2. NEOCONSTITUCIONALISMO
Reconhecimento da força normativa dos princípios jurídicos e valorização da
sua importância no processo de aplicação do Direito.
Rejeição ao formalismo e recurso mais freqüente a métodos ou estilos mais
abertos de raciocínio jurídico: ponderação, tópica, teorias da argumentação
etc. A formalidade é o processo, como fazer, impede que o material seja
violado, já a materialidade é o que fazer, são as coisas, posses, bens,
garantias.
Constitucionalização do Direito, com a irradiação das normas e valores
constitucionais, sobretudo os relacionados aos direitos fundamentais para
todos os ramos do Direito. Todas as áreas passaram a ter a Constituição
como base, ou seja, houve uma constitucionalização do Direito.
Reaproximação entre o Direito e a Moral, com a penetração cada vez maior
da filosofia nos debates jurídicos.
Judicialização da política (os juízes passam a atuar mais na política – ativismo
judicial) e das relações sociais, com deslocamento de poder da esfera do
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3. CONSTITUIÇÃO DIRIGENTE
José Joaquim Gomes Canotilho foi quem desenvolveu a idéia de Constituição
Dirigente.
Constituição Dirigente é o mesmo que dirigismo constitucional, ou seja, a
pretensão da Constituição em dirigir as esferas pública e privada.
Todas as áreas passaram a ter a Constituição como base, ou seja, houve
uma constitucionalização do Direito.
“Uma constituição é qualificada como dirigente quando empunha uma
normatividade, de teor procedimental e conteudístico, que tenciona a
conformar (limitar e condicionar), a orientar, as ações/deliberações do Estado
e da sociedade, inclusive no campo individual ou privado. Isso, por si só, não
representa novidade em relação ao papel desde sempre desempenhado pelo
Direito: dispor o que é proibido (interdito fazer), o que é devido (imposto fazer)
e o que é permitido (possível fazer). O cariz identificador, notadamente por se
tratar das normas do mais elevado nível do direito positivo, é que a
constitucionalidade dirigista não espraia somente processos, pois que estatui
uma substancialidade que, em aliança com as formas, vincular o proceder, as
resoluções do Poder Público e da comunidade.” Fábio de Oliveira.
Em simplificação: a Constituição Dirigente vincula os procedimentos e as
conclusões a que esses processos podem levar, o que significa um direção
de materialidade.
4. CONCEITOS E TERMINOLOGIAS
Teoria Geral dos Direitos e Garantias Fundamentais: “Conjunto de noções,
idéias, classificações e distinções relativas à disciplina constitucional das
liberdades públicas.”
Liberdades Públicas: “Conjunto de normas constitucionais que consagram
limitações jurídicas aos Poderes Públicos, projetando-se em três dimensões:
civil (direitos da pessoa humana), política (direitos da participação na ordem
democrática) e econômico-social (direitos econômicos e sociais).” Liberdades
Públicas são iguais a Direitos Fundamentais.
Direitos Naturais: direitos pré-positivos
Direitos Humanos: direitos suprapositivos. São os direitos fundamentais, só
que visto de lugares diferentes. Os direitos positivos no Brasil são os direitos
fundamentais. Os direitos que estão fora da legislação brasileira (ONU, pactos
internacionais) são os direitos humanos.
O Direito Humano é o gênero e o Direito Fundamental a espécie.
Definição n. 1: “Direitos fundamentais são direitos público-subjetivos de
pessoas (físicas ou jurídicas), contidos em dispositivos constitucionais e,
portanto, que encerram caráter normativo supremo dentro do Estado, tendo
como finalidade limitar o exercício do poder estatal em face da liberdade
individual.” Dimoulis & Martins.
Definição n. 2: “Direitos fundamentais são um conjunto de normas, princípios,
prerrogativas, deveres e institutos, inerentes à soberania popular, que
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6. FINALIDADES
Finalidade dúplice: defesa e instrumentalização.
Na condição de DIREITO DE DEFESA: os Direitos Fundamentais permitem o
ingresso em juízo com fins de proteção de bens jurídicos lesados ou
ameaçados de lesão, proibindo os Poderes de invadirem a esfera privada dos
indivíduos.
Na condição de DIREITOS INSTRUMENTAIS: os Direitos Fundamentais
consagram princípios informadores de toda a ordem jurídica, oferecendo
mecanismos de tutela/proteção (MS, HC, AP, ACP etc.)
A finalidade instrumental dos Direitos Fundamentais viabiliza a exigência da
materialização da Constituição, por meio de:
a) Cumprimento de prestações sociais (saúde, educação, moradia, lazer,
cultura etc.)
b) Proteção contra atos de terceiros (segurança, inviolabilidade do
domicílio, direito de reunião etc.)
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