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2 FÉ NO EVANGELHO DA GRAÇA

Aceitar que o Evangelho de Cristo dê sentido à vida não é algo que o ser humano possa por
si mesmo. A fé é confiança em Deus mais que em si próprio.

2.1 EXPERIÊNCIA PASCAL DOS DISCÍPULOS, EXPERIÊNCIA DE FÉ, PRESENÇA DO


ESPÍRITO
O querigma pascal que dá origem à comunidade de fé, a Igreja, resulta da experiência dos
discípulos em seu encontro com o Ressuscitado, experiência de fé que muda radicalmente suas
vidas.
O marco mais evidente de mudança foi a coragem para proclamarem o inaudito, um
condenado à morte como blasfemo e subversivo , um crucificado que experimentou a treva de Deus,
é para toda a humanidade a Palavra da salvação, a realização das promessas, o único mediador do
Deus da vida. O Espírito (ruach) evoca vida, movimento, ação, energia. Por isso mesmo a força da
fé que arrancou os discípulos do medo e da pusilanimidade e deu-lhes a coragem e audácia de
continuarem a obra de Jesus foi logo identificada como atuação do Espírito de Deus presente no
Ressuscitado, presente do Ressuscitado.
O ser humano não tem por si força vital, ele a recebe, por isso, o ser humano é carne (basar)
impotência, inércia, não é espírito. A experiência do Espírito se manifesta como dom divino. A
criatura animada pelo espírito, não vive a partir de si, mas a partir de Deus. O espírito se manifesta
onde e quando quer.

2.2 NOVO NASCIMENTO PARA UMA VIDA NOVA, NUMA NOVA CRIAÇÃO

A transformação experimentada pelos discípulos por meio do Espírito no encontro com o


Ressuscitado tem seu equivalente na mudança que se opera em todos os que aceitam na fé a
mensagem que eles transmitiram e depois deles, a igreja repassa de geração em geração. Por meio
da pregação do evangelho, o espírito realiza uma nova criação. A experiência de quem abraça a fé é
a de um novo nascimento para uma vida nova segundo a proposta das testemunhas referenciais e
antes de todas do “autor e realizador da fé” (Hb 12,2).
A novidade escatológica, que o Espírito implanta pela fé e pelo batismo, tem múltiplas
dimensões: é uma realidade pessoal, mas também cósmica; diz respeito a cada um individualmente,
mas esta enraizada na comunidade de fé e tem repercussões na sociedade; é ação da liberdade
humana, mas ora de Deus; é graça, mas se traduz em ações concretas; é escatológica, mas acontece
já na história; origina-se na adesão de fé a Cristo, mas está sacramentalmente ligada ao batismo.
Existem três perigos que podem aparecer ao falar-se de “homem novo”:
O primeiro deriva da metáfora do “revestir-se”. O “homem interior” segundo Paulo, se
renova dia a dia, apesar da figura aparentemente externa do revestir-se, o ser humano é atingido no
mais profundo de si.
O segundo perigo pode vir exatamente da relação entre “homem novo” e “homem interior”.
A renovação não é mero fenômeno interior que se realiza escondido da alma, sugere-o a
proximidade da exortação a revestir-se do homem novo com sua concretização em formas religioso-
culturais.
O terceiro é a ontologização apressada do homem novo. Consiste em conceber o ontológico
como uma espécie de fluido metafísico abstrato sem repercussões históricas. Conhecemos o
ontológico a partir do histórico e não vice-versa. A fé e o batismo transformam ontologicamente a
pessoa em “nova criatura”, porque o amor de Deus manifesto em Cristo e aceito na fé pela ação do
Espírito, é uma realidade histórica com dimensões inter-humanas e abrangência universal e impele a
novo relacionamento social cósmico. A “nova criatura” se identifica com uma “fé que age pela
caridade” (Gl 5,6).
Se alguém é homem novo ou nova criatura, deverá ter tido sua origem num novo
nascimento. No Corpus paulinum fala-se do “homem novo”. O Evangelho de João fala em
“nascer do alto”. A Primeira Epistola de João fala em “nascido de Deus”. Evidentemente, tal
nascimento só pode ser graça e dom de Deus, anterior a qualquer mérito humano. Do ponto de vista
sistemático o novo nascimento terá como resultado o “homem novo”, a “nova criatura” ou “nova
criação”.
A nova criação já presente na ação dos que nasceram de Deus, ainda está “escondida com
Cristo em Deus” (Cl 3,3) e só aparecerá plenamente quando Cristo se manifestar em sua glória. A
nova criação é, pois por um lado a meta da esperança cristã; por outro, já é presença histórica do
novo trazido por Cristo: “se alguém está em Cristo, é nova criatura” (2cor5,17). Sendo histórico o
compromisso escatológico com a nova criação, significará para o cristão não só uma esperança no
dom do novo céu e da nova terra. Contém também o compromisso com o empenho ecológico de
conservar a criação, para que recebida como dom de Deus em ação de graças, possa prefigurar já
agora a novidade do novo céu e da nova terra esperados.

