Texto áureo
COMENTÁRIO
INTRODUÇÃO
Meu Distinto e nobre Amigo Leitor, eis a 7ª Lição deste trimestre, desta feita
com o tema: Tentação – A Batalha por nossas Escolhas e Atitudes. Logo, que
nossas escolhas e atitudes sejam sempre para a honra e glória do Senhor Jesus.
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I – A TENTAÇÃO
Como visto acima, este termo pode ser aplicado no sentido negativo ou
positivo, vai depender do contexto na qual a palavra está inserida. Geralmente
quando o sentido é positivo, usa-se o termo “provação” (Gn 22.1), mas quando é
negativo usa-se então o termo “tentação” (Mt 4.4; Lc 4.2).
1. A provação de Refidim.
Massá vem da raiz hebraica Masha’, (Gn 25.14), significando: 1) carga, porte,
tributo, fardo, carregamento; 1a) carga, fardo; 1b) elevação, levantamento, motivo
pelo qual a alma se eleva; 1c) porte, carregamento;
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1d) tributo, aquilo que é carregado ou trazido ou levado; 2) declaração, oráculo,
peso, trazendo uma conotação de “provação” no texto de Êxodo 17. Já a palavra
Meribá vem de uma raiz do hebraico “דmered” que significa: 1) contenda, rebelião,
revolta; 1a) contra Javé (Nm 20.13).
3. Como um teste.
Notemos que o verbo usado neste texto, conforme o autor da lição nos
ensina, é “nissá” (testar, experimentar), o equivalente grego “peirasmos”; logo, testar
para prová-lo em seu caráter; teste este que o Patriarca Abraão foi aprovado. (Gn
22. 1-12; Hb 11.17,18).
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II – A TENTAÇÃO DE JESUS
Como bem sabemos lendo o relato bíblico, a tentação ocorreu no deserto. Que
lugar era este? Vejamos mais uma vez as palavras de Barclay: “A zona desabitada
da Judéia ocupava a meseta central que era o espinho dorsal da parte sul da
Palestina. Entre esta zona e o Mar Morto havia um deserto terrível, de cinqüenta
quilômetros por vinte e cinco. Era chamado “Jeshimmon”, que significa "A
devastação".
As colinas eram como acumulações de pó; a pedra calcária parecia amolada e
descascada; as rochas nuas e trincadas; o solo parecia oco sob os cascos dos
cavalos; brilhava com o calor como uma grande fornalha e terminava em precipícios
de quatrocentos metros de altura, que se precipitavam ao redor do Mar Morto. Nesta
aterradora desolação Jesus foi tentado”.
Como não podia ser diferente, Jesus estava faminto e muito fraco após jejuar
por quarenta dias, contudo escolheu deliberadamente não usar os seus poderes
divinos para satisfazer o seu desejo natural por alimento. Esta prova Ele havia de
passar.
Ora, se alimentar quando se estar com fome é muito bom, porém o momento
não era o adequado. Jesus estava naquele deserto para jejuar, e não para se
satisfazer com uma deleitosa refeição. Pelo fato de ter desistido do uso ilimitado e
independente de seu poder, com o intuito de experimentar a humanidade, Jesus não
usou de prerrogativas divinas para transformar aquelas pedras em pães. Como bem
se expressou Barclay:
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“Não devemos pensar que as três tentações apareceram como as cenas de
um drama. Devemos pensar que Jesus se retirou deliberadamente a este lugar
solitário e lutou por quarenta dias com o problema de como ganhar os homens. Fui
uma longa batalha que só finalizou na cruz, já que a história termina dizendo que o
diabo o deixou por algum tempo”.
“De maneira que o tentador voltou ao ataque por outro ângulo. Em uma visão
levou a Jesus até a parte mais alta do templo. O templo estava construído sobre o
Monte Sião. A cúpula do Monte Sião estava nivelada de tal maneira que formava
uma meseta, e sobre esta extensão se levantavam os edifícios do templo. Havia
uma esquina, onde se encontravam o pórtico do Salomão e o pórtico Real; de onde
as paredes impregnam uns cento e cinqüenta metros, para o vale do rio Cedrom.
Não podia Jesus subir a esse mesmo lugar, saltar ao pátio interior do templo
e fazer com que os espectadores o seguissem por Sua façanha maravilhosa? “De
repente, virá ao seu templo o Senhor, a quem vós buscais” (Mal. 3:1). Não havia
uma promessa no Antigo Testamento, segundo a qual os anjos de Deus
sustentariam o homem de Deus com suas mãos, para que não lhe sobreviesse mal
algum? (Salmo 90.11-12).
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Deus espera que qualquer ser humano aceite riscos quando se trata de ser
fiel a seu mandato, mas não que alguém procure o risco para enaltecer seu próprio
prestígio. A fé que depende de maravilhas e sinais não é uma autêntica fé. Se a fé
não pode acreditar sem recorrer às sensações não é verdadeiramente fé, mas sim
dúvida que quer provas e que as busca equivocadamente.
“De maneira que o tentador tentou sua terceira linha de ataque. Jesus tinha
vindo para salvar o mundo, e em sua mente lhe apresentou a imagem de todo o
mundo. A voz do tentador lhe disse: "Tudo isto te darei se prostrado me adorares."
Não havia dito o mesmo Deus a seu escolhido: “Pede-me, e eu te darei as nações
por herança e as extremidades da terra por tua possessão” (Salmo 2:8). O que o
tentador estava dizendo a Jesus era “Entremos em acordo! Vamos nos entender cá
entre nós! Não faça com que suas demandas e exigências sejam muito elevadas.
Permita que seja possível conciliar sem prédica com a dose inevitável de mal e
engano, e então você conseguirá com que os homens O sigam em multidões.” A
tentação, neste caso, consistia em comprometer a pureza do evangelho em vez de
apresentar sem atenuante algum as exigências de Deus para o mundo.
4. Resposta de Jesus.
“A réplica de Jesus não demorou para fazer-se ouvi. “Ao SENHOR, teu Deus,
temerás, a ele servirás” (Deut. 6:13). Jesus estava plenamente seguro de que jamais
poderemos derrotar o mal, começando a fazer concessões ao mal. Deste momento
em diante estabeleceu o caráter insubornável da fé cristã. O cristianismo não pode
descer até o nível do mundo, deve elevar o mundo a seu próprio nível.
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Nenhuma outra forma de emparelhar a situação se demonstrará satisfatória e
efetiva. De modo que Jesus tomou sua decisão. Decidiu que nunca subornaria os
homens para O seguirem; decidiu que o seu não seria um caminho de
sensacionalismos; decidiu que não podia comprometer com o mal a mensagem que
pregava ou a fé que demandava como resposta a essa mensagem.
CONCLUSÃO