QGIS aplicado
ao ordenamento
territorial municipal
Itaqui – RS
2018
TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – O livro é gratuito podendo ser impresso. A violação dos direitos
autorais (Lei Federal 9.610 de 1998) é crime (Art. 184 do Código Penal). Depósito Legal na Biblioteca
Nacional de acordo com o Decreto Federal 1.825, de 20/12/1907. Lembre-se que os autores são seus
professores; respeite o trabalho e o tempo dedicado a elaboração desta publicação. Em caso de uso em
publicações, faça a devida citação.
EDITORA ILLUMINARE
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www.editorailluminare.com.br
Capa e diagramação
Sidnei Luís Bohn Gass
G192 – S340. QGIS aplicado ao ordenamento territorial municipal. Sidnei Luís Bohn Gass. Dieison
Morozoli da Silva. Torres: Editora Illuminare, 2018.
Bibliografia
ISBN 978-85-85005-06-1
Imagem da capa
A imagem utilizada na capa é uma sobreposição de dados utilizados para as demonstrações dos
processamentos ao longo do livro, a saber: imagem de relevo sombreado, dados altimétricos e
dados de declividade gerados a partir de imagens SRTM pelo projeto TOPODATA do INPE; dados
da vegetação oriundos do projeto RADAMBRASIL; fragmento de composição colorida de imagem
do satélite Sentinel-2.
Notas
O projeto SIGPampa
Since its inception in 2002, QGIS has grown to be the most popular open source desktop GIS as well as a
strong global community. With users, developers, and supporters all over the world, the aim of the QGIS
project is to provide spatial tools for everyone. To achieve this goal, the QGIS community is working hard
on initiatives including translations into over 40 languages, numerous local user groups, and a growing
pool of learning resources for people with all kinds of backgrounds. It is great to see these efforts being
supported by our Brazilian community members creating important resources for our Portuguese-speaking
user base. Together we build a future in which everyone can get access to open GIS tools as well as the
knowledge required to use them.
Happy QGISing!
Anita Graser
PREFÁCIO
Desde a sua criação em 2002, o QGIS tornou-se o SIG desktop de fonte aberta mais popular, contando
com uma forte comunidade global. Com usuários, desenvolvedores e apoiadores em todo o mundo, o
objetivo do projeto QGIS é fornecer ferramentas espaciais para todos. Para atingir esse objetivo, a
comunidade do QGIS está trabalhando intensamente em iniciativas que incluem traduções para mais de
40 idiomas, vários grupos de usuários locais e um crescente conjunto de recursos de aprendizado para
pessoas com todos os tipos de origens. É ótimo ver esses esforços sendo apoiados por nossos membros
da comunidade brasileira, criando recursos importantes para nossa base de usuários de língua portuguesa.
Juntos construiremos um futuro no qual todos podem ter acesso a ferramentas SIG abertas, bem como o
conhecimento necessário para usá-las.
Feliz QGISing!
Anita Graser
Nos últimos cinco anos temos buscado organizar um conjunto de elementos que nos auxiliem no processo
de ensino-aprendizagem na área das geotecnologias e da cartografia. O QGIS, neste sentido, vem se
mostrado a cada dia como a ferramenta que atende as demandas que vem nos sendo apresentadas no
ensino, na pesquisa e na extensão. Assim gostaríamos de fazer um convite ao(a) leitor(a): para que venha
conosco no processo de construção de documentos cartográficos que tenham por objetivo principal o
processo de ordenamento territorial do município, aplicando, para tanto, diferentes técnicas de
geoprocessamento com o uso do software QGIS.
Escolhemos a delimitação territorial municipal como foco pois entendemos que este material poderá
auxiliar as equipes técnicas municipais no desenvolvimento de suas atividades diárias. Assim, buscamos
construir, ao longo dos 15 capítulos que compõem este livro, uma trajetória lógica de organização dos
dados e execução dos procedimentos técnicos, para que possam ser replicados em outros municípios ou
até mesmo em outras análises territoriais como as Unidades de Conservação, por exemplo.
A organização dos capítulos se inicia tratando de algumas questões teóricas, buscando remeter o(a)
leitor(a) a outras obras já consolidadas, visto que nosso foco não é fazer uma extensa revisão de literatura,
mas sim, tratar das aplicações. No capítulo 2, são apresentadas algumas notas breves sobre o QGIS,
buscando instrumentalizar o(a) leitor(a) para que possa ter o software devidamente instalado e a sua
disposição em seu computador pessoal.
Antes de iniciar a discussão sobre a aplicação prática do QGIS propriamente dita, dedicamos um capítulo
às bases de dados iniciais que serão necessárias para o acompanhamento das práticas proposta.
Entendemos que saber quais os dados estão disponíveis e como ter acesso aos mesmos é importante para
que os trabalhos a serem desenvolvidos posteriormente pelo(a) leitor(a) tomem como ponto de partida
dados oriundos das instituições responsáveis pela sua produção e disseminação, como é o caso do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e do Serviço Geológico do Brasil (CPRM). Neste
capítulo sugerimos ainda uma forma de organização dos dados a partir da qual serão desenvolvidas as
atividades práticas propostas nos capítulos seguintes.
Nos capítulos 4 a 13, tratamos de toda a organização dos dados e produção dos mapas. Iniciamos pela
edição do limite do município, passando pelos dados cartográficos básicos (hidrografia, sistema viário e
localidades), pelos mapas de geologia, geomorfologia, pedologia, vegetação, uso da terra, pelo Modelo
Digital de Elevação, pelos dados de declividade e pelo tratamento de algumas imagens de satélite para a
geração do cálculo do NDVI e da carta imagem. Para que estes mapas possam ser apresentados com a
devida caracterização cartográfica necessária, discutimos no capítulo 14, o uso do compositor de
impressões, que é a ferramenta disponível no QGIS para a composição final dos mapas. Por sua vez, no
capítulo 15, apresentamos algumas anotações que consideramos relevantes a respeito da análise dos
dados e da geração de relatórios e memoriais descritivos.
Para quem aceitar o nosso convite, desejamos que tenha bons estudos e que a proposta que aqui
apresentamos possa auxiliar a cada um e a cada uma nas suas práticas diárias com o uso do QGIS.
Os autores.
Capítulo 1
16 Algumas questões teóricas
1.4 Outros materiais
Considerando a velocidade com que as geotecnologias vêm se desenvolvendo, merecem
ser indicadas outras referências para além das aplicações do QGIS, que podem ser utilizadas
como fontes de pesquisa para a identificação de métodos e técnicas de aplicação. Da mesma
maneira, por tratarmos neste livro da temática do ordenamento territorial municipal, serão
indicados materiais que poderão auxiliar na compreensão de como efetuar levantamentos a
campo e interpretar às diferentes paisagens para obter mapeamentos com a qualidade desejada.
Assim, indicamos os materiais listados no quadro 1.4, apresentado no final deste capítulo, como
complementares aos estudos das temáticas vinculadas ao tema central deste livro.
Quadro 1.1 – Indicação de materiais bibliográficos referentes aos fundamentos da
Cartografia
[1] Este material está disponível para download gratuito no site do IBGE, no endereço
https://biblioteca.ibge.gov.br/index.php/biblioteca-catalogo?view=detalhes&id=28595
Capítulo 1
18 Algumas questões teóricas
CASANOVA, M. A. et al. (ed) Banco de dados
http://www.dpi.inpe.br/livros/bdados
geográficos. Curitiba, Mundogeo, 2005.
[3] Os materiais desenvolvidos pelo Renato Cabral Bossle são de grande qualidade e redigidos de uma
forma bastante didática. Em ambos os livros, os capítulos iniciais, apresentam importantes
fundamentações sobre geoprocessamento e cartografia, além de detalharem o processo de instalação e
configuração do QGIS.
IBGE. Manual técnico da IBGE. Manual técnico de uso IBGE. Manual técnico de
vegetação brasileira. 2 ed. da terra. 3 ed. Rio de Janeiro: pedologia. 3 ed. Rio de
Rio de Janeiro: IBGE, 2012. [5] IBGE, 2013. [6] Janeiro: IBGE, 2015. [7]
Capítulo 1
20 Algumas questões teóricas
Ao longo do texto novas indicações de referências serão apresentadas. Adotamos este
método para que o leitor seja induzido ao aprofundamento de determinadas temáticas à medida
em que estas são apresentadas.
Neste capítulo apresentaremos algumas notas sobre o QGIS. Nosso objetivo não é
esgotar as opções referentes ao software, mas sim, dar condições ao leitor para que possa fazer
o download e a instalação básica do QGIS. Serão abordados ainda alguns cuidados importantes
e necessários para se trabalhar com geotecnologias, os quais se referem aos locais de
armazenamento dos arquivos, aos nomes dos arquivos e ao uso de caracteres especiais. Por fim,
faremos algumas referências aos complementos que podem ser instalados no QGIS para a
execução de procedimentos específicos.
2.1 Download e instalação
Ao acessar o site do QGIS, no endereço http://www.qgis.org, o usuário poderá
selecionar, inicialmente, o idioma com o qual deseja trabalhar. Para o presente material,
trabalharemos em português, facilitando assim a compreensão de quem ainda não está
familiarizado com as terminologias das geotecnologias em outro idioma, em especial, o inglês.
Para tanto, na página inicial, no canto superior direito da tela, selecione a opção “Português
(Brasil)” para que o site seja mostrado em português (figura 2.1).
Com o site em português, observe que no canto superior esquerdo são mostradas as
versões mais atuais disponíveis: versão 2.18.15 (new LTR), é a versão mais atual e será a nova
versão de longa duração (mais estável) a partir do lançamento da versão 3.0 do QGIS; versão
2.14.21 (previous LTR) é a atual versão de longa duração. Mas, qual delas devo instalar? As
versões de longa duração tendem a ser mais estáveis pois os erros e falhas vão sendo corrigidos.
Contudo, nestas versões, algumas novas funcionalidades podem não estar disponíveis. Estas
versões são mais indicadas para usos corporativos ou para quem precisa de maior estabilidade
do software.
Figura 2.1
Para fazer o download do QGIS, selecione a opção “baixar agora” (figura 2.2) e na
próxima página (figura 2.3), selecione a versão que deseja adquirir. As opções que são mostradas
automaticamente referem-se ao sistema operacional Microsoft Windows®. Caso seu sistema
operacional seja outro, selecione as opções correspondentes. Estamos considerando aqui o
download do arquivo “Instalador Standalone QGIS Versão 2.18 (64 bits)”. O arquivo ocupará
cerca de 400 mb de espaço em seu disco. Após o download o leitor terá a disposição o arquivo
conforme demonstrado na figura 2.4.
Para instalar o software, clique duas vezes sobre o arquivo de instalação e concorde com
os termos dos questionamentos que vão sendo feitos de acordo com a demonstração da figura
2.5. Para maiores informações sobre outras formas de instalação do QGIS, sugerimos que o leitor
consulte a documentação do software ou as indicações de Bossle (2016).
Ao observar a área de trabalho, o leitor poderá identificar os atalhos demonstrados na
figura 2.6. O primeiro, QGIS 2.18, é uma pasta que contém um conjunto de atalhos para diversas
funcionalidades do QGIS, como pode ser verificado na figura 2.7. Como todos estes atalhos
também podem ser acessados através do botão “iniciar” do sistema operacional (figura 2.8),
iremos manter na área de trabalho apenas o atalho para inicializar o QGIS com todas as suas
funcionalidades, que é o “QGIS Desktop 2.18.15 with GRASS 7.2.2”.
Para fazer este procedimento, acesse a pasta “QGIS 2.18” na área de trabalho, recorte o
atalho “QGIS Desktop 2.18.15 with GRASS 7.2.2” e cole-o diretamente na área de trabalho. Após
fechar a pasta “QGIS 2.18”, ela pode ser excluída da área de trabalho.
Capítulo 2
24 Notas sobre o QGIS
Figura 2.2
Botão
“Baixar Agora”
Figura 2.3
Figura 2.5
Capítulo 2
26 Notas sobre o QGIS
O segundo atalho criado no processo de instalação, GRASS GIS 7.2.2, é o atalho para
iniciar o GRASS de forma individualizada. Contudo, ele será utilizado apenas como recurso a partir
do próprio QGIS. Se for do interesse do leitor, este atalho poderá ser excluído da área de trabalho.
Figura 2.6
Figura 2.7
Figura 2.8
Na figura 2.9, exemplificamos a questão dos múltiplos arquivos com os quais trabalhamos
em geotecnologias. Observe o quadro em vermelho na figura; veja que há quatro camadas
indicadas: rodovias (estaduais e municipais), imagem do satélite Sentinel 2, magem do satélite
Landsat 8 e imagem de Relevo Sombreado. Cada uma destas camadas equivale a um arquivo
individualizado, que está armazenado em algum “lugar” do computador e o QGIS, ao ser
Capítulo 2
28 Notas sobre o QGIS
solicitado para recuperá-lo, precisará saber qual é este “lugar”. Assim, todos os arquivos,
preferencialmente, devem estar numa pasta referente ao projeto com o qual se está trabalhando.
Por isto é que indicamos a criação da pasta c:\OTM, na qual armazenaremos todos os arquivos
com os quais trabalharemos até o final do presente material.
Ainda na figura 2.9, observe no canto superior esquerdo, junto ao nome QGIS 2.18.15,
aparece o nome do projeto “mapa_06”. Este é o nome do arquivo do QGIS, denominado de
projeto, no qual são indicados os caminhos e todas as configurações de cor entre outras, para
cada uma das camadas (que são os dados propriamente ditos), sendo, portanto, um arquivo de
instruções para a importação, organização e exibição de arquivos. Se estivéssemos trabalhando
com um editor de textos, por exemplo, provavelmente todos os dados estariam dentro do arquivo
“mapa_06” mas, em geotecnologias isto não acontece. Assim, ressaltamos mais uma vez que a
organização dos dados é fundamental para o bom desenvolvimento das atividades.
Figura 2.9
Figura 2.10
Capítulo 2
30 Notas sobre o QGIS
Figura 2.11
Figura 2.12
Neste capítulo, apresentaremos as bases de dados que serão utilizadas para gerar os
mapeamentos necessários ao ordenamento territorial do município de Santo Cristo, RS, utilizando
o QGIS. Para o estado do Rio Grande do Sul, há várias bases de dados oficiais e secundárias
disponíveis, as quais permitem fazer uma aplicação da mesma metodologia, com os mesmos
dados, para todo o território estadual. Para as demais Unidades da Federação, cabe ao leitor
identificar e organizar as bases de dados disponíveis antes de iniciar os processamentos dos
dados que serão apresentados no decorrer do presente livro.
O Sistema Geodésico Brasileiro e o Sistema Cartográfico Nacional, de acordo com a
Resolução PR 1/2005 (IBGE, 2005), passam a adotar o Sistema de Referência Geocêntrico para
as Américas (SIRGAS), em sua realização do ano de 2000, denominada de SIRGAS2000. Como o
período de transição para este sistema não poderia ser superior a dez anos, conforme
estabelecido pela resolução citada, desde o ano de 2015, todos os dados geodésicos e
cartográficos associados ao SGB e ao SCN, devem adotar exclusivamente o novo sistema de
referência geodésico.
Considerando que as bases de dados disponíveis possuem uma variação temporal da
década de 1970 até os dias atuais, há vários sistemas de referência envolvidas como, por
exemplo, o SAD69, o Córrego Alegre e o WGS84, além de diferentes projeções cartográficas como
a UTM e a LatLong. Isto faz com que os dados a serem utilizados precisem ser analisados e
devidamente convertidos para que os trabalhos atendam às exigências normativas da cartografia
nacional.
O que se observa, ao longo do tempo, é que há profissionais, que por falta de
conhecimento, não dão a devida importância para tais parâmetros. Este fato gera imperfeições
nos dados gerados, comprometendo assim a qualidade dos resultados dos mapeamentos.
Um equívoco também recorrente diz respeito ao uso dos dados no sistema WGS84, que
é adotado como padrão nos dados oriundos das constelações GNSS. Mesmo que os valores de
conversão entre este sistema e o SIRGAS2000 sejam zero, ao analisarmos os semieixos do
elipsóide de ambos os sistemas é possível observar uma pequena diferença. Isto nos remete,
mais uma vez, a necessidade da conversão dos dados também entre estes sistemas.
Sob o aspecto dos sistemas de coordenadas, considerando o estado do Rio Grande do
Sul, são utilizados dois sistemas nas bases de dados a serem utilizadas: o UTM, dado em metros,
e o LatLong, dado em graus. Desta forma, é preciso considerar, dependendo da região na qual
se está trabalhando, o limite entre os fusos UTM, uma vez que o estado é dividido ao meio pelos
Figura 3.1
Dado Descrição
Limite municipal O conhecimento dos limites do município é fundamental para o início das
atividades. É necessário considerar aqui a escala de trabalho para a correta
delimitação. Estes procedimentos serão descritos no próximo capítulo.
Áreas urbanizadas Pela sua dinâmica, as áreas urbanizadas merecem sempre um destaque
diferenciado que, sob o aspecto do ordenamento do território, são tratadas
no Plano Diretor e na lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano e, em geral,
recebem destaque maior que o restante do território municipal. Estas áreas,
mesmo que não sejam foco do trabalho em si, devem ser identificadas.
Devemos lembrar ao leitor que há uma diferença entre a denominação de
áreas urbanizadas e perímetro urbano. A primeira, trata das áreas
Capítulo 3
34 As bases de dados iniciais
efetivamente ocupadas com estruturas urbanas, ao passo que a segunda se
refere à parte do território municipal definida como de uso urbano e que,
não necessariamente, esteja consolidada como tal.
Sistema viário O sistema viário, que define o sistema de circulação dentro do município e
suas conexões para fora do seu território, deve ser avaliado com os mesmos
cuidados citados nos dados de hidrografia.
Figura 3.3
Capítulo 3
36 As bases de dados iniciais
http://www.sgte.embrapa.br/produtos/dados/COT04_Areas_Urbanas_Brasil.zip e salve-o na
pasta c:\OTM.
Para fins legais, a delimitação da área urbana deve seguir a definição estabelecida pela
legislação municipal. Neste caso, deve-se entrar em contato com a prefeitura do município de
interesse para ter acesso aos dados. Para o material que está sendo aqui apresentado,
utilizaremos apenas os dados do estudo da Embrapa.
3.4 A hidrografia e o sistema viário
A melhor escala de disponibilidade dos dados da hidrografia e do sistema viário, para o
Rio Grande do Sul, é a 1:50.000. Estes dados são oriundos da restituição aerofotogramétrica
realizada na década de 1970, pela 1ª Divisão de Levantamentos, da Diretoria de Serviços
Geográficos do Exército Brasileiro, atualmente denominado de 1º Centro de Geoinformação. Na
época, estes dados foram disponibilizados em formato impresso, na forma de folhas articuladas.
