Em busca de satisfação,
superamos limites e buscamos realizações. Ao mesmo tempo, por medo, evitamos
excessos e tomamos precauções.
De forma inconsciente, somos controlados pelo nosso organismo, através das emoções.
Infelizmente, em algumas situações, desenvolvemos também emoções nocivas, que em
nada contribuem para que alcancemos nossos objetivos de vida. E por que isto
acontece?
Hoje, porém, em uma sociedade moderna, este mecanismo pode gerar emoções nocivas.
O que Leal denomina de “atos sob privação de sentidos” são, na realidade, ações
executadas por emoções geradas de forma inconsciente, segundo o coach.
Identificar
É importante saber diferenciar uma emoção negativa útil de uma emoção nociva.
Segundo Leal, as reações nocivas são aquelas que em nada contribuem para os nossos
objetivos de vida. Elas atrapalham nosso desempenho profissional e são prejudiciais à
nossa saúde. “Se o chefe faz uma crítica por você ter cometido uma falha e você fica
triste, esta é uma emoção negativa útil. Vai estimular você a melhorar seu desempenho.
Mas se você achar que foi injustiçado e ficar com ódio do chefe, isto em nada vai
contribuir com seu desempenho e vai fazer muito mal à sua saúde.”
A forma como reagimos diante de uma determinada situação – seja ela boa ou ruim -
não depende da situação em si, mas sim da forma como interpretamos esta situação. A
maneira de interpretar cada momento vai depender de diversos fatores desenvolvidos
durante nossa educação e formação. É esta programação, segundo Leal, determinará
nossas reações.
Como Mudar
Para Leal, na origem de uma emoção nociva está sempre uma crença irracional ou uma
demanda dogmática que não é nem lógica nem verdadeira e nem útil. “Vejamos o
exemplo do trânsito”, cita Leal. “Quando alguém dá uma fechada em você e você fica
furioso, o que o leva a desenvolver este sentimento? A seguinte crença: quem dirige
perto de mim não pode nunca cometer erro. Se cometer um erro eu considero esta
pessoa, na melhor das hipóteses, um imbecil”.
Isto não significa adotar uma postura passiva. “Como diz a famosa oração da
serenidade: é preciso ter força para agir quando for possível melhorar alguma coisa, ter
paciência para aceitar o que não pode ser mudado e ter sabedoria para distinguir uma
situação da outra,” aponta Leal.
“Você tem opções,” destaca Leal. “Pode avaliar se o tempo que gastará no aeroporto em
época de caos aéreo vale a ação que você irá fazer em determinado ponto do País, por
exemplo,” diz ele.
Em dossiê especial, a revista Viver Mente&Cérebro de março traz artigos que discutem sobre
o papel das emoções na vida cotidiana, revelando a necessidade – muitas vezes vital – de
mantê-las em equilíbrio.
Independentemente das estratégias cognitivas de cada um, o dossiê aponta que não se pode
balizar ações e pensamentos tomando como referência apenas os sentimentos. “O ser
humano deve – e pode – se tornar senhor das próprias emoções”, completa.