Deus Pai é o responsável pela eleição daqueles que serão salvos. O Deus
Filho é responsável por comprar, resgatar e perdoar os eleitos dos seus pecados
na cruz. O Deus Espírito Santo é o responsável por regenerar os pecadores
eleitos para uma nova vida aqui e agora. O Espírito Santo nunca falha em trazer
à salvação aqueles que o Pai escolheu e por quem o Filho morreu. Isso significa
que apenas os eleitos conseguirão ouvir o evangelho e arrepender-se dos seus
pecados e crer em Cristo. O apelo do evangelho estende uma chamada à
salvação a todo que ouve a mensagem. Ele convida a todos os homens, sem
distinção, a beber da água da vida e viver. Ele promete salvação a todo que se
arrepender e crer. Mas essa chamada geral externa, estendida igualmente ao
eleito e ao não eleito, não trará pecadores a Cristo. Por que? Porque os homens
estão, por natureza, mortos em pecado e debaixo de seu poder. O não
regenerado não vai responder à chamada do evangelho para arrepender-se e
crer. Nenhuma quantidade de ameaças ou promessas externas fará um pecador
cego, surdo, morto e rebelde se curvar perante Cristo como Senhor e olhar
somente para Ele para a salvação. O “não-eleito, não-salvo e não-regenerado”
jamais responderá a chamada do evangelho para arrepender-se e crer.
Em outras palavras, o Espírito Santo antes, durante ou depois da
pregação do Evangelho opera um milagre interno e gracioso no coração do
pecador. O Deus Espírito oferece ao pecador eleito um “ouvido” para ouvir Deus
falar, “olhos” para o pecador se enxergar perdido e ao mesmo tempo enxergar a
maravilhosa graça de Deus, e uma disposição nova em seu coração para em
amor escolher o mesmo Deus, que em incomparável amor, primeiro, o escolheu.
(Para o 4° ponto leia: Ezequiel 11.19-20, 36.26-27; João 1.12-13, 5.21; Atos
16.14-15; Romanos 8.30).
Essas são as ricas doutrinas da graça que nossos irmãos holandeses nos
deixaram por herança. Que possamos entende-las e desfrutar do consolo que o
Salvador nos dá a partir de cada uma delas.
As doutrinas da graça ajudam a preservar tudo o que é reto e bom na vida
cristã: humildade, santidade e gratidão, com uma paixão pela oração e pela
evangelização. O verdadeiro calvinista deveria ser aquele que mais se destaca
entre os cristãos — não tacanho e cruel, mas fundamentado na graça de Deus
e, portanto, dono de uma alma generosa. Confira seis características de um
verdadeiro calvinista: Mente teocêntrica, Alma contrita, Um coração grato, Uma
vontade submissa, Uma vida de santidade, Um proposito glorioso.