Em 2010, o Laboratório de Geoprocessamento do Centro de Ecologia da Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, através de um projeto de cooperação interinstitucional, disponibilizou a
vetorização das 462 folhas da carta topográfica em escala 1:50.000 na forma de base vetorial
contínua (HASENACK e WEBER, 2010). Esta base está disponível para download no endereço
https://www.ufrgs.br/labgeo/index.php/dados-espaciais/250-base-cartografica-vetorial-
continua-do-rio-grande-do-sul-escala-1-50-000.
Os dados da base vetorizada estão disponíveis em três sistemas de coordenadas, sendo
que, para as nossas atividades, serão utilizados os dados no sistema UTM Fuso 21S (o município
de Santo Cristo está localizado na metade oeste do Rio Grande do Sul). Assim, no endereço
indicado anteriormente, acesse os dados referentes ao sistema UTM fuso 21 e faça o download
dos seguintes arquivos: “hidrografia_linhas_utm21.zip”, “hidrografia_poligonos_utm21.zip” e
“sistema_viario_utm21.zip” e salve-os na pasta c:\OTM.
Cabe aqui um questionamento: qual a diferença entre folhas articuladas e base contínua?
Para quem já trabalhava com cartografia na da década de 1980, deve estar lembrado que o
acesso aos dados era apenas em formato analógico, ou seja, impresso. Assim, havia uma
restrição em função do tamanho do papel utilizado e também do manuseio de tais documentos.
Em função desta restrição surgiu a articulação das folhas das cartas em diferentes escalas para
todo o planeta, iniciando-se na escala 1:1.000.000 (compatível com os fusos UTM) e suas
subdivisões para as demais escalas.
Desta forma, ao se tratar de folhas articuladas em determinada escala, fala-se do
conjunto de folhas de uma determinada carta necessárias para o recobrimento de uma dada
região. Por sua vez, ao se tratar de uma base contínua, fala-se da integração destes dados de
forma única para toda a área de mapeamento, a qual pode ser recortada para as áreas de
interesse. Neste último caso, em função dos dados serem tratados em ambiente SIG, há também
a carga dos atributos de cada feição no banco de dados, permitindo, assim, consultas espaciais
diversas. A diferença entre as duas estruturas, para a escala de referência 1:1.000.000, é
demonstrada pela figura 3.4.
Capítulo 3
38 As bases de dados iniciais
Quadro 3.2 – Acesso aos dados de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 3.5
Capítulo 3
40 As bases de dados iniciais
Para acessar os dados necessários às nossas atividades, utilize o mouse para localizar o
retângulo que recobre o município de Santo Cristo, como demonstrado na figura 3.6. O retângulo
correspondente é o 27_555, no qual aparece o nome da cidade de Santa Rosa, que é a mais
representativa da região. Em função do nível de zoom máximo do mapa, o nome de Santo Cristo
não é demonstrado. Após identificar o retângulo, clique sobre o mesmo e será aberta uma janela
com os dados disponíveis para esta região (figura 3.6). Faça download dos arquivos “Altitude” e
“Decliv.(c)”, e salve-os na pasta c:\OTM.
Figura 3.6
Capítulo 3
42 As bases de dados iniciais
Capítulo 4
Definindo os limites do município
Figura 4.1
Capítulo 4
44 Definindo os limites do município
limites municípios. Maiores informações estão
disponíveis em
http://planejamento.rs.gov.br/gerenciamento-de-
limites-municipais
C – o município de Santo Cristo após a criação do D – o município de Santo Cristo após a criação do
município de Alecrim. [4] município de Porto Vera Cruz. [5]
[1] A área do município de Santa Rosa era de 4.028,32 km². Com sua criação, o município de Santo
Cristo foi totalmente desmembrado de Santa Rosa.
Com esta retrospectiva, foi possível visualizar como o território do município evoluiu,
permitindo-nos assim passar para a sua delimitação em escala mais detalhada que a da Malha
Territorial Municipal do IBGE. Este procedimento, como já mencionado, permitirá gerar mapas
mais precisos e compatíveis com outras bases de dados.
4.2 Geração do limite municipal em escala 1:50.000
Tendo em vista que há uma base de dados em escala 1:50.000 disponível para o estado
do Rio Grande do Sul, a qual foi descrita no capítulo anterior, será possível gerar um novo limite
do município compatível com esta escala. Para executar este procedimento, será utilizado o limite
disponível na Malha Territorial Municipal do IBGE (IBGE, 2016), como base para a identificação
dos elementos que constituem os limites municipais, em conjunto com a interpretação dos textos
legais (RIO GRANDE DO SUL, 1955, 1959, 1963 e 1992).
1º Passo
Para uma melhor organização dos arquivos, vá até a pasta de trabalho c:\OTM, e crie
uma pasta com o nome “Lim_Santo_Cristo”. É nesta pasta que executaremos os nossos
procedimentos.
2º Passo
Adicione a camada vetorial “43MUE250GC_SIR”, que está na pasta
c:\OTM\rs_municipios. Esta camada contém os limites dos municípios do Rio Grande do Sul, na
escala 1:250.000, conforme descrito no capítulo 3.
Para adicionar uma camada vetorial ao QGIS, clique sobre o botão “Vetorial”, na janela
“Adicionar camada vetorial”, clique sobre o botão “Buscar”, localize o arquivo desejado, clique
Capítulo 4
46 Definindo os limites do município
sobre o botão “Abrir” e novamente no botão “Abrir” (figura 4.2), e a camada será mostrada no
QGIS (figura 4.3).
Figura 4.2
3
2
5
Figura 4.3
3º Passo
Como todos os municípios do Rio Grande do Sul compõe o arquivo carregado, é
necessário separar o limite do município de Santo Cristo, ou seja, criar um arquivo vetorial que
contenha apenas este limite. Quando se conhece o limite, é necessário apenas selecioná-lo e
gerar um novo arquivo. Contudo, partiremos do pressuposto de que não sabemos qual dos
Com o limite do município de Santo Cristo devidamente selecionado, clique com o botão
direito do mouse sobre o nome da camada “43MUE250GC_SIR”, e acesse a opção “Salvar
como...” (figura 4.6). Este comando permite que seja salvo um novo arquivo para o qual faremos
a indicações de alguns parâmetros.
Cabe mencionar que a Malha Territorial Municipal do IBGE está disponível no sistema de
coordenadas LatLong e no sistema de referência SIRGAS2000. Para facilitar as atividades que
serão desenvolvidas com este material, é preferível que se utilize o sistema de coordenadas UTM,
expresso em metros, para facilitar, por exemplo, a quantificação de áreas. Assim, executaremos
dois procedimentos com o mesmo comando: 1) extrair o limite do município de Santo Cristo
gerando um arquivo que contenha apenas este limite, e 2) alterar o sistema de coordenadas de
LatLong para UTM, mantendo o sistema de referência SIRGAS2000.
Figura 4.4
Capítulo 4
48 Definindo os limites do município
Figura 4.5
Figura 4.6
A janela do comando “Salvar camada vetorial como ...” (figura 4.7), possui várias
funcionalidades e possibilidades de parâmetros a serem considerados. Assim, os parâmetros que
devem ser informados estão expressos no quadro 4.2. Os demais parâmetros disponíveis deverão
ser mantidos da maneira como apresentados pelo QGIS.
Após o preenchimento dos parâmetros solicitados (figura 4.9), pode-se clicar em “Ok”
para que o comando seja executado, sendo adicionada uma nova camada vetorial contendo
apenas o limite do município de Santo Cristo (figura 4.10).
Figura 4.7
Capítulo 4
50 Definindo os limites do município
Quadro 4.2 – Parâmetros para o preenchimento da caixa do comando “Salvar
camada vetorial como...”
Parâmetro solicitado Informar Observação
SRC SIRGAS 2000 / UTM zone 21S Clique no ícone no final da linha deste
parâmetro, digite o código 31981 (que é o
código do sistema “SIRGAS 2000 / UTM
zone 21S”) na caixa de “Filtro”, selecione o
sistema desejado e clique em “Ok” (figura
4.8). Caso o leitor não saiba o código EPSG
do SRC que será utilizado, a pesquisa
deverá ser feita manualmente.
Salvar somente feições Esta opção deve ser marcada para que seja
selecionadas salva apenas a feição que representa o
município de Santo Cristo, uma vez que a
mesma foi selecionada anteriormente.
Figura 4.9
Capítulo 4
52 Definindo os limites do município
Figura 4.10
4º Passo
Antes de executar este procedimento, inicie um novo projeto do QGIS, através do menu
Projeto > Novo, clicando em “Descartar” na janela que pergunta “Você quer salvar o projeto
atual?”.
Figura 4.12
Como ao carregar camadas vetoriais o QGIS atribui cores aleatórias, muitas vezes é
necessário alterá-las para que se tenha um melhor contraste para identificar as feições. Assim,
iremos alterar a cor da feição referente ao limite de Santo Cristo para uma tonalidade de verde
e a cor da Hidrografia para uma tonalidade de azul. Estas alterações são feitas no QGIS através
da janela de propriedades da camada que pode ser acessada clicando duas vezes sobre o seu
nome. Iniciaremos pelo limite de Santo Cristo, que é uma camada vetorial do tipo polígono (figura
4.13).
Na lateral esquerda da janela de propriedades, há uma lista de opções que permitem
diferentes intervenções sobre a camada. No momento, é de interesse a opção “Estilo”, na qual
alteraremos a cor para uma tonalidade de verde claro (figura 4.13). Após selecionar a cor, basta
clicar em “Ok”.
Capítulo 4
54 Definindo os limites do município
Figura 4.13
Figura 4.14
Nos locais em que é possível identificar que o limite do município é a rede hidrografia,
será necessário selecionar as feições (fragmentos da hidrografia) para que possam ser salvas
num novo arquivo. Para fazer esta seleção, utilizaremos a ferramenta “Selecionar” demonstrada
pela figura 4.16.
Como há duas camadas disponíveis neste projeto do QGIS, é necessário tomar cuidado
para que não sejam selecionadas feições da camada errada. Assim, é necessário deixar ativa a
camada com a qual se deseja trabalhar. Para tanto, basta clicar uma vez sobre o nome da camada
desejada e ela estará ativa (marcada com uma tarja azul).
Para que seja possível selecionar as feições desejadas, aproxime o zoom de visualização
para o limite extremo norte do município. Clique sobre a ferramenta de seleção demonstrada pela
figura 4.16 e, segurando a tecla “Ctrl.”, clique sobre as feições que desejar selecionar. Lembre-
se que elas deverão modificar a sua cor para amarelo (figura 4.17). Após fazer a análise visual e
a seleção das feições, o resultado é o demonstrado pela figura 4.18, na qual estão representadas
em amarelo todas as feições selecionadas. Caso seja selecionada alguma feição
Figura 4.15
Figura 4.16
Figura 4.17
Capítulo 4
56 Definindo os limites do município
Figura 4.18
Após selecionar todas as feições desejadas, as mesmas deverão ser salvas num novo
arquivo. Os procedimentos a serem seguidos são os mesmos já descritos anteriormente, quando
salvamos o limite do município de Santo Cristo a partir da Malha Territorial Municipal do IBGE.
Para iniciar o processo clique com o botão direito do mouse sobre o nome da camada
“hidrografia_linhas_utm21” e acesse a opção “Salvar como...” (figura 4.19). O nome do arquivo
a ser salvo é “hidrografia_para_limite”, na pasta c:\OTM\Lim_Santo_Cristo. Verifique na figura
4.20 os demais parâmetros a serem informados.
Figura 4.19
Na figura 4.21 é possível observar que boa parte do limite pode ser definido com estas
feições da hidrografia. Contudo, há algumas partes (identificadas com as elipses vermelhas) que
precisam ser interpretadas a partir dos textos legais de criação dos municípios (RIO GRANDE DO
SUL, 1955, 1959, 1963 e 1992).
Figura 4.21
Após a leitura dos textos legais, é possível inferir que praticamente todos os trechos que
faltam no limite municipal foram definidos a partir dos limites dos lotes rurais. Isto gera uma
Capítulo 4
58 Definindo os limites do município
grande dificuldade pois na época as descrições não se utilizavam de coordenadas e
posicionamentos geodésicos. Assim, é necessária a consulta ao mapa original da colonização
desta região para que possam ser definidos tais limites. Como isto não será possível aqui, faremos
um cruzamento entre a Malha Territorial Municipal do IBGE (Santo_Cristo_IBGE_UTM) e os dados
da rede hidrográfica (hidrografia_para_limite). Este procedimento gerará um limite que
apresentará uma melhora nas regiões em que a hidrografia o determina, mantendo os limites
secos que, por sua característica, são mais retilíneos, a partir dos dados do IBGE.
5º Passo
Para darmos prosseguimento a geração do limite, será necessário converter o polígono
que foi extraído da Malha Territorial Municipal do IBGE para o formato de linha. Isto permitirá
fazer a edição das linhas e sua posterior unificação com a hidrografia.
Com a camada “Santo_Cristo_IBGE_UTM” carregada no QGIS, acesse o comando Vetor
> Geometrias > Polígonos para linhas (figura 4.22). Na janela do comando, figura 4.23, em
“Camada de entrada” selecione o arquivo que deve ser convertido; em “Linhas de polígono”,
clique no botão “...” e selecione a opção “Salvar em arquivo”; navegue até a pasta
c:\OTM\Lim_Santo_Cristo e informe o nome para o arquivo a ser criado
(Santo_Cristo_IBGE_UTM_Linhas); clique em “Gravar” e em “Run”. Observe na figura 4.24 a
diferença do limite de Santo Cristo extraído da Malha Territorial Municipal do IBGE em formato
de polígono e de linha.
O leitor poderia se perguntar: afinal, qual a diferença entre uma camada vetorial em
formato de linha e de polígono? Quando tratamos de dados que representam elementos lineares,
a resposta fica obvia na própria representação. Contudo, quando tratamos desta questão
considerando o limite de um município, por exemplo, a resposta nem sempre fica clara a todos.
Assim, há uma maneira bem simples de saber se a camada vetorial é um polígono ou
uma linha. Observe as representações da figura 4.24, veja que a ilustração da esquerda está toda
preenchida com a cor rosa, enquanto que a ilustração da direita contém apenas a linha. Pronto,
aí está a resposta: quando se carrega uma camada vetorial na forma de polígono,
automaticamente ela será preenchida por alguma cor, a medida em que nas camadas em forma
de linha, apenas estas serão coloridas.
Figura 4.23
Figura 4.24
Capítulo 4
60 Definindo os limites do município
6º Passo
Para iniciar a edição vetorial da camada “Santo_Cristo_IBGE_UTM_Linhas”, sugerimos
que o leitor mantenha no QGIS esta camada como também a “hidrografia_para_limite”, e altere
as propriedades para que os dois conjuntos de linhas fiquem bem distintos entre si, como
demonstrado pela figura 4.25. Após esta manipulação dos dados, estamos prontos para editar a
camada “Santo_Cristo_IBGE_UTM_Linhas”.
No painel de camadas, selecione aquela com a qual deseja trabalhar
(Santo_Cristo_IBGE_UTM_Linhas), e utilize o ícone “Alterar edição”, conforme representado pela
figura 4.26. Observe que ao ser alterado o modo de edição, todos os vértices da feição são
identificados. Inicialmente, utilizaremos a ferramenta chamada “Quebrar feição” para cortar os
fragmentos desta camada que serão necessários para compor o limite.
Figura 4.25
Alterar
edição
Figura 4.27
Quebrar
feição
Para inserir uma quebra na linha, primeiramente ela deve ser selecionada com a
ferramenta “Selecionar feição”, já demonstrada anteriormente. Após selecioná-la, iniciaremos a
inserção de cortes no ponto 1 indicado na figura 4.28a. Com a aproximação do zoom para a área
de interesse, pegue a ferramenta “Quebrar feição” e faça uma pequena linha como demonstrado
na figura 4.28b e clique com o botão direito do mouse. Observe que na intersecção da feição
com a linha criada, será inserido um novo nó que representa o corte da linha. Na figura 4.28c é
possível observar o nó criado e a seleção de apenas uma parte da feição. O procedimento de
quebra de feição deve ser repetido para os demais pontos indicados na figura 4.28a e, após a
conclusão das quebras, as linhas que são coincidentes com a rede hidrográfica podem ser
Capítulo 4
62 Definindo os limites do município
excluídas. A exclusão é realizada através da seleção das feições que se deseja apagar e
posteriormente pode-se utilizar a tecla “Delete” do teclado. O resultado final destes
procedimentos está representado pela figura 4.28d.
Figura 4.28
6 1
4 2
3
A B
C D
7º Passo
A camada com os dados de hidrografia também possui alguns elementos que precisam
ser suprimidos. Tendo em vista que todos os comandos necessários para executar esta tarefa já
foram abordados anteriormente, o leitor é desafiado a fazer esta edição para que o resultado
seja equivalente a representação demonstrada pela figura 4.29.
8º Passo
Até o momento trabalhamos sempre com duas camadas vetoriais independentes. É
chegada a hora de mesclar estas camadas para que possamos fazer as edições finais da linha de
limite para o município de Santo Cristo. A mescla é executada a partir do comando Vetor >
Gerenciar dados > Mesclar camadas vetoriais (figura 4.30). Na janela do comando (figura 4.30),
selecione as camadas a serem mescladas (Santo_Cristo_IBGE_UTM_Linhas e
hidrografia_para_limite); no campo “Mesclado”, clique no botão com “...” e use a opção “Salvar
em arquivo...”; navegue até a pasta c:\OTM\Lim_Santo_Cristo e informe o nome
“limite_mesclado”; clique em “Gravar” e em “Run”.
Figura 4.30
Capítulo 4
64 Definindo os limites do município
arquivo resultante, como demonstrado na figura 4.31. Os campos na tabela de atributos são
preenchidos considerando os dados do arquivo de origem, ficam em branco ou com valor “0” os
demais campos.
Figura 4.31
Nome DESC
Comentário Este campo pode ficar em branco. Ele serve para inserir
algum lembrete que o usuário pode achar pertinente mas
o mesmo não será mostrado ao executar uma consulta à
tabela.
Tipo Texto (String) Este é o tipo de campo que deve ser criado para a inclusão
de dados textuais. Estão disponíveis as seguintes opções:
número inteiro, número decimal, texto e data.
Para excluir os demais campos da tabela de atributos, clique sobre o botão “Excluir
campo” e selecione os campos que deseja excluir (figura 4.32) e clique em “Ok”. Agora que a
tabela de atributos possui apenas o campo “DESC”, preencha-o, para todas as feições, como o
valor “Limite” (figura 4.32). Após concluir o preenchimento, clique novamente no botão “Alterar
modo de edição” e clique em “Gravar” ao ser questionado se “Você quer salvar as mudanças para
a camada limite_mesclado?”.
