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Universidade do Estado do Rio de Janeiro

História da Filosofia Moderna IV


Professora: Márcia C. Gonçalves.
Aluno: Igor Damásio

Breve comentário sobre a Introdução à Fenomenologia do Espírito de Hegel – mais


precisamente sobre a sessão 73 à 76.

Logo no início da Introdução à Fenomenologia do Espírito, Hegel nos aponta que, aparentemente
como uma regra geral para se começar a fazer Filosofia, o espírito de sua época está embebido por
um método que visa pôr em acordo, em primeiro lugar, antes mesmo de conhecer – ou abordar o
absoluto –, refletir sobre as próprias possibilidades ou condições para o conhecimento. Toda esta
atitude, que o filósofo chama inicialmente de cuidado, torna o conhecimento um mero instrumento
para o alcançar ou se apoderar da essência absoluta. Ora, ser um instrumento para alcançar algo, um
mediador, pressupõe que o conhecimento é a verdade, não o absoluto, abrindo uma fenda entre o
sujeito e o absoluto mesmo.

“Pois, se o conhecer é o instrumento para apoderar-se da


essência absoluta, logo se suspeita que a aplicação de um
instrumento não deixe a Coisa tal como é para si, mas com ele
traga conformação e alteração. Ou então o conhecimento não é
instrumento de nossa atividade, mas de certa maneira um meio
passivo, através do qual a luz da verdade chega até nós; nesse
caso também não recebemos a verdade como é em si, mas
como é nesse meio e através dele.”
(2005, pág. 71)
De imediato, podemos notar a crítica de Hegel em relação a postura dualista do filósofo crítico
Immauel Kant, que separa sujeito e objeto, isto é, estalebece os limites do conhecimento quando
difere o fenômeno, aquilo que aparece para nós, e os númenos, que atestaria a impossibilidade de se
conhecer para além dos fenômenos, se relacionando com as formas do entendimento – tudo o que
podemos fazer com relação aos númenos é desejá-los, uma tendência inata à natureza humana que
querer tudo o que está para além do campo da experiência. Hegel, por outro lado, acha um absurdo
tal separação, pois sujeito e objeto estão estritamente inter-relacionados e, além do mais, tal relação
produz uma identidade. O absoluto exterioriza-se nas coisas, se volta sobre si mesmo como
autoconsciência por meio de um outro de si diferentente de si, mas que guarda algo de si mesmo
reconhecido no outro. Diferentemente de Kant que afirmava a impossibilidade e somente a ânsia
pelo conhecimento da coisa em si, Hegel afirma a possibilidade do indivíduo conhecer a coisa
mesma, pois, em última análise, sujeito e objeto são correlatos.
A posição da crítica de Kant com relação ao conhecimento, portanto, não se trata de um
conhecimento efetivo sobre qualquer coisa, mas, antes de mais nada, da possibilidade mesmo de
conhecer o conhecimento, ou seja, da faculdade de conhecer; há no filósofo uma arquitetônica que
viria desencadear toda a série dos conhecimentos. É preciso fixar a compreensão da possibilidade
do próprio conhecer para só depois começar a conhecer. Hegel aponta esta atitude Kantiana como
um medo de errar, ou como ironiza na sessão 10 da Enciclopédia das Ciências da Lógicas:

Mas querer conhecer antes de se conhecer é tão destoante


como o sábio propósito daquele escolástico [Hiérocles] de
aprender a nadar antes de se aventurar à água.
(1988, p. 79)
Conhecer, deste modo, não estaria separado da experiência do absoluto. É um absurdo, pois,
querer postular antes o conhecer para só depois conhecer, ou apoderar-se do absoluto. É importante
que a filosofia faça uma saída do campo do subjetivismo e dos fundamentos desnecessários para
adentrar ao campo da vida, admitir que estamos a todo momento conhecendo e a própria tenttiva e
erro da consciência. O ensejo de manter-se apenas no fundamento, de uma egoidade abstrata, afasta
o filósofo do campo da vida. É preciso pôr os pés no mundo para pensa-lo, recusar o não-eu como
um mistério insolúvel e abrir-se a possibilidade de se pensar o “nós”.

Bibliografia:

HEGEL, G.W.F. Enciclopédia das ciências filosóficas em epítome. Lisboa: Edições 70, 1988.
V. 1.
HEGEL, G.W.F. Fenomenologia do Espírito. Editora Vozes. 2005

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