Setembro 2014
1. INTRODUÇÃO
Pela sua característica numinosa, ele é vivido nos ritos, nos altares,
nas expressões da dança, das artes, da poesia, da narrativa, e se mescla às
Tradições e Filosofias Perenes.
2. A NARRATIVA DO MITO
Junito Brandão nos brinda com sua narrativa do mito, que irei
adaptar ao contexto desse trabalho relatando apenas seu início por ser muito
longo. Logo depois, irei pausadamente refletir junto com os autores acima e
ainda outros, desde a ótica hermenêutica junguiana. Eis o mito:
(...) Em certa cidade havia um rei e uma rainha que tinham três filhas
lindíssimas. As duas mais velhas, ainda que fossem também muito
belas, podiam perfeitamente ser celebradas por louvores dos
homens, mas não havia linguagem humana capaz de descrever ou
pintar a formosura da caçula. Assim começa o romance de Psique,
que era tão bela, que os mortais, em lugar de pedi-la em casamento,
adoravam-na como se fosse a própria Afrodite, cujos templos e culto,
por isso mesmo, haviam sido esquecidos e abandonados. (...) Grande
Mãe, origem de todos os elementos, alma do mundo inteiro, como se
autodenominava, vendo-se preterida por uma simples menina.(...)
chamou a seu filho Eros (...) e deu-lhe uma incumbência. Levou-o à
cidade, onde vivia a linda Psique, e pediu-lhe que a fizesse
apaixonar-se pelo mais horrendo dos homens. (...) O rei, (...)
temendo, como Liríope, a cólera dos deuses por causa da beleza da
mais jovem, mandou consultar o oráculo de Apolo. (...) a resposta
(...): a jovem (...), deveria ser conduzida ao alto do rochedo, onde um
monstro horrível com ela se uniria. Eros, todavia, que em lugar de
ferir com suas flechas a Psiqué, havia sido ferido por elas, ordenou
ao vento Zéfiro que a transportasse para um vale macio e florido (...)
a jovem princesa se ergueu e viu logo, cercado por um bosque, á
beira de uma fonte, um palácio de sonhos (...) Psiqué penetrou no
palácio e, a partir de então, foi servida (...) por uma multidão de
vozes, que lhe atendiam até mesmo os desejos não formulados.
Naquela mesma noite da chegada da princesa ao vale dos encantos,
Eros, sem se deixar se ver, fez de Psiqué sua mulher, mas antes do
nascer do sol, desapareceu rápida e misteriosamente.( Brandão,
Vol.II, 1992, p.210).
Por último está esse cão instintivo de morte, Cérbero, para quem
psique deverá jogar as tortas. É como dizer que psique deve adoçar
os instintos. E o resto dos conselhos é de uma sobriedade feita rito,
pois para descer no mundo dos mortos, para descer na depressão,
isto é indispensável. (Pedraza 2010, p.110)
O relato mítico, por sua vez, não é apenas, como texto poético,
polissêmico em si mesmo, por seus planos múltiplos de significação.
Não está fixado numa forma definitiva. Sempre comporta variantes,
versões múltiplas que o narrador tem à sua disposição, e que escolhe
em função das circunstâncias, de seu público ou de suas preferências
(Vernant, 2000, p 13.)
4. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS: