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Cultivo da Microalga Spirulina platensis em diferentes

Configurações de Fotobiorreator Aberto e Condições de


Cultivo
Paulo Duarte Filho1, Patrícia Bauer1 e Jorge Alberto Vieira Costa1
1
Fundação Universidade Federal do Rio Grande – Laboratório de Engenharia Bioquímica – Departamento de
Química - Caixa postal 474, CEP 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil; Tel: +55(53)233-8653; e-mail:
dqmjorge@furg.br

RESUMO

Atualmente grande parte dos estudos sobre desenvolvimento de fotobiorreatores está


centralizada em sistemas fechados, porém comercialmente os cultivos são desenvolvidos em
fotobiorreatores abertos devido aos baixos custos de operação, simplicidade e fácil
escalonamento. O objetivo deste trabalho foi estudar a influência de diferentes configurações
de fotobiorreatores aberto e da temperatura na produção de biomassa da Spirulina platensis
utilizando meio Zarrouk e a água da Lagoa Mangueira como meios de cultivo. A
configuração que apresentou os melhores resultados permitiu um aumento de 31,1% para
biomassa, 37,5% para a produtividade e 73% para max, comparativamente ao desenho
padrão obtendo 0,97 g.L-1; 0,033 g.L-1.dia-1 e 0,149 dia-1, respectivamente. A interação entre
temperatura e meio de cultura na resposta concentração de biomassa foi significativa
(p<0,0001), onde meio Zarrouk a 30ºC e água da Lagoa a 35ºC conduziram aos maiores
valores de biomassa.

INTRODUÇÃO

As metodologias de projeto e aumento de escala de fotobiorreatores para o cultivo de


microalgas são pouco desenvolvidas e os trabalhos existentes não englobam a influência de
outras variáveis como o meio de cultura, que representa um dos principais custos de operação
(CHISTI et al., 1999). Apesar dos intensos estudos para o desenvolvimento de
fotobiorreatores fechados, comercialmente os mais utilizados são abertos, do tipo tanque, pela
sua simplicidade e baixos custos de operação (PUSHPARAJ et al., 1997). Nos
fotobiorreatores do tipo tanques abertos um dos principais problemas é a dificuldade de se
manter turbulência suficiente para que as células da microalga possam utilizar o máximo da
fonte luminosa. Estes fotobiorreatores são equipados com agitadores do tipo roda de moinho
ou outros sistemas que promovam a circulação do meio de cultura (MORITA et al., 2000).
Uma das soluções para evitar a perda de velocidade nestes biorreatores é mudança da sua
geometria. VONSHAK (1997) e RICHMOND (1990) reportam a utilização de algumas
técnicas de incremento da turbulência, como a inclusão de curvas concêntricas e outras
modificações que evitam a perda de velocidade e deposição de material em zonas estagnantes.
Com relação ao meio de cultura, este representa uma grande parcela dos custos de cultivo de
microalgas, principalmente a fonte de carbono. A utilização de recursos naturais como fonte
de nutrientes para o cultivo da microalga Spirulina platensis pode reduzir sensivelmente os
custos de produção. A Lagoa Mangueira localizada no extremo sul do Rio Grande do Sul,
entre a Lagoa Mirim e o Oceano Atlântico, apresenta características físico-químicas
adequadas ao cultivo desta microalga, representando uma fonte alternativa de nutrientes
(COLLA et al., 2002).
Este trabalho teve por objetivo estudar a influência da temperatura, do meio de cultura e de
diferentes geometrias do fotobiorreator aberto no crescimento da microalga Spirulina
platensis.
MATERIAL E MÉTODOS

MICRORGANISMO E MEIO DE CULTIVO

A cianobactéria Spirulina platensis LEB-52 (COZZA et al., 2001; COSTA et al., 2000) foi
utilizada neste estudo. Para o preparo e manutenção do inóculo foi utilizado o meio Zarrouk
(ZARROUK, 1966) com a seguinte composição (g.L-1): NaHCO3 16,8; K2HPO4 0,5; NaNO3
2,5; K2SO4 1,0; NaCl, 1,0; MgSO4.7H2O 0,2; CaCl2 0,04; EDTA 0,08 e 1,0 ml.L-1 de solução
A5 e B6. A solução A5 possui a seguinte composição (g.L-1): H3BO3 2,86; MnCl2 4H2O 1,81;
ZnSO4 7H2O 0,222; CuCO4 5H2O 0,079; MnO3 , 0,015; e a solução B6 (g.L-1): NH4VO3
22,86; KCr(SO4)2 12H2O 192; NiSO4 6H2O 44,8; Na2WO4.2H2O 17,94; TiOSO4. H2SO4.
8H2O 61,1; CO(NO3)2 6H2O, 43,98. Água da Lagoa Mangueira e meio padrão Zarrouk foram
os meios de cultivo desta cianobactéria.

