Mas as semelhanças ficam por aqui. Começa, então, um contraste profundo. O álcool,
farmacologicamente falando não é um estimulante, mas um depressivo. O álcool é um
ladrão de cérebros. Onde o álcool domina, o indivíduo perde o domínio próprio. Onde o
álcool prevalece, a vida torna-se dissoluta. Um homem alcoolizado é um tragédia. Torna-
se inconsequente em seus atos e insensato em suas palavras. Por isso, o alcoolismo está
por trás de mais de cinquenta por cento dos assassinatos e acidentes de trânsito. Uma
pessoa alcoolizada perde o bom senso, o pudor e a responsabilidade. A embriaguez
desemboca em dissolução, vergonha e opróbrio.
É triste constatar como tantos crentes estão mais cheios de vinho do que do Espírito Santo.
É vergonhoso constatar que alguns crentes estão vivendo dissolutamente, porque em
nome do uso moderado do vinho, chegam a excessos. É assaz preocupante notar que as
festas dos crentes são regadas a álcool como se dependêssemos desses artifícios para
celebrarmos com alegria. É humilhante ver nossas festas se transformando em redutos de
bebedeira e ver até mesmo pais crentes introduzindo seus filhos nessa prática perigosa.
A ordem divina é sermos cheios do Espírito e não cheios de álcool. Não precisamos de
recursos artificiais para desfrutarmos de alegria. Nossa alegria vem de Deus e não do
álcool. Nosso prazer está no Senhor e não nos banquetes regados a vinho. Sobretudo,
numa cultura onde o consumo de bebida alcoólica, mormente em lugares públicos, é um
escândalo, deveríamos atentar para a orientação das Escrituras, de não sermos pedra de
tropeço e nem provocarmos escândalos (1Co 8.8-13; 10.31-33). O apóstolo Paulo é
peremptório: “É bom não comer carne, nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa
com que teu irmão venha a tropeçar [ou se ofender ou se enfraquecer]” (Rm 14.21). Nossa
liberdade é regida não tanto pelos nossos direitos, mas pelo amor ao próximo. Se o que
fazemos constitui tropeço para os fracos devemos nos abster por amor aos fracos.
Conclamo você, portanto, a ser um crente cheio do Espírito Santo. Essa é uma ordem
divina. É para todos. É contínua. A plenitude de ontem não serve mais para hoje. Todo
dia é dia de ser cheio do Espírito Santo. Aquilo que os homens procuram no álcool e não
encontram, nós temos na habitação plena do Espírito Santo. O fruto do Espírito é: amor,
alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio.