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12/12/2018 Arqueólogos encontram ossadas da época da escravidão em terreno no Centro de São Paulo | São Paulo | G1

Arqueólogos encontram ossadas da época da


escravidão em terreno no Centro de São Paulo
G1 visitou com exclusividade local onde ao menos sete ossadas que pertenciam ao
Cemitério dos Aflitos, o primeiro cemitério público de SP, foram achadas durante obra
em terreno na Liberdade. Esqueletos estavam a cerca de um metro abaixo do nível da
rua.

Por Vivian Reis, G1 SP — São Paulo


06/12/2018 05h30  Atualizado há 5 dias

       

Arqueólogos encontram ossadas da época da escravidão em


terreno no Centro de São Paulo

Marcelo Brandt/G1

Escavação arqueológica traz à tona primeiro cemitério público de SP

https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2018/12/06/arqueologos-encontram-ossadas-da-epoca-da-escravidao-em-terreno-no-centro-de-sao-paulo.ghtml?fbclid… 1/7
12/12/2018 Arqueólogos encontram ossadas da época da escravidão em terreno no Centro de São Paulo | São Paulo | G1

Um grupo de arqueólogos identificou resquícios do Cemitério dos


Aflitos, o primeiro cemitério público da cidade de São Paulo, no bairro
da Liberdade, sob os escombros de um edifício. De acordo com os
pesquisadores, ao menos sete esqueletos da época da escravidão no
Brasil, enterrados no período de 1775 a 1858, foram localizados entre
outubro e dezembro de 2018.

O G1 teve acesso com exclusividade ao local da descoberta das


ossadas na terça-feira (4) (veja no vídeo acima).

A área localizada entre as ruas Galvão Bueno e dos Aflitos, atrás da


Capela de Nossa Senhora dos Aflitos, é uma propriedade particular e
até o início deste ano abrigava um prédio. A proprietária do espaço
decidiu demolir o edifício por causa de problemas estruturais e construir
um novo empreendimento comercial no local.

“Esta é
uma obra
particular,
mas por
estar no
entorno da
capela,
que é um
bem
tombado,
está sob a
regulamen
tação dos
Restos mortais da época da escravidão encontrados em terreno na Liberdade — Foto: Marcelo
Brandt/G1 órgãos de
preservação do patrimônio histórico e cultural”, explica Lúcia Juliani,
diretora da empresa A Lasca, contratada pela proprietária do terreno
para a consultoria arqueológica. "Por isso, antes de dar seguimento às
obras, as instituições recomendaram uma pesquisa arqueológica para
saber se havia evidências do antigo cemitério que historicamente sabia-
se que existia aqui."

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Três arqueólogos especialistas em sítios do tipo funerário identificaram


sete esqueletos entre outubro e o início de dezembro deste ano na
área de 400 m², cerca de um metro abaixo do nível da rua.

O último esqueleto foi encontrado na segunda-feira (3), então, de


acordo com os pesquisadores, ainda não é possível identificar a origem
dos indivíduos, a idade, a causa da morte, nem o sexo, mas significam
a prova material do que estava documentado e com detalhes que não
foram registrados.

“Os
esqueleto
s não
foram
enterrados
com
pertences
e pelo
menos um
deles
usava um
colar com
contas de
Ossadas são localizadas em local documentado como a primeira necrópole da cidade de São Paulo, vidro, o
no bairro da Liberdade — Foto: Marcelo Brandt/G1
que indica
o pertencimento a alguma religião de matriz africana. Assim, no
mínimo, a descoberta comprova que o primeiro cemitério de São Paulo
era destinado às populações marginalizadas socialmente, aos
escravizados, aos presos, aos pobres, às pessoas com doenças
contagiosas, aos condenados à forca e àqueles que não possuíam
família”, explica Sônia Cunha, arqueóloga coordenadora da pesquisa
em campo.

