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MA52_Editorial.

indd 5 19/10/2011 13:07:06


editorial
Editora Saber Ltda. Indo até Minas
Diretor
Hélio Fittipaldi
Rapidamente a tecnologia muda o ambiente
em que vivemos e precisamos adequar nosso
comportamento aos novos tempos. As nossas
www.sabereletronica.com.br próprias revistas fomentam estas modificações
twitter.com/editora_saber e como todos, acabamos nos beneficiando, mas
Editor e Diretor Responsável também, sofrendo as consequências que em al-
Hélio Fittipaldi
Conselho Editorial gumas situações são perversas.
João Antonio Zuffo O mercado demora a entender que precisa anunciar
Hélio Fittipaldi
Redação para vender, manter a marca na mente dos clientes
Elizabete Rossi
Revisão Técnica
e manter as revistas funcionando para ligar o leitor
Eutíquio Lopez e a empresa anunciante aos seus produtos.
Colaboradores Por outro lado as facilidades da tecnologia permite que inúmeros
Augusto Einsfeld,
César Cassiolato, leitores disponibilizem nossas matérias gratuitamente sem nossa au-
César Manieri, torização. Desde o final de 2005 até novembro de 2011, devido ao fácil
Eutíquio Lopez,
Filipe Pereira,
acesso aos PCs, nossa circulação aumentou inúmeras vezes chegando
Gilberto A. Jana Filho, a mais de 130 mil leitores diferentes em um único mês. Se o nosso
Luis F. Bernabe, conteúdo é tão relevante para o conhecimento de tantas pessoas,
Newton C. Braga,
Ronei Rosseti solicitamos àquelas que tem condições, que façam uma assinatura do
Designers portal Saber Eletrônica de quarenta e oito Reais (sete anos de revistas),
Carlos C. Tartaglioni,
Diego M. Gomes
para nos ajudar a implantar este novo modelo de negócio, onde a cada
Publicidade dia que passa a tendência do preço é baixar mais.
Caroline Ferreira Solicitamos também aos anunciantes que apliquem suas verbas
mesmo que pequenas, em ações concentradas que podem comprovar
o retorno e que o custo/benefício seja vantajoso. Considerem anunciar
PARA ANUNCIAR: (11) 2095-5339
publicidade@editorasaber.com.br
conosco que bons resultados traremos para suas empresas, assim como
estamos fazendo para as que nos prestigiam hoje, anunciando. Agrade-
Capa cemos a todos que puderem colaborar nos ajudando.
Infineon (Divulgação) Nossa reportagem se deslocou para o sul de Minas Gerais, na
Impressão cidade de Santa Rita do Sapucaí para entregar o kit do carro da Fre-
Parma Gráfica e Editora
escale Cup 2011. O ganhador foi o desenvolvedor de projetos Sílvio
Distribuição
Brasil: DINAP Ramalho quem recebeu o prêmio das mãos do editor Hélio Fittipaldi.
Portugal: Logista Portugal tel.: 121-9267 800 Ramalho é sócio da empresa GT Gestão e Tecnologia. Empresa incubada
pela Prointec incubadora municipal de Santa Rita do Sapucaí a cidade
ASSINATURAS que se autodenomina há mais de 20 anos como o “Vale da Eletrônica”.
www.sabereletronica.com.br
fone: (11) 2095-5335 / fax: (11) 2098-3366 Inúmeras empresas da área eletrônica estão instaladas na cidade que
atendimento das 8:30 às 17:30h contou com incentivos fiscais para facilitar o seu estabelecimento e
Edições anteriores (mediante disponibilidade de
estoque), solicite pelo site ou pelo tel. 2095-5330, ao realmente podemos constatar que após tantos anos o projeto é uma
preço da última edição em banca. realidade que vem se consolidando.
Saber Eletrônica é uma publicação bimestral
Submissões de Artigos
da Editora Saber Ltda, ISSN 0101-6717. Redação, Artigos de nossos leitores, parceiros e especialistas do setor serão bem-vindos em nossa revista. Vamos analisar cada
administração, publicidade e correspondência: apresentação e determinar a sua aptidão para a publicação na Revista Saber Eletrônica. Iremos trabalhar com afinco em
Rua Jacinto José de Araújo, 315, Tatuapé, CEP cada etapa do processo de submissão para assegurar um fluxo de trabalho flexível e a melhor apresentação dos artigos
03087-020, São Paulo, SP, tel./fax (11) 2095- aceitos em versão impressa e online.
5333.
Associada da: Atendimento ao Leitor: atendimento@sabereletronica.com.br

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sivamente por cartas, ou e-mail (A/C do Departamento Técnico). São tomados todos os cuidados razoáveis na preparação do
conteúdo desta Revista, mas não assumimos a responsabilidade legal por eventuais erros, principalmente nas montagens, pois
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e Especializadas por alterações nos preços e na disponibilidade dos produtos ocorridas após o fechamento.

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índice

22 Projetos
12 Expansor de portas para microcontroladores,

utilizando a tecnologia CPLD XILIN

Desenvolvimento
16 Comparação de desempenho das pontas de prova

de banda larga

Instrumentação
22 Curso sobre o osciloscópio

30 Minicurso LabVIEW: Aprenda Fazendo - Parte 6

Sensores
36 Realimentação de posição para controle de

motores usando sensores magnéticos

36 Eletrônica Aplicada
42 Instalações Fieldbus: Acoplamentos Capacitivo e

Indutivo

48 Uso de Ferrites na supressão de EMI

54 Otimizando o quadro de comando com relés

programáveis

Eletrônica Digital
58 Fórmulas e informações úteis da aritmética binária

57 Editorial

Acontece
03
06
Índice de anunciantes
Samtec …................................................ 05 Mosaico …............................................................. 27 Tato …......................................................... 65
Metaltex …................................................ 07 Nova Saber …........................................................ 29 Tektronix ….............................................. Capa 2
Keystone ….................................................... 09 Cika …..................................................... 35 National …............................................... Capa 3
Nova Saber …............................................ 11 Patola …................................................. 65 Infineon …................................................ Capa 4

4 I SABER ELETRÔNICA 447 I Maio/Junho 2010

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acontece
Texas Instruments oferece integração
analógica nos novos microcontroladores
Stellaris® ARM® Cortex™-M4F
Os primeiros MCUs Cortex-M de 65 nm já estão disponíveis, proporcio-
nando base em um sólido cronograma de lançamentos Stellaris que oferece
potência ainda mais baixa e níveis superiores de performance

Para continuar a oferecer aos desenvolve- variedade de opções de analógicos, me- Para facilitar o projeto e acelerar o tempo
dores líderes de mercado soluções de mórias e conectividade para satisfazer de entrada no mercado, o software livre
processamento integradas baseadas em os parâmetros de projeto ao longo de StellarisWare® está disponível para down-
ARM, a Texas Instruments Incorporated uma ampla gama de aplicações, como load e não tem rivais na sua variedade
(NYSE: TXN) anunciou recentemente automação industrial, controle de movi- e facilidade de uso. O software Stella-
a nova geração de microcontroladores mento, saúde, boa forma e muito mais. risWare® inclui centenas de exemplos
Stellaris® Cortex™-M4F de baixa potên- Os novos MCUs Stellaris são os primeiros de bibliotecas de projetos, aplicações
cia e ponto flutuante. Todos os novos microcontroladores baseados em Cor- e periféricos e pilhas de código aberto.
microcontroladores LM4Fx Stellaris tex-M a serem construídos com tecno- Para conservar memória flash, a Texas
oferecem ponto flutuante de alto de- logia de 65 nanômetros (nm), abrindo Instruments oferece também o softwa-
sempenho e o melhor da categoria em caminho para velocidades mais rápidas, re pré-carregado na ROM. Compatível
baixo consumo de energia para lidar mais memória e potência ainda mais com cinco IDEs populares, os kits de
com a portabilidade e a baixa disponibi- baixa. Para mais informações sobre os mi- microcontroladores Stellaris permitem
lidade de energia. Os desenvolvedores crocontroladores Stellaris Cortex-M4F, iniciar projetos em 10 minutos ou menos.
também podem escolher entre uma acesse www.ti.com/cortexm4-pr-lp. Os desenvolvedores podem facilmente

Curtas
Volta ao mundo Amplificador automotivo 1º Parque Eólico da Petrobras
A Texas lançou um amplificador opera-
A Semikron, empresa alemã de semi- As usinas Potiguar, Cabugi, Juriti e
cional qualificado para sistemas auto-
condutores, acaba de participar de Mangue Seco, que compõem o Parque
motivos, funcionando com alimentação
uma corrida mundial de emissão zero Eólico de Mangue Seco, já estão ope-
assimétrica de 2,7 a 36 V.
de carbono. rando comercialmente no Rio Grande
Este componente oferece um desem-
Em parceria com a Universidade do do Norte.
penho de alta precisão a um custo de
Sul da Austrália, a empresa forneceu a Com investimento de R$ 424 milhões,
componentes de baixo consumo de
tecnologia Skai para o carro elétrico o primeiro Parque Eólico da Petrobras
energia.
TREV, de código aberto. entrou em operação comercial oito
Além do tradicional encapsulamen-
Após 30 mil quilômetros percorridos meses antes do compromisso assumi-
to padrão da indústria, SOT-23, ele
em 16 diferentes países ao redor do do com a Aneel (Agência Nacional de
também será oferecido para aplicações
mundo, o custo total da viagem ficou Energia Elétrica).
qualificadas automotivas no encapsu-
em inacreditáveis US$ 400 pela ener-
lamento SOT-553, que é 50% menor
gia elétrica consumida.
que os dispositivos disponíveis hoje,
reduzindo a área de placa em módulos
embarcados.

 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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acontece
escalonar os projetos e reutilizar o có- dispositivo e On-The-Go), UARTs, I2C,
twitter
digo ao longo de toda a plataforma de SSI/SPI e CAN para permitir comuni- @editora_saber
microcontroladores Stellaris Cortex-M cações. EEPROM integrada compatível
(compatível em termos de código). com armazenamento em larga duração
Samsung está à frente da Apple
não volátil de interfaces de usuário, ou
http://migre.me/60AYX #Samsung
Recursos e benefícios parâmetros de configuração para redu-
#Android #Apple #SaberEletro-
da plataforma de MCUs zir o custo de sistema. Complementada
nica
Stellaris Cortex-M4F pelo extenso portfólio de produtos da
Núcleo de ponto flutuante ARM Cortex- Texas Instruments de gerenciamento de Texas Instruments conclui aquisição
M4F operando em até 80 MHz para energia para otimizar a eficiência ener- da National Semiconductors http://
oferecer margem de desempenho gética do sistema. Opções de até 256 migre.me/5MKqV #TI #Texas
para vários tipos de aplicações. Dois KB de flash e 32 KB de SRAM para lidar #NationalSemiconductors
conversores analógico-digitais (ADCs) com várias necessidades de aplicações.
Novas aplicações para Robots
de 12 bits de alto desempenho e três Compatibilidade de código permite que
Industriais http://migre.me/5HeZ1
comparadores compatíveis com aplica- os projetistas escalonem projetos ao
#RobotIndustrial #RevistaSaber
ções de sinais mistos. Precisão de ADC longo de mais de 220 microcontrola-
Eletronica
de 12 bits é possível na taxa máxima dores Stellaris Cortex-M.
de 1 MSPS sem nenhuma mediação de Saiba mais sobre Rastreabilidade de
hardware, eliminando compensações de Preço e disponibilidade alimentos, proteção da marca, qua-
desempenho. Os novos microcontroladores Stellaris lidade do código e conformidade:
Microcontroladores Stellaris de baixa Cortex-M4F começam em US$ 1,53 em http://tinyurl.com/5uvmw3s
potência - com correntes de standby de quantidades de 10 mil. O kit de avaliação
Fase de Sistemas de Alto-Falantes
até 1,6 μA - permitem duração maior EK-LM4F232 é vendido por US$ 149, e
http://migre.me/60B9M #Eletroni-
da bateria e são compatíveis com for- pode ser solicitado imediatamente em
caTotal
necimento reduzido de energia. Opções www.ti.com/cortexm4-pr-es com
de conectividade incluindo USB (host, um tempo de espera de até 2 semanas.

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acontece
Avnet Electronics Marketing e ARM inauguram
a “Embedded Software Store”
A loja acelera a inovação de software O número de parceiros deve crescer
para aplicações embarcadas”ARM como o local que pretende consoli-
System-on-Chips”, permitindo aos dar um grande número de opções de
usuários localizar em softwares software de alto valor, em um único
facilmente disponíveis que suportam a domínio.
arquitetura ARM. Usuários são encorajados a participar
O site oferece downloads de software a da comunidade online da loja para criar
partir de uma ampla gama de parceiros um forte ecossistema de suporte de
que atuam no ARM Connected® comu- software para a tecnologia ARM.
nitário e do ecossistema de parceiros Visite em www.embeddedsoftwares- Página da Embedded Soft-
da Avnet. tore.com ware Store na internet.

Novos Sensores AFE Multicanais


de 16 e 24 bits
A National Semiconductor Corp. lançou meses de projeto são reduzidos a ape- Os sensores AFE, multicanais, de 24 bits
recentemente sete novos sensores nas alguns minutos, utilizando-se este - LMP90099/98/97 proporcionam
analógicos front-end, multicanais, de 16 e sistema de desenvolvimento integrado diversas configurações de canal, sendo
24 bits, que permitem aos projetistas de da National. fornecidos com (ou sem) fontes de
sistemas uma gama maior de escolhas de Os projetistas de sistemas podem selecio- corrente casadas:
alta performance para opções de baixo nar dentro da família de sensores AFE O LMP90099 fornece resolução de
custo que abrangem configurações de (LMP900XX) aqueles componentes 24 bits, 4 entradas diferenciais ou 7
canal, fontes de corrente e resolução. que atendam às suas necessidades es- comuns, e sem fontes de corrente; o
Os circuitos integrados LMP900XX, da pecíficas de resolução, canal e fonte de LMP90098 tem resolução de 24 bits,
National, fornecem facilidades para corrente. A família LMP900XX contém 2 entradas diferenciais ou 4 comuns,
configurar a solução no caminho do um conversor analógico - digital “sigma e com 2 fontes de corrente casadas; o
sinal para o interfaceamento entre os - delta” de 16 ou 24 bits, com uma con- LMP90097 apresenta resolução de 24
sensores e os microcontroladores. Eles figuração de entrada programável que bits, 2 entradas diferenciais e 4 comuns,
são direcionados para os sistemas de interfaceia até 4 entradas diferenciais e sem fontes de corrente.
sensoriamento de precisão usados para ou 7 entradas comuns (single-ended) Os sensores AFE, multicanais, de 16 bits
monitorar e controlar temperatura, em qualquer combinação de entradas. LMP90080/79/78/77 proporcionam
pressão, carga, movimento/posição, A interface para o microcontrolador diversas configurações de canais, sen-
e tensão nas aplicações de medição e é fornecida por uma “standard SPI 4 - do fornecidos com (ou sem) fontes de
testes, médicas ou industriais. wire serial interface” com correção de corrente casadas:
Os CIS LMP900XX são compatíveis, pino erro para os dados CRC e sete portas O LPM90080 fornece resolução de 16 bits,
a pino, com o LMP90100, lançado no I/O general purpose. Cada CI é garantido 4 entradas diferenciais e 7 entradas co-
início deste ano, e dessa forma expan- sobre uma faixa de temperatura entre muns, e com 2 fontes de corrente casadas;
dem as ofertas de sensores analógicos –40 °C e +125 °C. o LMP90079 tem resolução de 16 bits, 4
AFE. Eles equipam um sistema de A calibração de fundo (background) dos entradas diferenciais e 7 entradas comuns,
desenvolvimento top de bancada jun- CIs LMP900XX para todos os ganhos e sem fontes de corrente; o LMP90078
tamente com a ferramenta de software (1, 4, 8, 16, 32, 64 e 128) elimina o drift possui resolução de 16 bits, 2 entradas
“WEBENCH Sensor AFE Designer”, de ganho e o offset em relação ao tem- diferenciais e 4 entradas comuns, e com 2
permitindo que os engenheiros de po e à temperatura sem interferir no fontes de corrente casadas; o LMP90077
projeto anexem um sensor, configu- sinal medido. Cada canal é configurável apresenta resolução de 16 bits, 2 entradas
rem um caminho de sinal, otimizem o independentemente para ganho e taxa diferenciais e 4 entradas comuns, e sem
projeto, e descarreguem os dados da de amostra, automática ou manualmen- fontes de corrente.
configuração no sensor AFE para uma te, com simples scan (varredura) dos Para saber mais, acesse: www.national.
imediata prototipagem. Semanas ou canais selecionados. com/sensorAFE.

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acontece
Sensoriamento avançado de
movimento tem novo impulso com O módulo multisensor LSM330DLC da ST
o Módulo iNEMO MEMS, da ST combina fundos de escala selecionáveis
pelo usuário, de aceleração de 2 a 16 g e
Dispositivo multissensor reúne seis graus de liberdade em 20 mm3 de velocidade angular de 250 a 2500 dps,
nos três eixos de movimento (pitch, roll
yaw). Com relação às limitações de energia
A STMicroelectronics, uma das principais dispositivos de consumo inteligentes. dos equipamentos portáteis operados com
fornecedoras de MEMS (Micro-Electro- Totalmente compatível em termos de baterias, o módulo inclui modos power-
Mechanical Systems) para aplicações software com a mais recente geração down e sleep, e um bloco de memória
portáteis e de consumo, anunciou um de acelerômetros digitais de três eixos FIFO (first-in first-out) embarcado para ge-
novo e avançado módulo inercial iNEMO, (LIS3DH) e giroscópios (L3GD20) da ST, renciamento inteligente da energia. Além
que integra sensoriamento de três eixos o novo módulo iNEMO six-degrees-of- disso, pode operar em uma faixa de tensão
de movimento linear e angular em um freedom (6DoF) facilita a melhoria dos de alimentação de 2,4 a 3,6 V.
invólucro de 4 x 5 x 1 mm. projetos para os clientes que já usam O novo módulo inercial iNEMO 6DoF da
Combinando uma redução de quase os sensores de função única da ST, com ST é voltado para uma série de aplica-
metade do tamanho com relação aos benefícios de redução do tamanho e ções que incluem interfaces de usuário
dispositivos produzidos atualmente, com confiabilidade, graças à integração em um ativadas por movimento em telefones
precisão de sensoriamento e estabilidade só encapsulamento. móveis, tablets e outros equipamentos
imbatíveis, o mais novo módulo multis- A solução do módulo proporciona um de consumo inteligentes; navegação por
sensor da ST cria novas possibilidades alinhamento intrínseco preciso dos eixos cálculo (dead-reckoning) e map-matching
para o reconhecimento de gestos e de referência dos sensores, além do design em dispositivos pessoais de navegação;
movimentos com alta precisão em telefo- avançado de sua estrutura mecânica de além de economia de energia inteligente
nes móveis, controles remotos de jogos, sensoriamento que assegura uma estabili- e detecção de queda livre em equipamen-
sistemas pessoais de navegação e outros dade térmica e mecânica incomparável. tos eletrônicos portáteis.

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acontece
Assinante do Portal Saber Eletrônica
ganha o kit da Freescale Cup
Silvio Ramalho recebeu o prêmio das mãos de nosso editor

mão de obra qualificada, formada por


instituições como a Escola Técnica de
Eletrônica Francisco Moreira da Costa
(ETE “FMC”) e o Instituto Nacional
de Telecomunicações (INATEL), que
é pioneiro no ensino e na pesquisa
especializada em Engenharia Elétrica e
de Telecomunicações no Brasil.
Hoje, além dessas graduações, o INA-
TEL oferece ainda especialização em
Engenharia de Redes e Sistemas de
Telecomunicações, Engenharia Biomé-
dica e Especialização em Sistemas de
TV digital, o primeiro curso lançado no
país, além do curso de mestrado em
Telecomunicações.
Silvio Ramalho (esq.) recebe seu Sílvio desenvolve projetos com compo-
prêmio das mãos de Hélio Fittipaldi. nentes Microchip e Freescale, e afirmou
que estava anscioso para ganhar o kit
Nossa equipe se deslocou até o sul de pela Prointec - incubadora municipal de desenvolvimento do Microcontrola-
Minas Gerais, à cidade de Santa Rita do de Santa Rita do Sapucaí no Vale da dor Bolero MPC5604B, da Freescale.
Sapucaí, onde encontrou o ganhador Eletrônica. Inúmeras empresas da área Já desenvolveu para a sua empresa inú-
do kit da Freescale Cup 2011, o desen- eletrônica estão instaladas na cidade meros circuitos como a linha Eco que
volvedor de projetos Sílvio Ramalho, e contam com incentivos fiscais para possui o ECO Light e o ECO Energy,
que recebeu o prêmio das mãos de facilitar o seu desenvolvimento. que ligam qualquer equipamento à
nosso editor Hélio Fittipaldi. Além dos incentivos, o determinante distância de até 50 metros.
Ramalho é sócio da empresa GT Ges- como atração das empresas que se Visite o site www.economize-ener-
tão e Tecnologia, empresa incubada mudaram para a cidade foi a farta gia.com.br

A Agilent Technologies Inc. anunciou cinco novos produtos


O multímetro digital de mão U1273A otimiza os resultados das medições “Os recursos exclusivos desses novos
combina a clareza da tela OLED com a com funções como o Smart Ohm, que modelos trazem confiança e conveni-
robustez e a ergonomia da série U1270. minimiza leituras de tensões residuais ência para a solução de problemas em
Quatro novos alicates-amperímetros da induzidas por vazamentos de correntes. diversas aplicações industriais onde
série U1190 oferecem complementos A série de alicates-amperímetros U1190 quer que você esteja”, disse Ee Huei
de menor custo aos já existentes da favorece medições seguras de correntes Sin, vice-presidente e gerente geral
série U1210. elétricas numa faixa de 400 a 600 A. As da Divisão de instrumentos básicos
Entre os DMMs industriais, o U1273A partes dos alicates incluem um separa- da Agilent. “Ao expandir a variedade
inova com a qualidade de sua tela dor de fios e um gancho que os técni- de instrumentos de mão da Agilent,
cristalina OLED. Com uma taxa de cos podem utilizar para separar cabos nossa meta principal é criar ferramen-
contraste de 2000:1, a tela propicia alta emaranhados sob condições adversas. tas confiáveis que ofereçam recursos
capacidade de visualização de 160 graus Além disso, uma lanterna embutida na essenciais e que sejam, ao mesmo
em ambientes fechados e possibilita base do alicate oferece iluminação dire- tempo, fáceis de utilizar.”
uma leitura de dados confiável pelos ta em ambientes de baixa luminosidade Mais informações em www.agilent.
usuários logo numa primeira olhada. com classificações de segurança CAT III com/find/U1273A-pr
Resistente à água e à poeira, o U1273A 600 V e CAT IV 300 V.