Figura 4.32
9º Passo
No passo anterior, geramos um único arquivo com os dados necessários para a geração
do limite do município de Santo Cristo. Contudo, por termos mesclado dados de duas bases
distintas, as linhas não estão fechadas, o que é necessário para caracterizar um polígono, como
Capítulo 4
66 Definindo os limites do município
pode ser observado na figura 4.33. Assim, nosso próximo passo é providenciar o fechamento
destas linhas para posterior geração do polígono que caracterizará o limite do município de Santo
Cristo. Para executar esta tarefa, utilizaremos o complemento “Join Multiple Lines”, que nos
auxiliará, simplificando o procedimento. Após a instalação, o complemento ficará disponível no
menu Vetor > Join Multiple Lines > Join Multiple Lines (figura 4.34).
Figura 4.33
Figura 4.35
Capítulo 4
68 Definindo os limites do município
comando Vetor > Join Multiple Lines > Join Multiple Lines. Pronto, as linhas foram devidamente
conectadas.
Figura 4.36
Ferramenta
de nós B
Novo nó Nó
criado selecionado
Vejamos agora como proceder no caso do “Ponto B” da figura 4.33. A figura de referência
para a descrição destes procedimentos é a 4.37. Neste caso, as linhas “A” e “B” estão se cruzando.
Figura 4.37
A Novo nó
criado na
linha “A”
Ferramenta
de nós
B
Novo nó
criado na
linha “B”
Capítulo 4
70 Definindo os limites do município
Figura 4.38
10º Passo
No décimo, e último, passo, transformaremos a camada “limite_mesclado”, que está no
formato de linha, num polígono. Este procedimento é necessário pois os processamentos de
recorte de dados são sempre gerados a partir de uma máscara que, necessariamente, precisa ser
um polígono.
Acesse a função Vetor > Geometrias > Linhas para polígonos (figura 4.39) e, no campo
“Camada de entrada”, informe o nome da camada que deverá ser transformada em polígono
(limite_mesclado), e, no campo “Polígonos de linhas”, utilize o botão com “...”, selecione a opção
“Salvar em arquivo”, navegue até a pasta c:\OTM\Lim_Santo_Cristo, e informe o nome do arquivo
a ser criado (Limite_Santo_Cristo_POLI), clique em “Gravar” e em “Run”. A figura 4.40, mostra o
resultado final do processo de geração do limite do município de Santo Cristo.
O limite do município, na forma de polígono, é um importante elemento no processo de
geração dos mapas da área de interesse. Muitos dos procedimentos que serão executados
passarão por recortes de dados que necessitam de uma máscara que, neste caso, é o polígono
do município com o qual se está trabalhando.
Figura 4.40
Capítulo 4
72 Definindo os limites do município
Capítulo 5
Construindo o mapa base municipal
A construção do mapa base municipal, constitui tarefa importante pois este mapa servirá
de base para os demais, ou seja, será adicionado aos demais. Este mapa contém as informações
referentes a rede hidrográfica, ao sistema de circulação (rodovias e estradas), a localização da
área urbana, localidades, limites distritais e outros pontos de interesse que possam ser
considerados importantes para uma boa representação e leitura da organização territorial básica
do município.
Considerando que criaremos várias camadas vetoriais novas, é necessário definir
inicialmente onde estes dados serão salvos. Assim, crie uma nova pasta de trabalho na pasta
c:\OTM, chamada “bases”. Basicamente, os procedimentos para a geração do mapa base
municipal parte do recorte dos dados que foram descritos no capítulo 3, utilizando como máscara
o limite do município de Santo Cristo, que foi gerado no capítulo 4.
5.1 Recorte dos dados da hidrografia e do sistema viário
Gostaríamos de relembrar ao leitor, que os dados referentes a hidrografia e ao sistema
viário que utilizaremos, foram adquiridos no site do Laboratório de Geoprocessamento do Centro
de Ecologia da UFRGS, e estão salvos nas seguintes pastas: c:\OTM\hidrografia_linhas_utm21,
c:\OTM\hidrografia_poligonos_utm21 c:\OTM\sistema_viario_utm21. Além destes dados, será
necessário o limite do município, que está salvo na pasta c:\OTM\Lim_Santo_Cristo, com o nome
“Limite_Santo_Cristo_POLI”. É importante relembrar também que ambos os dados estão no
sistema de coordenadas UTM, fuso 21S, utilizando o sistema geodésico de referência
SIRGAS2000.
1º passo
Adicione ao QGIS as seguintes camadas vetoriais: “Limite_Santo_Cristo_POLI” e
“hidrografia_linhas_utm21” (figura 5.1). O procedimento que executaremos será um simples
recorte da hidrografia, utilizando como máscara o limite do município.
A execução do recorte é feita utilizando-se o comando Vetor > Geoproessamento >
Recortar (Figura 5.2). Na caixa de diálogo do comando, no campo “Camada de entrada”, informe
o nome da camada a ser recortada, ou seja, “hidrografia_linhas_utm21”, e no campo “Camada
de corte”, informe o nome da camada que servirá de máscara, ou seja,
“Limite_Santo_Cristo_POLI”. No campo “Cortado”, utilize o botão com “...”, selecione a opção
“Salvar em arquivo”, navegue até a pasta c:\OTM\bases, informe o nome
“hidro_linhas_Santo_Cristo”, clique em “Gravar” e em “Run”.
Figura 5.2
Capítulo 5
74 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.3
Figura 5.4
2º passo
Adicione ao QGIS as seguintes camadas vetoriais: “Limite_Santo_Cristo_POLI” e
“hidrografia_poligonos_utm21” (figura 5.5). Execute os mesmos procedimentos do 1º passo,
informando como arquivo de saída “hidro_poligonos_Santo_Cristo”, para obter o resultado
demonstrado pela figura 5.6.
Figura 5.6
3º passo
Adicione ao QGIS as seguintes camadas vetoriais: “Limite_Santo_Cristo_POLI” e
“sistema_viario_utm21” (figura 5.7). Execute os mesmos procedimentos do 1º passo, informando
como arquivo de saída “sistema_viario_Santo_Cristo”, para obter o resultado demonstrado pela
figura 5.8.
Capítulo 5
76 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.7
Figura 5.8
Figura 5.9
É preciso considerar aqui, que o dado referente às áreas urbanizadas do Brasil, está em
coordenadas geográficas e não em coordenadas UTM, que é o sistema com o qual estamos
trabalhando. Assim, não será possível utilizar o comando de recorte para gerar as áreas
urbanizadas de Santo Cristo, pois o QGIS possui uma restrição para processar dados que estejam
em sistemas de coordenadas ou de referência diferentes.
Capítulo 5
78 Construindo o mapa base municipal
Desta forma, a geração do arquivo com as áreas urbanizadas de Santo Cristo será feita
utilizando dois procedimentos: 1) selecionar os polígonos referentes ao município de Santo Cristo
e, 2) salvar um novo arquivo contendo os polígonos selecionados e, no mesmo procedimento,
alterar o Sistema de Referência de Coordenadas.
1º passo
Para executar a seleção, aproxime o zoom para a área do município de Santo Cristo,
selecione a camada “Areas_Urbanas_Brasil”, utilize a ferramenta “Selecionar feições” (figura
5.10) e clique sobre um dos polígonos que está dentro do município de Santo Cristo (figura 5.11).
Observe que os cinco polígonos referentes ao município de Santo Cristo foram selecionados
automaticamente. Isto ocorre em função de que este arquivo é composto por polígonos em
multipartes, ou seja, cada polígono pode conter mais do que uma parte. O que determinará isto
é a existência de mais de uma área urbanizada dentro do mesmo município.
Figura 5.10
Figura 5.11
2º passo
Com as áreas de interesse devidamente selecionadas, clique com o botão direto do mouse
sobre o nome da camada “Areas_Ubanas_Brasil” e utilize a opção “Salvar como...”. Este
procedimento já foi utilizado no capítulo 4, quando individualizamos o limite de Santo Cristo a
partir da Malha Territorial Municipal do IBGE. Os parâmetros que deverão ser adotados aqui são
os mesmos apresentados no quadro 4.2, sendo que para o arquivo a ser gerado deve ser utilizado
Figura 5.12
Figura 5.13
Capítulo 5
80 Construindo o mapa base municipal
1º passo
Aproxime o zoom para o município de Santo Cristo (figura 5.14). Clique duas vezes sobre
o nome da camada “Limite_Santo_Cristo_POLI”, para acessar a janela de propriedades (figura
5.15). Na aba “Estilo”, clique na opção “Preenchimento simples”, altere a opção “Preenchimento”
para “Preenchimento transparente”, a opção “Contorno” para uma tonalidade de vermelho e a
“Espessura de borda” deve ser alterada para o valor “0,35”. Após alterar as propriedades clique
em “Ok” (figura 5.15). Observe na figura 5.16, que a camada do limite de Santo Cristo agora está
sem preenchimento, permitindo que se enxergue os dados das camadas que estão por debaixo
dela, além do seu contorno estar em vermelho, permitindo assim diferenciá-lo dos demais
contornos.
Figura 5.14
Preenchimento
Preenchimento
simples
Espessura
da borda
Contorno
Figura 5.16
2º passo
Utilizando a ferramenta “Selecionar feição”, a qual já foi utilizada e descrita
anteriormente, ative a camada “43DSE250GC_SIR” e, segurando a tecla “Ctrl”, selecione os
quatro distritos que compõe o município de Santo Cristo, como demonstrado pela figura 5.17.
Capítulo 5
82 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.17
Figura 5.18
3º passo
Se o leitor retomar os procedimentos que executamos no capítulo 4 para a geração do
limite do município, perceberá que todas as edições foram realizadas utilizando-se as camadas
no formato de linhas. Assim, será aqui também necessário converter os distritos, que estão no
formato de polígonos, para o formato de linhas. Para tanto, utilize o comando Vetor > Geometrias
Figura 5.19
Figura 5.20
4º passo
Como o nosso objetivo aqui é manter apenas as linhas que determinam o limite dos
distritos, a edição que faremos resultará numa camada que terá apenas as linhas internas, sendo
excluídos os limites que coincidem com os limites municipais. Assim, editaremos somente a
camada “distritos_Santo_Cristo_IBGE_linhas”, mas precisaremos da camada “limite_mesclado”,
Capítulo 5
84 Construindo o mapa base municipal
que está na pasta c:\OTM\Lim_Santo_Cristo, para guiar a nossa edição. Assim, carregue no QGIS
as duas camadas mencionadas (figura 5.21).
Analisando os dados disponíveis na camada “distritos_Santo_Cristo_IBGE_linhas”, é
possível inferir que, como esta foi gerada a partir de uma camada de polígonos, todas as linhas
internas ao município, ou seja, aquelas que efetivamente representam os limites dos distritos,
estão duplicadas pela sobreposição das linhas oriundas de diferentes polígonos. Assim, olhando
para a figura 5.21, é possível identificar dois conjuntos de linhas (limites de dois distritos) que
podem ser deletadas antes das edições propriamente ditas, pois não farão falta aos
procedimentos posteriores. Estes conjuntos de linhas são os que representam os distritos
identificados com as letras “A” e “B” na figura 5.21.
Figura 5.21
A B
Figura 5.22
D E
F
C
B A
Figura 5.23
Inserir quebra
aqui
Capítulo 5
86 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.24
Com as linhas quebradas e os nós excluídos, deve-se proceder com a exclusão das demais
linhas que não serão necessárias ao procedimento de geração dos limites distritais do município.
Para tanto, utilizando a ferramenta “Selecionar feição”, selecione as linhas que devem ser
apagadas. Na figura 5.26a, desabilitamos a visualização da camada “limite_mesclado” para que
ficassem visíveis ao leitor, em amarelo, as linhas selecionadas e que deverão ser apagadas. Por
sua vez, na figura 5.26b, é possível observar os limites municipais e distritais após este processo
de edição.
O leitor deve ter observado que no processo de edição realizado até o momento, ficam
inconsistências na conexão das linhas. A resolução dessas inconsistências, tecnicamente, pode
ser feita da mesma maneira que procedemos ao editor o limite do município, utilizando a
ferramenta “Join Multiple Lines”. Contudo, nosso objetivo não é o de criar polígonos, mas sim,
apenas as linhas que determinem o limite dos distritos. Assim, faremos apenas um ajuste fino de
maneira visual nos pontos “A”, “B”, “D” e “E” da figura 5.22.
No ponto “A”, a linha do limite distrital está para além do limite municipal. Assim,
utilizando a “Ferramenta de nós”, selecione o último nó da linha e mova-o até a linha do limite
municipal. Na parte inferior da tela do QGIS, há a informação da escala de visualização dos dados.
Observe na figura 5.27, na qual também pode ser verificado o recuo da linha, que a escala está
em 1:361, que é um nível de detalhamento extremamente grande para os dados que estão sendo
utilizados. Assim, as linhas dos limites dos distritos ficarão posicionadas de maneira a atender as
necessidades do presente material.
Para os pontos “B”, “D” e “E”, deve ser adotado o mesmo procedimento. Após finalizar
as edições das linhas, clique na ferramenta “Alterar edição” e grave as alterações realizadas no
arquivo “distritos_Santo_Cristo_IBGE_linhas”. O resultado final será demonstrado na tela como
representado pela figura 5.28.
Ponto “F”
Figura 5.26
A B
Capítulo 5
88 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.27
Figura 5.28
Capítulo 5
90 Construindo o mapa base municipal
Para maiores informações sobre o BDGEx, acesse os
seguintes endereços:
http://www.dsg.eb.mil.br/
http://www.geoportal.eb.mil.br/index.php
Figura 5.29
Botão para
adicionar camadas
raster
Veja que as folhas da carta estão com todas as informações do modelo impresso, o que
faz com que hajam sobreposições na tela. Como o objetivo é apenas criar uma camada com
informações a partir da carta, não faremos nenhuma edição nestes dados raster.
2º passo
Para gerarmos os pontos com as localidades e outras informações de interesse, será
necessário adicionar primeiramente uma camada vetorial vazia, ou seja, que não contém nenhum
dado. A criação de uma nova camada é feita através do menu Camada > Criar nova camada >
Shapefile. O interesse aqui é trabalhar com informações pontuais, portanto, no campo “Tipo” da
janela do comando, selecione “Ponto”; no campo “Codificação de arquivo” mantenha a opção
“System”; na caixa de seleção do SRC, selecione o sistema “SIRGAS 2000 / UTM zone 21S”, que
tem por código EPSG “31981” (este procedimento já foi demonstrado de forma detalhada no
capítulo 4). No quadro “Novo campo”, é possível adicionar campos à tabela de atributos, ou seja,
criar novas colunas. Assim, além do “id” que já está criado, sugerimos a criação de mais dois
campos, como descrito no quadro 5.1. Após preencher os dados para o primeiro campo, clique
em “Adicionar campo à lista” e repita o procedimento para o segundo campo. Veja que os campos
são adicionados a “Lista de campos”. Após finalizar o preenchimento, clique em “Ok” (figura
5.31).
A clicar em “Ok” será aberta a caixa de mensagem “Salvar camada como...”, na qual
deverá ser selecionado o local no qual a camada será salva e atribuído o seu nome (figura 5.31).
Navegue até a pasta c:\OTM\bases e atribua o nome “localidades” à nova camada e clique em
“Salvar”. Observe que a nova camada é automaticamente adicionada a lista de camadas do QGIS
(figura 5.31) e poderá agora ser alimentada com as informações necessárias.
Quadro 5.1 – Parâmetros para criação de novos campos
Primeiro campo Segundo campo
Capítulo 5
92 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.31
Os dois campos que foram criados na nova camada servirão para inserir o nome da
localidade ou da referência bem como uma classificação para estas feições. Por exemplo: se
inserirmos o nome da “localidade A”, poderemos classifica-la como “localidade”; se inserirmos a
“escola C”, poderemos classifica-la como “escola”. Este procedimento permitirá representar os
dados de forma diferenciada (categorizada) nos mapas a serem gerados posteriormente.
3º passo
Uma maneira de facilitar a análise das folhas da carta topográfica, é fazer a avaliação
individualizada de cada uma delas. Assim, manteremos ativa a visualização apenas da folha
“Alecrim” e aproximaremos o zoom para a área desta folha que pertence ao município de Santo
Cristo (figura 5.32). Observando os dados disponíveis, é possível inferir que não há, nesta área,
nenhuma informação a ser considerada.
Vamos alterar agora a folha a ser visualizada para “Porto Mauá” e fazer a mesma análise
que foi feita com a carta anterior (figura 5.33). Nesta folha podem ser identificados alguns pontos
que deverão ser coletados para compor a base de dados que está sendo construída.
Figura 5.33
Para adicionar uma nova feição à camada que foi criada, clique sobre a camada
“localidades” para que ela esteja ativa e utilize o botão “Alterar edição” para torna-la editável.
Após este procedimento, aproxime o zoom para o local no qual se encontra o elemento a ser
inserido na camada e, utilizando a ferramenta “Adicionar Feição”, clique no local no qual a feição
deverá ser criada (figura 5.34). Ao clicar para inserir a nova feição, será aberta uma caixa de
diálogo, no formato de formulário, contendo como campos a serem preenchidos, aqueles que
foram definidos quando a camada foi criada (figura 5.35). No caso deste primeiro ponto, informe
o “id” “1”, o “NOME” é “Vila Sírio” e o “TIPO” é “localidade”. Após preencher os campos, clique
em “Ok” para que a feição seja adicionada (figura 5.36). Para todos os pontos desta folha da
carta devem ser seguidos estes procedimentos.
Capítulo 5
94 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.34
Alterar edição
Adicionar feição
Adicione a nova
feição clicando
aqui
Camada ativa
Figura 5.35
Figura 5.36
Nova feição
adicionada
Após finalizados os procedimentos com a folha “Porto Mauá, devem ser analisadas as
folhas “Santo Cristo” e “Campina das Missões” para fazer a devida inserção das feições constantes
Figura 5.37
Figura 5.38
Capítulo 5
96 Construindo o mapa base municipal
Para que o leitor possa utilizar os dados gerados a partir
da carta topográfica os mesmos estarão disponíveis em
http://porteiras.s.unipampa.edu.br/sigpampa/
Ressaltamos que este arquivo contém apenas uma
amostra de dados, não correspondendo a todas as
localidades do município de Santo Cristo.
Figura 5.39
Sugerimos ao leitor que inicie sempre adicionando primeiramente ao QGIS a camada que
determina o limite da sua área de interesse pois assim o complemento responderá melhor quando
for carregado. Assim, para gerar os dados das localidades e outros pontos que possam ser de
interesse, carregue o QGIS e adicione a camada vetorial com o limite do município
(Limite_Santo_Cristo_POLI). Nossa sugestão aqui é utilizar a base de dados do GoogleEarth.
Contudo, isto gera uma certa dificuldade pois os nomes das localidades/distritos não constam
Figura 5.40
2º passo
Como segundo passo, o leitor deve seguir as mesmas orientações apresentadas no 2º
passo do item 5.4.1 deste capítulo para criar uma nova camada vetorial na qual serão inseridos
os dados tomando por base as imagens de satélite do GoogleEarth.
3º passo
Neste terceiro passo, os procedimentos a serem adotados são os mesmos descritos no
3º passo do item 5.4.1 deste capítulo. A diferença é que quando utilizamos a carta topográfica
como fonte de dados, as toponímias estão presentes na própria carta, bastando copiá-las. No
caso de se utilizar as imagens de satélite, o leitor precisará saber o nome do local para o qual
está inserindo uma nova feição pontual na camada criada.
5.5 Montando o projeto com o mapa base municipal
Finalizadas as edições necessárias, é chegada a hora de montarmos um projeto no QGIS
contendo os dados que consideramos necessários ao assim denominado mapa base municipal. É
importante recordar ao leitor que, na pasta c:\OTM\bases, estão disponíveis as camadas vetoriais
descritas no quadro 5.2. Com o intuito de melhor organizar os dados, transferimos a camada
“Limite_Santo_Cristo_POLI” da pasta c:\OTM\lim_Santo_Cristo para a pasta c:\OTM\bases.
Capítulo 5
98 Construindo o mapa base municipal
Quadro 5.2 – Camadas vetoriais disponíveis na pasta c:\OTM\bases [1]
Camada Tipo Descrição
[1] A descrição das fontes dos dados utilizados está disponível no capítulo 3.
Figura 5.41
Figura 5.42
Observe que com o reordenamento das camadas pouca coisa mudou sob o aspecto da
sua visualização. O que determinará a qualidade da visualização dos dados, após o seu
reordenamento, são as propriedades das cores, da espessura das linhas, do tamanho dos pontos
entre outras. No capítulo 4 e nas páginas iniciais deste capítulo, já fizemos algumas menções a
estas propriedades e como proceder para alterá-las. Assim, no quadro 5.3, apresentamos um
conjunto de sugestões de propriedades a serem aplicadas às camadas carregadas no QGIS para
que sua visualização seja como demonstrada na figura 5.43.
Quadro 5.3 – Propriedades para a visualização das camadas
Camada Propriedade Parâmetro
Capítulo 5
100 Construindo o mapa base municipal
hidrografia_Santo_Cristo Cor Azul – RGB (109,204,251)
Espessura da caneta 0.30
Figura 5.43
Esta composição de dados será utilizada para a montagem final de outros mapas que
serão gerados no decorrer deste material. Assim, salvaremos esta composição como um projeto
do QGIS. Para tanto, clique na opção “Salvar” e navegue até a pasta c:\OTM e atribua o nome
“mapa_base” e clique em “Salvar” (figura 5.44). Após clicar em “Salvar”, observe que o nome do
projeto passará a figurar no canto superior esquerdo da tela, junto com o nome e a versão do
software (figura 5.45).
Ferramenta
“Salvar”
Figura 5.45
Neste processo de edição do projeto com o mapa base municipal, podem ser
aperfeiçoados, de momento, mais três elementos: 1) alteração do nome das camadas para fins
de visualização; 2) rotulação e categorização dos dados em formato de ponto; e, 3) categorização
das feições do sistema viário.
5.5.1 Alteração do nome das camadas para fins de visualização
Quando se trabalha com a montagem final de um mapa (tema do qual trataremos em
capítulo posterior), a legenda é um elemento fundamental pois é através dela que o usuário do
mapa terá condições de fazer sua correta interpretação. Na legenda, serão adicionados os nomes
a cada feição de acordo com a denominação dada à cada camada. Assim, sugerimos ao leitor
que após adicionar as camadas e fazer a devida configuração das suas propriedades, altere os
nomes para facilitar os processos futuros.
A alteração do nome das camadas, que será feita apenas para fins de visualização e
edição futura da legenda do mapa (este procedimento não interfere no nome dos arquivos), é
Capítulo 5
102 Construindo o mapa base municipal
bastante simples: basta clicar sobre o nome da camada e apertar a tecla “F2” que a edição do
nome será ativada. Após a ativação da edição basta digitar o nome que se deseja atribuir à
camada e teclar “Enter” ao final da digitação. Atribua o nome das camadas do projeto
“mapa_base” conforme demonstrado na figura 5.46.
Figura 5.46
Figura 5.47
Figura 5.48
Além da rotulação, que nos permitiu apresentar os nomes no mapa, iremos categorizar
as informações para que o usuário saiba o que os pontos efetivamente representam. Este
procedimento é realizado também pela janela de propriedades.
Após acessar a janela das propriedades da camada “localidades”, clicando duas vezes
sobre seu nome, acesse a aba “Estilo” e, no campo em que aparece “Símbolo simples”, altere
Capítulo 5
104 Construindo o mapa base municipal
para “Categorizado”. Observe que a janela passa por uma substancial mudança (figura 5.49). No
campo “Coluna”, selecione “TIPO” e clique no botão “Classificar” localizado abaixo do quadro em
branco da janela, para que sejam apresentadas neste quadro as categorias disponíveis.
As propriedades visuais de cada uma das categorias podem ser alteradas para que seja
possível diferenciá-las melhor ao visualizar o mapa. Para fazer esta edição, clique duas vezes
sobre o símbolo da categoria que deseja alterar (“Sede de distrito”, por exemplo”), para que as
opções sejam apresentadas (figura 5.50). Altere a cor para “Preto” e o tamanho para “2.5” e
clique em “ok”. Para a categoria “localidades” altere apenas a cor para “preto” e para a categoria
“outro” altere a cor para “laranja” e clique em “Ok”. O resultado será apresentado conforme
demonstrado pela figura 5.51. Pode-se observar na referida figura, que a diferenciação dos
pontos é visível no mapa como também na legenda da camada “localidades”, são apresentadas
as diferentes categorias presentes no mapa.
Figura 5.49
Figura 5.50
Capítulo 5
106 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.52
Figura 5.53
Analisando a figura 5.53, é possível observar que há apenas duas rodovias, que partem
da cidade de Santo Cristo, definidas como “Estradas Estaduais sem pavimentação”. Para o
contexto atual, esta denominação não está adequada pois, tomando por base o Mapa Rodoviário
do Rio Grande do Sul (RIO GRANDE DO SUL, 2017), ocorrem as seguintes situações relacionadas
às rodovias no município em questão: 1) a rodovia que liga a cidade de Santo Cristo ao município
de Santa Rosa (indicação “A” na figura 5.54), está pavimentada e é Federal; 2) a rodovia que
liga a cidade de Santo Cristo ao município de Alecrim (indicação “B” na figura 5.54), está
pavimentada e é Estadual; 3) a rodovia que liga a cidade de Santo Cristo ao município de Porto
Figura 5.54
Esta análise nos remete à necessidade de algumas edições que serão feitas na tabela de
atributos, alterando a indicação de categoria (na coluna “TIPO”) das rodovias indicadas.
Iniciaremos a edição pela rodovia indicada com a letra “A” na figura 5.54. Utilizando a ferramenta
“Selecionar feições” e segurando a tecla “Ctrl” do seu teclado, selecione todos os segmentos de
linha que compõe esta rodovia (figura 5.55). Após selecioná-los, clique com o botão direito do
mouse sobre o nome da camada “sistema_viário” e clique na opção “Abrir tabela de atributos”.
Na janela da tabela de atributos, clique no botão “Alterar edição” e depois no botão “Mover a
seleção para o topo” (figura 5.56). Observe que as linhas da tabela que equivalem aos segmentos
selecionados estão no topo da tabela. Na coluna “TIPO”, altere o texto para “BR-472
pavimentada” para todas as linhas que estiverem selecionadas (figura 5.56). Após finalizar o
preenchimento, clique no botão “Desfazer todas as seleções” para que as feições sejam
desmarcadas (figura 5.56).
Capítulo 5
108 Construindo o mapa base municipal
Figura 5.55
Segmentos
selecionados
Figura 5.56
Desfazer
Alterar todas as
edição seleções
Mover a seleção
para o topo
Mantenha a janela da tabela de atributos aberta e volte para a janela principal do QGIS.
Utilizando novamente a ferramenta “Selecionar feições” e mantendo a tecla “Ctrl” do seu teclado
pressionada, selecione todos os segmentos de linha que compõe a rodovia indicada pela letra “B”
na figura 5.54. Após selecionar os segmentos, retorne para a janela da tabela de atributos e
clique no botão “Mover seleção para o topo” e altere o texto na coluna “TIPO” para “RS-540
pavimentada” para todas as linhas que estiverem selecionadas. Após finalizar o preenchimento,
clique no botão “Desfazer todas as seleções” para que as feições sejam desmarcadas.
Para o caso da rodovia indicada com a letra “C” na figura 5.54, é necessário um certo
cuidado para que no processo de seleção ela não seja confundida com outras estradas municipais.
Assim, observa o zoom da figura 5.57, na qual foi dado destaque para a seleção finalizada das
feições referentes a esta rodovia. Siga os mesmos procedimentos adotados para os dois casos
anteriores, inserindo na coluna “TIPO” o texto “RSC-472 pavimentada”. Após finalizar os
Figura 5.57
Segmentos
selecionados
Figura 5.58
Capítulo 5
110 Construindo o mapa base municipal
não necessariamente os dados aqui apresentados serão
suficientes ou, por outro lado, terão que ser utilizados
para que se chegue aos resultados esperados. Com isto
queremos reforçar a importância e a necessidade de que
trabalhar com geotecnologias e cartografia para
qualquer finalidade que seja, não é apenas uma tarefa
de geração de “bonitos” mapas, mas sim, uma tarefa
eminentemente analítica e de tomada de decisões, que
nem sempre são de fácil resolução.
Figura 6.1
A escala operacional do projeto foi 1:250.000, e pode ser considerado até hoje o maior
e mais detalhado levantamento de recursos naturais do território brasileiro. Ao ser finalizado, no
ano de 1985, o acervo do projeto foi incorporado ao IBGE que, desde então, vem trabalhando
no processo de compilação e disseminação das informações.
Os mapeamentos do projeto seguem a articulação do Mapa Índice do Brasil, em escala
1:250.000. No GEOFTP do IBGE, como já brevemente descrito no capítulo 3, podem ser
acessados os vetores para as quatro principais temáticas trabalhadas pelo projeto: geologia,
geomorfologia, pedologia e vegetação, os quais estão em escala operacional 1:250.000, mas
utilizam a articulação da carta ao milionésimo, ampliando assim a área recoberta por cada
arquivo.
Estão também disponíveis, para os quatro temas citados, os mapas em formato PDF, de
acordo com a articulação padrão na escala 1:250.000. Para visualizar os mapas em formato PDF,
utilize o GEOFTP do IBGE, no endereço ftp://geoftp.ibge.gov.br, acesse a pasta
“informacoes_ambientais”, selecione o tema desejado e posteriormente a pasta
“mapas/escala_250_mil”. Ao chegar neste último nível, serão listados todos os mapas disponíveis
para este tema, codificados de acordo com o Mapa Índice do Brasil, para escala 1:250.000.
Além dos dados geográficos e dos mapas em PDF, o projeto RADAMBRASIL gerou um
conjunto de livros que descrevem as características mapeadas. Os volumes apresentados como
Levantamento de Recursos Naturais, perfazem um total 38 livros que estão disponíveis para
download na Biblioteca do IBGE, no endereço https://biblioteca.ibge.gov.br/.
A partir de 2003, a CPRM (Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais), desenvolveu o
projeto RADAM-D, com o intuito de digitalizar e preservar os dados originais dos levantamentos
de radar que foram gerados. Esta iniciativa permite que se tenha acesso aos dados originais, os
quais podem servir de base para novos processamentos, além de possibilitarem cruzamentos com
dados de tecnologias mais atuais.
Capítulo 6
114 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Saiba mais sobre os projetos RADAMBRASIL e RADAM-D em:
https://www.ofitexto.com.br/comunitexto/projeto-radam-e-
descoberta-de-um-novo-brasil/
http://www.cprm.gov.br/publique/Geologia/Sensoriamento-
Remoto-e-Geofisica/RADAM-D-628.html
ESCOBAR, I. P. et al. Reprocessamento digital das imagens
SLAR geradas pelos projetos RADAM e RADAMBRASIL –
projeto RADAM-D. Anais XII Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto, Goiânia, Brasil, 16-21 abril 2005,
INPE, p. 4395-4397.
OLIVEIRA, S. A. M. et al. Digitalização e disponibilização dos
filmes e originais dos projetos RADAM/RADAMBRASIL -
Exemplos para aplicação. Anais XV Simpósio Brasileiro de
Sensoriamento Remoto - SBSR, Curitiba, PR, Brasil, 30 de
abril a 05 de maio de 2011, INPE p.8303-8309.
Geologia sg21zd_geol.pdf
Geomorfologia sg21zd_geom.pdf
Pedologia sg21zd_ped.pdf
Vegetação sg21zd_veg.pdf
O dinamismo dos temas em questão não permite que todas as informações sejam
vinculadas às legendas dos mapas. Além disto, há outros dados de referência que podem auxiliar
na compreensão de determinadas ocorrências. Para tanto, utilizaremos o volume 33 do
Levantamento de Recursos Naturais (IBGE, 1986), que se refere a folha SH.22 Porto Alegre e
Capítulo 6
116 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
SG21_GEOLOGIA_PT No caso da folha SG.21, esta camada traz informações que apresentam
elementos geológicos definidos como “falhas indiscriminadas”, como
pode ser verificado na coluna “CLASSIF” da tabela de atributos.
1º passo
Como o SRC dos dados de geologia e do limite do município não são o mesmo, será
necessário fazer um processo de alteração do sistema de referência dos dados de geologia para
que seja possível processá-los considerando o limite do município. Adicione ao QGIS a camada
vetorial ”SG21_GEOLOGIA“ que está na pasta C:\OTM\sg_21_geologia e, utilizando a ferramenta
de “Selecionar feições”, selecione a feição mais ao sul, conforme demonstrado na figura 6.2.
Figura 6.2
Após selecionar a feição, salve-a para um novo arquivo Shapefile, considerando apenas
as feições selecionadas e alterando o SRC para “SIRGAS 2000 / UTM zone 21S” (EPSG 31981),
atribuindo ao novo arquivo o nome “SG21_GEOLOGIA_transitorio”, que deverá ser salvo na pasta
C:\OTM\sg_21_geologia. Este procedimento deve ser repetido para as demais camadas do tema
geologia, atribuindo como novo nome dos arquivos o próprio nome do arquivo acrescido de
“_transitorio”. Salve os arquivos na pasta C:\OTM\sg_21_geologia. Como as demais camadas são
compostas de pontos ou de linhas, o processo de seleção das feições deve ser feito clicando com
o mouse na parte superior esquerda da área que se quer selecionar e, segurando o botão
esquerdo do mouse, vá até o canto inferior direito da área a ser selecionada (criando assim um
retângulo) e solte o botão do mouse para que as feições sejam selecionadas (figura 6.3). Ao final
deste procedimento teremos à disposição as camadas vetoriais referentes à geologia, com o SRC
adequado para os próximos procedimentos.
2º passo
Para iniciarmos a geração do mapa geológico do município de Santo Cristo, vamos criar
a pasta de trabalho “radambrasil”, na pasta c:\OTM, na qual serão colocados todos os dados
originários do projeto RADAMBRASIL. Após criar a pasta, adicione ao QGIS a camada vetorial
contendo o limite do município em forma de polígono (C:\OTM\bases\Limite_Santo_Cristo_POLI),
e a camada vetorial ”SG21_GEOLOGIA_transitorio“ que está na pasta C:\OTM\sg_21_geologia
(figura 6.4).
Capítulo 6
118 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.4
SG21_GEOLOGIA_transitorio SG21_GEOLOGIA_Santo_Cristo
SG21_GEOLOGIA_PT_transitorio SG21_GEOLOGIA_PT_Santo_Cristo
3º passo
No capítulo 5, tratamos da elaboração e montagem do Mapa Base Municipal. Os dados
atribuídos a este mapa são, via de regra, necessários para todos os mapas que forem gerados,
salvo alguma exceção em que a quantidade de informações possa prejudicar a boa interpretação
do mapa. Para montar o mapa geológico de Santo Cristo, clique no botão “Abrir” e busque o
projeto “mapa_base” que está na pasta c:\OTM e clique em “Abrir” (figura 6.6). Com o mapa
base aberto, clique no botão “Salvar Como” e salve o projeto com o nome “mapa_geológico” na
pasta c:\OTM (figura 6.7). Observando o canto superior esquerdo da tela do QGIS, o leitor
perceberá que o nome do novo projeto aparece junto ao nome do software.
Figura 6.6
Abrir
Projeto
“mapa_base”
Abrir
Capítulo 6
120 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.7
Salvar como
mapa_geológico
Salvar
4º passo
Como etapa seguinte, adicione as camadas “SG21_GEOLOGIA_FRATURA_Santo_Cristo”,
“SG21_GEOLOGIA_PT_Santo_Cristo” e “SG21_GEOLOGIA_Santo_Cristo”, que estão na pasta
c:\OTM\radambrasil. A ordem destas camadas na lista de visualização deve levar em consideração
a sua abrangência. Assim, a camada “SG21_GEOLOGIA_Santo_Cristo” deve ficar abaixo da
camada “limite_municipal” e as demais camadas devem ser as primeiras da lista de visualização,
para que recebam melhor destaque na montagem do mapa (figura 6.8).
Figura 6.8
Figura 6.9
Capítulo 6
122 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.10
Uma última edição que sugerimos ao leitor, é a alteração do nome das camadas para fins
de constituição da legenda do mapa geológico. Assim, sugerimos alterar o nome
“SG21_GEOLOGIA_Santo_Cristo” para “Geologia”, o nome “SG21_GEOLOGIA_PT_Santo_Cristo”
para “Falhas geológicas” e o nome “SG21_GEOLOGIA_FRATURA_Santo_Cristo” para “Fraturas
geológicas”, utilizando os procedimentos já descritos no capítulo 5. O resultado final deste
procedimento está demonstrado na figura 6.11. Não se esqueça de salvar as alterações realizadas
no projeto “mapa_geológico”.
Figura 6.11
Capítulo 6
124 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
atribuindo os nomes de acordo com o quadro 6.5. Os arquivos resultantes do processo de recorte
devem ser salvos na pasta c:\OTM\radambrasil. Como resultado, o leitor deverá ter duas
camadas, uma com polígonos e outra com linhas, como demonstrado pela figura 6.12.
