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Escola ________________________________

Disciplina – Sociologia Professora – Jucirene Araújo


Conteúdo 3ª Avaliação Bimestral 2008
Aluno______________________________ Data ____/____/____

A CULTURA COMO EXPRESSÃO DE CLASSE SOCIAL


Ao longo da história das sociedades estratificadas, as produções e expressões das classes
hegemônicas ou por elas controladas têm constituído a denominada “cultura erudita”. E, por ela ser a expressão dos
que tem poder, quase sempre, aparece como a única que deve ser transmitida às futuras gerações, como se tivesse
a garantia da elevação dos seres da espécie a patamares superiores de atualização de suas potencialidades
específicas.
Na visão de Paulo Freire, um dos maiores pensadores brasileiros, desde os primeiros dias de
escola, aprendemos que a ciência, a tecnologia, a religião, a arte e as demais construções superiores do engenho
humano, em todas as épocas da história, nasceram de grupos sociais privilegiados ou dominantes. A maioria de
nossos professores afirmou-nos que, embora algumas vezes os representantes desses grupos não tenham se
destacado muito pelas próprias “prendas intelectuais”, sempre decidiram sobre o que deveria ser preservado e
disseminado das criações ou invenções da inteligência humana, graças ao controle que tiveram sobre o
financiamento das formulações teóricas e da condensação delas na fabricação dos artefatos.
Na linha do mesmo raciocínio, ouvimos, à exaustão, afirmações sobre a “incultura” dos pobres,
sobre o “não-saber” dos dominados. Ainda que, de vez em quando, tenhamos escutado falar de seus modos
específicos de analisar e interpretar a realidade, suas representações quase nunca são levadas em conta e, por isso
mesmo, rechaçadas dos processos de preservação, acumulação e transmissão do patrimônio cultural e,
conseqüentemente, banidas dos currículos escolares. Em outras palavras, a cultura popular quase nunca é tida
como elemento constitutivo dos acervos a serem considerados importantes para a evolução da espécie.
Tradicionalmente, a cultura é também imposta, para Freire, os opressores, violentando e proibindo que os outros
sejam, não podem igualmente ser; os oprimidos, lutando por ser, ao retirar-lhes o poder de oprimir e de esmagar,
lhes restauram a humanidade que haviam perdido no uso da opressão.

O QUE É CULTURA?

A primeira definição de cultura formulada do ponto de vista antropológico pertence a Edward Tylor,
e aparece no primeiro parágrafo de seu livro Primitive Culture (1871). A esta, seguiram-se centenas de definições
que mais confundiram do que ampliaram os limites do conceito. Hoje um dos grandes desafios antropologia moderna
é reconstruir o conceito de cultura, fragmentado por tantas e tão diversas definições.
No livro "Cultura: um conceito antropológico", o autor Roque de Barros Laraia que é professor
emérito da UNB afirma que desde a Antigüidade, os homens se preocupavam com a diversidade de modos de
comportamento existentes entre os diferentes povos, e foram comuns as tentativas de explicar tais diferenças a
partir das variações dos ambientes físicos. Mas os exemplos citados por Laraia servem para mostrar que as
diferenças de comportamento entre os homens não podem ser explicadas apenas pelas diversidades somatológicas
ou mesológicas; para ele, tanto o determinismo geográfico como o determinismo biológico são incapazes de explicar
as diferenças entre os homens. Para Tylor, cultura é todo o comportamento aprendido, tudo aquilo que independe
de uma transmissão genética,
Segundo o antropólogo, o comportamento dos indivíduos depende de um aprendizado, de um
processo denominado endoculturação. Ou seja, um menino e uma menina agem diferentemente não em função de
seus hormônios, mas em decorrência de uma educação diferenciada. O autor também mostra aos leitores que é
possível e comum existir uma grande diversidade cultural em um mesmo ambiente natural.
Quanto à origem da cultura Laraia buscou a resposta em diversos autores, dentre eles, Claude
Lévi-Strauss, que foi um destacado antropólogo francês, ele considera que a cultura surgiu no momento em que o
homem convencionou a primeira regra, a primeira norma. Para Lévi-Strauss, essa seria a proibição do incesto,
padrão de comportamento comum a todas as sociedades humanas. Todas elas proíbem a relação sexual de um
homem com certas categorias de mulheres (entre nós, a mãe, a filha e a irmã).
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CULTURA, CIVILIZAÇÃO OU PAIDÉIA.


