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Temas p/ Prova Discursiva - Auditor Fiscal - AT (Direito Tributário)

Prof. George Firmino,

AULA 00

ATENÇÂO!

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Temas para a prova discursiva ISS Salvador
Comentários e proposta de solução
Prof. George Firmino – Aula 00

AULA 00 – Aula Demonstrativa

Temas comentados, com análise do assunto exigido e proposta de solução.

SUMÁRIO PÁGINA
Apresentação do professor 02
Análise da Prova 03
Informações sobre o curso 04
Questão 01 06
Questão 02 10
Questão 03 15

Olá, amigos concurseiros fiscais!

Saiu o tão esperado edital do ISS Salvador!!!

Força total nos estudos agora. Entramos na reta final!!!

E como já tem se tornado comum nos concursos da área fiscal, o fisco


de Salvador não podia ficar de fora: para entrar o candidato tem que
ser bom em discursiva.

Sim! A PROVA DISCURSIVA será aplicada para todos os cargos e


valerá 20 pontos, ou seja: mais de 10% da nota objetiva!!

Esse curso tem o objetivo de deixa-lo bastante seguro em relação aos


possíveis temas de Direito Tributário que serão exigidos na prova.
Sem dúvida, chegar à prova com bastante segurança fará toda a
diferença na sua aprovação.

Nos acompanhe ao longo dessa aula demonstrativa e conheça a


proposta do nosso curso, cuja abordagem será bastante objetiva, sem
deixar de lado uma análise detalhada dos temas com maior relevância.

Nosso objetivo aqui é vê-lo aprovado com uma excelente nota na prova
discursiva e recebendo muito em breve um salário de mais de
R$16.000,00.

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Temas para a prova discursiva ISS Salvador
Comentários e proposta de solução
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Apresentação do professor

Sou Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil e pós graduando em


Direito Tributário. Atuei inicialmente como parecerista em processos de
restituição e compensação tributária, bem como na orientação aos
contribuintes em questões que envolviam a interpretação da legislação
tributária. Após um período como parecerista, passei a exercer minhas
atividades na malha fiscal e na fiscalização do Imposto de Renda Pessoa
Física.
Porém, antes de tomar posse no meu atual cargo, passei por uma
verdadeira jornada como concurseiro. Iniciei minha experiência em
concursos no ano de 2000, quando fui aprovado na Caixa Econômica
Federal, onde trabalhei por 8 anos.
Ainda trabalhando na CEF, iniciei meus estudos rumo ao sonho de ser
Auditor Fiscal da Receita Federal, período em que participei de alguns
concursos. Nesse intervalo, obtive aprovação em vários certames da
área fiscal, dentre os quais destaco:
 Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil 2009, classificado na 68ª
posição e obtendo a 5ª maior nota nacional na prova discursiva;
 Agente Fiscal de Rendas da SEFAZ/SP (ICMS/SP) 2009;

 Analista Tributário da Receita Federal do Brasil (ATRF) 2009;

 Auditor Fiscal do Tesouro Municipal – Ipojuca/PE (2009);


 Auditor Fiscal do Município de Abreu e Lima/PE (1º lugar – 2009)

Espero dividir com você, meu amigo, a experiência adquirida ao longo


da minha preparação.

Análise da prova
De acordo com o edital que acabou de sair do forno, as provas
discursivas serão aplicadas juntamente com as provas objetivas. E o
que isso significa?
Significa que todos os candidatos terão que fazer as questões
discursivas, não há que se esperar qualquer resultado anterior.
Muitos candidatos já entraram em desespero.
Mas não há motivo para pânico. O objetivo desse curso é exatamente
acalmar os ânimos e mostrar que o candidato que se preparar focado
chegará à prova com muito mais chances de arrebentar na discursiva.

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O edital prevê a aplicação de 1 questão, valendo 20 pontos.


Em primeiro lugar, destacamos o peso que essa prova representa. São
20 pontos em jogo, o que representa mais de 10% do total da prova
objetiva.
Meus amigos, isso faz toda a diferença. Raciocinem comigo: hoje em
dia, a diferença entre o último aprovado e aquele candidato que ficou
de fora muitas vezes não chega a 1 ponto. Por míseros décimos, muitos
candidatos já viram seu sonho ir por água abaixo.
E o que podemos dizer de 20 pontos em jogo? Temos que ganhar a
maioria deles, ou até mesmo todos. Isso mesmo! É plenamente
possível buscar a totalidade na discursiva. Tudo vai depender do seu
empenho no estudo dos temas e de desenvolver uma boa escrita.
Um aspecto positivo do edital foi a discriminação das matérias que
serão cobradas nas questões, o que facilitou bastante a preparação com
foco.
Teremos uma questão sobre Direito Tributário para os cargos de
Auditor Fiscal e de Analista Fazendário, na especialidade Administração
Tributária para ambos.

Bom, como já sabemos como será a prova e que matérias poderão ser
cobradas, vamos entender como será o curso.