A arqueóloga afirma que a identificação do sítio arqueológico na


Liberdade ajuda a remontar a história de São Paulo, acrescentando
informações aos documentos históricos, confirmando ou desmentindo-
as.
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"Esta identificação já ampliou o conhecimento que se tinha, pois


acreditava-se que os restos mortais haviam sido transferidos para o
Cemitério da Consolação, a segunda necrópole pública de São Paulo,
e pudemos ver como era o procedimento – um dos esqueletos foi
enterrado em cúbito lateral, como se dormisse de lado, com as mãos
fechadas sob a cabeça. Isso denota um certo cuidado de quem o
posicionou aqui”, diz Cunha.

Etapas do serviço
Todo o trabalho tem sido realizado com o aval do Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que exige um projeto e
relatórios de acompanhamento para liberar a obra.

“O Iphan
concede a
portaria de
pesquisa
quando a
empresa
comprova
a
idoneidad
e técnico-
científica
de seu
trabalho
Um dos restos mortais foi encontrado com contas de vidro de um colar, o que indica o pertencimento por meio
a alguma religião de matriz africana — Foto: Marcelo Brandt/G1
de um
projeto plausível, bem formulado, criterioso, exequível, visando a
integridade do patrimônio arqueológico", afirma Leila Maria França,
arqueóloga do Iphan.

Com o encerramento das escavações na Liberdade, que devem durar


mais uma semana, os ossos serão levados para o laboratório da A
Lasca, onde serão limpos, passarão por uma curadoria e por uma

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análise, até a entrega dos objetos para Departamento do Patrimônio


Histórico, órgão da Secretaria Municipal de Cultura.

"O trabalho do Iphan só termina quando os objetos são devidamente


entregues a uma instituição de guarda. Quando você interfere no solo,
você destroi o contexto arqueológico, e o único jeito de compensar isso
é disponibilizando este material para construção de conhecimento e
usufruto da sociedade, conforme determina a Constituição”, explica a
arqueóloga do Iphan.

Os pesquisadores presumem que haja outros esqueletos nesta área,


mas explicam que não é possível derrubar empreendimentos vizinhos
para avançar com a pesquisa. A descoberta transforma a área em um
sítio arqueológico, que demandará pesquisas a cada nova construção.

“O
patrimônio
histórico é
a memória
de um
povo, o
que lhe
confere
identidade
,
consciênci
a de
cidadania.
Terreno particular passava por obras, quando foi orientado por órgãos do patrimônio a buscar Os bens
acompanhamento arqueológico por ser vizinho a capela tombada — Foto: Marcelo Brandt/G1
arqueológi
cos são para usufruto do cidadão, que precisa conhecer a sua própria
história", diz Leila Maria França. "Tem a questão do desenvolvimento e
os empreendimentos devem ser realizados, mas de forma sustentável
do ponto de vista cultural", conclui.

Escravidão em São Paulo


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Antes de se chamar Praça da Liberdade, o espaço público era


conhecido como Largo da Forca, e o atual Largo Sete de Setembro
era o Largo do Pelourinho. Sob a atual Rua da Glória estava o
Cemitério dos Aflitos, documentado como a necrópole destinada aos
escravos recém-identificada pela equipe da A Lasca.

O Largo da Forca era o destino dos condenados à morte até a metade


do século 19, sendo a maioria deles de escravos fugitivos. O local de
enforcamentos foi escolhido pela proximidade com a necrópole.

A forca foi movida do local em 1874, após a pena de morte ser extinta
no Brasil. Pouco abaixo do antigo Largo da Forca, o Largo do
Pelourinho era o local onde os negros fugitivos eram açoitados até a
metade do século XIX.

Descoberta comprova que primeiro cemitério de São Paulo era destinado às populações
marginalizadas socialmente, como escravos — Foto: Marcelo Brandt/G1

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Mapa mostra local onde ficava o Cemitério dos Aflitos onde foram encontradas as ossadas — Foto:
Arte/G1

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