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Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Departamento de Geociências (DEGEO)
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Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Instituto de Geociências (IGC)
a b c
arlonmg@hotmail.com.br; fernandinhar-rc@hotmail.com; nathaliamartins.geo@gmail.com;
d e
cfflobo@yahoo.com.br; mucio.figueiredo@gmail.com
ABSTRACT: The expansion of urban areas in various regions of the country and in various
circumstances, coupled with the lack of planning and State intervention, has
leveraged a number of problems affecting certain environments with low bearing
capacity, among which the erosion stand aggravating as natural hazards, causing economic,
social and environmental losses. The present work has as main objective to elaborate a
model to identify areas prone to erosion surface near the city of São João del-Rei/MG. The
results indicate that, in reasonable detail and accuracy, those areas with greater
potential risk of erosion is concentrated in areas of potential urban
expansion, near steep slopes that mark over the regional area.
Uma primeira definição de modelo já conhecida na literatura foi apresentada por Chorley e
Haggett (1975), a partir da qual ele é entendido como estruturação simplificada da realidade
que supostamente apresenta, de forma generalizada, características ou relações tomadas
como importantes. São, dessa forma, aproximações subjetivas da realidade, pois não
incluem todas as observações ou medidas associadas. Outra definição também foi
apresentada por Berry (1972), que considera um modelo como uma forma de representação
da realidade sob forma material (tangível) e simbólica (abstrata). Ainda de acordo com esse
autor, os modelos elaborados em Sistemas de Informações Geográficas (SIGs) envolvem a
representação simbólica de determinadas propriedades locacionais, bem como atributos
temáticos e temporais. Para Christofoletti (1999, p.19), a modelagem constitui procedimento
teorético que envolve um conjunto de técnicas como a finalidade de compor um quadro
simplificado e intelegível do mundo, como atividade de reação do homem perante a
complexidade aparente do mundo que o envolve. A modelagem envolve, nesse aspecto, um
procedimento teórico em função da proposição de uma representação da realidade, bem
como uma componente de técnica pela formalização perante os objetivos especificados,
conforme as regras aplicadas em sua estruturação. Xavier-da-Silva (1992) acredita que
esses modelos são estruturas físicas e lógicas não tradicionais. Os dados trabalhados em
SIGs passam a compor registros digitais processados por computação eletrônica, o que
permite eficiência de armazenamento, recuperação e transformação. A análise desses
modelos oferece alta capacidade de representação de condições ambientais de interesse,
incluindo a possibilidade de integração de um conjunto amplo de variáveis.
Esse trabalho tem como OBJETIVO PRINCIPAL a confecção de um modelo para identificar
áreas mais susceptíveis a processos erosivos superficiais nas circunjacências da área
urbana do município São João del-Rei/MG (ver Figura 1). Com base nos parâmetros de
declividade, potencializados pelos diferentes nas características e tipologia dos solos, e pela
capacidade de atenuação decorrente da presença ou não de cobertura vegetal,
incorporados ás ferramentas de Geoprocessamento, notadamente de álgebra de mapas e
de sensoriamento remoto, foi possível estimar, ainda que com certo grau de imprecisão e
um número limitado de fatores (mesmo que altamente relevantes), os diferentes níveis de
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2. MATERIAIS E MÉTODOS
As bases de dados utilizadas nesse trabalho, que incluem cartas topográfica e pedológicas
e imagens orbitais foram digitalizadas e convertidas em formato vetorial ou matricial, a partir
das quais foi possível executar as ferramentas geoprocessamento disponíveis no módulo
ArcMap©, integrante do pacote ArcGis©. Posteriormente, essas bases foram trabalhadas
com base em rotinas de álgebra de mapas, o que permitiu, utilizando-se do módulo raster
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Para definição dos parâmetros do fator declividade foram utilizadas agregações classes
propostas por Granell-Pérez (2004), discriminadas nos seguintes níveis: 1º) de 0% a 3,5%
→ morfologias: planície aluvial, terraço fluvial, superfície de erosão (baixas perdas de solos
e escorregamentos); 2º) de 3,5% a 8,7% → morfologias: ondulações suaves, fundos de
vale, superfícies tabulares (início de solifluxão, escoamento difuso e laminar/sulcos); 3º) de
8,7% a 26,8% → morfologias: encostas de morros, relevos estruturais monoclinais do tipo
cuesta (movimentos de massa, escoamento laminar, creep, escorregamentos); 4º) de 26,8%
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muito forte, destruição de solos, escorregamentos, queda de blocos); 4º) de 46,6% a 70,0%
→ morfologias: relevos estruturais, escarpas costeiras, cristas (erosão linear muito forte,
escorregamento, queda de blocos, avalanches); 4º) maior que 70,0% → morfologias:
paredões e escarpas em canhões ou vales muito encaixados (quedas em massa,
escorregamento, colapsos). O cálculo de declividade foi extraída da base topográfica digital
da folha de São João del-Rei, na escala de 1:50.000, cuja equidistância das curvas era de
nível de 20 metros. A partir desses vetores foi criado um TIN (Trianguled Irregular Network)
no módulo 3D Analist/TIN Management e, em seguida, uma superfície de declividade
(Slope) na ferramenta Spatial Analyst. Em seguida, as classes foram discretizadas em
escores hierarquizados de 0 a 1 (condicionante mínimo e máximo, respectivamente), que
foram potencializados ou atenuados pela influência da pedologia e cobertura vegetal.
