Curso Ppcip Pos-Seg 1s2017 Aula 01

UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS
UNIDADE PASSOS
DISCIPLINA:
PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E EXPLOSÕES
CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABALHO
PROF.: MATHEUS VINICIUS DE OLIVEIRA.
ENGº CIVIL - CREA: 99.869/D
1º SEMESTRE DE 2017.
e-mail’s:
matheusviniciuseng@gmail.com,
matheus.oliveira@uemg.br
Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 1

Especialista em Saneamento Básico e Meio Ambiente
Mestre em Tecnologia Ambiental
A PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS E O
PROJETO DE EDIFICAÇÕES

INTRODUÇÃO
 Os grandes incêndios que ocorreram nas décadas de 70 e 80

do século passado no Brasil, principalmente na cidade de São
Paulo, deram início a geração de normas, legislações e outras
exigências para tornar as edificações mais seguras.
 Membros de algumas corporações multinacionais são proibidos
de se hospedar em hotéis que não tenham segurança mínima
contra incêndios, como detectores e alarmes de incêndio,
sistemas de chuveiros automáticos, etc.
 Já houve caso no Brasil de empresa multinacional mudar de
capital para promover a reunião anual com seus colaboradores
e revendedores por não encontrar hotel na cidade com estes
níveis

ALGUNS QUESTIONAMENTOS!...
 Será que as medidas mínimas necessárias de segurança

são exigidas pela legislação local?
 Qual é o número de profissionais com conhecimento
necessário para projetar tais edificações?
 Os proprietários estão preocupados com a segurança dos
futuros usuários?
 Todos conhecem os riscos que estão submetidos?
 Se ocorrer um príncipio de Incêndio, eles saberão como
proceder?

GRANDES INCÊNDIOS NO BRASIL
 Edifício Andraus – 31 Andares (1972)

 Edifício Joelma – 25 Andares (1974)
 Conjunto Nacional (1978)
 Grande Avenida – 19 Andares (1981)
 Torres da Cesp – 21 e 27 Andares (1987)
 Lojas Americanas (1973)
 Lojas Renner (1976)
 Edifício Andorinha (1986)
 Edifício Visconde de Itaboraí (1988)
 Edifício do Ministério da Habilitação e Bem Estar Social
(1988)

GRANDES INCÊNDIOS NO BRASIL
 Boate Kiss
 Santa Maria
 Rio Grande do Sul.

COMO FOI A TRAGÉDIA EM SANTA MARIA, RS

Entenda a morte por asfixia
Fumaça em excesso impede oxigenação dos pulmões e vítima pode sofrer parada cardiorrespiratória
Disponível em: <http://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/tragedia-

incendio-boate-santa-maria-asfixia/platb/>. Acesso em: 16 maio 2017.

PARTES ENVOLVIDAS
 O Projetista;
 Ter conhecimento;
 Ter consciência de sua responsabilidade;
 Oferecer conforto e segurança para os futuros usuários.
 O proprietário;
 Não induzir o projetista a cumprir os requisitos mínimos da
legislação local, procurando subterfúgios, até legais, para
baixar custos e, consequentemente, a segurança contra o
fogo.
 A Fiscalização;
 Não consegue abranger todas as edificações;
 A falta de recursos financeiros no país é crônica e o pessoal
é insuficiente.

 Daí se conclui que:
 A fiscalização não é abrangente, pois não há condições
para isso devido à magnitude do problema;
 O conhecimento técnico sobre segurança contra incêndios
da maior parte dos profissionais envolvidos nos projetos é
ainda insuficiente;
 A maior parte dos analistas de projetos de segurança
contra incêndios não tem conhecimentos técnicos básicos
para analisar um projeto de engenharia;
 A conscientização dos proprietários e empreendedores não
é tão responsável que priorize ou, pelo menos, solicite a
proteção mínima contra o fogo em seus objetivos, acima do
que a legislação local permite.

OBJETIVOS DO PROJETO DE PROTEÇÃO CONTRA
INCÊNDIOS NAS EDIFICAÇÕES
 Os três objetivos principais, segundo sua ordem de

importância, são:
 A proteção da vida humana;
 A proteção do patrimônio;
 A continuidade do processo produtivo (Indústria e
Comércio).

A PROTEÇÃO DA VIDA HUMANA
 É o principal objetivo;
 Os projetos dos meios de proteção para os ocupantes da
edificação dependem do tipo de ocupação da mesma,
como:
 Quais são as atividades desenvolvidas na edificação?
 Quais são as possíveis fontes de fogo da edificação?
 Que produtos combustíveis são usados ou existem na edificação?
 Que características físicas e mentais possuem os seus ocupantes?
 Como pode ser o comportamento dos mesmos durante uma
emergência de incêndio?
É importante o esclarecimento sobre os possíveis focos de
incêndio e um treinamento adequado para que, ocorrendo um
sinistro, todos os ocupantes da edificação ajam de forma
correta e desocupem o local com segurança.

A PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO
 É outro item que merece destaque, pois os

investimentos nas edificações são bastante elevados;
 Ninguém investe num imóvel para ter este patrimônio
reduzido a cinzas.
 Esta proteção compreende a edificação, junto com seus
imóveis, equipamentos, depósitos de materiais, etc.,
bem como bens de valor inestimável, como arquivos
históricos, bibliotecas, museus, etc.

A CONTINUIDADE DO PROCESSO PRODUTIVO
 Nas industrias e edificações comerciais, além da perda

do imóvel, materiais e equipamentos, tem-se,
dependendo da magnitude do sinistro, o cessar das
atividades produtivas, gerando prejuízos em todos os
sentidos.
 Além destes três objetivos principais, devemos

considerar nos projetos:
 A ação do fogo sobre as edificações vizinhas;
 E a proteção do meio ambiente, principalmente nas
edificações industriais que trabalham com combustíveis
inflamáveis, produtos químicos, etc., que pelo volume
existente e sua ação extremamente poluidora, ataquem
violentamente o meio ambiente.
OS CONTRATANTES DOS PROJETOS DE
EDIFICAÇÕES
 Infelizmente, muitos acham que o projeto é um custo e

não um investimento, tentando gastar o mínimo possível
nele.
 Economizar no projeto geralmente é gastar mais na
execução da edificação.
 Tempo maior na elaboração do projeto, resulta em um
tempo bem menor para a execução total do
empreendimento.
 Cultura de segurança!...

EDIFICAÇÕES
 Na contratação dos serviços, envolvendo o proprietário

com o projetista, a questão maior sempre é o custo. Nos
questionamentos sobre o custo do sistema de segurança
contra incêndio surgem perguntas assim:
 Qual é o sistema mais barato?
 Não existe a possibilidade de se usar outro sistema de
menor custo?
 Não existe outra alternativa de projeto para que o custo
baixe mais ainda?
 Que alternativas de materiais se tem para baixar o custo
da instalação?
 Precisam ser instalados todos esses equipamentos?
 É necessário todo este volume de reserva de água para
incêndio?
EDIFICAÇÕES
 Deve-se ter uma preocupação com o custo do

empreendimento, mas jamais deixar que supere a
preocupação com a segurança dos usuários.
 As perguntas deveriam ser:
 Qual é o sistema que oferece maior segurança para o meu
patrimônio e os usuários da edificação?
 Que materiais e equipamentos são recomendados para que
o sistema tenha uma manutenção mais simples, sem
comprometer a segurança dos usuários e do meu
patrimônio ao longo do tempo?
 A mudança de cultura é um processo

 reeducação

OS PROJETISTAS DAS EDIFICAÇÕES
 De uma forma geral, dois procedimentos são observados

na elaboração dos projetos de uma edificação:
 Modelo convencional (projetos sem coordenação),
 Neste modelo, os projetos de uma edificação são
elaborados por diferentes profissionais, em tempos
diferentes, sem integração, gerando carências estéticas,
deficiências de funcionalidade, problemas de conforto
ambiental, durabilidade abaixo da desejada,
dificuldades na execução, desperdício de materiais,
problemas na manutenção posterior e,
consequentemente, custos bem maiores.

OS PROJETISTAS DAS EDIFICAÇÕES
 Modelo integrado (projetos coordenados).

 Todos os projetos da edificação são elaborados
simultaneamente, integrados, sob a coordenação de um
líder, onde cada profissional ou equipe de profissionais
levará em consideração as necessidades dos demais,
resultando em projetos mais qualificados, mais bem
detalhados, com diminuição de modificações e
adaptações durante e após a conclusão dos mesmos, e
consequentemente, gerando facilidades nas suas
execuções e redução do tempo de execução e dos
custos do empreendimento.

OS EXECUTANTES DOS PROJETOS DE PROTEÇÃO
CONTRA INCÊNDIOS
 Os executantes necessitam ter conhecimentos bem

sólidos sobre as instalações a executar;
 Muitos detalhes da instalação podem não aparecer no
projeto;
 Na execução de um projeto podem aparecer soluções,
atalhos, etc., mais interessantes, econômicas e mais
fáceis de executar. Mais um motivo para se fazer um
projeto integrado, pois estas modificações de ordem
prática serão bem menores ou até inexistentes.
 Como o papel aceita tudo, são projetadas instalações
absolutamente inexequíveis por serem incoerentes ou
até absurdas.

A PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS DAS
EDIFICAÇÕES EXISTENTES
 Quantas edificações multifamiliares consideradas altas

existem no Brasil, onde a única forma de proteção é,
talvez, um extintor de incêndio em cada pavimento?
 E os Prédios altos de escritórios (sem
compartimentações) e hospitais existentes (que tem
condições para retirar com segurança os pacientes em
uma situação de incêndio)?
 As instalações industriais existentes (antes o grau de
exigência era bem menor)?
 Surge uma diversidade de situações e de soluções, onde
percebe-se a necessidade de conhecimento técnico.