Funcionamento do curso
A grande preocupação de um candidato que se prepara para a
discursiva é o domínio do conteúdo. Sem dúvida, acreditamos que esse
é o maior pavor do concurseiro: “E se cair algo que eu não sei??? Tô
ferrado!”
Isso é de fato preocupante e chega a ser prejudicial até para a
organização de tudo o que envolve a resolução da prova. Se o candidato
chegar tenso no local da prova pode botar tudo a perder.
É comum afirmarmos que para um candidato se dar bem na prova
discursiva tem que saber escrever. E realmente é muito importante.
Mas o candidato que tem boa escrita e não tem conteúdo irá escrever
bonito, mas não falará nada para o examinador. De nada adianta
arrebentar no idioma e fugir completamente ao tema por desconhecer
o assunto.
Pensando nisso, esse curso foi escrito para deixá-los mais tranquilos.

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Temas para a prova discursiva ISS Salvador
Comentários e proposta de solução
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Iremos explorar aqui os temas mais relevantes para a cobrança nessa


prova discursiva, ou seja, aqueles com maior probabilidade de ser
objeto das questões que vocês irão responder.
Abordaremos os temas constantes no edital, a fim de tentar antecipar
a prova, possibilitando uma melhor preparação, com foco naquilo que
é mais provável.
Obviamente que não iremos abordar todos os temas possíveis e
imagináveis, mas sim aqueles mais tendentes a serem exigidos. Até
porque o tempo é curto e um dos balizadores desse curso será a
objetividade na abordagem.
Infelizmente não podemos garantir a vocês que, com 100% de certeza,
as questões aplicadas no dia da prova constarão neste curso! Mas os
tópicos que não forem abordados aqui serão os com menor
probabilidade de serem exigidos em uma discursiva, por suas próprias
características.
O curso consistirá na apresentação de temas comentados. A cada aula
teremos 03 temas de Direito Tributário.
Os temas serão inicialmente analisados quanto aos conteúdos exigidos.
Nesse momento, o professor irá comentar em linhas gerais o estilo da
questão e o que o examinador exigiu do candidato. Em seguida, será
feita uma explanação do assunto cobrado, esclarecendo para o aluno o
conteúdo que ele deveria dominar para responder com segurança a
questão.
Concluída a análise da questão, o professor irá disponibilizar uma
proposta de solução da questão, apresentando para o aluno um modelo
de redação que atende ao que foi cobrado pela banca.
Mas por que um “modelo”, uma “proposta de solução”?
Porque não há uma única forma de escrever. Cada um possui uma
maneira própria de abordar a matéria, de escrever, de organizar o
texto. Por isso, o professor apresenta uma proposta de solução, o que
não significa que apenas irá gabaritar quem responder exatamente
igual ao que ali está.
Pelo contrário, é importante que cada um tenha seu próprio estilo de
escrever, mas, ainda assim, vários podem gabaritar a questão. O
modelo do professor será apenas um norte.

Tendo em vista o objetivo desse curso, não teremos fórum de


dúvidas.

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Temas para a prova discursiva ISS Salvador
Comentários e proposta de solução
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Nosso curso será organizado de acordo com o seguinte cronograma:

AULA 00 15/09/2014 03 temas

AULA 01 22/09/2014 03 temas

AULA 02 29/09/2014 03 temas

AULA 03 06/10/2014 03 temas

AULA 04 13/10/2014 03 temas

Com isso, iremos apresentar os 15 temas mais importantes, no nosso


entendimento, cuja cobrança na prova é mais provável.

Sem mais delongas, passemos aos nossos 03 primeiros temas.

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Temas para a prova discursiva ISS Salvador
Comentários e proposta de solução
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Questão 01
O art. 4º do CTN define que a natureza jurídica específica do tributo é
determinada pelo fato gerador da respectiva obrigação, sendo
irrelevantes para qualifica-la a denominação e demais características
formais adotadas pela lei, bem como a destinação legal do destino da
arrecadação.
Com o advento da Constituição Federal de 1988, muito se discutiu
acerca da recepção desse dispositivo legal.
Partindo dessas informações, discorra sobre aplicabilidade do art. 4º do
CTN a partir da nova ordem constitucional e de acordo com o
entendimento dominante.

Desenvolvimento: 20 a 40 linhas

Comentários à questão
A questão inicia com a citação de um artigo do CTN. Sendo assim, isso
já é um ponto de partida para o candidato.
Devemos perceber que o primeiro parágrafo não está questionando
nada, mas está trazendo uma informação para o candidato. Continua o
texto informando que já houve discussão acerca do dispositivo e,
finalmente, cobra do candidato que, partindo das informações
fornecidas responda ao que se pede.
O candidato deve discorrer sobre a aplicabilidade do art. 4º do CTN.
Mas para isso, a questão remeteu a dois aspectos importantes: a nova
disciplina conferida pela Constituição Federal de 1988 e o entendimento
firmado pela doutrina.
Diante do que se pede, faz-se necessário o candidato abordar os
motivos da discussão, começando com o esclarecimento do redação do
art. 4º do CTN, passando pela nova disciplina inserida pela CF/88 e
concluindo com a interpretação da doutrina dominante acerca da
aplicabilidade do dispositivo na atualidade.
Façamos uma revisão sobre o tema.
Na inteligência do CTN, pouco importa o nome, as formalidades ou o
destino do produto da arrecadação. O que vale para identificar a espécie
tributária é o fato gerador do tributo.
A disciplina do art. 4º do CTN traduz, na realidade, um princípio
universal e que é muito explorado na contabilidade: o princípio da
prevalência da essência sobre a forma. Não são os aspectos formais
que irão definir a espécie tributária, mas o aspecto material.
O CTN adota a teoria tripartida. Por isso, essa regra é plenamente válida
para determinar a natureza jurídica do tributo se estivermos diante de

