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Unidade 1

A imagem

Nesta unidade, iremos entender que a imagem não é uma realidade dada, mas uma construção
feita a partir de interesses diversos. A imagem que está diante de nós, nas telas dos quadros,
nos livros didáticos, nos jornais é um determinado modo de representar a realidade. Ou seja,
nesta unidade, iremos aprender a observar as imagens que nos são apresentadas como
“verdadeiras”, com mais atenção e desconfiança. A partir da reflexão sobre a imagem e dos
conhecimentos obtidos nos estudos desta unidade, estaremos aptos a formar alunos mais
críticos e capazes de compreender e analisar a sociedade imagética a que estamos inseridos.

Leitura do Grito do Ipiranga

(Pedro Américo – Grito do Ipiranga, 1888)

Talvez a imagem mais presente nos livros didáticos ainda seja O Grito do Ipiranga (1888). Como
aluno ou professor, certamente, você já se deparou com essa tela do pintor Pedro Américo
impressa em algum material didático de sua escola. Atualmente, a tela O Grito do Ipiranga cujo
nome original é Independência ou Morte (7,60 x 4,15 m), está no salão nobre do Museu Paulista
da Universidade de São Paulo – USP. Encomendada pelo governo imperial, antes que o Museu
do Ipiranga existisse, a tela de Pedro Américo retrata um momento singular na história do
Brasil: o Dia da Independência – 07 de setembro de 1822.

Nesta página, leia a análise da tela O Grito do Ipiranga, mas só depois de cumprir os passos do
desafio que propomos, a seguir.

Tarefa1 – Valor 10 pontos

TAREFA 1

1. Observe a tela de Pedro Américo em seus pormenores e anote o que considerar


importante.
2. Faça uma leitura do texto (abaixo) de Maurício Puls e anote as observações do autor.

O GRITO DO IPIRANGA

Pedro Américo de F. Mello (1888)


Uma pintura não é um registro preciso do que aconteceu, mas uma reconstrução
simbólica do real. Pedro Américo mudou a cena para que ela mostrasse a importância
do evento. Para ele, a Independência é o resultado da ação individual de um herói, e
não uma conquista coletiva. Daí a diferença entre seu quadro e o de Moreaux, que
mostra D. Pedro no meio do povo.

D. Pedro não montava um cavalo castanho-escuro, mas sim uma "besta baia gateada"
_ou seja, uma mula amarelo-avermelhada (burros e mulas eram o meio de transporte
habitual para subir a Serra do Mar). Também não vestia uma farda majestosa, mas uma
simples "fardeta de polícia". Não havia um carreteiro no local: foi colocado pelo pintor
para representar a população, surpreendida pelo fato.
A Guarda de Honra que está na tela ainda não existia nessa época (foi criada por um
decreto de 1/12/1822). D. Pedro estava escoltado por guardas voluntários. O pintor
usou fardas brancas para aumentar o contraste entre o bloco dos guardas e o dos civis
(que usam vestes escuras), o que traz mais dinamismo à tela. Ele ampliou o séquito do
regente e reduziu a tropa para equilibrar os dois blocos de figuras.

A colina onde está D. Pedro dista 405 metros do riacho do Ipiranga. O pintor aproximou
os dois locais para colocar o príncipe numa posição mais elevada e, ao mesmo tempo,
mostrar o riacho que dá nome ao quadro (bem destacado pelas patas do cavalo). A tela
está centrada em D. Pedro: o olhar do carreteiro nos leva diretamente ao regente, que é
realçado pela disposição dos guardas em semicírculo.

COMO TUDO COMEÇOU


Há quem diga que Pedro Américo plagiou o quadro "1807", de Meissionier. O problema
é que o brasileiro queria algo mais imponente que a tela de Moreaux, que destacasse a
figura real num momento em que o Império decaía. Por isso, não tinha muitas opções:
precisava colocar D. Pedro mais à esquerda, numa posição mais alta, iniciando a ação, e
a tropa à direita, reagindo à ação. A estrutura é a mesma, mas a composição melhorou.
O brasileiro substituiu os cavaleiros (à esq.) por um carreteiro que olha para D. Pedro,
dando mais unidade ao quadro. O curioso é que o próprio Meissonier viu uma foto de
"O Grito do Ipiranga" no pavilhão do Brasil na Exposição de Paris, em maio de 1889, e
gostou. (MAURICIO PULS).

3. Relacione o que você observou na tela com a análise feita no texto.


4. Produza um texto (1 a 2 laudas) com suas conclusões.

Se você observou, ao analisar a pintura de Pedro Américo, que Maurício Puls chamou atenção
para as inúmeras modificações empreendidas pelo pintor em relação ao “fato histórico”
retratado, certamente, concluiu que a tela O Grito do Ipiranga fabricou a realidade histórica
que representa. Portanto, não pode se constituir como um “registro preciso do que
aconteceu”. Nesse sentido, Maurício Puls enumera algumas modificações feitas pelo pintor
brasileiro: a inserção da Guarda de Honra na tela, apesar de essa ainda não existir na época,
sendo criada somente três meses depois da eclosão da Independência do Brasil; a farda
majestosa que, no evento, D. Pedro I não vestia, já que estava com uma simples “fardeta de
polícia”; e o uso arbitrário de fardas brancas da guarda (que usava vestes escuras) para
contrastar com o bloco dos civis e, dessa forma, dar mais dinamismo à composição.
Você também observou, a partir da análise de Puls, que os homens, por meio da imagem,
promovem inúmeras intervenções quando representam um fato, seja histórico ou cultural.
Assim, enquanto professor, é preciso duvidar constantemente da “verdade histórica” da
imagem, já que seus alunos também são educados a partir de fotografias, pinturas, desenhos e
charges impressas nos materiais didáticos e nas revistas que leem, nos quadrinhos que
colecionam, nas redes sociais e nos filmes a que assistem. Portanto, como toda imagem, O
Grito do Ipiranga não é um objeto dado, que existe enquanto fato independente de quem o
pintou, mas objeto construído, que só existe a partir do instante que alguém o fabricou.

1.1 Aspectos importantes na leitura da imagem

Diante da constatação de que a imagem não constitui o “registro objetivo” da


realidade, como você abordará, de agora em diante, as imagens impressas nos livros
didáticos ou em outros materiais que utiliza no âmbito educacional?

Além de avaliar se a tela O Grito do Ipiranga é um registro fiel ou não do fato que representa, a
análise de Maurício Puls, sutilmente, sugere alguns aspectos importantes para que façamos a
leitura da imagem:

 apesar de, aparentemente, ser um objeto semelhante à realidade, a imagem se constitui


antes como símbolo para mitificar personagens ou fatos do que como “verdade
histórica”;

 o uso do campo contextual é fundamental para a compreensão da imagem, já que


certos aspectos somente são revelados com o conhecimento da História (ou da cultura)
que a envolve;

 o uso do campo do objeto é imprescindível, pois sua leitura inicia e ocorre, de fato, a
partir de sua composição (como o lugar da cena e dos personagens, o que vestem e
como estão posicionados etc.).

Antes de tudo, por meio da leitura de O Grito do Ipiranga (1888, de Pedro Américo), o que, de
fato, você pode concluir é que a imagem é também forma de conhecimento, campo de saber e
conhecer o mundo e, consequentemente, lugar propício para se educar e formar cidadãos.
Para saber mais:

Site do Museu Paulista da Universidade de São Paulo (USP).

História do Museu Paulista – da difusão a pesquisa.

O Museu Paulista da USP e a Memória da Independência.

1.2 Imagem é conhecimento

Ao estudar a imagem na mídia impressa, precisamos compreender sua epistemologia, o que é


possível conhecer e aprender, a partir de sua composição; identificarmos suas diversas funções
na história, a partir das quais visualizamos sua importância e usos feitos ao longo do tempo; e
compreender os mecanismos que ajudam na percepção de seus aspectos, que permitirão
entrar nos espaços de sua composição.

Veja as definições, abaixo:

Por epistemologia, entendemos: Epistemologia (do grego ἐπιστήμη [episteme]: conhecimento


científico, ciência; λόγος [logos]: discurso, estudo de) é o ramo da filosofia que trata da
natureza, etapas e limites do conhecimento humano, especialmente nas relações que se
estabelecem entre o sujeito e o objeto do conhecimento. Nesse sentido, pode ser também
chamada teoria do conhecimento ou gnosiologia. Em sentido mais restrito, refere-se às
condições sob as quais se pode produzir o conhecimento científico e dos modos para alcançá-
-lo, avaliando a consistência lógica de teorias. Nesse caso, identifica-se com a filosofia da
ciência.

