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dossiê iphan 2

dossiê iphan 2 { Wajãpi }

{ Wajãpi }
dossiê iphan 2 { Wajãpi }
Expressão gráfica e oralidade entre os Wajãpi do Amapá
dossiê iphan 2 { Wajãpi }
Expressão gráfica e oralidade entre os Wajãpi do Amapá
dossiê iphan 2 { Wajãpi }
Expressão gráfica e oralidade entre os Wajãpi do Amapá
presidente da república Elaboração do dossiê e dos anexos Ficha Técnica Wajãpi
Luiz Inácio Lula da Silva
iniciativa e produção cultural registro da arte kusiwa
ministro da cultura Comunidade Wajãpi do Amapá e pintura corporal e arte
Gilberto Gil Moreira Conselho das Aldeias / Apina gráfica wajãpi
presidente do iphan Processo nº 01450.000678/2002-27
pesquisa e textos
Luiz Fernando de Almeida proponente:
Dominique Tilkin Gallois
Conselho das Aldeias Wajãpi – Macapá/AP
chefe de gabinete fotografias e Museu do Índio – Funai
Thays Pessotto de Mendonça Zugliani Dominique Tilkin Gallois data de abertura do processo:
procuradora-chefe federal, Marina Weis 18/09/2002
interina Catherine Gallois Pedido de Registro aprovado na 38ª reunião
Tereza Beatriz da Rosa Miguel do Conselho Consultivo, em 11/12/2002
revisão
Inscrição no Livro de Registro das Formas de Expressão,
diretora de patrimônio imaterial Marina Albuquerque
em 20/12/2002
Márcia Sant’Anna Cristina Botelho
Fabiane Chiesse
diretor de patrimônio material
e fiscalização, interino
Cyro Correa Lyra
Edição do Dossiê
gerente de editoração do iphan
diretor de museus
Ana Carmen Amorim Jara Casco
e centros culturais
José do Nascimento Junior edição de texto
Regina Stela Braga
diretora de planejamento
e administração revisão de texto página ™
Maria Emília Nascimento Santos Graça Mendes padrão gráfico
Grace Elizabeth codificado,
coordenadora-geral de pesquisa,
Regina Stela Braga pira kã’gwer
documentação e referência (espinha de peixe).
Lia Motta projeto gráfico parua wajãpi, ™ººº.
Victor Burton
coordenadora-geral de promoção
do patrimônio cultural diagramação
Grace Elizabeth Fernanda Garcia
Ana Paula Brandão
superintendente regional
no pará e amapá parceria institucional para
Maria Dorotéa de Lima a edição deste dossiê
Instituto Brasileiro de Educação
instituto do patrimônio histórico e Cultura – Educarte
e artístico nacional
agradecimentos especiais
SBN Quadra 2 Bloco F Edifício Central Brasília
Antonio Augusto Arantes Neto
Cep: 70040-904 Brasília – DF
Cristovão Fernandes Duarte
Telefones: (61) 3414.6176, 3414.6186, 3414.6199
Silvana Lima
Faxes: (61) 3414.6126 e 3414.6198
http://www.iphan.gov.br impressão
webmaster@iphan.gov.br Imprinta
presidente da república Elaboração do dossiê e dos anexos Ficha Técnica Wajãpi
Luiz Inácio Lula da Silva
iniciativa e produção cultural registro da arte kusiwa
ministro da cultura Comunidade Wajãpi do Amapá e pintura corporal e arte
Gilberto Gil Moreira Conselho das Aldeias / Apina gráfica wajãpi
presidente do iphan Processo nº 01450.000678/2002-27
pesquisa e textos
Luiz Fernando de Almeida proponente:
Dominique Tilkin Gallois
Conselho das Aldeias Wajãpi – Macapá/AP
chefe de gabinete fotografias e Museu do Índio – Funai
Thays Pessotto de Mendonça Zugliani Dominique Tilkin Gallois data de abertura do processo:
procuradora-chefe federal, Marina Weis 18/09/2002
interina Catherine Gallois Pedido de Registro aprovado na 38ª reunião
Tereza Beatriz da Rosa Miguel do Conselho Consultivo, em 11/12/2002
revisão
Inscrição no Livro de Registro das Formas de Expressão,
diretora de patrimônio imaterial Marina Albuquerque
em 20/12/2002
Márcia Sant’Anna Cristina Botelho
Fabiane Chiesse
diretor de patrimônio material
e fiscalização, interino
Cyro Correa Lyra
Edição do Dossiê
gerente de editoração do iphan
diretor de museus
Ana Carmen Amorim Jara Casco
e centros culturais
José do Nascimento Junior edição de texto
Regina Stela Braga
diretora de planejamento
e administração revisão de texto página ™
Maria Emília Nascimento Santos Graça Mendes padrão gráfico
Grace Elizabeth codificado,
coordenadora-geral de pesquisa,
Regina Stela Braga pira kã’gwer
documentação e referência (espinha de peixe).
Lia Motta projeto gráfico parua wajãpi, ™ººº.
Victor Burton
coordenadora-geral de promoção
do patrimônio cultural diagramação
Grace Elizabeth Fernanda Garcia
Ana Paula Brandão
superintendente regional
no pará e amapá parceria institucional para
Maria Dorotéa de Lima a edição deste dossiê
Instituto Brasileiro de Educação
instituto do patrimônio histórico e Cultura – Educarte
e artístico nacional
agradecimentos especiais
SBN Quadra 2 Bloco F Edifício Central Brasília
Antonio Augusto Arantes Neto
Cep: 70040-904 Brasília – DF
Cristovão Fernandes Duarte
Telefones: (61) 3414.6176, 3414.6186, 3414.6199
Silvana Lima
Faxes: (61) 3414.6126 e 3414.6198
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webmaster@iphan.gov.br Imprinta
SUMÁRIO IDENTIFICAÇÃO
9 Modo de vida e tradições
GESTÃO
91 Salvaguarda, preservação e
124 BIBLIOGRAFIA

dos Wajãpi do Amapá: revitalização da forma de expressão 125 ANEXO 1 Carta da comunidade
descrição sintética cultural indígena Wajãpi do Amapá
12 Funções simbólicas e 96 Ações que garantem a
comunicativas da arte gráfica kusiwa continuidade das manifestações 126 ANEXO 2 Bibliografia sobre os
16 O sistema codificado culturais dos Wajãpi Wajãpi do Amapá
do grafismo kusiwa 99 Mecanismos jurídicos já
16 A pintura corporal existentes 133 ANEXO 3 Lista de formas de
18 Código de padrões gráficos 100 Proteção contra a exploração expressão cultural similares
21 Descrição dos padrões kusiwa das manifestações culturais
54 Composições a partir do repertório 102 Medidas já tomadas para
de padrões assegurar a transmissão
76 Depositários da tradição
77 Fatores de risco de PLANO DE AÇÃO
desaparecimento 107 Mecanismo administrativo
110 Componentes do Plano de Ação
O VALOR DAS FORMAS 110 Ações do primeiro componente
DE EXPRESSÃO GRÁFICAS 113 Objetivos do segundo componente
E ORAIS DOS WAJÃPI 120 Principais planos de ação
81 Apresentação 121 Fontes de financiamento
87 Uma tradição cultural viva e projetos em andamento
89 Um processo de afirmação
identitária
SUMÁRIO IDENTIFICAÇÃO
9 Modo de vida e tradições
GESTÃO
91 Salvaguarda, preservação e
124 BIBLIOGRAFIA

dos Wajãpi do Amapá: revitalização da forma de expressão 125 ANEXO 1 Carta da comunidade
descrição sintética cultural indígena Wajãpi do Amapá
12 Funções simbólicas e 96 Ações que garantem a
comunicativas da arte gráfica kusiwa continuidade das manifestações 126 ANEXO 2 Bibliografia sobre os
16 O sistema codificado culturais dos Wajãpi Wajãpi do Amapá
do grafismo kusiwa 99 Mecanismos jurídicos já
16 A pintura corporal existentes 133 ANEXO 3 Lista de formas de
18 Código de padrões gráficos 100 Proteção contra a exploração expressão cultural similares
21 Descrição dos padrões kusiwa das manifestações culturais
54 Composições a partir do repertório 102 Medidas já tomadas para
de padrões assegurar a transmissão
76 Depositários da tradição
77 Fatores de risco de PLANO DE AÇÃO
desaparecimento 107 Mecanismo administrativo
110 Componentes do Plano de Ação
O VALOR DAS FORMAS 110 Ações do primeiro componente
DE EXPRESSÃO GRÁFICAS 113 Objetivos do segundo componente
E ORAIS DOS WAJÃPI 120 Principais planos de ação
81 Apresentação 121 Fontes de financiamento
87 Uma tradição cultural viva e projetos em andamento
89 Um processo de afirmação
identitária
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página ao lado chefe waiwai, com


grupo da família pintura anõ kusiwa.
do chefe waiwai na foto: dominique
aldeia de mariry. t. gallois.
foto: dominique t. Modo de vida
gallois.
e tradições dos
página 6
detalhe: composição
Wajãpi do Amapá:
de siro wajãpi, descrição
™ººº-™ºº¡.
sintética

identificação
O s Wajãpi do Amapá são,
atualmente, 670 pessoas,
distribuídas entre 48 aldeias.
com evidentes reflexos na
diferenciação de suas
sociocosmologias (ver Gallois,
Constituem um grupo 1986 e 1988; Grenand, 1982).
remanescente de um povo outrora O modo de vida e as tradições
muito mais numeroso, subdividido dos Wajãpi do Amapá
em vários grupos independentes e diferenciam-se significativamente
cuja população total foi estimada daqueles dos índios da Guiana
em cerca de 6 mil pessoas no Francesa, tanto em função do
começo do século xix. Esta etnia padrão de adaptação ecológica à
tem origem em um complexo região de serras do noroeste do
cultural maior, de tradição Amapá (e não às margens de rios,
e língua tupi-guarani, hoje os grupos Wajãpi e Emerillon caso dos Wajãpi do Oiapoque)
representado por diversos povos, (ou Teko), que vivem na Guiana como na suas experiências de
distribuídos entre vários estados Francesa, e com os Zo´é, do norte contato, tendo os do Amapá
do Brasil e países adjacentes. do Pará, com os quais os Wajãpi ficado mais isolados, até a década
Até o século xvii, os Wajãpi viviam do Amapá compartilham algumas de 1970, da convivência com a
ao sul do rio Amazonas, numa tradições. Entretanto, mesmo população não-indígena. No que
região próxima da área até hoje variantes de uma mesma família diz respeito aos conteúdos de sua
ocupada pelos Asurini, Araweté e lingüística, nem todas as línguas mitologia e de sua iconografia,
outros, todos falantes de variantes faladas por esses grupos são as diferenças são também muito
dessa mesma família lingüística. mutuamente compreensíveis, evidentes. Assim, o repertório
Mantém-se uma conexão justamente por expressarem codificado de padrões kusiwa
historicamente importante com evoluções históricas particulares utilizado hoje pelos Wajãpi do
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página ao lado chefe waiwai, com


grupo da família pintura anõ kusiwa.
do chefe waiwai na foto: dominique
aldeia de mariry. t. gallois.
foto: dominique t. Modo de vida
gallois.
e tradições dos
página 6
detalhe: composição
Wajãpi do Amapá:
de siro wajãpi, descrição
™ººº-™ºº¡.
sintética

identificação
O s Wajãpi do Amapá são,
atualmente, 670 pessoas,
distribuídas entre 48 aldeias.
com evidentes reflexos na
diferenciação de suas
sociocosmologias (ver Gallois,
Constituem um grupo 1986 e 1988; Grenand, 1982).
remanescente de um povo outrora O modo de vida e as tradições
muito mais numeroso, subdividido dos Wajãpi do Amapá
em vários grupos independentes e diferenciam-se significativamente
cuja população total foi estimada daqueles dos índios da Guiana
em cerca de 6 mil pessoas no Francesa, tanto em função do
começo do século xix. Esta etnia padrão de adaptação ecológica à
tem origem em um complexo região de serras do noroeste do
cultural maior, de tradição Amapá (e não às margens de rios,
e língua tupi-guarani, hoje os grupos Wajãpi e Emerillon caso dos Wajãpi do Oiapoque)
representado por diversos povos, (ou Teko), que vivem na Guiana como na suas experiências de
distribuídos entre vários estados Francesa, e com os Zo´é, do norte contato, tendo os do Amapá
do Brasil e países adjacentes. do Pará, com os quais os Wajãpi ficado mais isolados, até a década
Até o século xvii, os Wajãpi viviam do Amapá compartilham algumas de 1970, da convivência com a
ao sul do rio Amazonas, numa tradições. Entretanto, mesmo população não-indígena. No que
região próxima da área até hoje variantes de uma mesma família diz respeito aos conteúdos de sua
ocupada pelos Asurini, Araweté e lingüística, nem todas as línguas mitologia e de sua iconografia,
outros, todos falantes de variantes faladas por esses grupos são as diferenças são também muito
dessa mesma família lingüística. mutuamente compreensíveis, evidentes. Assim, o repertório
Mantém-se uma conexão justamente por expressarem codificado de padrões kusiwa
historicamente importante com evoluções históricas particulares utilizado hoje pelos Wajãpi do
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reunidos no final moça prepara


da tarde, os jovens mingau. foto:
aprendem as dominique t.
tradições contadas gallois.
pelos idosos.
foto: dominique t.
gallois.

Amapá não é reconhecido, nem profundamente marcados pela eficácia dos conhecimentos dos
compartilhado, pelos Wajãpi da performance da oralidade. Aquilo Wajãpi sobre o seu ambiente.
Guiana Francesa, cujos sistemas que um narrador nos contará um Por outro lado, arte gráfica e arte
iconográfico e cosmológico são dia, jamais será o que outro verbal se completam por
produtos de outra história e narrador nos dirá. Os ditos dos transmitirem os conhecimentos
resultantes de sua convivência anciãos são, dessa forma, indispensáveis ao gerenciamento
maior com grupos de língua constantemente atualizados e da vida em sociedade. Sociedade
caribe – entre eles os Wayana. interpretados nos diferentes esta que não é exclusivamente
Para decorar corpos e objetos, contextos que continuam a Wajãpi, nem unicamente humana.
os Wajãpi do Amapá fazem uso alimentar os saberes sobre as As formas de expressão gráfica e
da tinta vermelha do urucum, complexas relações existentes entre oral permitem agir sobre
do suco do jenipapo verde e de todos os seres que compartilham múltiplas dimensões: sobre o
resinas perfumadas. Onças, sucuris, de forma dinâmica, pela própria os mundos terrestre, celeste e mundo visível, sobre o invisível,
jibóias, peixes e borboletas são variação dos motivos e pela aquático, no universo ameríndio, sobre o concreto e sobre o mundo
parte de um repertório codificado apropriação de outras formas de ou até dos brancos. ideal. Não se trata de um saber
de padrões gráficos. É por meio ornamentação, como a borduna A linguagem gráfica que os abstrato e, sim, de uma prática,
de suas formas ou de sua dos inimigos, a lima de ferro, Wajãpi do Amapá denominam que é permanentemente interativa
ornamentação, tal como lá no as letras do alfabeto e até marcas kusiwa sintetiza seu modo e, portanto, totalmente vivo.
início dos tempos foram percebidas da indústria do vestuário. particular de conhecer, conceber
pelos primeiros homens, que os Do mesmo modo, os episódios e agir sobre o universo. Tal forma
Wajãpi expressam a diversidade de da criação e da transformação do de expressão, complementar aos
seres, humanos e não humanos mundo – que, como dizem os saberes transmitidos oralmente,
que, com eles, compartilham o Wajãpi, é uma transformação em afirma, ao mesmo tempo, o
universo. O repertório se modifica constante movimento – são contexto de origem e a fonte de
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reunidos no final moça prepara


da tarde, os jovens mingau. foto:
aprendem as dominique t.
tradições contadas gallois.
pelos idosos.
foto: dominique t.
gallois.

Amapá não é reconhecido, nem profundamente marcados pela eficácia dos conhecimentos dos
compartilhado, pelos Wajãpi da performance da oralidade. Aquilo Wajãpi sobre o seu ambiente.
Guiana Francesa, cujos sistemas que um narrador nos contará um Por outro lado, arte gráfica e arte
iconográfico e cosmológico são dia, jamais será o que outro verbal se completam por
produtos de outra história e narrador nos dirá. Os ditos dos transmitirem os conhecimentos
resultantes de sua convivência anciãos são, dessa forma, indispensáveis ao gerenciamento
maior com grupos de língua constantemente atualizados e da vida em sociedade. Sociedade
caribe – entre eles os Wayana. interpretados nos diferentes esta que não é exclusivamente
Para decorar corpos e objetos, contextos que continuam a Wajãpi, nem unicamente humana.
os Wajãpi do Amapá fazem uso alimentar os saberes sobre as As formas de expressão gráfica e
da tinta vermelha do urucum, complexas relações existentes entre oral permitem agir sobre
do suco do jenipapo verde e de todos os seres que compartilham múltiplas dimensões: sobre o
resinas perfumadas. Onças, sucuris, de forma dinâmica, pela própria os mundos terrestre, celeste e mundo visível, sobre o invisível,
jibóias, peixes e borboletas são variação dos motivos e pela aquático, no universo ameríndio, sobre o concreto e sobre o mundo
parte de um repertório codificado apropriação de outras formas de ou até dos brancos. ideal. Não se trata de um saber
de padrões gráficos. É por meio ornamentação, como a borduna A linguagem gráfica que os abstrato e, sim, de uma prática,
de suas formas ou de sua dos inimigos, a lima de ferro, Wajãpi do Amapá denominam que é permanentemente interativa
ornamentação, tal como lá no as letras do alfabeto e até marcas kusiwa sintetiza seu modo e, portanto, totalmente vivo.
início dos tempos foram percebidas da indústria do vestuário. particular de conhecer, conceber
pelos primeiros homens, que os Do mesmo modo, os episódios e agir sobre o universo. Tal forma
Wajãpi expressam a diversidade de da criação e da transformação do de expressão, complementar aos
seres, humanos e não humanos mundo – que, como dizem os saberes transmitidos oralmente,
que, com eles, compartilham o Wajãpi, é uma transformação em afirma, ao mesmo tempo, o
universo. O repertório se modifica constante movimento – são contexto de origem e a fonte de
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para ilustrar a
origem mítica das
diferenças entre
animais e humanos,
Funções o professor
simbólicas e makarato
representou a cobra
comunicativas grande, cujos
dejetos coloridos
da arte deram a origem
gráfica kusiwa à variedade de
pássaros. makarato
wajãpi, ™ººº.

A tradição gráfica que os Wajãpi


do Amapá denominam kusiwa
aplica-se à decoração de corpos e
elenco codificado de padrões.
Narrativas orais e composições
gráficas colocam em cena seres que
promover a separação entre
homens e animais, destinando a
cada um seu espaço diferenciado e
objetos, envolvendo técnicas e não podem mais ser vistos pelos organizando, assim, a vida em
habilidades diversificadas, como humanos de hoje, mas cuja sociedade. Os futuros homens e
o desenho, o entalhe, o trançado, existência pode ser acessada por animais exibiam seus cantos e suas
a tecelagem etc. Sua função meio dessas formas particulares de danças. Uma parte desses primeiros
principal, no entanto, vai muito conhecimento e expressão. seres, que dançavam à beira do
além deste uso decorativo, pois o Pela tradição oral dos Wajãpi, primeiro rio, caíram n’água e se
manejo do repertório de padrões a origem das cores e dos padrões transformaram em peixes. A partir
gráficos é um prisma que reflete, gráficos remonta aos tempos de então, passaram a servir de
de forma sintética e eficaz, a primevos, quando surgiram os alimento para os humanos.
cosmologia deste grupo, suas ancestrais da humanidade atual. No fundo das águas, entretanto, morto pelos humanos. Ao morrer, e cantaram. Quando terminaram, Já os homens, que ficaram
crenças religiosas e práticas Antes disso, não existiam cores peixes e cobras aquáticas continuam entretanto, transformou-se uma parte dos convidados foi no centro da terra, aprenderam
xamanísticas. nem formas distintas entre os vivendo e festejando. Somente numa imensa cobra, a anaconda – embora, voando. Eram os as danças dos peixes e os cantos
Trata-se de uma forma de habitantes do mundo: todos eram os xamãs podem acessar sem perigo ou moju, na língua wajãpi. primeiros pássaros, com suas dos pássaros, além dos nomes
expressão que evidencia, no seu iguais, sem diferenças marcadas em esse domínio, percebendo esses Os primeiros homens abriram plumagens diferenciadas. das cores, que designam
uso cotidiano, o entrelaçamento seus corpos, em suas línguas ou em seres como realmente são: o cadáver e extraíram seus Ao se distanciarem dos humanos as plumagens variadas das aves.
entre a estética e outros domínios seus conhecimentos e práticas de “como a gente”. excrementos, que eram todos que ficaram na terra, pousaram Ao observarem a ossada e a
do pensamento. Sua eficácia está vida. A aparência era a mesma para De acordo com a tradição oral, coloridos. Organizaram uma festa numa imensa árvore sumaumeira, pele da anaconda morta, viram
na capacidade de estabelecer todos, mas não os repertórios no centro da pequena terra e disseram para seus convidados se de onde se espalharam por todas as espinhas dos peixes que
comunicação com uma realidade musicais, nem os conhecimentos. originária havia um grande lajedo pintarem com as cores deixadas as direções, levando consigo ela havia comido e assim
de outra ordem, que somente se Foi durante uma grande festa de pedra onde vivia um ser pela anaconda. Estes assim o as águas que correm nos rios descobriram os padrões com
pode conhecer na mitologia e pelo que coube ao demiurgo Janejar poderoso e muito temido que foi fizeram e, enfeitados, dançaram e igarapés da terra. os quais continuam até hoje
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para ilustrar a
origem mítica das
diferenças entre
animais e humanos,
Funções o professor
simbólicas e makarato
representou a cobra
comunicativas grande, cujos
dejetos coloridos
da arte deram a origem
gráfica kusiwa à variedade de
pássaros. makarato
wajãpi, ™ººº.

A tradição gráfica que os Wajãpi


do Amapá denominam kusiwa
aplica-se à decoração de corpos e
elenco codificado de padrões.
Narrativas orais e composições
gráficas colocam em cena seres que
promover a separação entre
homens e animais, destinando a
cada um seu espaço diferenciado e
objetos, envolvendo técnicas e não podem mais ser vistos pelos organizando, assim, a vida em
habilidades diversificadas, como humanos de hoje, mas cuja sociedade. Os futuros homens e
o desenho, o entalhe, o trançado, existência pode ser acessada por animais exibiam seus cantos e suas
a tecelagem etc. Sua função meio dessas formas particulares de danças. Uma parte desses primeiros
principal, no entanto, vai muito conhecimento e expressão. seres, que dançavam à beira do
além deste uso decorativo, pois o Pela tradição oral dos Wajãpi, primeiro rio, caíram n’água e se
manejo do repertório de padrões a origem das cores e dos padrões transformaram em peixes. A partir
gráficos é um prisma que reflete, gráficos remonta aos tempos de então, passaram a servir de
de forma sintética e eficaz, a primevos, quando surgiram os alimento para os humanos.
cosmologia deste grupo, suas ancestrais da humanidade atual. No fundo das águas, entretanto, morto pelos humanos. Ao morrer, e cantaram. Quando terminaram, Já os homens, que ficaram
crenças religiosas e práticas Antes disso, não existiam cores peixes e cobras aquáticas continuam entretanto, transformou-se uma parte dos convidados foi no centro da terra, aprenderam
xamanísticas. nem formas distintas entre os vivendo e festejando. Somente numa imensa cobra, a anaconda – embora, voando. Eram os as danças dos peixes e os cantos
Trata-se de uma forma de habitantes do mundo: todos eram os xamãs podem acessar sem perigo ou moju, na língua wajãpi. primeiros pássaros, com suas dos pássaros, além dos nomes
expressão que evidencia, no seu iguais, sem diferenças marcadas em esse domínio, percebendo esses Os primeiros homens abriram plumagens diferenciadas. das cores, que designam
uso cotidiano, o entrelaçamento seus corpos, em suas línguas ou em seres como realmente são: o cadáver e extraíram seus Ao se distanciarem dos humanos as plumagens variadas das aves.
entre a estética e outros domínios seus conhecimentos e práticas de “como a gente”. excrementos, que eram todos que ficaram na terra, pousaram Ao observarem a ossada e a
do pensamento. Sua eficácia está vida. A aparência era a mesma para De acordo com a tradição oral, coloridos. Organizaram uma festa numa imensa árvore sumaumeira, pele da anaconda morta, viram
na capacidade de estabelecer todos, mas não os repertórios no centro da pequena terra e disseram para seus convidados se de onde se espalharam por todas as espinhas dos peixes que
comunicação com uma realidade musicais, nem os conhecimentos. originária havia um grande lajedo pintarem com as cores deixadas as direções, levando consigo ela havia comido e assim
de outra ordem, que somente se Foi durante uma grande festa de pedra onde vivia um ser pela anaconda. Estes assim o as águas que correm nos rios descobriram os padrões com
pode conhecer na mitologia e pelo que coube ao demiurgo Janejar poderoso e muito temido que foi fizeram e, enfeitados, dançaram e igarapés da terra. os quais continuam até hoje
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a separação entre suas plumagens anaconda, ou moju,


os animais e os simboliza a imensa é mestre das águas.
humanos está aqui diversidade dos em seu domínio
representada pelo seres que habitam subaquático, vive
vôo dos pássaros, esse mundo, na em companhia de
que partem para concepção dos suas criaturas,
todas as direções. wajãpi do amapá. cuja vida social
eles se pintaram, arikima wajãpi, ™ººº. é tão complexa
cada um ao quanto a dos
seu modo, com humanos. kasiripina
os excrementos wajãpi, ™ºº¡.
coloridos de
anaconda.
a diversidade
de pássaros e de

a decorar seus corpos e seus Para os Wajãpi, os animais conta de suas criaturas, cuidando podem igualmente resultar em
artefatos, em composições infinitas. também têm alma e uma vida de seu crescimento, seu bem-estar agressão. Pois o dono da caça – ou
Existem muitas narrativas, social semelhante à dos humanos, e seu movimento. dos peixes, ou das árvores – vai
na tradição oral dos Wajãpi, que em contínuo desenvolvimento. É justamente por existirem revidar quando alguém intervier
explicam como se repartiu o As árvores e a maioria das plantas, mestres específicos que todos exageradamente em seu domínio.
controle dos espaços que se por sua vez, abrigam almas podem se reproduzir, mantendo Para os Wajãpi, os humanos não
constituem até hoje como habitat em corpos de gente, mas desde a indispensável diferença. são donos da diversidade existente
das espécies que povoam as águas, a diferenciação das espécies A manutenção da diversidade é na terra. Por esta razão, a ruptura
a floresta, as montanhas, os céus promovida por Janejar no começo um pressuposto importante desta no padrão comedido e respeitoso
e as bordas da terra. Nessa dos tempos, apenas os xamãs cosmologia. Cada porção do de relações entre esses múltiplos
distribuição, a humanidade tem têm acesso a essa realidade. universo conhecido é definida domínios e ambientes, representa
um lugar específico, mas sempre Janejar, que dirigiu, no como a moradia de um desses uma ameaça para a atual
instável, já que os homens não início dos tempos, o destino donos e das espécies que cria e humanidade. Ela será um dia
encontraram pronto seu domínio, da humanidade, significa, controla, como se faz com substituída por outra, composta a
tendo que forjá-lo, alterando o literalmente, “nosso dono”. xerimbabos. Mas o criador da partir das almas dos mortos, que
ambiente para criar roças, aldeias Tudo e todos, neste mundo, humanidade, Janejar, deixou de vivem junto de Janejar, nas aldeias
e caminhos. Precisaram ainda pela tradição wajãpi, têm seus exercer este controle desde que celestes, onde todos permanecem
do apoio dos animais que, respectivos donos: homens, foi embora para sua aldeia celeste. jovens e fartamente decorados com
de acordo com a tradição, lhes plantas, animais e até mesmo As relações que os humanos padrões kusiwa.
ensinaram diversas técnicas os elementos que costumamos mantêm com os donos de animais
necessárias à vida na floresta, considerar “inanimados”, e de plantas podem então se
além de lhes transmitirem como as pedras. A principal manifestar por meio de ações de
seus repertórios musicais e atribuição dos donos de todos cooperação, identificação e cura
de padrões decorativos. esses seres consiste em tomar de males e infortúnios, mas
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a separação entre suas plumagens anaconda, ou moju,


os animais e os simboliza a imensa é mestre das águas.
humanos está aqui diversidade dos em seu domínio
representada pelo seres que habitam subaquático, vive
vôo dos pássaros, esse mundo, na em companhia de
que partem para concepção dos suas criaturas,
todas as direções. wajãpi do amapá. cuja vida social
eles se pintaram, arikima wajãpi, ™ººº. é tão complexa
cada um ao quanto a dos
seu modo, com humanos. kasiripina
os excrementos wajãpi, ™ºº¡.
coloridos de
anaconda.
a diversidade
de pássaros e de

a decorar seus corpos e seus Para os Wajãpi, os animais conta de suas criaturas, cuidando podem igualmente resultar em
artefatos, em composições infinitas. também têm alma e uma vida de seu crescimento, seu bem-estar agressão. Pois o dono da caça – ou
Existem muitas narrativas, social semelhante à dos humanos, e seu movimento. dos peixes, ou das árvores – vai
na tradição oral dos Wajãpi, que em contínuo desenvolvimento. É justamente por existirem revidar quando alguém intervier
explicam como se repartiu o As árvores e a maioria das plantas, mestres específicos que todos exageradamente em seu domínio.
controle dos espaços que se por sua vez, abrigam almas podem se reproduzir, mantendo Para os Wajãpi, os humanos não
constituem até hoje como habitat em corpos de gente, mas desde a indispensável diferença. são donos da diversidade existente
das espécies que povoam as águas, a diferenciação das espécies A manutenção da diversidade é na terra. Por esta razão, a ruptura
a floresta, as montanhas, os céus promovida por Janejar no começo um pressuposto importante desta no padrão comedido e respeitoso
e as bordas da terra. Nessa dos tempos, apenas os xamãs cosmologia. Cada porção do de relações entre esses múltiplos
distribuição, a humanidade tem têm acesso a essa realidade. universo conhecido é definida domínios e ambientes, representa
um lugar específico, mas sempre Janejar, que dirigiu, no como a moradia de um desses uma ameaça para a atual
instável, já que os homens não início dos tempos, o destino donos e das espécies que cria e humanidade. Ela será um dia
encontraram pronto seu domínio, da humanidade, significa, controla, como se faz com substituída por outra, composta a
tendo que forjá-lo, alterando o literalmente, “nosso dono”. xerimbabos. Mas o criador da partir das almas dos mortos, que
ambiente para criar roças, aldeias Tudo e todos, neste mundo, humanidade, Janejar, deixou de vivem junto de Janejar, nas aldeias
e caminhos. Precisaram ainda pela tradição wajãpi, têm seus exercer este controle desde que celestes, onde todos permanecem
do apoio dos animais que, respectivos donos: homens, foi embora para sua aldeia celeste. jovens e fartamente decorados com
de acordo com a tradição, lhes plantas, animais e até mesmo As relações que os humanos padrões kusiwa.
ensinaram diversas técnicas os elementos que costumamos mantêm com os donos de animais
necessárias à vida na floresta, considerar “inanimados”, e de plantas podem então se
além de lhes transmitirem como as pedras. A principal manifestar por meio de ações de
seus repertórios musicais e atribuição dos donos de todos cooperação, identificação e cura
de padrões decorativos. esses seres consiste em tomar de males e infortúnios, mas
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 16 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 17

nos braços e no pai elabora


corpo, composição composição gráfica
de padrões espinha nas costas do filho.
de peixe. foto: foto: dominique t.
dominique t. gallois.
O sistema gallois.
codificado
do grafismo
kusiwa

A pintura corporal finas lascas de bambu ou de talos e bandoleiras de miçanga e pelos protegida de uma aproximação particularmente visíveis aos
A tradição de decorar corpos e de folhas de palmeira,sobre as quais adornos de plumária. perigosa dos espíritos da floresta. mortos, que vivem na aldeia
objetos é, para os Wajãpi, um são enrolados fios de algodão. A aplicação de padrões gráficos Por esse motivo, os pajés evitam celeste do criador Janejar. Por esse
prazer estético e um desafio Partes do corpo podem ser no corpo não está relacionada se revestir de urucum, o que motivo, as pessoas de luto evitam
criativo, e não marcas étnicas ou decorados diretamente com o dedo à posição social, nem existem afastaria os espíritos com essa decoração, que também
símbolos rituais. Não são tatuagens ou com chumaços de algodão desenhos reservados para os quais eles podem manter pode ser perigosa para crianças
nem decalques, mas pinturas embebidos de tinta. determinadas categorias de comunicação. muito pequenas.
utilizando sementes de urucum, A pintura corporal é uma indivíduos ou status. No entanto, Ao contrário do urucum, que Nos últimos anos, o campo de
gordura de macaco, suco de atividade do cotidiano, realizada no o uso da pintura corporal com dissimula a pessoa, a laca preparada aplicação desta arte gráfica, antes
jenipapo verde e resinas âmbito familiar. Os homens são urucum, jenipapo ou resina varia com resinas perfumadas tem a reservada ao corpo, tem se
perfumadas, representando pintados pelas esposas e vice-versa. em acordo com o estado da pessoa: capacidade de seduzir e amansar. ampliado muito. Os Wajãpi do
animais, como peixes, cobras, Moças e rapazes apreciam pintar a em momentos de resguardo, É muito utilizada pelos jovens Amapá desenvolvem atualmente
pássaros, borboletas ou objetos, preparada com diversas resinas si próprios, olhando-se em de luto ou doença, evita-se decorar para atrair suas namoradas, seu estilo decorativo em um
como a lima de ferro. de cheiro e urucum. espelhos para compor desenhos o corpo com jenipapo ou laca. pelos anfitriões que desejam conjunto variado de suportes.
Para decorar o corpo, são Muitas vezes, essas tintas são atraentes na face. As mães têm um Cada um desses revestimentos receber com alegria hóspedes em Fazem desenhos nas peças de
utilizados três tipos de tintas. aplicadas em justaposição ou cuidado especial com os filhos tem sua própria eficácia. Tinta de uma festa ou pelos desconhecidos cerâmica destinadas à venda e
O vermelho claro é obtido com sobrepostas, como quando os pequenos, revestindo-os com urucum, resina de cheiro e que chegam à aldeia. decoram suas cuias com motivos
sementes de urucum amassadas padrões gráficos são pintados com camadas de urucum após cada padrões gráficos aplicados com Os padrões gráficos aplicados incisos, utilizados também na
e misturadas com gordura de jenipapo sobre uma camada banho, de manhã e de tarde, e jenipapo constituem revestimentos com jenipapo também aproximam tecelagem de bolsas e de tipóias,
macaco ou óleo de andiroba. uniforme de urucum aplicada em sempre renovando as composições corporais que interferem na entidades espirituais diversas. e no trançado de seus cestos.
O preto azulado é obtido com todo o corpo e rosto. Neste, de motivos aplicadas com jenipapo. relação entre a pessoa e o mundo São referências diretas à beleza e O uso do papel e de canetas
a oxidação do suco de jenipapo desenhos mais delicados são Por ocasião das festas, todos exibem a sua volta. Com o corpo coberto à potência dos seres do tempo coloridas tornou-se um campo
verde misturado com carvão. aplicados com as resinas de cheiro. uma decoração mais farta, quando de urucum e exalando o cheiro das origens. Considera-se que novo e muito apreciado para a
O vermelho escuro é uma laca Como pincel, os Wajãpi utilizam a pintura é realçada pelos colares forte dessa tinta, ela está esses motivos tornam as pessoas expressão artística.
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nos braços e no pai elabora


corpo, composição composição gráfica
de padrões espinha nas costas do filho.
de peixe. foto: foto: dominique t.
dominique t. gallois.
O sistema gallois.
codificado
do grafismo
kusiwa

A pintura corporal finas lascas de bambu ou de talos e bandoleiras de miçanga e pelos protegida de uma aproximação particularmente visíveis aos
A tradição de decorar corpos e de folhas de palmeira,sobre as quais adornos de plumária. perigosa dos espíritos da floresta. mortos, que vivem na aldeia
objetos é, para os Wajãpi, um são enrolados fios de algodão. A aplicação de padrões gráficos Por esse motivo, os pajés evitam celeste do criador Janejar. Por esse
prazer estético e um desafio Partes do corpo podem ser no corpo não está relacionada se revestir de urucum, o que motivo, as pessoas de luto evitam
criativo, e não marcas étnicas ou decorados diretamente com o dedo à posição social, nem existem afastaria os espíritos com essa decoração, que também
símbolos rituais. Não são tatuagens ou com chumaços de algodão desenhos reservados para os quais eles podem manter pode ser perigosa para crianças
nem decalques, mas pinturas embebidos de tinta. determinadas categorias de comunicação. muito pequenas.
utilizando sementes de urucum, A pintura corporal é uma indivíduos ou status. No entanto, Ao contrário do urucum, que Nos últimos anos, o campo de
gordura de macaco, suco de atividade do cotidiano, realizada no o uso da pintura corporal com dissimula a pessoa, a laca preparada aplicação desta arte gráfica, antes
jenipapo verde e resinas âmbito familiar. Os homens são urucum, jenipapo ou resina varia com resinas perfumadas tem a reservada ao corpo, tem se
perfumadas, representando pintados pelas esposas e vice-versa. em acordo com o estado da pessoa: capacidade de seduzir e amansar. ampliado muito. Os Wajãpi do
animais, como peixes, cobras, Moças e rapazes apreciam pintar a em momentos de resguardo, É muito utilizada pelos jovens Amapá desenvolvem atualmente
pássaros, borboletas ou objetos, preparada com diversas resinas si próprios, olhando-se em de luto ou doença, evita-se decorar para atrair suas namoradas, seu estilo decorativo em um
como a lima de ferro. de cheiro e urucum. espelhos para compor desenhos o corpo com jenipapo ou laca. pelos anfitriões que desejam conjunto variado de suportes.
Para decorar o corpo, são Muitas vezes, essas tintas são atraentes na face. As mães têm um Cada um desses revestimentos receber com alegria hóspedes em Fazem desenhos nas peças de
utilizados três tipos de tintas. aplicadas em justaposição ou cuidado especial com os filhos tem sua própria eficácia. Tinta de uma festa ou pelos desconhecidos cerâmica destinadas à venda e
O vermelho claro é obtido com sobrepostas, como quando os pequenos, revestindo-os com urucum, resina de cheiro e que chegam à aldeia. decoram suas cuias com motivos
sementes de urucum amassadas padrões gráficos são pintados com camadas de urucum após cada padrões gráficos aplicados com Os padrões gráficos aplicados incisos, utilizados também na
e misturadas com gordura de jenipapo sobre uma camada banho, de manhã e de tarde, e jenipapo constituem revestimentos com jenipapo também aproximam tecelagem de bolsas e de tipóias,
macaco ou óleo de andiroba. uniforme de urucum aplicada em sempre renovando as composições corporais que interferem na entidades espirituais diversas. e no trançado de seus cestos.
O preto azulado é obtido com todo o corpo e rosto. Neste, de motivos aplicadas com jenipapo. relação entre a pessoa e o mundo São referências diretas à beleza e O uso do papel e de canetas
a oxidação do suco de jenipapo desenhos mais delicados são Por ocasião das festas, todos exibem a sua volta. Com o corpo coberto à potência dos seres do tempo coloridas tornou-se um campo
verde misturado com carvão. aplicados com as resinas de cheiro. uma decoração mais farta, quando de urucum e exalando o cheiro das origens. Considera-se que novo e muito apreciado para a
O vermelho escuro é uma laca Como pincel, os Wajãpi utilizam a pintura é realçada pelos colares forte dessa tinta, ela está esses motivos tornam as pessoas expressão artística.
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paku kã’gwer detalhe de


(espinha de peixe). composição gráfica.
waivisi wajãpi, ™ººº. matupi wajãpi, ™ººº.