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Comentários e proposta de solução
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apenas três possibilidades. Ou seja, para diferenciar um imposto de


uma taxa ou de uma contribuição de melhoria, basta olharmos para o
fato gerador.
Isso porque esses três tributos, originariamente previstos no CTN como
únicas espécies tributárias, têm fatos geradores bem característicos.
Sendo assim, analisando apenas o fato gerador é possível diferenciá-
las e determinar a sua natureza jurídica.
Com o advento da pentapartição, os empréstimos compulsórios e as
contribuições acabaram impedindo a aplicação plena do art. 4º do CTN.
Isso ocorre porque o fato gerador desses tributos não tem
características próprias, ora se apresentam como fatos típicos de
impostos, ora se parecem com taxas.
Com isso, fica impossível identificar a natureza jurídica apenas pelo fato
gerador. Faz-se necessário analisar o destino legal da arrecadação.
A discussão toda acerca da validade ou não das disposições do art. 4º
do CTN é por conta do destino legal da arrecadação. Enfim, ele deve
ser verificado ou não?
Considerando que os empréstimos compulsórios e as contribuições
especiais são espécies tributárias, cujos fatos geradores podem assumir
natureza de imposto na grande maioria dos casos, é de extrema
importância analisar o destino legal do produto da arrecadação para
determinar a sua natureza jurídica.
Ademais, o próprio regramento constitucional traça como elemento
característico desses tributos justamente a destinação dos recursos
arrecadados. Por exemplo, a CF define em seu art. 195:
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,
de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
(...)”

Podemos perceber que a contribuição do empregador sobre a folha de


salários é vinculada ao financiamento da Seguridade Social. Logo,
importa verificar o destino legal da arrecadação.
Essas espécies tributárias têm por característica fundamental a
aplicação dos recursos vinculada a determinado fim. Por isso, destinar
legalmente os recursos arrecadados para algo que não atenda ao fim
previsto na Constituição, tornaria inválido o tributo.

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Destarte, o destino legal da arrecadação é requisito


constitucional para a validade das contribuições especiais e
para os empréstimos compulsórios. Por conseguinte, a instituição
desses tributos deve observar essa diretriz constitucional, sob pena de
qualquer desvio por parte do legislador tornar o tributo inconstitucional.

Conhecimentos exigidos do candidato


- A previsão das espécies tributárias no CTN:

“Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de


melhoria.”

- A disciplina inaugurada com a CF/88:

“Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir


empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de
calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de
relevante interesse nacional (...)
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições
sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua
atuação nas respectivas áreas, (...).

- O entendimento do STF acerca da pentapartição das espécies


tributárias:

“De efeito, a par das três modalidades de tributos (os impostos, as


taxas e as contribuições de melhoria) a que se refere o art. 145 para
declarar que são competentes para instituí-los a União, os Estados,
o Distrito Federal e os Municípios, os artigos 148 e 149 aludem a
duas outras modalidades tributárias, para cuja instituição só a União
é competente: o empréstimo compulsório e as contribuições sociais,
inclusive as de intervenção no domínio econômico e de interesse das
categorias profissionais ou econômicas.” (RE146.733-9/SP, Rel. Min.
Moreira Alves)

- entendimento da doutrina dominante:

“A ‘destinação legal’ ou ‘finalidade’ é, atualmente, critério


importantíssimo para identificar determinadas espécies tributárias
como as contribuições especiais e empréstimos compulsórios, pois
constitui seu critério de validação constitucional. A competência é
atribuída em função das finalidades a serem perseguidas.”
(PAULSEN, Leandro. Direito Tributário: Constituição e Código
Tributário à luz da doutrina e da jurisprudência. 15ª ed. Livraria do
Advogado, 2013, p. 670)

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PROPOSTA DE SOLUÇÃO
Segundo a disciplina do Código Tributário Nacional (CTN), apenas
o fato gerador da obrigação tributária é elemento capaz de determinar
a natureza jurídica do tributo. Nesse sentido, ao definir que os aspectos
formais não são relevantes, guarda estreita relação com o princípio da
prevalência da essência sobre a forma.
Ocorre que o CTN foi editado sob a vigência de Constituição
anterior e prevê apenas três espécies tributárias: impostos, taxas e
contribuições de melhoria. É o que a doutrina chama de tripartição das
espécies tributárias.
Tais espécies tributárias têm fatos geradores bastante
característicos, o que, por si só, já constitui elemento suficiente para
diferenciá-las umas das outras. Por isso, as definições do Código acerca
da determinação da natureza jurídica são plenamente aplicáveis para
diferenciar impostos, taxas e contribuições de melhoria.
Há que observar, entretanto, que com o advento da Constituição
Federal de 1988, novas espécies tributárias foram criadas, a saber: as
contribuições especiais e o empréstimo compulsório, cuja competência
para instituição é exclusiva da União. Essas espécies de tributo,
contudo, não têm fatos geradores característicos, apresentando, na
maioria dos casos, fatos próprios de impostos.
Ademais, as contribuições especiais e os empréstimos
compulsórios são criados para atender a um fim específico, de modo
que o destino legal do produto da arrecadação constitui elemento
peculiar, que acaba por definir a espécie tributária, como ocorre com a
contribuição previdenciária patronal.
Nessa linha, defende a doutrina dominante que as disposições do
CTN são ineficazes para determinar a natureza jurídica do tributo, vale
dizer, para determinar a espécie tributária quando estivermos diante
de contribuições especiais e empréstimo compulsório.
Com efeito, a análise do destino legal da arrecadação passa a ser
elemento fundamental para identificar as novas espécies tributárias,
permanecendo as disposições do CTN válidas apenas quando se tratar
das três espécies nele previstas.

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Questão 02
A Constituição Federal estabelece em seu art. 145, §1º, que, sempre
que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados
segundo a capacidade econômica do contribuinte.
Discorra sobre o princípio da capacidade contributiva, abordando suas
formas de manifestação e sua aplicação às demais espécies tributárias
de acordo com o entendimento dos tribunais superiores.

Desenvolvimento: 20 a 40 linhas

Comentários à questão
A questão já define o que deverá ser abordado pelo candidato. Em
questões desse tipo, é muito interessante que seja seguida a própria
ordem estabelecida no enunciado.
Sabem porque isso? Porque normalmente o examinador segue um
espelho de correção e ele vai marcando as respostas que encontra.
Assim, uma redação mais alinhada ao espelho de correção é vista com
bons olhos pelo examinador, isso facilita o trabalho dele e garante seus
pontos mais rápido. ☺
Vejamos, então, como ficaria a ordem da resposta:
1 – introdução com breve relato do princípio da capacidade contributiva
2 – as formas de manifestação do princípio
3 – explicação sobre a diferença na manifestação (impostos reais ou
pessoais)
4 – aplicação às demais espécies tributárias, de acordo com o
entendimento do STF
Vamos revisar o tema:
A Constituição Federal estabelece em seu art. 145, §1º, que:

“§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e


serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte,
facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as
atividades econômicas do contribuinte.”

Estamos diante do famoso princípio da capacidade contributiva.


Segundo esse princípio constitucional, sempre que possível, na
cobrança do imposto, a condição socioeconômica do contribuinte
deverá ser observada. Em outras palavras, quem demonstra maior
capacidade contributiva deverá pagar mais.

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Assim ensina Sacha Calmon:


“A capacidade contributiva é a possibilidade econômica de pagar
tributos. É subjetiva, quando leva em conta a pessoa. É objetiva,
quando toma em consideração manifestações objetivas da pessoa
(ter casa, carro do ano, sítio numa área valorizada, etc.). ‘Aí temos
signos presuntivos de capacidade contributiva’.” (COELHO, Sacha
Calmon Navarro. Comentários à Constituição de 1988 Sistema
Tributário. 3ª ed, Forense 1991)

Na esteira do mesmo entendimento, ensina com muita clareza Luís


Eduardo Schoueri:
“O princípio da capacidade contributiva, que está no art. 145, nada
mais é do que uma decorrência do princípio da solidariedade.
Pergunta-se: por que razão uns pagam impostos outros não? Porque
uns podem mais e outros menos. É a solidariedade. E a solidariedade
é o fundamento do nosso ordenamento como um todo.” (SCHOUERI,
Luís Eduardo. Exigências da CIDE sobre Royalties e Assistência
Técnica ao Exterior. RET 37/144, jun/04)

Mas como o Estado poderá aplicar o princípio da capacidade


contributiva? Como exigir mais de quem manifesta mais riqueza?
Tal mensuração não é tão simples e direta. A graduação depende,
também, do tipo de imposto em questão.
Para que a graduação do imposto ocorra em atendimento à real
condição do contribuinte, o princípio da capacidade contributiva se
manifesta por meio de outros dispositivos e princípios constitucionais,
a saber: a progressividade e a seletividade.
Essa é a lição de Abel Ferreira:
“... o princípio da capacidade contributiva e o princípio da seletividade
são subprincípios do princípio da igualdade, e serão aplicados um ou
outro de acordo com o tipo de imposto. Nos impostos sobre a renda
e rendimentos (impostos pessoais), deve ser aplicado o princípio da
capacidade contributiva (progressividade); nos impostos sobre a
produção e o consumo (impostos reais), o princípio da seletividade,
de acordo com a essencialidade de cada bem produzido ou
comercializado.” (destaques acrescidos) (FERREIRA, Abel Henrique.
O princípio da Capacidade Contributiva Frente aos Tributos
Vinculados e aos Impostos Reais e Indiretos. RFDT 06/71, dez/03)