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Projetos

Expansor de Portas
para Microcontroladores,
utilizando a tecnologia
CPLD XILINX
Com este simples projeto em VHDL, o leitor poderá adicionar 30 Um CDPLD como o XC9536XL custa
pinos de E/S conectados remotamente a qualquer microcontrolador em torno de US$ 1.00 em pequena quan-
tidade, justificando seu uso com grande
Augusto Einsfeldt folga. Este componente trabalha em 3,3 V,
sendo compatível com sinais de 5 V. Se o
leitor não tiver uma fonte de 3,3 V e quiser
usar apenas a fonte de 5V, então o XC9536
(normal) é a solução, porém custando um
pouco mais.
Outros aspectos devem ser considera-

H
dos, os quais reforçam o uso de um CPLD
oje em dia, existem duas grandes na interface com painéis: a capacidade de
utilidades para um expansor de corrente por saída para acionar os LEDs e a
portas: aumentar o número de E/S proteção contra ESD. O XC9536XL permite
de microcontrolador mantendo acionar os LEDs com até 10 mA por saída
baixo o custo do projeto, ou permitir que (nível) desde que o total (saídas + consumo
um grande número de sinais sejam ligados interno) não exceda 400 mA, no caso do
ao microcontrolador através de pequenos encapsulamento PLC44.
conectores e poucos fios. Este projeto possui 15 saídas e todas elas
Um exemplo direto desta aplicação é a podem ser empregadas para acionar LEDs
atuação e sensoriamento de LEDs e chaves diretamente (com apenas um resistor de
em painéis de instrumentos onde, geralmen- limitação de corrente para cada LED).
te, existem mais desses componentes do que A proteção contra ESD, típica nos CPLDs
o número de E/S disponíveis em pequenos Xilinx, é de 2 kV. Isso simplifica bastante o
microcontroladores. Normalmente, a dife- esquema de proteção contra ESD necessário
rença de preço entre os integrantes de uma em aplicações onde operadores humanos po-
família de microcontroladores, com menos e dem descarregar cargas eletrostáticas, como
mais pinos de E/S, chega a ser mais de US$ é o caso de painéis de instrumentos.
3.00 e ainda teremos que conectar todos os Após esta introdução que explica porque
sinais, aumentando o custo da placa, dos um CPLD é uma boa ideia para expandir
conectores e da engenharia de produto. portas, vamos ao projeto eletrônico.

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F1. Diagrama de blocos.

Projeto
Este projeto pode ser desenvolvido
empregando-se a ferrramenta WebPACK
(divulgada em CD-Rom na revista Saber
Eletrônica Especial nº5 e disponível para F2. Interface do usuário da ferramenta WebPACK.
download gratuito no site da Xilinx: www.
xilinx.com).
Ela permite desenvolver o projeto em do limitado apenas aos 30 pinos disponíveis Após entrar os 15 bits, o programa
VHDL e, no final, programar o CPLD para e ao número de flip-flops que são necessários deverá subir o sinal LOAD. Isto irá fazer
funcionar como projetado. para descolar os dados e armazenar o estado com que os 15 bits presentes no shift register
Revendo em poucas linhas, um CPLD das saídas. O uso de um outro CPLD poderá sejam armazenados no registrador e fiquem
(Complex Programmable Logic Device) é um resolver as exigências de muito mais E/S. O disponíveis nas saídas. Com o LOAD em
chip que possui diversas células de circuitos XC9572XL-TQ ( encapsulamento SMD TQFP 1, a próxima subida do sinal de CLK fará
lógicos, cada uma com um flip-flop e uma de 100 pinos) possui 72 pinos de E/S e 72 com que o shift register carregue o estado
grande lógica combinacional que podem flip-flops. Tirando os 4 pinos necessários na das entradas. Note que o LOAD não deve
ser configuradas pelo usuário, que é quem interface com o microcontrolador, restam subir junto com o CLK, pois atrasos de na-
determina como o circuito lógico está in- 68 pinos de E/S. Neste encapsulamento, nossegundos no trajeto das linhas poderão
terligado. Um CPLD substitui dezenas de o limite de corrente fica em torno de 600 fazer o registrador guardar o estado atual
chips que se teria de interligar através de um mA, o que permite acionar até 68 LEDs @ das entradas e, assim perder os dados que
circuito impresso ou fios e um protoboard. 8 mA, simultaneamente. Um XC9572XL foram deslocados anteriormente.
Além disso, o CPLD armazena sua confi- custa menos de US$ 3.00 e fornece mais Agora, com o estado das entradas car-
guração em memória FLASH, não volátil, E/S do que qualquer microcontrolador no regado no shift register, o microcontrolador
que pode ser reprogramada 10.000 vezes. mercado atual. deve ler o sinal Dout e gerar um pulso no CLK
Assim, um CPLD substitui chips e circuito para receber cada um dos 15 bits. Note que
impresso operando da forma que se desejar, Como Funciona logo após a carga do shift register, o sinal Dout
podendo ser alterado sem precisar mexer Além de prático, um projeto deve ser já apresenta o estado do bit 14. Portanto, o
na placa ou tocar no ferro de solda. econômico. Neste caso, a economia ficou programa deve ler este bit antes de subir
O XC9536XL possui 36 flip-flops. No no uso de um único registrador de desloca- o CLK novamente. Um melhor aproveita-
encapsulamento PLCC44, que é o tipo SMD mento (shift register) que efetua a leitura das mento do tempo do microcontrolador seria
mais fácil para se usar um soquete de baixo entradas e recebe os bits das saídas. entrar com os novos dados para as saídas,
custo, este CPLD possui 34 pinos de E/S. O microcontrolador deve começar man- enquanto ele vai lendo os dados das entradas
Como pode ser visto no diagrama de blocos tendo o sinal LOAD em nível zero. Neste carregados previamente.
da figura 1, este expansor de portas emprega nível, o shift register não reconhecerá os dados
4 sinais para fazer a comunicação com o mi- paralelos vindos das entradas e irá operar O Projeto em VHDL
crocontrolador, sobrando 30 pinos de E/S para normalmente deslocando o sinal Din a cada Na figura 2 pode-se ver a imagem da
obter 15 entradas e 15 saídas digitais. subida do sinal CLK, em direção à saída Dout interface de usuário do WebPACK. Pode ser
Naturalmente, sendo o CPLD progra- que fica no bit 14 do registrador. que a sua tela seja um pouco diferente dessa
mável conforme as necessidades do usuário, O programa do microcontrolador deve devido a diferenças na versão do WebPA-
este poderia escolher uma combinação dife- mudar o sinal Din antes de fazer um pulso CK utilizado. Contudo, todas as opções e
rente do número de entradas e saídas, fican- do sinal CLK. comandos estão igualmente presentes.

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Projetos

F3. Definindo entradas e saídas. F4. Atribuindo os sinais aos pinos do CPLD.

Para melhor visualização, o programa facilitar a vida do projetista, gerando um O XST, ferramenta de síntese VHDL da
em VHDL foi reproduzido no box 1. arquivo texto de VHDL com toda a estru- Xilinx, analisará seu projeto e montará um
O leitor pode gerar o projeto através de tura básica necessária. Na próxima janela, arquivo tipo Netlist. Caso ocorra algum
alguns passos muito simples. Primeiramente, pressione FINISH e, logo após, o arquivo erro, este vai aparecer na janela inferior
após iniciar o WebPACK, escolha a opção VHDL do projeto estará presente na tela (console). Nesta fase, geralmente ocorrem
New Project no menu File. Digite um nome principal do WebPACK. erros de sintaxe ou de esquecimento na
para o projeto, escolhendo a pasta no disco Copie o texto do projeto da listagem digitação. Por exemplo, todas as linhas
onde quer guardar os arquivos. Escolha 1 dada adiante. O VHDL não é sensível à VHDL que representam uma operação
também a família XC9500XL (ou XC9500 caso diferença entre maiúsculas e minúsculas. lógica devem ser teminadas com o ponto
queira usar apenas 5 V). Finalmente, escolha As diferenças que se pode notar entre as e vírgula (;). Erros complexos podem ser
ao dispositivo XC9536XL PC44. A ferramenta imagens e o texto, ocorrem porque as ima- resolvidos clicando com o botão direito do
de síntese deve ser a XST VHDL. gens foram feitas depois do projeto deste mouse sobre o ícone vermelho na janela de
Agora, na tela principal do WebPACK artigo ter sido desenvolvido e testado. Essas Console. Escolha a opção Go To Solution
(project Navigator) , deve aparecer o chip diferenças não são importantes e servem Record. Você precisa estar conectado na
escolhido na janela Sources in Project. para mostrar que não existe rigidez na apa- internet porque o WebPACK irá contatar
Selecione esta indicação com o mouse e rência dos projetos em VHDL. Lembre-se o site da Xilinx e procurar alguma mensa-
pressione o botão direito. Escolha a opção que a melhor visualização representa um gem técnica que possa ajudá-lo a resolver
New Source. Na janela que aparece, indique projeto melhor documentado e isso ajuda o problema.
VHDL Module e dirige um nome para o muito em revisões futuras e na reutilização Se a síntese funcionou sem erros,
arquivo VHDL que irá criar. Para ficar igual de know-how. então, está na hora de definir quais pinos
ao projeto deste artigo, o leitor pode digitar Note que a janela de texto do WebPACK do CPLD vão ser ligados em cada sinal
Principal, mas qualquer nome poderá ser mostra as palavras-chave em cores diferen- do projeto. Ainda na janela Processes for
usado e irá funcionar identicamente. A tes, salientando seus significados. Current Source, o leitor verá uma caixa de
escolha do nome certo ajuda na documen- Agora, depois da entrada do texto em ferramentas.
tação do projeto. VHDL, o passo seguinte é sintetizar e Clique no sinal + que aprece ao lado
Ao avançar para a próxima janela, o implementar o projeto. A figura 4 ilustra para abrir a caixa. Abra a caixa seguinte
leitor poderá indicar os sinais que estão o projeto já implementado completamente. (User Constraints) e escolha a opção As-
ligados a cada pino do seu projeto. Veja a O primeiro passo é marcar com o mouse o sign Pins (ChipViewer). Caso você esteja
figura 3 para ter uma ideia e saber como arquivo VHDL do projeto ( caso já não esteja retrabalhando um projeto anterior ou deseje
estes dados são inseridos. Mesmo que você marcado, na janela Sources in Project). maior controle sobre o que quer fazer nos
esqueça alguma coisa, poderá corrigir mais Depois, teclar com o mouse duas vezes no pinos do CPLD, poderá optar pelo comando
tarde diretamente no arquivo VHDL. Esta comando Synthesize que fica na janela Constraints Editor ou por editar o arquivo
janela de novo projeto serve apenas para Processes for Current Source. de constraints manualmente.

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Implementando o Projeto BOX1: Arquivo VHDL BOX2: Rotina para Microcontrolador
A figura 4 mostra o final do trabalho
library IEEE; ;MSP430F149
de atribuir cada sinal a um pino específico,
use IEEE.STD_LOGIC_1164.ALL; ;R7: contador de bit, R8: saída,
usando o ChipViewer. Basta clicar no sinal use IEEE.STD_LOGIC_ARITH.ALL; R6: entrada, R5: rascunho
desejado na janela da esquerda e clicar sobre use IEEE.STD_LOGIC_UNSIGNED>ALL; ;DIN:P2.0, DOUT:P1.0, CLK:P1.1,LOAD:P1.2
o pino no desenho da direita. Entradas ficam
em verde e saídas em azul. O sinal de clock entity principal is CPLD mov.b #15,r7;
Port (clk, din, load: in std_logic; set contador para shift
(CLK) deve ser colocado preferencialmente
dout: out std_logic; Loopo mov.b r8, &P2OUT;
num dos pinos dedicados para esse tipo de saida: out std_logic_vector (14 downto 0); demais bits de P2 são input
sinal. Depois, salve a edição feita e saia do entrada: in std_logic_vector (14 downto 0); rrc r8
ChipViewer. end principal; rotate
Agora, selecione o comando Implement xor.b #02,&P1OUT;
architecture behavioral of principal is Toggle CLK to 1
Design na janela Processes for Current
xor.b #02,&P1OUT;
Source. Clique com o botão direito do mouse signal REG: std_logic_vector (14 downto 0); Toggle CLK to 0
e escolha a opção Rerun All. Isto fará o dec.b r7
WebPACK executar novamente a síntese begin jnz Loopo
VHDL e também utilizar o novo arquivo process (LOAD) – latch de saída xor.b #04,&P1OUT;
LOAD to 1: memoriza saída
UCF (User Constraints File) que foi criado com
begin xor.b #02,&P1OUT;
o ChipViewer. Se o leitor quiser, poderá abrir if LOAD’ event and LOAD=’1’ then CLK to 1: carrega entradas
as opções do comando Implement Design SAIDA<= REG; xor.b #04,&P1OUT;
e chegar até o Fitter Report. Este comando end if; LOAD to 0
irá mostrar um relatório que indica quanto end process; xor.b #02,&P1OUT;
CLK to 0
foi usado dos recursos do CPLD. No final
process (CLK) – LEFT shift register mov.b #15,r7;
do relatório aparece a pinagem do CLPD begin set contador
como foi mostrado no quadro ao término if CLK’ event and CLK= ‘1’ then Loopi mov.b &P1IN, r5; le
do artigo. if (LOAD=’1’ ) then bit DOUT
Note que a velocidade do CPLD (-10, REG<= ENTRADA; rrc.b r5
else passa para o CY
-7 ou -5) somente é importante quando o
REG <= REG(13 downto 0) & DIN; rlc r6
projeto depender desses parâmetros para end if; insere em r6
funcionar corretamente. Isso acontece, end if; xor.b #02,&P1OUT;
tipicamente, em projetos que trabalham em end process; Toggle CLK to 1
frequência acima de 20 MHz. No projeto des- DOUT <+ REG (14); xor.b #02,&P1OUT
end behavioral; Toggle CLK to 0
te artigo, a frequência de trabalho depende
dec.b r7
da velocidade com que o microcontrolador jnz Loopi
consegue atualizar os sinais DIN, LOAD E ret
CLK. Normalmente, isso bem abaixo do 1
MHz. Portanto, a velocidade do CPLD não
é importante e a mais lenta (-10) poderá ser
usada para garantir um custo menor do
componente. TCK,TMS, TDI e TDO), além de um GND Variações
Agora, o leitor precisará do circuito e VCC para facilitar a conexão com o cabo O leitor poderá avançar além do projeto
montado e de um cabo de download para de download. descrito. Caso esteja usando um CPLD para
configurar o CPLD. Esse cabo pode ser o A alimentação do CPLD é feita nos atuar sobre um painel que tenha displays de 7
Parallel Download Cable-lll, da Xilinx, ou pinos VCCINT e VCCO. Geralmente, esses segmentos, o projeto poderia ser modificado
algum outro que seja compatível. Depois de pinos são conectados juntos. Empurre um para efetuar a decodificação internamente,
tudo instalado, acione o comando Configure capacitor de 0,1 µF junto a cada um dos deixando para o microcontrolador apenas
Device que fica dentro da opção Generate pinos de alimentação. Se tiver consumo de enviar o valor binário de cada dígito. O
Programming File. corrente elevado, devido ao uso de LEDs CPLD também poderia fazer uma varre-
nas saídas do circuito, use um capacitor dura no display economizando pinos de
O Circuito, na Prática eletrolítico que suporte o consumo sem E/S, fazer varredura de teclado, e entregar
Ao proteger o circuito eletrônico em deixar a tensão de alimentação cair baixo o dado digitado já em formato binário para
que irá o CPLD, não esqueça de ligar os de ¾ do valor normal. o microcontrolador
resistores de pull-up nos sinais TCK e TMS. Quanto ao microcontrolador, o Box 2 Caso o leitor precise de algum suporte
Se esses sinais ficarem flutuantes, podem oferece um exemplo de programa para o de projeto sobre este artigo ou em variações
causar mau funcionamento do CPLD. MSP430F149, da Texas Instruments. Ajuste nas aplicações, entre em contato com o autor
Deixe um conector com os sinais JTAG ) o programa conforme sua aplicação. pelo e-mail: aee@terra.com.br. E

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

Desenvolvimento

Comparação de desempenho
das pontas de prova de banda larga

O
Em um artigo publicado ante- que define exatamente o que Para possibilitar uma medida precisa
está sendo medido é o procedi- de Vin, esta adaptação precisa ter um míni-
riormente, baseados em material mento usado para uma medida. mo de perdas e reflexões entre o ponto que
da Agilent Technologies, mos- De nada valem as informações está sendo analisado e a conexão do lado
tramos que as pontas de prova técnicas sobre a curva de resposta de uma direito. Tanto o lado direito da adaptação
ponta de prova-se o modo como as medi- quanto a saída da ponta de prova devem
de osciloscópios para uso em das devem ser feitas não é fornecido. Para ser conectados a sistemas terminados em
banda larga podem apresentar isso, é preciso fazer um ajuste da ponta de 50 ohms, tais como as entradas de um
problemas que afetam o sinal, prova antes da medida. osciloscópio de microondas, medidores
Independentemente de como seja de potência ou portas calibradas de um
levando a falsas interpretações a resposta no domínio do tempo ou da analisador vetorial de redes (VNA).
de resultados. frequência, os sinais antes e depois da A impedância de saída de uma ponta
Neste artigo, que é uma com- ponta de prova precisam ser medidos. de prova não é um item significativo nestas
Na figura 1 mostramos como o “setup” de medidas na maioria dos casos. No entanto,
plementação do assunto, orien- uma ponta de prova deve ser feito. quando uma ponta de prova é utilizada
tamos como utilizar as pontas de Uma adaptação que consiste de uma na entrada de um instrumento que tenha
prova em trabalhos que envolvam linha de transmissão exposta de 50 ohms uma terminação de 50 ohms pobre, podem
pode ser usada para permitir que a ponta ocorrer reflexões que se propagam de volta
sinais de altas frequências ocu- de prova seja conectada à fonte e também para a ponta. Isso causa perturbações na
pando bandas altas, tais como os que o sinal seja medido. resposta de passo da ponta de prova.
encontrados em equipamentos
de telecomunicações modernos.

Newton C. Braga

F1. O “setup” de uma


ponta de prova.

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F2A. Gráficos comparativos no domínio da frequência
para as duas PPs (não amortecida e amortecida).