Código de padrões gráficos representativa do repertório – pontilhado: wiriwiri (que indica pelo relevo de seu casco,
Os Wajãpi do Amapá possuem um utilizado pelos Wajãpi do Amapá um conjunto de peixinhos); a borboleta pelo formato de suas
repertório codificado de padrões nos últimos 20 anos, inventariadas – linhas paralelas: kã’gwer asas e a onça pelas manchas de sua
gráficos que representam, de através de duas/três coleções, (espinha ou osso); pelagem. Algumas rãs são
forma sintética e abstrata, partes reunidas em 1983, 2000 e 2005, – linhas cruzadas: rykyry (traduzido representadas pelas marcas que
do corpo ou da ornamentação respectivamente. hoje como “lima de ferro”); a espécie apresenta na face e são,
de animais e de objetos. Em seu Cada padrão é identificado – linha quebrada: moj segundo os Wajãpi, sua pintura
conjunto, esse sistema de nominalmente, ou seja, tem (cobra comum) ou moju (jibóia corporal. Quando se trata de
representação gráfica é chamado uma denominação específica, ou anaconda). reproduzir grafismos kusiwa,
kusiwa. São hoje 21 padrões, que por representar um ser ou objeto Esses elementos nunca estão ninguém pensaria em representar
se transformam de forma dinâmica, individualizado, existente e soltos numa composição, mas uma onça por sua estrutura óssea,
com a inclusão de novos elementos, representativo de algum domínio enquadrados entre linhas paralelas um peixe por suas escamas ou
enquanto outros podem entrar cósmico. Em relação aos demais, No entanto, como se trata de que contornam as representações uma borboleta pelos desenhos
em desuso ou se modificar apresenta diferenças expressas um sistema codificado, todas as de cobras, peixes, rãs, borboletas de suas asas.
através de variantes. formalmente e, por isso, será versões de um padrão costumam etc. Cada um é apresentado a partir De um total de cerca de 20
Este repertório, enquanto bem sempre reconhecido por ser reconhecidas por um mesmo de um foco específico, ou seja, pela janypa kusiwa (padrões da pintura
cultural, não é um produto qualquer adulto Wajãpi do nome. Caso existam termos seleção de uma de suas partes, corporal com jenipapo), alguns são
acabado. Ao contrário, deve ser Amapá, independentemente específicos para cada interna ou externa. A parte mais freqüentemente utilizados
identificado como um produto de seu grupo local. um dos padrões, também há representada varia muito, de um para a decoração do corpo e dos
histórico, dinâmico e mutável Como se pode constatar nas denominações para os elementos animal para outro. Assim, se os artefatos. Pode-se até dizer que
(Arantes, 2000). Por esta razão, ilustrações anexas, é notável a básicos do desenho. Os dois traços padrões de cobras e de peixes certos padrões deixam de ser
é impossível produzir uma lista variação interna de cada padrão, mínimos – ponto e linha – são constituem-se de uma estilização usados, temporariamente, porque
definitiva. Mas a amostragem que que poderia induzir a compostos de diversas maneiras, “em transparência” dos seus ossos estão “fora de moda”, e voltarão a
aqui se apresenta é plenamente identificações diferentes. identificadas como: ou espinhas, o jabuti é sinalizado ser utilizados em outro momento.
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paku kã’gwer detalhe de


(espinha de peixe). composição gráfica.
waivisi wajãpi, ™ººº. matupi wajãpi, ™ººº.

Código de padrões gráficos representativa do repertório – pontilhado: wiriwiri (que indica pelo relevo de seu casco,
Os Wajãpi do Amapá possuem um utilizado pelos Wajãpi do Amapá um conjunto de peixinhos); a borboleta pelo formato de suas
repertório codificado de padrões nos últimos 20 anos, inventariadas – linhas paralelas: kã’gwer asas e a onça pelas manchas de sua
gráficos que representam, de através de duas/três coleções, (espinha ou osso); pelagem. Algumas rãs são
forma sintética e abstrata, partes reunidas em 1983, 2000 e 2005, – linhas cruzadas: rykyry (traduzido representadas pelas marcas que
do corpo ou da ornamentação respectivamente. hoje como “lima de ferro”); a espécie apresenta na face e são,
de animais e de objetos. Em seu Cada padrão é identificado – linha quebrada: moj segundo os Wajãpi, sua pintura
conjunto, esse sistema de nominalmente, ou seja, tem (cobra comum) ou moju (jibóia corporal. Quando se trata de
representação gráfica é chamado uma denominação específica, ou anaconda). reproduzir grafismos kusiwa,
kusiwa. São hoje 21 padrões, que por representar um ser ou objeto Esses elementos nunca estão ninguém pensaria em representar
se transformam de forma dinâmica, individualizado, existente e soltos numa composição, mas uma onça por sua estrutura óssea,
com a inclusão de novos elementos, representativo de algum domínio enquadrados entre linhas paralelas um peixe por suas escamas ou
enquanto outros podem entrar cósmico. Em relação aos demais, No entanto, como se trata de que contornam as representações uma borboleta pelos desenhos
em desuso ou se modificar apresenta diferenças expressas um sistema codificado, todas as de cobras, peixes, rãs, borboletas de suas asas.
através de variantes. formalmente e, por isso, será versões de um padrão costumam etc. Cada um é apresentado a partir De um total de cerca de 20
Este repertório, enquanto bem sempre reconhecido por ser reconhecidas por um mesmo de um foco específico, ou seja, pela janypa kusiwa (padrões da pintura
cultural, não é um produto qualquer adulto Wajãpi do nome. Caso existam termos seleção de uma de suas partes, corporal com jenipapo), alguns são
acabado. Ao contrário, deve ser Amapá, independentemente específicos para cada interna ou externa. A parte mais freqüentemente utilizados
identificado como um produto de seu grupo local. um dos padrões, também há representada varia muito, de um para a decoração do corpo e dos
histórico, dinâmico e mutável Como se pode constatar nas denominações para os elementos animal para outro. Assim, se os artefatos. Pode-se até dizer que
(Arantes, 2000). Por esta razão, ilustrações anexas, é notável a básicos do desenho. Os dois traços padrões de cobras e de peixes certos padrões deixam de ser
é impossível produzir uma lista variação interna de cada padrão, mínimos – ponto e linha – são constituem-se de uma estilização usados, temporariamente, porque
definitiva. Mas a amostragem que que poderia induzir a compostos de diversas maneiras, “em transparência” dos seus ossos estão “fora de moda”, e voltarão a
aqui se apresenta é plenamente identificações diferentes. identificadas como: ou espinhas, o jabuti é sinalizado ser utilizados em outro momento.
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paku kã’gwer tapi’i ra’yr


(espinha de peixe). (filhote de anta).
waivisi wajãpi, ™ººº. sawer wajãpi, ™ººº.

abaixo
detalhe: pira
(peixe). yrowaite
wajãpi, ™ººº.

é uma característica importante do descrição dos tem aparência de cobra, mas atrai
sistema, evidenciando como essa padrões kusiwa suas vítimas perto da árvore
forma de expressão cultural é capaz onde se esconde, cantando como
de incorporar o outro sem perder Aramari jibóia aramari; um tucano.
sua integridade. Moju kã’gwer espinha
Aliás, alguns desenhos utilizados de anaconda, ou sucuriju Pira kã’gwer espinha de peixe
pelos Wajãpi do Amapá são Moj kupea dorso de cobra Suruvi kã’gwer espinha de peixe
difundidos entre os diversos povos Tukã moj cobra-tucano surubim
indígenas que vivem na região das Existem vários padrões para jibóias Paku kã’gwer espinha de peixe pacu
Guianas. No entanto, cada grupo da família boa constrictor, Paku ruvaj rabo de peixe pacu
identifica esses padrões com distinguindo-se entre espécies São essas as quatro alternativas
significações próprias. A ênfase em terrestres (jibóias) e aquáticas para a representação de peixes,
O valor atribuído pelos Wajãpi à apresentá-los numa seqüência que representar o domínio aquático, (anacondas). Para diferenciá-las uma delas focando apenas a parte
preservação do conjunto desse esclarece a riqueza interna do com anacondas e peixes, ressoa num das cobras comuns, chamadas moj, interna, ou espinhas. Dois
repertório pôde ser comprovado repertório e a especificidade das tema mítico significativo em toda os Wajãpi do Amapá designam essas padrões de peixe selecionam,
na comparação das duas coleções denominações. Os grafismos a região, que os Wajãpi do Amapá “cobras grandes” pelo termo além da estrutura, elementos
de desenhos, reunidas em 1983 e constituem representações interpretam à sua maneira e genérico moju. Com suas decorativos da pele de espécies
2000. Padrões kusiwa realizados por analógicas de seres e de objetos, consideram que – como dizem os variações, moju é uma entidade específicas, como o surubim
autores diferentes e com um possibilitando o reconhecimento mitos – os grafismos kusiwa vêm poderosa e respeitada. Diz-se que e o pacu, que também gerou um
intervalo de 17 anos evidenciam a por sintetizar os traços mais do fundo dos tempos. É nesse anaconda é dona do mundo padrão que reproduz sua cauda.
integridade deste sistema gráfico. característicos de cada modelo, sentido que sua reprodução e aquático e de todos os peixes, e
Mesmo que os Wajãpi não seja ele um animal, um vegetal, combinação expressa, de forma que também controla as serras Anõ kusiwa pintura facial de rã anõ;
identifiquem subconjuntos de um objeto ou um ser sobrenatural. exemplar, uma tradição que e formações rochosas. Outro ser Murua soka pernas da rã murua;
padrões kusiwa, optamos por A assimilação de elementos estranhos consideram exclusivamente sua: monstruoso, chamado tukã moj, Juve (pintura facial) desta rã.
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paku kã’gwer tapi’i ra’yr


(espinha de peixe). (filhote de anta).
waivisi wajãpi, ™ººº. sawer wajãpi, ™ººº.

abaixo
detalhe: pira
(peixe). yrowaite
wajãpi, ™ººº.

é uma característica importante do descrição dos tem aparência de cobra, mas atrai
sistema, evidenciando como essa padrões kusiwa suas vítimas perto da árvore
forma de expressão cultural é capaz onde se esconde, cantando como
de incorporar o outro sem perder Aramari jibóia aramari; um tucano.
sua integridade. Moju kã’gwer espinha
Aliás, alguns desenhos utilizados de anaconda, ou sucuriju Pira kã’gwer espinha de peixe
pelos Wajãpi do Amapá são Moj kupea dorso de cobra Suruvi kã’gwer espinha de peixe
difundidos entre os diversos povos Tukã moj cobra-tucano surubim
indígenas que vivem na região das Existem vários padrões para jibóias Paku kã’gwer espinha de peixe pacu
Guianas. No entanto, cada grupo da família boa constrictor, Paku ruvaj rabo de peixe pacu
identifica esses padrões com distinguindo-se entre espécies São essas as quatro alternativas
significações próprias. A ênfase em terrestres (jibóias) e aquáticas para a representação de peixes,
O valor atribuído pelos Wajãpi à apresentá-los numa seqüência que representar o domínio aquático, (anacondas). Para diferenciá-las uma delas focando apenas a parte
preservação do conjunto desse esclarece a riqueza interna do com anacondas e peixes, ressoa num das cobras comuns, chamadas moj, interna, ou espinhas. Dois
repertório pôde ser comprovado repertório e a especificidade das tema mítico significativo em toda os Wajãpi do Amapá designam essas padrões de peixe selecionam,
na comparação das duas coleções denominações. Os grafismos a região, que os Wajãpi do Amapá “cobras grandes” pelo termo além da estrutura, elementos
de desenhos, reunidas em 1983 e constituem representações interpretam à sua maneira e genérico moju. Com suas decorativos da pele de espécies
2000. Padrões kusiwa realizados por analógicas de seres e de objetos, consideram que – como dizem os variações, moju é uma entidade específicas, como o surubim
autores diferentes e com um possibilitando o reconhecimento mitos – os grafismos kusiwa vêm poderosa e respeitada. Diz-se que e o pacu, que também gerou um
intervalo de 17 anos evidenciam a por sintetizar os traços mais do fundo dos tempos. É nesse anaconda é dona do mundo padrão que reproduz sua cauda.
integridade deste sistema gráfico. característicos de cada modelo, sentido que sua reprodução e aquático e de todos os peixes, e
Mesmo que os Wajãpi não seja ele um animal, um vegetal, combinação expressa, de forma que também controla as serras Anõ kusiwa pintura facial de rã anõ;
identifiquem subconjuntos de um objeto ou um ser sobrenatural. exemplar, uma tradição que e formações rochosas. Outro ser Murua soka pernas da rã murua;
padrões kusiwa, optamos por A assimilação de elementos estranhos consideram exclusivamente sua: monstruoso, chamado tukã moj, Juve (pintura facial) desta rã.
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aramari jibóia aramari

Sapos e rãs são considerados pelos Y’o kusiwa lagarta que as mulheres desenham na
Wajãpi como os “donos da chuva”, Panã borboleta massa de mandioca enquanto ela
pois eles anunciam, com seus No caso da lagarta, o padrão assa. A lima de ferro é um utensílio
cantos, a chegada desta estação. representa um conjunto delas, de uso cotidiano que apresenta
Como se verá adiante, todos os evidenciando a forma de uma também um padrão gráfico de
seres da floresta, apesar de sua colônia quando se desloca. linhas cruzadas que o identifica.
aparência animal, são na verdade As borboletas, com suas asas em No caso da peneira, o elemento
humanos, que apreciam decorar movimento, abertas ou fechadas, representado é uma parte
seus corpos como fazem os Wajãpi. são também representadas em específica: quando iniciam um
E é a beleza dos motivos grupo, quando pousam em trançado com talos de arumã, siro wajãpi, ™ººº-™ºº¡.
decorativos que esses seres arbustos ou no chão. os Wajãpi cruzam as lascas num
ostentam no rosto que são formato que chamam de ânus –
reproduzidos nos padrões kusiwa. O repertório de padrões kusiwa ou começo – do trançado.
inclui, finalmente, quatro Já os grafismos identificados
Jawi jaboti artefatos, sinalizados pelos seus como “desenhos para borduna”
Jakare jacaré aspectos decorativos. São eles: são motivos decorativos
Tapi’i ra’yr filhote de anta propriamente ditos, que não
Jawara onça Meju beiju aludem à forma ou parte desta
O jaboti e o jacaré também são Rykyry lima de ferro arma, mas estão integrados ao
representados pelos padrões Urupe aravekwa ânus da peneira sistema gráfico por representar
decorativos que eles ostentam Kaparu kusiwa desenhos para a agressividade dos inimigos
em suas costas. O mesmo ocorre borduna (grupos de língua Caribe,
com as marcas das peles da Para o beiju, além do formato vizinhos dos Wajãpi). siro wajãpi, ™ººº-™ºº¡. siro wajãpi, ™ººº-™ºº¡.
onça e da anta. redondo, reproduz-se o grafismo
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aramari jibóia aramari

Sapos e rãs são considerados pelos Y’o kusiwa lagarta que as mulheres desenham na
Wajãpi como os “donos da chuva”, Panã borboleta massa de mandioca enquanto ela
pois eles anunciam, com seus No caso da lagarta, o padrão assa. A lima de ferro é um utensílio
cantos, a chegada desta estação. representa um conjunto delas, de uso cotidiano que apresenta
Como se verá adiante, todos os evidenciando a forma de uma também um padrão gráfico de
seres da floresta, apesar de sua colônia quando se desloca. linhas cruzadas que o identifica.
aparência animal, são na verdade As borboletas, com suas asas em No caso da peneira, o elemento
humanos, que apreciam decorar movimento, abertas ou fechadas, representado é uma parte
seus corpos como fazem os Wajãpi. são também representadas em específica: quando iniciam um
E é a beleza dos motivos grupo, quando pousam em trançado com talos de arumã, siro wajãpi, ™ººº-™ºº¡.
decorativos que esses seres arbustos ou no chão. os Wajãpi cruzam as lascas num
ostentam no rosto que são formato que chamam de ânus –
reproduzidos nos padrões kusiwa. O repertório de padrões kusiwa ou começo – do trançado.
inclui, finalmente, quatro Já os grafismos identificados
Jawi jaboti artefatos, sinalizados pelos seus como “desenhos para borduna”
Jakare jacaré aspectos decorativos. São eles: são motivos decorativos
Tapi’i ra’yr filhote de anta propriamente ditos, que não
Jawara onça Meju beiju aludem à forma ou parte desta
O jaboti e o jacaré também são Rykyry lima de ferro arma, mas estão integrados ao
representados pelos padrões Urupe aravekwa ânus da peneira sistema gráfico por representar
decorativos que eles ostentam Kaparu kusiwa desenhos para a agressividade dos inimigos
em suas costas. O mesmo ocorre borduna (grupos de língua Caribe,
com as marcas das peles da Para o beiju, além do formato vizinhos dos Wajãpi). siro wajãpi, ™ººº-™ºº¡. siro wajãpi, ™ººº-™ºº¡.
onça e da anta. redondo, reproduz-se o grafismo
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aramari jibóia aramari aramari jibóia aramari

mikiuku wajãpi, ™ººº.


siro wajãpi, ™ººº.

siro wajãpi, ™ººº.


nekuia wajãpi, ¡ªª£. siro wajãpi, ™ººº.
siro wajãpi, ™ºº¡.
siro wajãpi, ™ººº.

nekuia wajãpi, ™ººº.


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aramari jibóia aramari aramari jibóia aramari

mikiuku wajãpi, ™ººº.


siro wajãpi, ™ººº.

siro wajãpi, ™ººº.


nekuia wajãpi, ¡ªª£. siro wajãpi, ™ººº.
siro wajãpi, ™ºº¡.
siro wajãpi, ™ººº.

nekuia wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 26 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 27

moju kã’gwer espinha de moju kã’gwer espinha de


anaconda ou sucuriju anaconda ou sucuriju

waivisi wajãpi, ¡ª•£. nekuia wajãpi, ¡ª•£.

miwã wajãpi, ¡ª•£.


nekuia wajãpi, ¡ª•£.

nekuia wajãpi, ¡ª•£.

kumai wajãpi, ¡ª•£.

nekuia wajãpi, ¡ª•£.


sara wajãpi, ™ººº.
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moju kã’gwer espinha de moju kã’gwer espinha de


anaconda ou sucuriju anaconda ou sucuriju

waivisi wajãpi, ¡ª•£. nekuia wajãpi, ¡ª•£.

miwã wajãpi, ¡ª•£.


nekuia wajãpi, ¡ª•£.

nekuia wajãpi, ¡ª•£.

kumai wajãpi, ¡ª•£.

nekuia wajãpi, ¡ª•£.


sara wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 28 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 29

moju kã’gwer espinha de moju kã’gwer espinha de


anaconda ou sucuriju anaconda ou sucuriju

nekuia wajãpi, ¡ª•£.


nekuia wajãpi, ¡ª•£.

nekuia wajãpi, ¡ª•£. nekuia wajãpi, ¡ª•£. kenewe wajãpi, ™ººº. nekuia wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 28 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 29

moju kã’gwer espinha de moju kã’gwer espinha de


anaconda ou sucuriju anaconda ou sucuriju

nekuia wajãpi, ¡ª•£.


nekuia wajãpi, ¡ª•£.

nekuia wajãpi, ¡ª•£. nekuia wajãpi, ¡ª•£. kenewe wajãpi, ™ººº. nekuia wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 30 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 31

moj kupea dorso de cobra tukã moj cobra-tucano

siro wajãpi, ™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡.

siro wajãpi, ™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 30 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 31

moj kupea dorso de cobra tukã moj cobra-tucano

siro wajãpi, ™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡.

siro wajãpi, ™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡. siro wajãpi, ¡ª•£-™ºº¡.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 32 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 33

tukã moj cobra-tucano pira kã’gwer espinha de peixe

waiwai wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ¡ª•£.

kenewe wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ™ºº¡. siro wajãpi, ™ºº¡. sawer wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ¡ª•£. marinau wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 32 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 33

tukã moj cobra-tucano pira kã’gwer espinha de peixe

waiwai wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ¡ª•£.

kenewe wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ™ºº¡. siro wajãpi, ™ºº¡. sawer wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ¡ª•£. marinau wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 34 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 35

pira kã’gwer espinha de peixe pira peixe

katirina wajãpi, ™ººº. yrowaite wajãpi, ™ººº.

matupi wajãpi, ™ººº. parua wajãpi, ™ººº. mo’i wajãpi, ™ººº. yrowaite wajãpi, ™ººº. yrowaite wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 34 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 35

pira kã’gwer espinha de peixe pira peixe

katirina wajãpi, ™ººº. yrowaite wajãpi, ™ººº.

matupi wajãpi, ™ººº. parua wajãpi, ™ººº. mo’i wajãpi, ™ººº. yrowaite wajãpi, ™ººº. yrowaite wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 36 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 37

suruvi kã’gwer paku kã’gwer


espinha de peixe suruvi espinha de peixe paku

winipi’i wajãpi, ™ººº.


kujuri wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº.

januari wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. waivisi wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 36 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 37

suruvi kã’gwer paku kã’gwer


espinha de peixe suruvi espinha de peixe paku

winipi’i wajãpi, ™ººº.


kujuri wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº.

januari wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. waivisi wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 38 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 39

paku kã’gwer espinha paku ruvaj rabo do peixe paku


do peixe paku

jawari wajãpi, ™ººº.

miwã wajãpi, ¡ª•£.

januari wajãpi, ¡ª•£. nekuia wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. marawa wajãpi, ™ººº. masiri wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 38 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 39

paku kã’gwer espinha paku ruvaj rabo do peixe paku


do peixe paku

jawari wajãpi, ™ººº.

miwã wajãpi, ¡ª•£.

januari wajãpi, ¡ª•£. nekuia wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. marawa wajãpi, ™ººº. masiri wajãpi, ¡ª•£.
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anõ kusiwa murua soka pernas da rã murua


pintura facial da rã anõ

nazaré wajãpi, ¡ª•£. siro wajãpi, ¡ª•£-™ººº.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.


siro wajãpi, ¡ª•£-™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 40 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 41

anõ kusiwa murua soka pernas da rã murua


pintura facial da rã anõ

nazaré wajãpi, ¡ª•£. siro wajãpi, ¡ª•£-™ººº.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.


siro wajãpi, ¡ª•£-™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 42 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 43

juve pintura facial da rã juve jawi jaboti

nazaré wajãpi, ¡ª•£. kumai wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£. nazaré wajãpi, ¡ª•£.


waivisi wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 42 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 43

juve pintura facial da rã juve jawi jaboti

nazaré wajãpi, ¡ª•£. kumai wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£. nazaré wajãpi, ¡ª•£.


waivisi wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 44 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 45

jakare jacaré tapi’i ra’yr filhote de anta

kuretari wajãpi, ¡ª•£.

jamy wajãpi, ™ººº.

kuretari wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. sawer wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 44 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 45

jakare jacaré tapi’i ra’yr filhote de anta

kuretari wajãpi, ¡ª•£.

jamy wajãpi, ™ººº.

kuretari wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£. sawer wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 46 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 47

jawara onça y’o kusiwa lagarta

sara wajãpi, ™ººº. teju wajãpi, ™ººº.

jamy wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ™ººº.

werena wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº.

we’i wajãpi, ™ººº. parua wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 46 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 47

jawara onça y’o kusiwa lagarta

sara wajãpi, ™ººº. teju wajãpi, ™ººº.

jamy wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ™ººº.

werena wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº.

we’i wajãpi, ™ººº. parua wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 48 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 49

panã borboleta panã borboleta

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

tue-tue wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº. jamy wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 48 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 49

panã borboleta panã borboleta

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

nazaré wajãpi, ¡ª•£.

tue-tue wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº. jamy wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 50 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 51

meju beiju rykyry lima de ferro

nazaré wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº.

werena wajãpi, ¡ª•£. waivisi wajãpi, ¡ª•£. parua wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 50 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 51

meju beiju rykyry lima de ferro

nazaré wajãpi, ¡ª•£. januari wajãpi, ¡ª•£.

arakura wajãpi, ™ººº.

werena wajãpi, ¡ª•£. waivisi wajãpi, ¡ª•£. parua wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 52 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 53

kaparu kusiwa urupe aravekwa ânus da peneira


desenhos para borduna

wynamea wajãpi, ™ººº. karaviju wajãpi, ™ººº.

januari wajãpi, ¡ª•£.

kasiripina wajãpi, ¡ªª∞.


nekuia wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ™ºº¡. arinã wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 52 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 53

kaparu kusiwa urupe aravekwa ânus da peneira


desenhos para borduna

wynamea wajãpi, ™ººº. karaviju wajãpi, ™ººº.

januari wajãpi, ¡ª•£.

kasiripina wajãpi, ¡ªª∞.


nekuia wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ™ºº¡. arinã wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 54 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 55

detalhe de detalhes de
composição. composições de
parua wajãpi, ™ººº. padrões kusiwa.

Composições a partir do reproduzidos isoladamente, preto/vermelho da pintura do


repertório de padrões mas associados entre si para corpo não permitiria.
Os desenhos apresentados no formar composições complexas. Se as formas de reprodução
catálogo de padrões gráficos foram É praticamente impossível do grafismo wajãpi se adaptaram
realizados, em folhas de papel, encontrar duas pessoas com o a novos suportes e novas técnicas,
com o mesmo cuidado que se mesmo conjunto de padrões os conteúdos transmitidos por
tivessem sido aplicados no corpo. pintados em seus corpos. esta tradição gráfica também estão
Os Wajãpi julgam a beleza dos Nos desenhos feitos em novos incorporando novos temas ou
kusiwa a partir de critérios que suportes, essas composições nunca objetos para a representação,
valorizam a firmeza do traço – se repetem. Folhas de papel como a bandeira nacional, algumas
sem respingo nem manchas – brancas ou coloridas, canetas e letras do alfabeto, logomarcas
e o acabamento – ângulos dos tintas diversificadas ampliaram de roupas etc. No entanto,
padrões corretamente fechados. as possibilidades de desdobramento as composições continuam Essa arte decorativa, que se fazem presentes no desenho.
Qualquer que seja o suporte, e de combinação de padrões marcadas pela associação de potencializa o prazer estético da Trazer a alma de seres representados
procuram sempre preencher gráficos, valorizando tanto elementos básicos e pela abstração decomposição e recomposição de em desenhos não era parte da
completamente o espaço o conhecimento do repertório característica da linguagem elementos de um repertório, é tradição ou do interesse dos Wajãpi
disponível, o que exige controle como a expressão individual. gráfica dos Wajãpi do Amapá. completamente diferente das e muitos adultos ainda desprezam
na proporção e na composição As obras apresentadas a seguir Quando indagados a respeito representações figurativas que os esse estilo de representação,
dos elementos gráficos. evidenciam o encanto com que dos desenhos, os autores Wajãpi do Amapá também realizam experimentado pela geração mais
Na decoração do corpo – os Wajãpi se apropriaram do podem até enumerar os padrões hoje e que denominam -a’ãga, jovem, há muito pouco tempo, no
especialmente das costas e das recurso da cor, que viabiliza a utilizados na composição, mas “imagens”. Esse termo, também contexto da escola.
pernas – e nos desenhos imbricação ou a repetição de nunca atribuem um significado utilizado para as fotografias, indica
espontâneos sobre papel, padrões básicos, obtendo-se ao conjunto, dizendo se tratar, que algo da pessoa ou do objeto
os padrões kusiwa não são resultados que a sobreposição sempre e apenas, de kusiwa. representado – seu princípio vital –
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 54 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 55

detalhe de detalhes de
composição. composições de
parua wajãpi, ™ººº. padrões kusiwa.

