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COOPERATIVISMO: A BUSCA DE UM MODELO DE GESTÃO PARTICIPATIVA

PIACESKI, Enelde Elena1


GNOATTO,Almir Antonio2

RESUMO
Este estudo tem o objetivo de buscar uma forma de gestão cooperativa que seja
adequada aos interesses do grupo de associados.
Isto se deve ao fato da gestão cooperativa estar unicamente voltada aos
profissionais gestores, onde o associado sem conhecimentos na área tem grande
dificuldade no entendimento dos relatórios e plano diretivo, podendo muito
facilmente ser alvo de manobras para aprovação de matérias que não sejam do
interesse dos associados. Este trabalho relata a forma de gestão da Cooperativa
Agropecuária Campoerense (Coopere), em que o associado participa desde a
fundação até na forma de distribuição das sobras no final de cada exercício contábil.
Palavras – Chaves: Cooperativa, Gestão, Legislação jurídico-contábil.

INTRODUÇÃO
Sociedade Cooperativa é um tipo de sociedade de pessoas, sem fins lucrativos
regulada por lei especial e que se destina unicamente à prestação direta de serviços
aos associados, onde o cooperado é ao mesmo tempo dono e usuário do
“empreendimento”.
Existem modelos de pequenas cooperativas que têm seguido de forma fiel o
princípio do cooperativismo cuja gestão participativa apresenta uma estrutura
funcional enxuta de funcionários e unidade, que valoriza e fortalece o associado e
não a estrutura física, pois na visão destes modelos é importante ter sócios
fortalecidos e sua estrutura deve ser simples e ágil a serviço dos associados.
Hoje, as cooperativas principalmente as de grande porte tem sistema de
funcionamento semelhante ao de uma sociedade comercial, cuja gestão é
centralizada em poucas pessoas (diretoria), não mais exercendo o princípio de
gestão democrática, com uma visão de que a cooperativa deva ser grande, pouco
importando se estão seguindo o princípio de servir aos associados.

METODOLOGIA
A pesquisa ateve-se inicialmente a um estudo teórico, na busca de uma melhor
aproximação com o objeto de investigação. Estudo este que buscou compreender a
dinâmica do funcionamento de uma cooperativa. Buscou-se, também, nessa fase
levantar informações sobre o cooperativismo na região Sudoeste do Paraná e Oeste
de Santa Catarina, bem como um estudo sobre a metodologia de pesquisa.
Tendo em vista as diferenças apresentadas, buscou-se através da pesquisa
bibliográfica, conhecer e estudar a legislação jurídico-contábil, os princípios do
cooperativismo, os aplicativos contábeis. Paralelamente realizou-se um estudo de

1
Acadêmica do curso de Ciências Contábeis do CEFET/PR Unidade de Pato Branco.
2
Professor do curso de Agronomia do CEFET/Pr – Unidade de Pato Branco e membro do CEPAD –
Centro de Pesquisa e Apoio ao Desenvolvimento Regional.
caso na Cooperativa Agropecuária Campoerense (Coopere), objetivando comparar o
estudo teórico com o modelo de gestão utilizado.
Para isto buscou-se conhecer a legislação do cooperativismo, estudar os
princípios que instituiu o cooperativismo no Brasil e no mundo, estudar diferentes
modelos de gestão, finalidades e de legislação das cooperativas.
No primeiro momento fez-se um estudo da história, a origem e os princípios do
cooperativismo. Num segundo momento pesquisou-se sobre a contabilidade nas
sociedades cooperativas, e a seguir os aspectos tributários e fiscais das mesmas.
Após realizou-se um estudo de caso na Cooperativa Agropecuária Campoerense,
sua forma de funcionamento, seus objetivos e finalidades.
Este estudo nos levou a perceber que, as sociedades cooperativas necessitam
especificações legislativas e de aprimoramento em suas demonstrações fisco-
contábil. Deverão também, buscar formas de gestão e de demonstrações contábeis
simples e claras, para que, nas Assembléias Gerais, não seja somente um repasse
de informações distante do agricultor, para que este decida de maneira consciente
os rumos da cooperativa, podendo o grupo encontrar soluções em conjunto para os
problemas, contribuindo para o desenvolvimento da cooperativa.