Por que os usuários de uma ponta de Os fabricantes, normalmente, não derivação de 50 ohms no trajeto do sinal
prova devem medir essas grandezas quan- fornecem informações sobre a resposta são ideais para se verificar a qualidade de
do ela é fornecida pelos fabricantes? de frequência da ponta quando diversos uma ponta de prova e de seus acessórios
O que acontece que é sempre bom acessórios são empregados. Para esse de conexão.
conferir se a ponta de prova está em bom teste utilizam sinais que tenham taxas Se a impedância de entrada de 50
estado antes de usá-la em medidas im- de crescimento rápidas, comparando-se ohms do osciloscópio não for boa com
portantes. Por exemplo, se vamos medir o sinal na entrada e na saída da ponta sinais de altas frequências, um atenuador
resistências com o multímetro, sempre de prova. A figura 1 ilustrou como de alta qualidade de 50 ohms deverá ser
o zeramos antes, para garantir que os isso pode ser realizado. Veja que não é usado. Ele vai reduzir os erros entre os
resultados obtidos depois disso estejam preciso ter um sinal perfeito para estes sinais na entrada do osciloscópio e na
corretos. testes. Basta verificar se as imperfeições entrada da ponta de prova. Esse erro é
Outro ponto relevante vem do fato de que existem na entrada devem estar causado, geralmente, por reflexões do
que a impedância de entrada e a resposta presentes na saída. sinal na ponta com problemas.
de frequência de uma ponta de prova Muitos osciloscópios dispõem de
são muito dependentes dos acessórios sinais de calibração com tempos de Acessórios amortecidos e
de conexão. É uma boa ideia fazer as crescimento muito curtos e que podem sem amorteceimento
medidas usando apenas um acessório de ser usados para excitar uma entrada de Nas figuras 2(a), (b) e (c) temos as
cada vez. 50 ohms. Esse sinal de calibração e uma comparações de medidas feitas para um

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Desenvolvimento

F2B. Medidas no domínio do tempo feitas com as


duas PPs (não amortecida e amortecida).

sinal com bom aterramento aplicado às


pontas de prova de 3,5 GHz usando fios
terminais de 2 polegadas.
A ponta de prova da esquerda usa
um fio de 2 polegadas que é conectado
diretamente ao ponto que está sendo
testado. A ponta da direita utiliza o mes-
mo comprimento de fio, mas possui um
resistor de 215 ohms entre o ponto testado
e o fio terminal. Isso torna a estrutura na
entrada da ponta de prova uma linha de
transmissão com terminação na fonte.
Excluindo os acessórios de conexão, as
duas pontas de prova são similares, mas
não idênticas, porque a ponta de prova
da direita está otimizada para ser usada
com acessórios apropriadamente amor-
tecidos e a prova da esquerda otimizada
para ser usada com pinos de metal não
amortecidos.
Os gráficos no domínio das frequên-
cias em 2(a) mostram que as duas cone-
xões das pontas de prova têm a mesma im-
pedância nas baixas frequências. Todavia,
a ponta não amortecida ressoa com uma
resistência baixa de 15 ohms aproximada-
mente em 750 MHz, enquanto que a ponte
amortecida nunca tem impedância menor
que 230 ohms até 4 GHz.
Os gráficos no domínio das frequên-
F2C. Medidas de sinais retangulares com as cias de Vin, Vout e resposta dVin/Vout
duas PPs (não amortecida e amortecida)

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F3. Medidas feitas com
duas PPs diferentes.

revelam alguns pontos importantes. exatamente a mesma que a entrada em há nenhum pico em qualquer frequência.
Observando a Vin medida, a conexão não toda a faixa de frequências. Mesmo quando se utiliza uma ponta ter-
amortecida carrega a fonte de 25 ohms A saída da ponta de prova do lado minal de 2 polegadas, a ponta apropria-
em 750 MHz, reduzindo Vsrc em 9 dB esquerdo da figura 2 (a) indica que o sinal damente amortecida tem menos de 3 dB
aproximadamente. medido em 750 MHz é 14 dB, ou tem um de erro até 1,5 GHz.
Lembrando que 6 dB é um fator equi- fator de 5 sobre o nível de baixa frequên- Diversas medidas no domínio de
valente a 2 em tensão, se a impedância cia. Na realidade, o sinal medido é 9 dB tempo foram feitas com duas pontas
de entrada da ponta de prova é a mesma ou tem um fator 2,8 abaixo do nível de conforme as sugeridas, num sistema de
da impedância da fonte, Vsrc pode ser baixa frequência. Isso significa que a saída 25 ohms. De acordo com a figura 2(b),
reduzida em 6 dB. Isso torna intuitivo que está 23 dB acima da entrada, ou existe um quando medindo-se baixas frequências
uma impedância de entrada de 15 ohms erro de 23 dB em 750 MHz. O gráfico de - um sinal retangular de 66 MHz com
carrega a fonte de 25 ohms em mais de 6 resposta de Vout/Vin exibe esse erro. tempos de subida relativamente peque-
dB em 750 MHz. Em contraste, a resposta de frequência nos (2 ns), as saídas das duas pontas
Se a resposta de frequência de uma para um amortecimento apropriado da de prova apresentam sinais com boa
ponta de prova for perfeita, a saída será ponta de prova está à direita, onde não precisão.

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Desenvolvimento

F4A. Gráficos obtidos no domínio da frequência para


duas PPs diferentes (pino metálico e pino resistivo).

F4B. Medidas feitas p/ um sinal de clock


de 1,2 GHz com essas duas PPs.

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Entretanto, quando se medem sinais o que ocorre com uma ponta que tenha A parte superior da figura 4(b) mos-
retangulares com tempos de subida de uma resposta plana, como a indicada na tra a fonte de 25 ohms sem a ponta de
1 ns, a saída da ponta apropriadamente direita da figura 2(a). prova conectada a Vscr, e com a ponta de
amortecida é mais precisa, enquanto que Quando na medida de sinais retan- prova conectada a Vin. A ponta de prova
a entrada da ponta não amortecida indica gulares de baixa frequência, o tempo de com a impedância de entrada maior
um tempo de subida maior do que real- subida na entrada da ponta de prova será afeta o sinal. A parte de baixo do gráfico
mente ele é. Isso pode parecer impossível limitada pelo tempo de subida da pró- mostra o sinal na entrada da ponta de
para muitos usuários! pria ponta. Quando na medida de sinais prova, Vin e no percurso até Vout. Todas
Como apresentado na figura 2(c), retangulares de altas frequências, como medidas nesta descrição foram feitas
quando medimos sinais retangulares com clocks de sistemas, o efeito é exatamente num sistema com uma impedância de
tempos de subida rápidos (da ordem de o mesmo. Porém, o sinal visualizado terá fonte ideal de 25 ohms.
250 ps), a saída da ponta de prova não a limitação desse tempo de subida. Será que o que acontece nessas medi-
amortecida apresenta um “overshoot” das também ocorre quando as pontas de
excessivo, além de oscilação. Acessórios para prova são usadas num sistema real com
O overshoot e a oscilação são fáceis melhor conexão diferentes impedâncias?
de identificar quando medimos baixas A figura 3 ilustra medidas feitas com Se a ponta de prova possuir um pico
frequências (sinais de 66 MHz, por exem- duas pontas de prova diferentes para 4 de resposta em alguma frequência, a sua
plo). No entanto, quando se mede altas GHz. Ambas usam acessórios de cone- saída sempre indicará um sinal que tenha
frequências, como mostrado nos gráficos xão. A prova da direita incorpora uma picos maiores do que realmente possui.
inferiores, o erro de medida causado pela resistência ótima no ponto que está sendo Se a reposta for plana, a ponta de pro-
ponta de prova se torna maior e menos testado, enquanto a da esquerda não. va sempre fornecerá uma representação
óbvio. A fonte de sinal é conectada direta- precisa da forma do sinal que está sendo
Quando uma ponta de prova real está mente no soquete da ponta de prova. O medido, isso dentro de sua faixa de res-
sendo utilizada em um sistema real, o comprimento interno do soquete com posta de frequência.
usuário não tem a comodidade de ver a capacitância do atenuador interno no Quando as pontas de prova forem
os sinais antes e depois dela. O usuário final do soquete faz com que a estrutura usadas em sistemas que tenham diferen-
somente vê o sinal na saída. Assim, para ressoe dentro da faixa de frequências tes impedâncias de fonte, o efeito será
saber se o sinal que ele está vendo não especificada. simplesmente no circuito que está sendo
tem distorções, ele precisa saber qual Apesar da faixa de “-3 dB de faixa medido. Na maioria dos casos (não com-
é a resposta de frequência da ponta de passante” ser de 4,5 GHz para esta pon- plexos), os efeitos da ponta de prova po-
prova. O que muitos usuários realmen- ta, existe um erro de +3 dB em 2,8 GHz. dem ser previstos. No entanto em outros
te querem é simplesmente saber se a Para referência, 1 dB é -12% em termos de isso não ocorre, ficando difícil prever os
performance de seu sistema de medidas tensão. A ponta de prova da direita não efeitos que podem surgir. Os piores efeitos
é boa o suficiente para não ter erros é ressonante em toda sua faixa. A menor aparecem quando uma impedância resso-
significantes. frequência em que há um erro de 3 B é a nante é conectada ao circuito. De qualquer
Se uma ponta de prova tem picos na limite da ponta, que é de 4,8 GHz. forma, o usuário deve saber como prever
curva de resposta no domínio das frequ- As figuras 4(a) e (b) mostram as me- se sua ponta de prova está afetando o
ências, como a ponta mostrada na figura didas que foram feitas com as mesmas circuito que está sendo analisado.
2(a) na medida de sinais retangulares, pontas de prova da figura 3.
isso significa que podem aparecer mais Nas figuras 4(a) e 4(b), as provas são Conclusão
overshoot e oscilação do que o sinal re- usadas com os melhores acessórios de Apesar das especificações dos fabri-
almente tem. conexão (diferentes daqueles que vêm cantes de “pontas de prova de banda larga
Quando medindo sinais retangulares junto). Esses são acessórios os mais cur- para osciloscópios” indicarem caracterís-
de frequências mais altas, como clocks de tos, usados tipicamente para explorar ticas que permitem inferir que as formas
sistemas, o sinal na saída da ponta de uma placa de circuito impresso, fazendo de onda a serem observadas são sempre
prova pode aparecer muito distorcido. O medidas em diversos pontos. corretas, isso não acontece na prática.
grau das discrepâncias depende de muitas Para a ponta de prova da esquerda foi A maneira como as pontas são usadas,
variáveis, como a magnitude e frequência adicionado um pino para conexão a terra as características dos seus acessórios,
dos picos na ponta de prova, a frequência e um pino de 0,15 polegadas para o sinal. além de outros fatores podem introduzir
do sinal de entrada e o tempo de subida Para a ponta de prova da direita, mudas- deformações nos sinais, as quais devem
do sinal de entrada. se a conexão à terra por uma lâmina larga. ser consideradas.
Simplificando: fica difícil saber o Veja as diferenças nos gráficos. Neste artigo orientamos como veri-
quanto uma ponta de prova que apre- Para os leitores que estejam mais fami- ficar e ajustar uma ponta de prova de
sente picos na sua curva de resposta é liarizados com parâmetros no domínio do osciloscópio, levando à obtenção de re-
menos precisa para uma determinada tempo, medidas de um clock de 1,2 GHz sultados de medidas os mais confiáveis
aplicação. Também deve ser considerado são exibidas na figura 4(b). possíveis. E

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Instrumentação

Curso sobre o
Osciloscópio Parte
1
Na história das medidas elétricas e eletrônicas nenhum instrumento
provocou tanto impacto como o osciloscópio, sendo um dos aparelhos
de medida de maior utilidade em quase todos os laboratórios. Neste
artigo vamos aprender um pouco mais sobre sua função principal e
suas demais aplicações

Eng. Filipe Pereira

O
osciloscópio tem como finalida- Tubo de raios catódicos
de reproduzir graficamente na É graças ao tubo de raios catódicos
tela do tubo de raios catódicos que é possível visualizar o sinal que se
o evoluir de uma tensão elétrica deseja analisar. Na figura 2, a ilustração
ao longo do tempo. de um T.R.C.
Com os osciloscópios é possível visua- O T.R.C. é um tubo de vácuo em cujo
lizarmos sinais de elevada frequência, o catodo se obtém um feixe de elétrons que
que não acontece com muitos aparelhos de convenientemente acelerado, focado e
medida correntes, que se tornam inoperan- orientado, se faz incidir numa tela fosfo-
tes nessas circunstâncias. Na figura 1, o rescente.
aspecto de um osciloscópio comum. O tubo de raios catódicos é constituído
As aplicações do osciloscópio são por um canhão eletrônico, pelo sistema
inumeráveis como: medição de frequên- defletor e a tela (figura 3).
cias, medição de desfasagens, medição de Eletrodos constituintes do canhão
tensões e correntes alternadas, medição de eletrônico (figura 4):
tensões e correntes contínuas, bem como a • Filamento (F);
Referências: análise, verificação, ajuste e reparação de • Catodo (K);
equipamento eletrônico. • Grelha de controle (G1);
Apontamentos de sistemas O osciloscópio é um instrumento muito • Primeiro eletrado acelerador (G2);
digitais, Eng. Filipe Pereira sensível à tensão, ou seja, é um voltímetro • Eletrado de focagem (G3).
de alta impedância, logo, pode analisar O filamento (F) de um canhão eletrônico
Apontamentos, Lucínio Preza de
com elevada precisão qualquer fenômeno é o elemento que aquece o catodo (K), isto é,
Araújo
que possa transformar-se em tensão. o que proporciona a energia calorífica neces-

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sária para provocar a emissão de elétrons
do catodo. Consiste num fio trançado de
resistência adequada, alojado no interior do
catodo. Ao aplicar ao filamento uma tensão
normalmente de 6,3 V, este torna-se incan-
descente por efeito de Joule, e desta forma
aquece o catodo (K) que o reveste.
O catodo (K) é o eletrodo emissor de
elétrons. Consiste simplesmente, num
cilindro metálico revestido com óxidos
especiais.
A grelha de controle (G1) consiste num
pequeno cilindro metálico com um peque-
no orifício circular no fundo, e que rodeia
o catodo (figura 5). A função da grelha é
controlar o fluxo de elétrons procedentes
do catodo em direção à tela.
À grelha de controle é aplicada uma
tensão mais ou menos negativa em relação
ao potencial do catodo. Como consequência
deste potencial negativo resulta que os fonte: www.prof2000.pt/users/labcom/antigo/comunicacoes/curtasdist/AL21/AL21_estA_DC_pormenor.jpg
elétrons que o catodo liberta, e que devem F1. Osciloscópio para
atravessar a grelha até a tela, encontram um bancada de laboratório.
campo elétrico negativo e, por conseguinte,
serão repelidos. Esta repulsão dos elétrons
é tanto maior quanto maior for o potencial
negativo aplicado à grelha de controle.
Mediante a regulação do potencial da
grelha de controle é possível, portanto,
controlar a quantidade de elétrons que
conseguem atravessá-la até a tela, e desta
forma se controla a intensidade do brilho
da imagem.
O elevado potencial positivo do eletrodo F5.Grelha de controle (G1).
de aceleração (G2) atrairá os elétrons pro- F2. Tubo de raios catódicos.
cedentes do catodo em direção a tela.
O eletrodo de aceleração tem forma
cilíndrica, com pequenas aberturas para
a passagem do feixe de elétrons. Veja
figura 6.
O fluxo de elétrons tende a dispersar-
se quando entra no interior do eletrodo de
aceleração, isto devido a dois fatores:
• Trata-se de um feixe de elétrons, e
portanto de cargas elétricas negati- F3. Constituição do T.R.C.
vas. Como cargas do mesmo sinal se
repelem, tendem a separar-se umas F6. Fluxo de elétrons atraídos para a tela.
das outras;
• Como existe um elevado potencial
positivo no eletrodo de aceleração,
este atrairá os elétrons.
Para obtermos um ponto luminoso (spot)
na tela é necessário focar os elétrons, ou seja,
concentrá-los de novo num feixe fino, para
isso recorre-se ao eletrodo de focagem (G3).
Observe a figura 7. F4. Elementos do T.R.C. F7. Eletrodo de focagem G3.

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Instrumentação

Uma boa focalização eletrostática conse- proporcional à tensão aplicada entre


gue-se aplicando à grelha de focagem uma s placas. O spot permanecerá imóvel
tensão positiva inferior à aplicada ao eletro- numa dada posição, enquanto se
do de aceleração. Um eletrodo de focagem, mantiver a d.d.p. entre as placas de
na continuação do eletrodo de aceleração, e deflexão vertical.
com a mesma polaridade positiva que este, c) Se aplicarmos uma tensão variável
F8. Controle da nitidez de um
reforçará ou debilitará o campo elétrico que periódica, por exemplo uma tensão
ponto luminoso da tela. atua sobre os elétrons segundo a diferença alternada senoidal, o spot deslo-
de potencial existente entre os eletrodos de car-se-á continuamente na direção
aceleração e de focagem. vertical sobre a superfície da tela.
Atuando sobre o comando de focalização Se a frequência da tensão aplicada
do osciloscópio modificamos o potencial ao par de placas for muito baixa,
aplicado ao eletrodo de focagem, e com observar-se-á perfeitamente, o des-
ele a nitidez do ponto luminoso na tela locamento do ponto sobre a tela. Se a
(Figura 8). frequência da tensão aplicada ao par
Se o TRC não dispusesse de um siste- de placas deflectoras for superior à da
ma defletor (placas de deflexão vertical e persistência do olho humano, ver-se-á
horizontal), ou este não atuasse, o feixe de uma linha reta vertical, embora na
elétrons procedentes do canhão eletrônico realidade se trate apenas de um ponto
incidiria no centro da tela, e permaneceria luminoso que se desloca rapidamente
imóvel no referido ponto. na superfície da tela.
Precisa-se portanto, controlar ou dirigir Tudo quanto se expôs para as placas de
o feixe de elétrons em direção à superfície deflexão vertical é igualmente válido para as
da tela. Para isso é necessário desviar o placas de deflexão horizontal (X1 e X2) com
feixe, vertical e horizontalmente, o que a única diferença de que o spot se desviará
se consegue com as placas de deflexão na direção horizontal no sentido de uma ou
horizontal e as placas de deflexão vertical, outra placa, segundo a polaridade de cada
respectivamente. uma delas, e proporcionalmente ao valor
Considerando que o feixe de elétrons do potencial elétrico aplicado.
procedentes do canhão eletrõnico não é mais Para se conseguir um compromisso
que uma carga negativa em movimento, a entre a sensibilidade (é conveniente que,
qual produz um campo magnético, podemos com a menor tensão de deflexão possível, se
facilmente deduzir que, se submetermos o obtenha sobre a tela o maior desvio - V/cm)
referido feixe à ação de um campo magnético e a nitidez do spot emprega-se o sistema de
ou elétrico, o feixe de elétrons desviar-se-á pós-aceleração, que consiste num eletrodo
da sua trajetória de acordo com as leis de constituído por uma camada de material
atração e repulsão das cargas elétricas, e condutor (grafite) depositada no interior da
que o desvio citado será proporcional à ampola de vidro, entre o eletrodo acelerador
intensidade do campo magnético ou elétrico e a tela. Figura 10.
aplicado às placas de deflexão. A polarização O eletrodo de pós – aceleração polariza-
das placas de deflexão vertical de um tubo se com uma tensão muito elevada, cujo valor
F9.Polarização das placas horizontais do T.R.C.
de raios catódicos (figura 9): depende do tamanho da tela. A função deste
a) Corresponde à não aplicação de ten- eletrodo é exercer uma ação de concentração
são entre as placas verticais; isto é, do feixe de elétrons, para obter um ponto
entre as placas Y1 e Y2 a tensão é de luminoso extremamente pequeno.
0 V. O feixe de elétrons não sofrerá A tela do tubo de raios catódicos é de
nenhum desvio e incidirá no centro vidro, e na sua parte interna deposita-se uma
geométrico da tela. fina e uniforme camada de fósforo, que tem
b) Se aplicarmos uma diferença de a propriedade de iluminar-se intensamente
potencial entre as placas verticais, quando nela incide um feixe de elétrons
estas farão desviar o spot em direção (figura 11).
à placa com potencial positivo, dado Os elétrons ao se chocarem na tela com
que o feixe de elétrons (com carga velocidade suficiente, iluminam-na no ponto
negativa) será atraído pela placa de incidência ou choque, permanecendo
F10.Sistema de pós-aceleração
positiva e repelido pela negativa. iluminada (fosforescência) durante um
com tensão muito elevada. Este desvio do spot será diretamente curto período de tempo (persistência).

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F11. A tela do T.R.C.

Para que a tela não se carregue negati-


vamente com os elétrons que nela incidem,
a camada fluorescente deve emitir um
número de elétrons igual ao dos incidentes.
Consegue-se isto por intermédio de uma
delgadíssima metalização de alumínio na F12. D.B. de um osciloscópio analógico.
parte posterior da tela.
Com a finalidade de evitar uma influ-
ência nefasta de campos eletromagnéticos
estranhos, os tubos de raios catódicos para
osciloscópios devem ter uma blindagem
com um cilindro metálico.

Constituição do Osciloscópio
Um osciloscópio analógico básico é cons-
tituído, para além do tubo de raios catódicos,
pelos seguintes circuitos (figura 12):
• Atenuador.;
• Pré - amplificador vertical;
• Amplificador vertical;
• Circuito de disparo; F13. Tensão “dente de serra” do gerador de rampa.
• Base de tempo;
• Gerador de rampa;
• Amplificador horizontal.
Vejamos, que funções cumprem no
circuito cada uma das etapas indicadas no
diagrama de blocos anterior, dividindo-as
em dois grupos, as que correspondem à
deflexão vertical e as que correspondem à
deflexão horizontal.
As etapas correspondentes à deflexão
vertical são três:
• Atenuador;
• Pré - amplificador vertical;
• Amplificador vertical.
O atenuador é a primeira etapa de qual-
quer osciloscópio, e portanto é o circuito que
recebe o sinal que se deseja visualizar.
Tem por finalidade igualar a elevada
impedância das pontas de prova do osci-
loscópio, que possuem valores típicos de F14. Posição do spot na tela.

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Instrumentação

1 MΩ ou 10 MΩ, à baixa impedância dos Na figura 14 representou-se grafica- Em (c) baixamos um pouco a tensão
pré - amplificadores verticais. Outra função mente a posição do spot sobre a tela do aplicada às placas de deflexão vertical (75
que o atenuador cumpre é a de diminuir a tubo de raios catódicos, ao ser aplicada V), com o positivo na placa superior.
amplitude do sinal de entrada quando esta uma tensão em dente de serra às placas de Em (d) mudamos a polaridade aplicada
tem um valor excessivo que ponha em risco deflexão horizontal. às placas de deflexão vertical.
a fidelidade do sinal, isto é, quando pode Como se pode observar, o tempo de Se, durante o tempo que o spot demora
produzir-se distorção. exploração é maior que o tempo de restitui- em percorrer a distância “lado esquerdo
A etapa seguinte é um amplificador ção, já que o que interessa é reproduzir da - centro” da tela, aplicarmos uma tensão
vertical. Este circuito é constituído por esquerda para a direita a trajetória do spot e positiva à placa de deflexão vertical su-
um pré-amplificador de tensão, um cir- fazer regressar o referido ponto à sua origem perior, e, durante a outra metade (tempo
cuito compensador (são filtros ou etapas no menor lapso de tempo possível. de deslocamento do spot do “centro - lado
corretoras de compensação de baixas ou Dado que a frequência da tensão em direito” da tela) aplicarmos um potencial
altas frequências) e um amplificador final dente de serra do gerador de rampa é re- positivo à placa de deflexão vertical inferior,
que amplifique para um valor adequado o lativamente elevada, o spot deslocar-se-á o traço deslocar-se-á durante metade do
sinal que se pretende analisar. horizontalmente pela tela com grande tempo de varredura horizontal na parte
As etapas correspondentes à deflexão rapidez, pelo que o efeito óptico será igual superior da tela e durante a outra metade na
horizontal são quatro: à presença de uma linha reta e não de um parte inferior do ecrã (ver figura e). Vemos,
• Base de tempo; ponto, isto é, na tela do tubo veremos uma portanto, que dela se reproduz exatamente
• Gerador de rampa; linha horizontal, a qual coincidirá com o a forma de onda que se aplicou às placas de
• Amplificador horizontal; eixo de simetria horizontal quando não se deflexão vertical.
• Circuito de disparo. aplica uma tensão entre as placas de deflexão Em f) aplicamos às placas de deflexão
Os circuitos de base de tempo e gerador de vertical (ver (figura 15 a). vertical uma tensão alternada senoidal,
rampa de um osciloscópio têm por finalidade Em (b) aplicamos uma tensão de 100 V às cuja frequência é o dobro da frequência de
conseguir que a tensão aplicada às placas de placas de deflexão vertical com o positivo na varredura da base de tempo, o que permitirá
deflexão vertical do tubo de raios catódicos placa superior e o negativo na inferior. ver na tela dois ciclos do sinal alternado.
apareçam na tela como função do tempo.
Dado que em todo o sistema de coor-
denadas se representa o tempo sobre a
coordenada horizontal X, o circuito de base
de tempo e gerador de rampa deve intervir
sobre as placas de deflexão horizontal, que
são as que controlam o feixe de elétrons so-
bre o eixo de simetria horizontal da tela.
O circuito de base de tempo e gerador
de rampa deve fazer deslocar o spot perio-
dicamente e com velocidade constante na
direção horizontal sobre a tela, da esquerda
para a direita, e voltar o mais rapidamente
possível à sua posição original, e assim
sucessivamente.
Para efetuar este varredura, o circuito
gerador de rampa fornece às placas de
deflexão horizontal uma tensão em dente
de serra. O tempo decorrido desde que se
inicia a subida da tensão até que se atinja o
seu valor máximo tem o nome de tempo de
exploração, e é o tempo necessário para que o
spot, situado à esquerda da tela, passe para
a direita, varrendo no sentido horizontal o
eixo de simetria dela. O tempo que decorre
desde o momento em que se atinge o valor
máximo até a descida da tensão até zero, tem
o nome de tempo de restituição, e é o tempo
necessário para que o spot, situado à direita
da tela regresse ao seu ponto de origem
situado à esquerda dela (figura 13). F15. Efeito óptico do deslocamento do spot na tela.

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Os circuitos de base de tempo são cons-
tituídos por osciladores ou multivibradores
RC, que geram pulsos retangulares de
tensão com frequência variável mediante
escolha dos grupos RC por um comutador
rotativo. Uma vez gerados, esses pulsos
passam ao gerador de rampa, cuja fina-
lidade é a de convertê-los em tensões em
dente de serra.
Como a tensão em dente de serra obtida
à saída do gerador de rampa não tem ampli-
tude suficiente para fazer desviar o spot de
um lado ao outro da tela, é necessário um
amplificador horizontal que eleve a tensão
em dente de serra para o valor adequado
(ver diagrama de blocos).

Circuito de disparo
Se a frequência do sinal que se analisa
não for um múltiplo inteiro da frequência
de varredura horizontal, em cada início de
varrimento o sinal analisado iniciar-se-á
num ponto distinto da tela, e isso produzirá
um efeito parecido com o apresentado na
figura 16. F16. Efeito observado na tela quando a fre-
Para evitar esta situação recorre-se ao quêcia do sinal não é um múltiplo inteiro
circuito de disparo. Este circuito tem por da frequência varredura horizontal.

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Instrumentação

F17.Sistema de pós-aceleração
com tensão muito elevada. F18.Sistema de pós-aceleração
com tensão muito elevada.

finalidade determinar o instante em que se


inicia a varredura horizontal da tela. Faz-se
coincidir a origem da rampa ascendente
da tensão em dente de serra com o mesmo
ponto do sinal que se analisa. Habitual-
mente, o sinal de disparo deriva do sinal
de entrada vertical.

Pontas de prova
Se utilizássemos pontas de prova como
as que se empregam nos multímetros, para
introduzir os sinais nas entradas verticais F20.Sistema de pós-aceleração
de um osciloscópio, estas produziriam si- com tensão muito elevada.
nais parasitas que interfeririam na medida.
Para evitar que isto aconteça recorre-se ao F19.Sistema de pós-aceleração
emprego de pontas de prova específicas com tensão muito elevada.
para os osciloscópios (figura 17).
As pontas de prova mais usuais são as
seguintes: • Detectoras: Projetadas para detectar
• Passivas, sensores de tensão, x1: Não frequências muito elevadas.
reduzem o nível do sinal, pelo que As pontas de prova são constituídas
a sensibilidade da ponta é máxima. por um trimmer (capacitor de capacidade
Elevada capacidade (32 a 112 pF) e ajustável) ou grupo de capacitores (um deles
largura de banda muito limitada trimmer) em paralelo com uma resistência,
(3 a 35 MHz). Suportam tensões ou mais, se possuir vários níveis de atenu-
até 500 V; ação (figura 18). F21.Sistema de pós-aceleração
• Passivas, sensores de tensão, atenua- Ao ligar o conjunto osciloscópio - com tensão muito elevada.
doras x10, x100, x1000: Atenuam ponta de prova ao circuito em ensaio, a
a amplitude do sinal em 10, 100 ou sua impedância é maior que a do oscilos-
1000 vezes. Capacidade ajustável. cópio sozinho, pelo que afetará menos o que está excessivamente compensada
Podem trabalhar com grandes lar- circuito em ensaio e a medida será mais (sobram altas frequências), caso indicado
guras de banda (até 300 MHz); confiável. na figura 21.
• Ativas, sensores de tensão: São Como norma geral, e para aproveitar Tanto num como noutro caso deverá
constituídas por transistores de ao máximo a largura de banda do osci- ajustar-se o trimmer da ponta de prova
efeito de campo (FET). A atenuação loscópio, a ponta de prova deverá ter uma com a ajuda de uma pequena chave de
é selecionável. Capacidade muito largura de banda superior à do osciloscópio fenda em plástico - nunca metálica para
baixa (1,5 pF). Largura de banda até (figura 19). evitar capacidades parasitas, rodando à
900 MHz. Têm um elevado custo; esquerda ou à direita, como convenha, até
• Sensores de corrente: Utilizadas Ajuste das pontas de prova que na tela se obtenha uma forma de onda
para medir correntes até 1000 - 1500 Ao proceder ao ajuste da ponta de perfeitamente quadrada.
A. Largura de banda de 50 MHz e prova pode acontecer que esta esteja pouco Uma vez ajustada a ponta de prova do
carga mínima para o circuito; compensada (faltam altas frequências), canal 1 convém marcá-la para que a utili-
• Alta tensão: Utilizadas para a me- em cuja situação a forma de onda obtida zemos sempre nessa entrada vertical, e em
dição de tensões muito elevadas, na tela do osciloscópio terá uma forma seguida procederemos da mesma forma para
até 40 kV; semelhante à indicada na figura 20, ou o ajuste da ponta de prova do canal 2. E

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Instrumentação

Minicurso LabVIEW
Aprenda Fazendo
Seguimos com o nosso curso, continuando sempre na direção da
realização prática da proposta. Agora, vamos utilizar as ferramentas
Parte
VISA e interagir com o instrumento de modo cada vez mais prático e
interessante, testando fisicamente o projeto feito na teoria ! 6
Luis Fernando Bernabe

R
esumindo bastante a edição an- c) Instale o Agilent I/O Libraries Suite.
terior, vimos as instruções SCPI Atualmente na versão 16.1.14931;
e as VIs (Virtual Instruments) d) Siga a sequência de instruções que
com um diagrama de blocos bási- apresentamos na edição passada (e
co. Comentamos também os Instrument apresentada em vídeo no endereço
Drivers do nosso “multímetro multicanal indicado no Box no fim do artigo);
com varredura”. Enviamos e recebemos e) Com o instrumento ainda desliga-
instruções simples inicialmente com o do, conecte a interface GPIB/USB
Agilent Connection Expert e depois com o no conector GPIB, localizado na
Measurement and Automation Explorer e parte posterior. Caso você conecte a
o LabVIEW, os programas da National. interface com o equipamento ligado,
Agora partiremos para alguns algorit- há uma grande possibilidade de
mos mais práticos e funcionais utilizando danos ás portas da interface e do
as VIs VISA e os Instrument Drivers. seu instrumento, cuidado!;
Passo a passo siga as instruções básicas f) Conecte a porta USB da interface no
para a conexão de qualquer instrumento micro ligado anteriormente; aqui não
em GPIB a um computador, utilizando o há problema algum. A interface pode
National LabVIEW e interfaces e equipa- ser conectada normalmente com o
mentos da Agilent: PC ligado. Faço uma ressalva: se a
a) Com o instrumento e a interface sua interface USB/GPIB for da Natio-
desconectados e desligados, instale nal, tudo funciona diretamente sem
o LabVIEW e o pacote de softwares alterações, a interface é reconhecida
que contém a última versão do VISA automaticamente ao ser conectada.
e do MAX, Measurement and Au- Caso opte por uma interface de fa-
tomation Explorer; bricante diferente, verifique antes a
b) Siga todos os passos da instalação; compatibilidade com o LabVIEW, C

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Instrumentação

e C++. Nesta aplicação, eu consegui


uma interface da Agilent (antiga HP)
na edição passada da revista e incluí
um link sobre como configurá-la para
uso com o LabVIEW;
g) Conecte os sensores nos canais 15
e 16. O sensor instalado na porta 15
é o que será calibrado, instale o de
referência na porta 16.
h) Agora sim, você pode ligar o ins-
trumento.
i) Configure o canal para medição de
temperatura, supondo um termo-
par tipo J, procedendo do seguinte
modo:
• Selecione o canal 15 no knob>
pressione o botão Measure > com o
Knob selecione Temperature > Knob
Thermocouple > Knob Type J > Knob F1. Apresentação das janelas principal e
Units > °C > Knob Display 0.1°C; auxiliar do Agilent Connection Expert.
• Agora copie as configurações deste
canal para o canal 16 da seguinte
forma: selecione o canal original que opções com um item Agilent Con- lecione a opção Send Commands to This
terá suas configurações copiadas, no nection Expert, clique neste item Instrument.
nosso caso o 15, pressione o botão e ele será executado. A execução A figura 1 apresenta o resultado destas
Measure, com o knob gire para a deste programa busca interfaces e ações descritas. Note que a primeira instru-
esquerda e aparecerão no menu instrumentos conectados às portas. ção SCPI que aparece na janela auxiliar de
as seguintes opções na sequência: Essa função é automática, mas, pode envio de comandos é *IDN?, clique no botão
Temperature > Channel OFF > Copy ser refeita a qualquer instante com Send & Read e a resposta do instrumento
Config, pressione o botão Measure> o botão Refresh. Como a interface será escrita como no campo abaixo.
no display aparecerá Paste to e o pró- e o instrumento utilizados são da k) Feito tudo isso, inicializamos o
ximo canal a ser configurado surgirá Agilent, ambos são automaticamente Measurement and Automation
no visor à direita, o 16, pressione reconhecidos. Explorer: na barra de ícone à direita,
Measure novamente e no display No painel do instrumento aparecem clique em Devices and Interfaces,
aparecerá DONE. Pronto!; normalmente os indicadores de ADRS e a seguir em Miscelaneous VISA
• Pressione o botão MON, de monitor. RMT que significam, respectivamente, Resources, aparecerão na lista os
Feito isso, a temperatura lida pelo acionamento por interface (no caso GPIB) endereços utilizados, estamos utili-
respectivo sensor será exibida no e operação em modo remoto. Na última zando o endereço 9 no barramento
display. Vale lembrar que o display versão, a 16.1, o programa não bloqueou o GPIB, como mostrado na figura 2.
apresenta o canal no seu lado direito, acesso do instrumento pelo painel durante Observe também que no centro desta
como estou utilizando o primeiro slot uma semana de testes; mas na “entrega” janela há um campo Device Status.
(de três disponíveis) aparece no visor deste artigo, o instrumento “apareceu” blo- Como a conexão foi estabelecida
o número 115 ou 116, que significa queado (!!!). Para resolver este bug, teremos corretamente, aparece a mensagem
slot 1, canal 15 ou slot 1, canal 16. que fazer isso na programação do LabVIEW This device is working properly no
Leia o manual e observe funções interes- para aprimorar a segurança e integridade na centro desta janela;
santes como PWR ON LAST, T/C CHECK coleta dos dados. De qualquer forma como l) Clique no botão Open VISA Test
ON/OFF e INTERNAL REFERENCE. o MAX desbloqueia o painel de teclado, Panel e uma segunda janela se abre,
Configuramos os dois canais para esta medida de segurança tem que ser como exibido na figura 3. Note que
termopares iguais. Lembre-se disto! Caso implementada necessariamente. na versão 5.0 do MAX, há uma lista
tenha diferenças modifique-as item a item, Para abrir a janela auxiliar de envio de de comandos dividida por passos
depois de copiar a configuração. comandos SCPI (!!!) para o instrumento, de operação, com a contagem dos
Paciência! Tudo já deve estar funcionan- clique no diretório em fundo branco, lo- bytes enviados e recebidos, a resposta
do como previsto. Além do que, você vai calizado à esquerda, na identificação dele do instrumento a seguir e uma ja-
fazer este procedimento apenas uma vez! 34970A (GPIB 0::9::INST) com o botão nela na esquerda de Return Data,
j) Clique no ícone do Agilent IO direito do mouse. Feito isso se abrirá uma apresentando os possíveis erros de
Control, abrirá uma janela de janela intermediária de opções, então se- comunicação;

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Instrumentação

m) Observe que o instrumento não está


com o painel travado e nem há uma
indicação de que esteja operando
em modo remoto, como dissemos
em outras edições deste artigo, com
outras versões dos programas Mea-
surement and Automation Explorer
e o Agilent I/O Libraries Suite. Há
uma contagem de bytes de envio e
retorno com a identificação.
Seguindo estes passos, temos o nosso
sistema de aquisição de dados pronto para
trabalho e “conversando” com o PC. Falta
agora fazermos uma aplicação em LabVIEW
que se comunique com o instrumento e
fazendo-o cumprir o nosso fluxograma.
Nesta configuração especifiquei os
F2. Apresentando Devices and Interfaces, o endereço do instrumento no sensores de temperatura como termopares
GPIB, a modificação do nome do instrumento no espaço VISA Alias e o por alguns motivos: o instrumento aceita
botão Open VISA Test Panel, na parte central superior. vários tipos de sensores de temperatura e a
disponibilidade pessoal de sensores. Nada
impede que o leitor compare dois sensores
diferentes e até de tecnologias diferentes.

O dia a dia com a VI pronta


Visto que nesta etapa você já ligou
o conjunto anteriormente, configurou o
multímetro multicanal e instalou todos os
programas, restam poucos passos para que
o sistema esteja em condições operacionais
de uso. Siga este roteiro menor:
a) Com tudo desligado (PC, interface e
instrumento), conecte todos os cabos.
A interface no instrumento e o cabo
USB da interface no PC;
b) Ligue o PC e o instrumento, não
havendo entre estes dois uma se-
F3. Janela do VISA Test Panel aberta.
quência específica para ligação;
c) Execute o Agilent I/O Libraries Suite
>> Agilent Connection e encontre a
interface e o instrumento. Execute
o Measurement and Automation
Explorer, busque a interface e o ins-
trumento novamente, depois execute
o seu aplicativo LabVIEW, compila-
do ou não. E está tudo pronto para o
seu trabalho de coleta de dados com
o multímetro multicanal;
d) Vai desligar? Desligue o PC e o
instrumento. Tanto faz a sequência,
novamente;
e) Caso você queira desconectar a
interface, substituir o PC e/ou a
interface por motivo de pane, repita
F4. Diagrama de blocos apresentando o fluxograma
estas instruções novamente.
completo da aplicação, com todos os Labels ativos. No dia a dia é assim que funcionará.

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Instrumentação

F5. Painel Frontal da aplicação organizada de modo mais amigável.

F6. Front Panel da aplicação funcionando.

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Instrumentação

Agora, a solução está Saiba mais:


no programa!
Na internet, visitando os links abaixo os leitores podem encontrar maiores infor-
Para quem começa uma linguagem
mações e fazer o download do programa IO Libraries Suite 16.1 gratuitamente.
sem o conhecimento de nenhuma outra,
Inclusive há uma apresentação em vídeo da execução do programa.
os passos iniciais são menos simplificados,
a associação cerebral com referências de IO Libraries Suite 16.1
conhecimento anteriores, ajuda muito. Su- www.home.agilent.com/agilent/product.jspx?cc=BR&lc=por&ckey=1985
giro que pense primeiro em fluxogramas 909&nid=-33648.977662.00&id=1985909&cmpid=zzfindiosuite
e, depois, passe para a linguagem em si.
Agilent IO Libraries Introduction Video
Vale a pena este tempo inicial com análise
www.youtube.com/watch?v=bo6T5szxjss&feature=related
e projeto de fluxogramas.
Rapidamente, seguindo pelo começo, Learn how to configure your Agilent GPIB connectivity products in NI LabVIEW
inicie o LabVIEW: clique na opção Blank www.youtube.com/watch?v=GmLtJtRh4e8
VI e se abrirão na tela do computador as
Posso Usar Ambos Controladores National Instruments (GPIB) e Agilent/HP
duas janelas de programação, a de Block
(HPIB) no Mesmo Sistema?
Diagram e a Front Panel.
www.digital.ni.com/public.nsf/allkb/
Agora, observe a figura 4. Todas as
3B86A0CF3609C79B862577AD0052E300
Labels estão mostradas.
Comece pelo loop Timed Loop. Para che- Bônus para o leitor:
gar lá, clique com o botão direito do mouse Glossário Técnico de Aquisição de Dados (em Português!)
em qualquer campo em branco do diagrama, http://zone.ni.com/devzone/cda/tut/p/id/13493?submitted=yes
depois Functions > Programming > Struc-
tures > Timed Structures > Timed Loop.
Para criar o botão Period, aproxime o cursor
do mouse no campo respectivo do Loop, Charts. Estes são encontrados na janela do endereço 116) e o botão Nº de Aquisições
automaticamente o cursor muda para um Control > Express > Graf. Indicators. para 100 por exemplo, execute a VI.
carretel e então clique com o botão direito Monte uma apresentação que tenha uma Quando for executado o programa
do mouse e Create a... > Control. Acrescente facilidade ergométrica, de fácil visualização, com o comando Run (seta no cabeçalho), o
no texto de identificação no Front Panel a lembre-se que você está criando um novo painel frontal apresentará algo semelhante
unidade em (ms). Desse mesmo modo crie instrumento. Um exemplo é mostrado na ao exibido na figura 6.
o Resource Name, a variável Stop e a de figura 5. Depois de ter a aplicação funcionando
N Aquisições. O botão de Reset está automaticamente corretamente, experimente outras configu-
A VI Bundle está na janela Functions em ligado, clique nele com o botão direito rações de aquisição.
> Programming > Bundle, Class and do mouse, Properties, aba Appearance Por que fiz um segundo gráfico para
Variants. > Enable State, assim quando iniciado o coletar o número de amostras sendo que já
As VIs Initialise, Monitor, Error Mes- aplicativo sempre estará com o Reset na sabia o seu valor? Simples, porque utilizei
sage e Close estão agrupadas no Instrument posição de aberto. um segundo gráfico como ferramenta de
Driver do multímetro em que fizemos o Para modificar o Waveform Chart como debug para verificação, depois da aplica-
download anteriormente. Na sequência indicado nessa figura, clique no centro em ção acertada, apagaremos este gráfico se
Functions > Instrument I/O > Instrument preto com o botão direito do mouse para for interessante. Observe que a amostra
Drivers > Agilent 34970A. abrir um janela auxiliar de configuração, número 100 foi coletada no 100º segundo,
Explore também as janelas Configure, opção Properties, teste as opções nas abas a aplicação está com os tempos corretos,
Action-Status, Data e Utility. A VI Tree Appearance, Display Format, Plots, Scales como planejado.
é um caso a parte. Clique nela e a arraste e Documentation. Insira linhas de grade Veja que no pequeno painel de Output
para o diagrama, clique no ícone da VI horizontais e verticais em escalas que desejar Cluster está anotado o último valor de
duas vezes, vai se abrir um painel frontal ticando nas opções. Lembre-se que cada uma temperatura e o seu índice ainda não é uma
exclusivo, com um triângulo preto, abra destas configurações é válida para um eixo, matriz de 2 x 100, no caso, é apenas um mos-
o seu diagrama de blocos, aba Window > por exemplo o X, onde está marcado Time trador do valor da amostra e sua posição em
Show Block Diagram. Você agora visua- (X Axis) , se quiser aplicá-las ao outro eixo, relação ao tempo em que foi medida.
liza todas as VIs VISA amigáveis deste selecione a opção e mude a configuração Na próxima edição montaremos a
Instrument Driver. do eixo das amplitudes ou mude para um matriz, criaremos a varredura dos canais
Sobre o Front Panel, quando você termi- formato digital. e acrescentaremos algumas funções esta-
nar o Block Diagram alguns itens já estarão Para utilizar o programa, ajuste o botão tísticas para a melhoria da qualidade das
aqui, basta você organizar melhor o painel Period (ms) para um valor do tipo 1000 ms, medidas realizadas.
de sua aplicação. O que é preciso criar aqui selecione o canal do sensor de temperatura Por ora, paramos por aqui, um abraço
para terminar a montagem são os Waveform (aqui coloquei no slot 1, canal 16, então e boas aplicações. E