Composições a partir do reproduzidos isoladamente, preto/vermelho da pintura do


repertório de padrões mas associados entre si para corpo não permitiria.
Os desenhos apresentados no formar composições complexas. Se as formas de reprodução
catálogo de padrões gráficos foram É praticamente impossível do grafismo wajãpi se adaptaram
realizados, em folhas de papel, encontrar duas pessoas com o a novos suportes e novas técnicas,
com o mesmo cuidado que se mesmo conjunto de padrões os conteúdos transmitidos por
tivessem sido aplicados no corpo. pintados em seus corpos. esta tradição gráfica também estão
Os Wajãpi julgam a beleza dos Nos desenhos feitos em novos incorporando novos temas ou
kusiwa a partir de critérios que suportes, essas composições nunca objetos para a representação,
valorizam a firmeza do traço – se repetem. Folhas de papel como a bandeira nacional, algumas
sem respingo nem manchas – brancas ou coloridas, canetas e letras do alfabeto, logomarcas
e o acabamento – ângulos dos tintas diversificadas ampliaram de roupas etc. No entanto,
padrões corretamente fechados. as possibilidades de desdobramento as composições continuam Essa arte decorativa, que se fazem presentes no desenho.
Qualquer que seja o suporte, e de combinação de padrões marcadas pela associação de potencializa o prazer estético da Trazer a alma de seres representados
procuram sempre preencher gráficos, valorizando tanto elementos básicos e pela abstração decomposição e recomposição de em desenhos não era parte da
completamente o espaço o conhecimento do repertório característica da linguagem elementos de um repertório, é tradição ou do interesse dos Wajãpi
disponível, o que exige controle como a expressão individual. gráfica dos Wajãpi do Amapá. completamente diferente das e muitos adultos ainda desprezam
na proporção e na composição As obras apresentadas a seguir Quando indagados a respeito representações figurativas que os esse estilo de representação,
dos elementos gráficos. evidenciam o encanto com que dos desenhos, os autores Wajãpi do Amapá também realizam experimentado pela geração mais
Na decoração do corpo – os Wajãpi se apropriaram do podem até enumerar os padrões hoje e que denominam -a’ãga, jovem, há muito pouco tempo, no
especialmente das costas e das recurso da cor, que viabiliza a utilizados na composição, mas “imagens”. Esse termo, também contexto da escola.
pernas – e nos desenhos imbricação ou a repetição de nunca atribuem um significado utilizado para as fotografias, indica
espontâneos sobre papel, padrões básicos, obtendo-se ao conjunto, dizendo se tratar, que algo da pessoa ou do objeto
os padrões kusiwa não são resultados que a sobreposição sempre e apenas, de kusiwa. representado – seu princípio vital –
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 56 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 57

winipi’i wajãpi, ™ººº. winipi’i wajãpi, ™ººº.


matupi wajãpi, ™ººº. matupi wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 56 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 57

winipi’i wajãpi, ™ººº. winipi’i wajãpi, ™ººº.


matupi wajãpi, ™ººº. matupi wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 58 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 59

tarakuã’si wajãpi, ™ººº. emyra wajãpi, ™ººº. emyra wajãpi, ™ººº. parua wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 58 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 59

tarakuã’si wajãpi, ™ººº. emyra wajãpi, ™ººº. emyra wajãpi, ™ººº. parua wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 60 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 61

jamy wajãpi, ™ººº. jamy wajãpi, ™ººº.

makarato wajãpi, ™ººº. tua wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 60 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 61

jamy wajãpi, ™ººº. jamy wajãpi, ™ººº.

makarato wajãpi, ™ººº. tua wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 62 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 63

sem autor.

katirina wajãpi, ™ººº. wynamea wajãpi, ™ººº.

morapi wajãpi, ¡ªª¢.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 62 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 63

sem autor.

katirina wajãpi, ™ººº. wynamea wajãpi, ™ººº.

morapi wajãpi, ¡ªª¢.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 64 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 65

jawarua wajãpi, ™ººº. namaira wajãpi, ™ººº.


mikiuku wajãpi, ™ººº. viseni wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 64 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 65

jawarua wajãpi, ™ººº. namaira wajãpi, ™ººº.


mikiuku wajãpi, ™ººº. viseni wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 66 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 67

muruti wajãpi, ™ººº. werena wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ™ºº¡. emyra wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 66 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 67

muruti wajãpi, ™ººº. werena wajãpi, ™ººº. siro wajãpi, ™ºº¡. emyra wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 68 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 69

sara wajãpi, ™ººº. nekuia wajãpi, ¡ª•£.

sara wajãpi, ™ººº. sara wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 68 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 69

sara wajãpi, ™ººº. nekuia wajãpi, ¡ª•£.

sara wajãpi, ™ººº. sara wajãpi, ™ººº.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 70 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 71

werena wajãpi, ¡ª•£.

mikiuku wajãpi, ™ººº. we’i wajãpi, ™ººº. werena wajãpi, ¡ª•£.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 70 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 71

werena wajãpi, ¡ª•£.

mikiuku wajãpi, ™ººº. we’i wajãpi, ™ººº. werena wajãpi, ¡ª•£.


dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 72 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 73

miwã wajãpi, ¡ª•£. mikiuku wajãpi, ™ººº. pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£. pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 72 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 73

miwã wajãpi, ¡ª•£. mikiuku wajãpi, ™ººº. pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£. pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 74 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 75

pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£. pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£. jamy wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 74 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 75

pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£. pitika e anisio wajãpi, ¡ª•£. jamy wajãpi, ™ººº. waivisi wajãpi, ™ººº.
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 76 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 77

paranawari, chefe aplicando a pintura


do pypyiny. foto: de urucum. foto:
dominique t. dominique t.
gallois. gallois.

abaixo
DEPOSITÁRIOS preparação de tinta
de urucum. foto:
DA TRADIÇÃO marina weis.

lista de grupos locais


Aramirã - Pinoty - Purakenupã:
Kumare, Ajãreaty, Taoka, Suinã,
S egundo diagnóstico realizado
pelos pesquisadores que vêm
atuando e assessorando os Wajãpi
Pisika, Sisiwa, Ororiwo, Pororipa do Amapá (equipe do Programa
Wajãpi/ Iepé e do NHII-USP) FATORES
Akaju - Yvyrareta há três fatores de risco para a DE RISCO DE
Jasitu, Kuruari, Nawyka, Karota continuidade e durabilidade das
formas de expressão gráfica e de
DESAPARECIMENTO
Manilha - CTA - transmissão oral dos Wajãpi do
Jakareakãgoka - Ytuwasu Amapá, descritos a seguir:
Sa’ku, Waivigatu, Jawaton, Pamy,
Porã, Matia, Kanyra, Jurara, Turu, As pressões crescentes

E m todas as aldeias, os grupos


familiares podem identificar
quem são seus respectivos
de transmitir os conhecimentos
herdados do tempo antigo.
Os jovens, que sentem estarem
Roman, Taruku, Warakupirã

Taitetuwa - Pypyiny
no seu entorno
Embora este grupo viva numa
terra que, segundo a legislação
a sustentabilidade de seu modo
de vida nesse território.

“especialistas” na arte de narrar perdendo esta capacidade, Matapi, Kaiku, Seremete, Pupira, brasileira, lhes foi reservada Desinteresse dos jovens pelos
ou de elaborar as mais belas costumam dizer que jovijã são Paranawari, Kapu’a, Patuku, Atõga, para uso exclusivo, as pressões acervos e pelas práticas
composições gráficas. A princípio, aqueles que sabem “dizer”, ou seja, Jereman, Piriri, Araperu crescentes no seu entorno se tradicionais, em função de sua
os idosos – homens e mulheres enunciar esses conhecimentos nos fazem sentir não apenas através aproximação crescente com modos
entre 40 e 60 anos – são padrões estéticos ainda valorizados Mariry - Okakai - Kumakary de impactos sociais e ambientais, de vida da população não-
depositários da tradição. São por todos os Wajãpi do Amapá. Waiwai, Werena, Parua, Kasiripinã, mas, sobretudo, através da indígena, que continua vendo a
pessoas designadas como jovijãkõ, No quadro as seguir, estão as Taema, Wyrakatu, Mekuja, Taremã, desvalorização dos conhecimentos diferença cultural dos Wajãpi com
“nossos líderes”, ou seja, aqueles 53 pessoas consideradas “sábias”, Kujuri, Juramy, Emyra, Waivisi, e práticas culturais que olhar e reações preconceituosas.
que conhecem e têm capacidade como indica a categoria jovijãkõ. Pajari, To’a, Teju, Nairu, Siro, Nawai. asseguraram, durante gerações, Essa discriminação tem levado
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 76 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 77

paranawari, chefe aplicando a pintura


do pypyiny. foto: de urucum. foto:
dominique t. dominique t.
gallois. gallois.

abaixo
DEPOSITÁRIOS preparação de tinta
de urucum. foto:
DA TRADIÇÃO marina weis.

lista de grupos locais


Aramirã - Pinoty - Purakenupã:
Kumare, Ajãreaty, Taoka, Suinã,
S egundo diagnóstico realizado
pelos pesquisadores que vêm
atuando e assessorando os Wajãpi
Pisika, Sisiwa, Ororiwo, Pororipa do Amapá (equipe do Programa
Wajãpi/ Iepé e do NHII-USP) FATORES
Akaju - Yvyrareta há três fatores de risco para a DE RISCO DE
Jasitu, Kuruari, Nawyka, Karota continuidade e durabilidade das
formas de expressão gráfica e de
DESAPARECIMENTO
Manilha - CTA - transmissão oral dos Wajãpi do
Jakareakãgoka - Ytuwasu Amapá, descritos a seguir:
Sa’ku, Waivigatu, Jawaton, Pamy,
Porã, Matia, Kanyra, Jurara, Turu, As pressões crescentes

E m todas as aldeias, os grupos


familiares podem identificar
quem são seus respectivos
de transmitir os conhecimentos
herdados do tempo antigo.
Os jovens, que sentem estarem
Roman, Taruku, Warakupirã

Taitetuwa - Pypyiny
no seu entorno
Embora este grupo viva numa
terra que, segundo a legislação
a sustentabilidade de seu modo
de vida nesse território.

“especialistas” na arte de narrar perdendo esta capacidade, Matapi, Kaiku, Seremete, Pupira, brasileira, lhes foi reservada Desinteresse dos jovens pelos
ou de elaborar as mais belas costumam dizer que jovijã são Paranawari, Kapu’a, Patuku, Atõga, para uso exclusivo, as pressões acervos e pelas práticas
composições gráficas. A princípio, aqueles que sabem “dizer”, ou seja, Jereman, Piriri, Araperu crescentes no seu entorno se tradicionais, em função de sua
os idosos – homens e mulheres enunciar esses conhecimentos nos fazem sentir não apenas através aproximação crescente com modos
entre 40 e 60 anos – são padrões estéticos ainda valorizados Mariry - Okakai - Kumakary de impactos sociais e ambientais, de vida da população não-
depositários da tradição. São por todos os Wajãpi do Amapá. Waiwai, Werena, Parua, Kasiripinã, mas, sobretudo, através da indígena, que continua vendo a
pessoas designadas como jovijãkõ, No quadro as seguir, estão as Taema, Wyrakatu, Mekuja, Taremã, desvalorização dos conhecimentos diferença cultural dos Wajãpi com
“nossos líderes”, ou seja, aqueles 53 pessoas consideradas “sábias”, Kujuri, Juramy, Emyra, Waivisi, e práticas culturais que olhar e reações preconceituosas.
que conhecem e têm capacidade como indica a categoria jovijãkõ. Pajari, To’a, Teju, Nairu, Siro, Nawai. asseguraram, durante gerações, Essa discriminação tem levado
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 78 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 79

waiwai, chefe de pintura dorsal


mariry. foto: e facial.
dominique t. foto: dominique
gallois. t. gallois.

abaixo, à esquerda
pintura dorsal.
foto: marina weis.

abaixo, à direita
desenhando com
jenipapo.
foto: dominique
t. gallois.

muitos jovens a esconder e Tal descentramento da produção de registro e de transmissão de ou desenho produzido com
depreciar sua identidade indígena, cultural – quando passa a ser saber. E é nesse processo que os instrumental variado, em pedras,
levando alguns a crises profundas direcionada e/ou integrada ao acervos culturais tradicionais e, cerâmica, ou ainda no corpo, para
de angústia e/ou disputas com sistema de informação e de em particular, suas variadas formas fins decorativos ou terapêuticos.
os adultos, que resultaram até consumo mais amplos – costuma de linguagem não escrita, como Hoje, kusiwa – literalmente,
em suicídios. resultar no enfraquecimento das o sistema gráfico kusiwa, “o caminho do risco” – também
lealdades culturais (cfr. P. Montero, encontram-se ameaçados. refere-se à escrita.
Risco de folclorização e de 1998). É exatamente este A ampliação de significados Noções complexas como esta,
mercantilização dos saberes processo que está ocorrendo atribuídos ao termo kusiwa quando transpostas ao único espaço
tradicionais entre os Wajãpi do Amapá. representa, por si só, um desafio da escola, acabam por reduzir
esvaziamento dos seus conteúdos Verifica-se, entretanto, um para os jovens Wajãpi que a abrangência dos contextos de
simbólicos, especialmente os intenso trabalho de reflexão para freqüentam a escola, considerando significação que o termo expressa.
significados e usos do sistema controlar a difícil passagem as múltiplas transposições O mesmo processo está ocorrendo
gráfico kusiwa, decorrente de sua “dos kusiwa à escrita”. Por estarem conceituais que a expressão carrega com o termo ayvu, a “palavra”,
excessiva exposição ou difusão muito envolvidos nos programas e que não estão simetricamente “os ditos”. O termo refere-se a
a públicos externos, sem que os de alfabetização bilíngüe, a maior disponíveis quando se passa de uma prática carregada de sentidos
detentores desses saberes e usuários parte dos jovens vem procurando uma cultura a outra. e vinculada à transmissão oral de
dessas práticas possam se contrapor traduzir conhecimentos e adaptar O termo kusiwa refere-se ao conhecimentos e de reflexões, que
às iniciativas danosas, seja por novos instrumentos para o “dente da cotia”, akusi, utilizado se encontra ameaçada pelo impacto
falta de compreensão do sistema seu próprio universo conceitual. pelos antigos Wajãpi como da escola convencional, que não
mercantil e dos impactos da Estão particularmente interessados instrumento para fazer incisões. costuma valorizar essa forma de
globalização, seja por interesse em se apropriar da escrita, Kusi era o vocábulo antes expressão cultural.
imediatista em comercializar considerando o poder que nossa exclusivamente utilizado para
elementos de sua cultura. sociedade atribui a essa forma designar qualquer traço, risco
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waiwai, chefe de pintura dorsal


mariry. foto: e facial.
dominique t. foto: dominique
gallois. t. gallois.

abaixo, à esquerda
pintura dorsal.
foto: marina weis.

abaixo, à direita
desenhando com
jenipapo.
foto: dominique
t. gallois.

muitos jovens a esconder e Tal descentramento da produção de registro e de transmissão de ou desenho produzido com
depreciar sua identidade indígena, cultural – quando passa a ser saber. E é nesse processo que os instrumental variado, em pedras,
levando alguns a crises profundas direcionada e/ou integrada ao acervos culturais tradicionais e, cerâmica, ou ainda no corpo, para
de angústia e/ou disputas com sistema de informação e de em particular, suas variadas formas fins decorativos ou terapêuticos.
os adultos, que resultaram até consumo mais amplos – costuma de linguagem não escrita, como Hoje, kusiwa – literalmente,
em suicídios. resultar no enfraquecimento das o sistema gráfico kusiwa, “o caminho do risco” – também
lealdades culturais (cfr. P. Montero, encontram-se ameaçados. refere-se à escrita.
Risco de folclorização e de 1998). É exatamente este A ampliação de significados Noções complexas como esta,
mercantilização dos saberes processo que está ocorrendo atribuídos ao termo kusiwa quando transpostas ao único espaço
tradicionais entre os Wajãpi do Amapá. representa, por si só, um desafio da escola, acabam por reduzir
esvaziamento dos seus conteúdos Verifica-se, entretanto, um para os jovens Wajãpi que a abrangência dos contextos de
simbólicos, especialmente os intenso trabalho de reflexão para freqüentam a escola, considerando significação que o termo expressa.
significados e usos do sistema controlar a difícil passagem as múltiplas transposições O mesmo processo está ocorrendo
gráfico kusiwa, decorrente de sua “dos kusiwa à escrita”. Por estarem conceituais que a expressão carrega com o termo ayvu, a “palavra”,
excessiva exposição ou difusão muito envolvidos nos programas e que não estão simetricamente “os ditos”. O termo refere-se a
a públicos externos, sem que os de alfabetização bilíngüe, a maior disponíveis quando se passa de uma prática carregada de sentidos
detentores desses saberes e usuários parte dos jovens vem procurando uma cultura a outra. e vinculada à transmissão oral de
dessas práticas possam se contrapor traduzir conhecimentos e adaptar O termo kusiwa refere-se ao conhecimentos e de reflexões, que
às iniciativas danosas, seja por novos instrumentos para o “dente da cotia”, akusi, utilizado se encontra ameaçada pelo impacto
falta de compreensão do sistema seu próprio universo conceitual. pelos antigos Wajãpi como da escola convencional, que não
mercantil e dos impactos da Estão particularmente interessados instrumento para fazer incisões. costuma valorizar essa forma de
globalização, seja por interesse em se apropriar da escrita, Kusi era o vocábulo antes expressão cultural.
imediatista em comercializar considerando o poder que nossa exclusivamente utilizado para
elementos de sua cultura. sociedade atribui a essa forma designar qualquer traço, risco
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página ao lado
pintura facial.
foto: dominique
t. gallois.

APRESENTAÇÃO

O VALOR DAS FORMAS


DE EXPRESSÃO O sistema gráfico kusiwa opera
como um catalisador para a
expressão de conhecimentos e de
da complexa cosmologia a que este
grupo indígena da Amazônia
brasileira se reporta para
O sistema gráfico kusiwa
constitui, portanto, uma linguagem
que sintetiza o modo particular
GRÁFICAS E ORAIS práticas que envolvem desde interpretar e agir sobre distintos como os Wajãpi do Amapá
relações sociais, crenças religiosas domínios do universo, terrestre, conhecem, concebem e agem sobre
DOS WAJÃPI e tecnologias, até valores estéticos e celeste, aquático etc. o universo. É potencializado pelos
morais. O excepcional valor desta Na vida dos Wajãpi do Amapá, saberes transmitidos oralmente, que
forma de expressão está na a presença de seres não humanos que contextualizam a origem e os efeitos
capacidade de condensar, compartilham modos de vida social dos grafismos, usados para decorar
transmitir e renovar – por meio da e circulam nos mesmos espaços está corpos e objetos, combinando
criatividade dos desenhistas e dos posta desde a origem dos tempos e padrões em composições
narradores – todos os elementos continua manifestando-se no dia- criadas individualmente que
particulares e únicos de um modo a-dia. Nas atividades diárias nunca se repetem.
de pensar e de estar no mundo, realizadas nas roças e na floresta, Trata-se, entretanto, de uma
próprio dos Wajãpi do Amapá. nos modos de preparar alimentos, linguagem gráfica que não tem por
Partindo do pressuposto de que nos cuidados com as crianças, nas única função a decoração corporal
conhecimento é uma das principais restrições alimentares e de acesso ou o embelezamento de objetos,
modalidades da cultura, o sistema a certos ambientes, nos sonhos, nem se limita à expressão da
gráfico kusiwa constitui uma na música etc., manifesta-se um identidade étnica. Os grafismos
expressão cultural excepcional e elo profundo entre todos os seres kusiwa têm, sobretudo, uma eficácia
absolutamente particular do grupo que compartilham os mesmos simbólica que atualiza
Wajãpi do Amapá. Seu uso ambientes. E é deste elo que permanentemente um modo
cotidiano e seu valor estético são “falam” os grafismos kusiwa e as diferenciado de pensar e de
capazes de condensar elementos narrativas que os complementam. experimentar a relação com
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página ao lado
pintura facial.
foto: dominique
t. gallois.

APRESENTAÇÃO

O VALOR DAS FORMAS


DE EXPRESSÃO O sistema gráfico kusiwa opera
como um catalisador para a
expressão de conhecimentos e de
da complexa cosmologia a que este
grupo indígena da Amazônia
brasileira se reporta para
O sistema gráfico kusiwa
constitui, portanto, uma linguagem
que sintetiza o modo particular
GRÁFICAS E ORAIS práticas que envolvem desde interpretar e agir sobre distintos como os Wajãpi do Amapá
relações sociais, crenças religiosas domínios do universo, terrestre, conhecem, concebem e agem sobre
DOS WAJÃPI e tecnologias, até valores estéticos e celeste, aquático etc. o universo. É potencializado pelos
morais. O excepcional valor desta Na vida dos Wajãpi do Amapá, saberes transmitidos oralmente, que
forma de expressão está na a presença de seres não humanos que contextualizam a origem e os efeitos
capacidade de condensar, compartilham modos de vida social dos grafismos, usados para decorar
transmitir e renovar – por meio da e circulam nos mesmos espaços está corpos e objetos, combinando
criatividade dos desenhistas e dos posta desde a origem dos tempos e padrões em composições
narradores – todos os elementos continua manifestando-se no dia- criadas individualmente que
particulares e únicos de um modo a-dia. Nas atividades diárias nunca se repetem.
de pensar e de estar no mundo, realizadas nas roças e na floresta, Trata-se, entretanto, de uma
próprio dos Wajãpi do Amapá. nos modos de preparar alimentos, linguagem gráfica que não tem por
Partindo do pressuposto de que nos cuidados com as crianças, nas única função a decoração corporal
conhecimento é uma das principais restrições alimentares e de acesso ou o embelezamento de objetos,
modalidades da cultura, o sistema a certos ambientes, nos sonhos, nem se limita à expressão da
gráfico kusiwa constitui uma na música etc., manifesta-se um identidade étnica. Os grafismos
expressão cultural excepcional e elo profundo entre todos os seres kusiwa têm, sobretudo, uma eficácia
absolutamente particular do grupo que compartilham os mesmos simbólica que atualiza
Wajãpi do Amapá. Seu uso ambientes. E é deste elo que permanentemente um modo
cotidiano e seu valor estético são “falam” os grafismos kusiwa e as diferenciado de pensar e de
capazes de condensar elementos narrativas que os complementam. experimentar a relação com
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wajãpi do rio tecelagem de uma


araguari em ¡•¶§. tipóia. foto:
jules crevaux. de dominique
cayenne aux andes, t. gallois.
¡•¶§-¡•¶ª. paris,
ed. phébus, ¡ª•¶.

o outro, seja este animal, vegetal, portanto, a um processo cultural Wajãpi do Amapá desenham,
humano ou não humano, índio vivo, ou seja, dinamicamente é notável a segurança no traço,
ou não índio, parceiro ou inimigo. enriquecido pela experiência de comparável à fluidez discursiva
Assim, o sistema gráfico e as sucessivas gerações. e à capacidade de construir
narrativas acopladas não Se a relação do sistema gráfico narrativas sempre atualizadas.
expressam apenas taxinomias, com a mitologia é evidente, não É nesta capacidade criativa da
crenças e sentimentos, mas deixa de ser extremamente expressão gráfica e oral que se deve
também processos históricos, complexa. Sem dúvida, a mitologia buscar correspondências e
que continuam validando os pode ser considerada como o ponto complementaridade. Ou seja, não
modos particulares de conhecer de convergência dos múltiplos se trata de se perguntar “o quê”
que os Wajãpi do Amapá utilizam aspectos da experiência e dos desenhos e mitos devem continuar
para se situar no mundo sentimentos que movimentam a significando, mas de se perguntar
contemporâneo. Eles contêm, cultura de um povo: relações com Os mitos são enunciados que “como” eles podem continuar
ao mesmo tempo, um saber sobre o ambiente natural, relações de dependem da vivência de cada um; a criar significados culturais.
as origens e o destino da parentesco, relações políticas, são ditos, não são textos. Como são Como definiu Lévi-Strauss
humanidade, preceitos morais e crenças e práticas religiosas, usos falas situadas, importa saber por (1963), os mitos constituem o
valores estéticos, assim como todo e costumes diversos. É nesse que tal pessoa contou determinada discurso de uma sociedade, para
um conjunto de conhecimentos sentido que a transmissão das história neste e naquele momento, o qual não há um emissor pessoal,
práticos para o manejo do seu narrativas míticas é complementar produzindo enunciados sempre já que todo mito remete a um
próprio meio-ambiente. à expressão gráfica; esta não é novos. Da mesma forma, a arte de outro mito, do qual retoma
Também armazenam a história apenas a “ilustração” da mitologia combinar padrões kusiwa, aplicados elementos para reorganizá-los,
de suas relações com outros grupos e nem a mitologia é “legenda” no corpo, em objetos ou em folhas como se faz na bricolagem.
da região, incluindo a população dos padrões gráficos (cfr. Barcelos de papel, resulta sempre em Não se deve procurar portanto,
não-indígena. Remetem, Neto, 1999). composições inéditas. Quando os numa narrativa ou numa
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wajãpi do rio tecelagem de uma


araguari em ¡•¶§. tipóia. foto:
jules crevaux. de dominique
cayenne aux andes, t. gallois.
¡•¶§-¡•¶ª. paris,
ed. phébus, ¡ª•¶.

o outro, seja este animal, vegetal, portanto, a um processo cultural Wajãpi do Amapá desenham,
humano ou não humano, índio vivo, ou seja, dinamicamente é notável a segurança no traço,
ou não índio, parceiro ou inimigo. enriquecido pela experiência de comparável à fluidez discursiva
Assim, o sistema gráfico e as sucessivas gerações. e à capacidade de construir
narrativas acopladas não Se a relação do sistema gráfico narrativas sempre atualizadas.
expressam apenas taxinomias, com a mitologia é evidente, não É nesta capacidade criativa da
crenças e sentimentos, mas deixa de ser extremamente expressão gráfica e oral que se deve
também processos históricos, complexa. Sem dúvida, a mitologia buscar correspondências e
que continuam validando os pode ser considerada como o ponto complementaridade. Ou seja, não
modos particulares de conhecer de convergência dos múltiplos se trata de se perguntar “o quê”
que os Wajãpi do Amapá utilizam aspectos da experiência e dos desenhos e mitos devem continuar
para se situar no mundo sentimentos que movimentam a significando, mas de se perguntar
contemporâneo. Eles contêm, cultura de um povo: relações com Os mitos são enunciados que “como” eles podem continuar
ao mesmo tempo, um saber sobre o ambiente natural, relações de dependem da vivência de cada um; a criar significados culturais.
as origens e o destino da parentesco, relações políticas, são ditos, não são textos. Como são Como definiu Lévi-Strauss
humanidade, preceitos morais e crenças e práticas religiosas, usos falas situadas, importa saber por (1963), os mitos constituem o
valores estéticos, assim como todo e costumes diversos. É nesse que tal pessoa contou determinada discurso de uma sociedade, para
um conjunto de conhecimentos sentido que a transmissão das história neste e naquele momento, o qual não há um emissor pessoal,
práticos para o manejo do seu narrativas míticas é complementar produzindo enunciados sempre já que todo mito remete a um
próprio meio-ambiente. à expressão gráfica; esta não é novos. Da mesma forma, a arte de outro mito, do qual retoma
Também armazenam a história apenas a “ilustração” da mitologia combinar padrões kusiwa, aplicados elementos para reorganizá-los,
de suas relações com outros grupos e nem a mitologia é “legenda” no corpo, em objetos ou em folhas como se faz na bricolagem.
da região, incluindo a população dos padrões gráficos (cfr. Barcelos de papel, resulta sempre em Não se deve procurar portanto,
não-indígena. Remetem, Neto, 1999). composições inéditas. Quando os numa narrativa ou numa
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detalhe de a festa do peixe


composição pacu. foto:
gráfica. karaviju dominique t.
wajãpi, ™ººº. gallois.

abaixo
a narração de mitos.
foto: dominique
t. gallois.

os elementos do cosmos, às relações atualizados na memória coletiva dos Não é a linguagem em abstrato
entre humanos e não humanos etc. Wajãpi do Amapá, a respeito das que interessa salvaguardar ou
Segundo E. Samain, os moroneta interrelações entre todos os revitalizar, mas seus modos de
(mitos e, ao mesmo tempo, distintos seres – humanos e não execução – ou seja, sua capacidade
desenhos) dos índios kamayurás do humanos, Wajãpi e não Wajãpi – de combinação e atualização – em
Xingu também são “figuras de uma que compartilham seu mundo. conformidade com uma tradição
realidade, presente e ausente, sem O valor excepcional desta forma reconhecida pelos membros mais
a qual não teriam existência e, de expressão gráfica deriva de sua idosos do grupo Wajãpi do Amapá.
ao mesmo tempo, os espelhos capacidade de gerar infinitas Como são formas de expressão e
necessários sem os quais não se composições, criações sempre comunicação desenvolvidas em
poderia nem pensar nem recriar inéditas, elaboradas a partir de um conformidade com padrões
a atualidade” (1991:77). repertório de temas e motivos que de qualidade, são esses padrões
composição de padrões kusiwa, Arte gráfica e arte verbal podem, testemunha a relação particular que devem ser preservados.
o reflexo de alguma instituição ou efetivamente, ser descritas como artes construída por este grupo com Cabe ressaltar mais uma vez que,
alguma relação específica de ordem de caráter efêmero, e é justamente seu meio social e ambiental. tanto no sistema gráfico como na
causal com determinado ser, visível essa característica que lhes confere A decoração da pele, de objetos enunciação de narrativas do corpus
ou invisível. Entre os Wajãpi do valor, por corresponder a ou de folhas de papel abre a mítico, não há cânone, nem
Amapá, as narrativas (ayvu kwer – mecanismos cognitivos que refletem possibilidade de múltiplas fixidez. Assim sendo, não se trata
“palavras ditas”) não são a visão e os sentidos ativados para combinações, tanto quanto estão de reproduzir, mas sim de
consideradas réplicas de uma a produção de discursos estéticos sempre abertas as alternativas para compor, interpretar, para
realidade, mas interpretações particulares (cf. Van Velthem, interpretar, oral e localmente, comunicar algo novo. Esta forma
particulares que, pelo seu acúmulo 2002). São, portanto, os experiências de relacionamento de expressão gráfica e oral
e combinações, dão sentido e operadores por excelência de entre os seres e grupos que constitui, portanto, seu próprio
fundamento aos saberes sobre saberes acumulados e sempre habitam esse mundo. arcabouço transformativo.
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detalhe de a festa do peixe


composição pacu. foto:
gráfica. karaviju dominique t.
wajãpi, ™ººº. gallois.

abaixo
a narração de mitos.
foto: dominique
t. gallois.

os elementos do cosmos, às relações atualizados na memória coletiva dos Não é a linguagem em abstrato
entre humanos e não humanos etc. Wajãpi do Amapá, a respeito das que interessa salvaguardar ou
Segundo E. Samain, os moroneta interrelações entre todos os revitalizar, mas seus modos de
(mitos e, ao mesmo tempo, distintos seres – humanos e não execução – ou seja, sua capacidade
desenhos) dos índios kamayurás do humanos, Wajãpi e não Wajãpi – de combinação e atualização – em
Xingu também são “figuras de uma que compartilham seu mundo. conformidade com uma tradição
realidade, presente e ausente, sem O valor excepcional desta forma reconhecida pelos membros mais
a qual não teriam existência e, de expressão gráfica deriva de sua idosos do grupo Wajãpi do Amapá.
ao mesmo tempo, os espelhos capacidade de gerar infinitas Como são formas de expressão e
necessários sem os quais não se composições, criações sempre comunicação desenvolvidas em
poderia nem pensar nem recriar inéditas, elaboradas a partir de um conformidade com padrões
a atualidade” (1991:77). repertório de temas e motivos que de qualidade, são esses padrões
composição de padrões kusiwa, Arte gráfica e arte verbal podem, testemunha a relação particular que devem ser preservados.
o reflexo de alguma instituição ou efetivamente, ser descritas como artes construída por este grupo com Cabe ressaltar mais uma vez que,
alguma relação específica de ordem de caráter efêmero, e é justamente seu meio social e ambiental. tanto no sistema gráfico como na
causal com determinado ser, visível essa característica que lhes confere A decoração da pele, de objetos enunciação de narrativas do corpus
ou invisível. Entre os Wajãpi do valor, por corresponder a ou de folhas de papel abre a mítico, não há cânone, nem
Amapá, as narrativas (ayvu kwer – mecanismos cognitivos que refletem possibilidade de múltiplas fixidez. Assim sendo, não se trata
“palavras ditas”) não são a visão e os sentidos ativados para combinações, tanto quanto estão de reproduzir, mas sim de
consideradas réplicas de uma a produção de discursos estéticos sempre abertas as alternativas para compor, interpretar, para
realidade, mas interpretações particulares (cf. Van Velthem, interpretar, oral e localmente, comunicar algo novo. Esta forma
particulares que, pelo seu acúmulo 2002). São, portanto, os experiências de relacionamento de expressão gráfica e oral
e combinações, dão sentido e operadores por excelência de entre os seres e grupos que constitui, portanto, seu próprio
fundamento aos saberes sobre saberes acumulados e sempre habitam esse mundo. arcabouço transformativo.
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jovens no posto detalhe padrão


aramirá. foto: pira kã’gwer.
dominique miwã, ¡ª•£.
t. gallois.

Cabe também lembrar que as


idéias e as emoções associadas a
uma história não são evocadas
S e ainda existem no Brasil 210
grupos indígenas, falantes de
mais de 180 línguas diferentes,
interétnica. Da mesma forma, suas
formas de manejo de recursos, suas
maneiras de experimentar e criar
apenas no momento da sua poucos são aqueles que ainda conhecimento técnico deixam de
narração, mas também através de utilizam e valorizam suas formas ser valorizadas diante da presença
todo um conjunto de práticas particulares de conhecer e UMA TRADIÇÃO maciça de tecnologias ocidentais
rituais, de cantos e de danças. relacionar-se com seu meio. Elas CULTURAL VIVA modernas. O que sobra, na
Assim, é essencial considerar o dependem muito de equilíbrio maioria dos casos, são fragmentos
caráter integrado das práticas social e ambiental, indispensáveis de saberes e de formas de expressão
artísticas das sociedades indígenas, para a manutenção dos sentidos e que estão rapidamente caindo em
como é o caso dos Wajãpi do das dinâmicas próprias de desuso, ou estão sendo
Amapá, para quem a arte gráfica transmissão e experimentação de folclorizadas porque destinadas
e a arte verbal não são para a e coletiva dos homens e seus sentido de uma apropriação saberes e práticas milenares. todos eles localizados nas regiões a outros usos, decorrentes da
contemplação, mas para a objetos nesses âmbitos. incorporada ao sistema de valores Condições que a maior parte da de mais recente colonização na inserção dos índios nas economias
transmissão de valores. Se os Por esta razão, é de valor e significados mais vastos. população indígena perdeu em Amazônia – que ainda mantêm de mercado e nas redes
elencos decorativos e as narrativas excepcional a capacidade de É por isso que arte gráfica e arte decorrência dos impactos do autonomia em sua capacidade de globalizadas de relações.
míticas proporcionam afirmação atualização do sistema gráfico kusiwa verbal devem ser preservadas, não convívio com a sociedade nacional criar sentidos e expressá-los a Os Wajãpi do Amapá
étnica, é muito mais como – assim como da tradição oral – como expressões de um passado, e da exclusão cultural a que vem partir de esquemas próprios. representam um entre esses raros
conseqüência do que como um que proporciona à comunidade mas como formas contemporâneas sendo submetida pelo preconceito Esse preocupante cenário ocorre grupos indígenas amazônicos que
objetivo em si. De acordo com Van meios de adaptação a novas de codificação de significados ainda enraizado no olhar e especialmente porque suas línguas até hoje conseguiu manter ativa
Velthem (2000), o objetivo é a realidades. Narrativas são culturais próprios do grupo no tratamento que os índios se vêem cada vez mais depauperadas sua cosmovisão, manifesta
compreensão do universo no seu reelaboradas, novos padrões Wajãpi do Amapá. recebem no País. frente à necessidade de utilizar especialmente em valores e
todo e nas suas diferentes partes, decorativos são apreendidos e São muito poucos os grupos a língua nacional para a práticas xamanísticas, e que esta
assim como a inserção individual reformulados, mas sempre no indígenas no Brasil – e praticamente indispensável comunicação comunidade está preocupada em
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jovens no posto detalhe padrão


aramirá. foto: pira kã’gwer.
dominique miwã, ¡ª•£.
t. gallois.