Relaciona-se também com a metafísica. A sua problemática compreende a questão da


possibilidade do conhecimento - nomeadamente, se é possível ao ser humano alcançar o
conhecimento total e genuíno dos limites do conhecimento (haveria realmente uma distinção
entre o mundo cognoscível e o mundo incognoscível?) e da origem do conhecimento (por quais
faculdades atingimos o conhecimento? Haverá conhecimento certo e seguro em alguma
concepção, a priori?).

Em suma, como professor, é preciso que você compreenda:


1. a imagem como forma de conhecer o mundo;
2. a utilização de suas potencialidades educacionais;
3. os mecanismos para a leitura adequada de suas várias manifestações.

1.3 Imagem e realidade

Campo Simbólico
Veja que, ao longo dos anos, segundo o autor francês, Jacques Aumont (1995), a imagem
estabeleceu, basicamente, três relações com a realidade:

 simbólica;
 estética;
 e epistêmica.

No campo do simbólico, essa relação dá-se de forma convencional, a partir da representação


de objetos significando coisas abstratas. Nesse campo, houve a predominância de imagens
religiosas capazes de permitir ao homem comum o acesso ao universo do sagrado e do divino.
Chegam ao ápice com o Barroco Ibérico dos séculos XVII e XVIII.
Bernini, PlutoandPersephone, 1622.

É bom lembrar que quando a Igreja Católica utilizou-se dessas imagens – escultóricas e também
pictográficas e arquitetônicas – os analfabetos constituíam uma parte considerável da
população. Por isso, não conseguiam ir além da tela, da estatuária e das grandes catedrais.

Assim, como compreender uma partícula da mitologia grega, como a esculpida


pelas mãos do mestre barroco Bernini, sem um certo conhecimento?

Desse modo, ficavam apenas no campo da manipulação, a partir do emocional e do desejo


(HAUSER, 1995), deslumbrados com o que viam sem entender direito o que sentiam.
Principalmente, porque o que importava aos seus olhos era apenas a superfície do quadro, ou
seja, o que era dado a ver e não todo o processo de deslumbramento e encantamento religioso
daquelas imagens.

Com o tempo, esse simbolismo por meio da imagem passou para a esfera laica das sociedades
ocidentais, apresentando ao grande público conceitos do capitalismo nascente: a democracia
(política), a liberdade (de trabalho e de mercado) e o progresso (industrial, técnico e
tecnológico). Esses simbolismos, em sua essência, estavam impregnados de um caráter
ideológico, como a tela O Grito do Ipiranga, que traz a valorização dos símbolos nacionais: o
acontecimento do 07 de setembro de 1822, como um momento nobre na história do Brasil.
Desse modo, “reproduziam” uma realidade que não correspondia à realidade concreta, mas
apenas a uma realidade construída pelos indivíduos no esteio das relações humanas em uma
sociedade hierarquizada.

Campo Estético

No campo do estético, a imagem estabelece a relação dos homens com o mundo, a partir da
representação de objetos, buscando sensações específicas vinculadas ao campo da beleza e do
encantamento, como a escultura de Bernini. Ao longo do tempo, pelo prazer estético que
proporcionava, essa categoria de imagem associou-se, naturalmente, às obras de arte, a ponto
de se confundirem. No entanto, essa sensação específica não se encontra apenas em objetos
artísticos, mas também em vários outros objetos midiáticos, como filmes publicitários e
cinematográficos, fotografias e cartazes, vídeos e programas televisivos, quadrinhos, tiras de
jornais e charges.

Esfera Epistêmica

A última das relações que a imagem estabelece com a realidade pode ser encontrada na esfera
epistêmica. Nesse campo, a partir das dimensões visuais, que usamos para rememorar e
reconhecer certos aspectos como partes do mundo em que vivemos, as imagens são
mecanismos que os indivíduos usam para conhecer determinada realidade ou personagens.
Imagens que, por sua vez, tanto podem ser fotografias ou pinturas.