34 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Sensores

Realimentação de
posição para controle
de motores usando
sensores magnéticos
Este breve artigo nos mostra a aplicação de sensores magnéticos
que podem ser utilizados para se conseguir uma resposta direta para
o controle de um motor de maneira eficiente a barata.
César Manieri

A
bordaremos a realimentação para Por fim, este artigo mostrará ao leitor as
motores sem escovas de corrente vantagens destes sensores para aplicações
direta (BLDC) com comutação de controle do motor sob o ponto de vista
conjunta utilizando-se sensores técnico e quais as vantagens de custo e
“Hall”, bem como a realimentação usando qualidade tão importantes em qualquer
um encoder de alta resolução para as mais exi- sistema aos quais eles serão aplicados.
gentes aplicações em servoacionamentos.
O princípio de funcionamento e as Brushless DC Motors
diferentes formas de trabalho dos motores Este item aborda o princípio de fun-
BLDC serão apresentados. Explicaremos cionamento e as vantagens de tipos de
também as tecnologias de realimentação e motor DC sem escovas, e depois explica
as várias áreas de aplicação deste tipo de em mais detalhes a estrutura de realimen-
motor e sensores. Na sequência, os sensores tação e as aplicações de motores BLDC.
de efeito Hall para detecção de posição de Considere também consultar artigos que
rotor BLDC e seu princípio de funciona- mostram a aplicação da eletrônica para o
mento, tipo de comutação e características controle do motor baseados em sensores
de desempenho principais. e sensorless.
Em aplicações que requerem uma rea-
limentação com uma maior precisão, tais Princípio de Funcionamento
como motores síncronos de ímã permanente A figura 1 mostra um motor BLDC
(PMSM) usados em sistemas de servo, os típico. Os motores com escovas, como o
encoders são amplamente empregados. Mas próprio nome diz, usam as mesmas escovas
uma boa escolha para este tipo de aplicação como um comutador mecânico e, portanto,
é o sensor integrado de alta velocidade base- oferece um contato mecânico, a fim de
ado no princípio magneto-resistivo gigante direcionar o fluxo de corrente através dos
(IGMR). Explicaremos e detalharemos como enrolamentos do rotor. Já no caso dos mo-
é seu princípio de funcionamento, bem como tores BLDC não existe esse contato elétrico
suas vantagens sob os encoders ópticos. entre estator e rotor.

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Sensores

De fato, enquanto que para a maioria dos ser usados diretamente para a comutação
motores DC com escovas os enrolamentos do bloco do motor BLDC. Mais a frente,
da bobina são fixados na parte do rotor e explicaremos este tipo de comutação com
os ímãs permanentes no estator, no BLDC mais detalhes.
este processo é invertido. O mesmo tem um
rotor formado por ímãs permanentes leves D - Força Contraeletromotriz
e os enrolamentos estão fixos no estator. Um outro tipo de motor, o BLDC, é
O motor de ímã permanente possui uma conhecido como sensorless e usa a força
característica interessante que é a menor contraeletromotriz (back EMF) induzida
inérica do rotor e, consequentemente, maior nas bobinas desenergizadas a fim de obter
eficiência em comparação com os seus informações sobre a posição do rotor. Este
homólogos com escovas. tipo de atuação tem a óbvia vantagem de
A maior desvantagem dos motores com F1. Rotor do motor BLDC com
não precisar de qualquer sensor adicional
escovas decorre da natureza mecânica do 3 fases e 1 par do polo magnético. e, portanto, contribui para um conjunto de
chaveamento da comutação. Uma vez que S1 , S2 e S3 são os sensores Hall. motor de baixo custo.
uma corrente considerável está sendo con- Por outro lado, a precisão do posiciona-
duzida através das escovas, faíscas podem se mento resultante não coincide com a preci-
formar e conduzir alta frequência e emissões por exemplo, motores para sistemas de são do sensor que é baseado nos princípios
eletromagnéticas, afetando negativamente ventilação de ar condicionado. As bicicletas da realimentação e algumas dificuldades
outros equipamentos eletrônicos. elétricas são, ainda, outra aplicação onde adicionais surgem no start-up uma vez que
Outro fator é a sobrecarga que pode motores brushless são encontrados. o EMF não é, induzido à velocidade zero
deteriorar precocemente essas escovas. As Eficiência, segurança e confiabilidade O circuitos empregados para o funciona-
escovas de contato podem desgastar-se, servem como forças motrizes e reforçam a mento precisam levar isso em conta, o que
elevando as taxas de insucesso e tornando aplicação de motores sem escovas, os quais pode ser feito com algoritmos de controle
o custo de manutenção mais elevado. Este também se beneficiam de reduções de custo dirigidos e executados em microcontrola-
fenômeno é totalmente nulo em motores devido ao contínuo desenvolvimento da dores dedicados a estes propósitos.
BLDC, evitando contatos elétricos entre o eletrônica de controle. O leitor interessado pode acessar o link
estator e o rotor. Notem que a comutação dos motores abaixo para mais detalhes: www.infineon.
As vantagens dos motores BLDC tam- mais sofisticados como os usados em sis- com/dgdl/AP0805910_Sensorless_FOC.
bém têm um preço, que é principalmente temas de direção elétrica veicular (EPS) e pdf?folderId=db3a3043134aa0ee01134dc
o de maior complexidade e um maior custo sistemas industriais de automação comu- f16670067&fileId=db3a3043134dde6001
na eletrônica e a necessidade de sensores mente empregam os sofisticados sistemas 134e2c3cff002f
de realimentação. de comutação senoidal.
O motor na figura 1 usa três fases e um Nesses casos, estamos nos referindo Realimentação usando
ímã de rotor com apenas um polo, que é a aos motores síncronos de ímã permanente sensor Hall
forma mais simples possível de um trifásico (PMSM), abordaremos a realimentação deste Agora veremos um sistema de realimen-
BLDC. Aumentar a quantidade de polos tipo de motor em detalhes no item 4. tação dominante com base em interruptores
magnéticos ajuda a melhorar a suavidade de efeito Hall, o princípio de funcionamento
do motor, que é uma caracteristica especial- B - Princípios de geral e os requisitos do sensor e apresenta-
mente encontrada em motores deste tipo. realimentação do BLDC remos os interruptores de efeito Hall para
Basicamente, qualquer princípio de aplicações em motores BLDC.
A - Aplicações e Tendências detecção que forneça informações sobre a A figura 1 mostra o tipo mais fácil de
Devido à sua alta eficiência e confiabili- posição do rotor pode ser empregada para, implementação de um interruptor de efeito
dade, motores BLDC podem ser encontrados eletronicamente, controlar a alimentação das Hall. Os três sensores Hall são separados
em uma variedade de aplicações em todos bobinas do atuador. Os princípios essenciais por 120° e ângulos de fase gatilhados pelo
os tipos de segmentos de produtos e classes são: três fases de comutação de efeito Hall, ímã do rotor. Eles produzem um padrão de
de desempenho. força contra-eletromotriz e encoders. comutação, descrito na figura 2, com um
Motores de baixa potência podem ser novo estado digital a cada 60°.
encontrados em dispositivos de consumo C - Efeito Hall Trifásico Portanto, é possível saber a posição do
como, por exemplo, câmeras ou computado- O sistema de realimentação mais rotor com uma resolução de 60°, e se os sen-
res, ventiladores de fontes de alimentação, amplamente utilizado para a comutação sores Hall são colocados na posição correta,
unidades de disco rígido ou DVD players. BLDC são os sensores de efeito Hall como as transições do sinal podem corresponder
Em aplicações automotivas, a melhoria exemplificada na figura 1. O padrão de sinal exatamente aos pontos ideais de comutação
da eficiência energética e robustez dos mo- típico obtido a partir dos interruptores Hall da energização da bobina.
tores brushless tornam a escolha ideal para S1 a S3 em uma revolução do rotor pode Dentro deste modelo,sinais de aciona-
um número crescente de aplicações como, ser visto na figura 2. Os sensores podem mento, sejam eles constantes ou modulados

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Sensores

a - Tipos de Sensores
O interruptores de efeito Hall alternam
entre dois estados lógicos e exibem alguma
histerese de comutação entre estes dois pon-
tos. De um modo geral, distingue-se entre
dois principais tipos de dispositivos: inter-
ruptores unipolares e travas bipolares.
Os interruptores Omnipolar e os
interruptores bipolares não estão sendo
considerados aqui.
Caso o leitor queira mais informações,
F2. Padrão de comutação dos sensores
acesse: www.infineon.com/cms/en/
Hall S1 a S3 em uma volta do rotor. product/sensors-and-wireless-control/
magnetic-sensors/magnetic-position-sen-
sors/hall-switches/channel.html?channel
=db3a304332ae7b090132b00592bb015a

b - Interruptores
unipolar (Switches)
A figura 4 exibe o princípio de funcio-
namento dos interruptores unipolares. O
dispositivo de saída liga quando o campo
magnético aplicado passa para o ponto de
operação Bop. Se o campo magnético for
F3. BLDC: motor com ímã externo interruptor Hall.
desligado, o dispositivo mudará de volta
para a situação de desligado.
Isso ocorre mesmo antes do estado
do campo magnético chegar a zero na
faixa Brp. O efeito de histerese Bhys está
presente para evitar uma transição muito
rápida nos eventos de comutação entre os
dois estados.

c - Travas Bipolares (Latches)


Da mesma forma que um interruptor
unipolar, as travas bipolares também ligam
depois de passar o Bop. No entanto, após
a retirada do campo magnético, a trava
F4. Interruptor unipolar versus a trava bipolar (Latch).
bipolar mantém seu estado mesmo em
campo zero. Apenas uma vez o campo de
polaridade inversa passa por Brp e faz com
pela largura de pulsos(PWM), poderão ser Alguns motores, portanto, possuem um que o dispositivo retorne ao seu estado
usados para alimentar as bobinas e acionar anel magnético adicional montado sobre o desligado como mostrado na figura 4. Estes
o motor. eixo, assim os sensores Hall são chaveados dispositivos, portanto, travam efetivamente
Em muitos motores DC sem escovas, os por este anel magnético. Isso permite que seu estado como o nome sugere.
sensores Hall são usados diretamente para os sensores Hall sejam montados longe de
sentir o campo magnético dos ímãs do rotor partes que aquecem. A figura 3 ilustra essa d - Requisitos das chaves
como no exemplo da figura 1. implementação. de efeito Hall
Como consequência, os sensores são Os beneficios desta montagem são acesso A seguir, vamos observar os requisitos
montados no interior do motor e são ex- à temperatura mais baixa, instalação mais específicos dos interruptores de efeito Hall
postos a altas temperaturas e vibrações e fácil e flexibilidade de design. Neste caso, é usados para comutação do motor BLDC
se por acaso houver uma falta de vedação, necessário a implementação de uma roda de Unipolar versus bipolar: A tarefa do
gases e líquidos poderão afetar as peças. código magnético adicional. Para este tipo de sensor é detectar a posição do rotor com
Além disso, a montagem de novos sensores projeto, sensores angulares usados no modo precisão. Idealmente, os sensores entre-
e, especialmente,a substituição destas peças de chaveamento Hall são especialmente gam um sinal de comutação exatamente
é bastante delicada e cara. atraentes, como mostrado no item D. a cada 60 ° de posição do rotor do motor,

38 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Sensores

independentemente da velocidade e torque


aplicados. Cada sensor individualmente
muda sua saída a cada 180 °.
A figura 5 mostra como um interruptor
convencional unipolar e duas travas bipo-
lares diferentes se comportariam. Pode ser
visto que o interruptor unipolar levaria a um
ciclo de trabalho desequilibrado, enquanto
a trava bipolar tem um ciclo de exatamente
50% quando Bop e Brp têm o mesmo valor
absoluto.
Uma maior sensibilidade levará a um
menor atraso, sendo por isso que os pon-
tos de comutação perto 0mT são os mais
preferidos. As travas Bipolares de alta
sensibilidade são, portanto, a melhor opção
para esta aplicação.
F5. Diagrama de comutação para diferentes interruptores
Precisão do Ponto de Comutação: Hall.As travas Bipolares de alta sensibilidade têm menores
Devido ao amplo e complexo processo na atrasos e um ciclo de trabalho equilibrado.
fabricação de semicondutores, infelizmente
não é possível criar sensores idênticos. Cada
um é individual, e verifica-se que o ponto de
comutação magnética é um dos parâmetros
que são consideravelmente afetados pela
amplitude do processo.
Além disso, os efeitos ambientais, tais
como estresse mecânico resultante devido
à moldagem ou umidade podem levar a
desvios e mudar pontos ao longo da vida
útil do componente.
Para minimizar estes efeitos, os sensores
efeito Hall da família TLE49x6 empregam
o princípio chopping, no qual um engenhoso
método é aplicado. Este método cancela o
“offset” da sonda Hall e do estágio ampli-
ficador de entrada.
Esta tecnologia permite especificar F6. Efeito do ponto de comutação espalhado em ciclo de trabalho.
os pontos de comutação em uma janela Menor disseminação leva a um ciclo de trabalho equilibrado.
magnética muito estreita. A alta resistência
contra estresses mecânicos é outro grande
benefício da família TLE49x6. Atraso: Uma vez que o campo magnético Estabilidade de temperatura: Os ímãs
A figura 6 ilustra como duas travas bi- cruza o ponto zero, a comutação deve ser permanentes utilizados em motores PMSM
polares com diferentes pontos de comutação imediata e não pode ser adiada por algum e BLDC, infelizmente, perdem alguma da
são comparadas. Pode-se notar que, no pior processamento interno no sensor. Os sen- sua força se a temperatura é aumentada
dos casos, o ciclo de trabalho pode ser muito sores Hall são baseados em uma tecnologia (que também é reversível). A fim de manter
desequilibrado se Bop e Brp estiverem em que permite um caminho rápido do sinal uma precisa comutação do sensor, com a
uma das extremidades da faixa do ponto e isso gera um atraso bem pequeno entre mesma posição física, o sensor tem que
de comutação especificado. a entrada e a saída. seguir o comportamento da temperatura do
No caso do TLE4946-2K e TLE4946-2L, ímã para compensar este efeito. Portanto,
que empregam o princípio chopping, a Jitter: A repetitividade de um padrão de sentindo a temperatura ambiente, o sensor
disseminação dos pontos de comutação é comutação correto é outro critério importan- de efeito Hall da família TLE49x6 controla
muito mais difícil e o efeito sobre o ciclo te em aplicações de comutação do motor. O a compensação de temperatura para que o
de trabalho é, portanto, muito pequeno, parâmetro jitter identifica quanto os pontos mesmo tenha um desempenho repetitivo
levando a uma atuação equilibrada do motor de comutação podem variar durante uma estável em toda a faixa de temperatura
durante uma rotação completa. operação regular. durante sua operação.

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Sensores

F8. Sensores de efeito Hall típicos para a


comutação do motor estão disponíveis
no encapsulamento PG-SSO-3-2, bem
como no encapsulamento SC59SMD.

O TLE5012 pode ser usado para criar


padrões de comutação para a condução
F7. Temperatura fixa vs Temperatura
de rotores com 2, 3, 4, 6, 7, 8, 12 e 16 polos.
compensada com pontos de comutação. Devido a um algoritmo de autocalibração,
que atinge uma precisão angular (mecânica)
melhor do que 1° obtém-semais temperatura
A figura 7 apresenta como qualitativa- • Ampla faixa de operação da tensão e tempo de vida. Isto significa que os padrões
mente as variações de temperatura levam a de alimentação (2,7 V a 18 V); de comutação do TLE5012 são tipicamente
um comportamento diferente para sensores • Alta faixa de máxima tensão de bem mais precisos. Consegue-se maior
com pontos fixos de comutação e de com- alimentação, incluindo a proteção precisão do que aquela alcançada com os
pensação de temperatura, enquanto ajuda a contra inversão de polaridade (-18 V sensores Hall melhores.
manter o mesmo comportamento indepen- a 26 V); Para alguns motores, que exigem
dente da temperatura apresentada. • Faixa de alta temperatura (-40 a suavidade de torque ainda maior, como a
150 °C, de faixa de operação, a clas- comutação do bloco que é empregada na
e - Chaves de efeito Hall sificação máxima de até 195 °C por maioria dos motores brushless DC ainda não
para comutação do Motor curto período de tempo); é suficiente, usa-se o design de enrolamentos
Com base nos indicadores de desempe- • Alta imunidade contra ESD ( > 4 especiais, bem como algoritmos de acio-
nho descritos acima, a indústria de semi- kV). namento adaptados garantem um melhor
condutores tem desenvolvido interruptores Todas essas características tornam o acionamento do motor de forma síncrona.
de efeito Hall dedicados a aplicações de TLE4946-2L e TLE4946-2K ideais para apli- Estes motores síncronos de ímã permanente
controle de motor, disponível em dois pa- cações de comutação do motor. Para mais (PMSM) normalmente requerem maior
cotes, por exemplo: O TLE4946-2K em um detalhes sobre esta parte, consulte: www. avaliação de precisão. Uma possibilidade é
encapsulamento SC59 SMD, bem como a infineon.com/sensor. usar o TLE5012 no modo Hall de comutação,
TLE4946-2L com encapsulamento PG-SSO- como descrito acima, uma outra é usar o
3-2 (conforme a figura 8). f - Sensores Anglulares modo de realimentação por encoder que
As peças possuem as seguintes carac- no modo Hall Switch será descrito no próximo item.
teristicas: Para aplicações onde um ímã externo
• Alta sensibilidade (pontos de co- tem seu uso recomendado e viável, como Realimentação por Encoder
mutação perto de zero, Bop 2mt e na figura 3, as empresas desenvolveram Muitos sistemas de motores para apli-
Brp-2mt típico); uma solução mais fácil que não necessita de cações de controle de servo requerem um
• Pequenas propagações do ponto de três, mas de apenas um sensor para criar os sinal de realimentação mais preciso para
comutação (Bop entre 0,5 e 3,5 mT, padrões de comutação dos interruptores de trabalhar. Muitos tipos de motores podem
Brp entre -3,5 e-0,5 mT); efeito Hall: o sensor angular TLE5012. ser considerados para estas aplicações, e
• Compensação de temperatura Exce- Este sensor é baseado em projeto e tecno- os motores síncronos de ímã permanente
lente (set to-350 ppm / °C típico); logia vencedora do Prêmio Nobel, chamado (PMSM) são uma escolha possível, muitas
• Tempo de atraso pequeno (tipica- de efeito gigante magneto-resistiva (GMR), vezes usados com gabarito de alta precisão.
mente 13 µs); que a empresa Infineon Technologies, por Os encoders não entregam apenas dois
• Baixo jitter (tipicamente 1 µs). exemplo, tem integrado com sucesso no eventos de comutação por volta do motor
Além disso, todos os requisitos básicos processamento de silício padrão em sua tec- como os interruptores Hall, mas podem
para os sensores que trabalham em ambien- nologia IGMR. A figura 9 traz uma possível ter uma resolução angular muito maior.
tes agressivos são preenchidos por estes implementação do TLE5012 com um simples Servomotores são operados com malhas
componentes, incluindo: ímã cilíndrico montado no eixo do motor. de controle fechado, os sinais de saída