2.3 O PECADO ORIGINAL CONTRAPONDO À VIDA NOVA NO ESPIRITO

A nova criação, onde o Espírito é o determinante, é nova em contraposição à criação


envelhecida pelo pecado. Dois existenciais determinam a vida humana e, em conseqüência, todo o
universo desde a origem: o positivo, Deus criou o mundo em Cristo, por Cristo e para Cristo,
destinando o ser humano e, analogamente toda a criação a participar da sua própria vida, do fluxo de
amor que une o Pai ao Filho e é o Espírito Santo. Mas o fez por amor gratuitamente. O amor de
Deus a humanidade não tem sua medida no humano, nem em coisa alguma criada, por isso não pode
ser conhecido nem por introspecção, nem por análise da realidade, mas só pelo testemunho da
palavra de Deus, na fé. Salvação e fé não pertencem, portanto, à natureza, não derivam da noção de
criatura. Ninguém nasce com a fé, ela não é inata, não é natureza. Depende do testemunho de outros.
Inata é a carência da fé. O ser humano nasce sem fé e precisa recebê-la.
O outro existencial que marca o ser humano desde as origens e é transmitido com a própria
natureza humana: o existencial negativo ou pecado original. Chama-se pecado, porque viver sem fé,
na ordem criada em Cristo, é distanciamento de Deus, pecado. O pecado original é nada mais, nada
menos que a carência inicial da fé, com que o ser humano vem à existência. Carecendo de fé, o ser
humano, por si próprio, só pode viver entregue ao temor da morte, pois fora da fé, à única certeza
que lhe é dada é a certeza de sua finitude, a certeza de que morrerá. A conseqüência do pecado
original é um círculo viciosos de morte. Isso só pode ser revertido por meio da certeza da vitória
sobre a morte e essa vitoria vem pela fé que emana pela palavra de Deus.
O pecado original se caracteriza por sua radicalidade, totalidade, universalidade:
Radicalidade, porque todo pecado pessoal e estrutural está enraizado no pecado original e
expressa em ações concretas que o ser humano está fora da fé.
Totalidade, porque o pecado original afeta a pessoa toda, em todas as suas dimensões, já que
seu temor à morte permeia todo o relacionamento com Deus, com o próximo, com o universo e
consigo mesmo.
Universalidade, porque atinge todas as pessoas numa solidariedade que brota da única
vocação de Cristo. Todos nascemos no pecado, porque, criados em Cristo, chamados nele a
participar da vida de Deus, não podemos responder, enquanto não ouvimos a mensagem da fé. E
assim estamos afastados de Deus, em pecado. Entretanto, criados em Cristo e para Cristo, o pecado
não é a primeira nem a ultima palavra de Deus a nosso respeito. Há uma prioridade ontológica da
graça, um estado original de graça e santidade por eleição em Cristo.O pecado original é a partir do
ser humano, perdição, mas a partir de Deus, uma verdadeira bênção.
A perdição consiste em querer entender-se a partir de si mesmo e, portanto autodivinizar-se e
sem aceitar a Palavra de Deus, o ser humano só se pode entender assim. Renunciando a se
autojustificar, o ser humano reconhecerá como graça o fato de não poder deduzir do criado o amor
de Deus, porque só o gratuito e o indedutível da criação é autocomunicação de Deus. Felix culpa de
Adão, porque por ela se revela a gratuidade do amor de Deus e, assim, da fé.

2.4 BATISMO E PECADO ORIGINAL

A visão mais divulgada do sentido do batismo, enquanto sacramento “para a remissão dos
pecados” é a de ter como efeito tirar o pecado original. À primeira vista, o acento proviria da
predominância do batismo de crianças. Mas é preciso dizer mais. O pecado original é realidade
também na vida do adulto, pois também ele é incapaz de Deus, enquanto não ouve a Palavra do
Evangelho. A dinâmica do batismo inclui o ouvir e aceitar a Palavra. O batismo sempre tem a ver
com o pecado original.
A comunidade celebra a graça de Deus neste novo membro que, pela fé dos pais, padrinhos
e da própria comunidade, recebe como graça a chance de educar-se como ouvinte Palavra. O
compromisso dos pais, dos padrinhos e da comunidade em educar a criança na vida e doutrina
cristãs já representa o ouvir a Palavra do Evangelho e assim o penhor da remissão.
“Apagado” o pecado original por meio do batismo, tanto em adultos como em crianças
permanece a concupiscência, a tensão entre natureza e pessoa, própria à realização humana. A
concupiscência não é o pecado original, porque a aceitação da fé por si ou por seus pais, e o batismo
subseqüente já o destruíram. Mas provém do pecado original, porque permite a permanência da
dinâmica de morte, da tendência a buscar em si e não em Deus, o fundamento da vida, ou seja, a
permanência da tendência a autodivinizar-se e autojustificar-se. Ela é superada pela boa nova de que
em cisto nos é dada a vida e vida em abundância (cf. Jo 10,10).

3 FÉ NO EVANGELHO DO REINO

O conteúdo do Evangelho é o próprio Jesus, mas se é permitido dizer assim o contudo de


Jesus é o Reino de Deus. O conceito de Reino tem duas vertentes intimamente unidas: uma para o
lado da história e da sociedade humana; outra para o lado de Deus. Visto a partir da história e da
sociedade, o Reino significa uma nova ordem de coisas onde reinem a justiça, a fraternidade, o
amor, a igualdade; visto a partir de Deus, o reino é essa nova ordem enquanto fundamentada em
Deus.
O Reino se realizara já, no agora da história, mas ainda não se manifesta em sua plenitude.
Na história se trata de concretizar o Reino sob as condições adversas de um mundo de pecado.
Privilegiar os pobres é a maneira concreta e histórica de refazer o equilíbrio do projeto de Deus, num
mundo que o destroçou. O reino dos pobres, não por serem melhores, pois então o Evangelho não
seria o Evangelho, mas do mérito. O reino é dos pobres porque são as vitimas da injustiça, os
últimos que precisam ocupar o primeiro lugar para restabelecer a harmonia. Nesse contexto se
entende também porque o Reino de Deus é de Deus e este é Pai. Se Deus é Pai todos somos irmãos.
Para que Deus Reine, falta que a fraternidade não fique em palavras, mas passe a prática e se torne
história. Entre a pregação do Reino feita por Jesus e o querigma pascal do Senhor Crucifixado e
Ressuscitado existe total identidade. Trata-se sempre do reino, através do qual o Pai se revela.

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