Quantos livros de história não foram importantes como documentos históricos,


ao longo de nossa formação, como alunos e professores, ao trazerem retratos de reis e
rainhas, de governantes e imperadores, de escravos e do povo indígena, cujas imagens só
pudemos idealizar por meio de pinturas ou fotografias?

Assim, a imagem torna-se campo de saber no qual podemos conhecer mitos, a história e outras
culturas como, por exemplo, as que podemos conhecer nas fotografias impressas em Tristes
Trópicos: livro de viagem e memória do antropólogo francês Claude Lévi-Strauss (2004). A obra
ora atesta um espaço ainda em seus primórdios, como a nudez imberbe, prenhe de inocência e
delicadeza, ora as moradias já formatadas nos modelos coloniais com resquícios indígenas.

Claude Lévi-Strauss/ Tristes Trópicos. 1966.

1.4 Categorias da imagem


Apesar de, em princípio, separarmos essas categorias de imagens como simbólicas, estéticas e
epistêmicas, em nenhum momento podemos dizer que elas são categorias puras, isoladas, sem
inter-relações. Como objeto construído pelo homem, a imagem tem finalidades diversas.

Em certos momentos, simboliza o que representa e faz com que os elementos visuais
signifiquem mais do que cores, luzes e formas; reconstrói com outras “vestes” o real a partir da
arte, que pode reproduzir ou até mesmo recriar a realidade; e, por fim, explica ou nos mostra
de fato como é ou era a realidade captada por uma fotografia, desenhada pelas mãos de um
artista ou caricaturizada por um chargista. Se você observar novamente a tela de Pedro
Américo, verá que sua mensagem não se resume apenas ao que percebemos, já que reconstrói,
por meio da arte, a história para apresentar um fato da forma que pretendeu nos mostrar.

(Pedro Américo – Grito do Ipiranga, 1888)

Pertencendo as fotografias, quadrinhos, desenhos, charges e tiras de jornais ao campo da


imagem, a epistemologia das mídias visuais é importante porque proporcionará a você
conceitos que permitirão trabalhar o seu caráter eminentemente educativo. As imagens são
fundamentais na produção de materiais midiáticos impressos.

1.5 Analisando a fotografia


A Leitura da imagem pode ser realizada tanto no campo contextual quanto no sentido estrito
da imagem. Assim, são considerados aspectos relevantes nesse processo, tanto os de ordem
cultural quanto da imagem em si, como iremos mostrar na análise da fotografia de uma família
judaica.
Família de Erwin Wegner - Berlim, Alemanha, 1908.

Esta fotografia pertence ao álbum da família de Erwin Wegner, nascido em 1909, em Berlim,
Alemanha. Membro de família judia, Wegner viveu os horrores da perseguição ao seu povo
com a ascensão de Adolf Hitler ao poder, em 1933, e, consequentemente, do partido Nazista na
Alemanha com sua política racial e a concepção de um homem novo fundada no Arianismo.
Naquela época, apenas três anos após concluir, em 1933, seu doutoramento em Odontologia,
Wegner refugiou-se no Brasil, onde conseguiu exercer sua profissão depois de um tempo de
dificuldades. Provavelmente, agora, você está lembrando que é comum estarem álbuns de
fotografias, conseguindo, assim, guardar a memória dos rostos e corpos, das vestimentas e
espaços, da delicadeza e da sisudez de cada olhar de seus familiares fotografados.
Se você lembrar que o campo estrito do objeto é o ponto de partida para a
leitura da imagem, perceberá que um dos caminhos para utilizar a imagem, como tecnologia
educacional (sejam fotos, quadrinhos, charges ou desenhos), precisa obedecer a alguns passos:

1. seleção;
2. categorização;
3. e sistematização dos elementos da dimensão visual.

Assim, no processo de interpretação, são importantes os objetos que vemos em fotografias


como a da família de Wegner: sejam as roupas das pessoas fotografadas, as mobílias dos
espaços onde posaram para a foto ou a expressão de cada face. Portanto, é possível descobrir
os mistérios que rondam as fotografias, conhecer o que está registrado e aprender com o
visível.

