenosa ou com duas ampolas intravenosas
de sulfametoxazol/trimetoprim (Cotrimoxazol) a cada 8h até melhora clínica suficiente para seguir o tratamento com comprimidos.
A duraçao do tratamento depende da gravidade da doença (6 meses na forma leve, 12 na forma moderada e 24 na forma grave).