40 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Sensores

(posição, torque, velocidade) são percebidos


e processados para derivar as entradas do
motor da melhor forma possível. O feedback
é geralmente obtido por resolvers ou por
encoders incrementais. Equipamentos
industriais, muitas vezes usam esse tipo
de servomotores nos braços robóticos, ou
em máquinas ferramentsa de produção, são
mais precisos e são encontrados também
na indústria automobilística moderna, F9. Montagem do TLE5012 com
por exemplo, nos sistemas EPS (Electronic um ímã no eixo diametral.
Power Steering). A figura 10 apresenta
um sinal de saída típico A, B e produzi-
do por um encoder incremental, caso o
motor seja ligado pela primeira vez para
a frente, depois para trás. A unidade de
controle pode, então, adaptar um contador
interno e registrar cada vez que uma borda
de subida acontece na fase B. A direção
pode ser detectada com base se a fase A
precede ou não a B. Um sinal adicional Z F10. Saída: sinais A / B de uma
é frequentemente disponível para indicar interface incremental.
a referência de posição.
Algumas das desvantagens de codi- absoluto (resolver) no qual o sinal de ângulo
A - Encoders ópticos ficadores magnéticos até agora incluem a absoluto está disponível imediatamente
Encoders ópticos são o tipo principal menor precisão angular e resolução, falta após a inicialização, evitando a necessidade
de encoder em uso hoje. Sua principal de protocolos de interface, bem como sua de referenciar.
vantagem é não ter contato e isso permite baixa velocidade. Estas questões podem Essas vantagens tornam o TLE5012 uma
ao sistema não se desgastar. Encoders agora ser resolvidas no TLE5012: excelente escolha para a realimentação de
ópticos estão disponíveis com resolução • Alta velocidade: O TLE5012 é cons- posição sem contato em sistemas de alto
relativamente alta e oferecem boa precisão truído em uma tecnologia de alta desempenho para aplicações de controle
absoluta. velocidade, permitindo uma taxa de motor.
Infelizmente, encoders ópticos ainda de atualização de até 43 µs;
são relativamente caros, e o sistema óptico • Alta precisão: Os sensor com tec- Conclusão
é propenso a ser perturbado por poeira nologia IGMR sente a direção do Neste artigo, os princípios de realimen-
ou umidade. Além disso, é difícil e caro campo magnético, e não a sua força. tação da posição do sensor para diferentes
encontrar encoders ópticos para pequenas Isso significa que que a precisão tipos de motores foram descritos. Foi
dimensões. é independente da temperatura mostrado que a família de sensores Hall
e da vida útil do sistema. Para TLE49x6 é bem adequada para ser usada
B - Encoders Magnéticos melhorar ainda mais a precisão, para a comutação do motor em aplicações
Estes sistemas estão disponíveis por o TLE5012 usa um algoritmo de BLDC, especialmente os TLE4946-2K e o
algum tempo devido aos avanços na inte- autocalibração para obter precisão TLE4946-2L que foram projetados para
gração da tecnologia de sensor magnético, de + / - 1°; atingir o melhor desempenho possível dos
tornando-os uma verdadeira alternativa • Alta resolução: O TLE5012 trabalha motores BLDC.
para sistemas de realimentação angular. com até 16 bits de resolução interna Muitos sistemas de controle de moto-
Existem sistemas disponíveis usando o e a saída tem uma resolução 12bit res nexessitam de uma realimentação de
efeito Hall, a magneto-resistência anisotró- em sua interface incremental; posição muito precisa para aplicações de
pica (AMR) ou o efeito GMR. Infineon está • Interfaces: Além de oferecer a servo. No passado, encoders ópticos foram
usando sua tecnologia para oferecer um interface e o modo incremental do a principal escolha para esta finalidade.
sensor encoder IGMR versátil: o TLE5012. sensor Hall já descrito anteriormen- Avanços na tecnologia IGMR agora tor-
O sistema magnético tem muitas vantagens te, o TLE5012 também oferece uma nam possível alcançar a alta velocidade,
sobre o sistema óptico: interface PWM, bem como uma resolução e precisão com o TLE5012, que
• O custo baixo do sistema; interface SPI para mais versatilidade juntamente com sua robustez e versatilidade
• Construir em espaços reduzidos; para o usuário. fazem do produto uma excelente escolha
• Selagem possível; Com as interfaces PWM e SPI, é possível para a próxima geração de sistemas de
• Gama de temperaturas mais altas. usar o sensor como um sensor de ângulo realimentação de posição. E

2011 I SABER ELETRÔNICA 456 I 41

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Eletrônica Aplicada
Industrial

Instalações Fieldbus:
Acoplamentos
Capacitivo e Indutivo
Estudo do efeito do acoplamento capacitivo e/ou indutivo em insta-
lações Fieldbus. Técnicas de blindagem. Uso de cabos tipo par trançado.
Técnicas de proteção contra interferência eletromagnética (EMI).

César Cassiolato
Diretor de Marketing, Qualidade,
Assistência Técnica e Instalações Industriais
da Smar Equipamentos Ind. Ltda.

A
convivência de equipamentos em e indutivo, o emprego da blindagem em
diversas tecnologias diferentes um ponto e em dois pontos, assim como o
mais a inadequação das instala- uso do cabo de par trançado e as técnicas
ções facilita a emissão de energia de proteção contra a EMI.
eletromagnética e, com isto, é comum que Inicialmente, veremos alguns detalhes
se tenha problemas de compatibilidade sobre aterramento na instrumentação e
eletromagnética. Isto é muito encontrado automação.
nas indústrias e fábricas, onde a EMI é
muito frequente em função do maior uso de A importância do
máquinas (máquinas de solda, por exemplo), Aterramento em
motores (CCMs), redes digitais e de compu- Instrumentação e
Referências: tadores próximos a essas áreas. Automação
A topologia e a distribuição do cabea- De uma forma simples e direta, o ater-
EMI – Interferência Eletromagnética, mento, os tipos de cabos e as técnicas de ramento tem os seguintes objetivos:
César Cassiolato proteções são fatores que devem ser consi- • Escoar cargas estáticas acumuladas
Aterramento, Blindagem, Ruídos e derados para a minimização dos efeitos de em estruturas, suportes e carcaças;
dicas de instalação, César,Cassiolato
EMI. Lembrar que em altas frequências, os • Facilitar o funcionamento dos
O uso de Canaletas Metálicas Mini-
mizando as Correntes de Foucault cabos se comportam como um sistema de dispositivos de proteção ( fusíveis,
em Instalações PROFIBUS, César transmissão com linhas cruzadas e confusas, disjuntores, etc. ) através da corrente
Cassiolato refletindo energia e espalhando-a de um cir- desviada para a terra;
Ruídos e Interferências em instala- cuito a outro. Mantenha em boas condições • Proteger as pessoas e animais contra
ções Profibus, César Cassiolato as conexões. Conectores inativos por muito contatos indiretos;
www.electrical-installation.org/wiki/Cou- tempo podem desenvolver resistência ou se • Criar pontos de referências adequa-
pling_mechanisms_and_counter-measures tornar detectores de RF. dos aos sinais e medições;
www.system302.com.br Veremos neste artigo alguns detalhes • Minimizar os efeitos de EMI (Emis-
sobre os efeitos de acoplamento capacitivo são Eletromagnética).

42 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

SE454_Acoplamentos.indd 42 8/11/2011 13:05:30


Eletrônica Aplicada

F1. Exemplo de efeito por


acoplamento capacitivo.

F2. Modo diferencial e modo comum


– Acoplamento capacitivo.

F3. Medidas para reduzir o efeito do F4. Interferência entre cabos: o acoplamento capacitivo entre
acoplamento capacitivo. cabos induz transiente (pickups eletrostáticos) de tensão.

Quando tratamos de equipamentos ele- fica automaticamente referenciado ao Os sinais podem variar basicamente
trônicos, como os que temos em instrumen- terra de distribuição de energia. devido a:
tação e automação, o sistema de aterramento Vários são os inconvenientes por um • Flutuação de tensão;
deve ser visto como um circuito de baixa sistema de aterramento inadequado, onde • Harmônicas de corrente;
indutância que favorece o fluxo de corrente podemos citar, dentre outros: • RF conduzidas e radiadas;
ao ponto de referência nula. Além disso, • Falhas de comunicação (intermi- • Transitórios (condução
deve ser projetado provendo os melhores tências, retries, frames corrompidos, ou radiação);
benefícios para proteção de EMI. travamentos, etc.); • Campos Eletrostáticos;
O sistema de aterramento deve aten- • Drifts (erros nas medições por deslo- • Campos Magnéticos;
der a: camento das referências offsets, cau- • Reflexões;
• Controle de interferência eletro- sando um aumento da variabilidade • Crosstalk;
magnética, tanto interno ao sistema dos processos, custos desnecessários • Atenuações;
eletrônico (acoplamento capaciti- com matéria-prima, etc.); • Jitter (ruído de fase).
vo, indutivo ou por impedância • Excesso de EMI; As principais fontes de interferências
comum) como externo ao sistema • Aquecimento anormal das etapas de são:
(ambiente); potência (inversores, conversores, • Acoplamento capacitivo;
• Segurança, sendo a carcaça dos etc...) e motores; • Acoplamento indutivo;
equipamentos ligada ao terra de pro- • Acionamentos indevidos em lógicas • Condução através de impedância
teção e, dessa forma, qualquer sinal de CLPs; comum (aterramento): Ocorre
aterrado ou referenciado à carcaça ou • Queimas de equipamentos, placas quando as correntes de dois cir-
ao gabinete, direta ou indiretamente, eletrônicas e sem razões aparentes; cuitos diferentes passam por uma

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Eletrônica Aplicada
Industrial
mesma impedância. Por exemplo, • Aterre uma das extremidades dos
o caminho de aterramento comum shields nos dois cabos;
de dois circuitos. • Reduza o dV/dt do sinal perturbador,
aumentando o tempo de subida do
Acoplamento Capacitivo sinal, sempre que possível (baixando
O acoplamento capacitivo é representado a frequência do sinal).
pela interação de campos elétricos entre Envolva, sempre que possível, o condu-
condutores. Um condutor passa próximo tor ou equipamento com material metálico
a uma fonte de ruído (perturbador), capta (blindagem de Faraday). O ideal é que que
este ruído e o transporta para outra parte do cubra cem por cento da parte a ser protegida
circuito (vítima). É o efeito de capacitância e que se aterre esta blindagem para que a
entre dois corpos com cargas elétricas, se- capacitância parasita entre o condutor e
paradas por um dielétrico, o que chamamos a blindagem não atue como elemento de
de efeito da capacitância mútua. realimentação ou de crosstalk. A figura 4
O efeito do campo elétrico é proporcional mostra a interferência entre cabos, onde F4. Gráfico da resposta do controle
à frequência e inversamente proporcional o acoplamento capacitivo entre eles induz a uma variação de entrada.
à distância. transiente (pickups eletrostáticos) de tensão.
O nível de perturbação depende das Nesta situação a corrente de interferência • Aumente a distância entre o cabo
variações da tensão (dV/dt) e o valor da é drenada ao terra pelo shield, sem afetar perturbador e o cabo vítima;
capacitância de acoplamento entre o “cabo os níveis de sinais. • Aterre uma das extremidades dos
perturbador” e o “cabo vítima”. A figura 5 exibe um exemplo de proteção shields dos dois cabos;
A capacitância de acoplamento aumenta contra transientes. • Reduza o dV/dt do perturbador
com: Interferências eletrostáticas podem ser aumentando o tempo de subida do
• O inverso da frequência: O poten- reduzidas por: sinal, sempre que possível (resistores
cial para acoplamento capacitivo • Aterramento e blindagens ade- conectados em série ou resistores
aumenta de acordo com o aumento quadas; PTC no cabo perturbador, anéis
da frequência ( a reatância capa- • Isolação Ótica; de ferrite nos perturbadores e / ou
citiva, que pode ser considerada • Pelo uso de canaletas e bandejamen- cabo vítima).
como a resistência do acoplamento tos metálicos aterrados. Observe a figura 8.
capacitivo, diminui de acordo com A figura 6 ilustra a capacitância de aco- As medidas para reduzir o efeito do
a frequência, e pode ser vista na plamento entre dois condutores separados acoplamento indutivo entre cabo e campo
fórmula: Xc = 1/2πfc; por uma distância D. são:
• A distância entre os cabos pertur- • Limite a altura h do cabo ao plano
bador e vítima e o comprimento dos Acoplamento Indutivo de terra;
cabos que correm em paralelo; O “cabo perturbador” e o “cabo vítima” • Sempre que possível, coloque o cabo
• A altura dos cabos com relação ao são acompanhados por um campo magné- junto à superfície metálica;
plano de referência (em relação ao tico. O nível de perturbação depende das • Use cabos trançados;
solo); variações de corrente (di /dt) e da indutância • Use ferrites e filtros de EMI.
• A impedância de entrada do circuito de acoplamento mútuo. As medidas para reduzir o efeito do
vítima (circuitos de alta impedância O acoplamento indutivo (figura 7) acoplamento indutivo entre cabo e loop de
de entrada são mais vulneráveis); aumenta com: terra são:
• O isolamento do cabo vítima (εr do • A frequência: a reatância indutiva e • Reduza a altura (h) e o comprimento
isolamento do cabo), principalmente diretamente proporcional à frequên- do cabo.
para pares de cabos fortemente cia XL =2πfL; • Sempre que possível, coloque o cabo
acoplados. • A distância entre os cabos pertur- junto à superfície metálica
A figura 1 mostra um exemplo de “efeito bador e vítima e o comprimento dos • Use cabos trançados
por acoplamento capacitivo”. cabos que correm em paralelo; • Em altas frequências aterre o shield
Na figura 2 podemos ver o acoplamento • A altura dos cabos com relação ao em dois pontos (cuidado!), e em bai-
e suas fontes de tensão e corrente em modo plano de referência (em relação ao xas freqüências em um ponto só.
comum e diferencial. solo); Acompanhe na figura 9.
As medidas para reduzir o efeito do • A impedância de carga do cabo ou As Interferências Eletromagnéticas
acoplamento capacitivo (figura 3), são: circuito perturbador. podem ser reduzidas (figura 10), via:
• Limite o comprimento de cabos As medidas para reduzir o efeito do • Cabo trançado;
correndo em paralelo; acoplamento indutivo entre cabos são: • Isolação Ótica;
• Aumente a distância entre o cabo • Limite o comprimento de cabos • Pelo uso de canaletas e bandejamen-
perturbador e o cabo vítima; correndo em paralelo; tos metálicos aterrados.

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Eletrônica Aplicada

F6. Acoplamento capacitivo entre


condutores a uma distância D.

F8. Acoplamento indutivo


entre cabo e campo.

F7. Acoplamento indutivo entre condutores.

Observe as distâncias mínimas entre Quando não é blindado, tem a desvantagem


cabos para garantir proteção contra a com o ruído em modocomum. Para baixas F9. Acoplamento indutivo
interferência eletromagnética - EMI, na frequências, isto é quando o comprimento entre cabo e loop de terra.
tabela 1. do cabo é menor que 1/20 do comprimento
Para minimizar o efeito de indução de onda da frequência do ruído, a blindagem alta suscetibilidade ao ruído e, neste, caso,
deve-se usar o cabo de par trançado que (malha ou shield) apresentará o mesmo recomenda-se que seja aterrada nas duas
minimiza a área (S) e diminui o efeito da potencial em toda sua extensão, neste caso extremidades. No caso indutivo Vruído =
tensão induzida Vb em função do campo recomenda-se conectar a blindagem em um 2πBAcosa, onde B é o campo e a é o ângulo
B, balanceando os efeitos (média dos efeitos só ponto de terra. Em altas frequências, isto em que o fluxo corta o vetor área (A) ou
segundo as distâncias): é quando o comprimento do cabo é maior ainda em função da indutância mútua M:
que 1/20 do comprimento de onda da fre- Vruído = 2πfMI, onde, I é a corrente no cabo
quência do ruído, a blindagem apresentará de potência.

O cabo de par trançado é composto


por pares de fios. Os fios de um par são
enrolados em espiral a fim de, através do
efeito de cancelamento, reduzir o ruído e
manter constantes as propriedades elétricas
do meio por toda a sua extensão. O efeito
de cancelamento reduz a diafonia (crosstalk)
entre os pares de fios e diminui o nível de
interferência eletromagnética/radiofrequ-
ência. O número de tranças nos fios pode
ser variado a fim de reduzir o acoplamento
elétrico. Com sua construção proporciona
um acoplamento capacitivo entre os con-
dutores do par. Tem um comportamento T1. Distâncias entre cabos Fieldbus e outros tipos
mais eficaz em baixas frequências (< 1MHz). de cabos para garantir a proteção a EMI.

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Eletrônica Aplicada
Industrial

F10. Interferência entre cabos:


campos magnéticos através do
acoplamento indutivo entre cabos
F11. Indutância
induzem transientes (pickups
mútua entre dois
eletromagnéticos) de corrente.
condutores.

Repare a indutância mútua M entre dois


condutores, na figura 11. Na figura 12, a
seguir, um exemplo de ruído por indução.
A figura 13 nos mostra o comportamento
do sinal em relação à forma de acondiciona-
mento do terra e shield.Perceba que a melhor
condição se consegue ao aterrar o shield e
ainda criar uma área metálica de contato
aterrada em uma canaleta metálica.
A figura 14 detalha a situação do Pro- F12. Exemplo de ruído por indução.
fibus-DP e os loops de terra.
questões da equipotencialidade e mesmo Até alguns kHz: a reatância indutiva
Uso de Cabos Blindados segurança). Com esta alternativa da dupla é desprezível e a corrente circulará pelo
na minimização de ruídos proteção, protegeria a comunicação das caminho de menor resistência.
Na questão da melhor eficiência de pro- baixas e altas frequências, sendo melhor Acima de alguns kHz: há predominância
teção a ruídos, a dupla blindagem (trança e na proteção contra EMI. da reatância indutiva e, com isto, a corrente cir-
folha) tem sido aplicada com melhora sig- A eficácia da malha (trança) é geralmente culará pelo caminho de menor indutância.
nificativa na relação sinal/ruído e podemos mais eficaz em baixas frequências, enquanto O caminho de menor impedância é
comentar que: que a folha é mais eficaz em frequências aquele cujo percurso de retorno é próximo
• Com dupla proteção, com certeza mais altas. ao percurso de ida, por apresentar maior
a eficiência é maior. Existem cabos Cabos com shield em espiral precisam capacitância distribuída e menor indutância
até com mais de 3 proteções. Quanto ser avaliados, pois podem apresentar efei- distribuída.
mais fechada a malha, melhor é a tos indutivos e serem ineficientes em altas Ao se aterrar o shield em dois pontos:
proteção; frequências. • Não há proteção contra loops de
• Pode utilizar-se de o shield (trança) Quando se tem o aterramento da malha terra;
e a folha de maneiras distintas, em um só ponto (vide figura 15), a corrente • Danos aos equipamentos ativos pos-
aplicando-os para baixas e altas não circulará pela malha e não cancelará sivelmente significativos quando a
frequências. campos magnéticos. Quando se aterra diferença de potencial de terra entre
No caso das baixas frequências pode- em dois pontos, tem-se dois caminhos da ambos os extremos ultrapassar 1 V
se aterrar o cabo em apenas uma das ex- corrente: um para baixas e outro para altas (rms). Acima de 1 V (rms) não é re-
tremidades e espera-se, neste caso, que frequências. Vale ainda lembrar que: comendado aterrar em dois pontos.
nestas frequências a blindagem apresente • Minimizar o comprimento do Deve-se ter cuidado!;
o mesmo potencial. Com isto teríamos condutor que se estende fora da • A resistência elétrica do aterramento
uma maior proteção em ruídos de baixas blindagem; deve ser a mais baixa possível em
frequências. • Garantir uma boa conexão do shield ambos os extremos do segmento
No caso das altas frequências, a blin- ao terra. para minimizar os loops de terra,
dagem apresentará alta suscetibilidade ao Ocorre uma distribuição das correntes, principalmente em baixas frequên-
ruído e neste caso, recomenda-se que seja em função das suas frequências, pois a cor- cias;
aterrada nas duas extremidades (aqui alguns rente tende a seguir o caminho de menor • Minimizar o comprimento da liga-
cuidados devem ser tomados na prática por impedância. ção blindagem-referência, pois este

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Eletrônica Aplicada

F15. Blindagem em baixa e alta


frequência e aterramento em
F13. Efeito no sinal dependendo do
um e dois pontos.
tratamento em relação ao terra e shield.

• Todos os cabos blindados devem


ter sua terminação em um conector
blindado apropriado;
• Os cabos de controle e sinais devem
ficar afastados no mínimo 0,3 m, dos
fios de força/potência.