CULTIVO

Os cultivos da cianobactéria Spirulina platensis foram realizados em quatro diferentes


configurações de fotobiorreator do tipo tanque aberto de formato alongado e com
extremidades arredondadas. O fotobiorreator padrão (A), (B) com curvas concêntricas nas
extremidades, (C) com estreitamento nas extremidades e (D) com os mesmos estreitamentos
de (C), porém menos pronunciados. O volume inicial de cultivo foi 6 L, com concentração
inicial de biomassa de 0,15 g.L-1. Os fotobiorreatores eram mantidos em uma câmara
termostatizada com iluminância de 3000 lux fornecida por lâmpadas fluorescentes (Philips,
TL 40W, luz do dia) em fotoperíodo fixado de 12h claro/12 h escuro (TANTICHAROEN et
al., 1994). A agitação dos tanques era realizada através de impelidor do tipo roda de moinho
na velocidade de 18 rpm (Promeil, São Paulo, Brasil). A perda de água causada pela
evaporação era reposta diariamente com água destilada.

DETERMINAÇÕES ANALÍTICAS

A concentração de biomassa foi determinada diariamente a partir da leitura da absorbância


em espectrofotômetro VARIAN CARY100, a 670 nm. O pH do meio de cultivo foi
determinado em pHmetro, (A.O.A.C., 1995).

DELINEAMENTO EXPERIMENTAL E ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para cada configuração proposta foram testados dois meios de cultura (meio padrão Zarrouk
e água da Lagoa Mangueira) e duas temperaturas (30 e 35ºC), conforme Tabela 1.
Tabela 1: Delineamento Experimental utilizado para o cultivo da
cianobactéria Spirulina platensis.
Experimento Tanque Temperatura (ºC) Meio de Cultura
1 A 35 Zarrouk
2 A 30 Zarrouk
3 A 35 A.L.M.
4 A 30 A.L.M.
5 B 35 Zarrouk
6 B 30 Zarrouk
7 B 35 A.L.M.
8 B 30 A.L.M.
9 C 35 Zarrouk
10 C 30 Zarrouk
11 C 35 A.L.M.
12 C 30 A.L.M.
13 D 35 Zarrouk
14 D 30 Zarrouk
15 D 35 A.L.M.
16 D 30 A.L.M.
A, B, C, D: Corresponde as configurações descritas no item cultivo; A.L.M:
Água da Lagoa Mangueira.

A partir dos dados experimentais, foram calculadas as velocidades específicas máximas de


crescimento (max) e as produtividades no tempo t (Pt) para cada configuração de
fotobiorreator estudada, de acordo com as Equações 1 e 2, respectivamente. Os experimentos
foram realizados em tréplica e os dados obtidos foram analisados através de Análise de
Variância e Teste de Tukey.
1 dX
μmax  (1)
X dt
X  Xt
Pt  t (2)
t
onde:
X = concentração de biomassa (g.L-1);
Xt = concentração de biomassa no tempo t (g.L-1);
X0 = concentração de biomassa no tempo zero (g.L-1);
t = tempo de cultivo (h).

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Para os cultivos realizados no tanque A (Tanque Padrão), a maior concentração de biomassa