Cabe também lembrar que as


idéias e as emoções associadas a
uma história não são evocadas
S e ainda existem no Brasil 210
grupos indígenas, falantes de
mais de 180 línguas diferentes,
interétnica. Da mesma forma, suas
formas de manejo de recursos, suas
maneiras de experimentar e criar
apenas no momento da sua poucos são aqueles que ainda conhecimento técnico deixam de
narração, mas também através de utilizam e valorizam suas formas ser valorizadas diante da presença
todo um conjunto de práticas particulares de conhecer e UMA TRADIÇÃO maciça de tecnologias ocidentais
rituais, de cantos e de danças. relacionar-se com seu meio. Elas CULTURAL VIVA modernas. O que sobra, na
Assim, é essencial considerar o dependem muito de equilíbrio maioria dos casos, são fragmentos
caráter integrado das práticas social e ambiental, indispensáveis de saberes e de formas de expressão
artísticas das sociedades indígenas, para a manutenção dos sentidos e que estão rapidamente caindo em
como é o caso dos Wajãpi do das dinâmicas próprias de desuso, ou estão sendo
Amapá, para quem a arte gráfica transmissão e experimentação de folclorizadas porque destinadas
e a arte verbal não são para a e coletiva dos homens e seus sentido de uma apropriação saberes e práticas milenares. todos eles localizados nas regiões a outros usos, decorrentes da
contemplação, mas para a objetos nesses âmbitos. incorporada ao sistema de valores Condições que a maior parte da de mais recente colonização na inserção dos índios nas economias
transmissão de valores. Se os Por esta razão, é de valor e significados mais vastos. população indígena perdeu em Amazônia – que ainda mantêm de mercado e nas redes
elencos decorativos e as narrativas excepcional a capacidade de É por isso que arte gráfica e arte decorrência dos impactos do autonomia em sua capacidade de globalizadas de relações.
míticas proporcionam afirmação atualização do sistema gráfico kusiwa verbal devem ser preservadas, não convívio com a sociedade nacional criar sentidos e expressá-los a Os Wajãpi do Amapá
étnica, é muito mais como – assim como da tradição oral – como expressões de um passado, e da exclusão cultural a que vem partir de esquemas próprios. representam um entre esses raros
conseqüência do que como um que proporciona à comunidade mas como formas contemporâneas sendo submetida pelo preconceito Esse preocupante cenário ocorre grupos indígenas amazônicos que
objetivo em si. De acordo com Van meios de adaptação a novas de codificação de significados ainda enraizado no olhar e especialmente porque suas línguas até hoje conseguiu manter ativa
Velthem (2000), o objetivo é a realidades. Narrativas são culturais próprios do grupo no tratamento que os índios se vêem cada vez mais depauperadas sua cosmovisão, manifesta
compreensão do universo no seu reelaboradas, novos padrões Wajãpi do Amapá. recebem no País. frente à necessidade de utilizar especialmente em valores e
todo e nas suas diferentes partes, decorativos são apreendidos e São muito poucos os grupos a língua nacional para a práticas xamanísticas, e que esta
assim como a inserção individual reformulados, mas sempre no indígenas no Brasil – e praticamente indispensável comunicação comunidade está preocupada em
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reunião de líderes
durante a
demarcação da
terra indígena.
foto: dominique t.
gallois.
UM PROCESSO
DE AFIRMAÇÃO
IDENTITÁRIA

continuar alimentando através da


oralidade e de formas de expressão
próprias – como é o caso do
ao longo de sua vida o repertório
completo de sua tradição e
dominam a arte verbal para
N ão é da natureza dos saberes
e práticas criadoras de
significados culturais, como o
da população desse pequeno grupo
do Amapá já nasceu num contexto
em que a escrita aprendida na
utilização para marcar fronteiras
simbólicas e políticas e tornou-se,
hoje, um dos elementos mais
sistema gráfico kusiwa. Esta situação transmiti-la – totalizam menos sistema gráfico e a arte verbal dos escola para dar conta de saberes significativos da auto-imagem
privilegiada está em constante de 7% da população, existindo Wajãpi do Amapá, serem associados “dos brancos”, do dinheiro etc. construída pelos Wajãpi.
desequilíbrio nos últimos anos, até mesmo aldeias em que não à identidade. Nem era sua função é percebida como prática cotidiana O sistema é uma referência
podendo ruir logo adiante, em há mais nenhuma pessoa que ou característica constituírem-se mais atraente do que o modo de por carregar uma idéia de verdade,
meio às próximas gerações, quando assim possa ser considerada. como “patrimônio”, mas os vida dos “antigos”. consensualmente aceita e
se terão perdido as condições Todos admitem que, atualmente, impactos das transformações É também nesse contexto, transmitida há gerações. Verdade
indispensáveis para a sua apenas esses poucos homens e sociais, ambientais e econômicas entretanto, que a arte gráfica e as que é agora conscientemente
significação e a sua transmissão. mulheres idosos conhecem o a que estão sendo submetidos vêm tradições orais acopladas passam a valorizada como parte do conjunto
Na vivência da maior parte da repertório e sabem executá-lo fortalecendo o entendimento da ser reconhecidas como suportes de manifestações e representações
população Wajãpi do Amapá, o perder, em poucos anos, com a de acordo com padrões de diferença que sua condição de exemplares para a expressão de um que os Wajãpi do Amapá
sistema gráfico é a principal morte inevitável dos velhos, os qualidade (qualidade embasada “índios” representa. Afinal, há repertório diferenciado de saberes, constroem para se diferenciar não
referência para a estética e saberes pontos de referência de uma em conhecimento difuso 30 anos são vítimas de invasões, sendo percebidas como exclusivas apenas da população não-indígena
cosmológicos que seus ancestrais cultura que sentem a necessidade e compartilhamento estético, destruição de suas terras e perda do grupo. Do ponto de vista dos da região, mas de todos os
vêm lhes transmitindo há gerações. de preservar, para enfatizar sua que é ainda reconhecida pela de qualidade de vida devido a sua Wajãpi do Amapá, o sistema gráfico demais grupos indígenas,
Mas há, atualmente, entre eles, diferença, argumentar demandas maioria dos adultos). crescente dependência da kusiwa tem valor excepcional, inclusive de seus distantes parentes
a consciência de que, com o políticas etc. Essa constatação é uma, entre economia de mercado. justamente por evidenciar um Wajãpi da Guiana Francesa.
reduzido número de pessoas mais Com base nos censos outras evidências, de uma No bojo dessas rápidas “estilo próprio” e ser uma
idosas, e com o desinteresse cada demográficos, os professores profunda crise de identidade transformações processam-se expressão adequada para enunciar
vez maior dos adolescentes nos indígenas calcularam que os e da angústia diante da também, de forma acelerada, a especificidade cultural dessa
padrões éticos, estéticos e religiosos indivíduos tratados como jovijã – iminente perda da capacidade significativas mudanças de valores comunidade. Sua valorização
tradicionais, correm o risco de se chefes, sábios, que aprenderam de transmitir a tradição. na nova geração. Mais da metade interna tem crescido com sua
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 88 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 89

reunião de líderes
durante a
demarcação da
terra indígena.
foto: dominique t.
gallois.
UM PROCESSO
DE AFIRMAÇÃO
IDENTITÁRIA

continuar alimentando através da


oralidade e de formas de expressão
próprias – como é o caso do
ao longo de sua vida o repertório
completo de sua tradição e
dominam a arte verbal para
N ão é da natureza dos saberes
e práticas criadoras de
significados culturais, como o
da população desse pequeno grupo
do Amapá já nasceu num contexto
em que a escrita aprendida na
utilização para marcar fronteiras
simbólicas e políticas e tornou-se,
hoje, um dos elementos mais
sistema gráfico kusiwa. Esta situação transmiti-la – totalizam menos sistema gráfico e a arte verbal dos escola para dar conta de saberes significativos da auto-imagem
privilegiada está em constante de 7% da população, existindo Wajãpi do Amapá, serem associados “dos brancos”, do dinheiro etc. construída pelos Wajãpi.
desequilíbrio nos últimos anos, até mesmo aldeias em que não à identidade. Nem era sua função é percebida como prática cotidiana O sistema é uma referência
podendo ruir logo adiante, em há mais nenhuma pessoa que ou característica constituírem-se mais atraente do que o modo de por carregar uma idéia de verdade,
meio às próximas gerações, quando assim possa ser considerada. como “patrimônio”, mas os vida dos “antigos”. consensualmente aceita e
se terão perdido as condições Todos admitem que, atualmente, impactos das transformações É também nesse contexto, transmitida há gerações. Verdade
indispensáveis para a sua apenas esses poucos homens e sociais, ambientais e econômicas entretanto, que a arte gráfica e as que é agora conscientemente
significação e a sua transmissão. mulheres idosos conhecem o a que estão sendo submetidos vêm tradições orais acopladas passam a valorizada como parte do conjunto
Na vivência da maior parte da repertório e sabem executá-lo fortalecendo o entendimento da ser reconhecidas como suportes de manifestações e representações
população Wajãpi do Amapá, o perder, em poucos anos, com a de acordo com padrões de diferença que sua condição de exemplares para a expressão de um que os Wajãpi do Amapá
sistema gráfico é a principal morte inevitável dos velhos, os qualidade (qualidade embasada “índios” representa. Afinal, há repertório diferenciado de saberes, constroem para se diferenciar não
referência para a estética e saberes pontos de referência de uma em conhecimento difuso 30 anos são vítimas de invasões, sendo percebidas como exclusivas apenas da população não-indígena
cosmológicos que seus ancestrais cultura que sentem a necessidade e compartilhamento estético, destruição de suas terras e perda do grupo. Do ponto de vista dos da região, mas de todos os
vêm lhes transmitindo há gerações. de preservar, para enfatizar sua que é ainda reconhecida pela de qualidade de vida devido a sua Wajãpi do Amapá, o sistema gráfico demais grupos indígenas,
Mas há, atualmente, entre eles, diferença, argumentar demandas maioria dos adultos). crescente dependência da kusiwa tem valor excepcional, inclusive de seus distantes parentes
a consciência de que, com o políticas etc. Essa constatação é uma, entre economia de mercado. justamente por evidenciar um Wajãpi da Guiana Francesa.
reduzido número de pessoas mais Com base nos censos outras evidências, de uma No bojo dessas rápidas “estilo próprio” e ser uma
idosas, e com o desinteresse cada demográficos, os professores profunda crise de identidade transformações processam-se expressão adequada para enunciar
vez maior dos adolescentes nos indígenas calcularam que os e da angústia diante da também, de forma acelerada, a especificidade cultural dessa
padrões éticos, estéticos e religiosos indivíduos tratados como jovijã – iminente perda da capacidade significativas mudanças de valores comunidade. Sua valorização
tradicionais, correm o risco de se chefes, sábios, que aprenderam de transmitir a tradição. na nova geração. Mais da metade interna tem crescido com sua
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página ao lado
cena do cotidiano.
foto: dominique
Salvaguarda, t. gallois.

preservação
e revitalização
da forma
de expressão
cultural

Gestão
Q uatro instituições estão
diretamente incumbidas
da preservação e revitalização da
Museu do Índio – Fundação
Nacional do Índio / FUNAI
Diretor: José Carlos Levinho
expedições de pesquisas nas áreas da
etnologia, medicina, etnobotânica
e etnozoologia, levadas a efeito com
forma de expressão cultural Rua das Palmeiras 55, a colaboração de instituições
dos Wajãpi do Amapá, atuando Botafogo, Rio de Janeiro, RJ nacionais e estrangeiras.
cada uma delas em seus campos Brasil CEP 22270-070 Atualmente, o museu reúne
específicos, mas de forma Tel.: 21 2286 8899 / um importante acervo etnográfico,
articulada. Esta articulação 21 2286 2097 E-mail: cuja característica marcante é
interinstitucional se dará através levinho@museudoindio.gov.br estar relacionado a populações
do recém criado Conselho contemporâneas, que são
Consultivo do Plano de Salvaguarda O Museu do Índio, órgão interlocutoras nas ações
Wajãpi (ver adiante), que inclui vinculado à Fundação Nacional desenvolvidas pela instituição.
outras instituições parceiras desta do Índio, do Ministério da Justiça, Deste modo, presta serviço não só
comunidade e que dará apoio tem 49 anos de tradição na ao público visitante, como outras
à organização representativa do preservação e divulgação de acervos instituições similares, e,
grupos Wajãpi do Amapá museológico, bibliográfico e particularmente, aos povos
(o Conselho das Aldeias Wajãpi / arquivístico referentes aos povos indígenas cujas referências
Apina) na execução e gestão do indígenas brasileiros. Oriundo etnográficas encontram-se nele
plano de revitalização cultural. da Seção de Estudos do Serviço de reunidas. O acervo etnográfico,
As quatro instituições que se Proteção aos Índios, reuniu um textual, fotográfico e fílmico
dispuseram a colaborar com o número expressivo de pesquisadores já está identificado, acondicionado
Plano de Ação, desde a que realizaram amplo estudo dos e sistematizado, compondo
apresentação da Candidatura grupos indígenas de diferentes bases de dados disponíveis à
dos Wajãpi à Unesco, são: regiões do país, por meio de diversas consulta pela internet.
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página ao lado
cena do cotidiano.
foto: dominique
Salvaguarda, t. gallois.

preservação
e revitalização
da forma
de expressão
cultural

Gestão
Q uatro instituições estão
diretamente incumbidas
da preservação e revitalização da
Museu do Índio – Fundação
Nacional do Índio / FUNAI
Diretor: José Carlos Levinho
expedições de pesquisas nas áreas da
etnologia, medicina, etnobotânica
e etnozoologia, levadas a efeito com
forma de expressão cultural Rua das Palmeiras 55, a colaboração de instituições
dos Wajãpi do Amapá, atuando Botafogo, Rio de Janeiro, RJ nacionais e estrangeiras.
cada uma delas em seus campos Brasil CEP 22270-070 Atualmente, o museu reúne
específicos, mas de forma Tel.: 21 2286 8899 / um importante acervo etnográfico,
articulada. Esta articulação 21 2286 2097 E-mail: cuja característica marcante é
interinstitucional se dará através levinho@museudoindio.gov.br estar relacionado a populações
do recém criado Conselho contemporâneas, que são
Consultivo do Plano de Salvaguarda O Museu do Índio, órgão interlocutoras nas ações
Wajãpi (ver adiante), que inclui vinculado à Fundação Nacional desenvolvidas pela instituição.
outras instituições parceiras desta do Índio, do Ministério da Justiça, Deste modo, presta serviço não só
comunidade e que dará apoio tem 49 anos de tradição na ao público visitante, como outras
à organização representativa do preservação e divulgação de acervos instituições similares, e,
grupos Wajãpi do Amapá museológico, bibliográfico e particularmente, aos povos
(o Conselho das Aldeias Wajãpi / arquivístico referentes aos povos indígenas cujas referências
Apina) na execução e gestão do indígenas brasileiros. Oriundo etnográficas encontram-se nele
plano de revitalização cultural. da Seção de Estudos do Serviço de reunidas. O acervo etnográfico,
As quatro instituições que se Proteção aos Índios, reuniu um textual, fotográfico e fílmico
dispuseram a colaborar com o número expressivo de pesquisadores já está identificado, acondicionado
Plano de Ação, desde a que realizaram amplo estudo dos e sistematizado, compondo
apresentação da Candidatura grupos indígenas de diferentes bases de dados disponíveis à
dos Wajãpi à Unesco, são: regiões do país, por meio de diversas consulta pela internet.
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detalhe do oficina de desenho,


padrão gráfico ™ººº. foto:
jawara (onça). catherine gallois.
we’i wajãpi, ™ººº.

arquivistas e engenheiros, voltado Dentre as principais fontes, Conselho das Aldeias da Fundação Nacional de Saúde
para o trabalho sistemático na área públicas e privadas, de Wajãpi / Apina e do Distrito Sanitário Especial
de documentação etnográfica. financiamento dos projetos Coordenador: Kaitona Wajãpi Indígena do Amapá. No plano
A atuação institucional inclui, realizados pela instituição, (substitui Aikyry Wajãpi, diretor cultural, o Conselho
ainda, a criação e a administração destacam-se: o Ministério da na época do encaminhamento responsabiliza-se pela organização
de um Registro de Bens do Cultura, por meio de sua da Candidatura à UNESCO) da produção e da comercialização
Patrimônio Cultural Indígena, Secretaria de Patrimônio, Museus Rua São José 1.570, Centro, de artesanato, com apoio da
assim como a assessoria na e Artes Plásticas e de duas de Macapá, Amapá, Brasil Agência de Promoção da
implantação, junto às suas vinculadas, a Fundação CEP 68906-270 Cidadania do Governo do Estado
Administrações Executivas Nacional de Arte – Funarte, e o Tel.: 96 224 2113 do Amapá – Agemp e, atualmente,
Regionais da Funai, de Centros Instituto do Patrimônio Histórico E-mail: conselhowajapi@uol.com.br da Secretaria Especial de Povos
de Preservação e Divulgação do e Artístico Nacional – Iphan, Indígena - SEPI/ GEA.
Nesse processo, a parceria com os Patrimônio Cultural Indígena. além de organismos O Conselho das Aldeias Wajãpi, exclusivo desse grupo. Desde então, O Apina também desenvolve
grupos indígenas tem sido Por meio de parcerias com internacionais, como a Unesco, também chamado Apina (nome de o conselho vem construindo atividades de gestão territorial e
crescente, com participação em instituições congêneres – como o e instituições privadas, como um subgrupo wajãpi, rememorado parcerias com organizações não- ambiental, por meio do projeto
diversos projetos e ações setoriais, Museu Nacional, da Universidade a Fundação Vitae, na área pela sua valentia), foi constituído em governamentais e órgãos dos Apoio ao movimento de descentralização
sobretudo nas áreas de identificação Federal do Rio de Janeiro, a da educação e da cultura. 1994 e oficialmente registrado em governos federal e estadual, para das aldeias Wajãpi, financiado pelo
de objetos, imagens, matérias- Universidade Federal de Minas Cabe ainda mencionar a 1996, como organização programas de intervenções que Ministério de Meio Ambiente
primas e atividades com o público. Gerais e a Universidade Federal Financiadora de Estudos e representativa da comunidade Wajãpi visam a melhorar as condições /PDPI. Além disso, o Apina conta
O Museu do Índio conta com de Santa Catarina –, realizou Projetos – Finep, o Conselho do Amapá perante a sociedade de vida, assim como promover com assessoria direta da equipe
um corpo técnico multidisciplinar projetos diversos para a Nacional de Desenvolvimento nacional. Nasceu do movimento de ações de educação, saúde e do Programa Wajãpi / Iepé.
e de crescente qualificação, preservação, registro e divulgação Científico e Tecnológico – mobilização para a preservação e a vigilância territorial. Tal programa constitui uma
formado por antropólogos, de informações sobre os povos CNPq, e a Fundação Ford, defesa de sua terra, hoje reconhecida Para as atividades de saúde, parceria entre o Instituto de
museólogos, historiadores, indígenas no Brasil. na área de ciência e tecnologia. pelo estado brasileiro como de uso o Apina obteve financiamento Pesquisa e Formação em Educação
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detalhe do oficina de desenho,


padrão gráfico ™ººº. foto:
jawara (onça). catherine gallois.
we’i wajãpi, ™ººº.

arquivistas e engenheiros, voltado Dentre as principais fontes, Conselho das Aldeias da Fundação Nacional de Saúde
para o trabalho sistemático na área públicas e privadas, de Wajãpi / Apina e do Distrito Sanitário Especial
de documentação etnográfica. financiamento dos projetos Coordenador: Kaitona Wajãpi Indígena do Amapá. No plano
A atuação institucional inclui, realizados pela instituição, (substitui Aikyry Wajãpi, diretor cultural, o Conselho
ainda, a criação e a administração destacam-se: o Ministério da na época do encaminhamento responsabiliza-se pela organização
de um Registro de Bens do Cultura, por meio de sua da Candidatura à UNESCO) da produção e da comercialização
Patrimônio Cultural Indígena, Secretaria de Patrimônio, Museus Rua São José 1.570, Centro, de artesanato, com apoio da
assim como a assessoria na e Artes Plásticas e de duas de Macapá, Amapá, Brasil Agência de Promoção da
implantação, junto às suas vinculadas, a Fundação CEP 68906-270 Cidadania do Governo do Estado
Administrações Executivas Nacional de Arte – Funarte, e o Tel.: 96 224 2113 do Amapá – Agemp e, atualmente,
Regionais da Funai, de Centros Instituto do Patrimônio Histórico E-mail: conselhowajapi@uol.com.br da Secretaria Especial de Povos
de Preservação e Divulgação do e Artístico Nacional – Iphan, Indígena - SEPI/ GEA.
Nesse processo, a parceria com os Patrimônio Cultural Indígena. além de organismos O Conselho das Aldeias Wajãpi, exclusivo desse grupo. Desde então, O Apina também desenvolve
grupos indígenas tem sido Por meio de parcerias com internacionais, como a Unesco, também chamado Apina (nome de o conselho vem construindo atividades de gestão territorial e
crescente, com participação em instituições congêneres – como o e instituições privadas, como um subgrupo wajãpi, rememorado parcerias com organizações não- ambiental, por meio do projeto
diversos projetos e ações setoriais, Museu Nacional, da Universidade a Fundação Vitae, na área pela sua valentia), foi constituído em governamentais e órgãos dos Apoio ao movimento de descentralização
sobretudo nas áreas de identificação Federal do Rio de Janeiro, a da educação e da cultura. 1994 e oficialmente registrado em governos federal e estadual, para das aldeias Wajãpi, financiado pelo
de objetos, imagens, matérias- Universidade Federal de Minas Cabe ainda mencionar a 1996, como organização programas de intervenções que Ministério de Meio Ambiente
primas e atividades com o público. Gerais e a Universidade Federal Financiadora de Estudos e representativa da comunidade Wajãpi visam a melhorar as condições /PDPI. Além disso, o Apina conta
O Museu do Índio conta com de Santa Catarina –, realizou Projetos – Finep, o Conselho do Amapá perante a sociedade de vida, assim como promover com assessoria direta da equipe
um corpo técnico multidisciplinar projetos diversos para a Nacional de Desenvolvimento nacional. Nasceu do movimento de ações de educação, saúde e do Programa Wajãpi / Iepé.
e de crescente qualificação, preservação, registro e divulgação Científico e Tecnológico – mobilização para a preservação e a vigilância territorial. Tal programa constitui uma
formado por antropólogos, de informações sobre os povos CNPq, e a Fundação Ford, defesa de sua terra, hoje reconhecida Para as atividades de saúde, parceria entre o Instituto de
museólogos, historiadores, indígenas no Brasil. na área de ciência e tecnologia. pelo estado brasileiro como de uso o Apina obteve financiamento Pesquisa e Formação em Educação
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jovem pinta sua sessão de pintura


esposa. foto: coletiva. foto:
dominique dominique
t. gallois. t. gallois.

Indígena /Iepé e o conjunto CEP 05508-900 do Amapá – colaborando com indígenas que estão sendo partir de 1998, com o objetivo
das aldeias desse grupo, para Tel.: 11 3091 3301 organizações não-governamentais formados para a realização do de planejar e implementar a
a realização de atividades Fax: 11 3091 3156 ou órgãos públicos para a inventário das formas de expressão política de educação escolar
de capacitação em gestão E-mails: nhii@edu.usp.br e implementação de políticas de cultural wajãpi. indígena no estado. Suas ações são
administrativa e política (com dogallois@superig.com.br saúde e educação adequadas às definidas em consonância com
apoio da Fundação Mata Virgem demandas indígenas, além da Núcleo de Educação Indígena / deliberações tomadas em
da Noruega), de formação de O NHII foi fundado em 1990 por regularização fundiária e do NEI – AP assembléias indígenas e visam a
professores indígenas (com apoio etnólogos com larga experiência de controle ambiental das terras Coordenadora: Eclemilda Macial supervisionar as ações de caráter
da Secretaria de Educação pesquisa científica junto a dessas comunidades. (substitui Davi dos Santos Serrão, educacional, científico e cultural
do Amapá / SEED-AP) e de populações indígenas e docentes Entre 2003 e 2005, o NHII coordenador na época do realizadas no âmbito da Secretaria
fortalecimento cultural, de uma das universidades mais desenvolveu o projeto Documentação encaminhamento da candidatura Estadual de Educação, em todas
programa este inclui a conceituadas do Brasil. Wajãpi: memória para o futuro, com à Unesco) as áreas indígenas sob sua
formação de pesquisadores Os fundadores idealizaram um vem trabalhando junto aos grupos apoio da Fapesp. Tratou-se de Secretaria de Educação responsabilidade (Uaçá, Oiapoque,
(com apoio do Iphan/Minc programa de investigação de âmbito indígenas da Guiana Brasileira organizar um volumoso acervo do Estado do Amapá Wajãpi, Parque Indígena do
e da Petrobrás Cultural). nacional, visando à renovação dos (Amapá, norte do Pará e Roraima), documental referente aos Wajãpi, Avenida FAB, 96, Centro Tumucumaque e Terra Indígena
conhecimentos e abordagens sobre com vistas à caracterização de suas reunido por Dominique T. Gallois Macapá, Amapá Paru de Leste).
Núcleo de História Indígena a história e a etnologia indígena. especificidades culturais. e alguns de seus orientandos, ao CEP 68900-000 O NEI-AP conta com seis
e do Indigenismo / NHII da Desde 1995, com apoio Paralelamente à pesquisa científica, longo dos últimos 20 anos. Tel.: 96 212 5263 técnicos de nível superior, além de
Universidade de São Paulo financeiro do Conselho Nacional esta equipe presta assessoria Representantes wajãpi participaram professores de ensino médio e
Coordenadora: de Desenvolvimento Científico e antropológica e lingüística do trabalho, que visa à implantação Para atender à determinação fundamental. Desde sua criação,
Dominique Tilkin Gallois Tecnológico – CNPq e da diretamente às comunidades de um banco de dados que tornará do Ministério da Educação, mantém colaboração estreita com
Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia, Fundação de Amparo à Pesquisa do indígenas Wayana, Aparai, Tiriyó, acessível documentos em o Governo do Estado do Amapá o Programa Wajãpi que atua, desde
Favo 8, Cidade Universitária Estado de São Paulo – Fapesp, um Zo’é, Kaxuyana, Galibi, Palikur, audiovisuais e textuais, para criou esse Núcleo em 1991, mas 1991, na formação de professores
São Paulo, SP, Brasil grupo de antropólogos e lingüistas Karipuna e, em particular, Wajãpi embasar as pesquisas dos jovens foi efetivamente consolidado a indígenas do grupo Wajãpi.
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jovem pinta sua sessão de pintura


esposa. foto: coletiva. foto:
dominique dominique
t. gallois. t. gallois.

Indígena /Iepé e o conjunto CEP 05508-900 do Amapá – colaborando com indígenas que estão sendo partir de 1998, com o objetivo
das aldeias desse grupo, para Tel.: 11 3091 3301 organizações não-governamentais formados para a realização do de planejar e implementar a
a realização de atividades Fax: 11 3091 3156 ou órgãos públicos para a inventário das formas de expressão política de educação escolar
de capacitação em gestão E-mails: nhii@edu.usp.br e implementação de políticas de cultural wajãpi. indígena no estado. Suas ações são
administrativa e política (com dogallois@superig.com.br saúde e educação adequadas às definidas em consonância com
apoio da Fundação Mata Virgem demandas indígenas, além da Núcleo de Educação Indígena / deliberações tomadas em
da Noruega), de formação de O NHII foi fundado em 1990 por regularização fundiária e do NEI – AP assembléias indígenas e visam a
professores indígenas (com apoio etnólogos com larga experiência de controle ambiental das terras Coordenadora: Eclemilda Macial supervisionar as ações de caráter
da Secretaria de Educação pesquisa científica junto a dessas comunidades. (substitui Davi dos Santos Serrão, educacional, científico e cultural
do Amapá / SEED-AP) e de populações indígenas e docentes Entre 2003 e 2005, o NHII coordenador na época do realizadas no âmbito da Secretaria
fortalecimento cultural, de uma das universidades mais desenvolveu o projeto Documentação encaminhamento da candidatura Estadual de Educação, em todas
programa este inclui a conceituadas do Brasil. Wajãpi: memória para o futuro, com à Unesco) as áreas indígenas sob sua
formação de pesquisadores Os fundadores idealizaram um vem trabalhando junto aos grupos apoio da Fapesp. Tratou-se de Secretaria de Educação responsabilidade (Uaçá, Oiapoque,
(com apoio do Iphan/Minc programa de investigação de âmbito indígenas da Guiana Brasileira organizar um volumoso acervo do Estado do Amapá Wajãpi, Parque Indígena do
e da Petrobrás Cultural). nacional, visando à renovação dos (Amapá, norte do Pará e Roraima), documental referente aos Wajãpi, Avenida FAB, 96, Centro Tumucumaque e Terra Indígena
conhecimentos e abordagens sobre com vistas à caracterização de suas reunido por Dominique T. Gallois Macapá, Amapá Paru de Leste).
Núcleo de História Indígena a história e a etnologia indígena. especificidades culturais. e alguns de seus orientandos, ao CEP 68900-000 O NEI-AP conta com seis
e do Indigenismo / NHII da Desde 1995, com apoio Paralelamente à pesquisa científica, longo dos últimos 20 anos. Tel.: 96 212 5263 técnicos de nível superior, além de
Universidade de São Paulo financeiro do Conselho Nacional esta equipe presta assessoria Representantes wajãpi participaram professores de ensino médio e
Coordenadora: de Desenvolvimento Científico e antropológica e lingüística do trabalho, que visa à implantação Para atender à determinação fundamental. Desde sua criação,
Dominique Tilkin Gallois Tecnológico – CNPq e da diretamente às comunidades de um banco de dados que tornará do Ministério da Educação, mantém colaboração estreita com
Rua do Anfiteatro, 181, Colmeia, Fundação de Amparo à Pesquisa do indígenas Wayana, Aparai, Tiriyó, acessível documentos em o Governo do Estado do Amapá o Programa Wajãpi que atua, desde
Favo 8, Cidade Universitária Estado de São Paulo – Fapesp, um Zo’é, Kaxuyana, Galibi, Palikur, audiovisuais e textuais, para criou esse Núcleo em 1991, mas 1991, na formação de professores
São Paulo, SP, Brasil grupo de antropólogos e lingüistas Karipuna e, em particular, Wajãpi embasar as pesquisas dos jovens foi efetivamente consolidado a indígenas do grupo Wajãpi.
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mãe passa urucum no


corpo de sua filha.
Ações que foto: marina weis.

garantem a página ao lado


exposição de
continuidade desenhos realizados
das na oficina. foto:
catherine gallois.
manifestações
culturais dos
Wajãpi

A s quatro instituições
mencionadas – bem como
o Iepé – já desenvolvem, cada uma
da terra demarcada, pela realização
de um diagnóstico socioambiental
(com apoio do Fundo Nacional do
capacitação para que eles possam
enfrentar coletivamente os
desafios da representação e da
indispensáveis ao fortalecimento
da autonomia da comunidade.
O programa em curso, construído
em sua esfera e atribuições Meio Ambiente e do Centro de defesa dos interesses de suas ao longo dos últimos dez anos,
específicas, diversas atividades Trabalho Indigenista) e de um aldeias. Em especial, visa a inclui a formação de professores e
visando à conservação do contexto plano de gestão ambiental (iniciado fortalecer o Conselho / Apina de agentes de saúde indígenas,
socioambiental indispensável à com verbas do PPTAL/Funai e, como um movimento de o acompanhamento das atividades
manutenção da integridade do atualmente, consolidado com apoio articulação interna, tendo como das escolas e dos postos de saúde
modo de vida e dos valores culturais do MMA/PDPI). pressuposto que esta é também nas aldeias, assim como a
dos Wajãpi do Amapá. São elas: a melhor maneira de fortalecer a elaboração de materiais didáticos
Fortalecimento da organização organização indígena frente a adequados à realidade da
Usufruto exclusivo da terra coletiva seus interlocutores externos. comunidade. Já existem dez
demarcada Através da formação continuada professores habilitados a alfabetizar
A Terra Indígena Wajãpi foi de jovens e adultos wajãpi, que se Educação escolar diferenciada as crianças das aldeias na língua
homologada pela Presidência da responsabilizam pela supervisão Implementação e execução de um wajãpi e a implementar um
República em 1996. Os controles de um conjunto crescente de programa de educação escolar currículo escolar diferenciado, por
territorial e ambiental são intervenções promovidas por diferenciada, atendendo às normas eles idealizado durante os cursos de
indispensáveis para a continuidade diversas agências que atuam na do Ministério da Educação, formação. Além desses dez
do modo de vida e do manejo terra indígena e no seu entorno. Tem por objetivo assegurar a professores, que estarão
sustentável dos recursos naturais Esse trabalho é assegurado pelo valorização das manifestações concluindo sua formação em
praticados tradicionalmente pelo Programa Wajãpi, com apoio da culturais e dos saberes tradicionais magistério indígena diferenciado
grupo. Os Wajãpi vêm sendo Fundação Mata Virgem da dos Wajãpi do Amapá, ao mesmo no final de 2005, uma nova turma
apoiados em suas iniciativas de Noruega. Trata-se de um programa tempo que atender à demanda de 20 professores iniciou sua
fiscalização permanente dos limites de longa duração, proporcionando de conhecimentos instrumentais formação em 2003. O trabalho é
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mãe passa urucum no


corpo de sua filha.
Ações que foto: marina weis.

garantem a página ao lado


exposição de
continuidade desenhos realizados
das na oficina. foto:
catherine gallois.
manifestações
culturais dos
Wajãpi

A s quatro instituições
mencionadas – bem como
o Iepé – já desenvolvem, cada uma
da terra demarcada, pela realização
de um diagnóstico socioambiental
(com apoio do Fundo Nacional do
capacitação para que eles possam
enfrentar coletivamente os
desafios da representação e da
indispensáveis ao fortalecimento
da autonomia da comunidade.
O programa em curso, construído
em sua esfera e atribuições Meio Ambiente e do Centro de defesa dos interesses de suas ao longo dos últimos dez anos,
específicas, diversas atividades Trabalho Indigenista) e de um aldeias. Em especial, visa a inclui a formação de professores e
visando à conservação do contexto plano de gestão ambiental (iniciado fortalecer o Conselho / Apina de agentes de saúde indígenas,
socioambiental indispensável à com verbas do PPTAL/Funai e, como um movimento de o acompanhamento das atividades
manutenção da integridade do atualmente, consolidado com apoio articulação interna, tendo como das escolas e dos postos de saúde
modo de vida e dos valores culturais do MMA/PDPI). pressuposto que esta é também nas aldeias, assim como a
dos Wajãpi do Amapá. São elas: a melhor maneira de fortalecer a elaboração de materiais didáticos
Fortalecimento da organização organização indígena frente a adequados à realidade da
Usufruto exclusivo da terra coletiva seus interlocutores externos. comunidade. Já existem dez
demarcada Através da formação continuada professores habilitados a alfabetizar
A Terra Indígena Wajãpi foi de jovens e adultos wajãpi, que se Educação escolar diferenciada as crianças das aldeias na língua
homologada pela Presidência da responsabilizam pela supervisão Implementação e execução de um wajãpi e a implementar um
República em 1996. Os controles de um conjunto crescente de programa de educação escolar currículo escolar diferenciado, por
territorial e ambiental são intervenções promovidas por diferenciada, atendendo às normas eles idealizado durante os cursos de
indispensáveis para a continuidade diversas agências que atuam na do Ministério da Educação, formação. Além desses dez
do modo de vida e do manejo terra indígena e no seu entorno. Tem por objetivo assegurar a professores, que estarão
sustentável dos recursos naturais Esse trabalho é assegurado pelo valorização das manifestações concluindo sua formação em
praticados tradicionalmente pelo Programa Wajãpi, com apoio da culturais e dos saberes tradicionais magistério indígena diferenciado
grupo. Os Wajãpi vêm sendo Fundação Mata Virgem da dos Wajãpi do Amapá, ao mesmo no final de 2005, uma nova turma
apoiados em suas iniciativas de Noruega. Trata-se de um programa tempo que atender à demanda de 20 professores iniciou sua
fiscalização permanente dos limites de longa duração, proporcionando de conhecimentos instrumentais formação em 2003. O trabalho é
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 98 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 99

festa do peixe pacu.


foto: dominique
t. gallois.

