CONTROLE DE ENDOPARASITAS
É o controle de verminoses que habitualmente afeta os equinos. Os equinos, por seus
hábitos alimentares, estão frequentemente sujeitos á alta infestação de vermes em seu trato
intestinal. Esses vermes devem ser combatidos, pois se alimentam dos animais, debilitando seu
organismo e comprometendo sua saúde e seu desempenho.
Para que ocorra um controle de endoparasitas é indicado uma rotina de aplicação de
vermífugos de tempos em tempos. Os intervalos entre as aplicações irão variar de acordo com o
principio ativo e a posologia do medicamento.
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Potros: inicia-se com 30 dias de idade, repetindo-se a cada 60 dias até 12 meses.
Alternar o principio ativo a cada três aplicações.
Adultos: se o animal tiver manejo extensivo e com rotação de pastagem,
vermifugar a cada 120 dias. Caso contrário, o ideal é repetir a cada 90 dias,
alternando-se o princípio ativo a cada três aplicações.
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CONTROLE DE ECTOPARASITAS
Ectoparasitas são parasitas que vivem na pele ou sob a pele e se alimentam “do animal”,
causando prejuízos por comprometerem o desempenho e saúde dos animais.
Os principais ectoparasitas considerados importantes dentro de um bom manejo
sanitário são os carrapatos que deve ser combatidos através carrapaticidas tanto no ambiente
quanto no animal. Os carrapatos são ectoparasitas hematófagos, isto é, que se alimentam de
sangue, o que diminui a produtividade e o desempenho, podendo, ainda transmitir doenças como
nutaliose/babesiose, que afetam gravemente o animal, causando anemias. O carrapato deve ser
combatido com o manejo adequado com carrapaticidas. O importante de se saber quando ao
ciclo do carrapato é que este apenas se alimenta no cavalo, passando a maior parte da vida no
meio ambiente. Portanto, ao se pulverizar o animal, estamos atingido apenas pequena parte dos
carrapatos existentes. Dessa forma, o controle eficaz dos carrapatos demora certo tempo, até
anos, para podermos quebrar seu ciclo. Alguns carrapaticidas do mercado não matam o
carrapato, mas comprometem sua reprodução, quebrando desta forma seu ciclo. Outros atuam
diretamente no carrapato, matando-o, mas, para atingir os outros carrapatos do meio ambiente, o
carrapaticida precisa ter um efeito residual eficaz. Para cavalos temos poucos produtos realmente
eficazes e seguros. Um principio ativo que se tem mostrado eficaz sem comprometer a saúde do
animal é a CIPERMETRINA. Muito cuidado com produtos à base de AMITRAZ, pois este
princípio pode causar problemas neurológicos e distúrbios como cólicas em alguns animais. De
qualquer forma, além da pulverização do animal, devemos atentar para cuidados com as
pastagens para diminuir o número desses parasitas.
Os bernes são o estágio larval da mosca Dermatobia hominis. A mosca adulta mede de
12 a 15 mm e vive apenas quatro dias. Nesse período, fixa seus ovos em diversos insetos
hospedeiros que os transmitem aos mamíferos (especialmente cães e bovinos e, mais raramente,
equinos) e que pode ser na pele íntegra do animal, quando haverá eclosão dos ovos e
desenvolvimento da larva por 40 a 50 dias, chegando a medir 5 a 6 cm. Depois desse período,
caem no chão e completam seu desenvolvimento transformando-se em pupa e depois no animal
adulto após 35 a 40 dias. Deve ser controlado, pois causa grande desconforto ao animal. Apesar
de não ser comum em equinos, temos observado muitos casos desse parasita, talvez devido a
maior incidência de lixo e da proximidade dos cavalos aos grandes centros. Os bernes não são
muito comuns em equinos, foram observados muitos casos deste parasita devido à falta de
higiene próximo ao local mantido o equino.
A miíase, também chamada de bicheira, é a larva da mosca-varejeira, que se desenvolve
em uma solução de continuidade (ferimento aberto) e em grande quantidade (a fêmea chega a
colocar 1.000 ovos de uma vez). A característica principal da miíase é o odor extremamente
desagradável que se segue com o desenvolvimento das larvas. É facilmente prevenida com
limpeza e assepsia correta dos ferimentos. Em caso de instalação de miíase em um ferimento,
esse deve ser limpo, todas as larvas retiradas e feito curativo local diariamente.
