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MM.

JUÍZO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE CONCEIÇÃO DO


COITÉ - BA.

E disse Javé: Julgou bem a causa do aflito e


necessitado? Então cumpristes bem o seu papel.
Porventura não é isto me conhecer?

(Jeremias 22:16)

INQUÉRITO POLICIAL nº. 16/2019

JOSÉ CARDOSO DA CRUZ, devidamente qualificado nos autos do


inquérito em epígrafe, vem a este Juízo, por meio de seu
advogado, requerer LIBERDADE PROVISÓRIA SEM RECOLHIMENTO DE
FIANÇA, com fulcro no art. 325, § 1º, I do Código de Processo
Penal, consoante as razões de fato e de direito adiante
descritas.

I - DOS FATOS

Consta da decisão proferida pela juíza plantonista do


município de Serrinha, no dia 12 de janeiro de 2019, que houve
o reconhecimento da prática de ameaça por parte do acusado e
que a sua prisão foi efetuada legalmente e na forma
preconizada pelo artigo 302 do Código de Processo Penal.

Rua Manoel Ramos Gordiano, 54, Centro de Conceição do Coité – Bahia.


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E-mail: wagnerfrancesco@gmail.com
No entanto, de forma louvável, o MM. Juízo reconheceu que
a privação de liberdade em caráter cautelar deve ser instituto
aplicado com parcimônia, sob pena de sua banalização ou
utilização como verdadeira antecipação da pena. Diante disso,
concedeu a Liberdade Provisória ao acusado e impôs ao mesmo o
cumprimento de Medidas Cautelares e Protetivas.

Pois bem. Não se discute nenhuma das Medidas Cautelares e


Protetivas, mas, tão somente, o arbitramento do pagamento de
fiança no valor de R$ 500,00 (quinhentos reais) para que o
acusado possa gozar de sua liberdade.

II - DO DIREITO

O Código de Processo Penal, quando versa acerca da Fiança,


preconiza o seguinte no artigo 325, § 1º, I:

Se assim recomendar a situação econômica do preso,


a fiança poderá ser dispensada, na forma do art.
350 deste Código.

Olhando então para o artigo 350 do Código de Processo


Penal, este diz que, “ao arbitrar a fiança, o juiz deve
verificar a situação econômica do preso”. No mesmo sentido o
artigo 326 quando consta que “para determinar o valor da
fiança, a autoridade levará em consideração [..] as condições
pessoais de fortuna do acusado”. Isso porque o Código de
Processo Penal quer privilegiar dois princípios caríssimos em

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um Estado Democrático de Direito, a saber: a dignidade da
pessoa humana e a sua liberdade.

O fato é que o acusado é pobre, tanto na acepção jurídica


da palavra quando na concepção sociológica do termo, isto é:
nem tem condição de arcar com as custas de um processo e nem
condições para se alimentar ou se vestir com dignidade, posto
que está desempregado. E a questão na verdade é bem lógica:
continua preso porque não tem condição de pagar R$ 500,00
(quinhentos reais), pois, diante do suplício que é a vida numa
cela, se tivesse esta quantia já teria efetuado o pagamento
sem pestanejar.

O Requerente não possui carteira de trabalho, nem trabalho


fixo. Atua com o conhecido “bico”, fazendo o que acha pela
frente, sempre a um valor irrisório. Isto é: o fato de ter
sido arbitrada fiança e não ter sido paga até o momento é
indicativo bastante de pobreza - o que pode ser comprovado
principalmente com a oitiva do próprio. Em resumo: o acusado
precisa “fazer os bicos” para conseguir algum dinheiro e,
estando preso, encontrará ainda mais dificuldades para se
sustentar ao sair, pois não possui nenhuma reserva financeira
para comprar o primeiro pão do dia.

O acusado é tão pobre que este advogado que ora o


representa foi procurado por sua família e, vendo a situação
desta, se compadeceu ao ponto de vir perante este MM Juízo sem
receber um tostão de honorários.

Desta maneira entende a nossa jurisprudência:

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FIANÇA DISPENSADA. HIPOSSUFICIÊNCIA COMPROVADA.
MEDIDAS CAUTELARES ALTERNATIVAS SUFICIENTES. ORDEM
CONCEDIDA.

Ausentes os requisitos da prisão preventiva, o não


pagamento da fiança, por si só, não justifica a
preservação da custódia cautelar, sobretudo quando
considerada a situação de hipossuficiência do
paciente.

(TJ-DF - HBC: 20150020264509. Relator: Jesuino


Rissato. Data de Julgamento: 12/11/2015. 3ª Turma
Criminal. Data da Publicação 18/11/2015)

III - DOS PEDIDOS

Diante de tudo quanto exposto, requer a concessão da


liberdade provisória do acusado, sem fiança, com a necessária
expedição do alvará de soltura.

Termos em que pede deferimento

Conceição do Coité. 16 de janeiro de 2019

Wagner Francesco

OAB/BA 58.110

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