Existem autores que acreditam que a liderança pode ser desenvolvida e outros acreditam
que o indivíduo nasce com a habilidade de liderar e isso vai se evidenciando ao longo
do tempo. Bom, eu defendo a tese que a liderança pode e deve ser desenvolvida em
todos nós, sou exemplo vivo deste desenvolvimento.
Assim é para cada um de nós, decidimos se vamos ou não sermos líderes e qual tipo de
liderança iremos seguir.
Acredito que dentro de todos nós existe um líder, seja autocrático, paternalista,
democrático, liberal ou coach. Todos nós em alguma fase da nossa trajetória
profissional tomamos decisões baseadas em experiências que tivemos e conhecimentos
que éramos limitados até aquele momento, que a primeira vista poderia ser considerado
um determinado tipo de liderança, mas que ao longo do tempo vai evoluindo, o que
define qual delas ira se destacar e se tornar sua essência é a análise que você faz durante
e após as decisões tomadas.
No início da minha carreira considero que fui uma líder paternalista, tive momentos em
que o medo de ferir aos outros sobressaía as decisões que deveriam ter sido tomadas e
muitas vezes eu entendia por uma visão distorcida naquele momento, que fazer com os
outros o que eu não gostaria que fizessem comigo era a regra absoluta, mas só mais
tarde fui entender que é melhor a verdade que dói do que a omissão que abranda, já que
a assertividade e o feedback nos fazem evoluir, assim entendi que isso é o que eu queria
que meus gestores também fizessem comigo, que fossem verdadeiros e que
contribuíssem para meu desenvolvimento através do feedback.
Em uma outra fase eu assumi o papel de líder autocrático, por não saber lidar com a
pressão que a diretoria impunha sobre mim, acabei apertando as rédeas da equipe,
cobrando veemente os resultados, pressionando e estagnando o crescimento deles e
possivelmente induzindo-os ao resultado a qualquer custo. Geralmente as atitudes do
líder autocrático estão associadas a não saber lidar com as pressões empresariais, a
insegurança, ao ego ou simplesmente a arte de não saberem ouvir.
Muitos gestores erram ao pressionar suas equipes ao ponto deles se sentirem forçados a
buscar o resultado quantitativo e não qualitativo, e muitos dos desvios e erros
administrativos originam-se de cobranças exacerbadas.
Quando entendi que envolvendo e permitindo que toda a equipe participasse das
decisões influenciaria positivamente a qualidade e entrega dos resultados, comecei a me
desenvolver também e a aceitar que a medida que a equipe crescesse, eu também
cresceria junto. Quando compreendi o valor do capital humano para as empresas,
cheguei ao meu momento na liderança democrática.
Assumindo que gerenciava uma equipe madura, capaz e suficientemente capaz de tomar
suas próprias decisões, adotei uma liderança liberal, descentralizei as decisões e deixei
que eles tomassem as decisões por si só. E esse é mais um erro que muitos gestores
cometem, por mais que as equipes sejam seniores, embora possa parecer um sistema
melhor, pois existe mais liberdade e autonomia, na maioria dos casos, os profissionais
sem liderança direta podem acabar relaxando demais e não entregando os resultados
esperados.
Através de todas estas experiencias e vendo que empresas são os resultados de pessoas,
entendi a importância de ser um líder coach, onde o foco principal não é apenas
conquistar mais e mais resultados para o negócio, mas identificar, treinar e desenvolver
sua equipe de profissionais de acordo com suas competências, qualidades e
oportunidades, assim, os colaboradores podem trazer à tona o seu potencial máximo e,
consequentemente, atingir suas metas e objetivos e os da organização.
Danielle Freitas
Líder Coach