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Na verdade, o que [...] é exatamente um algoritmo?

Essa é a palavra tecnológica da moda, embora seja usada com grande desconhecimento.
Tentamos explicar o que isso significa... e como fica complicado quando acrescentamos
a computação

SERGIO C. FANJUL
Madri 30 MAR 2018 - 15:31 BRT
Na verdade, o que [...] é exatamente um algoritmo?
GETTY IMAGES
Algoritmo é a palavra tecnológica da moda: os algoritmos fazem isto e aquilo,
conhecem nossas paixões mais íntimas, vão tomar nossos trabalhos, se dispõem a
destruir a sociedade e o mundo... Na linguagem cotidiana se faz referência a eles como
se fossem gênios do mal, demiurgos travessos ou a coluna vertebral de
megacorporações inescrupulosas. Na verdade, um algoritmo é algo mais simples, é um
mecanismo cego e sem vontade, mas que, como veremos, está mudando o mundo de
forma definitiva e merece a máxima atenção para que o assunto não nos escape das
mãos.

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O que é um algoritmo? É apenas uma série de instruções simples que são realizadas
para resolver um problema. A regra de multiplicação que aprendemos na escola e que
permite obter o produto de dois números de vários dígitos, com papel e lápis, é um
algoritmo simples. Mas podemos dar uma definição um pouco mais rigorosa:

“Conjunto de regras que, aplicadas sistematicamente a alguns dados de entrada


apropriados, resolvem um problema em um número finito de passos elementares”, como
enuncia o professor da Faculdade de Informática da Universidade Complutense,
Ricardo Peña Marí, autor do livro De Euclides a Java, la Historia de los Algoritmos y de
los Lenguajes de Programación. “É importante notar que o algoritmo tem de ser finito e
executa instruções de forma sistemática, ou seja, ele é cego diante do que está fazendo,
e os passos com os que opera são elementares”, comenta o professor.

Assim, um algoritmo poderia ser uma receita de cozinha ou as instruções para fabricar
um avião de papel a partir de uma folha. Os algoritmos têm uma entrada (imput) e uma
saída (output), entre ambas estão as instruções: a entrada poderia ser a carne moída, o
tomate, as folhas de massa e a saída seria a lasanha perfeitamente gratinada. “Mas
nessas tarefas muitas vezes existe a influência da habilidade das pessoas que cozinham:
não é a mesma coisa uma receita preparada por um grande chef, que pode inclusive
melhorá-la, do que por um principiante”, matiza Miguel Toro, professor do
Departamento de Linguagens e Sistemas Computacionais da Universidade de Sevilha.
Na verdade, os algoritmos reúnem operações tão simples que podem ser realizadas com
sucesso por qualquer um. Inclusive por máquinas. Aqui está o cerne da questão.

Algoritmos + computadores = revolução


Porque embora os algoritmos existam pelo menos desde o tempo dos babilônios, com a
chegada dos computadores eles ganharam muito mais destaque. A união de máquinas e
algoritmos é o que está mudando o mundo. O matemático britânico Alan Turing,
famoso por ter decifrado a máquina Enigma de mensagens cifradas dos nazistas e por
ter se suicidado mordendo uma maçã envenenada depois de ter sofrido uma dura
perseguição por causa de sua homossexualidade, foi um dos primeiros a relacionar
algoritmo e computadores. Na verdade, foi um dos primeiros a imaginar um
computador como o conhecemos. Inclusive chegou a pensar que as máquinas poderiam
pensar e até escrever poemas de amor.

A Máquina de Turing não é uma máquina que existe no mundo físico, mas um
constructo mental. Consiste em uma faixa infinita sobre a qual vão sendo feitas
operações repetitivas até oferecer soluções, vem a ser uma definição informática do
algoritmo e de um computador, o primeiro, conceitualizado: “Em essência, é o
precursor dos computadores: tem memória, instruções (um programa), operações
elementares, uma entrada e uma saída”, explica o professor Peña. O mais interessante é
que é uma máquina universal, que pode executar qualquer programa que lhe for
solicitado. Dentro dos problemas do mundo existem dois tipos: aqueles que podem ser
resolvidos por uma Máquina de Turing (chamados computáveis) e aqueles que não
podem (os não computáveis), assim como vemos no mundo real tarefas que as
máquinas podem executar (cada vez mais) e outras que só os humanos podem realizar.
Todos os computadores, tablets, smartphones, etc., que conhecemos são máquinas de
Turing.