Quadro 6.5 – Lista de nomes das camadas a serem recortadas e nome a serem
atribuídos aos arquivos resultantes do recorte
Nome da camada a ser recortada Nome da camada recortada
SG21_GEOMORFOLOGIA_transitorio SG21_GEOMORFOLOGIA_Santo_Cristo
SG21_GEOMORFOLOGIA_SIMB_LIN_transitorio SG21_GEOMORFOLOGIA_SIMB_LIN_Santo_Cristo
Figura 6.12
2º passo
Aqui o leitor deverá repetir o processo de abertura e salvamento de um novo projeto a
partir do projeto “mapa_base”; agora ele deverá ser salvo com o nome de
“mapa_geomorfológico”, seguindo os procedimentos descritos no 3º passo do item 6.3. Após
salvar o novo projeto, adicione as camadas referentes aos dados geomorfológicos
(SG21_GEOMORFOLOGIA_Santo_Cristo e SG21_GEOMORFOLOGIA_SIMB_LIN_Santo_Cristo) e
edite as propriedades de estilo. Para uma visualização adequada dos dados, lembre-se que na
lista de camadas, os dados em formato de polígono (SG21_GEOMORFOLOGIA_Santo_Cristo)
deve estar no final da lista e, para que não haja cortes em função dos demais dados lineares, as
linhas que representam feições geomorfológicas do território municipal
(SG21_GEOMORFOLOGIA_SIMB_LIN_Santo_Cristo) devem estar por primeiro na lista (figura
6.13).
3º passo
Como o leitor deve ter percebido, com relação a este tema, há mais de uma característica
disponível na camada “SG21_GEOMORFOLOGIA_Santo_Cristo“, em função dos polígonos que
podem ser visualizado. Assim, para esta camada, não será feita uma simples alteração da cor,
mas sim, uma apresentação dos dados de forma categorizada. Esta técnica já foi utilizada no
capítulo anterior, mas, faremos aqui uma nova descrição em função do tipo de dado que está
sendo utilizado.
A primeira camada a ser editada é a “SG21_GEOMORFOLOGIA_Santo_Cristo“. Para
acessar as suas propriedades, clique duas vezes sobre o nome da camada e na janela das
propriedades acesse a aba “Estilo”. A forma de apresentação dos estilos será “Categorizada” para
que possam ser atribuídas características geomorfológicas a cada polígono. A “Coluna” a ser
utilizada é a “LEG_SUP”. Após clicar no botão “Classificar”, observe que são mostradas três
categorias geomorfológicas para o município de Santo Cristo (figura 6.14). Para uma visualização
mais adequada, é importante que se tenha uma boa diferenciação entre as cores que podem ser
editadas clicando duas vezes sobre a opção “Símbolo” de cada uma das unidades geomorfológicas
apresentadas (este procedimento já foi demonstrado de forma mais detalhada no capítulo
anterior). Sugere-se ainda que o “Estilo de borda” seja alterado para “Sem caneta”, visto que na
camada com informações lineares dos contatos geomorfológicos, trabalharemos com estas
simbologias. Na figura 6.15, demonstramos o processo resultante do ajuste do estilo de
visualização da camada em questão.
Capítulo 6
126 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.14
Figura 6.15
Figura 6.17
Capítulo 6
128 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.18
Iniciaremos pela edição do símbolo referente ao elemento “escarpa erosiva” (figura 6.19).
Utilizando a opção “Linha simples”, a “Cor” deverá ser alterada para “Preto”, a “Espessura da
caneta” para “0.45” e o “Estilo da caneta” para “Linha com traço + 2 pontos”. Para o elemento
“ressalto”, utilizaremos a opção “Linha simples”, com a “Cor” “Preto”, a “Espessura da caneta”
“0.45” e o “Estilo da caneta” “Linha pontilhada” (figura 6.19). Por sua vez, para o elemento “vale
ou sulco estrutural”, utilizaremos a opção “Linha simples”, com a “Cor” “Preto”, a “Espessura da
caneta” “0.55” e o “Estilo da caneta” “Linha sólida” (figura 6.19). Na figura 6.20, pode ser
observado o resultado final da edição de estilos realizada com esta camada de dados.
Figura 6.19
Figura 6.20
Capítulo 6
130 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
SG21_pedo_ponto É uma camada do tipo ponto, indicando a localização de pontos
de amostragem de solo. Esta camada não será considerada nesse
trabalho pois não há dados para o município de Santo Cristo.
1º passo
Tendo em vista que a fonte dos dados é a mesma que a dos dados de geologia e
geomorfologia, o leitor deverá repetir os procedimentos iniciais de carregar os dados, salvá-los
com alteração de SRC e, por fim recortá-los, para obter como resultado final destes
procedimentos, o arquivo “SG21_PEDOLOGIA_Santo_Cristo” (figura 6.21), que deverá estar salvo
na pasta c:\OTM\radambrasil.
Figura 6.21
2º passo
Aqui o leitor deverá repetir o processo de abertura e salvamento de um novo projeto a
partir do projeto “mapa_base”; agora ele deverá ser salvo com o nome de “mapa_pedológico”.
Após salvar o novo projeto, adicione a camada “SG21_PEDOLOGIA_Santo_Cristo” e edite as
propriedades de estilo. Para uma visualização adequada dos dados, lembre-se que a nova camada
adicionada deve estar no final da lista (figura 6.22).
3º passo
Da mesma forma como procedemos com os dados das temáticas anteriores, os dados de
pedologia devem ser demonstrados de maneira categorizada. Assim, edite as propriedades de
estilo, utilizando a “Coluna” “LEGENDA” (figura 6.23). Edite o símbolo de cada uma das classes
para que o resultado seja idêntico ao apresentado pela figura 6.24. Altere ainda o nome da
camada “SG21_PEDOLOGIA_Santo_Cristo” para “Pedologia” e salve as alterações do projeto.
Figura 6.23
Capítulo 6
132 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.24
Figura 6.25
2º passo
Aqui o leitor deverá repetir o processo de abertura e salvamento de um novo projeto a
partir do projeto “mapa_base”; agora ele deverá ser salvo com o nome de “mapa_de_vegetação”.
Após salvar o novo projeto, adicione a camada “SG21_VEGETACAO_Santo_Cristo” e edite as
propriedades de estilo. Para uma visualização adequada dos dados, lembre-se que a nova camada
adicionada deve estar no final da lista (figura 6.26).
Capítulo 6
134 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Figura 6.26
3º passo
Da mesma forma como procedemos com os dados de geomorfologia, os dados de
vegetação devem ser demonstrados de maneira categorizada. Assim, edite as propriedades de
estilo, utilizando a “Coluna” “LEG_CARGA” (figura 6.27). Edite o símbolo de cada uma das classes
para que o resultado seja idêntico ao apresentado pela figura 6.28. Altere ainda o nome da
camada “SG21_VEGETACAO_Santo_Cristo” para “Vegetação” e salve as alterações do projeto.
Figura 6.27
Capítulo 6
136 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
adequada interpretação da metodologia do mapeamento, estes dados de nada ajudam. Assim,
vejamos um exemplo prático do que pode ocorrer no mapa geomorfológico.
Figura 6.29
Linha divisória
interna de uma
unidade
geomorfológica
Capítulo 6
138 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Para o caso do mapa pedológico, utilizamos a coluna “LEGENDA” da tabela de atributos
para gerar a identificação dos dados. Esta coluna contém um resumo das principais características
de cada polígono de solo presente no mapa. Este resumo contém a sigla, a ordem, a subordem
e o grande grupo para cada polígono. Contudo, analisando a tabela de atributos podem ser
identificados outras características que auxiliam num aprofundamento da análise dos dados
como, por exemplo, a textura, a pedregosidade, as características do relevo, entre outras.
O leitor deve ter observado que no item 6.6, categorizamos os dados de vegetação
utilizando a coluna da tabela de atributos denominada “LEG_CARGA”, que contém a legenda
completa do mapa, considerando todos os elementos e níveis de mapeamento. Os resultados são
apresentados em conjuntos de siglas que, se não forem explicados de forma adequada, não
dizem nada, ou seja, são apenas um dado sem informação.
Com o intuito de uma compreensão didática da interpretação da legenda atribuída ao
mapa de vegetação, elaboramos o quadro 6.8. Nele, além da interpretação de cada categoria,
estão informadas as fontes utilizadas para a descrição dos dados.
Quadro 6.8 – Interpretação do mapa de vegetação
Categoria Descrição
Acc+Vss+Cs A vegetação original desta área era a Floresta Estacional Decidual [1], sendo
considerada atualmente uma área com atividades antrópicas dominantes [2]. O
uso antrópico predominante é a Agropecuária [3], seguida da Vegetação
secundária sem palmeiras [4] e da Floresta Estacional Decidual Submontana [5].
Ag+Vss+Cs A vegetação original desta área era a Floresta Estacional Decidual [1], sendo
considerada atualmente uma área com atividades antrópicas dominantes [2]. O
uso antrópico predominante é a Agricultura com Culturas Cíclicas [3], seguida da
Vegetação secundária sem palmeiras [4] e da Floresta Estacional Decidual
Submontana [5].
Iu.C A vegetação original desta área era a Floresta Estacional Decidual [1], sendo
considerada atualmente uma área com atividades antrópicas dominantes [2]. É
uma área com predomínio de influência urbana [3].
Figura 6.31
Capítulo 6
140 Os mapas de geologia, geomorfologia, pedologia e vegetação
Sidnei Luís Bohn Gass
QGIS aplicado ao ordenamento territorial municipal
Dieison Morozoli da Silva
141
Capítulo 7
O mapeamento do uso da terra
O mapa que será gerado neste capítulo será baseado no Mapeamento do Uso da Terra
do Rio Grande do Sul, elaborado pelo IBGE (IBGE, 2010), que está disponível na forma vetorial
(Shapefile), dado ao qual aplicaremos os procedimentos já adotados com as temáticas do capítulo
6. Serão ainda associados alguns outros procedimentos considerando a forma como os dados de
origem estão disponíveis. A forma de acesso ao dado foi descrita no capítulo 3. Se o usuário
seguiu as orientações do referido capítulo, os dados estão disponíveis e prontos para uso na pasta
c:\OTM\ RS_uso_100mil.
Figura 7.1
Figura 7.2
SRC selecionado
Devemos recordar ao leitor, que a camada vetorial com o limite do município de Santo
Cristo está no SRC “SIRGAS 2000 / zone UTM 21S”. Isto nos leva às seguintes considerações: 1)
os dados estão em dois sistemas de coordenadas distintos: LatLong e UTM; 2) os dados estão
Capítulo 7
144 O mapeamento de uso da terra
em dois sistemas de referência diferentes: WGS84 e SIRGAS2000, e, 3) os dados de uso da terra
possuem o recobrimento total do estado do Rio Grande do Sul num único arquivo Shapefile. Neste
sentido, recordamos ainda que os dados trabalhados no capítulo 6 (geologia, geomorfologia,
pedologia e vegetação) estavam disponíveis considerando a articulação da Carta Internacional
do Mundo ao Milionésimo.
Como já mencionamos nos capítulos anteriores, para que o QGIS possa executar de
forma satisfatória os processamentos, é necessário que os dados estejam sempre com o mesmo
SRC. Tendo em vista que os dados de uso da terra compreendem a totalidade do estado do Rio
Grande do Sul, estes não podem ser salvos alterando seu SRC para “SIRGAS 2000 / UTM zone
21S”, pois o estado é cortado ao meio por dois fusos UTM como vimos no capítulo 3.
Para que sejam necessários menos procedimentos de conversão e reprojeção dos dados,
quando ocorrem questões como a que expomos aqui, o mais fácil e reprojetar o limite do
município para o SRC “WGS 84”, para que seja possível efetuar o recorte dos dados do uso da
terra. Após efetuado o recorte, estes dados deverão ser reprojetados para o SRC “SIRGAS 2000
/ UTM zone 21S”, para que sejam compatíveis com os demais dados.
1º passo
Adicione ao QGIS a camada vetorial “Limite_Santo_Cristo_POLI” que está na pasta
c:\OTM\bases e, utilizando a opção “Salvar como” que pode ser acessada com o botão direito do
mouse, salve um novo arquivo Shapefile com o nome “Limite_Santo_Cristo_POLI_WGS84”, na
mesma pasta, utilizando como SRC o “WGS 84” (código EPSG 4326).
2º passo
Inicie um novo projeto no QGIS e adicione as camadas vetoriais
“Limite_Santo_Cristo_POLI_WGS84” e “uso_Rs_100mil”. Agora será possível efetuar o recorte
dos dados de uso da terra utilizando como máscara o limite do município no SRC “WGS 84”. Os
procedimentos de recorte já foram utilizados nos capítulos anteriores. Atribua como nome ao
arquivo de saída “uso_terra_Santo_Cristo_WGS84” e salve este arquivo na pasta c:\OTM\
RS_uso_100mil. O resultado do recorte pode ser observado na figura 7.3.
Coordenadas
LatLong
WGS84
3º passo
Após o recorte dos dados, que deu origem ao arquivo “uso_terra_Santo_Cristo_WGS84”,
o mesmo deve ser salvo, alterando seu SRC para “SIRGAS 2000 / UTM zone 21S”. Este
procedimento já foi descrito de forma detalhada nos capítulos anteriores. Crie uma nova pasta
na pasta de trabalho c:\OTM, com o nome “uso_terra”, na qual deverá ser salvo o arquivo final,
com o nome “uso_terra_Santo_Cristo_UTM”. O resultado final do recorte e reprojeção dos dados
de uso da terra pode ser verificado na figura 7.4.
Figura 7.4
Coordenadas
UTM SIRGAS 2000
UTM 21S
4º passo
Para a montagem do mapa de uso da terra, será necessário abrir o projeto “mapa_base”
do QGIS e salvá-lo com o nome “mapa_uso_da_terra”, adotando os procedimentos descritos no
Capítulo 7
146 O mapeamento de uso da terra
capítulo 6. Após salvar o novo projeto, adicione a camada vetorial “uso_terra_Santo_Cristo_UTM”,
que está na pasta c:\OTM\uso_terra (figura 7.5), mantendo-a por último na lista de visualização.
Figura 7.5
Figura 7.6
Silvicultura_reflorestamento 1 255 30
Figura 7.7
Da mesma forma como tratamos no capítulo 6, quando falamos da análise dos dados,
aqui o leitor deve tomar o cuidado de entender a metodologia utilizada pelo IBGE para que possa
gerar um produto derivado que seja adequado. Um dado importante que não é possível identificar
no mapeamento utilizado como base são, por exemplo, as Áreas de Preservação Permanente no
entorno dos cursos hídricos. Se considerarmos as imagens de satélite utilizadas para a geração
Capítulo 7
148 O mapeamento de uso da terra
do mapeamento, esta informação poderia ter sido extraída. Contudo, para a escala operacional
(1:100.000) adotada, além do método de homogeneização aplicado, isto não se torna possível.
Isto não significa que o dado não seja válido ou que esteja errado. O que ocorre apenas
é que este é um mapeamento que não chega ao nível de detalhamento merecido para o nível
municipal, mas serve para apontar as tendências de uso que ocorrem em determinados
territórios.
Com esta temática, temos a intenção de introduzir algumas noções iniciais de trabalho
com imagens de satélite no QGIS. Como já mencionamos no capítulo 7, não trataremos das
técnicas de classificação das imagens de satélite, pois entendemos que isto deva ser tratado de
maneira mais detalhada futuramente.
A carta-imagem é um produto baseado na composição colorida de imagens de satélite
sem que estas passem por um processo de classificação. Podem ser consideradas “fotografias
espaciais” do território a partir das quais é possível reconhecer padrões do relevo, tipos de uso
da terra, áreas urbanizadas, infraestruturas implantadas entre outros elementos.
Utilizaremos para esta atividade uma imagem do satélite Landsat 8, instrumento
imageador OLI. Este é o mais novo satélite da família Landsat, colocado em órbita no ano de
2013. A família Landsat oferece à comunidade a série histórica mais longa de imagens de satélite,
tendo iniciado seus imageamentos no ano de 1972. As características da imagem que será
utilizada são apresentadas no quadro 8.1.
Órbita / Ponto 224 / 079 Esta é uma denominação dada para cada
cena para que se possa identificar a
imagem. A figura 8.1 representa a área
recoberta por esta cena.
Capítulo 8
152 A geração da carta-imagem
Figura 8.1
Órbita / Ponto
224 / 079
Santo Cristo
Figura 8.2
Figura 8.3
Capítulo 8
154 A geração da carta-imagem
reprojetada, ou seja, “SIRGAS 2000 / UTM zone 21S” (EPSG 31981). Todas as demais opções da
janela não serão utilizadas neste momento, sendo necessário apenas clicar em “Ok” (figura 8.4)
e aguardar a finalização do processamento dos dados.
Ao ser finalizado o processamento da reprojeção, aparecerá uma janela informando a
mensagem “Processo concluído”, bastando clicar em “Ok”. Na caixa de diálogo “qgis_bin”, basta
também clicar em “Ok”. Observe que a caixa de diálogo principal do comando ficará aberta, sendo
necessário apenas substituir os nomes dos arquivos de entrada e de saída para que a reprojeção
da próxima banda seja executada. Lembre-se que estes procedimentos devem ser repetidos para
as cinco bandas. Após executada a reprojeção de todas as bandas, elas estarão disponíveis no
QGIS como camadas raster (figura 8.5). Ao finalizar os procedimentos e não havendo mais
imagens a serem tratadas, utilize o botão “Fechar” para encerrar a exibição da janela. A utilização
do botão “Ok” iniciará um novo processamento com base nos últimos parâmetros fornecidos.
Figura 8.4
2º passo
Adicione a camada vetorial “limite_Santo_Cristo_POLI” ao QGIS, e observe que a área
da imagem que é de efetivo interesse para as nossas atividades é pequena (figura 8.6). Os dados
em formato raster sempre exigem quantidades de memória e espaço em disco grande. Assim,
quanto menores foram os arquivos, mais rápidos e menos onerosos serão os processamentos.
Figura 8.6
Antes de fazermos a montagem das cartas imagem, iremos proceder com o recorte das
bandas considerando o limite do município como máscara. Assim, estaremos trabalhando apenas
com os dados da nossa área de interesse. O princípio do recorte é o mesmo que já utilizamos
com os dados vetoriais. Contudo, alguns parâmetros mudam e o comando de recorte também é
outro.
Capítulo 8
156 A geração da carta-imagem
Acesse o comando Raster > Extrair > Recorte..., para que possamos dar início aos
processamentos (figura 8.7). Na janela de comando “Cortador”, selecione o “Arquivo de entrada
(raster)” a ser recortado, iniciando pelo “L8_20180105_B_2”. Na opção “Arquivo de saída”, clique
no botão “Selecionar...” e navegue até a pasta c:\OTM\L_8 e informe o nome
“L8_20180105_B_2_Santo_Cristo.tif” e clique no botão “Salvar”. Marque a opção “Nenhum valor
de dado” e mantenha o valor “0”. Em “Modo clipping”, marque a opção “Camada máscara” para
que possa ser utilizada uma camada vetorial na forma de polígono como máscara para o recorte.
