AVALIAÇÃO 2 (PESO 3): Cada estudante irá desenvolver um trabalho de construção de uma
paleta vegetal. O processo se dará a partir do conteúdo apresentado nas disciplinas e
observação constante.
Muitos jardins importantes têm sido criados por equipes técnicas anônimas, como os
jardins de centenas de praças, de norte a sul, criados devido a demandas tanto do
poder público como da sociedade, e que acabam, pela qualidade estético-funcional,
sendo reconhecidos pela comunidade como de qualidade.
Nem todo jardim é e será histórico, e esta historicidade dificilmente será definida no
momento da sua formação. O jardim a ser considerado histórico tem sua origem em
qualquer momento da história – seja este longínquo ou quase presente – e é classificado
de acordo com as seguintes características básicas:
- originalidade/excepcionalidade, que o torna ícone de um momento histórico, como os
jardins do palácio Itamaraty (Brasília) ou o Campo de Santana (Rio de Janeiro),
- representatividade da produção paisagística, seja ela erudita ou vernacular,
de um determinado momento da história....
Até então, a cidade brasileira era pequena, e mesmo os grandes centros não passavam
de pequenas cidades, entrepostos comerciais onde havia a intermediação entre a colônia
e o reino português.
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Bairro do Bixiga 1862 Rua Florêncio de Abreu 1900
Com a constituição do “país Brasil”, suas cidades principais, litorâneas em geral, passam
por drásticas transformações, que as direcionam a configurações urbanísticas e
paisagísticas de caráter europeu, alinhando o país e suas cidades às grandes capitais do
velho continente
Estas alterações não surgem em local em especial, mas de modo simultâneo, pelos mais
diversos pontos Rio de Janeiro | Recife | Salvador;
São Paulo | na nova capital de Minas Gerais, Belo Horizonte | Campinas | Fortaleza | etc.
os boulevards;
os palacetes;
a arborização de rua;
as avenidas monumentais;
as praças ajardinadas e os parques urbanos;
os passeios à beira-mar;
que, associados à moderna arquitetura eclética e aos novos costumes sociais, constituem a
imagem urbana da época.
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O cultivo de plantas ornamentais era comum, mas o jardim formal e frontal, ou aquele
que cerca o edifício, seja residência ou palácio, não existia, sendo introduzido no país
associado ao palacete, à nova forma de casa senhorial, que surgia como morada das
elites.
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O jardim clássico apresenta três características básicas(MACEDO, 1990):
Os jardins dos primeiros tempos são simples, com traçados ortogonais, canteiros
circundados por bordaduras, centralizados por plantas ornamentais – muitas de origem
europeia – e, por vezes, balizados por esculturas, fontes e vasos. Esse traçado já é
observado no Passeio Público de mestre Valentim (1783) e predomina durante todo o
século seguinte até os anos 1940.
POMPÉIA
A essa forma de arranjo, que denominamos clássica, se contrapõe e se justapõe outra forma de
organização do espaço, a do jardim romântico, inspirado nos jardins palacianos ingleses e trazido para a
cidade europeia de então como modo de composição dos jardins urbanos nas grandes reformas de Paris,
levadas a efeito pelo barão Hausmann.
No Brasil, tais princípios foram introduzidos por Auguste François Marie Glaziou, que, em 1858, veio ao
Brasil, convidado por D. Pedro II para chefiar a Diretoria de Parques e Jardins da Casa Imperial (Rio de
Janeiro). Glaziou praticamente projeta, com sua equipe, os jardins mais emblemáticos do país no segundo
Império.
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Garden of Chatsworth House, by Capability Brown
Rotunda at
Stowe Garden (1730-38)
Os jardins chineses evitavam filas formais de árvores e canteiros de flores
e, em vez disso, introduziam árvores, plantas e outras elementos
compositivos de forma irregular com o objetivo de criar belas
composições,sendo assim um contraponto às composições formais dos
jardins do Palácio de Versalhes.
O Jardim do perfeito Brilho ou Jardim Imperial, China (Antigo Palácio de Verão)
O Jardim do perfeito Brilho ou Jardim Imperial, China (Antigo Palácio de Verão)
O jardim romântico, por muitos conhecido como jardim paisagista, possui
três características principais:
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Nunca houve, de fato, modos de projetar exclusivamente clássicos ou românticos,
pois os diversos projetistas/paisagistas da época ora tomavam uma postura como
direcionadora do partido projetual de seu jardim, ora adotavam posturas híbridas,
misturando os dois modos de projetar.