A Habronemose é causada por invasão errática de larvas do Habronema sp. (um verme
intestinal) em ferimentos exsudativos (com secreção). No ciclo do Habronema, a mosca pousa
nas fezes de um animal infestado e passa a ser um hospedeiro intermediário. Ao pousar no
animal, em ferimentos exsudativos, transmite ao animal o Habronema, que se desenvolve,
passando a forma uma ferida bastante difícil de ser curada e tratada, podendo levar anos para a
cicatrização efetiva. Manifesta-se por lesões de pele ou escoriações em geral no canto interno
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dos olhos, na linha média do abdômen e nos membros, abaixo da canela. Ocorre uma
proliferação muito intensa de um tecido granuloso que não cicatriza. O tratamento consiste na
remoção desse tecido, além da aplicação de ivermectinas associadas a organoclorados e produtos
cicatrizantes.
A higienização do local é uma das melhores formas de prevenir a proliferação de
microrganismos como vírus, bactérias e fungos, os quais são potencialmente patológicos ao
animal além de evitar possíveis ectoparasitas no ambiente. É extremamente importante a limpeza
do animal, pois assim será possível detectar quaisquer alterações anormais no animal como
lesões, secreções e textura da pelagem, por exemplo, se a pelagem estiver opaca e sem brilho é
um possível sinal de patologias crônicas.
Muitas são as doenças que acometem os equinos e que podem ser prevenidas através da
vacinação. Algumas são obrigatórias, outras são zoonoses (afetam também ao homem) e outras
são problemas de saúde exclusivos dos equinos, mas que podem e devem ser prática comum.
De uma forma geral, na maioria das doenças que podem ser prevenidas por vacinação,
deve-se proceder a um esquema anual de vacinas, iniciando-se em potros aos quatro meses de
idade, com reforço após 30 dias e depois anualmente com dose única.
No caso de animais adultos em primovacinação (vacinação feita pela primeira vez),
também se procede a um reforço após 30 dias e depois anualmente, com dose única. Exceções
podem ocorrer dependendo da vacina, então devemos observar atentamente as instruções do
fabricante ou ao critério do médico veterinário.
Para uma boa resposta vacinal, quer seja em potros ou em adultos, os animais devem
estar em bom estado nutricional e desparasitados, tanto de ecto como endo-parasitas. Devemos
ter um cuidado especial com a assepsia para um esquema efetivo de vacinação. A utilização de
agulhas e seringas descartáveis e o local de aplicação limpo é condição fundamental para a boa
resposta imune.
A imunidade ocorre, em geral, após 10 dias da última dose preconizada.
As principais patologias que afetam o cavalo e que podem ser controladas através da
vacinação são descritas a seguir. O esquema de vacinação será descrito em um quadro à parte.
TÉTANO
O tétano é uma doença infecciosa altamente fatal, causada por toxinas produzidas pelo
Clostridium tetani e caracteriza-se por rigidez muscular e morte por parada respiratória ou
convulsões, sendo os equinos a espécie mais suscetível (Radostits et al., 2002). Trata-se de uma
enfermidade de distribuição cosmopolita, sendo mais comum em áreas de cultivo intenso. Solos
intensamente contaminados por matérias fecais contêm elevadas concentrações de esporos de C.
tetani.
Raposo (2001) afirma e a ocorrência da infecção tetânica no homem e nos equinos é
maior nas regiões mais quentes dos vários continentes. Sua ocorrência está também associada às
práticas de manejo que submetem vários animais às mesmas condições de contaminação como
castrações, colocação de brincos ou vacinações.
O Tétano é uma doença causada pela toxina do Clostridium tetani caracterizada pelo
aparecimento de espasmos musculares e hiper excitabilidade reflexa. O Clostridium tetani pode
estar presente em qualquer lugar. Este é um dos principais problemas desta afecção. O
Clostridium tetani sobrevive na forma esporulada no meio ambiente, por muito tempo, sem
necessidade de um animal para se desenvolver. Ele é um agente que vive e se prolifera em meio
anaeróbico, isto é, sem a presença de ar, e em condições especiais nos ferimentos.
Qualquer tipo de ferimento oferece ao esporo do Costridium tetani um ambiente
propício à sua proliferação, desde um cravo mal colocado a um ferimento superficial em cerca de
arame farpado. Estas condições fazem parte da rotina diária de qualquer animal, portanto
devemos ter cuidado especial para prevenir o tétano.