obtida foi 0,92 g.L-1, para o experimento em que utilizou-se meio padrão Zarrouk e 30ºC.
Segundo BOROWITZKA (1988), numerosas observações com diferentes cepas de Spirulina
indicaram que a temperatura ótima para o crescimento desta cianobactéria em laboratório
situa-se na faixa de 35 a 37ºC. Entretanto, muitas cepas de Spirulina diferem em sua
temperatura ótima de crescimento, tornando esta faixa flexível. Experimentos realizados por
VONSHAK (1997) com três cepas de Spirulina demonstraram que estas diferiram
significativamente na sua resposta à temperatura.
No Tanque B, a maior concentração de biomassa obtida foi também para o experimento que
utilizou meio Zarrouk e 30ºC. Entretanto, o valor obtido foi maior (1,00 g.L -1), resultado
estatisticamente (Teste Tukey) diferente (p<0,05) da biomassa obtida no tanque A, mostrando
que a geometria de configuração influenciou no crescimento da microalga. As curvas
concêntricas colocadas nas duas extremidades do tanque proporcionaram maior uniformidade
do movimento da cultura diminuindo os gradientes nutricionais e estratificação térmica da
coluna de água.
Os experimentos realizados no Tanque C foram os que apresentaram os melhores resultados
para a concentração de biomassa. O valor máximo obtido foi 1,20 g.L -1 utilizando-se meio
Zarrouk e 30ºC. Comparando-se com as duas geometrias descritas anteriormente, esta
configuração foi a que mais proporcionou ao meio de cultivo a diminuição das zonas
estagnantes através dos estreitamentos, facilitando a captação de luz pelas células da
microalga, confirmado pela diferença estatística (p<0,001) com os resultados anteriores. Os
experimentos do Tanque D, também com estreitamento, porém não tão pronunciado como no
Tanque C, apresentaram como maior concentração de biomassa 1,08 g.L -1. Este valor também
foi estatisticamente diferente (p<0,01) do obtido em C. A turbulência obtida por este
estreitamento não foi tão pronunciada quanto a do Tanque C, refletindo na distribuição de
velocidade da cultura e, conseqüentemente, na resposta biomassa.
As maiores concentrações de biomassa independentemente das configurações dos
fotobiorreatores e temperaturas utilizadas foram obtidas para o meio Zarrouk, provavelmente
relacionadas ao fato deste não impor mudanças bruscas de pH no meio de cultura,
principalmente a alta concentração de NaHCO3.
A Tabela 2 apresenta os valores de F e os níveis de significância dos efeitos principais e de
suas interações para as respostas concentração de biomassa em 600 h de cultivo e
concentração máxima obtida para a cianobactéria Spirulina platensis. Todos os efeitos
principais X1, X2 e X3, bem como suas interações apresentaram influência na resposta a um
nível de significância superior a 99,99%. Entretanto, de acordo com os valores de F, a
variável meio de cultura foi a que mais influenciou na resposta, seguida das variáveis
configuração do fotobiorreator e temperatura, respectivamente. A concentração de biomassa
obtida para as configurações A, B, C e D em 600 horas de cultivo independentemente das
outras variáveis estudadas foi 0,74; 0,70; 0,97 e 0,80 g.L-1, respectivamente. A configuração
C quando comparada com A, aumentou em 31,08% a biomassa, enquanto D, 8%. Para B não
foi verificado o aumento, visto que um dos experimentos apresentou morte celular em 300
horas de cultivo, enquanto que à concentração máxima de biomassa obtida em A, B, C e D,
independentemente do tempo de cultivo e das outras variáveis estudadas foi 0,77; 0,78; 0,97 e
0,84 g.L-1, respectivamente. Nesse caso, o aumento de biomassa foi 25,97% em C, 9% em D e
1,3% em B, comparativamente a configuração A. O resultado obtido em C, através de Teste
Tukey foi estatisticamente diferente dos demais resultados (p<0,001), enquanto A e B foram
iguais (p>0,4).
Tabela 2: Valores de F e níveis de significância dos efeitos
principais e suas interações para 600 horas de cultivo e
concentração máxima de biomassa.
Efeito F600 Significância600 Fmax Significânciamax
X1 228,19 <0,00001 187,05 <0,00001
X2 124,05 <0,00001 28,20 <0,00001
X3 2743,69 <0,00001 2858,71 <0,00001
X1X2 114,62 <0,00001 50,87 <0,00001
X1X3 106,28 <0,00001 51,36 <0,00001
X2X3 581,24 <0,00001 297,76 <0,00001
X1X2X3 58,61 <0,00001 15,10 <0,00001
X1: Configurações do fotobiorreator; X2: Temperatura; X3: Meio de cultura;
600: Corresponde a concentração de biomassa para 600 h de cultivo; Max:
Corresponde a concentração máxima de biomassa.

A Tabela 3 apresenta os valores médios de produtividade em 600 horas (P 600) e velocidade


específica máxima de crescimento (max) para cada configuração de fotobiorreator. O
comportamento da produtividade (P600) e velocidade específica máxima de crescimento (max)
foi semelhante à concentração de biomassa na configuração C, onde obteve-se as melhores
respostas. Verifica-se um aumento de 37,5% para produtividade e 73% para max quando
comparado ao fotobiorreator padrão (A).

Tabela 3: Valores médios de produtividade (P600) e velocidade


específica máxima (max) de crescimento com seus respectivos
devios-padrão de cada configuração de fotobiorreator para a
cianobactéria Spirulina platensis em 600 h de cultivo.
Tanque P600 (g.L-1.dia-1) max (dia-1)
A 0,024 0,005 0,086 0,015
B 0,022 0,017 0,093 0,015
C 0,033 0,008 0,1490,024
D 0,026 0,011 0,1180,051

CONCLUSÕES

Dentre todas as configurações de fotobiorreatores testadas, a que obteve os melhores


resultados de concentração de biomassa foi a configuração C, com valor médio de 0,97 g.L -1,
0,149 dia-1 e 0,033 g.L-1.dia-1 para biomassa, max e produtividade máxima, respectivamente.
Este fotobiorreator permitiu um aumento de 31,08% para biomassa obtida em 600 horas de
cultivo, 25,97% para a biomassa máxima, 37,5% para produtividade e 73% para max. A
temperatura ótima de cultivo variou de acordo com o meio de cultura utilizado. Para o meio
Zarrouk a melhor temperatura de cultivo foi 30ºC obtendo 1,20 g.L -1 de biomassa, enquanto
que para a água da Lagoa Mangueira foi 35ºC com biomassa de 0,82 g.L-1. Os resultados
apresentados neste trabalho indicam soluções simples e fundamentadas quanto à configuração
de fotobiorreator aberto e meios de cultura alternativos que, além de reduzir os custos de
produção contribuem para o aumento da produtividade do cultivo da microalga Spirulina
platensis, principalmente em grande escala.
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