Conclusão
A blindagem contra campos magnéticos
não é tão eficiente quanto é contra campos
elétricos. A blindagem só é eficiente quando
estabelece um caminho de baixa impedância
para o terra e, além disso, uma blindagem
flutuante não protege contra interferências.
A malha de blindagem deve ser conectada
ao potencial de referência (terra) do cir-
cuito que está sendo blindado. Aterrar a
blindagem em mais de um ponto pode ser
F14. Profibus-DP e os loops de terra.
problemático.
Em baixas frequências, os pares trança-
excesso de comprimento funciona desde 1,0 kHz a 30 kHz. Além disso, alguns dos absorvem a maior parte dos efeitos da
como uma bobina e pode facilitar a fabricantes de inversores comentam que interferência eletromagnética. Já em altas
susceptibilidade aos ruídos; atendem as normas CE, mas que em insta- frequências esses efeitos são absorvidos
• A melhor solução para blindagem lações envolvendo inversores deve-se: pela blindagem do cabo.
magnética é reduzir a área de loop. • Aterrar adequadamente e segundo Vale lembrar ainda que: se um material
Utiliza-se um par trançado ou o re- os seus manuais (shield aterrado nos não magnético envolve um condutor faz com
torno de corrente pela blindagem. dois extremos e as carcaças de mo- que a corrente deste condutor retorne por
• A efetividade da blindagem do cabo tores aterradas são recomendações um outro caminho de tal modo que a área
trançado aumenta com o número de de fabricantes); definida pelo trajeto desta corrente é menor
voltas por cm. • Potência de saída, fiação de controle do que quando o condutor não é envolvido,
Em relação a inversores, que normal- (E/S) e sinal devem ser de cabo blin- então esta proteção será mais efetiva.
mente serão geradores de ruídos, um ponto dado, trançado com cobertura igual Sempre que possível, conecte as ban-
importante é que a maioria dos inversores ou superior a 75%, conduíte metálico dejas de cabos ao sistema de linha equi-
possui frequência de comutação que pode ir ou atenuação equivalente; potencial. E

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Eletrônica Aplicada
Industrial

Uso de Ferrites na
Supressão de EMI
Saiba como eliminar, definitivamente,
as interferências eletromagnéticas

A quantidade crescente de equipamentos que utilizam semicondu-


tores de potência na comutação da energia da rede e a sensibilidade
cada vez maior dos equipamentos de consumo que empregam dis-
positivos de tecnologia CMOS fazem com que a preocupação com
os problemas causados pela EMI (Interferência Eletromagnética)
ocupe um lugar de destaque nos requisitos de qualquer projeto.
O uso de ferrites na supressão de EMI é algo que interessa a todos
os projetistas de equipamentos eletrônicos, daí abordarmos neste
artigo os fundamentos desta técnica que, sem dúvida alguma, de-
verá ser do agrado dos leitores e, muito mais do que isso, servirá de
orientação na sua atividade profissional.
Newton C. Braga

F
errites são materiais ferro­magnéticos Propriedades
que podem ser magnetizados para As ferrites destinadas a aplicações de
produzir densidades de fluxo mag- eliminação de interferências eletromagnéti-
nético muito grandes. As aplicações cas acima de 30 MHz são misturas de ferro,
iniciais deste material se restringiam em níquel e óxido de zinco que se caracterizam
substituir os núcleos de ferro laminado ou por uma elevada resistividade, da ordem de
de ferro doce em locais onde a frequência 107 ohm-cm, e uma per­mea­bili­da­de inicial
do sinal era superior a 100 kHz. Os núcleos moderada entre 100 e 1500.
laminados e de ferro apresentavam corren- Anéis de ferrite são usados normal-
tes de turbilhão muito intensas com estes mente em elementos de circuito de dois
sinais, apresentando perdas e gerando calor terminais, ou em grupos de elementos de
em uma quantidade não admitida pelos dois terminais.
projetos. Atualmente, os núcleos de ferrite A característica de supressão que eles
encontram aplicações em fontes chaveadas e apresentam deve-se ao seu circuito equiva-
em transformadores de pulsos, além de ou- lente, que é mostrado na figura 1.
tras tais como para a supressão de EMI. Em frequências baixas, inferiores a 10
Para entendermos como as fer­rites MHz, um anel de ferrite apresenta uma
podem ser usadas na supressão de tran- impedância indutiva menor que 100 ohms.
sientes será interessante começarmos À medida que a frequência se eleva, a im-
analisando algumas de suas propriedades pedância aumenta para mais de 600 ohms,
fundamentais. tipi­camente, e se torna essen­cialmente resis-

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Eletrônica Aplicada

F1. Circuito equivalente simpli-


ficado de um anel de ferrite.

tiva acima de 100 MHz, conforme ilustram


as curvas da figura 2.
Quando colocadas como filtros contra
EMI, as ferrites proporcionam uma perda
resistiva que atenua e dissipa o ruído de
alta frequência, convertendo-o em pequena
quantidade de calor, ao mesmo tempo que F2. Curva típica impedância x
representam uma impedância em série freqüência de um anel de ferrite.
desprezível para a componente de baixa
frequência do sinal.
Se apropriadamente dimen­sio­nados, os
anéis de ferrite podem pro­por­­cionar uma
considerável redução no ruído eletromag-
nético que pas­sa através de um circuito e,
si­mul­­ta­nea­mente, serem praticamente “trans­­
parentes” ao sinal principal, nor­mal­mente
uma tensão de alimentação.
Diferentemente dos filtros LC, que po-
dem ser ressonantes em certas frequências,
causando mais problemas aos circuitos do F3. Indução de corrente
que deviam, os anéis de ferrite são compo- num anel de ferrite.
nentes magnéticos com uma ampla faixa F4. Curva B-H de um nú-
passante e um baixo Q. Um anel de ferrite que opere nessas cleo típico de ferrite.
condições é indicado como um anel ou
Efeitos de Corrente DC, núcleo que funciona na região B-H de sua Efeitos da Corrente
Polarização AC de Baixa característica, onde B é a densidade de Contínua e da AC em
Frequência e Saturação fluxo e H a força magnetizadora, segundo uma Aplicação Prática
Os materiais magnéticos perdem suas mostra a figura 4. Os núcleos de ferrite usados na supres-
propriedades fundamentais se tiverem de Em tais condições de operação, a permea­ são de EMI foram projetados para apresentar
operar sob condições de correntes contínuas bilidade relativa instantânea do núcleo de a máxima im­pedância quando em condições
intensas, ou de correntes alternadas de ferrite vai cair para um valor próximo de 1, de operação com correntes contínuas, ou
polarização intensas. que é mais o equivalente ao vácuo. com correntes de polarização alternadas
Uma corrente fraca induz um campo Para operar como supressor de EMI, de baixas frequências.
magnético num anel de ferrite em condições um núcleo de ferrite precisa de uma per- Em aplicações normais, para se obter
normais; veja a figura 3. meabilidade muito maior do que 1, pois sua o rendimento ideal na supressão de EMI,
Quando a intensidade da corrente au- operação nessa função exige que a corrente eles devem ser colocados de tal forma que
menta, o fluxo magnético Φ no núcleo de circulante seja bem menor do que aquela um anel de ferrite envolva condutores que
ferrite aumenta, mas somente até determi- que pode provocar a saturação. sejam percorridos pela mesma corrente,
nado valor. Acima desse valor, se a corrente Os tipos comerciais de anéis de ferrite mas em sentido oposto.
for muito intensa e o campo criado também, utilizados com a finalidade de supirmir Assim, na figura 5 ilustramos o modo
o fluxo magnético deixa de crescer. Dizemos EMI possuem a capacidade de operar com incorreto de se usar anéis de ferrite nessa
que, nessas condições, ocorre o fenômeno correntes de vários ampères sem que pro- função e, depois, também o modo correto.
da saturação. voque a saturação. Essa disposição se aplica aos circuitos

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Eletrônica Aplicada
Industrial

F8. Uso de capacitores


de desacoplamento.

F5. Uso correto e errado de ferri-


tes em linha de alimentação.

F9. Combinando capacitores


e anéis de ferrite.

de corrente contínua e também aos circuitos


de baixas frequências como, por exemplo,
os que transportam a alimentação de 60 Hz
da rede de energia.
Veja que no caso “incorreto”, cada anel
de ferrite ficará submetido a uma forte
corrente contínua ou alternada de baixa
frequência de polarização, o que reduz sua
eficiência. No segundo caso, as correntes
circulando em sentidos opostos no mesmo
circuito cancelam o campo de polarização
no núcleo de ferrite, que opera com uma
densidade de fluxo magnético líquido
praticamente nula.
Algumas aplicações não aceitam ferrites
operando na condição de polarização nula,
como a indicada. Nesse caso, a perda da
impedância com as correntes mais intensas
pode ser compensada com o uso de peças
F6. Impedância x de ferrite de maior massa.
Polarização. Na figura 6 temos a curva típica da
impedância de um anel de ferrite em fun-
ção da polarização DC. Obser­ve que essa
impedância des­­cresce com o aumento da
corrente.

Uso de Ferrites em Placas


de Circuito Impresso
Um ponto fundamental no emprego
de anéis de ferrite para eliminação de EMI
em placas de circuito impresso, é que a in-
F7. Na comutação aparece ruído nos terferência seja eliminada o mais próximo
terminais de alimentação do circuito. quanto seja possível de sua fonte.

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Eletrônica Aplicada

Isso significa confinar os ruídos de alta


frequência a regiões pequenas de modo a
evitar que eles se propaguem por outras
partes da placa.
Este tipo de procedimento é mais cus-
toso, uma vez que pode exigir a utilização
dos supressores em diversas partes de um
mesmo circuito, mas, por outro lado, é o
mais eficiente.
A maior parte do ruído gerado nos cir-
cuitos modernos se deve ao chaveamento
de sinais, que ocorre principalmente em
circuitos digitais.
Para entender melhor como esse ruído
é gerado, podemos analisar o circuito equi-
valente mostrado na figura 7.
Cada vez que o circuito muda de esta-
do, uma forte corrente de alta frequência
circula pela linha de alimentação (Vcc e F10. Placas com filtros
terra). Esta ação de comutação introduz no independentes.
circuito uma pequena quantidade de ruído
diferencial, denominada “sag”. Como esse
ruí­do se repete na velocidade de operação
do circuito, o ruído introduzido no sistema
irá oscilar na frequência de operação do CI.
Esse ruído vai se propagar pelo sistema e
ser acoplado a outras partes do circuito com
efeitos danosos para seu funcionamento.
Mais do que isso, cabos de dados ou de
interfaceamento que sejam ligados a uma
placa onde isso acontece podem trans-
portar o ruído para os circuitos de outros
equipamentos.
Pode-se aproximar esta situação in-
dicando a fonte de alimentação de um
circuito de uma placa de circuito impresso
como sendo constituída por uma fonte de
tensão e uma impedância interna sobre a F11. Ruído gerado por
qual aparece esse ruído. cabos externos do PC.
O ideal seria que essa impe­dân­cia fos­se
nula para curto-circuitar esse ruído, mas na
prática isso não ocorre.
Para diminuir a impedância dessa fonte
que alimenta uma placa, os projetistas usam
capacitores de desacoplamento dispostos
ao longo da linha de alimentação. Esses
capacitores se comportam como baixas
impedâncias nos próprios locais em que
os ruídos são gerados, normalmente pró-
ximos dos terminais de alimentação dos
CIs; observe a figura 8.
Esta técnica pode ser analisada como se
colocássemos um curto-circuito para sinais
de altas frequências junto dos circuitos
integrados que podem gerar esses sinais F12. Usando
durante a operação. filtros no PC.

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Eletrônica Aplicada
Industrial
Filtragem em Condutores
de Dados I/O
Uma das aplicações mais usuais para
os anéis de ferrite na filtragem de EMI é a
eliminação dos ruídos em cabos de dados
em ambientes ruidosos como, por exemplo,
dentro dos próprios computadores.
F13. Usando ferrites F14. Enrolando o condu- Um exemplo mais consistente do que
em cabos. tor no anel de ferrite. sucede está no próprio ruído gerado por
um microprocessador dentro de um com-
putador, o qual pode ser transferido para
diversos circuitos periféricos, entre eles o
cabo que faz a conexão do teclado. Esse cabo
poderá então irradiar o ruído, conforme
mostra a figura 11.
O leitor pode ter uma ideia da intensi-
dade desse ruído ligando nas proximidades
do seu computador, do teclado ou do fio que
faz sua ligação ao PC, um rádio comum de
F15. Suprimindo ondas médias sintonizado numa frequência
EMI num PC. livre da faixa abaixo de 1 MHz.
Os filtros usados nos circuitos internos
No entanto, a eficiência de tais capacito- A filtragem com a supressão de EMI para praticamente eliminam todos os componen-
res só irá até aproximadamente uns 75 MHz. diversas placas de um mesmo aparelho pode tes desse ruído acima de 1 MHz.
Acima disso, a presença de ressonâncias ser feita segundo tecnologia semelhante. Os fabricantes de núcleos de ferrite para
no circuito diminuirá dramaticamente A maioria dos projetistas prefere a uti- esta finalidade possuem em sua linha de
sua eficiência. Na verdade, um capacitor lização de filtros independentes, conforme produtos os tipos “multilinha”, que podem
pode até se comportar como um indutor ilustra a figura 10. filtrar o ruído de até 8 linhas de dados ao
em frequências mais altas, aumentando O filtro deverá ser colocado o mais mesmo tempo, reduzindo assim o tempo
assim a eficiência do circuito em propagar próximo possível do conector de entrada de montagem e os custos neste tipo de
o ruído gerado. de alimentação de cada placa (para maior aplicação.
Em muitos casos, observa-se que pro- eficiência). Na figura 12 exibimos o uso de um filtro
blemas sérios de EMI podem surgir quando Outra possibilidade está no caso em que desse tipo para eliminar os ruídos que se
os efeitos dos capacitores se combinam com todas as placas de um mesmo equipamento propagam através do cabo de conexão do
o layout da placa e frequências de ruído operam na mesma frequência e, portanto, teclado de um computador.
indevidas. o ruído gerado por todas tem as mesmas
O uso de ferrites em conjunto com características, o que facilita bastante a Supressão de EMI em Cabos
capacitores de desacoplamento pode ser implementação dos filtros. Os cabos de transmissão de sinais digitais
interessante em muitas aplicações, pois Observe que, nesses casos, os anéis de fer- nos equipamentos industriais, computadores
elas são impedâncias essencialmente resis- rite operam sob condição de polarização, visto e equipamentos de testes e medidas funcio-
tivas em circuitos de altas frequências. O que uma corrente contínua estará circulando nam como antenas, transformando cor­rentes
ruído gerado pela comutação de circuitos sempre pelo condutor. Isso significa que sua e tensões de ruídos em EMI irradiada.
pode ser facilmente eliminado com esta eficiência diminui na mesma proporção que Cabos não blindados irradiam sinais
combinação. a intensidade dessa corrente aumenta. quando correntes se propagam através deles
Na figura 9 apresentamos o uso combi- Para os casos de correntes intensas deve- no mesmo sentido e com a mesma fase. A
nado de capacitores e anéis de ferrite para se pensar no uso do anel diferencial, onde introdução de um anel de ferrite “captura”
filtragem DC de uma linha de alimentação os campos das correntes indo e vindo se parte deste sinal, transformando-o em calor.
numa placa de circuito impresso. anulam e, com isso, a eficiência na supressão O anel de ferrite funciona como uma alta
Lembramos que a eficiência desse tipo do ruído se torna maior. impedância para os sinais em modo comum,
de filtro depende da intensidade da corrente Esta operação em “modo comum” exige de acordo com a figura 13.
que passa pelo condutor, e que ela é maior o emprego de núcleos especiais que sejam Nos cabos internos de um equipamento,
nas baixas correntes. Assim, o tamanho do projetados para permitir a passagem de dois a EMI pode ser reduzida pela inclusão de
anel de ferrite está determinado justamente condutores ao mesmo tempo. Os fabricantes anéis de ferrite nos pontos apropriados.
por esse fator, o que exije a consulta por de anéis de ferrites para essa finalidade Cabos de alimentação AC e DC podem
parte do projetista às características dos possuem em suas linhas de produtos as receber estes anéis, assim como os cabos
anéis que devem ser empregados. duas opções. de sinais digitais.

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Eletrônica Aplicada

Para os cabos externos, os fabricantes circuitos, dificultando assim a eliminação


incluem nas saídas dos equipamentos os do problema na aplicação como um todo.
filtros que impedem a saída da EMI. Nos circuitos que utilizam cabos blindados
como, por exemplo, relacionados com inter­
Selecionando Ferrites fa­ceamento de sinais, o filtro deve ser posi-
para uma Aplicação cionado o mais próximo possível do ponto
A maioria dos fabricantes de anéis de onde termina (ou começa) a blindagem.
ferrite para filtragem de EMI fornece em Na figura 15 damos vários exemplos
seus catálogos informações, não só sobre de como isso pode ser feito.
as características de seus produtos, mas
também com indicações sobre seu uso. Escolha do Material
Tamanho: Uma vez que o material e Ao escolher o material do anel de ferrite a
tipo aproximado de um fabricante seja se- ser usado como supressor de EMI, devem ser
lecionado para uma determinada aplicação, levados em consideração três parâmetros:
a performance no circuito na supressão a) Frequência de operação;
de EMI poderá ser otimizada com três b) Seletividade ou largura da faixa ;
procedimentos: c) Resistividade.
a) Aumentando o tamanho do condutor A aplicação como filtro de EMI é uma
que seja envolvido pela ferrite; aplicação de faixa ampla (broadband), o que
b) Aumentando a secção da ferrite exige o uso de materiais especialmente in-
(especialmente indicado nas aplicações de dicados para esta aplicação. Esses materiais
alta potência); oferecem um desempenho adequado em
c) Selecionando um anel de ferrite cujo frequências que podem chegar aos 200 MHz,
diâmetro interno seja o mais próximo como as exigidas por aplicações que envol-
possível do diâmetro do condutor que deve vem certos tipos de redes, por exemplo.
atravessá-lo.
De um modo geral pode-se dizer que o Proteção Mecânica
melhor anel de ferrite para uma aplicação Dependendo da aplicação, poderá ser
é o mais longo e mais fino que possa ser necessário considerar a proteção do próprio
acomodado no espaço disponível e de acordo dispositivo contra choques e vibrações. Os
com a espessura do condutor. anéis de ferrite, como outros dispositivos
Nos casos em que eles sejam instalados de cerâmica, são delicados e podem ter
em cabos flexíveis, os núcleos de dimensões problemas sob condições de vibração e
maiores poderão ser fixados e presos de choque intensas. Esses dispositivos podem
modo apropriado. ser protegidos por luvas plásticas fixadas
Número de voltas: A impedância em termicamente ou ainda de outras maneiras
série representada pela presença de um apropriadas, conforme suas dimensões.
núcleo de ferrite pode ser consideravel-
mente aumentada se o condutor passar por Conclusão
ele dando duas ou mais voltas, conforme Os problemas de EMI são críticos em
mostra a figura 14. muitos projetos de equipamentos eletrôni-
A impedância aumenta com o quadrado cos. O profissional de projeto deve estar apto
do número de voltas. Isso significa que essa a atacá-los de todas as formas possíveis. O
impedância deverá ser quatro vezes maior uso de anéis de ferrite ou núcleos de ferrite
do que a do condutor passando sozinho para aumentar a impedância de uma linha
quando usamos duas espiras. de alimentação ou de sinais, bloqueando o
No entanto, na prática não se recomenda ruído, é uma das soluções mais importantes
dar mais de duas voltas de fio num núcleo adotadas atualmente.
deste tipo. O aumento do número de voltas Todo o profissional deve estar atento às
implica também na existência de capacitân- suas possibilidades de uso.
cia entre as espiras, o que não é desejável Neste artigo, demos uma breve visão de
neste tipo de aplicação. como o assunto pode ser abordado, com base
Posicionamento: Os filtros supresso- em informações de diversos fabricantes de
res devem ser colocados o mais próximo núcleos de ferrite, entre os quais a Steward
possível da fonte de EMI. Isso evita que a (www.steward.com), que possui vasta lite-
fonte de ruído possa ser acoplada a outros ratura disponível sobre o assunto. E

2011 I SABER ELETRÔNICA 455 I 53

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abcdefghijklmnopqrstuvwxy
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ

Eletrônica Aplicada
Energia

Otimizando o Quadro de Comando com


Relés Programáveis
Gilberto Abrão Jana Filho
Ronei Rossetti

N
uma época não muito distante, Nesse aspecto não existe segmento fabril Para entendermos melhor a aplicação
falar em processos automati- que não esteja à mercê dessa tendência, dos relés programáveis, faremos um exem-
zados era coisa de ilusionistas. obrigando mesmo os equipamentos mais plo de aplicação desse recurso, porém,
Com a produção nos volumes simples a terem alta performance e, obvia- como a intenção é mostrar a aplicação de
e precisão atuais então, nem pensar. Em mente, por serem equipamentos simples, um relé programável, não avaliaremos se
nosso país, se imaginássemos há vinte a um custo baixo. tal aplicação é totalmente factível de ser
anos que só de montadoras de automóveis Assim surgem os relés programáveis, realizada exatamente como exposta.
teríamos mais de dez no início deste milê- que são basicamente uma simplificação A ideia é propor uma solução para um
nio seríamos motivo de gozação. dos CLPs. Em muitas aplicações simples sistema de envasamento semiautomático,
Porém, superando as expectativas, um CLP tem funções e recursos que o ou seja, ainda vamos contar com a eficiên-
mesmo as mais otimistas, vimos as mais tornam comparativamente caro, invia- cia do nosso operador, mas descartando as
diferentes formas de novas tecnologias e bilizando o seu uso. Já os relés progra- eventuais falhas, próprias do ser humano
equipamentos invadirem nosso chão de máveis têm todas as vantagens de um (veja figura 1). Nesta proposta de automa-
fábrica; só para se ter ideia, na década sistema microprocessado, porém com ção a ideia é garantir a repetibilidade do
de 80, o programa de tornos CNC, era uma quantidade mínima de recursos, mas sistema, de modo que todos os recipientes
passado para a máquina através de fita que satisfazem plenamente as aplicações produzidos tenham igual volume, além
perfurada. de pequeno porte. de nos preocuparmos com a segurança
Dentro desse conceito de evolução
alucinante, presenciamos os sistemas atin-
girem um nível de automação sem pre-
cedentes. Como toda nova tecnologia, as
máquinas automáticas eram inicialmente
caras. Além disso exigiam alta competên-
cia técnica dos profissionais envolvidos
e poucos eram os capacitados para tal.
Falar em programar um CLP (controlador
lógicoprogramável), ou mesmo mudar
um parâmetro, exigia agendar com o
profissional habilitado pelo fabricante, e
não raro com altos custos.
Atualmente, tem-se a expectativa de
que o próprio usuário desenvolva sua
aplicação para que, no futuro, este tenha
a maior tranquilidade para poder não só
efetuar as modificações necessárias, mas
também migrar para outros tipos de aplica-
ções com o mesmo equipamento. Hoje, no
chão de fábrica, automação é fator compe-
titivo, e invariavelmente é o caminho que
deve ser trilhado pelos que quiserem obter
êxito em ter seus produtos com qualidade,
quantidade e custo exigidos pelo mercado. F1. Sistema de envasamento
semiautomático.