Assim, em regra, a capacidade contributiva é observada na tributação


da seguinte forma:

PROGRESSIVIDADE Mais aplicável aos impostos pessoais


CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA
SELETIVIDADE Mais aplicável aos impostos reais

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Na esteira desse entendimento, parcela da doutrina defende que nos


impostos pessoais, como é o caso do imposto de renda, a capacidade
contributiva é revelada por meio do progressividade. Nos impostos
reais, se dá por meio da seletividade.
A Constituição Federal faz referência apenas aos impostos quando
estabelece o princípio da capacidade contributiva. Por isso, as questões
de concurso ainda exigem bastante a literalidade desse dispositivo
constitucional.
Muitas vezes, as questões substituem o termo “impostos” por
“tributos”, considerando errada a alternativa, de acordo com a
literalidade do art. 145, §1º, da Constituição Federal.
Não obstante, o STF tem entendido que o princípio é aplicável às demais
espécies tributárias, observadas as suas peculiaridades. Apesar da
dificuldade de se aplicar às taxas, não há vedação constitucional ao seu
uso para essa espécie tributária.
“A despeito do art. 145, §1º da CF, que alude à capacidade
contributiva, fazer referência apenas aos impostos, não há negar que
ele consubstancia uma limitação ao poder de imposição fiscal que
informa todo o sistema tributário. É certo, contudo, que o princípio
da capacidade contributiva não é aplicável, em sua inteireza, a todos
os tributos. (...) Como se sabe, existe certa dificuldade em aplicá-lo,
por exemplo, às taxas, que pressupõem uma contraprestação direta
em relação ao sujeito passivo da obrigação. Na hipótese das
contribuições, todavia, o princípio em tela, como regra, encontra
guarida, como ocorre no caso das contribuições sociais previstas no
art. 195, I, b e c, devidas pelo empregador.” (Excerto do voto
condutor do Min. RICARDO LEWANDOWSKI, quando do julgamento,
pelo STF, do RE 573.678, mar/09)

Esse tema, que já foi objeto de muita controvérsia, passou a ser


pacificado com a discussão acerca da constitucionalidade da taxa de
fiscalização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Vamos entender o histórico para que fique claro o entendimento
firmado pela Corte Suprema.
A referida taxa não foi instituída com uma alíquota em percentual (ad
valorem), mas por meio de uma tabela com valores específicos, que
seriam apurados de acordo com o capital social da empresa a ser
fiscalizada. Mais ou menos assim:
- Capital de R$ ... a R$ ... – Taxa: R$...
- Capital de R$ ... a R$ ... – Taxa: R$...
- Capital de R$ ... a R$ ... – Taxa: R$...
Essa cobrança gerou discussões em função de dois aspectos relativos
às taxas: o primeiro diz respeito à base de cálculo, que veremos logo
mais ao estudarmos as taxas; o outro, é justamente sobre a capacidade
contributiva.

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O ponto central da discussão relativo à capacidade contributiva era que,


ao graduar o valor da taxa de acordo com o capital das empresas,
estaria sendo adotado o princípio da capacidade contributiva, o que
seria inconstitucional no caso de taxas, já que a atuação estatal é a
mesma, seja para empresas com capital elevado ou pequenas
empresas.
Ocorre que, embora não mencione expressamente as taxas no art. 145,
§1º, a Constituição não veda sua aplicação a essa espécie tributária.
Nesse sentido, resolvendo o caso, o STF assim manifestou sua decisão:
“Taxa de fiscalização dos mercados de títulos e valores mobiliários...
O critério adotado pelo legislador para a cobrança dessa taxa de
polícia busca realizar o princípio constitucional da capacidade
contributiva, também aplicável a essa modalidade de tributo,
notadamente quando a taxa tem, como fato gerador, o exercício do
poder de polícia.” (STF, 2ª T., ARegREx 176.382-5/CE, Min Celso de
Mello, mai/00)

O mesmo entendimento é válido para as contribuições, perfeitamente


resumido na lição de Ives Gandra Martins:
“Não obstante a Lei Maior faça referência a impostos, a doutrina e a
jurisprudência pacificaram o entendimento de que a capacidade
contributiva é princípio informador da tributação também pela via
das contribuições sociais, sempre que o legislador escolha, como fato
gerador ou base de cálculo dessa espécie tributária, um elemento
denotador dessa capacidade. Trata-se de critério mediante o qual se
realiza a isonomia, pressupondo-se que contribuinte com a mesma
capacidade contributiva arquem com idêntica carga tributária.”
(MARTINS, Ives Gandra da Silva; SOUZA, Fátima Fernandes
Rodrigues de, COFINS e PIS – planejamento tributário –
incompatibilidade entre o Sistema Tributário Brasileiro e eventual
norma antielisão. RDDT 117/132, jun/05)

Por isso, é bom atentar para a possibilidade de cobrança sobre


a aplicação do princípio à taxas. E isso já vem acontecendo nas
questões objetivas! A própria ESAF já considerou essa possibilidade no
concurso de APOF/SP em 2009. Não foi o caso específico dessa questão,
pois não haveria espaço para detalhar toda a aplicação, mas é
possível que caia uma questão mais específica sobre as taxas.
Nessa situação, o candidato deveria discorrer sobre tudo o que
revisamos aqui.