O termo “cultura” apresenta uma pluralidade semântica, mas nos importa aqui seu significado de
“humanização do mundo”. Neste sentido, cultura é tudo aquilo que resulta do pensar e do agir humano sobre a
natureza, com vistas à obtenção de bens e serviços necessários à sobrevivência e reprodução da espécie. Em
suma, cultura é toda ação humana que confere um novo significado ao que originalmente as coisas e os processos
tinham no seu estado natural. Os seres e os fenômenos naturais existem e se transformam objetivamente, como que
obedecendo a um tele os determinante e que lhes é exterior, isto é, evoluem como que impulsionados para um
objetivo exógeno. Quando o ser humano lança mão de um desses seres ou interfere em um desses fenômenos, ele
lhes confere um segundo significado e um outro objetivo, criando cultura. Imaginemos como exemplo, a utilização de
um galho de árvore por uma nossa antepassada para “aumentar seu braço” e, com ele, alcançar uma fruta em uma
árvore mais alta. O que era, natural e simplesmente, galho virou “coletor de alimentos”; ganhou, portanto, novo
significado e novo objetivo nas mãos de uma representante da espécie.
Da mesma forma, ela poderia usar o galho para alcançar a cabeça do marido fujão, conferindo-
lhe, agora, o sentido de “arma”. Nas duas oportunidades, estamos diante de atos de criação de cultura, por mais
violento que seja um deles.
Na perspectiva antropológica, derivam desse conceito de cultura, dentre outras, pelos menos três
ordens de considerações: Em primeiro lugar, cultura é mais um processo do que um conjunto estruturado de
conceitos, leis, axiomas, postulados, artefatos etc; Em segundo lugar, temos de admitir que todos os povos, por mais
primitivos que sejam, têm cultura. Finalmente, mesmo que em estágios diferentes, todas as formações sociais, das
mais simples às mais complexas. Há também três sistemas que integram a cultura; são eles:
I – Sistema Cultural Produtivo; II – Sistema Cultural Associativo e III – Sistema Cultural
Simbólico.
I – Sistema Cultural Produtivo
Diz respeito à às formas, meios e instrumentos de produção da existência material. Ele corresponde
à versão antropológica do que a explicação materialista dialética chamou de “infra-estrutura das sociedades”. Ele se
constitui, portanto, de meios de produção e de forças produtivas.
II – Sistema Cultural Associativo;
O Sistema Associativo se constitui do conjunto das normas específicas de convivência humana em
cada uma das formações sociais de que se tem notícia, bem como das formas, também específicas, de sua
aplicação. Tem ainda como partes constitutivas os “aparelhos” de fiscalização e aplicação dessas normas e que
também se responsabilizam pela aplicação de sanções a quem a elas desobedece. Como por exemplo, o Estado, a
burocracia.
III – Sistema Cultural Simbólico.
O Sistema Simbólico, ao contrário dos dois primeiros que são sistemas de ação, é um sistema de
representação: por intermédio dele, mulheres e homens representam a natureza, a si mesmos, as suas relações
com a natureza, os outros seres humanos, suas relações mútuas, o cosmos etc. O Sistema Simbólico é constituído
pela ciência, pela arte, pela religião e por todas as formas de captação, interpretação, representação e expressão do
mundo.
Há ainda uma realidade humana que não está contida especificamente em qualquer um dos
sistemas culturais mencionados, ainda que os perpasse. Ela constitui, talvez, um outro sistema: É a afetividade. Ela
é tão fundamental à sobrevivência da espécie quanto os elementos dos demais sistemas, pois seu desequilíbrio
pode levar, no limite, à auto-eliminação; é mais ainda fundamental para a reprodução da espécie e para chegarmos
felicidade pessoal.

REPRESENTAÇÕES DA CULTURA
O conceito de cultura, porém, está carregado de ambigüidades, ou seja, tem mais de uma
definição. Para não nos estendermos sobre o tema, basta dizer que ele é mais comumente utilizado como sinônimo
de erudição. Dizemos que “uma pessoa é culta” e, na maioria das vezes que o fazemos, talvez fosse mais adequado
dizer que “tal pessoa é erudita“.
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Podemos dividir o conceito de cultura de várias formas: erudita e popular e cultura de massa e
cultura jovem:
 Cultura erudita é a cultura da classe burguesa, que ao longo dos séculos vem sendo transmitida aos seus
pares e que com o surgimento das instituições e com o processo de escolarização tomou corpo e difundiu-
se cada vez mais; é vista por alguns segmentos sociais como “superior”, e também conhecida como
cultura da elite , mas na verdade é apenas formal e complexa.
 Cultura popular por sua vez é a cultura que surge nas classes populares, identificada e produzida pelo
senso comum, é produzida e consumida pela população, sem necessitar de técnicas ou mecanismos
científicos, é a cultura geral, transmitida oralmente de geração para geração registrando as tradições e
costumes de um determinado grupo social. E assim como a cultura erudita alcança formas artísticas
expressivas e significativas.
 Cultura de massa: É a cultura que surge em larga escala a partir do século XIX, atingindo tanto as a
cultura erudita quanto a popular, fruto da industrialização ela não está ligada a nem um grupo social
especifico, pois é transmitida de maneira industrializada; para o público em geral, de diferentes classes
sociais, por exemplo: a música, a novela de televisão, por trás de seus conteúdos está a busca por
mercados consumidores; a chamada sociedade de consumo. A cultura de massa por divulgar conteúdos
eruditos e populares possibilita o seu conhecimento por diferentes camadas sociais, estimulando a estética
e o consumo generalizado na sociedade.
 Cultura jovem: Fruto da explosão demográfica e da expansão econômica dos países ricos, sobretudo dos
Estados Unidos é um reflexo da de tendências comportamentais de revolta, expressa principalmente pela
música, composta por jovens de diferentes camadas sociais. Apesar da comercialização ela trás em seus
conteúdos criticas contundentes aos valores e estilos da sociedade moderna, conhecida também pelo
termo contracultura a cultura jovem tenta criar um mundo alternativo e coletivo e contém mensagens
contra o consumismo, o preconceito racial as guerras e etc. suas representações mais difundidas são o
movimento hippie, punk e também o Reggae. Apesar da visão critica da realidade social e das
mensagens estes grupos acabam sendo assimilados pela cultura de massa. E se torna sujeitas ao
processo de industrialização e comercialização.
ACULTURAÇÃO: CONTATO E MUDANÇA CULTURAL
Durante a colonização do Brasil, ocorreram intensos contatos entre a cultura do colonizador
português e as culturas dos povos indígenas e dos povos africanos trazidos como escravos. Como conseqüências
desse contato, ocorreram modificações na cultura dos brancos – que assimilaram muitos costumes das outras
culturas – e também nas culturas indígenas e africanas que foram dominadas e perderam algumas de suas
características. Deste processo de contato e mudança cultural, conhecido como aculturação.
Se por um lado vemos uma diferença tão grande entre os ricos e pobres, por outro vemos
justamente uma homogeneização da cultura mundial, ou seja, traços culturais de um país acabam se espalhando
pelo mundo, como por exemplo, os estilos/ritmos musicais americanos como o funk, Rock e o Hip Hop e também a
Bossa Nova brasileira. A alimentação é outro bom exemplo de homogeneização cultural, embora oriundos do Brasil
e de algumas regiões americanas a feijoada ou soul food, é mundialmente conhecida, assim como a caipirinha,
que se tornou uma bebida/drink extremamente popular. E no Brasil, é muito comum consumirmos quibes, esfihas,
pratos originários dos países árabes, ou mesmo os sanduíches, alimento favorito dos americanos. Isto se deve a
constante evolução das comunicações (rádio, televisão, e internet) e também aos meios de transportes.
Estes hábitos acabam se refletindo na perda das características próprias das comunidades, principalmente pela
maneira forçosa como essa nova cultura é apresentada, acaba muitas vezes causando tensões entre povos e
nações.
Mas é importante saber que: não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não há ser humanos sem cultura .
E nem cultura inferior ou superior, o que existem são culturas diferentes e mais ou menos complexas.