página ao lado
oficina de desenho.
foto: catherine Mecanismos
gallois. jurídicos já
existentes

desenvolvido por meio de uma


parceria entre o NEI/SEED e o
Iepé, cuja equipe de formadores
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do São Paulo / Fapesp e ao
Conselho de Nacional de Pesquisa
embora com porte menor, foram
desenvolvidas pelo Programa Wajãpi
nos últimos anos. Pequenas
A s bases de entendimento
jurídico e as decisões
políticas sobre a questão do
Constituição brasileira de 1988
Em seus artigos 215 e 216, define
o conceito de Patrimônio Cultural,
Iphan, que produziu a Carta
de Fortaleza, esse decreto, de 4
de agosto de 2000, institui
inclui assessores da Universidade Científica e Tecnológica / CNPq. exposições itinerantes e publicações patrimônio imaterial estão abrangendo tanto obras o Registro de Bens Culturais de
de São Paulo. divulgam as formas de manejo e fundadas na Constituição arquitetônicas, urbanísticas Natureza Imaterial que constituem
Difusão das manifestações saberes dos Wajãpi do Amapá, brasileira e em uma recente e artísticas de grande valor patrimônio cultural brasileiro.
Pesquisa científica culturais como o Livro do artesanato Wajãpi legislação específica. No entanto, (patrimônio material), quanto Trata-se de um instrumento
As investigações são desenvolvidas Essas iniciativas são sempre feitas em e a mostra Roças, pátios e aldeias, a proteção de bens culturais manifestações de natureza jurídico que permite registrar
nos campos da antropologia e da acordo com seleção de conteúdos e preparada pelos professores de excepcional valor histórico “imaterial”, relacionadas à cultura oficialmente práticas e estruturas
lingüística, com a anuência da participação intensa da indígenas. Cabe ainda citar uma e artístico é uma prática no sentido antropológico: visões de sócioespaciais – bens intangíveis –
comunidade, focando temas de seu comunidade. A mais recente foi a série de seis documentários em consolidada no Brasil há mais mundo, memórias, relações sociais a que os grupos sociais atribuem
interesse. São pesquisas de longa organização, pelo Museu do Índio, vídeo dirigidos pela antropóloga de 60 anos. e simbólicas, saberes e práticas, sentidos de identidade.
duração, levadas a cabo pela equipe em parceria com o Conselho / Dominique T. Gallois em parceria resultantes de experiências Conforme previsto nessa legislação,
do NHII da Universidade de São Apina, da exposição Tempo e espaço na com líderes de aldeias Wajãpi e pela Decreto-Lei n° 25 de grupos sociais diferenciados. o Ministério da Cultura está
Paulo, com ênfase no estudo da Amazônia: os Wajãpi, para a qual foram ONG Centro de Trabalho Já em 1937, legitimava a escolha Nesse sentido, o artigo 216 lançando o Programa Nacional do
organização social e da cosmologia do produzidos mais de 300 objetos e Indigenista. Entre eles, merece dos bens a serem protegidos e destaca, para efeito de proteção Patrimônio Imaterial, que deve
grupo, da dinâmica de transformação todos os elementos de uma casa destaque Segredos da mata, construído fortalecia o Serviço do especial, bens culturais indígenas articular, fomentar e apoiar as
e da avaliação dos diversos impactos construída no jardim do museu. em torno da narração e da Patrimônio Histórico e Artístico e afro-brasileiros. políticas federais, dos estados e
das transformações sociais e A exposição resultou na publicação representação de encontros dos Nacional / Sphan, explicitando dos municípios, para promover
econômicas em curso na vida da de um catálogo de padrões e antigos Wajãpi com os seres que que o patrimônio cultural da Decreto n° 3.551 o reconhecimento e o registro
comunidade, sobre o desempenho composições que ilustram o sistema controlam os animais e a floresta. nação brasileira compreendia Em conseqüência das recomendações do patrimônio imaterial,
desses conhecimentos e práticas gráfico kusiwa e de um livro sobre a Oficinas de formação audiovisual muitos outros bens, além de do seminário Patrimônio imaterial: consolidando assim políticas
culturais. Os financiamentos para arquitetura dos Wajãpi. Outras estão viabilizando novos produtos monumentos e obras de arte estratégias e formas de proteção, públicas de valorização e apoio
essas pesquisas são obtidos junto à experiências de difusão cultural, com essas características. de caráter “material”. comemorativo dos 60 anos do à diversidade cultural.
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festa do peixe pacu.


foto: dominique
t. gallois.

página ao lado
oficina de desenho.
foto: catherine Mecanismos
gallois. jurídicos já
existentes

desenvolvido por meio de uma


parceria entre o NEI/SEED e o
Iepé, cuja equipe de formadores
Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado do São Paulo / Fapesp e ao
Conselho de Nacional de Pesquisa
embora com porte menor, foram
desenvolvidas pelo Programa Wajãpi
nos últimos anos. Pequenas
A s bases de entendimento
jurídico e as decisões
políticas sobre a questão do
Constituição brasileira de 1988
Em seus artigos 215 e 216, define
o conceito de Patrimônio Cultural,
Iphan, que produziu a Carta
de Fortaleza, esse decreto, de 4
de agosto de 2000, institui
inclui assessores da Universidade Científica e Tecnológica / CNPq. exposições itinerantes e publicações patrimônio imaterial estão abrangendo tanto obras o Registro de Bens Culturais de
de São Paulo. divulgam as formas de manejo e fundadas na Constituição arquitetônicas, urbanísticas Natureza Imaterial que constituem
Difusão das manifestações saberes dos Wajãpi do Amapá, brasileira e em uma recente e artísticas de grande valor patrimônio cultural brasileiro.
Pesquisa científica culturais como o Livro do artesanato Wajãpi legislação específica. No entanto, (patrimônio material), quanto Trata-se de um instrumento
As investigações são desenvolvidas Essas iniciativas são sempre feitas em e a mostra Roças, pátios e aldeias, a proteção de bens culturais manifestações de natureza jurídico que permite registrar
nos campos da antropologia e da acordo com seleção de conteúdos e preparada pelos professores de excepcional valor histórico “imaterial”, relacionadas à cultura oficialmente práticas e estruturas
lingüística, com a anuência da participação intensa da indígenas. Cabe ainda citar uma e artístico é uma prática no sentido antropológico: visões de sócioespaciais – bens intangíveis –
comunidade, focando temas de seu comunidade. A mais recente foi a série de seis documentários em consolidada no Brasil há mais mundo, memórias, relações sociais a que os grupos sociais atribuem
interesse. São pesquisas de longa organização, pelo Museu do Índio, vídeo dirigidos pela antropóloga de 60 anos. e simbólicas, saberes e práticas, sentidos de identidade.
duração, levadas a cabo pela equipe em parceria com o Conselho / Dominique T. Gallois em parceria resultantes de experiências Conforme previsto nessa legislação,
do NHII da Universidade de São Apina, da exposição Tempo e espaço na com líderes de aldeias Wajãpi e pela Decreto-Lei n° 25 de grupos sociais diferenciados. o Ministério da Cultura está
Paulo, com ênfase no estudo da Amazônia: os Wajãpi, para a qual foram ONG Centro de Trabalho Já em 1937, legitimava a escolha Nesse sentido, o artigo 216 lançando o Programa Nacional do
organização social e da cosmologia do produzidos mais de 300 objetos e Indigenista. Entre eles, merece dos bens a serem protegidos e destaca, para efeito de proteção Patrimônio Imaterial, que deve
grupo, da dinâmica de transformação todos os elementos de uma casa destaque Segredos da mata, construído fortalecia o Serviço do especial, bens culturais indígenas articular, fomentar e apoiar as
e da avaliação dos diversos impactos construída no jardim do museu. em torno da narração e da Patrimônio Histórico e Artístico e afro-brasileiros. políticas federais, dos estados e
das transformações sociais e A exposição resultou na publicação representação de encontros dos Nacional / Sphan, explicitando dos municípios, para promover
econômicas em curso na vida da de um catálogo de padrões e antigos Wajãpi com os seres que que o patrimônio cultural da Decreto n° 3.551 o reconhecimento e o registro
comunidade, sobre o desempenho composições que ilustram o sistema controlam os animais e a floresta. nação brasileira compreendia Em conseqüência das recomendações do patrimônio imaterial,
desses conhecimentos e práticas gráfico kusiwa e de um livro sobre a Oficinas de formação audiovisual muitos outros bens, além de do seminário Patrimônio imaterial: consolidando assim políticas
culturais. Os financiamentos para arquitetura dos Wajãpi. Outras estão viabilizando novos produtos monumentos e obras de arte estratégias e formas de proteção, públicas de valorização e apoio
essas pesquisas são obtidos junto à experiências de difusão cultural, com essas características. de caráter “material”. comemorativo dos 60 anos do à diversidade cultural.
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detalhe de
composição a partir
do repertório
de padrões kusiwa.
Proteção seni wajãpi, ™ººº.
contra a abaixo
exploração das oficina de desenho,
™ºº∞. foto:
manifestações dominique t.
gallois.
culturais

N o Brasil, as populações
indígenas são tuteladas pelo
Estado, que criou a Fundação
– utilizar o índio ou comunidade
indígena como objeto de
propaganda turística ou de
partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos
e interesses, intervindo o
assistência aos índios nas áreas
de saúde e educação, estabelecendo
uma série de novos direitos,
possam ter sofrido. As duas
propostas reconhecem crimes
cometidos contra os índios, como
Nacional do Índio – Funai, em exibição para fins lucrativos. Ministério Público em todos que não existem no atual o uso indevido dos seus
substituição ao Serviço de Proteção os atos do processo. Estatuto do Índio: conhecimentos tradicionais.
ao Índio – SPI. A Constituição brasileira Estatuto das Sociedades Indígenas
promulgada em 1988 estabelece Um desdobramento desse Atualmente em fase de aprovação Nesse sentido, cabe também
Lei n° 6.001 também que: dispositivo foi a aprovação de no Congresso Nacional, prevê, mencionar a lei de 1997, de
Publicada em 19 de dezembro de Artigo 215 Assegura às instrumentos legais que tratam entre outros, a garantia do direito autoria da deputada Janete
1973, dispõe sobre o Estatuto do comunidades indígenas o uso de suas da educação escolar indígena, autoral, a proteção ao Capiberibe (AP):
Índio, regula a situação jurídica línguas maternas e de seus próprios como segue: conhecimento tradicional, a Lei 0388 Protege os direitos
dos índios ou silvícolas e das processos de aprendizagem (artigo Lei 9.394. Diretrizes e Bases da representação segundo seus usos e das populações tradicionais,
comunidades indígenas, com o 210), cabendo ao Estado proteger as Educação Nacional (Lei Darcy Além dessas leis já em vigor, costumes, o direito de participação no que toca ao acesso aos seus
propósito de preservar a sua cultura manifestações de suas culturas. Ribeiro) e Lei 10.172. Plano há vários anos está sendo discutida em todas as instâncias oficiais de conhecimentos, que passam
e integrá-los, progressiva e Artigo 231 São reconhecidos Nacional de Educação a atualização dos mecanismos de discussão da questão indígena e a a ser protegidos diante dos
harmoniosamente, à comunhão aos índios sua organização social, Abordam o direito dos povos proteção dos direitos indígenas, proteção aos recursos naturais. interesses da prospecção da
nacional. O Capítulo II trata, costumes, línguas, crenças e indígenas a uma educação na forma de um Estatuto das As propostas para o Estatuto das biodiversidade. Essa lei assegura
especificamente, dos Crimes tradições, e os direitos originários diferenciada, pautada pelo uso das Sociedades Indígenas, para o qual Sociedades Indígenas também a retribuição ou o ressarcimento
Contra os Índios: sobre as terras que tradicionalmente línguas indígenas, pela valorização existem duas propostas, que asseguram que atos que dessas populações pelo seu
– escarnecer de cerimônia, rito, ocupam, competindo à União dos conhecimentos e saberes procuram garantir direitos aos prejudiquem os direitos das conhecimento acumulado.
uso, costume ou tradição culturais demarcá-las, proteger e fazer milenares desses povos e pela índios sem considerá-los comunidades indígenas não têm
indígenas, vilipendiá-los ou respeitar todos os seus bens. formação dos próprios incapazes, como estabelece a validade, dando às comunidades o
perturbar, de qualquer modo, Os índios, suas comunidades e índios para atuarem como Lei 6.001. Ambas mantêm a poder de ir à Justiça para pedir
a sua prática; organizações representativas são docentes em suas comunidades. obrigação do Estado de dar indenização pelos danos que
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detalhe de
composição a partir
do repertório
de padrões kusiwa.
Proteção seni wajãpi, ™ººº.
contra a abaixo
exploração das oficina de desenho,
™ºº∞. foto:
manifestações dominique t.
gallois.
culturais

N o Brasil, as populações
indígenas são tuteladas pelo
Estado, que criou a Fundação
– utilizar o índio ou comunidade
indígena como objeto de
propaganda turística ou de
partes legítimas para ingressar em
juízo em defesa de seus direitos
e interesses, intervindo o
assistência aos índios nas áreas
de saúde e educação, estabelecendo
uma série de novos direitos,
possam ter sofrido. As duas
propostas reconhecem crimes
cometidos contra os índios, como
Nacional do Índio – Funai, em exibição para fins lucrativos. Ministério Público em todos que não existem no atual o uso indevido dos seus
substituição ao Serviço de Proteção os atos do processo. Estatuto do Índio: conhecimentos tradicionais.
ao Índio – SPI. A Constituição brasileira Estatuto das Sociedades Indígenas
promulgada em 1988 estabelece Um desdobramento desse Atualmente em fase de aprovação Nesse sentido, cabe também
Lei n° 6.001 também que: dispositivo foi a aprovação de no Congresso Nacional, prevê, mencionar a lei de 1997, de
Publicada em 19 de dezembro de Artigo 215 Assegura às instrumentos legais que tratam entre outros, a garantia do direito autoria da deputada Janete
1973, dispõe sobre o Estatuto do comunidades indígenas o uso de suas da educação escolar indígena, autoral, a proteção ao Capiberibe (AP):
Índio, regula a situação jurídica línguas maternas e de seus próprios como segue: conhecimento tradicional, a Lei 0388 Protege os direitos
dos índios ou silvícolas e das processos de aprendizagem (artigo Lei 9.394. Diretrizes e Bases da representação segundo seus usos e das populações tradicionais,
comunidades indígenas, com o 210), cabendo ao Estado proteger as Educação Nacional (Lei Darcy Além dessas leis já em vigor, costumes, o direito de participação no que toca ao acesso aos seus
propósito de preservar a sua cultura manifestações de suas culturas. Ribeiro) e Lei 10.172. Plano há vários anos está sendo discutida em todas as instâncias oficiais de conhecimentos, que passam
e integrá-los, progressiva e Artigo 231 São reconhecidos Nacional de Educação a atualização dos mecanismos de discussão da questão indígena e a a ser protegidos diante dos
harmoniosamente, à comunhão aos índios sua organização social, Abordam o direito dos povos proteção dos direitos indígenas, proteção aos recursos naturais. interesses da prospecção da
nacional. O Capítulo II trata, costumes, línguas, crenças e indígenas a uma educação na forma de um Estatuto das As propostas para o Estatuto das biodiversidade. Essa lei assegura
especificamente, dos Crimes tradições, e os direitos originários diferenciada, pautada pelo uso das Sociedades Indígenas, para o qual Sociedades Indígenas também a retribuição ou o ressarcimento
Contra os Índios: sobre as terras que tradicionalmente línguas indígenas, pela valorização existem duas propostas, que asseguram que atos que dessas populações pelo seu
– escarnecer de cerimônia, rito, ocupam, competindo à União dos conhecimentos e saberes procuram garantir direitos aos prejudiquem os direitos das conhecimento acumulado.
uso, costume ou tradição culturais demarcá-las, proteger e fazer milenares desses povos e pela índios sem considerá-los comunidades indígenas não têm
indígenas, vilipendiá-los ou respeitar todos os seus bens. formação dos próprios incapazes, como estabelece a validade, dando às comunidades o
perturbar, de qualquer modo, Os índios, suas comunidades e índios para atuarem como Lei 6.001. Ambas mantêm a poder de ir à Justiça para pedir
a sua prática; organizações representativas são docentes em suas comunidades. obrigação do Estado de dar indenização pelos danos que
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aldeia yvyrareta.
foto: dominique
t. gallois.

abaixo
Medidas já kaoripinã
desenha, ¡ªª∞.
tomadas para foto: dominique
assegurar a t. gallois.

transmissão

A pesar do ordenamento
jurídico exposto, muito pouco
foi feito para assegurar, na prática,
Entre a maior parte dos agentes,
com baixa capacitação no lidar com
populações indígenas, domina
programa de atuação educacional
baseado num profundo
conhecimento da realidade e das
No que toca à transmissão oral
dos conhecimentos e das formas
de expressão gráfica dos Wajãpi do
Entre os trabalhos rotineiros da
equipe do Programa Wajãpi, está a
promoção de discussões acerca das
o respeito às diferenças culturais. ainda a idéia de que a condição especificidades culturais dos Wajãpi Amapá, são esses os procedimentos mudanças culturais que afetam, há
Mais grave ainda é a falta de de índio é transitória e que se deve do Amapá. Como recomenda a que embasam os trabalhos alguns anos, o equilíbrio social e
capacitação para que funcionários urgentemente “modernizar” os Coordenação Geral de Apoio realizados pela equipe do Programa político das aldeias. O debate
dos órgãos oficiais da política seus modos de vida e de pensar. às Escolas Indígenas do MEC, Wajãpi e do NHII / USP: coletivo das transformações em
indigenista possam conhecer, “Modernização” esta que resulta, coube aos antropólogos, curso permite a todos explicitar sua
respeitar e valorizar a continuidade muitas vezes, em exclusão lingüistas e educadores do Compreender a dinâmica interna consciência da mudança e propor
da transmissão dos saberes orais cultural, por meio da imposição Programa Wajãpi idealizar e de relações sociais e as tensões alternativas em relação à perda de
diferenciados dos índios do Brasil. de valores e formas de transmissão consolidar procedimentos entre gerações valores e à desagregação dos saberes
Continua persistindo uma distância da sociedade dominante, inovadores para a alfabetização Uma especial atenção é dada para tradicionais. A temática desses
considerável entre os excelentes como os valores religiosos que bilíngüe e a promoção da as dificuldades que os líderes debates coletivos, que vêm sendo
dispositivos legais e as dificuldades as práticas de evangelização das interculturalidade. Essas tradicionais e todos os mais realizados duas a três vezes por ano,
imensas encontradas pelos agentes missões de fé levam aos índios iniciativas resultaram em um velhos encontram para continuar é diversificada, mas ultimamente
locais em compreender e como única alternativa de programa piloto de educação transmitindo, nas formas de tem se concentrado na discussão de
implementar esses instrumentos de futuro e salvação. escolar voltado especificamente enunciação e em acordo com os alternativas de valorização das
proteção e valorização. São poucas No sentido de reverter esse aos Wajãpi do Amapá, valores estéticos tradicionais, todo o formas de manejo e conservação
as iniciativas, por parte das quadro e de acordo com as difundindo os resultados para conjunto de conhecimentos e valores que os Wajãpi praticam desde
entidades oficiais responsáveis pela diretrizes da política nacional que possam ser apropriados, que desejam passar às gerações mais muitas gerações, garantindo sua
assistência aos índios, no sentido de educação indígena sob no decorrer do processo novas. Estas, por sua vez, estão hoje subsistência com o uso sustentável
de desenvolver ou investir em responsabilidade do MEC, ou em outro momento, pelos mais interessadas em se aproximar dos recursos de seu território.
adequações de suas intervenções o Programa Wajãpi incumbiu-se, órgãos convencionais de ou se apropriar de modos de ser Os conteúdos desses debates
para públicos diferenciados. há dez anos, de iniciar um assistência aos índios. da população não indígena. coletivos são retrabalhados durante
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aldeia yvyrareta.
foto: dominique
t. gallois.

abaixo
Medidas já kaoripinã
desenha, ¡ªª∞.
tomadas para foto: dominique
assegurar a t. gallois.

transmissão

A pesar do ordenamento
jurídico exposto, muito pouco
foi feito para assegurar, na prática,
Entre a maior parte dos agentes,
com baixa capacitação no lidar com
populações indígenas, domina
programa de atuação educacional
baseado num profundo
conhecimento da realidade e das
No que toca à transmissão oral
dos conhecimentos e das formas
de expressão gráfica dos Wajãpi do
Entre os trabalhos rotineiros da
equipe do Programa Wajãpi, está a
promoção de discussões acerca das
o respeito às diferenças culturais. ainda a idéia de que a condição especificidades culturais dos Wajãpi Amapá, são esses os procedimentos mudanças culturais que afetam, há
Mais grave ainda é a falta de de índio é transitória e que se deve do Amapá. Como recomenda a que embasam os trabalhos alguns anos, o equilíbrio social e
capacitação para que funcionários urgentemente “modernizar” os Coordenação Geral de Apoio realizados pela equipe do Programa político das aldeias. O debate
dos órgãos oficiais da política seus modos de vida e de pensar. às Escolas Indígenas do MEC, Wajãpi e do NHII / USP: coletivo das transformações em
indigenista possam conhecer, “Modernização” esta que resulta, coube aos antropólogos, curso permite a todos explicitar sua
respeitar e valorizar a continuidade muitas vezes, em exclusão lingüistas e educadores do Compreender a dinâmica interna consciência da mudança e propor
da transmissão dos saberes orais cultural, por meio da imposição Programa Wajãpi idealizar e de relações sociais e as tensões alternativas em relação à perda de
diferenciados dos índios do Brasil. de valores e formas de transmissão consolidar procedimentos entre gerações valores e à desagregação dos saberes
Continua persistindo uma distância da sociedade dominante, inovadores para a alfabetização Uma especial atenção é dada para tradicionais. A temática desses
considerável entre os excelentes como os valores religiosos que bilíngüe e a promoção da as dificuldades que os líderes debates coletivos, que vêm sendo
dispositivos legais e as dificuldades as práticas de evangelização das interculturalidade. Essas tradicionais e todos os mais realizados duas a três vezes por ano,
imensas encontradas pelos agentes missões de fé levam aos índios iniciativas resultaram em um velhos encontram para continuar é diversificada, mas ultimamente
locais em compreender e como única alternativa de programa piloto de educação transmitindo, nas formas de tem se concentrado na discussão de
implementar esses instrumentos de futuro e salvação. escolar voltado especificamente enunciação e em acordo com os alternativas de valorização das
proteção e valorização. São poucas No sentido de reverter esse aos Wajãpi do Amapá, valores estéticos tradicionais, todo o formas de manejo e conservação
as iniciativas, por parte das quadro e de acordo com as difundindo os resultados para conjunto de conhecimentos e valores que os Wajãpi praticam desde
entidades oficiais responsáveis pela diretrizes da política nacional que possam ser apropriados, que desejam passar às gerações mais muitas gerações, garantindo sua
assistência aos índios, no sentido de educação indígena sob no decorrer do processo novas. Estas, por sua vez, estão hoje subsistência com o uso sustentável
de desenvolver ou investir em responsabilidade do MEC, ou em outro momento, pelos mais interessadas em se aproximar dos recursos de seu território.
adequações de suas intervenções o Programa Wajãpi incumbiu-se, órgãos convencionais de ou se apropriar de modos de ser Os conteúdos desses debates
para públicos diferenciados. há dez anos, de iniciar um assistência aos índios. da população não indígena. coletivos são retrabalhados durante
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sessão de pintura atividades de


coletiva. formação em
foto: marina weis. pesquisa, ™ºº∞.
foto: dominique
t. gallois.

os cursos de formação de que passa a contar com mais um Com a mesma intenção, estão Amapá a organizar, de forma
professores e de agentes indígenas contexto valorativo, para viver e sendo realizadas oficinas audiovisuais, autônoma, o processo de seleção
de saúde, de modo a serem conhecer sua especificidade cultural que capacitam jovens e adultos ao dos conteúdos a serem divulgados.
utilizados nas escolas das aldeias. e refletir acerca de suas uso de equipamentos de vídeo e à Após uma série de pequenas
dimensões simbólicas. elaboração de roteiros. Muitos exposições realizadas ao longo dos
Conhecer é o primeiro passo Uma das experiências mais jovens estão interessados em últimos três anos, a experiência
para proteger acervos culturais bem-sucedidas nesse sentido foram dominar essa tecnologia para propiciada pelo Museu do Índio,
Para que sejam conhecidos, as oficinas de desenho, realizadas a registrar narrativas e performances em 2001 e 2002, foi de extrema
é preciso, antes, enunciá-los. pedido dos líderes tradicionais, dos mais velhos, assim como outras relevância nesse esforço de
Tendo em vista esse princípio, preocupados com o desinteresse das manifestações culturais cotidianas capacitação. Além da mostra de
a atuação de pesquisadores e crianças e de muitos jovens em de sua comunidade. Para a objetos, textos e ilustrações, os
educadores das equipes consiste aprender a arte gráfica específica preparação da exposição Tempo e Wajãpi interessaram-se em divulgar
em promover a enunciação dos dos Wajãpi. Nessas oficinas, espaço na Amazônia, organizada pelo seu sistema gráfico kusiwa na forma
conhecimentos específicos aos realizadas no pátio das aldeias e não Museu do Índio, um grupo de de um livro, com a expectativa de
Wajãpi do Amapá, além de na escola, todos tinham acesso aos mulheres mais idosas tomou a ampliar o diálogo com todos
fomentar a comparação com materiais e não havia temas iniciativa de organizar oficinas de aqueles que reconhecerem, nesse
saberes de outros povos e suas definidos para serem ilustrados. cerâmica para ensinar a arte às novo formato para a expressão
formas de transmissão. Todos Os habitantes da aldeia tinham mulheres mais jovens. de sua tradição, um patrimônio
os registros – especialmente acesso às obras expostas, que eram que lhes é próprio e que eles
narrativos, mas também gráficos – comentadas diariamente, e seus Participação ativa da comunidade esperam ver cada vez mais
são multiplicados e distribuídos autores incentivados a nas iniciativas de difusão de suas difundido e respeitado.
nas aldeias. O trabalho experimentar novas composições manifestações culturais
de pesquisa reverte, assim, ou registrar elementos menos Trata-se de uma maneira de
diretamente para a comunidade, conhecidos do repertório. capacitar os jovens Wajãpi do
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sessão de pintura atividades de


coletiva. formação em
foto: marina weis. pesquisa, ™ºº∞.
foto: dominique
t. gallois.

os cursos de formação de que passa a contar com mais um Com a mesma intenção, estão Amapá a organizar, de forma
professores e de agentes indígenas contexto valorativo, para viver e sendo realizadas oficinas audiovisuais, autônoma, o processo de seleção
de saúde, de modo a serem conhecer sua especificidade cultural que capacitam jovens e adultos ao dos conteúdos a serem divulgados.
utilizados nas escolas das aldeias. e refletir acerca de suas uso de equipamentos de vídeo e à Após uma série de pequenas
dimensões simbólicas. elaboração de roteiros. Muitos exposições realizadas ao longo dos
Conhecer é o primeiro passo Uma das experiências mais jovens estão interessados em últimos três anos, a experiência
para proteger acervos culturais bem-sucedidas nesse sentido foram dominar essa tecnologia para propiciada pelo Museu do Índio,
Para que sejam conhecidos, as oficinas de desenho, realizadas a registrar narrativas e performances em 2001 e 2002, foi de extrema
é preciso, antes, enunciá-los. pedido dos líderes tradicionais, dos mais velhos, assim como outras relevância nesse esforço de
Tendo em vista esse princípio, preocupados com o desinteresse das manifestações culturais cotidianas capacitação. Além da mostra de
a atuação de pesquisadores e crianças e de muitos jovens em de sua comunidade. Para a objetos, textos e ilustrações, os
educadores das equipes consiste aprender a arte gráfica específica preparação da exposição Tempo e Wajãpi interessaram-se em divulgar
em promover a enunciação dos dos Wajãpi. Nessas oficinas, espaço na Amazônia, organizada pelo seu sistema gráfico kusiwa na forma
conhecimentos específicos aos realizadas no pátio das aldeias e não Museu do Índio, um grupo de de um livro, com a expectativa de
Wajãpi do Amapá, além de na escola, todos tinham acesso aos mulheres mais idosas tomou a ampliar o diálogo com todos
fomentar a comparação com materiais e não havia temas iniciativa de organizar oficinas de aqueles que reconhecerem, nesse
saberes de outros povos e suas definidos para serem ilustrados. cerâmica para ensinar a arte às novo formato para a expressão
formas de transmissão. Todos Os habitantes da aldeia tinham mulheres mais jovens. de sua tradição, um patrimônio
os registros – especialmente acesso às obras expostas, que eram que lhes é próprio e que eles
narrativos, mas também gráficos – comentadas diariamente, e seus Participação ativa da comunidade esperam ver cada vez mais
são multiplicados e distribuídos autores incentivados a nas iniciativas de difusão de suas difundido e respeitado.
nas aldeias. O trabalho experimentar novas composições manifestações culturais
de pesquisa reverte, assim, ou registrar elementos menos Trata-se de uma maneira de
diretamente para a comunidade, conhecidos do repertório. capacitar os jovens Wajãpi do
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página ao lado reunião política


atividades no curso em macapá, ¡ªª¡.
de formação de foto: dominique
professores t. gallois.
bilíngües.
foto: dominique
t. gallois.
mecanismo
administrativo

plano de ação*
A publicidade de um bem
cultural patrimoniado tem,
necessariamente, impactos sobre os
*apresentado
O Plano de Ação
a seguir foi
encaminhado à Unesco em
processos internos de apropriação 2002, com o título Plano
desse bem, que deve ser mantido integrado de
sob o efetivo controle da valorização dos
comunidade Wajãpi do Amapá. conhecimentos
Essa “reflexividade” dos processos tradicionais, para o
de reconhecimento de bens desenvolvimento
culturais envolvendo relações socioambiental
sociais internas às comunidades sustentável da
(cfr.Arantes, 2001) abarcará comunidade indígena
conseqüências para a auto-imagem atividades de revitalização interna, Wajãpi do Amapá.
dos Wajãpi do Amapá – um aspecto foi recentemente instalado O Conselho das Aldeias
positivo – mas poderá também o Conselho Consultivo do Plano Wajãpi / Apina é a
resultar em efeitos políticos e de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial organização representativa
comerciais indesejados para a Wajãpi, com a seguinte composição: da comunidade que se
gestão e valorização interna do Os quatro membros da diretoria responsabiliza pela sua
patrimônio cultural que se do Conselho das Aldeias / Apina implementação, com apoio
pretende preservar. Para controlar (eleitos a cada dois anos): Kaitona de diversas instituições
e compensar as conseqüências Wajãpi, Jawapuku Wajãpi, Patenã parceiras.
práticas dessa inevitável Wajãpi e Jawaruwa Wajãpi. Além
publicidade, assim como para destes, participam do Conselho seis
avaliar os resultados das professores bilíngües: Moropi
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 107

página ao lado reunião política


atividades no curso em macapá, ¡ªª¡.
de formação de foto: dominique
professores t. gallois.
bilíngües.
foto: dominique
t. gallois.
mecanismo
administrativo

plano de ação*
A publicidade de um bem
cultural patrimoniado tem,
necessariamente, impactos sobre os
*apresentado
O Plano de Ação
a seguir foi
encaminhado à Unesco em
processos internos de apropriação 2002, com o título Plano
desse bem, que deve ser mantido integrado de
sob o efetivo controle da valorização dos
comunidade Wajãpi do Amapá. conhecimentos
Essa “reflexividade” dos processos tradicionais, para o
de reconhecimento de bens desenvolvimento
culturais envolvendo relações socioambiental
sociais internas às comunidades sustentável da
(cfr.Arantes, 2001) abarcará comunidade indígena
conseqüências para a auto-imagem atividades de revitalização interna, Wajãpi do Amapá.
dos Wajãpi do Amapá – um aspecto foi recentemente instalado O Conselho das Aldeias
positivo – mas poderá também o Conselho Consultivo do Plano Wajãpi / Apina é a
resultar em efeitos políticos e de Salvaguarda do Patrimônio Imaterial organização representativa
comerciais indesejados para a Wajãpi, com a seguinte composição: da comunidade que se
gestão e valorização interna do Os quatro membros da diretoria responsabiliza pela sua
patrimônio cultural que se do Conselho das Aldeias / Apina implementação, com apoio
pretende preservar. Para controlar (eleitos a cada dois anos): Kaitona de diversas instituições
e compensar as conseqüências Wajãpi, Jawapuku Wajãpi, Patenã parceiras.
práticas dessa inevitável Wajãpi e Jawaruwa Wajãpi. Além
publicidade, assim como para destes, participam do Conselho seis
avaliar os resultados das professores bilíngües: Moropi
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encontro de detalhe de padrão


líderes indígenas pira kã’gwer.
em macapá. katirina wajãpi, ™ººº.
foto: dominique
t. gallois.

Wajãpi, Viseni Wajãpi, Makarato de Ação, atendendo toda e membros da diretoria do Conselho ou necessidades de ordem prática,
Wajãpi, Aikyry Wajãpi, Japaropi qualquer demanda dos Wajãpi a / Apina. Cada conselheiro pedagógica, ou mesmo ética, para
Wajãpi e Taraku´asi Wajãpi; respeito do trabalho. elabora relatório a ser garantir que as ações de diagnóstico,
– dois representantes do Iphan/ Os membros não-indígenas do intercambiado com os demais investigação participativa,
Minc: Márcia Sant´Anna (titular) Conselho Consultivo foram membros do Conselho Consultivo inventário e difusão interna,
e Simone Macedo (suplente); escolhidos entre profissionais com para que, ao final de cada ano, previstas no Plano de Ação,
– dois representantes do Museu do inquestionável competência se possa realizar uma reunião possam atingir seus objetivos de
Índio – Funai: José Carlos Levinho técnica, além de experiência de avaliação e planejamento da revitalização do sistema gráfico e da
(titular) e Arilza de Almeira anterior no trabalho com continuidade das ações. arte verbal, assim como dos valores
(suplente); populações indígenas e, Cabe principalmente ao culturais dos Wajãpi do Amapá.
– dois representantes do Núcleo de especialmente, com os Wajãpi. Conselho das Aldeias / Apina
Educação Indígena da Secretaria de Cabe aos membros desse conselho avaliar o progresso e os resultados –
Educação do Estado do Amapá – Smrecsányi (titular) e Paulo Afonso serem captados pelos novos realizar – conjuntamente ou não – positivos ou não – de todas as
NEI/SEED: Eclemilda Maciel Cardoso Favacho (suplente) projetos terão sua destinação visitas semestrais para verificar o intervenções decorrentes do
(titular) e Rosilene Corrêa da O Conselho das Aldeias Wajãpi / especificada e caberá ao Conselho andamento dos trabalhos de reconhecimento de seu patrimônio
Silva (suplente) Apina será o gestor dos recursos, Consultivo auxiliar o Apina e o valorização e revitalização interna, imaterial. O Apina constitui a
– dois representantes do Núcleo de por meio de convênios com as Programa Wajãpi nessa gestão, avaliar a atuação de técnicos não- instância deliberativa com
História Indígena e do Indigenismo demais instituições envolvidas. aprovando um plano de aplicação indígenas que por ventura sejam capacidade de interromper ou
– Universidade de São Paulo: Alguns projetos já implementados dos recursos que irá definir os contratados e ouvir o parecer da reorientar ações e/ou suas
Dominique Tilkin Gallois (titular) para ações de valorização cultural e elementos de despesas e comunidade sobre os resultados conseqüências que não sejam
e Marta Amoroso (suplente). de formação no âmbito do procedimentos para sua utilização. alcançados. Essas vistorias devem adequadas aos interesses da
– dois representantes do Instituto Programa Wajãpi estão sendo Assim, o Conselho Consultivo incluir estadias em diferentes comunidade. E, sobretudo, tem
de Pesquisa e Formação em geridos pelo Iepé, principal oferece assessoria permanente aldeias dos Wajãpi do Amapá e a responsabilidade para indicar ao
Educação Indígena: Lúcia parceiro do Apina. Os recursos a ao Apina, na execução do Plano reuniões de trabalho com os Conselho Consultivo prioridades
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encontro de detalhe de padrão


líderes indígenas pira kã’gwer.
em macapá. katirina wajãpi, ™ººº.
foto: dominique
t. gallois.