Voltando à fotografia da família de Erwin Wegner, é possível


você observar alguma diferença no modo como as pessoas
fotografadas estão vestidas? De pronto, podemos dizer que são
visíveis as marcas da ancestralidade judaica na vestimenta e na
conservação da longa barba do homem mais velho. Aspectos
que apontam e aparecem como dado de continuidade e
preservação de uma cultura – típica roupa e barba judaicas,
bem diferentes da forma como os outros membros da família estão vestidos e de suas
aparências.

Esse fato não apenas constata que pessoas de uma mesma família se vestem de diversas
formas. A partir da vestimenta (um dos elementos da dimensão visual da fotografia em
questão), é possível evidenciar todo um processo de ocidentalização das formas e estilos da
moda, assim como a incorporação de tais características aos costumes alemães por parte de
uns, e a resistência cultural por parte de outros. Portanto, por meio das fotografias amareladas
pelo tempo, que documentam a história de cada um e a história de nossas famílias, existe a
possibilidade de se descobrir outros comportamentos e hábitos, vivências e trajetórias,
mudanças e continuidades culturais.

Já que definimos os elementos que pertencem ao campo estrito do objeto


imagem, que palavras-chave (ou elementos) auxiliam no estabelecimento das fronteiras do
campo contextual, especificamente na fotografia da família de Wegner?

Antes de tudo, identificamos o contexto histórico como a principal palavra-chave (elemento)


para definirmos o campo contextual. Nesse sentido, buscamos informações sobre a Alemanha e
o Judaísmo, no final do século XIX e início do século XX. Diversos sites, como a enciclopédia livre
Wikipédia, documentam e analisam o período como definidores do destino do Povo Judeu na
contemporaneidade.

Assim, duas palavras-chave (ou elementos) são fundamentais: sionismo e antissemitismo.

O sionismo (em hebraico: ‫ציונות‬Tsiyonut) é um movimento político e filosófico que defende o


direito à autodeterminação do povo judeu e à existência de um Estado nacional judaico
independente e soberano no território onde historicamente existiu o antigo Reino de Israel
(Eretz Israel). O sionismo é também chamado de nacionalismo judaico e historicamente propõe
a erradicação da Diáspora Judaica, com o retorno da totalidade dos judeus ao atual Estado de
Israel. O movimento defende a manutenção da identidade judaica, opondo-se à assimilação dos
judeus pelas sociedades dos países em que viviam. O sionismo surgiu no final do século XIX, na
Europa Central e Oriental, como um movimento de revitalização nacional e logo foi associado,
pela maioria dos seus líderes, à colonização da Palestina. Segundo o pensamento sionista, a
Palestina fora ocupada por estranhos. Desde a criação do Estado de Israel, o movimento
sionista continua a defender o estado judeu, denunciando as ameaças à sua permanência e à
sua segurança. Em uma acepção menos comum, o termo pode também se referir ao sionismo
cultural, proposto por AhadHa'am, e ao apoio político dado ao Estado de Israel por não judeus,
tal como no sionismo cristão. Os críticos do sionismo o consideram como um movimento
colonialista ou racista. Os sionistas rebatem essas críticas, identificando o antissionismo com o
antissemitismo.

O antissemitismo- Antissemitismo é o preconceito ou hostilidade contra judeus baseada em


ódio contra seu histórico étnico, cultural e/ou religioso. Na sua forma mais extrema, "atribui
aos judeus uma posição excepcional entre todas as outras civilizações, difamando-os como um
grupo inferior e negando que eles sejam parte da(s) nação (ões) em que residem". 1 A pessoa
que defende esse ponto de vista é chamada de "antissemita". O antissemitismo é manifestado
de diversas formas, indo de expressões individuais de ódio e discriminação contra indivíduos
judeus a violentos ataques organizados (pogrom), políticas públicas ou ataques militares contra
comunidades judaicas. Entre os casos extremos de perseguição, estão a Primeira Cruzada de
1096, a expulsão da Inglaterra em 1290, a Inquisição Espanhola, a expulsão da Espanha em
1492, a expulsão de Portugal em 1497, diversos pogroms, o Caso Dreyfus e, provavelmente o
mais infame, o Holocausto perpetrado pela Alemanha Nazista. Embora a etimologia possa
sugerir que o antissemitismo é direcionado a todos os povos semitas, o termo foi criado, no
final do século XIX, na Alemanha, como uma alternativa estilisticamente científica para
Judenhass ("Aversão a judeus"), sendo utilizada amplamente desde então.