Neste caso, a camada a ser utilizada é “limite_Santo_Cristo_POLI” que, por estar carregada no
QGIS, aparecerá automaticamente na caixa de seleção. Caso a camada não esteja disponível no
QGIS, ela pode ser informada através do botão “Selecionar...”. Em seguida deve ser marcada a
opção “Cortar a extensão do conjunto de dados alvo para a extensão da linha de corte”, para que
a imagem seja reduzida à área recoberta pelo polígono da máscara, ou seja, serão considerados
os extremos norte, sul, leste e oeste do polígono para definir os limites da imagem. Para que a
resolução espacial da imagem seja mantida, a opção “Manter a resolução do raster de entrada”
deve estar selecionada. Após informados todos os parâmetros (figura 8.7) clique em “Ok” e, ao
ser finalizado o processamento, clique em “Ok” na janela “Processo concluído”. Os procedimentos
devem ser repetidos para todas as bandas.
Figura 8.7
Figura 8.8
Com o uso da opção “Nenhum valor de dado” Sem o uso da opção “Nenhum valor de dado”
3º passo
O próximo passo é a realização das composições coloridas. Neste procedimento, devem
ser selecionadas três bandas, as quais serão atribuídas aos canais das RGB (vermelho – verde –
azul), para que os elementos possam ser enxergados de maneira colorida e não apenas em tons
de cinza, que é o padrão apresentado pelas imagens de satélite.
Capítulo 8
158 A geração da carta-imagem
c:\OTM\L_8. Para facilitar a identificação dos arquivos, selecione o formato dos arquivos desejado
(GeoTIFF), como demonstrado na figura 8.9; segure a tecla “Ctrl” do seu teclado, marque os
arquivos que deseja adicionar e clique em “Abrir” para que as camadas sejam adicionadas ao
QGIS (figura 8.9).
Figura 8.9
Botão “Raster”
Formato de arquivo
As camadas adicionadas correspondem aos canais do visível, ou seja, com estas bandas
(2, 3 e 4), é possível montarmos uma composição colorida em cores naturais. Para que isto seja
possível, atribuiremos a “banda 2” ao canal “B”, a “banda 3” ao canal “G” e a “banda 4” ao canal
“R”.
Acesse o comando Raster > Miscelânea > Mosaico (figura 8.10), na opção “Arquivo de
entrada”, clique no botão “Selecionar...”, navegue até a pasta c:\OTM\L_8 e, segurando a tecla
“Ctrl” do seu teclado, selecione as bandas “L8_20180105_B_4_Santo_Cristo”,
“L8_20180105_B_3_Santo_Cristo” e “L8_20180105_B_2_Santo_Cristo”, nesta ordem. Após
selecioná-las, clique no botão “Abrir”. Na opção “Arquivo de saída”, clique no botão
“Selecionar...”, navegue até a pasta c:\OTM\L_8 e informe o nome a ser atribuído ao arquivo que
conterá a composição colorida que, neste caso, será “L_8_432.tif”, e clique em salvar. Pelos
mesmos motivos já expostos anteriormente, marque a opção “Nenhum valor de dados” e
mantenha o valor “0”. Para que o comando “Mosaico” entenda que ele deve executar uma
composição colorida, deve ser marcada a opção “Colocar cada arquivo de entrada em uma banda
separada”.
Figura 8.10
Botão “Editar”
Capítulo 8
160 A geração da carta-imagem
Figura 8.11
Figura 8.13
Capítulo 8
162 A geração da carta-imagem
4º passo
Manipulando as configurações de estilo das composições coloridas, é possível aumentar
o contraste entre os elementos, permitindo que a interpretação visual da imagem resultante seja
facilitada. Acessando a janela das propriedades da camada, o leitor perceberá que, por se tratar
de um dado em formato raster, as opções apresentadas são diferentes das que são utilizadas nas
camadas vetoriais (figura 8.14). Faremos aqui apenas uma manipulação de brilho e contraste.
Deixaremos a cargo do leitor esta manipulação. Os resultados aos quais chegamos com esta
manipulação são demonstrados na figura 8.15.
Figura 8.14
Brilho
Contraste
Figura 8.15
Composição colorida 432 em RGB sem Composição colorida 432 em RGB com
manipulação das propriedades de estilo manipulação das propriedades de estilo
Figura 8.16
Capítulo 8
164 A geração da carta-imagem
Capítulo 9
A geração do NDVI no QGIS
No caso das imagens do satélite Landsat 8, o cálculo do NDVI utiliza a banda 4, que
possui o comprimento de onda 0,630 a 0,680 μm, correspondente ao vermelho, e a banda 5, que
possui o comprimento de onda 0,845 a 0,885 μm, correspondente ao infravermelho próximo.
9.2 O cálculo do NDVI no QGIS
Para executar o cálculo do NDVI no QGIS, utilizaremos a mesma imagem que foi utilizada
para a geração das cartas-imagem no capítulo 8. Assim, os procedimentos de reprojeção e recorte
já estão prontos. Observe na figura 9.1 a diferença nos tons de cinza das duas bandas: veja que,
via de regra, a banda 4 está mais escura que a banda 5, efeito provocado em função da maior
absorção de energia no vermelho e maior reflectância no infravermelho próximo, quando se trata
de elementos naturais.
Figura 9.1
Capítulo 9
166 A geração do NDVI no QGIS
Adicione ao QGIS as camadas raster “L8_20180105_B_4_Santo_Cristo” e
“L8_20180105_B_5_Santo_Cristo”, que estão na pasta c:\OTM\L_8. O cálculo do NDVI é gerado
utilizando-se a “Calculadora raster” que pode ser acessada através do menu Raster > Calculadora
raster (figura 9.2).
Figura 9.2
Figura 9.4
Capítulo 9
168 A geração do NDVI no QGIS
opção “Cor”, selecione a matiz “RdYGn” caso não esteja selecionada e clique em “Ok” para que
as configurações sejam aplicadas à imagem (figura 9.6).
Figura 9.5
Carregar valores
de mim/max
Valores extremos
de min e max
Min/Máx
Matiz de cores
“RdYGn”
Após a edição das propriedades de estilo é possível visualizar na imagem (figura 9.6) que
as áreas de solo exposto, a área urbana e o sistema viário aparecem em tons que vão do amarelo
ao vermelho e as áreas que possuem alguma forma de vegetação são apresentadas em diferentes
tons de verde, permitindo, assim, que o NDVI seja analisado a partir da estrutura de
desenvolvimento da vegetação.
Se o leitor considerar a aplicação do NDVI em um conjunto sucessivo de imagens dentro
de um mesmo período de desenvolvimento de uma determinada cultivar como, por exemplo, a
soja, será possível acompanhar seu processo de desenvolvimento desde o plantio até a colheita.
Este acompanhamento será possível em função do aumento da presença de clorofila nas áreas
que anteriormente eram identificadas em função do solo exposto ou da presença de palha.
Capítulo 9
170 A geração do NDVI no QGIS
Capítulo 10
O Modelo Digital de Elevação
Até o presente momento, tratamos de várias características que possuem relação com o
modelado do terreno que, por sua vez, é definido em função das altitudes. Assim, para dar
sequência a esta compreensão, trataremos neste capítulo dos MDEs (Modelos Digitais de
Elevação). Estes modelos podem ser definidos, de forma simplificada, como arquivos que contêm
registros altimétricos, organizados numa estrutura matricial em linhas e colunas
georreferenciadas, como uma imagem com um valor de elevação para cada pixel. Os registros
altimétricos devem ser idealmente valores de altitude do relevo para que o MDE seja uma
representação efetiva da topografia (VALERIANO, 2008). Por sua vez, para Li et al. (2004), por
ser um modelo matemático, são empregadas funções interpretativas que permitem a
reconstrução da superfície do terreno, a qual também pode ser considerada como a própria
construção do MDE.
Ao mencionar que idealmente os valores do MDE devem ser referentes a altitude do
relevo, Valeriano (2008), nos remete a importância de entender o método pelo qual o modelo ou
a imagem de relevo foi gerada. Em muitos casos, quando utilizados radares (como nas imagens
SRTM), o valor registrado pode ser o do dossel de uma área florestada ou o topo de um prédio,
não representando o relevo, mas sim, a superfície. Assim, a aplicação direta dos MDEs disponíveis
sem o devido conhecimento teórico e técnico sobre os mesmos, pode gerar resultados
equivocados.
A utilização de MDEs obtidos por sensores orbitais, para Valeriano (2005), representa
uma alternativa de grande interesse para suprir a carência de mapeamentos, sobretudo na África,
Oceania e América do Sul, locais onde é mais difícil e custoso realizar levantamentos topográficos.
A difusão dos MDEs de ampla cobertura e acesso livre, de acordo com Valeriano (2011) tem
estimulado sua aplicação em diversas áreas ligadas ao mapeamento geomorfológico. Entre estas,
o detalhamento geométrico e o refinamento de informações de mapas existentes têm sido
facilitados pela resolução atual dos dados disponíveis. Isto permite aos profissionais que
trabalham com SIG buscar e fazer uso de informações seguras para a elaboração de seus próprios
MDE na área de estudo escolhida.
Quando os MDEs são associados aos dados de uso e ocupação do solo, limite das
propriedades rurais, geomorfologia, permitem a análise integrada da área de interesse, gerando
resultados que tenham por objetivo a compreensão da função dos diferentes elementos
constituintes da paisagem. Estas conexões permitem uma leitura mais eficaz da diversidade dos
elementos que determinam às dinâmicas territoriais de um município.
Apresentaremos neste capítulo duas perspectivas de trabalho com relação ao MDE: 1) o
uso das curvas de nível para a interpolação e geração do MDE; 2) utilização de dados gerados a
partir de levantamento com radar espaço-transportado (missão SRTM).
10.1 O MDE a partir das curvas de nível
Quando tratamos das bases de dados iniciais a serem utilizadas, no capítulo 3, efetuamos
o download das curvas de nível correspondentes a Carta Topográfica em escala 1:50.000 do Rio
Grande do Sul. Estes dados representam os contornos do relevo e são baseados na altitude. A
partir destes dados (que estão no formato vetorial) é possível gerar superfícies matriciais
denominadas de MDEs.
As curvas de nível presentes na Carta Topográfica em questão, possuem equidistância
de 20 metros, ou seja, a cada 20 metros de diferença altimétrica foi traçada uma linha para
representar as formas do terreno. Quando mais próximas estas linhas estiverem, maior é a
declividade e quanto mais distantes estiverem, menor será a declividade.
1º passo
Da mesma maneira como procedemos com os demais dados, será necessário efetuar o
recorte das curvas de nível para a área de interesse. Contudo, tendo em vista que os trabalhos
partirão de um processo de interpolação, este recorte não será feito a partir do limite do
município, mas sim, a partir de um retângulo que envolva o território municipal de Santo Cristo.
Este procedimento é necessário para que nas bordas da área de interesse não ocorram ruídos ou
Capítulo 10
172 O Modelo Digital de Elevação
distorções por falta de cobertura de dados, o que pode gerar áreas sem uma adequada
interpolação.
Adicione ao QGIS a camada vetorial que contém o limite do município em forma de
polígono (Limite_Santo_Cristo_POLI), que está na pasta c:\OTM\bases. Será necessário criar um
polígono na forma de retângulo que envolva a camada vetorial do limite do município. Para
executar este procedimento, utilize a opção Vetor > Investigar > Polígono de extensão de camada
(figura 10.1). Na janela de comando, na opção “Camada de entrada”, informe o nome de camada
no entorno da qual deverá ser criado o retângulo e na opção “Extensão”, clique em “...”, utilize
a opção “Salvar em arquivo...”, navegue até a pasta c:\OTM\curvas_de_nivel_utm21, atribua o
nome “extensao" ao arquivo a ser gerado, clique em “Gravar” e em “Run”. Observe na figura
10.2, que foi criada uma nova camada vetorial, em forma de polígono, que envolve o limite do
município, mas que possui a geometria de um retângulo. Isto nos permitirá trabalhar com os
dados de todo o retângulo para o processo de interpolação.
Figura 10.1
Figura 10.2
Figura 10.3
3º passo
O procedimento de interpolação para a geração de uma superfície matricial que
represente as altitudes deve ser executado a partir de um conjunto de pontos que possuam como
um de seus atributos o valor de altitude. Assim, as curvas de nível devem passar pela extração
de nós, ou seja, cada nó das linhas deverá ser transformado num ponto. Como as linhas que
representam as curvas de nível possuem os valores de altitude como atributo, os mesmos serão
mantidos para os pontos que serão criados.
Utilize a ferramenta Vetor > Geometrias > Extrair nós (figura 10.4). Na opção “Camada
de entrada”, informe a camada da qual deverão ser extraídos os nós, neste caso,
“curvas_extensao”; na opção “Nós”, clique em “...”, acesse a opção “Salvar em arquivo...”,
navegue até a pasta c:\OTM\curvas_de_nivel_utm21, atribua o nome “nos" ao arquivo a ser
gerado, clique em “Gravar” e em “Run” (figura 10.4). Como resultado, será adicionada ao QGIS
uma camada com pontos equivalentes a cada um dos nós das linhas da camada
“curvas_extensao” (figura 10.5).
Capítulo 10
174 O Modelo Digital de Elevação
Figura 10.4
Figura 10.5
Acessando a tabela de atributos da camada gerada (figura 10.6), o leitor poderá observar
que na coluna “CODIGO” está presente o valor altimétrico de cada ponto. É a partir deste dado
que será gerada a interpolação.
4º passo
A interpolação é gerada a partir da ferramenta Raster > Interpolação > Interpolação
(figura 10.7). No quadro “Entrada”, selecione a camada “nos” na opção “Camadas vetoriais”; em
“Atributo de interpolação”, selecione “CODIGO” e clique em “Adicionar” para que a seleção seja
adicionada à lista de dados de interpolação. No quadro “Saída”, selecione o método de
interpolação “Interpolação triangular (TIN)” e clique no botão em branco para abrir a janela de
configuração do interpolador selecionado.
A interpolação triangular permite utilizar dois métodos para a geração dos triângulos:
linear e cúbica. Neste exemplo, utilizaremos o método “linear”. Marque a opção “Exportar
triângulos para shapefile após interpolação”, clique no botão “...” e navegue até a pasta
c:\OTM\curvas_de_nivel_utm21, atribua o nome “triangulos" ao arquivo a ser gerado, clique em
“Gravar” e em “Ok” (figura 10.7).
De volta a janela principal do comando de interpolação, altere as opções “Tamanho da
célula x” e “Tamanho de célula y” para “20”. Observe que o “Número de linhas” e o “Número de
colunas” foi automaticamente ajustado. O valor “20” que atribuímos, é a resolução espacial do
pixel da matriz que será gerada, o qual foi definido em função da equidistância das curvas de
nível. Por fim, na opção “Arquivo de saída”, clique em “...”, navegue até a pasta
c:\OTM\curvas_de_nivel_utm21, atribua o nome “MDE_1.tif" ao arquivo a ser gerado, clique em
“Salvar” e em “Ok”. Após processados os dados, é apresentado na tela o resultado da
interpolação, como demonstra a figura 10.8.
A camada vetorial “triangulo” que foi gerada, não é automaticamente carregada ao QGIS.
Solicitamos que ela fosse gerada para que o leitor possa, posteriormente, aprofundar seus
estudos com relação a estes procedimentos. A visualização parcial da mesma pode ser verificada
na figura 10.9.
Capítulo 10
176 O Modelo Digital de Elevação
Figura 10.7
Configuração
do interpolador
Figura 10.8
5º passo
Com o resultado da interpolação disponível, é possível gerar o recorte dos dados para o
limite do município de Santo Cristo. Assim, desafiamos o leitor a replicar aqui o procedimento de
recorte de dados raster que já foi executado no 2º passo do capítulo 8. Utilize como nome para
o arquivo de saída “MDE_curvas_Santo_Cristo.tif”. O resultado ao qual o leitor deve chegar está
expresso na figura 10.10.
Figura 10.10
Capítulo 10
178 O Modelo Digital de Elevação
associada posteriormente ao MDE, será possível visualizar, além das diferenças altimétricas, os
comportamentos gerais do relevo.
Com a camada raster ” MDE_curvas_Santo_Cristo” carregada no QGIS (figura 10.10),
utilize a ferramenta Raster > Análise do terreno > Sombreamento (figura 10.11). Na janela de
comando, na opção “Camada com as elevações”, informe o nome do MDE, na opção “Camada
de saída”, clique no botão “...” e navegue até a pasta c:\OTM\curvas_de_nivel_utm21 e informe
o nome “sombreamento_1.tif” e clique em “Salvar”. A opção “Fator Z”, equivale ao exagero que
deverá ser atribuído ao terreno que, neste caso, pode ser “3”. As opções de iluminação “Azimute
(ângulo horizontal)” e “Ângulo vertical” podem ser os valores “335” e “45”, respectivamente
(figura 10.11). Após finalizar o preenchimento, clique em “Ok” para que o processamento seja
realizado e resultado apresentado (figura 10.12).
Cabe ressaltar que os parâmetros do “Fator Z” bem como as opções de iluminação,
devem ser testados pelo usuário em função da área na qual está trabalhando. Em função da
direção dos fluxos de drenagem e das amplitudes altimétricas, deverão ser definidos tais
parâmetros. É preciso tomar cuidado para que não haja um exagero muito grande, o que poderia
dar uma sensação visual de terreno montanhoso, nem um exagero muito pequeno, o que poderia
transformar a área em grandes superfícies planas.
Figura 10.11
Analisando o resultado apresentado pela figura 10.12, observa-se que os fundos de vale
ficam visíveis em função das tonalidades mais escuras. Os parâmetros de iluminação auxiliam na
identificação também da orientação das vertentes, das formas do relevo e das declividades.
Capítulo 10
180 O Modelo Digital de Elevação
Figura 10.13
Na figura 10.15 o leitor pode verificar o resultado obtido com estes procedimentos.
Observe que a visualização dos dados altimétricos, quando associados ao relevo sombreado,
permite uma melhor interpretação das dinâmicas que ocorrem, o que é ainda potencializado pela
presença da hidrografia.
Figura 10.15
Capítulo 10
182 O Modelo Digital de Elevação
escalas mais amplas. Para o caso do território municipal, considerando as análises para fins de
uso agrícola e planejamento geral, estes dados atendem às necessidades. Estes dados já estão
disponíveis no formato raster, não sendo necessário fazer a interpolação.
1º passo
Adicione ao QGIS a camada raster “27S555ZN” que está na pasta c:\OTM\27S555ZN
(figura 10.16). Os dados oriundos do projeto TOPODATA estão no sistema de coordenadas
“LatLong” e no sistema de referência “WGS84”. Assim, estes dados precisarão ser reprojetados
para o sistema “SIRGAS 2000 / UTM zone 21S” para que possam ser recortados.
Figura 10.16
2º passo
Inicie um novo projeto no QGIS e carregue a camada raster “27S555ZN_UTM” e a
camada vetorial “Limite_Santo_Cristo_POLI” (figura 10.18). Desafiamos o leitor a executar o
recorte da camada raster utilizando a camada vetorial como máscara para obter o resultado
apresentado pela figura 10.19. Salve o arquivo de saída com o nome
“27S555ZN_UTM_Santo_Cristo.tif”. Este procedimento já foi executado anteriormente com
outros dados.