E que a cultura popular, por exemplo; pode intervir como elemento moderador no processo social, pois dispõe de
instrumentos próprios para o equilíbrio necessário ao seu harmônico desenvolvimento. É notável a sabedoria de
Luis da Câmara Cascudo, famoso folclorista brasileiro, que misturando conceitos, define folclore como a “cultura
popular tornada normativa pela tradição” uma vez que embora diferentes, cultura e folclore caminhem juntos.
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ALGUNS CONCEITOS:

Cultura
Um sistema integrado de padrões de comportamento aprendido, que são as características dos membros de
qualquer sociedade. A cultura se refere ao modo de vida total de grupos particulares de pessoas. Inclui tudo que um
grupo pensa, diz e faz – seus costumes, linguagem, artefatos materiais e sistemas compartilhados de atitudes e
sentimentos. A cultura é aprendida e passada de geração a geração.
Cultura Evidente
Cultura Evidente – inclui os artefatos da cultura. As coisas que podem ser adequadamente ou precisamente
descritas como costumes, linguagem, comportamento. Elementos da cultura evidente são usados em geral para
diferenciar culturas distintas umas das outras, são também os primeiros fenômenos culturais observados por
estrangeiros.
Cultura Profunda
Descreve os aspectos de sustentação de uma cultura: seus valores, normas, causas, mecanismos de reação, visões
de mundo, sistemas de crença; Como a cultura evidente, é aprendida desde cedo, vindo da família bem como da
escola. É ela que guia as ações e reações de um membro de determinada cultura. Elementos da cultura profunda
são difíceis de serem modificados em uma pessoa ou grupo.
Identidade Cultural
A Identidade Cultural permite a simplificação da complexidade através de considerações sobre o mundo que afetam
a forma como alguém pensa e age. O “sentimento de pertencer” que uma identidade traz satisfaz uma necessidade
psicológica vital, criando uma zona de conforto para os indivíduos, que pelo fato de estar entre pessoas que cultivam
hábitos semelhantes aos seus, sente-se harmonizado.
Diversidade Cultural:
A riqueza de uma sociedade e o aumento de suas possibilidades vem deste conhecimento do diferente, ou
diversidade cultural. Cada indivíduo deve aprender a ter prazer em sua própria identidade e adotar a tolerância à
diferença. A diversidade cultural enfatiza a importância desse entendimento e respeito mútuos e é um elemento vital
em uma sociedade multicultural.
Ideologia:.
Sistema de idéias peculiar a determinado grupo social, condicionado quase sempre pela experiência e interesses
desse grupo. A função da ideologia consiste na conquista ou conservação de determinado status social no grupo .
Atitudes ou doutrinas políticas, econômicas ou filosóficas desempenham, geralmente, funções de ideologia. Mais
precisamente, é o conjunto de crenças, idéias, doutrinas próprias a uma sociedade ou a uma classe.
No contexto de uma sociedade, a ideologia pode estar em harmonia com valores que prevalecem na própria
sociedade, ou opor-se a eles. Não deixa, entretanto, de ficar afetada pela experiência dentro dessa sociedade.
Assim, há uma ideologia do socialismo, uma ideologia da livre empresa, uma ideologia da sociedade industrial,
marcadas pelas variáveis dos momentos históricos que percorrem. Se as classes dominantes controlam os meios de
produção. A infraestrutura (conhecimentos, fábricas, sementes, tecnologia etc.), que está nas mãos da classe
dominante, determina a superestrutura (Estado, Direito, Religião, Cultura etc.). A superestrutura é uma construção
ideológica que serve para garantir o poder da classe dominante, mantendo a classe trabalhadora alienada.
“É importante saber que não há sociedade sem cultura, do mesmo modo que não há ser humano sem
cultura. E que a cultura popular pode intervir como elemento moderador e enriquecedor do processo
social. E que as diversidades étnicas e culturais permitem a uma sociedade buscar abordagens
diferentes para os seus problemas. Trazendo maiores possibilidades de aprendizagem, pois ela é parte
da riqueza dessa sociedade, já que valoriza a compreensão e o respeito mútuos; cabe a cada individuo
conhecer o que acontece a sua volta, refletir sobre aquilo que lhe é oferecido e fazer suas escolhas”.

BIBLIOGRAFIA.
BRANDÃO: Antonio Carlos Duarte, Milton Fernandes. Movimentos culturais da juventude. São Paulo,
Moderna 1990.
OLIVEIRA: Pérsio Santos. Introdução a Sociologia. São Paulo. Moderna 2003.
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