Portanto, o conhecimento obtido a partir da Leitura de Imagem ocorreu, principalmente, por


meio dos elementos da dimensão visual pertencentes ao campo estrito do objeto. Por sua vez,
tal conhecimento é possível de ser explicado e ampliado, sobretudo, quando você utiliza dados
informativos externos à imagem. Assim, contextualizam-se as informações, os significados e,
por fim, o conhecimento que, por exemplo, surge com a leitura de uma fotografia.

Nesse contexto, o Sionismo, como movimento político-cultural, e o antissemitismo,


predominante na Europa, no final do século XIX até meados do século XX (na Alemanha, chega
ao extremo com o Nazismo de Adolf Hitler e o Holocausto), apresentam-se como elementos
fundamentais para compreendermos as diferenças culturais documentadas na fotografia da
família Wegner. Diferenças reveladas pelos modos de se vestir e pela aparência corporal dos
indivíduos fotografados, as quais podem ser traduzidas como continuidade (ou resistência
político-cultural) e aculturação (ou adaptação ou proteção político-cultural) diante de uma
certa situação política, cultural ou histórica.

1.6Reconhecimento/Rememoração

Quando analisa o universo imagético, o teórico francês Jacques Aumont (1995) coloca que a
imagem, em última instância, tem por função “garantir, reforçar, reafirmar e explicitar nossa
relação com o mundo visual: ela desempenha o papel de descoberta do visual [grifo do autor]”
(AUMONT, 1995, 81). Desse modo, são as dimensões visuais da realidade que determinam a
relação da imagem com o mundo, isto é, os objetos representados e apresentados
pertencentes e reconhecidos no universo humano e natural no qual vivemos. Assim, fotografias
de famílias como a do álbum da família Wegner e de sua própria família carregam uma série de
informações, principalmente pelo que percebemos no campo da imagem (historicamente,
contextualizada).

Portanto, o início do percurso pelo mundo da imagem, presente nos livros didáticos (impressos)
utilizados em sala de aula, dar-se-á a partir dos objetos que você e seus alunos veem em uma
fotografia ou em reproduções de pinturas. Imagens representativas do passado ou de fatos do
presente, imagens de objetos originários ou não nos espaços geográficos nos quais vivemos,
pertencentes e integrados ou não a nossa cultura.

Esboço anatômico por Leonardo Da Vinci

Desenhos, gravuras ou reproduções em fotografias, como a que vemos no esboço de Da Vinci


sobre o corpo humano, são muito presentes em livros didáticos ou em outros materiais
impressos. Seja de qualquer gênero, a imagem sempre se apresenta a nossa percepção por
meio de sua dimensão visual. Para Ernest Gombrich (citado por AUMONT, 1995, p. 81), a
dimensão visual é marcada pela presença, por parte do espectador, de dois conceitos
psicológicos sempre utilizados para fazer a Leitura de Imagem: reconhecimento e
rememoração.
a)Conceito de reconhecimento

O processo de (re) conhecimento dos objetos humanos ou naturais consiste basicamente em


identificar e, em seguida, abstrair motivos que já estão na realidade da imagem. Essa
identificação, por sua vez, é regulada por um princípio que lhe é próprio: a constância
perceptiva, já que reconhecer não é constatar uma similitude dos objetos representados em
uma fotografia ou desenho com seus similares no mundo real. É, antes de tudo, encontrar
estruturas invariáveis da visão que, naturalmente, compara o que vemos com o que já vimos. É
assim que, no caso do desenho de Leonardo Da Vinci, apesar de não sabermos a qual corpo se
refere, sabemos que aqueles elementos visualizados, enquanto dados da imagem, nos
informam ser de um corpo humano. Portanto, o que vemos em uma imagem nasce de um
processo de reconhecimento em relação a outros lugares e tempos e, consequentemente,
penetramos no conhecimento do que está fotografado, pintado ou desenhado.