1 . ENTENDENDO O PROBLEMA
Hoje temos vários segmentos cooperativos no Brasil como Agropecuário,
Consumo, Crédito, Educacional, Habitacional, Especial, Mineração, Produção,
Serviços ou Infra-estrutura, Trabalho, Saúde e Turismo e Lazer em diferentes
formações societárias, tanto econômicas quanto estruturalmente.
O conceito vigente que se tem do cooperativismo é que ele pode ser exercido
somente por grandes estruturas (física, quadro societário e de funcionários...), mas o
significado de cooperação é bem mais amplo e contempla inclusive as pequenas
iniciativas de grupos de pessoas que vêem nesta forma de organização um meio de
constituir uma empresa de forma que legalize seus negócios, e oportunize que se
institua empresas coletivas para diluir seus custos e encargos fiscais, mesmo que
estas não possuam grande estrutura física, funcional e de funcionários.
Ao focalizar o cooperativismo agropecuário, um importante segmento da
economia, percebemos que este apresenta diferenças de finalidades, de legislação
tributária e no aspecto contábil, pertinente as elas.
A grande cooperativa, aqui caracterizada segundo a Organização das
Cooperativas Brasileiras, por apresentar uma estrutura funcional de matriz e filiais,
também chamados de entrepostos, com grande número de funcionários, ampla
estrutura física constituída, são fruto de políticas de incentivos governamentais ao
setor adotados na década de 60 pelo Governo Federal. Dentre essas políticas,
destacam-se os investimentos públicos em infra-estrutura (estrada, comunicação,
comercialização, etc.), estabelecimentos de projetos especiais e programas
regionais, incentivos aos investimentos privados em reflorestamento e à abertura de
grandes fazendas nas regiões centro-oeste e amazônica, desenvolvimento das
indústrias de insumos, máquinas e equipamentos para a agricultura, reestruturação
da pesquisa agropecuária e da extensão rural, incremento do crédito rural,
geralmente a taxas de juros negativas (isto é, inferiores a taxas de inflação) e
subsídios para aquisição de insumos e máquinas.
Com isso, as cooperativas têm sistema de funcionamento semelhante ao de
uma empresa normal, cuja gestão é centralizada em poucas pessoas (diretoria), não
mais exercendo o princípio de gestão democrática, mas com uma visão de que a
cooperativa deve ser grande, com suas operações voltadas para o mercado
competindo e buscando o lucro como outras empresas do setor.
Temos também modelos de pequenas cooperativas que têm seguido de forma
fiel o princípio do cooperativismo cuja gestão participativa apresenta uma estrutura
funcional enxuta de funcionários e unidade, que valoriza e fortalece o associado e
não a estrutura física, pois na visão destes modelos é importante ter sócios
fortalecidos e sua estrutura deve ser simples e ágil a serviço dos associados.
Baseados nestas diferenças buscou-se através desta pesquisa, estudar a
história, origem do cooperativismo, os princípios que instituíram o cooperativismo no
Brasil e no mundo e conhecer modelos de gerenciamento, aplicativos contábeis e de
legislação tributária para aplicação em pequenas cooperativas.

2 . O CASO DA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CAMPOERENSE (COOPERÊ)