“Em suma, o trabalho dos programadores de computador consiste em traduzir os


problemas do mundo para uma linguagem que uma máquina possa entender”, diz Peña.
Isto é, em algoritmos que a máquina manipule: para isso é necessário destrinchar a
realidade em pequenos problemas em sucessão e pôr o computador à tarefa. Um
programa de computador é um algoritmo escrito em uma linguagem de programação
que no final se torna milhares de operações simples que são realizadas com correntes
elétricas no processador, correntes representadas pelos famosos uns e zeros, os dígitos
que caracterizam o digital. Quando jogamos um videogame em três dimensões, ou
olhamos o Facebook, ou usamos um processador de texto, na verdade a máquina está
realizando numerosas operações com pequenas correntes elétricas, sem saber que de
tudo isso sai 'Lara Croft com duas pistolas'. A chave é que são muitas operações ao
mesmo tempo: um computador de 4 GHz pode fazer 4 bilhões de operações em apenas
um segundo. Em essência, isso são os algoritmos e isso é informática.

Na verdade, o que [...] é exatamente um algoritmo?


Meus problemas com os algoritmos
Apesar da longevidade dos algoritmos e da maturidade dos computadores, a palavra
algoritmo entrou na moda nos últimos anos. A que se deve? “Os computadores podem
calcular muito mais rápido do que um cérebro humano; desde o surgimento da Internet
há um salto e estamos chegando a coisas que pareciam impossíveis”, diz Miguel Toro.
Por exemplo, em disciplinas em plena ebulição, como o big data e a inteligência
artificial.

“Os algoritmos são usados para prever resultados eleitorais, conhecer os nossos gostos e
o mundo do trabalho está se algoritmizando: as diferentes tarefas se tornam algoritmos e
o trabalho está sendo automatizado”, explica o professor. As únicas tarefas não
algoritmizáveis, no momento, são aquelas relacionadas à criatividade e às emoções
humanas, essa é a nossa vantagem. Embora se costume argumentar com frequência que
a Revolução Tecnológica criará novos empregos, Toro acredita que nunca serão tantos
quanto os empregos destruídos e que se concentram em pessoas e países com
preparação suficiente. “É por isso que uma ideia que parecia própria à esquerda, como a
renda básica universal, está sendo proposta até por Bill Gates e experimentada em
lugares como a Califórnia e a Finlândia. É necessário que haja consumidores para que o
sistema econômico não entre em colapso”.

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Um dos exemplos mais marcantes de como os algoritmos podem operar sem a
supervisão humana é o chamado Flash Crack de 6 de maio de 2010. Na Bolsa, os
algoritmos trabalham realizando transações em velocidades inimagináveis para um
cérebro humano, em questão de microssegundos, para conseguir a máxima
rentabilidade. É o High Frequency Trading. Naquele dia de 2010, a interação das
operações dos algoritmos produziu uma queda de 1.000 pontos, cerca de 9%, sem
explicação aparente, que se recuperou alguns minutos depois, mas deu uma ideia dos
problemas que pode originar. “Casos como esses ocorrem quando os algoritmos
começam a competir e ninguém tem a imagem do processo completo, o que se chama
decoerência”, explica Toro, “por isso os algoritmos devem operar sob supervisão
humana”.

“Ninguém se põe de acordo sobre o que aconteceu na Bolsa, ninguém deu a ordem,
ninguém queria isso, ninguém realmente tinha controle sobre o que realmente estava
acontecendo”, diz Kevin Slavin, professor do MIT Media Lab, em sua famosa
conferência TED Cómo los Algoritmos Configuran Nuestro Mundo. Outro caso
interessante é o do manual The Making of a Fly [A Criação de uma Mosca], de Peter
Lawrence, que trata da genética de moscas como a Drosophila melanogaster,
amplamente utilizada em laboratórios biológicos. A coisa estranha sobre esse livro, nos
demais aspectos muito normal, é que em 2011 seu preço na Amazon atingiu
primeiramente a cifra de 1,7 bilhão de dólares para logo subir, poucas horas depois, para
quase 23,7 bilhões de dólares (mais o frete). Tudo se deveu à operação de um algoritmo
que definia os preços automaticamente. “Ninguém comprou ou vendeu nada, o que
aconteceu?”, pergunta Slavin. “Tanto aqui como em Wall Street vemos como
algoritmos em conflito, trabalhando juntos, criam loops sem nenhum tipo de supervisão
humana.”