Conhecimentos exigidos do candidato


- classificação doutrinárias dos impostos em reais e pessoais
- aplicação dos princípios da progressividade e da seletividade como
formas de manifestação do princípio da capacidade contributiva
- posicionamento do STF acerca da aplicação do princípio às demais
espécies tributárias

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PROPOSTA DE SOLUÇÃO
Ao estabelecer o princípio da capacidade contributiva, a
Constituição Federal determina que, sempre que possível, a condição
socioeconômica do contribuinte deverá ser considerada na tributação
dos impostos. Sendo assim, aquele que demonstrar maior capacidade
contributiva deverá pagar mais.
Contudo, mensurar a condição do contribuinte e graduar os
impostos de acordo com sua capacidade não é atividade tão simples e
direta. A graduação depende, entre outros elementos, do tipo de
imposto. Faz-se necessário avaliar se é o caso de um imposto real ou
pessoal.
Para que a graduação do imposto ocorra em atendimento à real
condição do contribuinte, o princípio da capacidade contributiva se
manifesta por meio de outros dispositivos constitucionais, a saber: a
progressividade e a seletividade.
A progressividade é aplicada quando as alíquotas aumentam à
medida que aumenta também a base de cálculo. Dessa forma, a
tributação ocorre de maneira mais gravosa quanto maior for a
manifestação de riqueza do contribuinte. Nos impostos pessoais,
aqueles em que os aspectos individuais do contribuinte são
considerados, como é o caso do imposto de renda, é por meio da
progressividade das alíquotas que se dá a manifestação do princípio da
capacidade contributiva.
Já a seletividade significa aplicar alíquotas diferentes para
diferentes produtos, a depender da essencialidade de cada um. Para
itens de primeira necessidade alíquotas menores, para os mais
supérfluos alíquotas mais expressivas. É por meio da seletividade que
o princípio da capacidade contributiva se manifesta para graduar os
impostos reais, ou seja, aqueles que incidem sobre bens.
Não obstante a Constituição Federal fazer referência apenas aos
impostos, o Supremo Tribunal Federal entende que, apesar da
impossibilidade de se aplicar o princípio em sua inteireza a todas as
espécies tributárias, a capacidade contributiva informa todo o sistema
tributário. É o que ocorre com as contribuições, por exemplo, que, para
atender ao princípio da isonomia, muitas vezes consideram a condição
do contribuinte.

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Questão 03
Discorra sobre a disciplina constitucional destinada às taxas, abordando
necessariamente:
- os fatos geradores
- a competência para instituição
- a determinação referente à base de cálculo e o entendimento
sumulado pelo STF relativo a esse dispositivo

Desenvolvimento: 20 a 40 linhas

Comentários à questão
Estilo de questão que ajuda bastante o candidato a desenvolver sua
redação.
A questão lista os tópicos a serem abordados e que, obviamente serão
pontuados, e a ordem exata da abordagem, ou seja, o enunciado
entregou de bandeja o espelho de correção.
Fique atento, é comum esse tipo de questão. Quando se deparar com
uma questão assim, siga fielmente a ordem e aborde todos os itens do
jeito que se pede, pois você já estará diante do espelho de correção da
banca.
Vamos revisar o que é importante para responder à questão.
O art. 145, da Constituição Federal confere a competência para
instituição das taxas e já elenca seus possíveis fatos geradores:

“Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


poderão instituir os seguintes tributos:
(...)
II – taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela
utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e
divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua disposição;
(...)”

Observe que a taxa figura como um tributo contraprestacional, eis


que para ser exigida depende de uma atividade estatal específica
relativa ao contribuinte. Exatamente o contrário do conceito de
imposto, que acabamos de estudar.
Logo, identificamos que nas taxas o fato gerador é um FATO DO
ESTADO.

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Da leitura do dispositivo constitucional, podemos verificar que há dois


possíveis fatos geradores para as taxas: o exercício regular do poder
de polícia e a prestação de serviços públicos específicos e divisíveis.
A Constituição Federal dispõe que as taxas têm como um dos possíveis
fatos geradores a utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos
específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos à sua
disposição.
Podemos verificar que a disciplina constitucional exige duas
características fundamentais para o serviço: ser específico e divisível;
e outra característica para a utilização desse serviço: ser efetiva ou
potencial. Perceba que não basta ser um ou outro. A CF deixa claro que
é necessário apresentar as duas características: ser específico E
divisível.
Resumindo, temos de forma esquematizada:

• Serviços específicos E divisíveis


TAXAS DE
• Utilização efetiva OU potencial
SERVIÇO
• Serviços prestados ou postos à disposição

Nos termos da Constituição Federal, como vimos, o outro fato gerador


possível da taxa é o exercício regular do poder de polícia.
A primeira coisa que temos que perceber na taxa de polícia é que,
diferentemente da taxa de serviço, não há que se falar em utilização
efetiva ou potencial. O fato gerador passa a ser o exercício do poder de
polícia. É o exercício da atividade estatal que figura como fato gerador,
trazendo como consequência a obrigação de pagar o tributo.
Nessa linha, aquele que está submetido a tais atividades de Estado
passa a ser contribuinte da respectiva taxa. Na disciplina constitucional,
o fato gerador da taxa de polícia é o exercício regular.