2.1. Gestão Participativa

Ao se buscar na literatura especializada, parâmetros que dimensionem a


participação como agente de transformação sócio-econômico das relações
organizacionais, percebe-se que uma infinidade de conceitos permeiam os campos
da gestão cooperativista, onde uma diversidade de pressupostos emergem a partir
da análise da relação cooperativa-associado.
Para Verhagen, citado por Valadares (1995), a participação dos membros regula
as relações internas ou a divisão do poder de decisão e o controle entre os membros
de uma cooperativa. Este defende que o principal objetivo da participação é
assegurar a orientação das atividades de uma organização de produtores em
benefício da maioria dos seus membros ou, em termos mais negativos, prevenir que
tal organização seja dominada por uma minoria de associados ou pelo seu staff
administrativo.
Para participar as pessoas precisam compartilhar os processos geradores de
significados e decisões. Esta comunicação deveria criar, simultaneamente,
percepções comuns, decisões compartilhadas e a identidade coerente de uma
comunidade profissional. Estudando o papel das cooperativas no processo de
desenvolvimento econômico nos países do terceiro mundo, Benecke (1980)
identifica a “participação nas cooperativas em três níveis, sejam: no nível da
legitimidade, do voto e do processo de elaboração das decisões e controle”.
Destaca-se que, no nível da legitimidade o exercício de poder se expressa na
fidelidade aos valores e objetivos de associações de pessoas e de empresa,
enquanto os demais níveis correspondem à sustentação do processo de gestão
democrática.
Ainda dentro dessa concepção, Schneider (1991) enfatiza que “os associados
devem ser estimulados permanentemente através da educação, comunicação e
oportunidades em participar”. Cabe acrescentar a estes conceitos a condição da
participação por meio do diálogo. Este elemento potencializa a capacidade criativa
da organização, possibilitando ao grupo chegar à identificação de soluções de
problemas que venham a promover a participação efetiva e, consequentemente, o
desenvolvimento organizacional.
Para que se concretize a disseminação de informação no quadro social, a
difusão e o estímulo à captação de informações, sob as mais diversas formas,
tornam-se elementos impulsionadores do desenvolvimento da cooperação. Todavia,
a possibilidade da não efetivação deste processo, pode se dar por considerações de
custo e, sobretudo de conflitos de interesses que se estabelecem entre cooperativa
e associados.
Devido à complexidade de muitas cooperativas, é possível visualizar a sensação
de desconexão dos associados em relação à sua cooperativa; como fator adicional,
tem-se a falta de profissionalização e entendimento das particularidades do
empreendimento cooperativo. Conseqüentemente, o desconhecimento das
estratégias a serem adotadas junto ao público associado induz ao simples repasse
de informações, em geral desconectadas com a realidade e necessidades dos
associados e que, portanto servem apenas como meros instrumentos de alienação.

2.2. Uma Cooperativa de Nova Geração

A Cooperativa Agropecuária Campoerense foi fundada em 27 de julho de


1995 (conforme estatuto no anexo 02) na cidade de Campo Erê, Estado de Santa
Catarina, com 31 agropecuaristas com a finalidade de unir suas produções agrícolas
para comercializar em grupo e assim obter um ganho maior na comercialização de
soja e milho.
A necessidade de fundar a cooperativa foi motivada por problemas com
recebimento da produção dos agricultores da região nos anos de 1993 e 1994, onde
em função de problemas climáticos houve uma produção de milho com elevado teor
de grãos “ardidos” (grãos escuros) o que dificultou a comercialização por parte dos
agricultores com as agroindústrias e a cooperativa que existia na região, onde o
preço pago aos produtores rurais foi extremamente aviltado, chegando naquela
ocasião a R$ 3.00 (três reais) a saca de milho.
A fim de poder ditar por conta própria os destinos da produção alguns
produtores rurais se reuniram e fundaram a Coopere – Cooperativa Agropecuária
Campoerense-, que operou por dois anos sem ter estrutura própria de
armazenagem, bem como qualquer tipo de estrutura física, alojando-se inicialmente
nas dependências do sindicato dos produtores rurais. Este período foi extremamente
interessante para agrupar aqueles agricultores com mais afinidades, bem como
conhecer o sistema cooperativista, suas implicações, deveres e direitos.
Após dois anos de trabalhos sem haver qualquer estrutura física, começou a
construir uma unidade armazenadora, com secador, unidade para sementes de soja
e trigo, escritório administrativo e demais equipamentos para o funcionamento da
unidade, que ficou pronta ao final de 1997.
Do início das atividades, até a construção da unidade física houve a saída de
cinco agricultores que não se identificaram com o sistema ou não quiseram arcar
com os desembolsos de valores para completar o pagamento da unidade, visto que
apenas parte dos recursos para a construção da sede própria foram financiados,
cabendo a cada agricultor desembolsar o restante dos recursos, levando sempre em
conta o critério de produção de cada associado, implicando direitos e deveres para
com a cooperativa e ao banco onde foi requisitado o valor de empréstimo para a
construção da unidade armazenadora.
Vale dizer que, com este financiamento bancário cada cooperado deu como
garantia bens reais próprios como terras, casa, etc. em valores de acordo com sua
participação nas operações.
E se um dos cooperados com bens em garantia no financiamento quiser sair
da cooperativa, os associados restantes devem completar esta garantia ou buscar
um novo associado que o faça, pois no banco o valor de bens deverá continuar o
mesmo
A Cooperê – Cooperativa Agropecuária Campoerense – sempre primou por
um modelo um pouco diferenciado de cooperativismo em relação ao que havia
instalado em nosso município bem como de outros locais, tentando chegar aquilo
que se chama atualmente de cooperativas de nova geração, onde o associado se
compromete com a cooperativa em suas necessidades de produtos, necessidade
financeira e esta devolvem ao associado o máximo possível de retorno pelo produto
entregue a ela, afirma o diretor presidente Zito Fernando Lunardi.
Isto também é a meta principal da diretoria da Cooperê que tem seu
organograma de gestão constituído conforme figura 01.