Paralelamente, buscava-se combinar o estilo dos jardins com o da
arquitetura, com jardins à inglesa, franceses, gregos e até coloniais,
acompanhando o estilo das casas neocoloniais dos bairros ricos do
início do século XX.
Jardins ecléticos, ou neles inspirados, continuaram e continuam a ser feitos até o século XXI,
pois seus princípios de organização espacial e o traçado em axis estão enraizados na cultura
popular, sendo bem aceitos em todas as camadas sociais.
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Moderno (1938-1990)
Características:
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Essa ruptura se deu a partir:
• da mudança programática dos espaços livres públicos e privados, nos quais foi
introduzida a variável recreação, com a inclusão, nos espaços públicos, de equipamentos
de lazer – como playgrounds e quadras poliesportivas - e piscinas nas residências
particulares;
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O jardim moderno é gerado com a
arquitetura moderna e é visto como
continuidade do interior do edifício,
cujos pisos devem interagir entre si,
sempre procurando a continuidade de
materiais e visual.
As águas são também desenhadas de modo livre, tanto quanto os desenhos de pisos,
caixas de plantas e canteiros, com formas ora muito orgânicas, ora geometrizada –
como nos desenhos de Halprin, Eckbo e Burle Marx.
Esta mudança está diretamente vinculada ao processo de crescimento urbano do
país, cujas cidades aumentam em extensão e número de habitantes, com o
consequente aumento das demandas por espaços formais de lazer ao ar livre;
Halprin projetou esta praça como um espaço de eventos para concertos e mostras de
esculturas e apresentações de danças;
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Estas novas formas de criar jardins, inspiradas nas obras de Halprin, Eckbo e Churchill e no
paisagismo Norte Americano, são introduzidas, sendo a cidade de São Paulo um dos
epicentros desse conhecimento.
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Novos mercados de trabalho surgem no período, tanto no setor público, no qual são criadas divisões
especiais para cuidar dos jardins urbanos, como no setor privado, com novas demandas de jardins em
condomínios de prédios de apartamentos – cuja existência é favorecida pela exigência dos novos códigos
de obras e leis de uso de solo de áreas livres intralotes – que se tornam espaços naturais para a recepção
de jardins e áreas esportivas, enfim, locais que devem ser tratados paisagisticamente.
A essas demandas somam-se outras, de tratamento paisagístico de centros esportivos, praças e jardins
corporativos, avenidas, calçadões de praia, jardins de edifícios públicos, orlas lacustres e fluviais,
complexos fabris, shopping centers, condomínios e loteamentos fechados, com aumento constante dos
projetos de paisagismo estruturados dentro dessa linha de projeto.
Esse período, de jardins, praças e parques tropicais, dura até o final dos anos 1980, quando
os primeiros sinais de ruptura se tornam visíveis em inúmeras obras de Paisagismo, de
jardins públicos e privados.
Contemporâneo (1990- atualmente)
Significa pluralidade e diversidade, o abandono completo de padrões estéticos
definidos, de regras acadêmicas, tanto do passado recente como dos padrões
românticos e clássicos do passado distante.
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Contemporâneo (1990- atualmente)
Significa pluralidade e diversidade, o abandono completo de padrões estéticos
definidos, de regras acadêmicas, tanto do passado recente como dos padrões
românticos e clássicos do passado distante.
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Caracteriza-se também por:
• abandono parcial da utilização das plantas exclusivamente tropicais nas soluções projetuais,
sendo comum a utilização de plantas de todas as origens, inclusive da América do Norte e Europa.
• em certos casos, com forte apelo ecológico de alguns projetos, com a valorização dos jardins
rústicos, quase imitações da natureza, a introdução de passarelas sobre charcos e árvores e a
valorização dos restos de mata nativa.
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Ecológica: Parque da Gleba E, Fernando Chacel (anos de 1990)
Primeira intervenção com intenções de incorporar princípios conservacionistas e
preservacionistas de recuperação de ecossistemas na região da barra da Tijuca, RJ. –
princípio da ecogênese;
Ecogênese: definida como uma ação humana que utiliza, para recuperação de áreas
degradadas, associações e indivíduos que compunham os ecossistemas originais.
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Ecológica: Parque Fazenda da Restinga | Fernando Chacel (anos de 1990): Recomposição
ambiental no conjunto de parques lineares na Barra da Tijuca.