Wajãpi, Viseni Wajãpi, Makarato de Ação, atendendo toda e membros da diretoria do Conselho ou necessidades de ordem prática,
Wajãpi, Aikyry Wajãpi, Japaropi qualquer demanda dos Wajãpi a / Apina. Cada conselheiro pedagógica, ou mesmo ética, para
Wajãpi e Taraku´asi Wajãpi; respeito do trabalho. elabora relatório a ser garantir que as ações de diagnóstico,
– dois representantes do Iphan/ Os membros não-indígenas do intercambiado com os demais investigação participativa,
Minc: Márcia Sant´Anna (titular) Conselho Consultivo foram membros do Conselho Consultivo inventário e difusão interna,
e Simone Macedo (suplente); escolhidos entre profissionais com para que, ao final de cada ano, previstas no Plano de Ação,
– dois representantes do Museu do inquestionável competência se possa realizar uma reunião possam atingir seus objetivos de
Índio – Funai: José Carlos Levinho técnica, além de experiência de avaliação e planejamento da revitalização do sistema gráfico e da
(titular) e Arilza de Almeira anterior no trabalho com continuidade das ações. arte verbal, assim como dos valores
(suplente); populações indígenas e, Cabe principalmente ao culturais dos Wajãpi do Amapá.
– dois representantes do Núcleo de especialmente, com os Wajãpi. Conselho das Aldeias / Apina
Educação Indígena da Secretaria de Cabe aos membros desse conselho avaliar o progresso e os resultados –
Educação do Estado do Amapá – Smrecsányi (titular) e Paulo Afonso serem captados pelos novos realizar – conjuntamente ou não – positivos ou não – de todas as
NEI/SEED: Eclemilda Maciel Cardoso Favacho (suplente) projetos terão sua destinação visitas semestrais para verificar o intervenções decorrentes do
(titular) e Rosilene Corrêa da O Conselho das Aldeias Wajãpi / especificada e caberá ao Conselho andamento dos trabalhos de reconhecimento de seu patrimônio
Silva (suplente) Apina será o gestor dos recursos, Consultivo auxiliar o Apina e o valorização e revitalização interna, imaterial. O Apina constitui a
– dois representantes do Núcleo de por meio de convênios com as Programa Wajãpi nessa gestão, avaliar a atuação de técnicos não- instância deliberativa com
História Indígena e do Indigenismo demais instituições envolvidas. aprovando um plano de aplicação indígenas que por ventura sejam capacidade de interromper ou
– Universidade de São Paulo: Alguns projetos já implementados dos recursos que irá definir os contratados e ouvir o parecer da reorientar ações e/ou suas
Dominique Tilkin Gallois (titular) para ações de valorização cultural e elementos de despesas e comunidade sobre os resultados conseqüências que não sejam
e Marta Amoroso (suplente). de formação no âmbito do procedimentos para sua utilização. alcançados. Essas vistorias devem adequadas aos interesses da
– dois representantes do Instituto Programa Wajãpi estão sendo Assim, o Conselho Consultivo incluir estadias em diferentes comunidade. E, sobretudo, tem
de Pesquisa e Formação em geridos pelo Iepé, principal oferece assessoria permanente aldeias dos Wajãpi do Amapá e a responsabilidade para indicar ao
Educação Indígena: Lúcia parceiro do Apina. Os recursos a ao Apina, na execução do Plano reuniões de trabalho com os Conselho Consultivo prioridades
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crianças na preparação do
escola mariry. foto: urucum.
dominique foto: dominique
t. gallois. t. gallois.

Componentes do
Plano de Ação

P ara colocar em prática uma


proteção eficaz do patrimônio
imaterial dos Wajãpi do Amapá
1. Campanhas de sensibilização
e informação
Intervenções desta natureza são tão
os setores públicos e privados que
lidam – nas esferas federal, estadual
e municipal – com as populações
exógenas a essas culturas
diferenciadas. Será difundida
informação sobre os impactos da
não indígenas passe a entender
melhor e respeitar o valor excepcional
desta dinâmica característica
e de outros grupos indígenas, prioritárias quanto as ações locais, indígenas do Amapá e regiões comercialização e uso indevido do patrimônio imaterial.
distinguimos medidas de duas à medida que todos os esforços adjacentes. A idealização das dos saberes indígenas, que acabam
ordens, operacionalmente distintas: internos da comunidade Wajãpi campanhas estará a cargo do por desvalorizar as diferenças 2. Difusão dos patrimônios
1. a implementação de do Amapá poderão se tornar Conselho Consultivo que assessora e singularidades culturais. imateriais de grupos indígenas
campanhas dirigidas aos múltiplos improdutivos se não forem o Apina, e sua implementação O caráter dessas campanhas brasileiros
agentes que atuam, direta ou alteradas as atitudes e práticas envolverá especialmente o Museu será antes preventivo que curativo Para alimentar essas campanhas,
indiretamente, junto a esta e a etnocêntricas correntes, do Índio da Funai e o NEI-AP. (C. Londres, 2000), pois se trata será realizada uma difusão – seletiva
outras comunidades, e que revertendo, assim, os preconceitos Essa campanha deverá focar o de difundir respeito a práticas de e controlada pelos seus detentores –
precisam incorporar formas que ainda caracterizam a relação patrimônio cultural dos índios transmissão oral e a valores dos saberes orais e das técnicas
de relacionamento e intervenção da sociedade brasileira com as Wajãpi e de outros grupos da região culturais que estão vivos – e culturais dos Wajãpi e de outros
adequadas à valorização de populações indígenas. e, na medida do possível, de todo o não apenas “objetos do passado” – grupos da região, tendo em vista,
patrimônios orais e à manutenção Considerando a existência de País. Tratar-se-á de reverter a idéia e que, portanto, são sempre, sua dinâmica de
das diferenças culturais; uma boa legislação, assim como de de que a oralidade é sinônimo constantemente produzidos e transformação e suas diferentes
2. a implementação de ações para um conhecimento acumulado e de de limitação no acúmulo de reelaborados. É essa dinâmica modalidades de transmissão.
a revitalização interna das formas excelente qualidade sobre as conhecimentos e de pobreza da de recriação e atualização dos Para evitar desconfigurar as
de expressão gráfica e orais entre populações indígenas, e de recursos atividade intelectual. Tratar-se-á, conhecimentos, ao longo particularidades desse tipo de
os Wajãpi do Amapá. – mesmo que atualmente mal ainda, de capacitar todos os das gerações, por intermédio patrimônio, assim como sua
aplicados –, será fundamental técnicos que trabalham em áreas da oralidade, que será objeto apropriação e utilização indevidas,
Ações do primeiro componente articular esses diferentes níveis para indígenas para a avaliação crítica e das campanhas de sensibilização a difusão deverá ser realizada,
O primeiro componente inclui três a realização de campanhas de os cuidados indispensáveis no e informação, para que o maior preferencialmente, em meios
conjuntos de ações: sensibilização e informação de todos repasse de conhecimentos e práticas número possível de atores sociais audiovisuais. Os responsáveis irão
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 110 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 111

crianças na preparação do
escola mariry. foto: urucum.
dominique foto: dominique
t. gallois. t. gallois.

Componentes do
Plano de Ação

P ara colocar em prática uma


proteção eficaz do patrimônio
imaterial dos Wajãpi do Amapá
1. Campanhas de sensibilização
e informação
Intervenções desta natureza são tão
os setores públicos e privados que
lidam – nas esferas federal, estadual
e municipal – com as populações
exógenas a essas culturas
diferenciadas. Será difundida
informação sobre os impactos da
não indígenas passe a entender
melhor e respeitar o valor excepcional
desta dinâmica característica
e de outros grupos indígenas, prioritárias quanto as ações locais, indígenas do Amapá e regiões comercialização e uso indevido do patrimônio imaterial.
distinguimos medidas de duas à medida que todos os esforços adjacentes. A idealização das dos saberes indígenas, que acabam
ordens, operacionalmente distintas: internos da comunidade Wajãpi campanhas estará a cargo do por desvalorizar as diferenças 2. Difusão dos patrimônios
1. a implementação de do Amapá poderão se tornar Conselho Consultivo que assessora e singularidades culturais. imateriais de grupos indígenas
campanhas dirigidas aos múltiplos improdutivos se não forem o Apina, e sua implementação O caráter dessas campanhas brasileiros
agentes que atuam, direta ou alteradas as atitudes e práticas envolverá especialmente o Museu será antes preventivo que curativo Para alimentar essas campanhas,
indiretamente, junto a esta e a etnocêntricas correntes, do Índio da Funai e o NEI-AP. (C. Londres, 2000), pois se trata será realizada uma difusão – seletiva
outras comunidades, e que revertendo, assim, os preconceitos Essa campanha deverá focar o de difundir respeito a práticas de e controlada pelos seus detentores –
precisam incorporar formas que ainda caracterizam a relação patrimônio cultural dos índios transmissão oral e a valores dos saberes orais e das técnicas
de relacionamento e intervenção da sociedade brasileira com as Wajãpi e de outros grupos da região culturais que estão vivos – e culturais dos Wajãpi e de outros
adequadas à valorização de populações indígenas. e, na medida do possível, de todo o não apenas “objetos do passado” – grupos da região, tendo em vista,
patrimônios orais e à manutenção Considerando a existência de País. Tratar-se-á de reverter a idéia e que, portanto, são sempre, sua dinâmica de
das diferenças culturais; uma boa legislação, assim como de de que a oralidade é sinônimo constantemente produzidos e transformação e suas diferentes
2. a implementação de ações para um conhecimento acumulado e de de limitação no acúmulo de reelaborados. É essa dinâmica modalidades de transmissão.
a revitalização interna das formas excelente qualidade sobre as conhecimentos e de pobreza da de recriação e atualização dos Para evitar desconfigurar as
de expressão gráfica e orais entre populações indígenas, e de recursos atividade intelectual. Tratar-se-á, conhecimentos, ao longo particularidades desse tipo de
os Wajãpi do Amapá. – mesmo que atualmente mal ainda, de capacitar todos os das gerações, por intermédio patrimônio, assim como sua
aplicados –, será fundamental técnicos que trabalham em áreas da oralidade, que será objeto apropriação e utilização indevidas,
Ações do primeiro componente articular esses diferentes níveis para indígenas para a avaliação crítica e das campanhas de sensibilização a difusão deverá ser realizada,
O primeiro componente inclui três a realização de campanhas de os cuidados indispensáveis no e informação, para que o maior preferencialmente, em meios
conjuntos de ações: sensibilização e informação de todos repasse de conhecimentos e práticas número possível de atores sociais audiovisuais. Os responsáveis irão
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 112 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 113

na escola, há uma das primeiras


alguns anos, reuniões do
a alfabetização conselho das
é feita em língua aldeias apina.
materna. foto: dominique
foto: dominique t. gallois.
t. gallois.

assumir o compromisso de evitar adiante: fontes de financiamento compreender e se apropriar de wajãpi, já iniciada, está trazendo aqueles esperados pelo Plano de
uma difusão de narrativas escritas, e ações em andamento) todo o conjunto de significados resultados expressivos nesse sentido Ação. Deverá considerar, em
e toda e qualquer difusão de envolvidos no reconhecimento (ver adiante: fontes de financiamento especial, os fatores desfavoráveis
conhecimentos dos Wajãpi nesse 3. Pesquisa e elaboração dos de suas expressões culturais como e ações em andamento). à persistência das formas de
formato deverá ser, antes, submetida dados num inventário participativo “bem imaterial da humanidade”, expressão cultural como o sistema
a seus detentores e ao Conselho Medidas de proteção de um de acordo com suas necessidades Objetivos do segundo gráfico kusiwa. Os professores
Consultivo. A propriedade coletiva patrimônio oral exigem a produção e prioridades. componente bilíngües idealizaram um
desse patrimônio dos Wajãpi do sistemática de dados e sua Nesse processo, é indispensável As instituições representadas no levantamento de situações de
Amapá será garantida em todo interpretação, para configuração de garantir condições de diálogo Conselho Consultivo que assessora discriminação cultural, que está
e qualquer ato de difusão. um inventário. Ressalte-se que a intenso com os pesquisadores e o Apina serão responsáveis pelo sendo realizado por eles, em
Para se alcançar a qualidade realização de registros e sua técnicos das instituições envolvidas desenvolvimento do Plano integrado de diversas aldeias, e irá compor
desejada nas atividades de difusão reprodução para fins diversos só no plano de gestão, para um valorização dos conhecimentos tradicionais os resultados de um primeiro
de elementos do patrimônio tomem consciência de seu valor e poderá ser realizada com a trabalho continuado e de qualidade para o desenvolvimento socioambiental diagnóstico, pautado pelo Conselho
imaterial desse grupo, será essencial consolidem seu interesse em concordância e participação direta em benefício desses interesses sustentável da comunidade Wajãpi do Amapá, Consultivo, em julho de 2005.
estabelecer uma comparação com a perpetuá-lo e transmiti-lo às da comunidade indígena, para locais. Para os jovens wajãpi, que cujas atividades e metas principais
situação de patrimônios similares gerações mais novas. Ações nesse garantir que o sistema referencial serão chamados a participar desse são as seguintes: 2. Procedimentos e focos
em diferentes áreas indígenas do sentido estão sendo planejadas, seja realizado em acordo com as inventário ao lado dos mais velhos, prioritários para a avaliação
Brasil, visando a trazer subsídios ao especialmente através da ênfases culturais e o contexto esta medida poderá significar a 1. Diagnóstico permanente dos resultados:
estabelecimento de políticas na área aproximação entre representantes sociopolítico do grupo. Por outro oportunidade de identificar partes do processo de revitalização da São quatro os principais
do patrimônio cultural específico dos grupos indígenas do Amapá, lado, como já se constatou na de seu acervo de conhecimentos e cultura oral: procedimentos que orientam todas
dessas populações. A ação que participarão conjuntamente de experiência de tombamento de práticas culturais antes A realização de um diagnóstico as atividades propostas neste Plano
prioritária deve ser a de oferecer um seminário, em 2005, visando a manifestações de grupos sociais desconhecidas, ou em desuso, permanente é indispensável para de Ação:
reconhecimento aos detentores consolidar sua participação em ações diferenciados, cabe garantir que os ou inadequadamente avaliadas. orientar ações progressivas e avaliar – os resultados do trabalho de
desse patrimônio para que de difusão cultural na região (ver Wajãpi do Amapá possam A formação de pesquisadores se os resultados alcançados são revitalização cultural são
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 112 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 113

na escola, há uma das primeiras


alguns anos, reuniões do
a alfabetização conselho das
é feita em língua aldeias apina.
materna. foto: dominique
foto: dominique t. gallois.
t. gallois.

assumir o compromisso de evitar adiante: fontes de financiamento compreender e se apropriar de wajãpi, já iniciada, está trazendo aqueles esperados pelo Plano de
uma difusão de narrativas escritas, e ações em andamento) todo o conjunto de significados resultados expressivos nesse sentido Ação. Deverá considerar, em
e toda e qualquer difusão de envolvidos no reconhecimento (ver adiante: fontes de financiamento especial, os fatores desfavoráveis
conhecimentos dos Wajãpi nesse 3. Pesquisa e elaboração dos de suas expressões culturais como e ações em andamento). à persistência das formas de
formato deverá ser, antes, submetida dados num inventário participativo “bem imaterial da humanidade”, expressão cultural como o sistema
a seus detentores e ao Conselho Medidas de proteção de um de acordo com suas necessidades Objetivos do segundo gráfico kusiwa. Os professores
Consultivo. A propriedade coletiva patrimônio oral exigem a produção e prioridades. componente bilíngües idealizaram um
desse patrimônio dos Wajãpi do sistemática de dados e sua Nesse processo, é indispensável As instituições representadas no levantamento de situações de
Amapá será garantida em todo interpretação, para configuração de garantir condições de diálogo Conselho Consultivo que assessora discriminação cultural, que está
e qualquer ato de difusão. um inventário. Ressalte-se que a intenso com os pesquisadores e o Apina serão responsáveis pelo sendo realizado por eles, em
Para se alcançar a qualidade realização de registros e sua técnicos das instituições envolvidas desenvolvimento do Plano integrado de diversas aldeias, e irá compor
desejada nas atividades de difusão reprodução para fins diversos só no plano de gestão, para um valorização dos conhecimentos tradicionais os resultados de um primeiro
de elementos do patrimônio tomem consciência de seu valor e poderá ser realizada com a trabalho continuado e de qualidade para o desenvolvimento socioambiental diagnóstico, pautado pelo Conselho
imaterial desse grupo, será essencial consolidem seu interesse em concordância e participação direta em benefício desses interesses sustentável da comunidade Wajãpi do Amapá, Consultivo, em julho de 2005.
estabelecer uma comparação com a perpetuá-lo e transmiti-lo às da comunidade indígena, para locais. Para os jovens wajãpi, que cujas atividades e metas principais
situação de patrimônios similares gerações mais novas. Ações nesse garantir que o sistema referencial serão chamados a participar desse são as seguintes: 2. Procedimentos e focos
em diferentes áreas indígenas do sentido estão sendo planejadas, seja realizado em acordo com as inventário ao lado dos mais velhos, prioritários para a avaliação
Brasil, visando a trazer subsídios ao especialmente através da ênfases culturais e o contexto esta medida poderá significar a 1. Diagnóstico permanente dos resultados:
estabelecimento de políticas na área aproximação entre representantes sociopolítico do grupo. Por outro oportunidade de identificar partes do processo de revitalização da São quatro os principais
do patrimônio cultural específico dos grupos indígenas do Amapá, lado, como já se constatou na de seu acervo de conhecimentos e cultura oral: procedimentos que orientam todas
dessas populações. A ação que participarão conjuntamente de experiência de tombamento de práticas culturais antes A realização de um diagnóstico as atividades propostas neste Plano
prioritária deve ser a de oferecer um seminário, em 2005, visando a manifestações de grupos sociais desconhecidas, ou em desuso, permanente é indispensável para de Ação:
reconhecimento aos detentores consolidar sua participação em ações diferenciados, cabe garantir que os ou inadequadamente avaliadas. orientar ações progressivas e avaliar – os resultados do trabalho de
desse patrimônio para que de difusão cultural na região (ver Wajãpi do Amapá possam A formação de pesquisadores se os resultados alcançados são revitalização cultural são
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crianças assistindo jovem com seu


à dança. filho. foto:
foto: dominique marina weis.
t. gallois.

obliterar seus próprios saberes e complexo, demorado e delicado correspondem à enorme interessados em conhecer.
formas de enunciação. que a produção de registros diversidade cultural indígena A informação sobre essas outras
O respeito a esses procedimentos editados ao gosto do público não existente no Brasil. O tipo de formas de pensar deve ser a mais
deve constituir um dos indicadores indígena. O que se pretende interculturalidade que se almeja precisa possível, para que possa
mais importantes nas avaliações do promover com este Plano de Ação alcançar através das atividades entender a diversidade das culturas
trabalho em andamento. Se forem é menos a cultura como propostas neste Plano não deverá no mundo. No caso dos Wajãpi do
respeitados, espera-se impedir “espetáculo” que como um se limitar a essa coexistência, que Amapá, cujos jovens passam, no
desvios comuns na implementação “bem próprio” da comunidade não é pacífica, pois geralmente momento, por um processo de
de programas de valorização indígena (Arantes, 2000), sem resulta na substituição dos sedução pelas “coisas dos brancos”,
cultural, quais sejam: ser, entretanto, nem um retorno conhecimentos, práticas e valores tratar-se-á de recolocar as práticas
A maior parte das atividades ao passado nem uma busca indígenas pelos da sociedade dos não-índios – que a jovem
do chamado “resgate” cultural, que de isolamento. envolvente. O registro escrito de geração anseia por adotar como
direcionados prioritariamente à comunidade, cujos representantes as mais diversas agências costumam O tipo de “interculturalidade” fragmentos de mitologias, em padrão – como uma entre muitas
apropriação interna da comunidade para dirigir atividades específicas apoiar, inclui a produção de livros, convencionalmente praticado detrimento de um trabalho mais alternativas possíveis, mas não
Wajãpi do Amapá, evitando-se são criteriosamente selecionados discos, e outros, destinados ao pelas instituições educativas profundo de recuperação de “a” única alternativa para sua
destinar os produtos desse processo entre os mais interessados público externo e comercializados consiste apenas em promover a práticas enunciativas e da arte identificação ou para a construção
de valorização a finalidades nesse tipo de ação cultural; a favor das comunidades. Esse tipo coexistência ou a comparação de verbal tradicional, são exemplos de seu futuro. Valores religiosos,
comerciais; – as atividades levam em de produção garante visibilidade conhecimentos e valores da correntes desses desvios da práticas curativas, formas de
– as ações são desenvolvidas com consideração parâmetros da aos seus realizadores e à própria sociedade indígena com os da interculturalidade. diversão como as sugeridas pela
caráter prioritariamente educativo interculturalidade, entendida comunidade, mas nem sempre sociedade dominante. O que se Interculturalidade significa televisão, mecanismos de troca
e secundariamente voltadas à como o processo de seleção é acompanhado da valorização costuma veicular como temas levar ao conhecimento dos índios monetária, costumes de higiene,
divulgação externa; crítica de técnicas de transmissão interna das manifestações culturais. típicos da indianidade não são técnicas e conteúdos de outras padrões estéticos e outros devem
– todas as ações são executadas com e de conhecimentos que Esse trabalho de revitalização, outra coisa que um conjunto de sociedades – e não apenas da ser apresentados em toda sua
a participação intensa da interessam à comunidade, sem efetivamente, é muito mais elementos genéricos, que em nada sociedade envolvente – que estão diversidade, evidenciando-se
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 114 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 115

crianças assistindo jovem com seu


à dança. filho. foto:
foto: dominique marina weis.
t. gallois.

obliterar seus próprios saberes e complexo, demorado e delicado correspondem à enorme interessados em conhecer.
formas de enunciação. que a produção de registros diversidade cultural indígena A informação sobre essas outras
O respeito a esses procedimentos editados ao gosto do público não existente no Brasil. O tipo de formas de pensar deve ser a mais
deve constituir um dos indicadores indígena. O que se pretende interculturalidade que se almeja precisa possível, para que possa
mais importantes nas avaliações do promover com este Plano de Ação alcançar através das atividades entender a diversidade das culturas
trabalho em andamento. Se forem é menos a cultura como propostas neste Plano não deverá no mundo. No caso dos Wajãpi do
respeitados, espera-se impedir “espetáculo” que como um se limitar a essa coexistência, que Amapá, cujos jovens passam, no
desvios comuns na implementação “bem próprio” da comunidade não é pacífica, pois geralmente momento, por um processo de
de programas de valorização indígena (Arantes, 2000), sem resulta na substituição dos sedução pelas “coisas dos brancos”,
cultural, quais sejam: ser, entretanto, nem um retorno conhecimentos, práticas e valores tratar-se-á de recolocar as práticas
A maior parte das atividades ao passado nem uma busca indígenas pelos da sociedade dos não-índios – que a jovem
do chamado “resgate” cultural, que de isolamento. envolvente. O registro escrito de geração anseia por adotar como
direcionados prioritariamente à comunidade, cujos representantes as mais diversas agências costumam O tipo de “interculturalidade” fragmentos de mitologias, em padrão – como uma entre muitas
apropriação interna da comunidade para dirigir atividades específicas apoiar, inclui a produção de livros, convencionalmente praticado detrimento de um trabalho mais alternativas possíveis, mas não
Wajãpi do Amapá, evitando-se são criteriosamente selecionados discos, e outros, destinados ao pelas instituições educativas profundo de recuperação de “a” única alternativa para sua
destinar os produtos desse processo entre os mais interessados público externo e comercializados consiste apenas em promover a práticas enunciativas e da arte identificação ou para a construção
de valorização a finalidades nesse tipo de ação cultural; a favor das comunidades. Esse tipo coexistência ou a comparação de verbal tradicional, são exemplos de seu futuro. Valores religiosos,
comerciais; – as atividades levam em de produção garante visibilidade conhecimentos e valores da correntes desses desvios da práticas curativas, formas de
– as ações são desenvolvidas com consideração parâmetros da aos seus realizadores e à própria sociedade indígena com os da interculturalidade. diversão como as sugeridas pela
caráter prioritariamente educativo interculturalidade, entendida comunidade, mas nem sempre sociedade dominante. O que se Interculturalidade significa televisão, mecanismos de troca
e secundariamente voltadas à como o processo de seleção é acompanhado da valorização costuma veicular como temas levar ao conhecimento dos índios monetária, costumes de higiene,
divulgação externa; crítica de técnicas de transmissão interna das manifestações culturais. típicos da indianidade não são técnicas e conteúdos de outras padrões estéticos e outros devem
– todas as ações são executadas com e de conhecimentos que Esse trabalho de revitalização, outra coisa que um conjunto de sociedades – e não apenas da ser apresentados em toda sua
a participação intensa da interessam à comunidade, sem efetivamente, é muito mais elementos genéricos, que em nada sociedade envolvente – que estão diversidade, evidenciando-se
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 116 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 117

estudando o padrão juve. nazaré


“livro de mapas wajãpi, ¡ª•£.
da terra wajãpi”.
foto: dominique
t. gallois.

também a profunda desigualdade se dedicam ao aprofundamento realizada por meio de cursos e diferenciado. Essas atividades diversos aspectos já descritos,
que essa diversidade mascara, para de estudos sobre a língua e cultura oficinas, com apoio de várias de formação em pesquisa para particularmente aqueles voltados
que possam ser comparados e dos Wajãpi do Amapá. Para atender instituições financiadoras. Assim, os Wajãpi devem prosseguir ao campo da saúde e do manejo
apreciados com espírito crítico. as demandas da comunidade, desde 2004, os dez professores nos próximos cinco anos. ambiental. Esse inventário deve
assim como facilitar a iniciação indígenas “veteranos” iniciaram A continuidade de tal capacitação ter por metas intermediárias
3. Atividades de pesquisa à pesquisa de jovens indígenas, pesquisas individuais no âmbito de assim como seu acompanhamento atividades coletivas que tornem
científica, de registro e foi indispensável proceder sua formação em magistério científico, paralelamente à realização conhecido no seio de todas as
de inventário do sistema gráfico à organização de registros (realizada pelo Iepé, através de do inventário (ver adiante) aldeias o andamento dos trabalhos
kusiwa e do conjunto dos previamente realizados por convênio com a Secretaria de é indispensável para a correta de registro e a comparação de
saberes orais vinculados a esta pesquisadores acadêmicos vinculados Educação do Amapá). Outros 20 execução do Plano de Ação. versões, variantes e composições
forma de expressão. ao NHII/USP. Essa documentação jovens iniciaram sua formação em As investigações pelas quais esses das mais diversas.
A comunidade Wajãpi do Amapá etnográfica já está sistematizada, pesquisa no início de 2005 e já jovens Wajãpi vêm sendo Como todo inventário de
está sendo mobilizada e capacitada para consolidar um conjunto de estão desenvolvendo pesquisas capacitados consistem em estudos conexões internas, suas funções um patrimônio oral, deve-se
para a pesquisa, a documentação e informações antropológicas e individuais, que vem sendo realizados no contexto local e não específicas e características que dão considerar a fluidez dos
o reconhecimento amplo de sua lingüísticas sobre as formas de avaliadas conjuntamente no âmbito apenas em sistematização de dados conta de sua persistência e conhecimentos e tradições locais,
riqueza cultural. Para tanto, estão transmissão oral, a arte verbal e os dos cursos e oficinas realizadas pelo preexistentes. Assim, para a pintura transformação. Espera-se que tal assim como respeitar o dinamismo
previstas ações em duas etapas, a usos do sistema gráfico kusiwa. Iepé (com apoio do Iphan/Minc e corporal, por exemplo, somente investigação possa ser desenvolvida criativo dos executores tanto das
primeira com dois anos de duração, Paralelamente, os pesquisadores da Petrobrás Cultural até 2006). através de pesquisa de campo pelos pesquisadores wajãpi em composições de padrões kusiwa,
a segunda com três ou quatro anos. do NHII colaboram com o Iepé nas Finalmente, a turma de 20 prolongada se poderá entender formação, a partir de 207, quando como de performances narrativas.
A primeira etapa consistiu atividades de formação de 50 professores “novos”, ainda em como, na atual situação, esta arte estarão iniciando o inventário Não se tratará de selecionar
na instalação de um programa jovens e adultos wajãpi, nos campos formação, irão também iniciar gráfica se relaciona com outros completo do sistema gráfico kusiwa, variantes, nem de perenizar
de investigação antropológica específicos da história indígena, pesquisas individuais a partir de meios de comunicação verbais e não das narrativas orais que lhes são versões consideradas mais
e lingüística, envolvendo da etnologia, da lingüística e da 2006, como parte de sua formação verbais existentes no cotidiano dos associadas, além de todo o conjunto autênticas, como se fossem
pesquisadores do NHII/USP que ecologia. Tal formação está sendo em magistério indígena Wajãpi do Amapá, e verificar suas de saberes relacionados aos objetos sem história, mas,
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estudando o padrão juve. nazaré


“livro de mapas wajãpi, ¡ª•£.
da terra wajãpi”.
foto: dominique
t. gallois.

também a profunda desigualdade se dedicam ao aprofundamento realizada por meio de cursos e diferenciado. Essas atividades diversos aspectos já descritos,
que essa diversidade mascara, para de estudos sobre a língua e cultura oficinas, com apoio de várias de formação em pesquisa para particularmente aqueles voltados
que possam ser comparados e dos Wajãpi do Amapá. Para atender instituições financiadoras. Assim, os Wajãpi devem prosseguir ao campo da saúde e do manejo
apreciados com espírito crítico. as demandas da comunidade, desde 2004, os dez professores nos próximos cinco anos. ambiental. Esse inventário deve
assim como facilitar a iniciação indígenas “veteranos” iniciaram A continuidade de tal capacitação ter por metas intermediárias
3. Atividades de pesquisa à pesquisa de jovens indígenas, pesquisas individuais no âmbito de assim como seu acompanhamento atividades coletivas que tornem
científica, de registro e foi indispensável proceder sua formação em magistério científico, paralelamente à realização conhecido no seio de todas as
de inventário do sistema gráfico à organização de registros (realizada pelo Iepé, através de do inventário (ver adiante) aldeias o andamento dos trabalhos
kusiwa e do conjunto dos previamente realizados por convênio com a Secretaria de é indispensável para a correta de registro e a comparação de
saberes orais vinculados a esta pesquisadores acadêmicos vinculados Educação do Amapá). Outros 20 execução do Plano de Ação. versões, variantes e composições
forma de expressão. ao NHII/USP. Essa documentação jovens iniciaram sua formação em As investigações pelas quais esses das mais diversas.
A comunidade Wajãpi do Amapá etnográfica já está sistematizada, pesquisa no início de 2005 e já jovens Wajãpi vêm sendo Como todo inventário de
está sendo mobilizada e capacitada para consolidar um conjunto de estão desenvolvendo pesquisas capacitados consistem em estudos conexões internas, suas funções um patrimônio oral, deve-se
para a pesquisa, a documentação e informações antropológicas e individuais, que vem sendo realizados no contexto local e não específicas e características que dão considerar a fluidez dos
o reconhecimento amplo de sua lingüísticas sobre as formas de avaliadas conjuntamente no âmbito apenas em sistematização de dados conta de sua persistência e conhecimentos e tradições locais,
riqueza cultural. Para tanto, estão transmissão oral, a arte verbal e os dos cursos e oficinas realizadas pelo preexistentes. Assim, para a pintura transformação. Espera-se que tal assim como respeitar o dinamismo
previstas ações em duas etapas, a usos do sistema gráfico kusiwa. Iepé (com apoio do Iphan/Minc e corporal, por exemplo, somente investigação possa ser desenvolvida criativo dos executores tanto das
primeira com dois anos de duração, Paralelamente, os pesquisadores da Petrobrás Cultural até 2006). através de pesquisa de campo pelos pesquisadores wajãpi em composições de padrões kusiwa,
a segunda com três ou quatro anos. do NHII colaboram com o Iepé nas Finalmente, a turma de 20 prolongada se poderá entender formação, a partir de 207, quando como de performances narrativas.
A primeira etapa consistiu atividades de formação de 50 professores “novos”, ainda em como, na atual situação, esta arte estarão iniciando o inventário Não se tratará de selecionar
na instalação de um programa jovens e adultos wajãpi, nos campos formação, irão também iniciar gráfica se relaciona com outros completo do sistema gráfico kusiwa, variantes, nem de perenizar
de investigação antropológica específicos da história indígena, pesquisas individuais a partir de meios de comunicação verbais e não das narrativas orais que lhes são versões consideradas mais
e lingüística, envolvendo da etnologia, da lingüística e da 2006, como parte de sua formação verbais existentes no cotidiano dos associadas, além de todo o conjunto autênticas, como se fossem
pesquisadores do NHII/USP que ecologia. Tal formação está sendo em magistério indígena Wajãpi do Amapá, e verificar suas de saberes relacionados aos objetos sem história, mas,
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desenhando na aula na escola


massa de beiju. de aramirá.
foto: dominique foto: dominique
t. gallois. t. gallois.

diferença frente à sociedade do Centro será realizada sob desejam encaminhar a este centro, 5. Formação de professores orientação inovadora do MEC
envolvente. A participação indígena a gestão do Apina, que deverá decidindo, enfim, quais referências indígenas, responsáveis pela em prol da educação diferenciada,
no registro é também fundamental também receber apoios para devem ser ali preservadas. alfabetização das crianças em sua a escrita continua supervalorizada
para prepará-la a evitar sua manutenção. Além disso, será garantido a língua materna e pela elaboração em detrimento das formas orais
interferências danosas na Caberá às instituições eles o poder de decisão sobre o uso de materiais didáticos de de transmissão. Para evitar a
revitalização de seu patrimônio representadas no Conselho e difusão dessas referências. Esse interesse da comunidade estandardização que a escrita
oral (G.Coutinho, 2001). Consultivo orientar e ajudar os poder deve ser mantido dentro da Esta formação já está em veicula, é preciso não apenas de
Wajãpi a decidir as formas mais comunidade Wajãpi do Amapá, que andamento há 14 anos, sob trazer à escola temáticas da cultura
4. Implantação de um centro adequadas para o manejo e já está suficientemente organizada responsabilidade do Programa wajãpi, mas também promover a
de referências da cultura dos divulgação de elementos de seu para indicar quais são seus Wajãpi e assessoria do NHII/USP. interpretação desse patrimônio
Wajãpi do Amapá patrimônio imaterial ao público. representantes – entre chefes e Os cursos de formação foram cultural diferenciado a partir da
Os produtos do inventário e do De fato, as ações previstas não visam pessoas mais experimentadas no ampliados a partir de 1998, com própria oralidade. Esta é uma das
ao contrário, de verificar, com registro participativos serão apenas a organizar um “banco de manejo e na transmissão de sua a colaboração do Núcleo de alternativas para evitar a redução
a apreciação ampla e interna guardados e disponibilizados à dados” (C.Londres, 2000), nem arte gráfica e sua arte verbal – Educação Indígena da Secretaria das peças de arte verbal a
à comunidade produtora, o grau comunidade Wajãpi pelo seu somente alimentar o Centro de para operar essa seleção, evitando, de Educação do Amapá. historinhas com sabor infantil
de dinamismo e de diálogo dessas Centro de Documentação e Formação, que Documentação, mas pretendem assim, conflitos de interesse. A consolidação deste programa (B. Franchetto, 2000). Ao mesmo
expressões culturais com valores deve ter sua construção iniciada consolidar a gestão coletiva desse A existência de um centro de formação continuada deverá tempo, a utilização das artes visuais,
e práticas externas. ainda em 2005, num local já patrimônio pelos Wajãpi, a partir de referências contribuirá para ainda incluir atividades que que constituem um ferramenta
O registro não só visa a escolhido na Terra Indígena Wajãpi de atividades continuadas no que os Wajãpi percebam sua “falem” mais explicitamente do poderosa, poderá auxiliar os
preservar essas manifestações para e com recursos já alocados ao Centro de Documentação e cultura do ponto de vista do contexto cultural no qual se professores índios a transmitir
as gerações futuras, mas também a Apina pela Petrobrás Cultural. Formação. Caberá aos Wajãpi do outro (L.Lévi Strauss, 2001), desenvolvem a arte gráfica e a arte os valores de sua cultura.
valorizar seus detentores, O projeto executivo deste Centro Amapá não apenas executar a aprendendo assim a reconhecer e verbal tradicional dos Wajãpi.
consolidando sua capacidade de já foi concluído e contou com pesquisa e dirigir o inventário, confrontar diferentes perspectivas Em praticamente todas as
defender e exibir marcas de sua o apoio do Iphan. A construção mas também selecionar o que eles sobre a diversidade cultural. escolas indígenas do País, apesar da
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massa de beiju. de aramirá.
foto: dominique foto: dominique
t. gallois. t. gallois.