Figura 10.18
Capítulo 10
184 O Modelo Digital de Elevação
Figura 10.19
Com este procedimento, nosso intuito não é apenas apresentar os dados com a
distribuição demonstrada no quadro 10.1, mas sim, gerar uma nova imagem-síntese que
contenha apenas o valor das classes. No QGIS, este procedimento é realizado utilizando-se a
calculadora raster, que está disponível no menu Raster. No quadro 10.2, apresentamos a
montagem da equação para a geração da imagem-síntese das classes altimétricas, a qual deve
ser informada no campo “Calculadora de expressão raster” (figura 10.20).
Quadro 10.2 – Equação para a geração da imagem-síntese das classes altimétricas
(("27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1"<=200)*1)+
(("27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1">200 AND "27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1"<=250)*2)+
(("27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1">250 AND "27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1"<=300)*3)+
(("27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1">300 AND "27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1"<=350)*4)+
(("27S555ZN_UTM_Santo_Cristo@1">350)*5)
Capítulo 10
186 O Modelo Digital de Elevação
Figura 10.20
Figura 10.21
2º passo
Para fazer a montagem do mapa de classes altimétricas, abra o projeto do QGIS
“mapa_base” e salve uma cópia com o nome “mapa_classes_altimétricas”. Adicione a camada
raster “27S555ZN_UTM_Santo_Cristo_classes” e na lista de visualizações coloque-a por último.
Como não estamos associando aqui a imagem de relevo sombreado, edite as propriedades da
camada das classes altimétricas para que sua visualização fique idêntica à demonstrada na figura
10.22. Observe que na legenda o número das classes foi substituído pela amplitude altimétrica a
que elas pertencem.
Figura 10.23
Capítulo 10
188 O Modelo Digital de Elevação
Figura 10.24
Capítulo 10
190 O Modelo Digital de Elevação
Quadro 10.3 – Comparação dos valores altimétricos dos modelos utilizados
Carta topográfica TOPODATA
Curvas de nível
MDE
Com o intuito de comprovar a diferença entre os modelos, sugerimos que o leitor aplique
a equação do quadro 10.2 também no MDE gerado a partir das curvas de nível da Carta
Topográfica. Utilizando os mesmos intervalos e o mesmo número de classes, obteremos
resultados distintos, como pode ser verificado no comparativo apresentado na figura 10.26.
Figura 10.26
A partir do MDE, com o qual trabalhamos no capítulo anterior, é possível partir para a
geração dos demais dados morfométricos. Contudo, trataremos aqui apenas da declividade por
ser, para o processo de ordenamento territorial municipal, uma das informações mais relevantes.
Para as demais características morfométricas os procedimentos a serem adotados no QGIS são
bastante semelhantes aos que demonstraremos neste capítulo. Por outro lado, o leitor pode
utilizar os dados do projeto TOPODATA, os quais já estão devidamente processados, e executar
sobre os mesmos os prodecimentos de recorte e edição para a sua área de interesse, atentando
sempre para a possibilidade de aplicação dentro da escala de trabalho.
Capítulo 11
194 Os dados de declividade
Figura 11.1
Figura 11.2
0 a 3% Relevo plano 1
3 a 8% Relevo suave-ondulado 2
Capítulo 11
196 Os dados de declividade
Figura 11.3
4º passo
Após a aplicação da equação de reclassificação, a imagem resultante está pronta para
ser recortada utilizando-se como máscara o limite do município de Santo Cristo. Desafiamos o
leitor a executar tal procedimento para que o resultado seja idêntico ao apresentado pela figura
11.4. Atribua o nome “declividade_3.tif” ao arquivo de saída.
Figura 11.4
5º passo
Abra o projeto do QGIS “mapa_base” e salve uma cópia com o nome
“mapa_declividades_Carta” e adicione ao novo projeto à camada raster “declividade_3” que está
na pasta c:\OTM\curvas_de_nivel_utm21 (figura 11.5). Lembre-se de colocar esta camada no
final da lista de visualização.
Figura 11.5
Figura 11.6
Capítulo 11
198 Os dados de declividade
11.2 As declividades a partir dos dados do projeto TOPODATA
O projeto TOPODATA do INPE, a partir do MDE da missão SRTM, gerou um conjunto de
dados morfométricos de recobrimento nacional. Para as declividades, o projeto aplicou três
conjuntos de classes, dentre as quais está o da EMBRAPA, que utilizamos no item 11.1 deste
capítulo. No capítulo 3 fizemos o download do arquivo “27S555SC”, que equivale aos dados de
declividade já processados e reclassificados com as classes da EMBRAPA.
1º passo
Adicione ao QGIS a camada raster “27S555SC” que está na pasta c:\OTM\27S555SC
(figura 11.7). Os dados oriundos do projeto TOPODATA estão no sistema de coordenadas
“LatLong” e no sistema de referência “WGS84”. Assim, estes dados precisarão ser reprojetados
para o sistema “SIRGAS 2000 / UTM zone 21S” para que possam ser recortados.
Figura 11.7
Figura 11.8
2º passo
Inicie um novo projeto no QGIS e carregue a camada raster “27S555SC_UTM” e a camada
vetorial “Limite_Santo_Cristo_POLI” (figura 11.9). Desafiamos o leitor a executar o recorte da
camada raster utilizando a camada vetorial como máscara para obter o resultado apresentado
pela figura 11.10. Salve o arquivo de saída com o nome “27S555SC_UTM_Santo_Cristo.tif”. Este
procedimento já foi executado anteriormente com outros dados.
Figura 11.9
Capítulo 11
200 Os dados de declividade
Figura 11.10
3º passo
Abra o projeto do QGIS “mapa_base” e salve uma cópia com o nome
“mapa_declividades_TOPODATA” e adicione ao novo projeto a camada raster
“27S555SC_UTM_Santo_Cristo” que está na pasta c:\OTM\27S555SC (figura 11.11). Lembre-se
de colocar esta camada no final da lista de visualização.
A apresentação final do mapa com os dados de declividade reclassificados precisa passar
por uma edição de estilo para que seja compreensível a quem for utilizá-lo. Desafiamos o leitor
a executar esta edição para que o mapa fique idêntico ao apresentado na figura 11.12,
considerando as observações mencionadas quando tratamos no mapa de classes de declividade
gerado a partir dos dados da Carta Topográfica.
Figura 11.11
Retome o item 10.7 do capítulo anterior e observe que em função das diferenças entre
os MDEs, ocorrem igualmente diferenças nos seus dados derivados. Na figura 11.13,
apresentamos o resultado das duas imagens de classes de declividade para que o leitor possa
compará-las.
Figura 11.13
Da mesma maneira como fizemos no final do capítulo 10, ressaltamos mais uma vez a
necessidade dos conhecimentos teóricos e técnicos sob dois aspectos: 1) com relação aos
processos de modelagem e suas aplicações, com restrições e potencialidades que cada modelo
apresenta e, 2) com relação aos dados que estão sendo utilizados e o seu efetivo alcance a
aplicação. Como os dados morfométricos são derivados do MDE, a qualidade dos resultados está
vinculada de forma direta a dois elementos: 1) a geração do MDE e, 2) ao processo de extração
de dados morfométricos a partir de técnicas adequadas.
Capítulo 11
202 Os dados de declividade
Capítulo 12
Cálculo de área no QGIS
2º passo
Capítulo 12
204 Cálculo de área no QGIS
Figura 12.2
Alterar modo
de edição
Abrir calculadora
de campo
Com a calculadora de campo aberta (figura 12.3), serão executados dois procedimentos
de forma simultânea: 1) a criação de uma nova coluna ou campo na tabela de atributos, para
que os dados de área possam ser armazenados: 2) o cálculo de área propriamente dito. Mantenha
a opção “Criar um novo campo” marcada, na opção “Nome do novo campo” informe o nome
“AREA_HA” a ser atribuído. Como calcularemos a área em hectares, incluímos no nome a
indicação “HA" para que fique claro aos usuários dos dados qual a unidade de medida que foi
adotada. Na opção “Tipo do novo campo”, selecione “numero decimal (real)” pois os dados de
área são números e possuem casas decimais. É importante salientar que a opção de escolha do
tipo de dado a ser armazenado é importante pois, caso se escolha “Texto (String)”, por exemplo,
o cálculo de área utilizando este campo não será possível. Na opção “Comprimento do campo de
saída” deve ser informado o número de caracteres que este novo campo poderá receber,
considerando, inclusive, o separador decimal e o número de casas decimais. Assim, sugerimos
que seja informado o valor “15”, o qual suportará o separador decimal, duas casas decimais e
mais 12 caracteres para o valor inteiro. No campo “Precisão” deve ser informado o número de
casas decimais que se deseja para os resultados. Utilizaremos aqui “2” para o valor de “Precisão”
(figura 12.3). Estas são as configurações para o novo campo a ser criado.
Com relação ao cálculo de área, será necessário informar uma “Expressão”. Inicie abrindo
as opções das “Geometrias” e clique duas vezes sobre a opção “$area” para que ela seja
adicionada ao campo da expressão. É preciso mencionar aqui, que, em função da unidade de
medida dos dados, que é métrica (o Sistema de Referência de Coordenadas em uso é o “SIRGAS
2000 / UTM zone 21S”), os resultados serão expressos em metros. Contudo, usualmente não se
Figura 12.3
Capítulo 12
206 Cálculo de área no QGIS
3º passo
Com as áreas calculadas para cada um dos polígonos da tabela de atributos da camada,
é possível aplicar análises sobre os dados para que possa ser extraído o valor da área por
categoria, ou seja, como estamos trabalhando com 3 categorias (“Planalto da Campanha”,
“Planalto das Missões” e “Planalto Dissecado do Rio Uruguai”), as estatísticas deverão ser geradas
3 vezes. A primeira tarefa é selecionar as feições referentes a categoria sobre a qual se quer
aplicar as estatísticas. Para fazer esta seleção, utilize a opção “Selecionar feições usando uma
expressão” (figura 12..4). Na janela do comando, abre a opção “Campo e valores” e clique duas
vezes sobre o nome do campo “LEG_SUP”, pois é em função das informações deste campo que
estamos apresentando o mapa; inclua o sinal “=” na expressão e informe ainda a categoria a ser
selecionada, abrindo aspas simples e fechando ao final: ‘Planalto da Campanha’, clique em
“Selecionar” e em “Fechar” (figura 12.4). Veja na figura 12.5 que foram selecionadas apenas as
feições que contém no campo “LEG_SUP” a informação “Planalto da Campanha” (representadas
em amarelo).
Figura 12.4
Selecionar feições
usando uma expressão
Observe a
correta redação
da expressão
Para gerar as estatísticas referentes aos dados selecionados, acesse o menu Vetor >
Analisar > Estatísticas básicas para campos numéricos (figura 12.6). Na opção “Entrar com
camada vetorial”, selecione a camada “SG21_GEOMORFOLOGIA_Santo_Cristo”, na opção
“Campo para calcular as estatísticas”, selecione “AREA_HA”, pois o objetivo é quantificar a área
(somar) para as feições que pertencem ao Planalto da Campanha. Na opção “Estatísticas”, clique
em “...”, selecione a opção “Salvar em arquivo...”, navegue até a pasta C:\OTM\radambrasil,
informe o nome “est_geomorfo_Planalto_da_Campanha”, clique em “Gravar” e em “Run” para
que as estatísticas sejam geradas (figura 12.7). Considerando que o objetivo é quantificar a área
Figura 12.5
Figura 12.6
Capítulo 12
208 Cálculo de área no QGIS
Figura 12.7
Figura 12.8
Figura 12.9
2º passo
Após gerados os polígonos, os procedimentos para o cálculo da área são os mesmos
apresentados no item 12.1, a saber: 1) criação de um novo campo na tabela de atributos e
inserção do valor de área; 2) seleção da categoria de interesse e geração das estatísticas; 3)
montagem da tabela com os resultados dos cálculos realizados. Lembramos ao leitor que os
Capítulo 12
210 Cálculo de área no QGIS
dados de declividade possuem 5 categorias, e as estatísticas devem ser geradas para cada uma
delas. Desafiamos o leitor a gerar as estatísticas para cada categoria e realizar a montagem da
tabela com os resultados dos processamentos conforme apresentado na tabela 12.2.
Tabela 12.2 – Dados de área das classes de declividade para o território municipal
de Santo Cristo
Classe de declividade Área
Intervalo (%) Relevo Hectares %
0a3 Plano 191,05 0,52
3a8 Suave-ondulado 10179,34 27,64
8 a 20 Ondulado 20994,42 57,00
20 a 45 Forte-ondulado 5341,04 14,50
45 a 75 Montanhoso 125,42 0,34
> 75 Escarpado 0,0 0,00
Total 36831,27 100,00
Figura 13.1
Figura 13.2
Com estes procedimentos finalizamos o tratamento inicial da imagem. Agora ela está
pronta para ser adicionada aos projetos mencionados no início deste capítulo.
13.2 Inclusão da imagem de relevo sombreado nos projetos
Iremos descrever o passo-a-passo para a inclusão da imagem de relevo sombreado no
projeto “mapa_classes_altimétricas”. Para os demais projetos o leitor deverá executar os mesmos
passos.
Capítulo 13
214 O uso da imagem de relevo sombreado
1º passo
Abra o projeto “mapa_classes_altimétricas” e adicione a camada raster
“27S555RS_UTM_Santo_Cristo” que está na pasta c:\OTM\27S555RS. A imagem deve ser
colocada no final da lista de visualização de camadas (figura 13.3).
Figura 13.3
2º passo
Observe na figura 13.3, que é possível visualizar apenas os dados que estão no entorno
do município, ficando encoberta a parte da imagem que equivale à Santo Cristo. Assim, será
necessária a manipulação das propriedades da camada “27S555ZN_UTM_Santo_Cristo_classes”,
para que ela fique transparente, permitindo a visualização dos dados de relevo sombreado para
o município.
Para editar as propriedades, clique duas vezes sobre o nome da camada
“27S555ZN_UTM_Santo_Cristo_classes”, acesse a aba “Transparência” e altere a opção
“Transparência global” para “40%” e clique em “Ok” (figura 13.4). Veja que, a inclusão dos dados
de relevo sombreado, potencializam as classes altimétricas, permitindo uma melhor visualização
de elementos com os fundos de vale, por exemplo (figura 13.5).
O percentual de transparência aplicado aos dados não é um valor fixo. O leitor deve fazer
a análise de como a representação se comporta e aplicar valores maiores ou menores para chegar
a um resultado satisfatório.
Agora, o desafio do leitor é inserir a imagem de relevo sombreado nos seguintes projetos:
“mapa_declividades_TOPODATA”, “mapa_geomorfológico” e “mapa_uso_da_terra”, para obter
os resultados apresentados, respectivamente, nas figuras 13.6, 13.7 e 13.8.
No mapa geomorfológico, em especial (figura 13.7), é possível observar que os dados
desta temática são generalizados se comparados aos contornos da imagem de relevo sombreado.
Isto nos leva a inferir que as representações geomorfológicas podem ser atualizadas a partir do
Figura 13.4
Figura 13.5
Capítulo 13
216 O uso da imagem de relevo sombreado
Figura 13.6
Figura 13.7
Capítulo 13
218 O uso da imagem de relevo sombreado
Capítulo 14
O compositor de impressões
Escala Representa a redução do mundo real para que o mapa pudesse ser
construído. Pode ser gráfica ou numérica. É necessário prestar atenção às
peculiaridades de cada uma destas possibilidades.
Legenda Este é um elemento crucial para que a leitura do mapa possa ser feita da
maneira adequada. Pode ser considerado o elemento mais importante do
mapa.
Fonte Como em qualquer trabalho, citar as fontes é primordial. No mapa deve ser
reservado um local para estas informações.
Autor ou desenhista A informação sobre o responsável técnico, quem elaborou, quem desenhou,
deve estar presente no mapa.
Órgão ou instituição Como em todos os mapas do IBGE, por exemplo, a instituição responsável
pela elaboração bem como o contratante, caso houver, devem ser
informados.
Grade de coordenadas Este elemento é responsável pela relatividade do mapa. É a partir da grade
de coordenadas que se tem a possibilidade de saber a qual região o mapa
pertence.
Capítulo 14
220 O compositor de impressões
Figura 14.1
Figura 14.3
Capítulo 14
222 O compositor de impressões
2º passo
O Compositor de Impressões está alojado no menu “Projeto” do QGIS e pode ser
acessado por três caminhos: 1) utilizando a opção Projeto > Novo compositor de impressão, para
criar um novo compositor, informando apenas um nome para ele; 2) utilizando a opção Projeto
> Gerenciador do compositor, através da qual pode ser criado um novo compositor ou poderão
ser editadas outras propriedades dos compositores existentes; 3) utilizando a opção Projeto >
Compositores de impressão, que apresentará uma lista de compositores vinculados ao projeto
com o qual se está trabalhando. A última opção só estará disponível a partir do momento em que
se tenha pelo menos um compositor vinculado ao projeto. Na figura 14.4, demonstramos a
localização das opções descritas. Neste material utilizaremos apenas a primeira opção: Projeto >
Novo compositor de impressão (figura 14.4).
Acesse a opção Projeto > Novo compositor de impressão, e informe o nome “Mapa_1”
na caixa de diálogo e clique em “Ok” para que a janela do compositor seja aberta, conforme
demonstrado na figura 14.5. Observe que no canto superior esquerdo da janela aparece o nome
atribuído ao compositor. No lado direito da tela o leitor encontrará um amplo painel de controle
através do qual serão editadas as propriedades dos elementos a serem incluídos no mapa. Estas
edições serão demonstradas a medida em que os elementos forem sendo incluídos.
Figura 14.4
3º passo
Com o compositor devidamente criado, a primeira edição que deve ser feita é a definição
do tamanho e da orientação do papel. Para fazer esta definição, clique na aba “Composição”,
acesse a opção “Tamanho de página”, escolha o tamanho de papel “A4” e a orientação
“Paisagem” (figura 14.6). Em geral esta é a predefinição do QGIS. Caso o leitor pretenda
estruturar seu mapa em outro tamanho ou orientação, basta fazer as devidas alterações que elas
serão automaticamente aplicadas.
Capítulo 14
224 O compositor de impressões
Figura 14.6
4º passo
Definidos o tamanho e a orientação do papel, é hora de incluir o mapa ao compositor.