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Ecológica: Parque Cidade de Toronto | Prefeitura de São Paulo em parceria e cooperação
técnica da prefeitura da cidade de Toronto (anos de 1990)
O parque foi objeto de um projeto de recuperação de áreas degradadas, através do plantio
de 120 espécies de árvores nativas que tinham como função proporcionar a proteção de
encostas contra erosão, reduzir o assoreamento do lago, melhorar a qualidade da água,
proteger as nascentes e preservar e enriquecer o ecossistema local.
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Ecológica: Parque central da cidade, Prefeitura de Santo André (SP) | Henrique Zanetta e Raul
Pereira (1992)
O parque foi objeto de um projeto de recuperação de uma área degradada e a
descanalização de um antigo córrego para a implantação de um parque central da cidade.
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Pedagógica: Praça do Relógio na Cidade Universitária da USP | Paulo Pellegrino e Sílvio
Macedo (1997)
Proposta de reprodução dos ecossistemas brasileiros em pequena escala, ilustrando a
diversidade formal e ecológica das paisagens brasileiras.
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Reconversão: O Parque da Juventude | Rosa Grena Kliass e José Luiz Brenna (2002)
Em 2002, o presídio foi finalmente fechado. Os presos remanescentes foram transferidos
para outros locais e o Governo de Estado decidiu construir um parque no local dos prédios a
serem implodidos. O projeto foi dividido em três fases de execução: “Parque Esportivo”, com
instalações esportivas, inauguração em 2003; “Parque Central”, o miolo do parque, onde
estão as antigas passarelas dos vigias do presídio, 2004; “Parque Institucional”, com
Biblioteca, ETECs e entrada a partir do metrô, 2007.
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Note-se também projetos com o objetivo de resgata a dimensão do lúdico.
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Lúdico: Sesc Itaquera - A Orquestra Mágica |Rita Vaz e Cristina de Castro Mello (1994)
A Orquestra Mágica, como foi batizada, chama a atenção pela dimensão de seus
componentes. Compõe-se de 16 tipos básicos de brinquedos que mimetizam ou reinventam
instrumentos musicais utilizados em sinfônicas.
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Lúdioco: Sesc Itaquera - Bichos da mata | Marcia Beneveto (1994) - Seis esculturas gigantes de
animais (cervo do pantanal, capivaras, coelho, hipopótamo e surucucu). Concientizar
crianças sobre a proteção das espécies.
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Novos serviços:
Wi-fi livre São Paulo:
• 120 praças com Wi-Fi e quer ampliar serviço com parcerias;
• “Prefeitura vai conectar novas ciclovias a pontos de internet”;
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Prefeitura regulamenta a criação de ‘parklets’ para ampliar oferta de espaços públicos na
cidade
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Grupo A Batata precisa de você planta árvores no Largo da Batata sem autorização da
prefeitura
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Projeto de jardim temporário torna-se permanente no Largo da Batata (2014)
Design week
Praias do Capibaribe | Intervenção temporário | valorizar o espaço livre próximo ao rio (2014)
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Referências:
DOURADO, G. Visões da Paisagem. S. Paulo: ABAP, 1997.
JELLICOE, G. El Paisaje del Hombre. Barcelona: GG, 1995.
LEENHARDT, J. Nos Jardins de Burle Marx. S. Paulo: Perspectiva, 1996.
MACEDO, Sílvio Soares. Roberto Burle Marx and the founding of modern Brazilian landscape
architecture. In: Vaccarino, R. et alii. Roberto Burle Marx: landscapes reflected. New York:
Princeton Architectural Press, with Harvard University, Graduate School of Design, 1998.
MACEDO, S. S. Quadro do Paisagismo no Brasil. São Paulo: FAUUSP / QUAPÁ, 1999.
MACEDO, S. S. O paisagismo moderno brasileiro – além de Burle Marx. Paisagens em Debate:
revista eletrônica da área de Paisagem e Ambiente: n. 1, Out., 2003. Disponível em: <
http://www.usp.br/fau/depprojeto/gdpa/paisagens/artigos/2003SilvioM-Burle.pdf>. Acesso em:
25 de maio 2010.
MARIANO, Cássia. Preservação e paisagismo em São Paulo: O A Teixeira Mendes.
MOTTA, F. Roberto Burle Marx e a nova visão da paisagem. S. Paulo, Nobel, 1983.
Process: Architecture. Lawrence Halprin.
Process: Architecture. Garrett Eckbo.
NEWTON, N. Design on the Land. Harvard: MIT Press, 1986.
TOLEDO, Benedito. S. Paulo:três cidades em um século.
HOLDEN, R. Diseño del espacio público. Barcelona: GG, 1996.
Fundação Maria Luisa e Oscar Americano. Guia do parque.
YU, Kongjian. The Art of Survive.
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