diferença frente à sociedade do Centro será realizada sob desejam encaminhar a este centro, 5. Formação de professores orientação inovadora do MEC
envolvente. A participação indígena a gestão do Apina, que deverá decidindo, enfim, quais referências indígenas, responsáveis pela em prol da educação diferenciada,
no registro é também fundamental também receber apoios para devem ser ali preservadas. alfabetização das crianças em sua a escrita continua supervalorizada
para prepará-la a evitar sua manutenção. Além disso, será garantido a língua materna e pela elaboração em detrimento das formas orais
interferências danosas na Caberá às instituições eles o poder de decisão sobre o uso de materiais didáticos de de transmissão. Para evitar a
revitalização de seu patrimônio representadas no Conselho e difusão dessas referências. Esse interesse da comunidade estandardização que a escrita
oral (G.Coutinho, 2001). Consultivo orientar e ajudar os poder deve ser mantido dentro da Esta formação já está em veicula, é preciso não apenas de
Wajãpi a decidir as formas mais comunidade Wajãpi do Amapá, que andamento há 14 anos, sob trazer à escola temáticas da cultura
4. Implantação de um centro adequadas para o manejo e já está suficientemente organizada responsabilidade do Programa wajãpi, mas também promover a
de referências da cultura dos divulgação de elementos de seu para indicar quais são seus Wajãpi e assessoria do NHII/USP. interpretação desse patrimônio
Wajãpi do Amapá patrimônio imaterial ao público. representantes – entre chefes e Os cursos de formação foram cultural diferenciado a partir da
Os produtos do inventário e do De fato, as ações previstas não visam pessoas mais experimentadas no ampliados a partir de 1998, com própria oralidade. Esta é uma das
ao contrário, de verificar, com registro participativos serão apenas a organizar um “banco de manejo e na transmissão de sua a colaboração do Núcleo de alternativas para evitar a redução
a apreciação ampla e interna guardados e disponibilizados à dados” (C.Londres, 2000), nem arte gráfica e sua arte verbal – Educação Indígena da Secretaria das peças de arte verbal a
à comunidade produtora, o grau comunidade Wajãpi pelo seu somente alimentar o Centro de para operar essa seleção, evitando, de Educação do Amapá. historinhas com sabor infantil
de dinamismo e de diálogo dessas Centro de Documentação e Formação, que Documentação, mas pretendem assim, conflitos de interesse. A consolidação deste programa (B. Franchetto, 2000). Ao mesmo
expressões culturais com valores deve ter sua construção iniciada consolidar a gestão coletiva desse A existência de um centro de formação continuada deverá tempo, a utilização das artes visuais,
e práticas externas. ainda em 2005, num local já patrimônio pelos Wajãpi, a partir de referências contribuirá para ainda incluir atividades que que constituem um ferramenta
O registro não só visa a escolhido na Terra Indígena Wajãpi de atividades continuadas no que os Wajãpi percebam sua “falem” mais explicitamente do poderosa, poderá auxiliar os
preservar essas manifestações para e com recursos já alocados ao Centro de Documentação e cultura do ponto de vista do contexto cultural no qual se professores índios a transmitir
as gerações futuras, mas também a Apina pela Petrobrás Cultural. Formação. Caberá aos Wajãpi do outro (L.Lévi Strauss, 2001), desenvolvem a arte gráfica e a arte os valores de sua cultura.
valorizar seus detentores, O projeto executivo deste Centro Amapá não apenas executar a aprendendo assim a reconhecer e verbal tradicional dos Wajãpi.
consolidando sua capacidade de já foi concluído e contou com pesquisa e dirigir o inventário, confrontar diferentes perspectivas Em praticamente todas as
defender e exibir marcas de sua o apoio do Iphan. A construção mas também selecionar o que eles sobre a diversidade cultural. escolas indígenas do País, apesar da
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processamento
principais planos de ação do jenipapo.
foto: dominique
t. gallois.
componentes / ações i nsti tu i ções envolv ida s Fontes de
componente 1 Museu do Índio-Funai
financiamento
campanhas e difusão Núcleo de Educação Indígena e projetos em
da seed/gea e Iphan/Minc; andamento
componente 2
revitalização interna

pesquisa etnográfica e
formação de pesquisadores
indígenas
nhii da Universidade de São Paulo
e Instituto de Pesquisa e Formação
em Educação Indígena/Iepé;
A s fontes de financiamento
já disponíveis para a
implementação de ações junto aos
do Índio alocará verbas de
contrapartida ao projeto Valorização e
gestão de patrimônios culturais indígenas no
Wajãpi do Amapá, assim como Amapá e norte do Pará (Petrobras
registro das formas de Comunidade Wajãpi, com apoio as que se está buscando garantir Cultural/Iepé); além disso, estará
expressão cultural e dos do Apina e demais instituições para a implementação das realizando em 2005 uma exposição
conhecimentos orais envolvidas; intervenções, são as seguintes: voltada à arte e cultura dos povos
indígenas do Uaçá, norte do
centro de documentação e Conselho das Aldeias Wajãpi/Apina, Por parte do Iphan/Minc Amapá. Para 2006, está prevista
formação wajãpi com financiamento da Petrobras O Instituto alocou, em 2004, um a montagem de uma exposição
Cultural e apoio do Ministério da recurso de 67.300 reais ao Plano de sobre a cultura Wajãpi em Macapá.
Cultura, do Museu do Índio-Funai Salvaguarda Wajãpi, por meio
e do nhii/usp; de convênio com o Iepé; foram culturais. Está previsto também o Por parte do Núcleo de Educação
realizadas atividades que incluíram apoio à realização de uma segunda Indígena da SEED do Amapá
plano de gestão ambiental Conselho das Aldeias Wajãpi/Apina, um encontro de pesquisadores reunião do Conselho Consultivo O NEI-AP conta com recursos
da terra indígena wajãpi com assessoria do Programa Wajãpi/ wajãpi e a produção de diferentes do Plano de Salvaguarda do diretamente repassados pela
Iepé e suporte do Ministério do materiais de difusão. Em 2005, Patrimônio Imaterial dos Wajãpi, Secretaria de Educação do Estado
Meio Ambiente; o Iphan alocará uma verba de a ser realizada em Macapá, em do Amapá. Desde 2002, mantêm
30,000 reais para realização de um novembro de 2005. convenios com o Iepé, para ações
formação de professores Parceria entre o nei/seed Seminário, em Macapá, visando ao de formação na Terra Indígena
indígenas e e o Programa Wajãpi/Iepé. intercâmbio entre representantes Por parte do Museu do Índio Wajãpi. Em 2005, a verba alocada
acompanhamento das de diferentes grupos indígenas da da Funai pela SEED foi de 278.632 reais,
escolas wajãpi região e discussão de planos de Para colaborar com as ações em viabilizando a realização de cursos
salvaguarda de suas manifestações curso na Terra Wajãpi, o Museu de formação, de acompanhamento
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processamento
principais planos de ação do jenipapo.
foto: dominique
t. gallois.
componentes / ações i nsti tu i ções envolv ida s Fontes de
componente 1 Museu do Índio-Funai
financiamento
campanhas e difusão Núcleo de Educação Indígena e projetos em
da seed/gea e Iphan/Minc; andamento
componente 2
revitalização interna

pesquisa etnográfica e
formação de pesquisadores
indígenas
nhii da Universidade de São Paulo
e Instituto de Pesquisa e Formação
em Educação Indígena/Iepé;
A s fontes de financiamento
já disponíveis para a
implementação de ações junto aos
do Índio alocará verbas de
contrapartida ao projeto Valorização e
gestão de patrimônios culturais indígenas no
Wajãpi do Amapá, assim como Amapá e norte do Pará (Petrobras
registro das formas de Comunidade Wajãpi, com apoio as que se está buscando garantir Cultural/Iepé); além disso, estará
expressão cultural e dos do Apina e demais instituições para a implementação das realizando em 2005 uma exposição
conhecimentos orais envolvidas; intervenções, são as seguintes: voltada à arte e cultura dos povos
indígenas do Uaçá, norte do
centro de documentação e Conselho das Aldeias Wajãpi/Apina, Por parte do Iphan/Minc Amapá. Para 2006, está prevista
formação wajãpi com financiamento da Petrobras O Instituto alocou, em 2004, um a montagem de uma exposição
Cultural e apoio do Ministério da recurso de 67.300 reais ao Plano de sobre a cultura Wajãpi em Macapá.
Cultura, do Museu do Índio-Funai Salvaguarda Wajãpi, por meio
e do nhii/usp; de convênio com o Iepé; foram culturais. Está previsto também o Por parte do Núcleo de Educação
realizadas atividades que incluíram apoio à realização de uma segunda Indígena da SEED do Amapá
plano de gestão ambiental Conselho das Aldeias Wajãpi/Apina, um encontro de pesquisadores reunião do Conselho Consultivo O NEI-AP conta com recursos
da terra indígena wajãpi com assessoria do Programa Wajãpi/ wajãpi e a produção de diferentes do Plano de Salvaguarda do diretamente repassados pela
Iepé e suporte do Ministério do materiais de difusão. Em 2005, Patrimônio Imaterial dos Wajãpi, Secretaria de Educação do Estado
Meio Ambiente; o Iphan alocará uma verba de a ser realizada em Macapá, em do Amapá. Desde 2002, mantêm
30,000 reais para realização de um novembro de 2005. convenios com o Iepé, para ações
formação de professores Parceria entre o nei/seed Seminário, em Macapá, visando ao de formação na Terra Indígena
indígenas e e o Programa Wajãpi/Iepé. intercâmbio entre representantes Por parte do Museu do Índio Wajãpi. Em 2005, a verba alocada
acompanhamento das de diferentes grupos indígenas da da Funai pela SEED foi de 278.632 reais,
escolas wajãpi região e discussão de planos de Para colaborar com as ações em viabilizando a realização de cursos
salvaguarda de suas manifestações curso na Terra Wajãpi, o Museu de formação, de acompanhamento
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aldeia ytape.
foto: dominique
t. gallois.

pedagógico nas aldeias, além da Por parte do Programa sobre a problemática do Tais atividades, assim como ações
remuneração dos professores Wajãpi / Iepé patrimônio imaterial, o Iepé de formação em gestão deverão
indígenas. Para 2006 e anos Para o desenvolvimento deste conta com apoio da Petrobrás ser ampliadas a partir de 2006,
seguintes, espera-se a renovação programa de múltiplas ações e Cultural, que alocou uma verba com apoio de um financiamento
desse convênio, necessário para a assessoria direta à comunidade de 400 mil reais ao projeto solicitado pelo Apina à Fundação
continuidade do trabalho de Wajãpi, o Iepé conta com apoio Valorização e gestão de patrimônios Mata Virgem da Noruega.
formação e consolidação de um das instituições supra culturais indígenas no Amapá e norte Caberá ainda ao Apina
programa de educação diferenciada mencionadas, que alocaram do Pará, cujo desenvolvimento se gerenciar seu Centro de
junto aos Wajãpi. verbas para atividades de formação estenderá até o final de 2006. Documentação e Formação, a ser
em diferentes áreas temáticas. construído na terra indígena com
Por parte do NHII da Além destes parceiros acima Por parte do Conselho das apoio da Petrobras Cultural e do
Universidade de São Paulo mencionados, o Iepé conta com Aldeias Wajãpi / Apina Minc, que já alocou uma verba de
Entre 2003 e 2005, o NHII Para assegurar a continuidade apoio da Fundação Mata Virgem Em 2002, o Apina obteve da 296 mil reais para a construção.
desenvolveu o projeto Documentação das pesquisas etnológicas e da Noruega para o Programa Agência de Desenvolvimento do Nos próximos anos, será
Wajãpi: memória para o futuro, lingüísticas realizadas por seus de formação em gestão dos Wajãpi Estado do Amapá o montante de necessário o apoio de outros
recebendo um apoio financeiro da membros em várias regiões do País, (90 mil reais); a partir de 2006, 30 mil reais para consolidar o seu parceiros para a manutenção
Fapesp, no valor de 85 mil reais. incluindo o Amapá, a equipe esse programa específico será fundo de artesanato, capacitar e o gerenciamento das atividades
Esse projeto viabilizou a do NHII elaborou um projeto de gerenciado diretamente jovens na sua comercialização e desse Centro. Um apoio nesse
recuperação e organização completa pesquisa temática, intitulado pelo Apina. publicar um Catálogo do artesanato sentido foi encaminhado pelo
do acervo etnográfico já disponível Redes ameríndias: geração e transformação de Para a realização de oficinas Wajãpi. Em 2005, receberá da Iepé à Unesco Brasil.
sobre a cultura wajãpi assim como a relações nas baixas terras sul-americanas e de formação de pesquisadores Secretaria Especial de Povos
participação de representantes está buscando financiamento para indígenas dos diferentes povos Indígenas / SEPI, o montante de
indígenas que realizaram estágio na seu desenvolvimento nos próximos da região, assim como 13 mil reais para suas atividades
Universidade de São Paulo. quatro anos. a preparação de publicações de fortalecimento institucional.
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aldeia ytape.
foto: dominique
t. gallois.

pedagógico nas aldeias, além da Por parte do Programa sobre a problemática do Tais atividades, assim como ações
remuneração dos professores Wajãpi / Iepé patrimônio imaterial, o Iepé de formação em gestão deverão
indígenas. Para 2006 e anos Para o desenvolvimento deste conta com apoio da Petrobrás ser ampliadas a partir de 2006,
seguintes, espera-se a renovação programa de múltiplas ações e Cultural, que alocou uma verba com apoio de um financiamento
desse convênio, necessário para a assessoria direta à comunidade de 400 mil reais ao projeto solicitado pelo Apina à Fundação
continuidade do trabalho de Wajãpi, o Iepé conta com apoio Valorização e gestão de patrimônios Mata Virgem da Noruega.
formação e consolidação de um das instituições supra culturais indígenas no Amapá e norte Caberá ainda ao Apina
programa de educação diferenciada mencionadas, que alocaram do Pará, cujo desenvolvimento se gerenciar seu Centro de
junto aos Wajãpi. verbas para atividades de formação estenderá até o final de 2006. Documentação e Formação, a ser
em diferentes áreas temáticas. construído na terra indígena com
Por parte do NHII da Além destes parceiros acima Por parte do Conselho das apoio da Petrobras Cultural e do
Universidade de São Paulo mencionados, o Iepé conta com Aldeias Wajãpi / Apina Minc, que já alocou uma verba de
Entre 2003 e 2005, o NHII Para assegurar a continuidade apoio da Fundação Mata Virgem Em 2002, o Apina obteve da 296 mil reais para a construção.
desenvolveu o projeto Documentação das pesquisas etnológicas e da Noruega para o Programa Agência de Desenvolvimento do Nos próximos anos, será
Wajãpi: memória para o futuro, lingüísticas realizadas por seus de formação em gestão dos Wajãpi Estado do Amapá o montante de necessário o apoio de outros
recebendo um apoio financeiro da membros em várias regiões do País, (90 mil reais); a partir de 2006, 30 mil reais para consolidar o seu parceiros para a manutenção
Fapesp, no valor de 85 mil reais. incluindo o Amapá, a equipe esse programa específico será fundo de artesanato, capacitar e o gerenciamento das atividades
Esse projeto viabilizou a do NHII elaborou um projeto de gerenciado diretamente jovens na sua comercialização e desse Centro. Um apoio nesse
recuperação e organização completa pesquisa temática, intitulado pelo Apina. publicar um Catálogo do artesanato sentido foi encaminhado pelo
do acervo etnográfico já disponível Redes ameríndias: geração e transformação de Para a realização de oficinas Wajãpi. Em 2005, receberá da Iepé à Unesco Brasil.
sobre a cultura wajãpi assim como a relações nas baixas terras sul-americanas e de formação de pesquisadores Secretaria Especial de Povos
participação de representantes está buscando financiamento para indígenas dos diferentes povos Indígenas / SEPI, o montante de
indígenas que realizaram estágio na seu desenvolvimento nos próximos da região, assim como 13 mil reais para suas atividades
Universidade de São Paulo. quatro anos. a preparação de publicações de fortalecimento institucional.
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arantes , A. A. 2000. londres , C. 2000, sempre as aldeias de lugar para não Indígena e do Indigenismo da
Introdução e marco teórico. Referências culturais: acabar com os recursos naturais. Universidade de São Paulo.
Inventário nacional de referências base para novas políticas Nós nunca vamos esquecer nossa Faz tempo que esses parceiros
culturais: manual de Aplicações. de patrimônio in: ANEXO 1: cultura porque continuamos estão pesquisando nossa cultura
Brasília. arantes A. A. (org). Carta da ensinando nossos filhos e netos na junto com pesquisadores wajãpi e
Bibliografia 2001. Patrimônio imaterial e Inventário nacional de referências comunidade escola e no dia-a-dia. Nós temos eles ajudam a explicar nossa cultura
referências culturais. culturais, Manual de Aplicações. indígena Wajãpi nossa proposta curricular para outros não-índios. Nós
Revista Tempo Brasileiro: Patrimônio Brasília. diferenciada que está sendo queremos que os não-índios
Imaterial, vol. 147,5/9 (129-139). montero, P. 1998. Cultura e
do Amapá construída pelos próprios conheçam nossa cultura para
barcelos neto , A. 1999. democracia no processo da professores wajãpi para fortalecer a respeitar nossos conhecimentos e
Arte, estética e cosmologia entre os índios globalização. Novos Estudos Cebrap, cultura wajãpi na escola. Mas nosso modo de vida. Se os não-
Waurá da Amazônia Meridional. n˚44, 1996 (89-113). também fora da escola, nós índios não respeitam nossa cultura,
Dissertação de mestrado. samain, E. 1991. Moroneta Rio de Janeiro, ensinamos nossos conhecimentos até os nossos próprios jovens
Departamento de Antropologia, Kamayurá: mitos e aspectos da 7 de novembro de 2003 para as crianças, através de nossa podem começar a desvalorizar
Universidade de Santa Catarina. realidade social dos índios Kamayurá tradição oral, das caçadas e nossos conhecimentos e modo de
cou t i nho, G. 2001. Mosaico (Alto Xingu). Rio de janeiro: Exmo. Sr. Ministro da Cultura, caminhadas na mata. vida. Por isso, nos queremos apoio
da memória. Revista Tempo Lidador. 245 p. il. Gilberto Gil Outra coisa para ajudar a para continuar este trabalho com os
Brasileiro: Patrimônio Imaterial, van velt hem, L. 2000. fortalecer a nossa cultura é a nossa nossos parceiros de formação dos
vol. 147,5/9 (101-106). Em outros tempos e nos Nós Wajãpi estamos muito felizes organização, o Conselho das Wajãpi, e também de formação dos
fr a nchett o, B. 2000. tempos atuais: arte indígena. porque ganhamos o prêmio da Aldeias Wajãpi / Apina. Também não-índios, para entender e
Escrever línguas indígenas: In: Mostra do Redescobrimento: Unesco que escolheu nossa cultura tem o nosso parceiro, o Iepé – respeitar os povos indígenas.
apropriação, domesticação, artes indígenas. Nelson Aguilar como patrimônio imaterial da Instituto de Pesquisa e Formação
representações. In: Os índios, nós. (org.), São Paulo, Associação Humanidade. Nós achamos que em Educação Indígena, que Atenciosamente,
Joaquim Pais de Brito (org). Brasil 500 anos, 2000. este prêmio é o reconhecimento do trabalha junto com o Apina no
Museu Nacional de Etnologia, trabalho que nós estamos fazendo Programa Wajãpi, com atividades Kasiripinã Wajãpi
Lisboa (44-50). há muito tempo para fortalecer nas áreas de educação, saúde, Kaiku Wajãpi
lé v i - strau ss, C. 1963. cada vez mais a cultura wajãpi. cultura, terra e ambiente. Taraku´asi Wajãpi
Anthropologie structurale, Nossa cultura wajãpi é muito O objetivo principal do Programa Japaropi Wajãpi
Paris. Plon forte porque nós já demarcamos Wajãpi é formar os Wajãpi para Jawapuku Wajãpi
le v i st rau ss, L. 2001. nossa terra e continuamos sempre serem autônomos e não
Patrimônio imaterial e fazendo vigilância para não ter dependerem dos não-índios.
diversidade cultural: o novo invasões dos não-índios. Nós Além do Iepé, tem outros
decreto para a proteção dos Wajãpi nunca vamos deixar nosso parceiros que estão ajudando
bens imateriais. Revista Tempo modo de vida, como por exemplo, o programa de fortalecimento
Brasileiro: Patrimônio Imaterial, as nossas festas, a nossa pintura cultural wajãpi, que são o Museu
vol. 147,5/9 (23-27). corporal, o nosso jeito de mudar do Índio e o Núcleo de História
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 124 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 125

arantes , A. A. 2000. londres , C. 2000, sempre as aldeias de lugar para não Indígena e do Indigenismo da
Introdução e marco teórico. Referências culturais: acabar com os recursos naturais. Universidade de São Paulo.
Inventário nacional de referências base para novas políticas Nós nunca vamos esquecer nossa Faz tempo que esses parceiros
culturais: manual de Aplicações. de patrimônio in: ANEXO 1: cultura porque continuamos estão pesquisando nossa cultura
Brasília. arantes A. A. (org). Carta da ensinando nossos filhos e netos na junto com pesquisadores wajãpi e
Bibliografia 2001. Patrimônio imaterial e Inventário nacional de referências comunidade escola e no dia-a-dia. Nós temos eles ajudam a explicar nossa cultura
referências culturais. culturais, Manual de Aplicações. indígena Wajãpi nossa proposta curricular para outros não-índios. Nós
Revista Tempo Brasileiro: Patrimônio Brasília. diferenciada que está sendo queremos que os não-índios
Imaterial, vol. 147,5/9 (129-139). montero, P. 1998. Cultura e
do Amapá construída pelos próprios conheçam nossa cultura para
barcelos neto , A. 1999. democracia no processo da professores wajãpi para fortalecer a respeitar nossos conhecimentos e
Arte, estética e cosmologia entre os índios globalização. Novos Estudos Cebrap, cultura wajãpi na escola. Mas nosso modo de vida. Se os não-
Waurá da Amazônia Meridional. n˚44, 1996 (89-113). também fora da escola, nós índios não respeitam nossa cultura,
Dissertação de mestrado. samain, E. 1991. Moroneta Rio de Janeiro, ensinamos nossos conhecimentos até os nossos próprios jovens
Departamento de Antropologia, Kamayurá: mitos e aspectos da 7 de novembro de 2003 para as crianças, através de nossa podem começar a desvalorizar
Universidade de Santa Catarina. realidade social dos índios Kamayurá tradição oral, das caçadas e nossos conhecimentos e modo de
cou t i nho, G. 2001. Mosaico (Alto Xingu). Rio de janeiro: Exmo. Sr. Ministro da Cultura, caminhadas na mata. vida. Por isso, nos queremos apoio
da memória. Revista Tempo Lidador. 245 p. il. Gilberto Gil Outra coisa para ajudar a para continuar este trabalho com os
Brasileiro: Patrimônio Imaterial, van velt hem, L. 2000. fortalecer a nossa cultura é a nossa nossos parceiros de formação dos
vol. 147,5/9 (101-106). Em outros tempos e nos Nós Wajãpi estamos muito felizes organização, o Conselho das Wajãpi, e também de formação dos
fr a nchett o, B. 2000. tempos atuais: arte indígena. porque ganhamos o prêmio da Aldeias Wajãpi / Apina. Também não-índios, para entender e
Escrever línguas indígenas: In: Mostra do Redescobrimento: Unesco que escolheu nossa cultura tem o nosso parceiro, o Iepé – respeitar os povos indígenas.
apropriação, domesticação, artes indígenas. Nelson Aguilar como patrimônio imaterial da Instituto de Pesquisa e Formação
representações. In: Os índios, nós. (org.), São Paulo, Associação Humanidade. Nós achamos que em Educação Indígena, que Atenciosamente,
Joaquim Pais de Brito (org). Brasil 500 anos, 2000. este prêmio é o reconhecimento do trabalha junto com o Apina no
Museu Nacional de Etnologia, trabalho que nós estamos fazendo Programa Wajãpi, com atividades Kasiripinã Wajãpi
Lisboa (44-50). há muito tempo para fortalecer nas áreas de educação, saúde, Kaiku Wajãpi
lé v i - strau ss, C. 1963. cada vez mais a cultura wajãpi. cultura, terra e ambiente. Taraku´asi Wajãpi
Anthropologie structurale, Nossa cultura wajãpi é muito O objetivo principal do Programa Japaropi Wajãpi
Paris. Plon forte porque nós já demarcamos Wajãpi é formar os Wajãpi para Jawapuku Wajãpi
le v i st rau ss, L. 2001. nossa terra e continuamos sempre serem autônomos e não
Patrimônio imaterial e fazendo vigilância para não ter dependerem dos não-índios.
diversidade cultural: o novo invasões dos não-índios. Nós Além do Iepé, tem outros
decreto para a proteção dos Wajãpi nunca vamos deixar nosso parceiros que estão ajudando
bens imateriais. Revista Tempo modo de vida, como por exemplo, o programa de fortalecimento
Brasileiro: Patrimônio Imaterial, as nossas festas, a nossa pintura cultural wajãpi, que são o Museu
vol. 147,5/9 (23-27). corporal, o nosso jeito de mudar do Índio e o Núcleo de História
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1. hi stóri a e et nol ogi a leprieur , M. 1834. Voyage dans Ed. Nobel/Edusp (147-168). Indigenismo / usp. pl. 17.
la Guyane Centrale en 1830 – _______. 1984/85 “O pajé Waiãpi _______. 1996 “Xamanismo Waiãpi: _______. 1982 “Ainsi parlaient nos ancêtres.
1.1. Documentos históricos e Bull.soc.Géogr.Paris, 1 (2). e seus espelhos” – Revista de nos caminhos invisíveis, Essai d’ethnohistoire Wayãpi” – Tr. Doc.
ANEXO 2: relatos de viagem (seleção) ni mu endaj u, Curt U. 1927. Antropologia -usp, Vol. 27/28 a relação i-paie” – in: Jean M. / orstom, 148, Paris, 408 p.
b au ve , Adam e ferre , P. Streifzug vom rio Jary zum (179-196). Langdon (org) Xamanismo no Brasil: g r e na n d, Pierre & Françoise.
Bibliografia 1833-1835. Voyage dans Maracá – Pettermans Geogr.Mitt., _______. 1985 “Índios e brancos na novas perspectivas, Editora da ufsc, 1972. “Différents traits
sobre os Wajãpi l’intérieur de la Guyane – Bull. Goteborg, 73: 356-358. mitologia Waiãpi: da separação Florianópolis, (39-74). d’acculturation observés chez les
do Amapá* Soc. Géogr., Paris 1 (126): 201- t hebau lt, Frederic, de la dos povos à recuperação das _______. 1999 “O índio na Missão indiens Wayana et Wayãpi de
26; 1 (127/1): 265-83; 1 Monderie. 1856. Voyages faits dans ferramentas” – Revista do Museu Novas Tribos”, em colaboração Guyane Française et Brésiliene”
(127/2): 105-117; 165-78; (4); l’intérieur de l’Oyapock de 1819 à 1847 Paulista/usp, Vol.30 (43-60). com Luis D.B.Grupioni – in: – in: De l’ethnocide, org.
21-40; 8-109. – Nantes, A.Guerand, 96 p. _______. 1986 Migração, guerra e R.Wright (org) Transformando os P. Jaulin, Paris, Union Gen.
brue. 1825. Précis de la relation comércio: os Waiãpi na Guiana – deuses: Religiões Indígenas e Cristianismo Ed. (159-175).
encore inédite d’un voyage chez 1.2. Estudos de antropologia fflch/usp, Série no Brasil, Editora da unicamp. h u r au lt, Jean Marcel. 1972.
*produzida
Compilação
les Oyampi à la source de la (publicados) Antropologia vol.15 _______. 2001. “Nossas falas duras”. “Français et indiens en Guyane: 1604-
pela equipe do riviere Oyapock par Monsieur arnau d, Expedito. 1971. _______. 1989 “O discurso Waiãpi Discurso político e auto- 1972” – Paris, Union Générale
nhii-usp Bodin – Bull. Soc. Georgr., Paris, “Os índios Oyampi e Emerillon sobre o ouro: um profetismo representação waiãpi” – in: d’Editions, 438 p.
4 (1): 50-61. (Rio Oiapoque): referências moderno”, Revista de Antropologia, Pacificando o branco: cosmologias do sztutman , Renato. 2005.
brusque, Francisco Carlos de sobre o passado e o presente” – vol.30/31/32, São Paulo. contato no norte-amazônico. Alcida “Sobre a ação xamânica” –
Araújo. 1862. Relatório Bol. do Museu Paraense Emilio Goeldi / _______. 1991 “A categoria doença de Rita Ramos e Bruce Albert (org), in: Gallois, D.T. “Redes de relações
apresentado à Assembléia Antropologia 47, Belém, 28p. branco: ruptura ou adaptação Editora Unesp & ird (205-238). nas Guianas”, Ed. Humanitas/
Legislativa da Província do Pará campbell , Alan Tormaid. 1989. de um modelo etiológico _______. 2005. “Redes de relações nas nhii/fapesp, São Paulo.
na Primeira Sessão da xiii To Square with Genesis. Causal indígena”, in: Medicinas tradicionais Guianas” – Série Redes
Legislatura pelo Exmo. Sr. Statements and Shamanic Ideas in e Políticas de Saúde na Amazônia, Ameríndias, Ed.Humanitas / 1.3. Dissertações e teses
Presidente Dr. Francisco Carlos Wayãpi, Edinburgh University Coord. Dominique Buchillet, nhii/fapesp, não publicadas
de Araújo Brusque em i de Press, 198 p. mpeg/ufpa, Belém. gallois, D.T. & fajardo campbell , Alan Tormaid. 1982.
setembro de 1862 – Pará, _______. 1995 - Getting to know Waiwai: _______. 1993 “Jane karakuri: o ouro grupioni, D. 2003. Povos Themes for translating: an account on
Typ.F.C.Rhossard, 91 p. an Amazonian Ethnography – dos Waiãpi. A experiência de um indígenas do Amapá e norte do Pará. the Waiãpi indians of Amapá, northern
cou dreau , Henri. 1893. Routledge, London, 253 p. garimpo indígena” – in: Iepé, São Paulo.99 pag.il. Brazil – Tese de doutorado.
Chez nos indiens: quatre années en gallois, Dominique Tilkin. Sociedades Indígenas e Transformações grenand, Pierre. 1972. “Les Oxford University.
Guyane Française (1887-1891), 1981. “Notícia histórica sobre os Ambientais, Org. A.C.Magalhães, relations intertribales en haute Guyane, c a s ag r a n d e, H.C. 1997.
Paris, Hachette, 614 p. índios do rio Jari” – Cadernos da numa/ufpa, Belém. du XVIII siecle à nos jours” – Arch. Representação em torno do domínio
crevaux , Jules. 1987. cpi/sp (2), Ed. Global (119- _______. 1994 Mairi revisitada: a Micro - Ed. Inst. Ethnologie vegetal entre os Waiãpi do Amapari –
Voyage d’Exploration dans l´intérieur 123). reintegração da Fortaleza de Macapá Paris, 72.031.35, 196 p. Diss. mestrado, fflch-usp.
des Guyanes (1876-1877). _______. 1983 “A casa Waiãpi” – in: na tradição oral dos Waiãpi – _______. 1979 “Histoire des dias, Flora. 1997. Trocas matrimoniais
[Le Mendiant de l´Eldorado] – Habitações Indígenas. Sylvia Caiuby Série Estudos, Núcleo de amérindiens” - in: Atlas des DOU, e relações de qualidade entre os Waiãpi
D’Ailleurs, Phébus, Paris, 1987. Novaes (org), São Paulo, História Indígena e do IV: La Guyane, cnrs/orstom, do Amapá. Diss. mestrado,
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 126 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 127