Além disso, o tétano é uma doença de difícil cura, sendo seu custo, muitas vezes,
impeditivo, além da baixa taxa de recuperação. E esta patologia é facilmente prevenida com a
vacinação anual.
Em casos de ferimentos profundos, em animais vacinados, devemos ainda aplicar uma
dose única de soro anti-tetânico que estimula o sistema imunológico do animal e melhora a
resposta do organismo. No local, devemos sempre, no primeiro curativo, limpar bem com água
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corrente e passar água oxigenada (H2O2) que torna o ambiente com alta concentração de
oxigênio, que impede a proliferação do Clostridim tetani.
INFLUENZA
A Influenza ou Gripe Equina é uma doença viral, altamente infecciosa, que ataca o
sistema respiratório. Ela é transmitida por contato direto ou por fômites (material de uso
contaminado), caracterizada por tosse seca e úmida (com secreção), mucosa nasal vermelha e
com corrimento, lacrimejamento e fotofobia. Pode ter como sequela a broncopneumonia.
Devido à sua alta taxa de transmissão e por debilitar intensamente o animal,
comprometendo seu desempenho, o doente deve ser isolado e mantido em repouso até o
restabelecimento. O tratamento pode ser feito à base de expectorantes, boa alimentação, repouso
absoluto e, em casos de suspeita de infecção secundária, podem ser administrados antibióticos.
ENCEFALOMIELITE
HERPES VÍRUS
O herpes vírus pode causar o aborto equino em fêmeas prenhes entre o 7º e 10º mês de
gestação e rinopneumonite em animais jovens, além de, em alguns casos, incoordenação motora.
Não tem tratamento específico trazendo prejuízos de ordem reprodutiva para as fêmeas e
debilitando os animais jovens, comprometendo seu desempenho, além destes animais se
tornarem transmissores do vírus.
GARROTILHO
RAIVA
A raiva é causada por um vírus RNA, do gênero Lyssavirus, da família Rhabdoviridae, é
uma das viroses mais importantes para a pecuária e para a saúde pública no Brasil. Está
distribuída em quase todo o mundo, tanto nos animais domésticos, quanto em animais silvestres,
que servem como reservatórios por longos períodos. Essa enfermidade tem sido pouco estudada
em equinos no Brasil.
A Raiva é uma das principais doenças que devem ser prevenidas pela vacinação. Além
de não ter cura, é transmissível ao homem, podendo levar tanto um como outro à morte.
A transmissão pode ocorrer por mordida de morcegos, raposas, cães e por contato com
outros animais contaminados. Como não tem cura a única solução é o sacrifício do animal.
Em alguns estados brasileiros a vacinação é obrigatória, sendo a GTA (Guia de Trânsito
Animal) emitida somente com apresentação de atestado de vacinação.
onde a elevada temperatura e os períodos do ano com altos índices pluviométricos favorecem o
aparecimento de surtos epidêmicos, de caráter estacional3.
Não há transmissores especiais. Os reservatórios são animais domésticos, de maior
significado epidemiológico, e silvestres portadores e convalescentes, que mantêm o agente nos
rins. Nos ecossistemas rurais e urbanos, os principais reservatórios de leptospiras são os roedores
sinantrópicos, por terem capacidade de eliminar bactérias pela urina por muitos anos. São
susceptíveis todos os mamíferos domésticos, porém, os suínos e bovinos são mais afetados que
os equinos, caprinos e ovinos5.
Os equinos podem apresentar uma forma clinicamente não sintomática, ou desenvolver
uma forma aguda ou crônica. A forma aguda, caracterizada por septicemia, encefalite, hepatite e
nefrite é rara. A manifestação clínica mais frequente é o comprometimento do globo ocular com
vários graus de conjutivite, ceratite e uveíte, podendo evoluir para cegueira, devido à presença de
leptospiras no interior do globo ocular9. Abortos, parto de natimortos, doença neonatal e morte
neonatal também têm sido verificados.
Segundo Santa Rosa, técnicas como exames microscópicos, cultivo, inoculação e
pesquisa de anticorpos podem ser métodos eficientes de diagnóstico das leptospiroses. Embora
muitos outros métodos indiretos venham a ser utilizados no diagnóstico, a prova de
soroaglutinação microscópica (SAM) em campo escuro é a mais realizada, pois tem alta
sensibilidade, além de ser altamente específica12. A SAM pode ser extremamente útil em
investigações epidemiológicas, sendo o método de preferência e o mais recomendado pela
Organização Mundial da Saúde.
MORMO (LAMPARÃO)