Figura 01: Organograma de gestão da Cooperê

A Assembléia Geral dos cooperados, Ordinária ou Extraordinária é órgão


supremo da Cooperativa, cabendo-lhe tomar toda e qualquer decisão de interesse
da entidade. Suas deliberações vinculam a todos, ainda que ausentes ou
discordantes.
É da competência das Assembléias Gerais, Ordinárias ou Extraordinárias a
destituição dos membros do Conselho de Administração, do Conselho Fiscal ou de
outros. Ocorrendo destituição que possa comprometer a regularidade da
administração ou fiscalização da Cooperativa poderá a Assembléia Geral designar
administradores e conselheiros fiscais provisórios, até a posse dos novos, cuja
eleição se realizará no prazo de 30(trinta) dias.
O Conselho de Administração é o órgão superior na hierarquia administrativa,
sendo de sua competência privativa e exclusiva responsabilidade a decisão sobre
todo e qualquer assunto de ordem econômica ou social, de interesse da Cooperativa
ou de seus cooperados, nos termos da lei, deste Estatuto e de recomendações da
Assembléia Geral.
O Conselho de Administração composto por: 6 (SEIS) membros, todos
cooperados no gozo de seus direitos sociais, eleitos pela Assembléia Geral para um
mandato de 2 (DOIS) anos, sendo obrigatória, ao término de cada mandato, a
renovação de, no mínimo, 1/3 (um terço) dos seus componentes, sendo composto
de uma Diretoria Executiva com funções de direção e por membros Vogais sem
funções de direção, sendo que: a Diretoria Executiva formada pelo Diretor
Presidente, Diretor Vice-Presidente e Diretor Secretário, cuja atribuição definida
neste Estatuto, e por 3 (três) conselheiros.
Administração Executiva ou Gerências: As funções de Administração
Executiva dos negócios sociais serão (poderão ser) exercidas por técnicos
contratados, segundo a estrutura que for estabelecida pelo Conselho de
Administração, consoante o disposto na alínea "i” do Art.44º do Estatuto desta
Cooperativa, (anexo 02). Subordinado a esta gerencia temos os departamentos de:
• Produção: responsável pelo recebimento, armazenamento e conservação de
produtos desde a entrada na cooperativa até o carregamento no momento da
venda.
• Administrativo: responsável pelo andamento operacional do espaço
administrativo da cooperativa.
• Financeiro/contábil: responsável pelos eventos financeiro e contábil da
cooperativa.
Conselho Fiscal: Os negócios e atividade da Cooperativa serão fiscalizados
assídua e minuciosamente por um Conselho Fiscal constituído de 03(três) membros
efetivos e 03(três) suplentes, todos cooperados, eleitos anualmente pela Assembléia
Geral, sendo permitida a reeleição de apenas 1/3(um terço) dos seus componentes.
Para o desempenho de suas funções, terá o Conselho Fiscal acesso a
quaisquer livros, contas e documentos, a empregados, a cooperados e outros,
independente de autorização via do Conselho de Administração sem que, contudo,
lhe caiba o direito de interferir no cumprimento das determinações deste órgão.
Com este organograma definido e com as funções de cada setor amparadas
no estatuto (anexo 02) da cooperativa, as atividades dos gestores buscam a melhor
forma de amparar os associados nos seus anseios e objetivos.
Com este objetivo a cooperativa centrou suas atividades no recebimento de
milho, soja, trigo, triticale e forrageiras e tendo na produção de sementes de soja seu
principal fator gerador de divisas para sua manutenção e maior ganho aos seus
associados. A produção inicial de semente de soja foi de 11.000 sacas de 50 kg
comercializadas em sua totalidade com o Paraguai e chegando em 2003 em 75.000
sacas comercializadas em vários estados brasileiros. A produção de milho mais que
duplicou neste período, bem como o trigo onde houve um crescimento de seis vezes
o que recebíamos inicialmente. A soja teve um incremento de 100% da produção
inicial, estes valores refletem ao aumento de produtividade que os associados
obtiveram em suas propriedades, visto ter alcançado valores em torno de 70 sacas
por hectare na safra 2002/ 2003.
Os dados da tabela 01 e figura 02 mostram o crescimento em reais da
cooperativa entre os anos de 1996 e 2002.

