O tribunal entendeu a regra do 399, §2º, CPP, não é absoluta, ou seja, pode ser aplicada a exceção do artigo
E o mais interessante foi que o tribunal também entendeu que não deveria ser feito novo interrogatório porque foi
feito registro audiovisual e a nova juíza poderia assisti-lo, sem ter que interrogar o réu novamente.
Art. 196. A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de
Não se pode admitir que um juiz que deixou de ter competência para o julgamento do
processo em virtude de afastamento legal, logo, incompetente, seja compelido a julgar o feito
pelo simples fato de ter presidido a instrução probatória.
O Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa previstos no artigo 5º, inciso LV da Constituição Federal, assegura a
defesa do acusado com os meios e recursos a elas inerentes.
O direito de defesa decorre da bilateralidade do Elementos essenciais: a necessidade informação e a possibilidade
de reação.
A ampla defesa abrange a possibilidade de se defender (através da autodefesa, realizada pelo acusado em seu
interrogatório e da defesa técnica feita por advogado) e a de recorrer.
A ampla defesa abrange a autodefesa, realizada pelo acusado em seu interrogatório, e a defesa técnica, que
exige a representação do réu por um defensor, que pode ser constituído, público, dativo ou ad hoc.
recorrer. Ele traduz a liberdade inerente ao indivíduo de, em defesa de seus interesses, alegar fatos e
propor provas.
PRINCÍPIO DO DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
O princípio do duplo grau de jurisdição visa assegurar ao litigante vencido, total ou parcialmente, o direito de
submeter a matéria decidida a uma nova apreciação jurisdicional, no mesmo processo, desde que atendidos
determinados pressupostos específicos, previstos em lei.
PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Este princípio determina que o processo deve ser público a fim de garantir a transparência da justiça, a
imparcialidade e a responsabilidade do juiz.
Representa a possibilidade de qualquer indivíduo verificar os autos de um processo e de estar presente em
audiência, funcionando como instrumento de fiscalização dos trabalhos dos operadores do Direito.
Exceção: quando o interesse social ou a intimidade o exigirem que o sigilo do processo.
Vide artigos: Arts. 5º, LX , art 93, IX, ambos da CF. Art 792, CPP.
LX - a lei só poderá restringir a publicidade dos atos processuais quando a defesa da intimidade ou o
IX todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às próprias partes e a seus advogados,
ou somente a estes, em casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação;.
Art. 792. As audiências, sessões e os atos processuais serão, em regra, públicos e se realizarão nas sedes dos juízos e
tribunais, com assistência dos escrivães, do secretário, do oficial de justiça que servir de porteiro, em dia e hora
certos, ou previamente designados.
§ 1o Se da publicidade da audiência, da sessão ou do ato processual, puder resultar escândalo, inconveniente
grave ou perigo de perturbação da ordem, o juiz, ou o tribunal, câmara, ou turma, poderá, de ofício ou a
requerimento da parte ou do Ministério Público, determinar que o ato seja realizado a portas fechadas, limitando o
Desse modo, a interpretação do preceito constitucional deve ocorrer de maneira restritiva, de modo a só se
A Constituição Federal garante o contraditório e a ampla defesa aos litigantes em processo judicial ou
administrativo e aos acusados em geral. Entretanto na fase de inquérito, o autor do crime não é chamado de
“acusado”, mas sim de “investigado ou indiciado”. Além disso, entende-se que, por ser um procedimento
investigatório, ainda não existe litígio no inquérito.
Entretanto, uma minoria da doutrina entende que mesmo não havendo litígio e acusação formal, há na fase
investigativa policial questões a serem contraditadas e por isso seria cabível o contraditório.
Por outro lado, o entendimento majoritário e já pacífico, é no sentido de que na fase do inquérito policial não
existe a atuação do contraditório, pois não existe acusação na fase investigatória, não cabendo nem mesmo a
ampla defesa, pelo fato do inquérito policial ter natureza meramente inquisitiva, não comportando a atuação da
defesa.
Neste sentido, Fernando Capez entende que:
“O inquérito policial é secreto e escrito, e não se aplicam os princípios do contraditório e da ampla defesa, pois,
se não há acusação, não se fala em defesa”
O caráter inquisitivo do inquérito faz com que seja impossível dar ao investigado o direito de defesa,
pois ele não esta sendo acusado de nada, mas sim, sendo objeto de uma pesquisa feita pela autoridade
policial.
Art. 20. A autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da
sociedade.