chuva; b) ação das raízes das plantas, formando poros e canais que aumentam a infiltração
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D1 0
D2 0,2
Declividade D3 0,4
D4 0,6
D5 0,8
D6 1
S1 0,020
Solo S2 0,033
S2 0,037
V1 0,000
Vegetação
V2 0,005
O Potencial de erodibilidade (Pe) foi obtido do produto entre os Escores dos Fatores
Declividade (Efd) e Solo (Efs), somado ao Escore de Vegetação (Efv):
3. RESULTADOS
De acordo com a tabela a seguir (Tab. 1), que descreve a distribuição dos diferentes níveis
de erodibilidade na matriz analisada, um conjunto de 8.718 pixels - o que corresponde a
37,61% do total, foram classificados como de alto nível potencial de erodibilidade (Pe alto).
Essa mesma classe compreende um total de 21,80 Km2 (de um total de 57,96 Km2 de toda a
área). Em geral, essas áreas estão localizadas nas proximidades da mancha urbana de São
João del-Rei, bem como nas vertentes mais íngremes que compõem as bordas das serras
do Lenheiro (faixa oeste) e de São José (faixa leste). Grande parte da planície de inundação
do córrego do Lenheiro e do Rio das Mortes, este, importante tributário da alta bacia
hidrográfica do Rio Grande, compõe uma área de baixo potencial erosivo, onde predominam
os processos de sedimentação.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em São João Del-Rei a erosão avança visivelmente nos setores de expansão urbana, além
dos próprios limites da cidade, por meio de aberturas de novos empreendimentos,
principalmente nos setores NW e SW, os quais realizam grande movimentação e exposição
de solo. Estes terrenos, sem a proteção da cobertura vegetal, associada à grande
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5. REFERÊNCIAS
BERRY, B. City classification handbook: methods and applications. New York: Wiley Interscience.
1972.
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DIAS, F. S. Estudo do aqüífero carbonático da cidade de Barroso (MG) – Uma contribuição à gestão
do manancial subterrâneo. Belo Horizonte: Universidade Federal de Minas Gerais. 2009 (Tese de
Doutorado).
PRUSKI, F. F.; AMORIM, R. S. S.; SILVA, D. D.; GRIEBELER ,N. P.; SILVA, J. M.A. Conservação de
solo e água: praticas mecânicas para o controle da erosão hídrica. Viçosa: Universidade Federal de
Viçosa, 2006.
SAADI, A. Um “Rift” neo-cenozóico na região de São João Del Rei – MG; borda sul do
Craton do São Francisco. In: 1º. Workshop de Neotectônica e Sedimentação Continental
Cenozóica no Sudeste Brasileiro. Anais... Boletim no. 11 da Sociedade Brasileira de
Geologia - Núcleo Minas Gerais. Belo Horizonte: SBG – Núcleo MG. p. 63-79. 1990.
SILVA, A.C.; VIDAL-TORRADO, P.; CORTIZAS, A.; MARTINEZ RODEJA, E. G. Solos do topo da
Serra São José (Minas Gerais) e suas relações com o paleoclima no Sudeste do Brasil. Revista
Brasileira de Ciência do Solo, v. 28, n. 3, p. 455-466. 2004.
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TOMINAGA, L. K.; SANTORO, J.; AMARAL, R. (Org). Desastres naturais: conhecer para prevenir.
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