Normalmente, o valor de um tributo é determinado por meio de uma


operação de multiplicação, que tem como elementos a base de cálculo
e a alíquota.
A base de cálculo é o elemento que mensura o fato gerador. É ela que
quantifica o que será tributado. Por exemplo, no caso do ICMS a base
de cálculo é o valor da operação de venda das mercadorias, já que o
que está sendo tributado e, consequentemente, necessita de
mensuração é a circulação dessas mercadorias.

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Assim, a base de cálculo deve guardar relação estreita com o fato


gerador do tributo.
Nesse sentido, determina a Constituição Federal no §2º, do art. 145:
“§ 2º. As taxas não poderão ter base de cálculo própria de impostos.”

Os impostos têm como contribuintes aqueles que revelam capacidade


de contribuir para a coletividade, eis que seu fato gerador representa
uma manifestação de riqueza.
As taxas, ao contrário, surgem a partir de uma atividade estatal
direcionada ao contribuinte.
Sendo a base de cálculo elemento representativo do aspecto
dimensional do tributo, ou seja, o elemento que irá quantifica-lo, e, por
conseguinte, guardar relação com o fato gerador, as taxas têm que
apresentar base de cálculo que seja capaz de mensurar a atividade
estatal. Nesse sentido a Súmula nº 667 do STF, segundo a qual viola a
garantia constitucional de acesso à jurisdição a taxa judiciária cobrada
sem limite sobre o valor da causa.
Base de cálculo própria de imposto seria qualquer base que mensure a
manifestação de riqueza. Partindo dessa análise, o que a Constituição
estabelece é que a base de cálculo das taxas não deve guardar relação
com qualquer manifestação de riqueza dos contribuintes, como ocorre
nos impostos. Ao contrário, a base de cálculo das taxas deve guardar
relação com o custo da atividade estatal.
As taxas são tributos contraprestacionais, vinculados, cujo fato gerador
representa um FATO DO ESTADO. Logo, sua base de cálculo deve ser
uma grandeza relacionada à atividade estatal e não ao contribuinte.
Assim ensina Humberto Ávila:
“... enquanto a Constituição anterior vedava o uso de base de cálculo
idêntica à dos impostos, a Constituição proíbe o emprego de base de
cálculo ‘própria’ de impostos. Base de cálculo própria de imposto é
aquela apropriada à mensuração da atividade econômica dos
contribuintes, mesmo – e isto é crucial – que não seja idêntica àquela
que tenha servido para a incidência dos impostos. [...] sendo a causa
da instituição das taxas a atividade estatal, a sua base de cálculo
deverá ser medida com base nessa atividade, não em elementos
residentes nos contribuintes.” (ÁVILA, Humberto. As taxas e sua
mensuração. RDDT nº 204/37-44, set/2012)

O autor fez referência à Constituição anterior, que trazia dispositivo


proibindo o uso de base de cálculo idêntica à dos impostos. Sendo
editado na época da referida Constituição, o CTN dispõe que:
“Art. 77. Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou
fato gerador idênticos aos que correspondam a imposto nem ser
calculada em função do capital das empresas.”

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Podemos constatar que o CTN apenas veda a aplicação às taxas de base


de cálculo dos impostos já existentes. Isso significa que as taxas
poderiam utilizar uma base de cálculo típica de imposto, desde que
diferente dos impostos existentes.
A Constituição Federal de 88 foi mais além, proibindo a utilização de
base de cálculo própria de imposto. Isso significa que não pode ser
atribuída à taxa uma base de cálculo que esteja relacionada com
aspectos do contribuinte, vale dizer, com manifestação de riqueza.
Isso que acabamos de ver representa a base do nosso ordenamento há
muitos anos e já foi objeto de inúmeras questões de prova.
Contudo, o entendimento tomou outro sentido a partir decisões do STF.
Comentamos na questão anterior sobre a taxa de fiscalização da CVM,
que suscitou discussões relativas à aplicação do princípio da capacidade
contributiva às taxas (que já estudamos na questão anterior) e o que
podemos chamar de ponto mais discutível: a utilização de base de
cálculo própria de impostos nas taxas.
Decidiu o STF pela constitucionalidade da taxa, sob a alegação de que
a taxa não estava incidindo sobre o capital das empresas, já que a lei,
ao definir valores fixos por faixa de capital, estava eliminando os
cálculos, não havendo que se falar em “base de cálculo”. Além disso,
entendeu a Corte que o capital das empresas, não representando base
de cálculo, era apenas um parâmetro para mensurar a atividade
estatal.
Seguindo este entendimento do STF, teríamos que aceitar que
empresas de maior capital social demandariam uma fiscalização mais
minuciosa por parte da CVM. Somente assim, poderíamos entender
que, de fato, estabelecer valores em função do capital, de alguma
forma guarda relação com a atividade estatal desempenhada.
Além dessa discussão, muitos casos chegaram à Corte Suprema para
apreciação da constitucionalidade das taxas de coleta de lixo.
Conforme estudamos, o serviço de coleta de lixo nos imóveis é divisível
para fins de cobrança de taxa, uma vez que é possível identificar os
beneficiários e mensurar a utilização por parte de cada um deles.
Entretanto, que elemento será usado para medir a utilização de cada
um? Logicamente, para que a taxa seja juridicamente válida, o critério
adotado deve guardar relação com a atividade estatal. Mas que critério
utilizar? Nem sempre isso é tarefa simples.
Alguns elementos poderiam mensurar com mais perfeição a utilização
do serviço por cada beneficiário, tais como o peso do lixo coletado ou
seu o volume. Sem dúvidas, qualquer um desses elementos seria válido
para definir quem usou mais ou menos o serviço.

