Logo no início da Introdução à Fenomenologia do Espírito, Hegel nos aponta que, aparentemente
como uma regra geral para se começar a fazer Filosofia, o espírito de sua época está embebido por
um método que visa pôr em acordo, em primeiro lugar, antes mesmo de conhecer – ou abordar o
absoluto –, refletir sobre as próprias possibilidades ou condições para o conhecimento. Toda esta
atitude, que o filósofo chama inicialmente de cuidado, torna o conhecimento um mero instrumento
para o alcançar ou se apoderar da essência absoluta. Ora, ser um instrumento para alcançar algo, um
mediador, pressupõe que o conhecimento é a verdade, não o absoluto, abrindo uma fenda entre o
sujeito e o absoluto mesmo.
Bibliografia:
HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das ciências filosóficas em epítome. Lisboa: Edições 70, 1988.
V. 1.
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Editora Vozes. 2005