Não obstante, existem algoritmos que já fazem parte de conselhos de empresas. É o caso
do VITAL, que desde maio de 2014 ocupa uma das cinco cadeiras de direção da Deep
Knowlegde Ventures, uma empresa de capital de risco de Hong Kong especializada em
medicina regenerativa. O algoritmo recomenda investimentos depois de analisar
enormes quantidades de dados e testes clínicos. Ele tem direito a voto na cúpula dessa
corporação. Como o historiador Yuval Harari aponta em seu livro Homo Deus, Breve
Historia del Mañana, “a VITAL adquiriu um dos vícios dos diretores-gerais: o
nepotismo. Recomendou investir em empresas que dão mais autoridade aos
algoritmos”. Segundo Harari, pode chegar o dia em que, quando os algoritmos se
tornarem donos do mercado de trabalho, a riqueza fique concentrada numa “elite de
algoritmos todo-poderosos” (...) os algoritmos poderiam não apenas dirigir empresas,
mas ser donos delas. Atualmente, a lei humana já reconhece entidades intersubjetivas,
como empresas e nações, como pessoas legais”. Se entidades como a Toyota ou a
Argentina, que não têm corpo ou mente, podem possuir terras e dinheiro, processar e ser
processadas, por que não um algoritmo?, pergunta o autor.

Algoritmos celebrities
Talvez o algoritmo mais famoso do mundo, depois do algoritmo da multiplicação, seja o
do Google, criado em 1998 e chamado PageRank. Seu sucesso revolucionário consistiu
no fato de que rastreava a Web e dava resultados de pesquisa em ordem de importância.
“O PageRank original media a importância de um site pela quantidade de sites que
estavam vinculados a ele”, diz Andrés Leonardo Martínez Ortiz (também conhecido
pelo acrônimo ALMO), gerente do Grupo de Desenvolvedores do Google, e essa foi a
chave do seu sucesso. Desde então, de acordo com ALMO, o algoritmo evoluiu até
levar em conta o usuário em seus resultados (não é o mesmo ser adulto ou criança,
pesquisar em Madri ou em Silicon Valley), oferecer mapas, imagens, corrigir a
ortografia da pesquisa ou entender quando uma pergunta é escrita na caixa de pesquisa.
E dar uma resposta.

“Nas mudanças que são feitas no algoritmo se envolve a indústria, por causa do impacto
que pode ter, e são testados por um pool de usuários”, explica o engenheiro. O problema
é que nos algoritmos grandes frequentemente aparecem vieses. “Um algoritmo não é
uma caixa preta e seus resultados não devem ser assumidos sem questioná-los”, diz
ALMO. “Quando uma situação anômala é percebida, é necessário reportá-la à empresa
para análise.”

Porque, embora às vezes o pareçam, os algoritmos não são entidades autônomas, pois
atrás deles existem pessoas. Assim, algumas associações de programadores e
engenheiros de computação, como a Association for Computing Machinery (ACM) ou
o Institute for Electrical and Electronic Engineers (IEEE) (das quais ALMO faz parte)
desenvolveram um código de ética para evitar alguns dos problemas que a tecnologia
pode trazer. “Devido à sua posição no desenvolvimento de sistemas de software, os
engenheiros têm oportunidades suficientes para causar benefício ou gerar dano, para
permitir que outros causem benefício ou gerem dano, ou para influenciar outros a causar
benefício ou gerar dano”, se pode ler em seu preâmbulo. Portanto, o primeiro ponto de
seus princípios diz: “Os engenheiros de software atuarão de maneira coerente com o
interesse social”.

O FAMOSO ALGORITMO DO FACEBOOK


“No big data os algoritmos analisam milhões de dados de consumidores, existem
algoritmos em carros automáticos ou em redes sociais como o Facebook e o Twitter”,
diz Ricardo Peña. Eles estão por toda parte, no Uber, no Google Maps, nós os usamos
todos os dias. Por exemplo, as modificações no algoritmo que decide o que você vê no
seu mural do Facebook, conhecido como EdgeRank, muitas vezes causam grande
confusão entre os usuários. No início de 2018, a empresa decidiu dar mais importância
aos usuários particulares do que empresas, marcas e meios de comunicação, na tentativa
de tornar a rede social mais “social” e mitigar fenômenos como o clickbait e as fake
news. Dada a alta dependência atual do mundo real em relação ao Facebook, a mudança
deu muitas dores de cabeça, especialmente nas empresas e nos meios de comunicação.

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