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Porém, em termos práticos, já imaginou como seria o serviço de coleta?


Todos os caminhões teriam que ter balanças e os coletores teriam que
registrar tudo para a cobrança da taxa. Já pensou no trabalho que isso
daria? E quantos equipamentos deveriam ser utilizados para conseguir
registar tudo sem erros?
Diante dessa dificuldade, a grande maioria dos Municípios adota um
critério interessante: a área do imóvel. O argumento é de que imóveis
maiores produzem mais lixo. Não deixa de ter fundamento esse
argumento, mas ele não é perfeito.
Imagine uma mansão de 3.000m² com apenas uma rica viúva residindo
e um apartamento de 65m² onde residem quatro pessoas, sendo uma
delas um recém-nascido... Será que o primeiro imóvel produziria mais
lixo? Logicamente que não. Por isso, o critério adotado, apesar de ter
certa lógica, não é o mais adequado. O melhor seria, não fosse a
inviabilidade, medir o peso ou o volume de cada lixo.
Mas por que os Municípios adotaram a área do imóvel como parâmetro?
Porque esse elemento já é de conhecimento da Prefeitura, pois constitui
um dos elementos da base de cálculo do IPTU. E é aí que mora o
problema!
Com alegação de ofensa ao art. 145, §2º, muitas leis municipais que
seguiam essa prática chegaram para apreciação do STF. Em muitas
decisões a Corte entendeu que adotar um dos elementos da base de
cálculo própria de impostos nas taxas é permitido, desde que não
ocorra total identidade entre elas. Isso resultou na Súmula Vinculante
nº 29:
Súmula Vinculante 29 do STF
É constitucional a adoção, no cálculo do valor da taxa, de um ou mais
elementos da base de cálculo própria de determinado imposto, desde
que não haja integral identidade entre uma base e outra.
Percebam que a evolução no entendimento do STF acabou direcionando
para o que diz o próprio CTN: não pode ser usada base de cálculo
idêntica à dos impostos.
Bastante atenção à Súmula Vinculante 29!

Conhecimentos exigidos do candidato


- art. 145, II e §2º, da Constituição Federal
- Súmula Vinculante nº 29 do STF

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PROPOSTA DE SOLUÇÃO
Estabelece a Constituição Federal que as taxas podem ser
instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização,
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis,
prestados ao contribuintes ou postos à sua disposição.
Verifica-se que a taxa figura como um tributo contraprestacional,
eis que para ser exigida depende de uma atividade estatal específica
relativa ao contribuinte. Do próprio texto constitucional é possível
destacar os possíveis fatos geradores da taxa: a utilização efetiva ou
potencial de serviços públicos específicos e divisíveis e o exercício do
poder de polícia. Logo, o fato gerador das taxas é um fato do Estado, e
não do contribuinte.
A competência tributária, ou seja, a capacidade para instituir
tributos apenas pode ser definida na Constituição Federal, que cumpre
esse papel em relação às taxas ao estabelecer que são competentes
para instituí-las a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Nesse sentido, verifica-se que a taxa é tributos da competência comum
de todos os entes tributantes, desde que executado o serviço ou
efetuada a atividade de polícia.
No que diz respeito à base de cálculo, faz-se necessário que esta
guarde estreita relação com o fato gerador do tributo. Nesse sentido,
determina a Constituição Federal que as taxas não podem ter base de
cálculo própria de impostos. Isso significa que os elementos que servem
de base para a apuração dos impostos, vale dizer, aqueles que denotam
manifestação de riqueza, não podem servir como base de cálculo para
as taxas. Para estas, a base de cálculo deve ser elemento relacionado
à atividade estatal voltada para o contribuinte.
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal conferiu nova
interpretação ao dispositivo constitucional, o que resultou na edição da
Súmula Vinculante nº 29.
Interpretou a Corte Suprema que a vedação constitucional é no
sentido de que não haja total identidade entre as bases de cálculo das
taxas com algum dos impostos já existentes, sendo permitido adotar
apenas alguns dos elementos usados na base dos impostos.

Aqui encerramos nossa aula demonstrativa, que serviu para apresentar


como será o curso.
Espero você em breve na nossa próxima aula, onde abordaremos mais
03 temas.
Um grande abraço e até lá!

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