CARACTERÍSTICAS DAS EDIFICAÇÕES
 Excesso de vidros nas fachadas,

 Sem soluções arquitetônicas preventivas,
 Estruturas não-resistentes ao fogo
 Divisórias leves,
 Revestimentos com materiais altamente combustíveis,
 Falta de treinamento para as situações de emergência.

A PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS DAS
EDIFICAÇÕES EXISTENTES
 Como resolver?
 Ter bom conhecimento técnico, tanto do projetista
como do analista do projeto de proteção;
 Encontrar soluções técnicas de proteção que sejam
as mínimas desejáveis, mesmo que contrariem
exigências mínimas para edificações novas;
 Cada edificação pode ter soluções exclusivas de
proteção, não havendo possibilidades de
padronização.

EDIFICAÇÕES ALTAS
 Para NBR 9.077:2001, as edificações altas tem altura superior

a 30 m;
 Em Minas Gerais, as edificações altas tem altura > 54 m;
 A proteção contra incêndios em edificações altas deve ser
realizada de forma criteriosa, onde qualquer início de incêndio
possa ser detectado e combatido com meios existentes no
próprio edifício.
 Problemas:
 Escadas e plataformas de alcance insuficiente e na maior parte das
cidades são inexistentes. 90% dos municípios brasileiros não tem
corpo de bombeiros;
 Sem acessibilidade dos equipamentos dos bombeiros através de
ruas estreitas;
 Obstáculos diversos, como pavimentos superiores recuados, redes
elétricas aéreas, floreiras de concreto, placas, etc.

O CÍRCULO DA PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS
EM EDIFICAÇÕES
 Este círculo é dividido em três partes e, sintetiza-se

através de três medidas de proteção importantes e
absolutamente indispensáveis:
 Um bom projeto arquitetônico (medidas passivas
para evitar a eclosão e a propagação do fogo);
 Projetar o isolamento dos possíveis focos de fogo;
 Deve haver compartimentação dos pavimentos,
ter saídas de emergência bem projetadas e em
número suficiente, com sinalização e iluminação
de emergência.

EM EDIFICAÇÕES
 Equipamentos de combate a incêndios

disponíveis e sempre em condições de operação
(medidas ativas);
 Determinados pelo tipo de ocupação da edificação e
pela carga de incêndio;
 Devem ser mantidos em condições de operação, com as
manutenções preventiva e corretiva sempre em dia.
 Uma brigada de incêndio bem treinada e
atuante (operação da proteção).
 A brigada de incêndio é um grupo organizado de
pessoas da própria edificação, treinado e capacitado
para atuar na prevenção e no treinamento dos
ocupantes para situações de risco de incêndio.
 É um item fundamental.
EM EDIFICAÇÕES
 As três partes do círculo são

mutuamente dependentes.

O COMPORTAMENTO HUMANO EM SITUAÇÕES DE
RISCO
 O estudo do comportamento humano durante um

incêndio (chamado “fator humano”) é uma ajuda muito
importante na elaboração de normas e legislações, dos
projetos e na conscientização das pessoas.
 O Pânico é uma resposta automática para mudanças no
comportamento humano e social frente a uma situação
de risco.
 O treinamento dos ocupantes de uma edificação é
essencial, por isso, deve-se ter:
 Uma brigada de incêndio (bem treinada);
 Sistemas de detecção e de alarme;
 saídas de emergência bem projetadas, bem sinalizadas e
com iluminação de emergência.

REFERÊNCIAS
 BRENTANO, Telmo. A Proteção contra incêndios no

Projeto de Edificações. 1. ed. Porto Alegre: Edição do
Autor, 2007. 620 p.


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 Os grandes incêndios que ocorreram nas décadas de 70 e 80

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 Será que as medidas mínimas necessárias de segurança

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 Edifício Andraus – 31 Andares (1972)

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 É outro item que merece destaque, pois os

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 Nas industrias e edificações comerciais, além da perda

 Além destes três objetivos principais, devemos

 Infelizmente, muitos acham que o projeto é um custo e

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 Na contratação dos serviços, envolvendo o proprietário

 Deve-se ter uma preocupação com o custo do

 A mudança de cultura é um processo

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 De uma forma geral, dois procedimentos são observados

Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 18

 Modelo integrado (projetos coordenados).

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 Os executantes necessitam ter conhecimentos bem

Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 20

 Quantas edificações multifamiliares consideradas altas

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 Excesso de vidros nas fachadas,

Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 22

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 Para NBR 9.077:2001, as edificações altas tem altura superior

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 Este círculo é dividido em três partes e, sintetiza-se

Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 25

 Equipamentos de combate a incêndios

 As três partes do círculo são

Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 27

 O estudo do comportamento humano durante um

Eng. Civil Matheus Vinícius de Oliveira - CREA: 99.869/D 28

 BRENTANO, Telmo. A Proteção contra incêndios no

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