Tabela 01: crescimento em reais da cooperativa entre os anos de 1996 e 2002


FATURAMENTO ANUAL
ANO R$
1996 1.566.027,41
1997 1.961.909,82
1998 2.775.668,08
1999 3.508.551,82
2000 3.938.787,00
2001 5.409.510,67
2002 9.847.503,35
Fonte: Cooperê – Cooperativa Agropecuária Campoerense
Figura 02: Faturamento anual, em Reais da cooperativa entre os anos de 1996 e
2002
Fonte: Cooperê – Cooperativa Agropecuária Campoerense

Vemos que o crescimento da Cooperê – Cooperativa Agropecuária


Campoerense – se dá gradativamente desde a sua fundação, mas no ano de 2000
para 2001 começou um crescimento maior, acentuando-se no ano de 2002 com
quase o dobro dos valores absolutos de faturamento.
Isto se deve principalmente ao aumento de produção dos associados, visto
que está investindo em novas tecnologias, ao aumento da capacidade
armazenadora da cooperativa e pela valorização do preço dos produtos agrícolas
neste período.
Este salto no faturamento foi possível também graças ao apoio e confiança
depositada na direção desta cooperativa, que procura fazer os investimentos da
melhor forma, buscando o retorno esperado pelos associados.
Salienta-se também o apoio dos cooperados, que injetam anualmente na
cooperativa 2% sobre os valor das suas operações, mesmo se ao efetuar a venda
de seus produtos opte por outro meio de comercialização, os 2% da operação
deverá ser integralizada na Cooperê, e as sobras no final do exercício também são
reinvestidas na mesma. Desta forma o Cooperê mantém sua estrutura funcionando
com recursos próprios.
Se um associado desistir da cooperativa, a ele retornará o seu investimento
inicial, pois a estrutura física da cooperativa não poderá ser repartida com a saída de
sócios. Isto quer dizer que o patrimônio da cooperativa é do conjunto e não pode ser
devolvida a qualquer associado.
A Cooperê – Cooperativa Agropecuária Campoerense – neste período de
existência tem sido uma das empresas de maior arrecadação de impostos ao
município, visto que toda sua produção e todas as transações efetuadas são com
notas fiscais (isto quer dizer 100% quente), deste modo não teve problemas fiscais
de qualquer natureza desde a sua instalação no município.
Também é vista como geradora de um grande número de empregos, suas
atividades foram se expandindo para a transformação de matérias primas, como a
farinha de trigo, farelo de trigo, comercialização de insumos agrícolas para seus
associados, bem como compra de máquinas e equipamentos, com o intuito de
baratear a produção para seus associados.
Neste período de existência a Cooperê – Cooperativa Agropecuária
Campoerense - foi tendo sua credibilidade como cooperativa alcançada de forma
acentuada no município de Campo Erê/SC, dentro do sistema cooperativista e junto
a outros agricultores da região, onde em alguns casos de interesse da cooperativa
acaba recebendo a produção de outros agricultores não associados .
A Cooperê - Cooperativa Agropecuária Campoerense – tem norteado toda a
sua existência de cooperativa no atendimento as prioridades de seus associados,
para que estes ganhem o máximo possível pela sua produção e não que a estrutura
física da cooperativa se agigante de forma acentuada e seus associados não
tenham o retorno de seus investimentos. A meta principal da Cooperê - Cooperativa
Agropecuária Campoerense – é que seus associados sejam fortalecidos e cresçam
para que a finalidade da cooperativa não destoe de seu surgimento.