1. hi stóri a e et nol ogi a leprieur , M. 1834. Voyage dans Ed. Nobel/Edusp (147-168). Indigenismo / usp. pl. 17.
la Guyane Centrale en 1830 – _______. 1984/85 “O pajé Waiãpi _______. 1996 “Xamanismo Waiãpi: _______. 1982 “Ainsi parlaient nos ancêtres.
1.1. Documentos históricos e Bull.soc.Géogr.Paris, 1 (2). e seus espelhos” – Revista de nos caminhos invisíveis, Essai d’ethnohistoire Wayãpi” – Tr. Doc.
ANEXO 2: relatos de viagem (seleção) ni mu endaj u, Curt U. 1927. Antropologia -usp, Vol. 27/28 a relação i-paie” – in: Jean M. / orstom, 148, Paris, 408 p.
b au ve , Adam e ferre , P. Streifzug vom rio Jary zum (179-196). Langdon (org) Xamanismo no Brasil: g r e na n d, Pierre & Françoise.
Bibliografia 1833-1835. Voyage dans Maracá – Pettermans Geogr.Mitt., _______. 1985 “Índios e brancos na novas perspectivas, Editora da ufsc, 1972. “Différents traits
sobre os Wajãpi l’intérieur de la Guyane – Bull. Goteborg, 73: 356-358. mitologia Waiãpi: da separação Florianópolis, (39-74). d’acculturation observés chez les
do Amapá* Soc. Géogr., Paris 1 (126): 201- t hebau lt, Frederic, de la dos povos à recuperação das _______. 1999 “O índio na Missão indiens Wayana et Wayãpi de
26; 1 (127/1): 265-83; 1 Monderie. 1856. Voyages faits dans ferramentas” – Revista do Museu Novas Tribos”, em colaboração Guyane Française et Brésiliene”
(127/2): 105-117; 165-78; (4); l’intérieur de l’Oyapock de 1819 à 1847 Paulista/usp, Vol.30 (43-60). com Luis D.B.Grupioni – in: – in: De l’ethnocide, org.
21-40; 8-109. – Nantes, A.Guerand, 96 p. _______. 1986 Migração, guerra e R.Wright (org) Transformando os P. Jaulin, Paris, Union Gen.
brue. 1825. Précis de la relation comércio: os Waiãpi na Guiana – deuses: Religiões Indígenas e Cristianismo Ed. (159-175).
encore inédite d’un voyage chez 1.2. Estudos de antropologia fflch/usp, Série no Brasil, Editora da unicamp. h u r au lt, Jean Marcel. 1972.
*produzida
Compilação
les Oyampi à la source de la (publicados) Antropologia vol.15 _______. 2001. “Nossas falas duras”. “Français et indiens en Guyane: 1604-
pela equipe do riviere Oyapock par Monsieur arnau d, Expedito. 1971. _______. 1989 “O discurso Waiãpi Discurso político e auto- 1972” – Paris, Union Générale
nhii-usp Bodin – Bull. Soc. Georgr., Paris, “Os índios Oyampi e Emerillon sobre o ouro: um profetismo representação waiãpi” – in: d’Editions, 438 p.
4 (1): 50-61. (Rio Oiapoque): referências moderno”, Revista de Antropologia, Pacificando o branco: cosmologias do sztutman , Renato. 2005.
brusque, Francisco Carlos de sobre o passado e o presente” – vol.30/31/32, São Paulo. contato no norte-amazônico. Alcida “Sobre a ação xamânica” –
Araújo. 1862. Relatório Bol. do Museu Paraense Emilio Goeldi / _______. 1991 “A categoria doença de Rita Ramos e Bruce Albert (org), in: Gallois, D.T. “Redes de relações
apresentado à Assembléia Antropologia 47, Belém, 28p. branco: ruptura ou adaptação Editora Unesp & ird (205-238). nas Guianas”, Ed. Humanitas/
Legislativa da Província do Pará campbell , Alan Tormaid. 1989. de um modelo etiológico _______. 2005. “Redes de relações nas nhii/fapesp, São Paulo.
na Primeira Sessão da xiii To Square with Genesis. Causal indígena”, in: Medicinas tradicionais Guianas” – Série Redes
Legislatura pelo Exmo. Sr. Statements and Shamanic Ideas in e Políticas de Saúde na Amazônia, Ameríndias, Ed.Humanitas / 1.3. Dissertações e teses
Presidente Dr. Francisco Carlos Wayãpi, Edinburgh University Coord. Dominique Buchillet, nhii/fapesp, não publicadas
de Araújo Brusque em i de Press, 198 p. mpeg/ufpa, Belém. gallois, D.T. & fajardo campbell , Alan Tormaid. 1982.
setembro de 1862 – Pará, _______. 1995 - Getting to know Waiwai: _______. 1993 “Jane karakuri: o ouro grupioni, D. 2003. Povos Themes for translating: an account on
Typ.F.C.Rhossard, 91 p. an Amazonian Ethnography – dos Waiãpi. A experiência de um indígenas do Amapá e norte do Pará. the Waiãpi indians of Amapá, northern
cou dreau , Henri. 1893. Routledge, London, 253 p. garimpo indígena” – in: Iepé, São Paulo.99 pag.il. Brazil – Tese de doutorado.
Chez nos indiens: quatre années en gallois, Dominique Tilkin. Sociedades Indígenas e Transformações grenand, Pierre. 1972. “Les Oxford University.
Guyane Française (1887-1891), 1981. “Notícia histórica sobre os Ambientais, Org. A.C.Magalhães, relations intertribales en haute Guyane, c a s ag r a n d e, H.C. 1997.
Paris, Hachette, 614 p. índios do rio Jari” – Cadernos da numa/ufpa, Belém. du XVIII siecle à nos jours” – Arch. Representação em torno do domínio
crevaux , Jules. 1987. cpi/sp (2), Ed. Global (119- _______. 1994 Mairi revisitada: a Micro - Ed. Inst. Ethnologie vegetal entre os Waiãpi do Amapari –
Voyage d’Exploration dans l´intérieur 123). reintegração da Fortaleza de Macapá Paris, 72.031.35, 196 p. Diss. mestrado, fflch-usp.
des Guyanes (1876-1877). _______. 1983 “A casa Waiãpi” – in: na tradição oral dos Waiãpi – _______. 1979 “Histoire des dias, Flora. 1997. Trocas matrimoniais
[Le Mendiant de l´Eldorado] – Habitações Indígenas. Sylvia Caiuby Série Estudos, Núcleo de amérindiens” - in: Atlas des DOU, e relações de qualidade entre os Waiãpi
D’Ailleurs, Phébus, Paris, 1987. Novaes (org), São Paulo, História Indígena e do IV: La Guyane, cnrs/orstom, do Amapá. Diss. mestrado,
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 128 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 129

fflch-usp. mestrado fflch-usp. nacional, dat. indígenas versus modelos Leitura e Exercícios. Angela Rangel (org).
gallois, Dominique Tilkin. 2. estudos de temáticas _______. 1978 “Descrição preliminar de escolas” – in: Centro de Educação Marina Kahn e Dominique _______. 2000. Conversando sobre
1988. O movimento na cosmologia específicas de orações Wajapi” – Ensaios Indígena / mari , usp & T. Gallois (org). Verminoses – Livro de Textos
Waiãpi: criacão, expansão e Linguísticos/sil, Vol.3. fa pes p, Ed. Global. _______. 1992 . Exercícios de Leitura e e Exercícios. Maria
transformacão do universo. – 2.1. Classificações e descrições olson , Roberta. 1978. _______. 2005. “De sujets à objets: Escrita em Matemática, 2 vol. Bittencourt (org).
Tese de doutorado, lingüísticas “Dicionário por tópicos nas défis de la patrimonialisation Marina Kahn (org). _______. 2005. Taa rewarã. Livro de
fflch-usp. cou dreau , Henri. 1892. línguas Oiampí (Wajapi) / des arts et savoirs indigènes » _______. O livro das Tabelas. Livro de textos e exercícios. Dominique
olson , Gary. 1982. The Waiãpi: “Vocabulaires méthodiques Português” – Ensaios – in: Grupioni, L.D.B. (org). Textos e Exercícios. T. Gallois (org).
a world in conflict – des langues Ouayana, Aparai, Linguísticos /sil, Vol.2. Les Arts des Indiens du Brésil. Marina Kahn (org.). summer institute of
Diss. mestrado Univ. Oyampi, Emerillon” – Paris, t inoco, Silvia Lopes da Silva _______. Cartilha dos Professores Waiãpi: linguistics / SIL. 1983.
Texas/Arlington. Bib.Ling.Am. 2.2. Comunicação visual, Macedo. 2000. Relações de Alfabetização. Marinha Kahn (org). Wajapí mo’ea. Cartilhas 1/2/3 –
p e l l e g r i no, Silvia. 2003. jensen , Allen A. 1979. educação escolar e material contato interétnico na década _______. Cartilha de Matemática sem Belém, mimeo.
A comunicação reflexiva: “Ritmo, acentuação e didático específico de 90: o adensamento de números. Marina Kahn (org). _______. 1985. Kareta Jamo’eypy.
antropologia e visualidade no entonação em Oiampí” – ehlers, Clarice & s zt u t m a n, relações entre Waiãpi e karaiko. _______. Representantes do Conselho das Pré-cartilha na língua Oiampí –
contexto indígena. Diss. sil, dat. Renato. 2001. Parceria e Cadernos de Campo, São Paulo, Aldeias Waiãpi na Semana da Amazônia Belém, mimeo.
mestrado, Instituto jensen , Cheryl J.S. 1979. comunicação por meio de fflch-usp, ano 10, vol. 9. em Nova Iorque. Livro de Leitura.
de Artes/unicamp. “O desenvolvimento fonológico imagens: entrevista com _______. 2001. «Nunca dez ! Dominique T. Gallois (org). 2.3. Questões territoriais
santos , Lilian Abram dos. 2002. da língua Oiampi” – sil, dat. Dominique Tilkin Gallois. A matemática karaiko e o uso _______. 1999. Doenças Respiratórias – e ambientais
Aspectos da fonologia waiãpi. _______. 1981. “Formulário padrão Cadernos de Antropologia e Imagem, do ábaco entre os Waiãpi do Livro de Textos e Exercícios. gallois, Dominique Tilkin.
Diss,.mestrado, fflch-usp. Tupi: Oiampi” – sil/funai/ Rio de Janeiro, vol.12/1 Amapá» In: Lopes da Silva, Maria Bittencourt (org). 1981. “Os Waiãpi e seu
sztutman , Renato. 2000. unicamp, dat. (141-156). A et Kawall Ferreira, _______. 1999. Jane Yvy Jimõsã’ãga Gwer território” – bmpeg/
Caxiri, a celebração do contato: _______. 1983. “Algumas gallois, Dominique Tilkin. M. Práticas Pedagógicas na Escola Kareta – Livro de Leitura. antropologia 80, 38 p.
ritual e comunicação na Amazônia consequências morfológicas do 1994. “Vídeo nas aldeias: Indígena. São Paulo, Dominique T. Gallois (org). _______. 1981 “Os Waiãpi e a
Indígena. Diss. mestrado, desenvolvimento fonológico a experiência Waiãpi”, em Global/fapesp /mari . _______. 1999. Mijar Rewar Kareta – lamentável proteção oficial”,
fflch-usp. da língua Wayãpi (Oiampí)” – colaboração com Vincent programa wajãpi – Materiais Livro de Leitura. Lúcia Cadernos da Comissão Pró-Indio
tinoco , Silvia Lopes. 2000. Estudos Linguísticos/ sil, Carelli, Cardenos de Campo, vol.2, didáticos Szmrecsányi (org) de São Paulo, n.2. Global Ed.,
Jovinã, cacique, professor e presidente: Vol.7 (16-25). fflch-usp. _______. 1990. Cartilha Waiãpi: _______. 1999. Relatos da Demarcação São Paulo.
as relações entre o Conselho Apina _______. 1984. O desenvolvimento _______. 1995. “Diálogo entre povos Alfabetização em Português & da Terra Indígena Waiãpi. Livro de _______. 1984 “Territórios sem
e os cursos de formação de histórico da língua Wayãpi – Diss. indígenas: a experiência de Manual do Professor. Leitura e Exercícios. demarcação cobiçados por
professores wajãpi. Diss. Mestrado/ unicamp, dat. 183 p. dois encontros mediados pelo Marina Kahn (org) Dominique T. Gallois (org). mineradoras”, Aconteceu Povos
mestrado, fflch-usp. olson , Gary. 1975. vídeo”, em colaboração com _______. 1990. Kusiwa: Exercícios _______. 2000. Jane Kwer Kareta Re Tui Indígenas/83, cedi, São Paulo.
rosalen , Juliana. 2005. “Formulário dos vocabulários Vincent Carelli, Revista de de Coordenação Motora. Marina Upa Okusiwa Kupa – Livro de _______. 1985 “Os Waiãpi e os
Aproximações à temática das DST padrões para estudos Antropologia, vol38/1, Kahn e Dominique T. Gallois Leitura. Waldemar Ferreira garimpos”, Aconteceu Povos
junto aos Wajãpi do Amapari. comparativos preliminares nas fflch-usp, 1995. (org), São Paulo, mimeo. Neto & Angela Rangel(org). Indígenas/84, cedi, São Paulo
Um estudo sobre malefícios, fluidos línguas brasileiras, para a língua _______. 2001. “Programa de _______. Livro dos Mapas: _______. 2000. Livro das Mulheres – vol. (106-109).
corporais e sexualidade. Diss, Oiampí” – sil/funai/ museu Educação Waiãpi: reivindicações Território Waiãpi. Livro de I. Livro de Leitura e Exercícios. _______. 1990. “L’or et la boue:
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 128 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 129

fflch-usp. mestrado fflch-usp. nacional, dat. indígenas versus modelos Leitura e Exercícios. Angela Rangel (org).
gallois, Dominique Tilkin. 2. estudos de temáticas _______. 1978 “Descrição preliminar de escolas” – in: Centro de Educação Marina Kahn e Dominique _______. 2000. Conversando sobre
1988. O movimento na cosmologia específicas de orações Wajapi” – Ensaios Indígena / mari , usp & T. Gallois (org). Verminoses – Livro de Textos
Waiãpi: criacão, expansão e Linguísticos/sil, Vol.3. fa pes p, Ed. Global. _______. 1992 . Exercícios de Leitura e e Exercícios. Maria
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dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 130 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 131

cosmologie et orpaillage – in: ricardo, Fany e distances between the Waiãpi (58-65, ilustr.). Centro de Trabalho Indigenista. Belém-PA, 12p.
Waiãpi”, Ethnies, Survival macedo, Valéria (Orgs.). and other tribes of Lower _______. 1989. Ka’a ete: Waiãpi, povo _______. 1996. Placa não fala, 35’, 5.2 Documentos do Serviço
International, vol.11-12, Paris. Terras Indígenas e Unidades de Amazonia” – American Jour. da floresta, Catálogo de Dominique T. Gallois & de Proteção aos Indios / SPI
_______. 1991 “Trajetória de uma Conservação da Natureza. O desafio Physical Anthropology, Vol.60 exposição itinerante, fflch- Vincent Carelli, Centro de f e r na n d e s, Eurico. 1943.
tentativa de redução de área das sobreposições territoriais. São (327-335). usp., 45 pag. Ilustr. Trabalho Indigenista & “Relatório apresentado à
indígena: a Flona Waiãpi”, Paulo, Instituto Socioambiental. silva , Amires F. da. 1985. “Busca _______. 1996. Verbete Waiãpi, Sociedade Alemã de Diretoria do SPI e 2. Insp.
Aconteceu Povos Indígenas 87/90, gallois, Catherine. 2001. Waiãpi ativa de casos novos de Hanseníase”: Site do Instituto Socioambiental. Cooperaçao/gtz. Regional” – Belém, dat., 8 p.
cedi, São Paulo. rena: roças, aldeias e habitações dos rel. viagem realizada à tribo www.socioambiental.org _______. 1998. Segredos da Mata, 37’,
_______. 1996 “Controle territorial Waiãpi do Amapá – Museu do indígena Waiãpi de 27.02. a /website/epi/waiapi/waiapi.htm Dominique T. Gallois & 5.3 Documentos do Ministério
e diversificação do extrativismo Índio e Apina, Rio de Janeiro, 08.03.1985 – Macapá, dat.12p. _______. 2002. Kusiwa: pintura Vincent Carelli, Centro de da Justiça
entre os Waiãpi” – Aconteceu 45 p. ilustr. corporal e arte gráfica Wajãpi – Trabalho Indigenista & 1991 Portaria n. 544, de 23/10/91
Povos Indígenas 91/95, isa, jensen, Allen a. 1985 Sistemas 3. divulgação da cultura Apina / Conselho das Conselho das Aldeias Waiãpi. [Declara como de posse
São Paulo. indígenas de classificação de aves: aspectos e da situação do grupo Aldeias Waiãpi – Catálogo _______. 2002. Expressão gráfica e permanente indígena a Área
_______. 1998 “Brazil: the Case of comparativos, ecológicos e evolutivos – wajãpi do Amapá publicado pelo Museu do oralidade entre os Wajãpi Indígena Waiãpi], DOU,
the Waiãpi” – in: Gray, A., UNICAMP, dat. 222 p. Apina / Conselho das Aldeias Indio / Funai, Rio de Janeiro, do Amapá. 17´.Documento 24/10/91, Brasília-DF, p.23443
Paradella, A. &Newing, H. (eds) programa wajãpi / cti. 1999. Waiãpi – 2000. “Livro de Artesanato 71pag, ilustr. anexo ao Dossiê da
From principle to practice: Indigenous “Terra Indígena Waiãpi: Waiãpi”– cti & mec, (40 pag.il.) Candidatura do Conselho 5.3 Documentos da Presidência
Peoples and biodiversity conservation alternativas para o _______. 2002. Catálogo do 4. documentários em vídeo das Aldeias Wajãpi à Segunda da República do Brasil
in Latin America, iwgia, Forest desenvolvimento sustentável”, artesanato Wajãpi – Apina & _______. 1990 O espírito da TV, 18’, Proclamação do Patrimônio 1996 Decreto de 23/05/96
People Programme & aidesep, Publicação do texto base do Agemp/gea (23 pag.il) Vincent Carelli, Centro de Oral e Imaterial da [homologa a demarcação da
Copenhagen (167-185). Seminário “A terra indígena cedi. 1983. Povos Indígenas do Trabalho Indigenista. Humanidade / unesco. Terra Indígena Waiãpi no estado
_______. 1999 “Participação Waiãpi”, promovido pelo Brasil: Vol.3 Amapá-norte do _______. 1992. At the Edge of Conquest: do Amapá], DOU, 24/05/96,
indígena: a experiência da Centro de Trabalho Indigenista, Pará. Centro Ecumênico de the journey of Chief Waiwai, 28’, 5.documentos Brasília-DF, p.9029
demarcação Waiãpi” – in: em colaboração com a Fundação Documentação e Informação, Geoffrey O’Connor, administrativos e relatórios bittencou r t, Maria. 1996/1997
Demarcando Terras Indígenas, Mata Virgem da Noruega e do São Paulo. Carlos Alberto Realis Pictures, 1991 – de assessoria técnica – Relatórios do Programa de
pptal/funai & gtz, Brasília Governo do Estado do Amapá. Ricardo e Dominique T. Gallois Tradução: A saga do chefe Waiwai, Saúde Waiãpi, Centro de
(139-153). schwengber, A M. A recente (org) (Cap.Waiãpi: 93-137). tv Cultura. 5.1 Documentos da fundação Trabalho Indigenista,
_______. 2002. “Vigilância e saga Waiãpi – Aconteceu Povos gallois, Dominique Tilkin. _______. 1993. A arca dos Zo’e, 22’, nacional do índio / Funai encaminhados à Secretaria de
controle territorial entre os Indígenas no Brasil, 1996/2000, 1985. “Waiãpi: representando Dominique T. Gallois & parise, Fiorello. 1973. Saúde do Governo do Estado
Wajãpi: desafios para superar Instituto Socioambiental / isa, o mundo sobrenatural” Vincent Carelli, Centro de “Relatório de reconhecimento do Amapá e à Fundação
uma transição na gestão do São Paulo, 2001. in: Arte e corpo, a pintura sobre a Trabalho Indigenista da região do rio Amaparí” – Nacional de Saúde.
coletivo” – in: Demarcando Terras pele e adornos de povos indígenas _______. 1994. Meu Amigo garimpeiro..., 2.dr/ funai, Belém, _______. 1998/1999. Relatórios do
Indígenas II, pptal/funai & gtz, 2.4. Estudos médico-sanitários brasileiros, Catálogo da Sala 30‘, Programa Waiãpi, Centro 07.05.1973, dat. 10 p. Programa de Saúde Waiãpi,
Brasília (95-112). b lack, Francis e alii. 1983 Especial do 8. Salão Nacional de Trabalho Indigenista. _______. 1975 “Frente de Atração Conselho das Aldeias Waiãpi /
_______. 2004. “Terras ocupadas ? “Failure of linguistic de Artes Plásticas, _______. 1995. Jane Moraita: Nossas Amapari: Relatório de Apina, encaminhados
Territórios? Territorialidades?” relationships to predict genetic funarte, Rio de Janeiro festas, Kasiripinã Waiãpi, 32’, Atividades” – Minter-Funai, à Secretaria de Saúde
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 130 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 131

cosmologie et orpaillage – in: ricardo, Fany e distances between the Waiãpi (58-65, ilustr.). Centro de Trabalho Indigenista. Belém-PA, 12p.
Waiãpi”, Ethnies, Survival macedo, Valéria (Orgs.). and other tribes of Lower _______. 1989. Ka’a ete: Waiãpi, povo _______. 1996. Placa não fala, 35’, 5.2 Documentos do Serviço
International, vol.11-12, Paris. Terras Indígenas e Unidades de Amazonia” – American Jour. da floresta, Catálogo de Dominique T. Gallois & de Proteção aos Indios / SPI
_______. 1991 “Trajetória de uma Conservação da Natureza. O desafio Physical Anthropology, Vol.60 exposição itinerante, fflch- Vincent Carelli, Centro de f e r na n d e s, Eurico. 1943.
tentativa de redução de área das sobreposições territoriais. São (327-335). usp., 45 pag. Ilustr. Trabalho Indigenista & “Relatório apresentado à
indígena: a Flona Waiãpi”, Paulo, Instituto Socioambiental. silva , Amires F. da. 1985. “Busca _______. 1996. Verbete Waiãpi, Sociedade Alemã de Diretoria do SPI e 2. Insp.
Aconteceu Povos Indígenas 87/90, gallois, Catherine. 2001. Waiãpi ativa de casos novos de Hanseníase”: Site do Instituto Socioambiental. Cooperaçao/gtz. Regional” – Belém, dat., 8 p.
cedi, São Paulo. rena: roças, aldeias e habitações dos rel. viagem realizada à tribo www.socioambiental.org _______. 1998. Segredos da Mata, 37’,
_______. 1996 “Controle territorial Waiãpi do Amapá – Museu do indígena Waiãpi de 27.02. a /website/epi/waiapi/waiapi.htm Dominique T. Gallois & 5.3 Documentos do Ministério
e diversificação do extrativismo Índio e Apina, Rio de Janeiro, 08.03.1985 – Macapá, dat.12p. _______. 2002. Kusiwa: pintura Vincent Carelli, Centro de da Justiça
entre os Waiãpi” – Aconteceu 45 p. ilustr. corporal e arte gráfica Wajãpi – Trabalho Indigenista & 1991 Portaria n. 544, de 23/10/91
Povos Indígenas 91/95, isa, jensen, Allen a. 1985 Sistemas 3. divulgação da cultura Apina / Conselho das Conselho das Aldeias Waiãpi. [Declara como de posse
São Paulo. indígenas de classificação de aves: aspectos e da situação do grupo Aldeias Waiãpi – Catálogo _______. 2002. Expressão gráfica e permanente indígena a Área
_______. 1998 “Brazil: the Case of comparativos, ecológicos e evolutivos – wajãpi do Amapá publicado pelo Museu do oralidade entre os Wajãpi Indígena Waiãpi], DOU,
the Waiãpi” – in: Gray, A., UNICAMP, dat. 222 p. Apina / Conselho das Aldeias Indio / Funai, Rio de Janeiro, do Amapá. 17´.Documento 24/10/91, Brasília-DF, p.23443
Paradella, A. &Newing, H. (eds) programa wajãpi / cti. 1999. Waiãpi – 2000. “Livro de Artesanato 71pag, ilustr. anexo ao Dossiê da
From principle to practice: Indigenous “Terra Indígena Waiãpi: Waiãpi”– cti & mec, (40 pag.il.) Candidatura do Conselho 5.3 Documentos da Presidência
Peoples and biodiversity conservation alternativas para o _______. 2002. Catálogo do 4. documentários em vídeo das Aldeias Wajãpi à Segunda da República do Brasil
in Latin America, iwgia, Forest desenvolvimento sustentável”, artesanato Wajãpi – Apina & _______. 1990 O espírito da TV, 18’, Proclamação do Patrimônio 1996 Decreto de 23/05/96
People Programme & aidesep, Publicação do texto base do Agemp/gea (23 pag.il) Vincent Carelli, Centro de Oral e Imaterial da [homologa a demarcação da
Copenhagen (167-185). Seminário “A terra indígena cedi. 1983. Povos Indígenas do Trabalho Indigenista. Humanidade / unesco. Terra Indígena Waiãpi no estado
_______. 1999 “Participação Waiãpi”, promovido pelo Brasil: Vol.3 Amapá-norte do _______. 1992. At the Edge of Conquest: do Amapá], DOU, 24/05/96,
indígena: a experiência da Centro de Trabalho Indigenista, Pará. Centro Ecumênico de the journey of Chief Waiwai, 28’, 5.documentos Brasília-DF, p.9029
demarcação Waiãpi” – in: em colaboração com a Fundação Documentação e Informação, Geoffrey O’Connor, administrativos e relatórios bittencou r t, Maria. 1996/1997
Demarcando Terras Indígenas, Mata Virgem da Noruega e do São Paulo. Carlos Alberto Realis Pictures, 1991 – de assessoria técnica – Relatórios do Programa de
pptal/funai & gtz, Brasília Governo do Estado do Amapá. Ricardo e Dominique T. Gallois Tradução: A saga do chefe Waiwai, Saúde Waiãpi, Centro de
(139-153). schwengber, A M. A recente (org) (Cap.Waiãpi: 93-137). tv Cultura. 5.1 Documentos da fundação Trabalho Indigenista,
_______. 2002. “Vigilância e saga Waiãpi – Aconteceu Povos gallois, Dominique Tilkin. _______. 1993. A arca dos Zo’e, 22’, nacional do índio / Funai encaminhados à Secretaria de
controle territorial entre os Indígenas no Brasil, 1996/2000, 1985. “Waiãpi: representando Dominique T. Gallois & parise, Fiorello. 1973. Saúde do Governo do Estado
Wajãpi: desafios para superar Instituto Socioambiental / isa, o mundo sobrenatural” Vincent Carelli, Centro de “Relatório de reconhecimento do Amapá e à Fundação
uma transição na gestão do São Paulo, 2001. in: Arte e corpo, a pintura sobre a Trabalho Indigenista da região do rio Amaparí” – Nacional de Saúde.
coletivo” – in: Demarcando Terras pele e adornos de povos indígenas _______. 1994. Meu Amigo garimpeiro..., 2.dr/ funai, Belém, _______. 1998/1999. Relatórios do
Indígenas II, pptal/funai & gtz, 2.4. Estudos médico-sanitários brasileiros, Catálogo da Sala 30‘, Programa Waiãpi, Centro 07.05.1973, dat. 10 p. Programa de Saúde Waiãpi,
Brasília (95-112). b lack, Francis e alii. 1983 Especial do 8. Salão Nacional de Trabalho Indigenista. _______. 1975 “Frente de Atração Conselho das Aldeias Waiãpi /
_______. 2004. “Terras ocupadas ? “Failure of linguistic de Artes Plásticas, _______. 1995. Jane Moraita: Nossas Amapari: Relatório de Apina, encaminhados
Territórios? Territorialidades?” relationships to predict genetic funarte, Rio de Janeiro festas, Kasiripinã Waiãpi, 32’, Atividades” – Minter-Funai, à Secretaria de Saúde
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 132 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 133

do Governo do Estado da área indígena, Relatório de atividades do


do Amapá e à Fundação credenciamento Funai/tc Programa Ambiental do cti –
Nacional de Saúde. 002/cea/91. Componente Waiãpi, Centro de ANEXO 3:
campbell , Alan Tormaid. 1976. _______. 1994/1996 “Relatórios de Trabalho Indigenista, Lista de formas
“Some suggestions towards an Acompanhamento encaminhado à Fundação Mata
effective programme of control antropológico (I a IV) do Virgem da Noruega / rfn.
de expressão
and protection of the Projeto Demarcação Waiãpi, macari o, Dafran & gallois, cultural
Oyampi reserve, Amapá”, Centro de Trabalho Indigenista, D.T. – Diagnóstico etno-ambiental similares*
Brasília, dat. 13 p. encaminhado à funai e à gtz da TI Wajãpi, Amapá. Relatório
Equipe do programa wajãpi / _______. 1994/1998 Relatórios apresentando ao fnma/mma,
cti. 1999/2002. Relatórios do anuais do Projeto Educação outubro 2002.
Projeto de Fiscalização e Waiãpi, Centro de Trabalho scmrecsányi , Lúcia.
Vigilância da Terra Indígena Indigenista, encaminhados à 1999/2000. Relatórios anuais Entre as criações baseadas na – do grupo Kadiweu, no estado de
Wajãpi – Centro de Trabalho Fundação Mata Virgem da do Programa de Educação tradição de comunidades indígenas, Mato Grosso do Sul;
Indigenista, encaminhados Noruega / rfn Waiãpi, Centro de Trabalho formas de expressão gráfica e oral – do grupo Kayapó-Xikrin, no
ao pptal/funai. _______. 1995 “Controle territorial Indigenista, encaminados à similares à dos Wajãpi do Amapá, estado do Pará;
gallois, Dominique Tilkin. e diversificação do extrativismo Fundação Mata Virgem da merecem destaque e reconhecimento – do grupo Asurini do Koatinemo,
1979. Reserva indígena na ai Waiãpi” – Segundo Noruega / rfn. as seguintes tradições iconográficas: no mesmo estado.
Waiãpi: proposta – Relatório de Atividades do – dos grupos indígenas de língua Todas essas formas de expressão
São Paulo, dat. 17 p. projeto Manejo não-predatório Caribe que vivem na região do gráfica foram estudadas e se
_______. 1980 Relatório: Eleição da e preservação ambiental de Tumucumaque, norte do estado encontram, parcialmente,
AI Waiãpi (Uiapii), Port. funai Áreas Indígenas na Amazônia do Pará, em particular o sistema inventariadas por investigações
677/E de 15.02.1980 – Brasília, Brasileira (12/93-12/94) – iconográfico dos índios Aparai científicas, que evidenciaram sua
17.06.1980, dat. 46 p. Centro de Trabalho Indigenista, e Wayana, assim como dos profunda conexão – nos termos
_______. 1984 Proposta de encaminhado à Comissão Tiriyó e Kaxuyana; específicos de suas respectivas
demarcação da Reserva Indígena da Comunidade Européia – dos grupos indígenas que vivem na tradições – com a cosmologia
Waiãpi – São Paulo, janeiro 85, _______. 1996 “Projeto Demarcação região do Uaçá, também no estado e/ou ordenação social dessas
dat. 26 p. Waiãpi / Relatório Final”, do Amapá (Karipuna, Galibi- comunidades.
_______. 1984 Relatório: Eleição da em colaboração com Marco Marworno e Palikur), que estão se
ai Waiãpi, Port. funai 1.651/E Antonio Gonçalves, mobilizando para a implantação de
de 16.06.84 – São Paulo, encaminhado à funai e à gtz. um Museu dos Povos indígenas na
*poderá
Cuja candidatura
ser proposta
13.08.84, dat. 58 p. iepé . Programa Wajãpi: parceria cidade de Oiapoque; no decorrer da
_______. 1991 Laudo “Informação Iepé / Apina. São Paulo, 2002 – dos grupos que ocupam o próxima década.
sobre a ai Waiãpi”, (também disponível no site Parque Indígena do Xingu,
apresentando a anuência www.institutoiepé.org,br) em particular dos Wauja e Kuikuru,
dos índios Waiãpi aos limites m acari o, Dafran. 2001. no estado de Mato Grosso;
dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 132 dossiê iphan 2 { Wa j ã p i } 133

do Governo do Estado da área indígena, Relatório de atividades do


do Amapá e à Fundação credenciamento Funai/tc Programa Ambiental do cti –
Nacional de Saúde. 002/cea/91. Componente Waiãpi, Centro de ANEXO 3:
campbell , Alan Tormaid. 1976. _______. 1994/1996 “Relatórios de Trabalho Indigenista, Lista de formas
“Some suggestions towards an Acompanhamento encaminhado à Fundação Mata
effective programme of control antropológico (I a IV) do Virgem da Noruega / rfn.
de expressão
and protection of the Projeto Demarcação Waiãpi, macari o, Dafran & gallois, cultural
Oyampi reserve, Amapá”, Centro de Trabalho Indigenista, D.T. – Diagnóstico etno-ambiental similares*
Brasília, dat. 13 p. encaminhado à funai e à gtz da TI Wajãpi, Amapá. Relatório
Equipe do programa wajãpi / _______. 1994/1998 Relatórios apresentando ao fnma/mma,
cti. 1999/2002. Relatórios do anuais do Projeto Educação outubro 2002.
Projeto de Fiscalização e Waiãpi, Centro de Trabalho scmrecsányi , Lúcia.
Vigilância da Terra Indígena Indigenista, encaminhados à 1999/2000. Relatórios anuais Entre as criações baseadas na – do grupo Kadiweu, no estado de
Wajãpi – Centro de Trabalho Fundação Mata Virgem da do Programa de Educação tradição de comunidades indígenas, Mato Grosso do Sul;
Indigenista, encaminhados Noruega / rfn Waiãpi, Centro de Trabalho formas de expressão gráfica e oral – do grupo Kayapó-Xikrin, no
ao pptal/funai. _______. 1995 “Controle territorial Indigenista, encaminados à similares à dos Wajãpi do Amapá, estado do Pará;
gallois, Dominique Tilkin. e diversificação do extrativismo Fundação Mata Virgem da merecem destaque e reconhecimento – do grupo Asurini do Koatinemo,
1979. Reserva indígena na ai Waiãpi” – Segundo Noruega / rfn. as seguintes tradições iconográficas: no mesmo estado.
Waiãpi: proposta – Relatório de Atividades do – dos grupos indígenas de língua Todas essas formas de expressão
São Paulo, dat. 17 p. projeto Manejo não-predatório Caribe que vivem na região do gráfica foram estudadas e se
_______. 1980 Relatório: Eleição da e preservação ambiental de Tumucumaque, norte do estado encontram, parcialmente,
AI Waiãpi (Uiapii), Port. funai Áreas Indígenas na Amazônia do Pará, em particular o sistema inventariadas por investigações
677/E de 15.02.1980 – Brasília, Brasileira (12/93-12/94) – iconográfico dos índios Aparai científicas, que evidenciaram sua
17.06.1980, dat. 46 p. Centro de Trabalho Indigenista, e Wayana, assim como dos profunda conexão – nos termos
_______. 1984 Proposta de encaminhado à Comissão Tiriyó e Kaxuyana; específicos de suas respectivas
demarcação da Reserva Indígena da Comunidade Européia – dos grupos indígenas que vivem na tradições – com a cosmologia
Waiãpi – São Paulo, janeiro 85, _______. 1996 “Projeto Demarcação região do Uaçá, também no estado e/ou ordenação social dessas
dat. 26 p. Waiãpi / Relatório Final”, do Amapá (Karipuna, Galibi- comunidades.
_______. 1984 Relatório: Eleição da em colaboração com Marco Marworno e Palikur), que estão se
ai Waiãpi, Port. funai 1.651/E Antonio Gonçalves, mobilizando para a implantação de
de 16.06.84 – São Paulo, encaminhado à funai e à gtz. um Museu dos Povos indígenas na
*poderá
Cuja candidatura
ser proposta
13.08.84, dat. 58 p. iepé . Programa Wajãpi: parceria cidade de Oiapoque; no decorrer da
_______. 1991 Laudo “Informação Iepé / Apina. São Paulo, 2002 – dos grupos que ocupam o próxima década.
sobre a ai Waiãpi”, (também disponível no site Parque Indígena do Xingu,
apresentando a anuência www.institutoiepé.org,br) em particular dos Wauja e Kuikuru,
dos índios Waiãpi aos limites m acari o, Dafran. 2001. no estado de Mato Grosso;
ficha catalográfica elaborada pela
biblioteca noronha santos

Expressão gráfica e oralidade entre os Wajãpi


do Amapá. – Rio de Janeiro: Iphan, 2006.
136 p.: il. color, 25cm. – (Dossiê Iphan; 2)

isbn 8 5 - 7 3 3 4 - 0 25 - 8
Bibliografia: p. 126-132.

1. Índios brasileiros. 2. Índios Wajãpi. 3. Cultura


indígena. 3. Arte indígena. I. Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. II. Série.

Iphan/RJ cdd – 305.898


Este livro foi produzido
no outono de 2006 para o
Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional.
ficha catalográfica elaborada pela
biblioteca noronha santos

Expressão gráfica e oralidade entre os Wajãpi


do Amapá. – Rio de Janeiro: Iphan, 2006.
136 p.: il. color, 25cm. – (Dossiê Iphan; 2)

isbn 8 5 - 7 3 3 4 - 0 25 - 8
Bibliografia: p. 126-132.

1. Índios brasileiros. 2. Índios Wajãpi. 3. Cultura


indígena. 3. Arte indígena. I. Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. II. Série.

Iphan/RJ cdd – 305.898

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