54 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

SE455_otimizando.indd 54 8/11/2011 11:58:48


do operador. No sentido de se obter uma ser configuradas como entrada digital ou cações. Esta linha de produtos também
solução mais econômica, a sequência de entrada analógica 0 -10 V. Além disso, suas possui um modelo de 20 pontos, sendo
movimentos foi executada por tempos, saídas a relé podem comutar cargas de até 12 entradas e 8 saídas (veja figura 6), e a
pois reduz a quantidade de entradas do 10 A -250 VCA, o que elimina o uso de alimentação pode ser 100 a 240 VCA ou
relé programável, bem como torna mais contatores de potência em algumas apli- 24 VCC.
simples a alteração para outros produtos
com volumes diferentes. Isto causa um
pouco de trabalho na primeira vez que
o produto for executado, mas uma vez
definidos os tempos ótimos a reprodução
será bem mais fácil.
A maneira tradicional de se executar
esta automação é utilizando um comando
elétrico com contatores, relés e tempori-
zadores (figura 2), no nosso caso foram
utilizados 5 temporizadores, um contator
e um relé (veja esquema elétrico na figura
3). Já a solução com relé programável
(figura 4) fica bem mais simples, sendo
necessários somente uma fonte de alimen-
tação e um relé programável, toda a lógica
de operação da máquina é elaborada por
software, observe a figura 5 que mostra o
programa elaborado no software Quick II
para o relé programável.
Com isto, os benefícios da nova tec-
nologia são:
• Redução do tempo de montagem:
como há menos componentes a
serem montados no painel, há um
grande benefício neste aspecto.
Ademais há também uma grande F2. Contatores, relés e
redução no índice de falhas, pois temporizadores.
com menos componentes utiliza-
dos a probabilidade de falhas é
menor;
• Flexibilidade para alteração de
parâmetros: além da facilidade de
se alterar os tempos pelo software,
há também a facilidade de se alterar
lógicas sem a necessidade de alterar
a fiação do painel;
• Menor espaço ocupado pelo pai-
nel;
• Redução do custo total da auto-
mação: somando-se os custos dos
componentes e mão de obra de
cada uma das opções, a solução
com o relé programável chega a
custar a metade da solução tradi-
cional neste caso.
O relé programável utilizado neste
comparativo é o Smart de 10 pontos da
Metaltex. Ele possui 6 entradas e 4 saídas
a relé. A característica principal deste mo-
delo é que todas as suas entradas podem F3. Esquema elétrico com 5 tem-
porizadores, 1 contator e 1 relé.

2011 I SABER ELETRÔNICA 456 I 55

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Eletrônica Aplicada
Energia
Os relés programáveis podem ser
programados através do seu teclado
frontal ou por meio de um software. A
programação pelo teclado é sempre mais
complicada e no caso do modelo esco-
lhido, este teclado pode ser removido,
reduzindo assim o custo da aplicação. O
uso do software é sempre recomendado,
pois além de ser mais fácil a programa-
ção, ele possibilita a monitoração do
funcionamento do programa elaborado
sem a necessidade da conexão com o
relé programável. Isto permite o teste do
programa antes de comprar o produto
(figura 7).
A lógica de programação utilizada é
a de blocos lógicos. Com isto, a progra-
mação pode ser efetuada por pessoas
com apenas um conhecimento básico de
lógica.

Outras aplicações para os


relés programáveis
Além das inúmeras aplicações em
automação de máquinas e dispositi-
vos, os relés programáveis podem ser
utilizados em automação predial. Isto
é possível porque, além de executar
lógicas simples, há também um relógio-
calendário de tempo real interno que
permite a execução de lógicas a partir
de dia e hora pré-determinados.
No caso do modelo selecionado, o
F4. Solução usando um relé programável Smart, é viável a adição de um módulo
e uma fonte de alimentação. telefônico (figura 8). Este módulo permite
que uma ligação telefônica seja efetuada
pelo relé, bem como uma ligação telefô-
nica seja feita para o relé. Dentro deste
módulo pode-se gravar várias mensagens
de voz num total de 16 minutos. Com
isto, quando um evento ocorrer, o relé irá
telefonar para o número programado e
reproduzir a mensagem pré-gravada.
Somando-se a esta vantagem, com a
conexão telefônica efetuada, é possível
mediante senha o acionamento de lógi-
cas do seu programa através do teclado
do telefone. Assim, é viável fazer auto-
mações prediais de baixo custo.
O modelo selecionado pode também
ser interligado em rede, sendo possível a
monitoração de seus parâmetros através
de um software supervisório em um com-
putador. Pode-se conectar até 255 relés
programáveis ao computador através de
F5. Programa para o relé uma rede RS -485 (2 fios).
programável.

56 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Conclusão
A chegada dos relés programáveis
veio preencher uma fatia de aplicações
onde o uso de um CLP era inviável e, por
motivo de custo, a solução era utilizar os
painéis de comando tradicionais. Além
disso, abre-se um leque enorme de novas
aplicações. Antes de montar seu próximo
quadro de comando, vale a pena avaliar o
uso de um relé programável. E F6. Modelo smart de 20
pontos, da Metaltex.

F7. Programação do relé por


meio de software.

F8. Modelo Smart com


módulo telefônico.

2011 I SABER ELETRÔNICA 456 I 57

SE455_otimizando.indd 57 8/11/2011 12:02:43


Eletrônica Digital
Matemática

Fórmulas e Informações Úteis da


Aritmética Binária
Apresentamos neste artigo as principais Fórmulas e fornecenos
algumas Informações úteis para todos os leitores que precisam
entender o funcionamento da eletrônica digital
Newton C. Braga

U
m circuito digital segue as regras Fórmula 1
da aritmética binária, na qual o Conversão de binário puro para de-
sistema de numeração utiliza a cimal:
base 2 em lugar da familiar base
10. Isso significa que apenas dois dígitos (0
e 1) são usados para representar qualquer
quantidade. Os circuitos que seguem esta Onde:
lógica são denominados circuitos digitais. As • Dn é o número decimal e b1 é o bit
fórmulas e informações que forneceremos menos significativo (LSB) do número
se aplicam a esses circuitos, possibilitando binário;
ao projetista prever o que acontece quando • b2 a bn-1 são os bits intermediários
determinada configuração for aplicada. do número binário;
• bn é o bit mais significativo (MSB)
Conversão de Binário do número binário;
para Decimal • 2° a 2 n são potências de 2 (veja
Circuitos digitais usam a base 2. Para tabela 1).
converter um número binário puro no Observe a figura 1.
equivalente decimal (base 10) é usada a
seguinte fórmula: Exemplo de Aplicação
Converter o número binário puro
1010100 em decimal.
Aplicando a fórmula: (LSB=0 e MSB=1)

F1. Representação da con-


versão Binário-Decimal.

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Eletrônica Digital

T3. Potência
Negativas de 2.

Onde:
Dd é o dígito decimal
b1 a b4 são os dígitos BCD ou bits.
b1 é o MSB (most significant bit )
b4 é o LSB ( least significant bit)

Exemplo de Aplicação:
Converter para decimal o BCD 1001
0100.
a) Calculando o dígito das unidades:

T1. Potências
de 2.
T2. Inteiros Decimais Correspon- b) Calculando o dígito das dezenas:
Conversão de Byte dentes a Binários Puros.
para Decimal
O byte é um número binário de 8 bits. A
fórmula seguinte pode ser usada para fazer Conversão de BCD
sua conversão para decimal: para Decimal O número decimal é 94.
Decimal Codificado em Binário ou
Fórmula 2 BCD é uma forma de representação muito
Byte para decimal: usada em eletrônica digital. Nela, grupos
de 4 bits representam um dígito conforme
mostrado na figura 2.

Onde: Fórmula 3
• Dn é o número decimal; Conversão BCD para Decimal:
• b1 a b8 são os bits do byte;
• b1 é o MSB ( bit mais significativo);
• b2 é o LSB (bit menos significativo). F2. Conversão de
BCD para Decimal.

2011 I SABER ELETRÔNICA 456 I 59

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Eletrônica Digital
Matemática
Conversão de Hexadecimal Onde:
para Decimal • b1 a bn é o número binário;
Neste sistema de numeração os dígitos • dn é o número decimal;
de 0 a 9 são usados e mais as letras de A • R é o resto das divisões na ordem
até F. Como no caso dos números binários inversa.
e decimais, o valor do número decimal de-
pende da sua posição horizontal. A tabela 4 Exemplo de Aplicação:
dá os valores de cada dígito de um número Converter o número decimal 26 em
hexadecimal. binário:

Fórmula 4 F3. Porta E (AND).


Conversão Hexadecimal para deci-
mal:

Escrevendo na ordem inversa: 11010


Onde:
• Dn é o número decimal; Funções Lógicas
• h1 a h4 são os dígitos hexadeci- As funções lógicas são blocos usados
mais*; em circuitos digitais para tomar decisões do
• h1 é o LSB do dígito hexadecimal; tipo “sim ou não”, baseados na presença ou
• h4 é o MSB do dígito hexadecimal.; ausência de sinais em várias entradas.
*Veja a tabela 4 para saber qual é o dígito
equivalente decimal para as letras. Porta E (AND)
A saída de uma porta E estará no nível
Exemplo de Aplicação: alto somente se ambas as entradas (A e B)
Converter para decimal o hexadecimal estiverem no nível alto
F5A2. Na figura 3 temos o símbolo desta fun-
Dados: ção e seu circuito elétrico equivalente.
h1 = 2
h2 = A (10) Equação 1
h3 = 5 Equação Booleana – Porta AND de 2
h4 = F (15) entradas (2-input AND gate): T4. Dígitos Hexadecimais e
Aplicando a fórmula: Correspondentes Decimais.

Onde:
• X é o nível lógico da saída;
• A e B são os níeis lógicos das en-
tradas.
Conversão de Decimal
para Binário Equação 2
Não existe uma fórmula para fazer esta Equação Booleana – Porta AND de 3
conversão. Para isso devemos usar um algo- entradas (3-input AND gate):
ritmo que consiste em divisões sucessivas
do número decimal pela base binária. T5. Potências
de 16.
Algoritmo Onde:
Convertendo decimal em binário: • X é o nível lógico da saída;
• A, B, e C são os níveis lógicos de
entrada.

“O número binário é encontrado es- Porta NAND


crevendo na ordem inversa os restos da As saídas estarão no nível alto somente
divisão sucessiva do número decimal por se as entradas (A e B) não estiverem no nível
2, começando pelo resultado da última alto. O símbolo e o circuito equivalente são T6. Tabela verdade – Função
divisão”. mostrados na figura 4. AND de duas entradas

60 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Eletrônica Digital

Equação 3 Onde:
Equação Booleana – Porta NAND de 2 • X é o nível lógico de saída;
entradas (2-input NAND gate): • A e B são os níveis lógicos das
entradas.

Onde: Equação 6
• X é o nível lógico da saída; Equação Booleana – Porta OR de 3
• A e B são os níveis lógicos das entradas (3-input OR gate):
entradas.

Equação 4 Onde:
Equação Booleana – Porta NAND de 3 • X é o nível lógico da saída;
entradas (3-input NAND gate): • A, B e C são os níveis lógicos das
entradas.
F4. Porta Não E (NAND).
Onde: Porta Não - OU (NOR)
• X é o nível lógico de saída; A saída de uma porta Não-OU estará
• A, B e C são os níveis lógicos das no nível alto, quando os níveis lógicos
entradas. das entradas A e B (ambas as entradas)
estiverem no nível lógico alto. A figura 6
Porta OU (OR) mostra o símbolo e o circuito equivalente
A saída de uma porta OU (OR) estará a esta função.
no nível alto, se uma ou outra entrada (A
ou B) estiverem no nível alto. A figura 5 Equação 7
ilustra o símbolo e o circuito equivalente Equação Booleana – Porta Não-OU de
elétrico desta porta. 2 entradas (2-Input NOR gate):

Equação 5
T7. Tabela verdade para a Porta Equação Booleana – Porta OU de 2 Onde:
NAND de 3 entradas. entradas (2-input OR gate): • X é o nível lógico de saída;
• A e B são os níveis lógicos de en-
trada.

T8. Tabela Verdade – Porta NAND


de 2 entradas.

F5. Porta OU (OR).

T9. Tabela verdade – Porta NAND


de 3 entradas. F6. Porta Não OU (NOR).

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Eletrônica Digital
Matemática

T10. Tabela Verdade – Porta OR


de duas entradas.

F7. Porta ou Exclusivo


(Exclusive - OR).

Equação 8 Soma Binária


Equação Booleana – Porta NOR de 3 São válidas as seguintes regras para
entradas (3-Input NOR gate): soma de binários:

Onde:
• X é o nível lógico de saída;
• A, B, e C são os níveis lógicos das
entradas. Subtração Binária
São válidas as seguintes regras gerais
T11. Tabela Verdade – Porta OR OU Exclusivo (Exclusive-OR) para a subtração de binários:
de 3 entradas. Na saída de uma função OU Exclusivo,
o nível lógico de saída é alto quando uma
ou outra entrada (A ou B) estiverem no
nível alto, mas não ambas. O símbolo e o
circulo equivalente a esta função são dados
na figura 7. Multiplicação Binária
São válidas as seguintes regras para a
Equação 9 multiplicação de binários:
Equação Booleana – Ou Exclusivo (Ex-
clusive-OR gate):

T12. Tabela Verdade – Porta NOR


de duas entradas. Onde:
• X é o nível lógico de saída; Divisão Binária
• A e B são os níveis lógicos das As seguintes regras são válidas para a
entradas. divisão de binários:

Inversor
O nível lógico na saída de um inversor
é o oposto do nível lógico de entrada. O
símbolo e o circuito elétrico equivalentes
são apresentados na figura 8.

Equação 10
Inversor (Inverter):

Onde:
T13. Tabela verdade – Porta NOR • X é o nível lógico de saída; T14. Tabela Verdade – Função OU
de 3 entradas. • A é o nível lógico de entrada. Exclusivo.

62 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Eletrônica Digital

Leis da Associação
Agrupamento não afeta a disjunção ou
conjunção. A figura 11 apresenta o diagrama
do circuito equivalente

Lei 3 - Associação:

F9. Circuitos equivalente


- Leis da Tautologia.
Notação matemática:

F8. Inversor (Inverter).


Notação lógica:

Os Postulados da
Álgebra Booleana

Leis da Tautologia Leis da Distribuição


A repetição por soma ou multiplicação Um elemento é adicionado a um produto
não afeta o valor real de um elemento. A somando-se o mesmo a cada membro do
figura 9 mostra o diagrama do circuito produto, e uma soma é multiplicada por um
equivalente a esta lei. elemento pela multiplicação deste elemento
por cada membro da soma. Na figura 12 F10. Circuitos equivalen-
Lei 1 - Tautologia: temos o diagrama equivalente. te - Leis da Comutação.

Lei 4 - Distribuição:

Notação Matemática (Teoria dos con-


juntos):
Notação matemática:

Notação Lógica:
Notação Lógica:

Leis da Comutação
Conjunção e disjunção não são afetadas Leis da absorção
por mudança sequencial. A figura 10 ilustra A disjunção de um produto por um de
os diagramas equivalentes a esta lei. seus membros é equivalente a este membro.
A conjunção de uma soma por um de seus
Lei 2 - Comutação: membros é equivalente a este membro.
O circuito equivalente é desenhado na F11. Circuitos equivalen-
figura 13. te - Leis da Associação.

Notação matemática: Lei 5 - Absorção:

Notação Lógica: Notação matemática:

F12. Circuitos equivalen-


te - Leis da Distribuição.

2011 I SABER ELETRÔNICA 456 I 63

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Eletrônica Digital
Matemática
Notação Lógica: Notação matemática:

Leis da Classe Universo Notação lógica:


A soma consistindo num elemento
com a classe universo é equivalente ao
universo. O produto consistindo em um
F13. Circuito equivalente elemento e a classe universo é equivalente Leis da Contraposição
- Leis da Absorção. ao elemento. Se um elemento a é equivalente ao
Os circuitos equivalente são mostrados complemento de um elemento b, isso
na figura 14. implica que o elemento b é equivalente ao
complemento do elemento a. A figura 17
Lei 6 - Classe Universo: fornece a representação desta lei.

Lei 9 - Contraposição:

F14. Circuito equivalente - Notação matemática:


Leis da Classe Universo. Notação matemática:

Notação Lógica: Notação lógica:

Lei da Dupla Negação


Leis da Classe Nula O complemento da negação de um ele-
A soma consistindo de um elemento e a mento é equivalente ao elemento. A figura
F15. Circuito equivalente - classe nula é equivalente ao elemento. O pro- 18 mostra a representação desta lei.
Leis da Classe Nula. duto consistindo de um elemento e a classe
nula é equivalente à classe nula. O circuito Lei 10 - Dupla negação:
equivalente é ilustrado na figura 15.

Lei 7 - Classe Nula: Notação matemática:

Notação lógica:
Notação matemática:

F16. Circuitos equivalentes - Leis da Expansão


Leis da Complementação. A disjunção de um produto composto
Notação lógica: pelos elementos a e b e o produto compos-
to pelo elemento a e o complemento ao
elemento b é equivalente ao elemento a. A
conjunção de uma soma composta dos ele-
Leis da Complementação mentos a e b e o complemento do elemento
A soma consistindo de um elemento b é equivalente ao elemento a. A figura 19
e seu complemento é equivalente a classe ilustra a representação destas leis.
F17. Representação da Lei da universo. O produto consistindo de um
Contraposição com Inversor. elemento e seu complemento é equivalente Lei 11 - Expansão:
à classe nula. Na figura 16, damos a re-
presentação destas leis.

Lei 8 - Complementação: Notação matemática:

F18. Representação da Lei da


Dupla Negação com Inversores.

64 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Eletrônica Digital

F19. Representação das Leis da


Expansão com blocos lógicos.
Notação lógica:

Lei 12 - Dualidade:
Leis da Dualidade
O complemento de uma soma com-
posta pelos elementos a e b é equivalente
à conjunção do complemento do elemento Notação matemática
a e o complemento do elemento b. O com-
plemento de um produto composto pelos
elementos a e b é equivalente à disjunção
do complemento do elemento a e o com- Notação lógica F20. Representação das Leis da
plemento do elemento b. A figura 20 traz Dualidade com blocos lógicos.
a representação destas leis.

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Eletrônica Digital
Matemática
Relação Booleana

Idempoint
Relação 1 - Adição:

Onde: 0 ≡ a

Relação 2 - Multiplicação:

Onde: 0 ≡ a

Comutativa
Relação 3 - Adição:

Relação 4 - Multiplicação:

Associativa
Relação 5 - Adição:

T15. Algumas portas T16. Algumas Portas


Relação 6 - Multiplicação TTL ( AND/NAND) TTL OR/NOR (veja a
(veja a tabela). tabela).

Distributiva
Relação 7 - Distributiva

Absorção
Relação 8 - Teorema de DeMorgan

Relação 9 - Teorema de DeMorgan:

Exemplos de Portas Digitais/Tipo e T17. Regras de Fan-Out


Função: Ver tabelas 15 e 16. para Subfamílias TTL
Regras de Fan-Out: Ver tabela 17. (veja a tabela).
E

66 I SABER ELETRÔNICA 456 I 2011

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Eletrônica Aplicada

Setembro/Outubro 2011 I SABER ELETRÔNICA 455 I 29

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Eletrônica Digital

Setembro/Outubro 2011 I SABER ELETRÔNICA 456 I 67

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