3 . CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após este estudo, compreendemos que o cooperativismo é um movimento
internacional, e que a sociedade cooperativa é uma associação autônoma de
pessoas que se unem na busca da satisfação de suas necessidades tanto
econômicas, sociais ou culturais, regidas pelos princípios do cooperativismo e com
toda uma simbologia válida para o mundo inteiro.

Como a sociedade cooperativa tem uma forma jurídica “ sui generis”, não se
enquadravam na forma de associações ou outra espécie societária. Hoje, segundo
Waldírio Bulgarelli (1999), “... a sociedade cooperativa é hoje mais que um tipo de
sociedade, com forma jurídica própria, pois tantas foram às modificações,
adaptações e limitações que sofreram as regras oriundas dos outros tipos
societários que se torna impossível confundir a atual sociedade cooperativa com os
demais tipos societários”.

Como o grupo gestor tem por objetivo a melhor forma de administrar o que é
de todos os associados, estes têm a responsabilidade de operacionalizar a
cooperativa, fazendo com que a mesma obtenha êxito e preservando a imagem da
sociedade.

Esta sociedade onde o associado é o principal foco de direção e onde o


mesmo se compromete com a cooperativa em suas necessidades de produtos,
necessidade financeira e esta devolvem ao associado o máximo possível de retorno
pelo produto entregue a ela

Para isso, desde a sua fundação a cooperativa deve especificar claramente


os seus propósitos, cientificar os associados de suas finalidades e modelo de
gestão, para que estes, concordando com a política adotada, sejam capazes de
entender e interferir na orientação das atividades da cooperativa, para benefício dos
próprios associados, evitando que a sociedade seja dominada por uma minoria.

Para que isto aconteça o associado deve ter em mente que, somente através
da educação, comunicação e oportunidade de participar dos eventos cooperativos
virão estes conhecimentos. Assim, nas Assembléias Gerais, não haverá somente um
repasse de informações sem nexo, mas uma tomada de decisão consciente,
podendo o grupo identificar soluções de problemas, participando deles e em
conseqüência disto o desenvolvimento da cooperativa e a profissionalização desta
seja cada vez maior.

5. BIBLIOGRAFIA
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processo de desenvolvimento econômico nos países do terceiro mundo. Porto
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Leopoldo: UNISINOS, 1991.

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agropecuária. Lavras: UFLA, 1995. 81 p. (Tese – Mestrado em Administração
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cooperativa; empresas e estabelecimento comercial: estudo da sociedade
comerciais e seus tipos, conceitos modernos de empresa de estabelecimento,
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www.ocepar.org.br acesso em 27 maio 2003.

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acesso em 27 de maio de 2003.

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