b)Conceito de rememoração

Já o processo de (re) memoração, que está ligado ao reconhecimento (porque, ao reconhecer,


ocorre no ato de ver o processo de rememoração), dá-se a partir do que é esquemático na
realidade. Enquanto recurso de (re) memoração, o esquema é fundamentalmente econômico e
não apresenta variação estrutural, como a silhueta de um corpo humano com a estrutura óssea
e esquelética. Partindo das formas iniciais às formas absolutas dos objetos, a rememoração
proporciona, a seu modo, um estado crescente e evolutivo na apreensão dos dados e
informações ao se fazer a Leitura de Imagem. Ao rememorar e apreender, a partir de seus
aspectos iniciais, é possível conhecê-los. Desse modo, ao trabalhar a memória como
procedimento para obter conhecimento sobre o que vê, ocorre a possibilidade de os seus
alunos aprofundarem o que até então se localizava na superfície.

Esses são dois conceitos que usamos ao olharmos para uma imagem, sobretudo, porque,
mesmo que não a tenhamos vivido, o que vemos passa pelo que já conhecemos, acarretando o
acesso imediato a nossa memória. Assim, ensinar a partir de imagens em materiais impressos
não, necessariamente, precisa do conhecimento técnico sobre fotografia ou pintura, charge ou
quadrinhos, mas, antes de tudo, da percepção visual e do capital cultural que, historicamente,
existe em cada um de nós.
Até onde nossa capacidade de perceber é responsável pela Leitura de Imagem?

Assim como para ler e escrever, primeiramente, os sujeitos (alunos) passam por um período de
alfabetização relativa à prática da leitura e, ao mesmo tempo, da escrita, a alfabetização para o
universo da imagem também exige processo similar. Você, como professor, poderá trabalhar os
diversos gêneros no âmbito educacional (especificidade textual em linguagem e suporte).
Portanto, além de um conhecimento técnico do processo de leitura e aprendizagem por meio
das dimensões da imagem, nada mais eficaz do que um caminho integrado por procedimentos
que envolvam aspectos que já pertençam à realidade fisiológica e cultural dos alunos.

• Percepção visual
• Capital cultural

1.7 Síntese

Nesta primeira etapa sobre a Imagem na Mídia Impressa, você


 estudou que a imagem, apesar de assemelhar-se à realidade histórica (ou cultural) que
representa, não se constitui no campo em que encontramos a “verdade histórica”;
 compreendeu, ao estudar a tela O Grito do Ipiranga, que a Leitura de Imagem passa
pelo campo contextual e o campo estrito do objeto, no qual estão os elementos que
usamos para estudá-la;
 constatou que, ao longo do tempo, o homem basicamente usa a imagem com três
finalidades: simbólica, estética e epistêmica; considerando que uma mesma imagem
pode conter todos esses aspectos.

 percebeu que seja em revistas ou em álbuns de fotografia, todo aluno tem em casa
materiais possíveis de serem utilizados para o desenvolvimento de práticas educativas
relativas à aprendizagem, tendo como ponto de partida a imagem;

 compreendeu que estudar imagens como a fotografia implica um aprofundamento do


campo estrito do objeto e do campo contextual, identificando-se seus significados
histórico-culturais e elementos perceptivos;

 percebeu que ler imagens, necessariamente, não exige uma alfabetização técnica e
terminologias específicas, mas o uso de conceitos (como os de reconhecimento e
rememoração) vinculados ao contexto do sujeito-leitor é fundamental.
Tarefa 2 – Leitura de Imagens -Valor 10 pontos

TAREFA 2

Faremos, agora, uma pesquisa em livros didáticos e em outros tipos de materiais impressos
sobre os diversos tipos de imagens. Esta atividade tem como objetivo trabalhar o conteúdo
programático e os conceitos desenvolvidos nesta primeira etapa.

 recolha diversos tipos de materiais impressos (livros didáticos, jornais, revistas, álbuns
etc.);
 a partir desses materiais, selecione diversos tipos de imagens (fotos, gravuras, charges,
tiras etc.).
 Em seguida, escolha uma das imagens.

 Escreva um texto (1 a 2 laudas) de acordo com as seguintes orientações:

1- Faça uma leitura sobre a imagem selecionada, tomando como base: o campo
estrito do objeto e o campo contextual.
2- A partir dos conceitos de reconhecimento e rememoração, identifique na
imagem selecionada as informações que emergem da prática de reconhecer e
da prática de rememorar.

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