Para executar esta tarefa utilize a ferramenta “Adicionar novo mapa” (figura 14.7). Clique sobre
a ferramenta e na página em branco do compositor clique com o botão esquerdo do mouse e,
segurando o botão, faça um retângulo dentro do qual será apresentado o mapa tal qual ele foi
composto na tela principal do QGIS (figura 14.7). Observe que além da inclusão do mapa, na aba
“Itens” foi adicionado o “Mapa 0”. Isto ocorrerá para cada um dos elementos que serão
adicionados ao compositor para que eles possam ser posteriormente editados como nos softwares
comerciais de edição gráfica. A ordem na qual os elementos aparecem na lista de itens é a mesma
na qual se encontram no compositor.
É importante que haja proporcionalidade entre o retângulo criado e o mapa propriamente
dito. Caso haja uma diferença muito grande, como a que ocorre na figura 14.7, a grade de
coordenadas ficará muito grande pois ela ocupará toda a área do retângulo. Assim, o retângulo
deve ser ajustado para que fique como demonstrado na figura 14.8. Para fazer os ajustes o leitor
pode diminuir o tamanho do retângulo e utilizar a ferramenta “Mover item de conteúdo” para
deslocar o mapa dento do retângulo. Outra opção que auxilia é o ajuste de escala que está na
aba “Propriedades do item”, na qual o leitor pode ajustar de forma manual a escala do mapa
que, neste caso, foi de 1:157000 (figura 14.8).
Figura 14.8
Propriedades do item
Escala
5º passo
Mantendo a aba “Propriedades do item” visível, localize a opção “Grades” e abra a mesma
(figura 14.9). É nesta opção que será adicionada a grade de coordenadas. Veja que no quadro
branco aparece a descrição “Grade 1”. Clique sobre ela para que a opção “Desenhar “Grade 1”
grade” possa ser marcada (figura 14.9). Após marcar a opção mencionada, iremos alterar apenas
os “Intervalos”, ou seja, as distâncias entre as linhas da grade. Estas distâncias são dadas
considerando a unidade de medida e o SRC do mapa. Relembramos que o SRC é o “SIRGAS 2000
Capítulo 14
226 O compositor de impressões
/ UTM zone 21S” e a unidade de medidas é “metros”. Utilizaremos o valor “4000” para ambos os
intervalos (figura 14.9).
Tendo sido desenhadas as linhas da grade, deve-se editar os textos referentes a tais
linhas, ou seja, o valor das coordenadas correspondentes. Para que estes textos sejam
mostrados, localize a opção “Desenhar coordenadas” e marque-a. Veja que os textos
correspondentes são mostrados em todos os lados do mapa. Para melhorar a apresentação do
mapa, iremos manter os valores apenas no lado direito e na parte inferior do mapa. Para tanto,
configure as propriedades conforme demonstrado na figura 14.9. Na mesma opção das
propriedades do item, a “Precisão da coordenada” pode ser alterada para “0”. Este valor
representa o número de casas decimais, as quais consideramos desnecessárias nesta
representação. Pronto, está adicionada e devidamente configurada a grade de coordenadas do
mapa (figura 14.10).
Figura 14.9
6º passo
A correta compreensão do mapa e de seus dados é responsabilidade da legenda. Para
adicioná-la ao mapa, utilize a ferramenta “Adicionar nova legenda” e clique no local aonde a
mesma deverá ser inserida (figura 14.11). Observe que todos os elementos que aparecem na
opção “Camadas” da tela principal do QGIS são apresentados na legenda. Nas “Propriedades do
item”, localize a opção “Itens da legenda” e desmarque a opção “Atualização Automática” para
que a legenda possa ser editada (figura 14.11).
Utilizando as ferramentas que aparecem abaixo da janela da legenda (figura 14.12), o
leitor pode executar tarefas como o reordenamento dos elementos, edição dos textos, exclusão
de algum elemento como as linhas, pontos e retângulos aos quais não há texto atribuído. Como
estas edições são bastante intuitivas, apresentamos na figura 14.13 a legenda como apresentada
quando carregada ao compositor bem como o resultado com a sua edição final.
Quando se necessita quebrar um texto em duas linhas, o Compositor de impressões
possui uma opção que utiliza algum caractere ou símbolo para executar a quebra. Esta opção
está disponível na aba “Propriedades do item” acima da caixa da legenda, com o nome “Quebrar
Capítulo 14
228 O compositor de impressões
texto em”. Utilizamos aqui o símbolo “;” o qual também deverá ser inserido no local aonde a
quebra deverá ocorrer para que o QGIS reconheça o comando (figura 14.14).
Figura 14.11
Itens da legenda
Atualizações
automáticas
Figura 14.12
Ferramentas para
a edição dos itens
da legenda
Figura 14.14
Delimitador
7º passo
A escala do mapa deve ser inserida utilizando a ferramenta “Adicionar nova barra de
escala”. Não entraremos aqui nos detalhes referentes ao uso da escala gráfica e numérica de um
Capítulo 14
230 O compositor de impressões
mapa. Faremos apenas a inclusão e configuração da escala gráfica. Utilize a ferramenta indicada
e clique no local no qual a barra de escala deverá ser inserida (figura 14.15). Observe que o
padrão adotado pelo QGIS insere segmentos à esquerda e à direita do valor de partida para as
medidas.
Na aba “Propriedades do item”, podem ser feitas as configurações da barra de escala de
acordo com as necessidades do usuário. Para o presente mapa, alteraremos o “Estilo” para
“Linhas tracejadas do meio”, os “Segmentos à esquerda” para “0” e os “Segmentos à direita”
para “4” (figura 14.16).
Figura 14.15
Adicionar nova
barra de escala
8º passo
Os elementos textuais como o título, a fonte dos dados e outras informações necessárias
são incluídas na forma de caixa de texto. Demonstraremos a inclusão e configuração do título.
Com relação aos demais elementos textuais que aparecem na figura 14.20, desafiamos o leitor
para que faça a sua inclusão e configuração.
Para adicionar um texto, utilize a ferramenta “Adicionar novo rótulo” e faça um retângulo
com o mouse no local no qual deverá ser inserido o texto (figura 14.17). Na aba “Propriedades
do item”, será apresentada uma caixa de texto com a inscrição “QGIS”. É neste local que deve
ser digitado o texto a ser inserido na caixa que foi criada. No caso do presente mapa, insira o
texto “Mapa Geomorfológico do Município de Santo Cristo – RS” e automaticamente ele será
demonstrado no mapa (figura 14.17).
Após inserir o texto é necessário efetuar as suas configurações para que ele fique
posicionado de forma adequada e para que o tamanho da fonte fique proporcional dentro da
apresentação do mapa. O deslocamento e posicionamento da caixa de texto deve ser feita da
mesma forma como se faz nos editores de texto, clicando sobre ela e arrastando até o local
desejado e utilizando as marcações para a ampliação e redução. As configurações da fonte devem
ser feitas na opção “Aparência” da aba “Propriedades do item”. Utilizando o botão “Fonte” o leitor
poderá definir a fonte e suas características (figura 14.18); na opção “Alinhamento horizontal” o
texto poderá ser centralizado ou alinhado a uma das margens.
Capítulo 14
232 O compositor de impressões
Figura 14.17
Figura 14.18
9º passo
A indicação de norte no mapa é feita através de um símbolo que, no caso do QGIS, pode
ser uma figura qualquer ou um símbolo em formato SVG. Para adicionar qualquer uma destas
opções, utilize a ferramenta “Adicionar imagem” e crie um retângulo no local aonde o símbolo
deverá ser inserido. Vamos utilizar aqui a opção de símbolo em formato SVG. Na aba
“Propriedades do item”, abra a opção “Buscar pasta” para que sejam mostrados os símbolos
padrão da biblioteca do QGIS. Na visualização prévia dos símbolos disponíveis, selecione aquele
que deseja adicionar para que ele seja inserido no retângulo criado (figura 14.19). O leitor pode
Figura 14.19
Capítulo 14
234 O compositor de impressões
nome com o qual o arquivo deverá ser salvo. Indique a pasta c:\OTM e como nome do arquivo
utilize “mapa_geomorfológico_Santo_Cristo” e clique em “Salvar”. Agora o arquivo poderá ser
aberto em qualquer leitor compatível com o formato “PDF” (figura 14.22).
Figura 14.20
Figura 14.22
Capítulo 14
236 O compositor de impressões
como modelo”, a qual permite exportar a diagramação do mapa e posteriormente importa-la no
compositor de outro mapa
1º passo
Acesse a opção Compositor > Salvar como modelo (figura 14.23), na janela do comando
navegue até a pasta c:\OTM e informe o nome “modelo_de_mapa” e clique em “Salvar”. O
arquivo do modelo será gerado e ficará disponível na pasta de trabalho.
Figura 14.23
2º passo
Feche o Compositor de impressões e na tela principal do QGIS, abra o projeto
“mapa_classes_altimétricas”. Após abrir o projeto, adicione um novo compositor de impressões,
seguindo os passos já descritos anteriormente. Caso necessário, defina novamente o tamanho
do papel, para que não ocorra a importação de elementos em locais externos à área de desenho.
No novo compositor, que está em branco, utilize a opção Compositor > Adicionar itens do modelo,
selecione o arquivo salvo no passo anterior (modelo_de_mapa) e clique em “Abrir” (figura 14.24)
para que o mapa seja mostrado na tela do compositor (figura 14.25).
Observe na figura 14.25, que praticamente todos os elementos já foram ajustados
automaticamente. O que precisa ser ajustado pelo leitor, basicamente, é a legenda, o título e a
fonte. Após terem sido efetuados os ajustes, o mapa poderá ser exportado ou impresso. Na
Figura 14.26, apresentamos o mapa devidamente ajustado e exportado para o formato PDF.
Figura 14.25
Capítulo 14
238 O compositor de impressões
Figura 14.26
Capítulo 15
242 Notas sobre a análise de dados e geração de relatório
mecanismo de busca geográfico ligado a diversos serviços, páginas e portais
especificamente direcionados a este fim. (INDE)
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RIO GRANDE DO SUL. Lei n. 2.602, de 28 de janeiro de 1955. Cria o município de Santo Cristo. Porto
Alegre: DOE n. 163, de 31 de janeiro de 1955.
RIO GRANDE DO SUL. Lei n. 3.702, de 31 de janeiro de 1959. Anexa ao município de Santo Cristo a
área [...]. Porto Alegre: DOE n. 459, de 31 de janeiro de 1959.
RIO GRANDE DO SUL. Lei n. 4.578, de 09 de outubro de 1963. Cria o município de Alecrim. Porto
Alegre: DOE n. 76, de 14 de outubro de 1963.
RIO GRANDE DO SUL. Lei n. 9.588, de 20 de março de 1992. Cria o município de Porto Vera Cruz. Porto
Alegre: DOE n. 57, de 24 de março de 1992.
RIO GRANDE DO SUL. Mapa rodoviário comemorativo 2017. Mapa. Escala 1:1.000.000. Porto Alegre:
DAER-RS, 2017.
RIO GRANDE DO SUL; ASSEMBLEIA LEGISLATIVA. Evolução municipal do Rio Grande do Sul: 1809 –
1996. Porto Alegre: Assembleia Legislativa, 2001.
RIO GRANDE DO SUL; ASSEMBLEIA LEGISLATIVA. Rio Grande do Sul, seus municípios e suas leis de
criação. Porto Alegre: Assembleia Legislativa, 2008.
SANTOS, H. G. dos; et al. Sistema brasileiro de classificação dos solos. 3ª ed. Brasília: Embrapa, 2013.
VALERIANO, M. M. Modelo digital de variáveis morfométricas com dados SRTM para o território
nacional: o projeto TOPODATA. XII Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Goiânia, 2005.
VALERIANO, M. M. Topodata: Guia Para Utilização De Dados Geomorfológicos Locais. São José dos
Campos: INPE, 2008.
Por questões de organização deste material, optou-se em apresentar as fontes das figuras, que
totalizam mais de 260, nesta lista.
Capítulo 1
As figuras representativas das capas dos livros indicados nos quadros 1.1, 1.2, 1.3 e 1.4,
foram obtidas nos sites das respectivas editoras ou institutos responsáveis pela publicação.
Capítulo 2
As figuras 2.1, 2.2 e 2.3, são prints de telas do site oficial do QGIS (www.qgis.org).
As figuras 2.4 a 2.12 são prints de telas demonstrando o uso do QGIS no computador
pessoal.
Capítulo 3
A figura 3.1 foi adaptada de Granell-Pérez (2004, p. 32).
As figuras 3.2 e 3.3 são prints de tela demonstrando procedimentos operacionais no
computador pessoal.
A figura 3.4 foi adaptada de IBGE (2010, p. 34).
As figuras 3.5 e 3.6 são prints de telas do site de download de dados do projeto TOPODATA
(http://www.webmapit.com.br/inpe/topodata/).
A figura 3.7 é um print de tela demonstrando procedimentos operacionais no computador
pessoal.
Capítulo 4
A figura 4.1 foi elaborada pelos autores a partir de IBGE (2016).
As figuras 4.2 a 4.40 são prints de telas demonstrando o uso do QGIS no computador
pessoal.
Capítulo 5
Todas as figuras deste capítulo são prints de telas demonstrando o uso do QGIS no
computador pessoal.
Capítulo 6
A figura 6.1 foi obtida no endereço http://geopara.blogspot.com.br/2013/09/projeto-
radam-uma-saga-na-amazonia.html
As figuras 6.2 a 6.16 são prints de telas demonstrando o uso do QGIS no computador
pessoal.
As figuras 6.17 e 6.18 foram adaptadas de IBGE (2003a).
O Mapa Índice do Brasil que, em sua última versão, passou a ser denominado de Mapa
Índice Digital (IBGE e DGS, 2011), é uma compilação de informações referentes aos dados
cartográficos oficiais do Brasil, elaborado pelo IBGE e pela Diretoria de Serviços Geográficos do
Exército Brasileiro. A 4ª versão do Mapa está disponível para download no GEOFTP do IBGE, no
endereço http://geoftp.ibge.gov.br/ Após acessar o endereço, navegue até a pasta
“cartas_e_mapas / mapa_indice_digital_4ed / produto_mapa_indice_digital” e selecione o
formato desejado dos dados. Para o presente material, utilizaremos a versão em Shapefile. Para
acessá-la, clique sobre o arquivo “shape.zip” e indique a pasta na qual o arquivo deverá ser salvo.
Após finalizado o download, descompacte os dados para que os mesmos possam ser utilizados.
Sugerimos ao leitor que faça a leitura do arquivo “leia_me_4ed.pdf”, disponível na pasta
“cartas_e_mapas / mapa_indice_digital_4ed”, do GEOFTP do IBGE, para aprofundar os
conhecimentos sobre este produto. Nele estão disponíveis todas as informações técnicas
necessárias para um pleno uso deste produto.
Há um conjunto de camadas disponíveis que permitem utilizar o Mapa Índice Digital para
verificar o recobrimento de diferentes escalas de mapeamento sem a necessidade de utilizar
outros dados. Contudo, gostaríamos de chamar atenção principalmente para a articulação das
cartas e os recobrimentos em diferentes escalas para o Brasil. Assim, trabalharemos com as
camadas descritas no quadro A.1.
Inicie um novo projeto no QGIS e adicione as camadas vetoriais descritas no quadro A.1
(figura A.1). Observe que apenas nas escalas 1:250.000 e 1:1.000.000 há um recobrimento total
do território nacional. Nestas escalas, inclusive, o Brasil já conta agora com bases vetoriais
contínuas, ou seja, bases vetoriais não articuladas em folhas, assunto sobre o qual tratamos no
capítulo 3.
Figura A.1
Apêndice A
252 O Mapa Índice do Brasil
dados do território nacional. Inserimos também a escala 1:10.000, bastante utilizada quando se
trata da representação de áreas urbanas.
Figura A.2
Folha SH.21
1:1.000.000 1 6º x 4º SH.21
1:500.000 4 2º x 3º SH.21-X
Cabe mencionar que o leitor deve sempre se preocupar com a correta aplicação da
articulação dos documentos que produz, em especial, quando estes forem entregues de forma
impressa ou em formatos de arquivo para redistribuição, como é o caso dos arquivos em PDF. É
necessário sempre considerar o tamanho do papel que será utilizado e a escala de trabalho
adotada.
O Mapa Índice Digital presta importante auxílio quando se precisa saber quais e quantas
as folhas de uma carta que recobrem determinada área. Adotemos como exemplo, o município
de Santo Cristo, com o qual trabalhamos ao longo do presente material. Consideremos os
seguintes questionamentos a serem respondidos: 1) Quais as folhas da carta 1:50.000 recobrem
o município? 2) Quais as folhas da carta 1:250.000 recobre o município?
Para responder a estes questionamentos, identifique o município de Santo Cristo na
camada “LM_MUNICIPIO_2007” e ative a camada “MAPEAMENTO_EXISTENTE_50000”. Edite as
propriedades da segunda camada para que seu preenchimento fique transparente e as linhas de
contorno fiquem em vermelho (figura A.3). Utilizando a ferramenta “Identificar feições”, clique
sobre o retângulo correspondente à carta que deseja as informações, para que seja mostrada a
janela com resultado da consulta à tabela de atributos (figura A.4). Além dos códigos de
nomenclatura descritos no quadro A.2, cada folha da carta recebe um nome que, geralmente, é
o elemento geográfico mais importante que aparece na folha. No caso da folha consultada, este
nome é “Campina das Missões”. No quadro A.3, apresentamos o resultado para o primeiro
questionamento realizado: quais as folhas da carta 1:50.000 recobrem o município?
Para responder ao segundo questionamento, o procedimento a ser aplicado é o mesmo
utilizado para o caso da escala 1:50.000. Contudo, a camada a ser utilizada é
“MAPEAMENTO_EXISTENTE_250000”. Como resultado, o leitor identificará que todo o território
de Santo Cristo consta da folha “SG.21-Z-D” que foi denominada de “Santa Rosa”. A partir do
momento em que o leitor estiver familiarizado com a codificação das cartas, poderá também
identificar este denominação observando os códigos que constam no quadro A.3, visto que todas
Apêndice A
254 O Mapa Índice do Brasil
as folhas mudam a codificação apenas no último digito, o que nos leva, inclusive, a inferir que
Santo Cristo também está totalmente inserido numa única folha da carta 1:100.000.
Por fim, cabe mencionar que o uso do Mapa Índice Digital pode auxiliar em muitas tarefas
cartográficas, uma vez que suas camadas podem ser adicionadas aos projetos que o leitor vem
executando. Assim, a identificação do correto enquadramento em função da escala poderá ser
utilizada, qualificando a entrega dos produtos, sejam eles comerciais ou acadêmicos.
Figura A.3
Figura A.4
Identificar feições
Carta
consultada
Resultado da consulta
SG.21-Z-D-V-1 Alecrim
Apêndice A
256 O Mapa Índice do Brasil
Gostaríamos de fazer um convite ao(a)
leitor(a): para que venha conosco no processo
de construção de documentos cartográficos
que tenham por objetivo principal o processo
de ordenamento territorial do município,
aplicando, para tanto, diferentes técnicas de
geoprocessamento com o uso do software
QGIS.